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Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (14), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Superintendência Regional do Trabalho em Pernambuco (SRTb/PE) destacaram os riscos da ausência de monitoramento e controle da qualidade do ar nos ambientes de trabalho artificialmente climatizados, sobretudo durante o período de pandemia.

Segundo fiscalizações realizadas nos últimos 18 meses, as irregularidades contribuíram para a maior proliferação da Covid-19 entre os trabalhadores de diversos setores, em especial, aqueles que atuam em serviços de saúde. No total, foram inspecionados 277 estabelecimentos de saúde, entre hospitais públicos, municipais e estaduais, e privados, além de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). 

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"Nas fiscalizações, notamos um baixíssimo grau de domínio no que diz respeito à qualidade do ar nos ambientes artificialmente climatizados, seja com ausência de renovação e de filtragens adequadas ou até mesmo com a não exaustão do ar de setores especiais, como áreas de isolamento, laboratório, refeitórios, quartos de repouso, entre vários outros", detalhou a auditora fiscal, Chefe do Setor de Segurança e Saúde da SRTb/PE, Simone Holmes.

Ações do MPT durante a pandemia

Ainda no início da pandemia, segundo a procuradora do Trabalho Adriana Gondim, o MPT chegou a expedir “recomendações em caráter preventivo para a proteção das categorias mais expostas à contaminação da Covid-19”. Neste momento, segundo ela, as diretrizes já abrangiam o controle da qualidade do ar, que “revelou-se ação imprescindível à proteção da saúde não só dos trabalhadores, mas também dos usuários dos sistemas público e privado de saúde”.

Diante do cenário de contravenções generalizadas, no entanto, a Inspeção do Trabalho e o próprio MPT propuseram a adoção de um termo de compromisso para que “os estabelecimentos pudessem se adequar, dentro de um prazo razoável e negociado, respeitando as características individuais e sem punição pecuniária pelo descumprimento do termo", explicou. 

A partir disso, audiências públicas foram realizadas, como forma de corrigir gradativamente as unidades nas quais irregularidades foram detectadas. Conforme o MPT, houve maior adesão da rede privada, sendo ainda preocupante os quadros verificados na rede pública de saúde. As violações constatadas somam, pelo menos, 700 autos de infração. 

Diretrizes de qualidade do ar já eram descumpridas antes da Covid-19

Embora a situação tenha sido acentuada pela pandemia, as normas relacionadas à garantia da qualidade do ar já eram descumpridas antes da condição de emergência sanitária. Para Adriana Gondim, mesmo nos momentos em que houve o decréscimo de casos de pacientes internados, possibilitando as melhorias estruturais nos sistemas de ar, os protocolos não foram cumpridos.

“Não se aproveitou a oportunidade para adequações para o enfrentamento das irregularidades associadas aos sistemas de renovação do ar, filtragem e exaustão. Aquelas unidades de saúde que não buscaram a avaliação da qualidade do ar em seus postos de trabalho, através de seus gestores, negligenciaram na tutela da saúde de trabalhadores e pacientes, propiciando o  quadro de adoecimento e casos de Covid- 19 que poderiam ser evitados", complementou a procuradora do Trabalho.

CARTILHA

O trabalho desenvolvido entre o MPT e a SRTb/PE culminou na produção da cartilha "A Covid-19 está no ar - Como garantir a qualidade do ar interior durante a pandemia?". O material, destinado a empregadores e trabalhadores, traz informações que possibilitam a construção de um meio ambiente de trabalho mais seguro e saudável, ao estabelecer um equilíbrio entre o uso do ar-condicionado e o acesso à ventilação natural, sobretudo no período da crise sanitária. O material ainda será divulgado.

Em nove meses desde a primeiro caso de Covid-19 em Pernambuco, as autoridades retrocederam com o plano de flexibilização diante das 22 suspeitas de reinfecção e do aumento exponencial de pacientes contaminados. Celebrações do Natal e Réveillon foram suspensas no estado, que ainda luta contra o negacionismo e cobra ao Governo Federal pela imunização da população.

Desde a primeira notificação, no dia 12 de março, Pernambuco foi um dos estados mais acometidos pela doença e apostou no fechamento temporário de setores comerciais para controlar o índice de proliferação. Porém, o agravamento da pandemia foi evidenciado no boletim emitido nessa sexta-feira (11), que confirmou mais 15 mortes e 1.945 casos. Ao todo, 197.063 pessoas foram diagnosticadas com o vírus, sendo 168.519 casos leves e 28.544 de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), e 9.244 não resistiram à doença.

