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Em 6 de novembro de 2014, o diretor regional da Odebrecht Realizações Imobiliárias, Rodrigo Costa Melo, responsável pelo contrato da obra do Porto Maravilha, no Rio, enviou e-mail a seu superior, Antonio Pessoa de Souza Couto, diretor-superintendente da unidade do Grupo Odebrecht, em que pedia R$ 1 milhão para "Turquesa". O dinheiro seria propina na obra de revitalização da região portuária do Rio, uma das maiores Parcerias Público-Privadas executadas pela Concessionária Porto Novo, formada por Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia.

Cinco dias após o pedido, Couto responde ao subordinado: "Ok". Ato-contínuo, o diretor ligado à obra de Porto Maravilha escreve para Paul Altit, líder empresarial da Odebrecht Realizações: "PA, seguindo o processo, solicito sua aprovação para a operação". Altit responde e copia Ubiraci Santos, um dos responsáveis pelo controle na holding do Setor de Operações Estruturadas, apontado como "departamento da propina": "Ok Bira".

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Com a aprovação de suas chefias, Melo envia em e-mail para a secretária Maria Lúcia Tavares, do Setor de Operações Estruturadas, e solicita a entrega do dinheiro em duas parcelas.

A troca de mensagens dos executivos da Odebrecht, em quatro níveis hierárquicos, as planilhas de registro de pedido e registro de pagamentos fazem parte do rol de provas descobertas pela Operação Lava Jato de que a distribuição de propina foi institucionalizada no grupo e envolvia desde diretores responsáveis pelas obras até seu presidente, Marcelo Odebrecht - afastado do cargo desde que foi preso.

"Trata-se de um sistema institucionalizado e profissionalizado, com observância à hierarquia empresarial, e que admitidamente assume contornos sub-reptícios ao se valer de codinomes para preservar a identidade dos destinatários", afirmou a Polícia Federal.

Para investigadores, foi a institucionalização operacional dos pagamentos que arrastou mais de 50 executivos do grupo a buscar a delação premiada e fez com que o acordo com a força-tarefa do Ministério Público Federal fosse a única saída para tirar Marcelo Odebrecht da cadeia e afastar o risco de falência do Grupo Odebrecht.

Além de políticos do PT, PMDB e PP - legendas já alvo da investigação -, partidos como PSDB também podem ser implicados pelas delações.

Desvantagem

Os procuradores da Lava Jato consideram, no entanto, que as provas encontradas contra a Odebrecht colocam a empreiteira em desvantagem nas negociações de uma delação premiada. "Na mesa de negociação de uma delação, é como numa negociação comercial ou entre um casal: quem mais quer menos pode", afirmou um dos investigadores, em reservado.

O caso da propina nas obras do Porto Maravilha - já conhecido desde março, quando foi presa a ex-secretária do Setor de Operações Estruturas Maria Lúcia Tavares - é emblemático para mostrar, segundo os investigadores da força-tarefa, que o grupo continuava a praticar crimes mesmo depois de iniciada a Lava Jato, em março de 2014.

As descobertas da operação e uma provável delação de executivos do grupo também podem levar a Polícia Federal e o Ministério Público Federal a irregularidades além da Petrobrás.

Além de guardar registros de propina para agentes públicos e políticos nos contratos de refinarias e plataformas, os arquivos do Setor de Operações Estruturas têm dados sobre pagamentos em obras de estádios da Copa de 2014, como o Itaquerão, em São Paulo, em negócios de transporte (concessões de aeroportos e rodovias), no setor de saneamento e outros.

Codinomes

As ordens de pagamentos têm identificação de executivos responsáveis pelos pedidos, os contratos relacionados, unidades envolvidas nas despesas, nomes dos superiores que autorizavam pagamentos, beneficiários, contas usadas e valores envolvidos. Tudo cifrado, com uso de codinomes, siglas e senhas, com objetivo de ocultar a sistemática financeira montada no grupo.

Para a força-tarefa, a descoberta do Setor de Operações Estruturadas é a prova mais contundente da corrupção "profissionalizada" das empreiteiras do cartel que atuou na Petrobrás entre 2004 e 2014.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar nesta terça-feira (27), a partir das 14h, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo.

Em maio, Gleisi e Paulo Bernardo foram denunciados ao Supremo sob a acusação de ter recebido R$ 1 milhão para a campanha da senadora em 2010.

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De acordo com depoimentos de delatores na Operação Lava Jato, o valor é oriundo de recursos desviados de contratos da Petrobras. Ambos foram citados nas delações do doleiro Alberto Youssef.

Em documento encaminhado ao Supremo, a defesa do casal diz que as acusações são “meras conjecturas feitas às pressas” em função de acordos de delação premiada. “A requerida [senadora] jamais praticou qualquer ato que pudesse ser caracterizado como ato ilícito, especialmente no bojo do pleito eleitoral ao Senado Federal no ano de 2010, na medida em que todas as suas contas de campanha foram declaradas e integralmente aprovadas pela Justiça Eleitoral.”

O relator da denúncia é o ministro Teori Zavascki. O colegiado também é formado pelos ministros Celso de Mello, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.

As investigações sobre o ex-ministro Antonio Palocci na Operação Lava Jato apontam que ele tratava com a empreiteira Odebrecht assuntos atinentes a pelo menos quatro diferentes esferas da administração pública federal: a obtenção de contratos com a Petrobras relativamente a sondas do pré-sal; a medida provisória destinada a conceder