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Na terça (8), o secretário de Saúde André Longo informou que 88% da capacidade de ocupação dos leitos de UTI está preenchida. Do total de 1.646 leitos disponíveis, entre 839 de UTIs e 807 de enfermarias, 78% da capacidade já foi ocupada por pacientes da Covid-19.

No mesmo dia, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) anunciou a proibição de festas e eventos para frear a taxa de contaminação. O setor realizou uma série de protestos antes de ser autorizado em setembro, mas bares e casas de shows acabaram notificados e interditados por descumprir as medidas de distanciamento social, horário de funcionamento e higiene local.

Após reunião com o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ainda na terça (8), o governador Paulo Câmara cobrou por um melhor planejamento do Plano Nacional de Imunização e pediu mais agilidade na autorização de um imunizante eficiente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O prazo para o início da campanha de vacinação segue indefinido.

Nesta sexta (11), a Prefeitura do Recife informou que não haverá a tradicional queima de fogos no Réveillon da orla de Boa Viagem. Neste ano, o show pirotécnico vai dar espaço a um show de luzes, que serão projetadas de prédios em pontos estratégicos da cidade com o objetivo de garantir visibilidade para a maior quantidade de pessoas.

Embora o cancelamento do Carnaval não ainda tenha sido confirmado oficialmente, agremiações e clubes carnavalescos - dentre eles a Pitombeira, o Ceroula e o Homem da meia-noite - já se posicionaram contra a realização da festa.

 

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) afirma que o Governo do estado "caminha no sentido contrário" em relação ao combate à pandemia da Covid-19 nas escolas da rede pública. Nesta quinta-feira (26), professores suspenderam as aulas e protestaram pela ampliação do rol de servidores inclusos no reajuste salarial.

“O Governo tem caminhado no sentido contrário. Afasta os contaminados, não testa ninguém, não suspende as atividades e você pode ter ali muita gente proliferando o vírus”, relatou o presidente do Sintepe, Fernando Melo.

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Nessa quarta (25), a entidade enviou à gestão um ofício, no qual listou 30 escolas estaduais com casos confirmados da Covid-19. “Tem escolas até com 15 casos de Covid. Inclusive, ontem nós tivemos a informação que a escola técnica de Sertânia já está com 21 casos”, acrescentou.

A categoria afirma que as escolas não podem funcionar como um epicentro da doença e cobra medidas de mitigação do vírus. “Nós estamos exigindo do Governo que, em cada local onde se confirmem casos, seja feita uma testagem para verificar as pessoas que estavam em contato com o sintomático, para que essas pessoas que podem estar assintomáticas sejam afastadas”, propõe Fernando, que sugeriu o fechamento por dez dias das unidades de ensino com testados pela Covid-19.

O presidente não descartou a possibilidade de uma futura greve, mas relevou que a Justiça foi acionada para que a prevenção nas escolas seja reforçada pelo governador Paulo Câmara.

“Vamos continuar cobrando e estamos entrando com uma ação no Ministério Público, na perspectiva de que a gente possa complementar as denúncias que o Sintepe já fez. Na verdade, estamos renovando [a denúncia] com novos casos para que a Justiça possa chamar o Governo”, confirmou.

Com o objetivo de combater a disseminação do novo coronavírus, a Prefeitura de Paudalho instalou 12 lavatórios em diversas localidades do município. A ação, que é realizada pela Secretaria Municipal de Saúde, também tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da higienização.

"Nós estamos fazendo nossa parte e queremos pedir a população que continuem seguindo as medidas necessárias. É preciso conscientização e tenho certeza que venceremos essa situação”, comentou o prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia.

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Segundo a prefeitura, os lavadores foram distribuídos estrategicamente em bairros diferentes para atender à população do município.

 

No levantamento divulgado nessa segunda-feira (6), a Secretaria de Saúde (Sesa) informou que o Ceará superou a marca de mil infectados pela Covid-19. Com 1.023 casos confirmados e 31 óbitos no Estado, a população segue em alerta diante de uma proliferação mais ágil do que em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Enquanto os estados do sudeste registraram mil infectados em cerca de 30 dias após a primeira confirmação, no Ceará o número foi alcançado em 23 dias. Para o secretário de Saúde, Dr. Cabeto, o alto índice deve-se à quantidade de teste realizados. "O Ceará está entre os estados que mais documentam e notificam dados. Os estados que mais notificam vão aparecer com o maior número de casos. É uma opção de estratégia", afirmou em coletiva transmitida.

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Ele também anunciou que na próxima semana a número de testes vai mais que dobrar. "O Estado executa em torno de 400 testes com pesquisa viral direta e deve chegar em mil testes por dia. Vamos realizar tanto em Fortaleza como em áreas descentralizas", garantiu. Até a quarta-feira (15), o Estado espera a chegada de 270 toneladas de equipamentos de proteção individual (EPIs) para profissionais da saúde.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para o risco de uma proliferação da febre amarela pela América do Sul por transmissão de animais. Segundo a entidade, o vírus pode ser levado para Argentina, Paraguai ou Venezuela.

Em informe publicado nesta sexta-feira (3), a entidade destaca que apenas o Brasil, por enquanto, tem casos confirmados do surto. No Peru e Colômbia, os dados apontam apenas para "possíveis casos". Ainda assim, a entidade insiste que não recomenda que governos estabeleçam uma restrição de viagens para locais com o surto confirmado.

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O alerta sobre o risco de proliferação derivou do registro de 1,2 mil animais mortos em diversas regiões do Brasil por mais de 400 doenças epizooticas (que afeta vários animais em uma mesma região). Os estudos já confirmaram que 259 deles haviam sido contaminados pela febre amarela. "A ocorrência de doenças epizooticas em Roraima, fronteira com a Venezuela, assim como no Mato Grosso do Sul e Paraná, na fronteira com a Argentina e Paraguai, representa um risco de circulação do vírus a países fronteiriços, especialmente em áreas em que se compartilha o mesmo ecossistema ", indicou.

Para a OMS, porém, nada disso justifica qualquer tipo de barreiras a viagens. "A Organização Panamericana de Saúde e a OMS não recomendam qualquer tipo de restrições de viagem ou no comércio para países onde exista um surto neste momento de febre amarela ", destaca o relatório.

Por enquanto, a OMS aponta que não existem indícios de que o mosquito Aedes aegypti esteja implicado na transmissão do atual surto. "Entretanto, o potencial risco de uma reurbanização não pode ser descartado", aponta.

Vacina

Na avaliação da entidade, governos precisam começar a estocar vacinas contra a febre amarela, assim como desenhar mapas das regiões que deveriam receber as doses de forma prioritária. O motivo: "a limitação na disponibilidade de vacinas".

Dada essa situação, a OMS "recomenda que autoridades nacionais conduzam avaliações sobre a cobertura de vacinação contra a febre amarela em áreas de risco para poder focar a distribuição das vacinas". "Além disso, é recomendado que se mantenha um estoque de vacinas em um nível nacional para responder a possíveis surtos", disse.

"A medida mais importante de prevenção é a vacina", diz a OMS, que sugere que isso seja feito em campanhas de imunização, seja de forma sistemática, para regiões afetadas ou para viajantes que estejam pensando em ir a zonas afetadas.

A entidade insiste que a vacina disponível no mercado é "segura e barata" e garante uma imunidade, num período de dez dias, de 80% a 100%. Segundo a OMS, essa taxa chega a 99% para vacinas de 30 dias. "Uma só dose é suficiente", afirma, apontando que o governo brasileiro já distribuiu 7,8 milhões de doses.

Mortalidade

Até o dia 2 de fevereiro, a entidade somou 901 casos relatados no Brasil, sendo 151 confirmados e 708 sob investigação. Outros 42 deram resultados negativos. Desse total, a OMS aponta para 143 mortes, das quais 54 foram confirmadas como tendo sido causadas pela febre amarela, contra 86 sob investigação.

A taxa de mortalidade também chama a atenção da entidade. Na média, o índice de fatalidade é de 16%. Considerando contudo apenas os casos confirmados, ele chega a 36%.

Segundo o relatório, no Brasil, cinco estados já foram afetados : Bahia (10 casos), Espírito Santo (67), Minas Gerais (802), São Paulo (7) e Tocantins (4). Em São Paulo, porém, o índice de mortalidade é de 43%, contra apenas 12% no Espírito Santo.

Em números absolutos, a OMS aponta para 48 mortes em Minas Gerais, 3 em São Paulo e 3 no Espírito Santo.

Um plano de contingência para combater o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue e da chikungunya foi apresentado pela Prefeitura do Recife (PCR) nesta terça-feira (11). De acordo com o secretário de saúde do Recife, Jailson Correia, várias ações preventivas são realizadas de forma integrada entre os órgãos municipais, mas os moradores também precisam combater o mosquito dentro das casas. Cerca de 80% das larvas são encontradas somente nos domicílios.

Dados da Vigilância Ambiental apontam que a zona norte da cidade é local com maior risco de proliferação do Aedes Aegypti.  Foram confirmados 490 casos de dengue na capital pernambucana de janeiro até o mês passado, totalizando 59,4% de casos a menos em relação ao mesmo período do ano passado. Apenas um caso de Chikungunya foi confirmado até agora.

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Cerca de mil agentes de Saúde Ambiental e Controle de Endemias (Asaces) vão trabalhar na prevenção contra o mosquito em todos os Distritos Sanitários e cartilhas com orientação de prevenção. Em dezembro, o trabalho será ainda mais intensidicado, com distribuição de mais 25 mil telas de proteção para caixas d’água, recolhimento de pneus e treinamento com profissionais da rede de saúde.

Sintomas da chikungunya

O vírus causador da doença é o CHIKV, do gênero Alphavirus, que provoca febre alta, conjuntivite, dor e inchaço nas articulações (especialmente nas mãos e nos pés), além do aparecimento de pequenas pústulas na pele (exantema) e de outros sintomas característicos da virose como dor de cabeça, dor muscular, vômito e fadiga.

Em alguns casos, a dor nas articulações é tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora. A febre chikungunya, no entanto, costuma ter menos complicações que a dengue e não há registro de forma de manifestação hemorrágica da doença, sendo as mortes relacionadas à infecção por CHIKV bastante incomuns.

Transmissão

São dois os principais vetores do CHIKV: os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, muito comuns nas áreas tropicais, mas também presentes em latitudes mais temperadas. Após contato com o vírus, os mosquitos tornam-se capazes de transmitir o vírus em cerca de dez dias a um hospedeiro suscetível, tal como o ser humano. Este, depois de ser picado pelo mosquito infectado com o vírus, leva de três a sete dias para começar a sentir os sintomas da doença. Passados os sintomas, o paciente deixa de transmitir a doença.

Para se ter uma ideia da capacidade de propagação da doença, em 2006, um surto da epidemia atingiu a Índia ocasionando mais de 1,5 milhões de casos. De acordo com a OMS, as autoridades locais de saúde devem ficar alertas, pois dada a distribuição dos vetores (mosquitos) pelas Américas, toda a região se torna muito suscetível à introdução e à propagação do vírus.

Tratamento

Com sintomas muito parecidos aos de outras doenças, a confirmação do diagnóstico é feito a partir da análise clínica de amostras de sangue. O tratamento contra a febre chikungunya é sintomático, ou seja, analgésicos e antitérmicos, sempre sob supervisão médica, são indicados para aliviar os sintomas. Medidas como beber bastante água e guardar repouso também ajudam na recuperação.

Anti-inflamatórios e até fisioterapia podem ser indicados ao paciente se a dor nas articulações persistir mesmo depois da febre ter cessado.

Prevenção

Como não existe ainda uma vacina contra a febre chikungunya, o melhor meio de prevenir a doença é combater a proliferação dos mosquitos transmissores da doença. No caso do Aedes aegypti, cuja ocorrência é mais urbana, deve-se evitar o acúmulo de lixo e objetos que possam acumular água parada para servir de criadouro do mosquito. Já no caso do Aedes albopictus, o combate é dificultado por ele viver e se reproduzir em ambientes com maior cobertura vegetal, como matas e áreas suburbanas e por se alimentar, ao contrário do Aedes aegypti, com certa frequência do sangue de outros animais vertebrados, como cachorros, gatos e bois.

Por isso, recomenda-se que qualquer caso suspeito de infecção pelo CHIKV seja notificado em até 24 horas para os órgãos oficiais dos serviços de saúde, para que sejam identificados e isolados os focos de transmissão da doença.

* Com informações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde

 

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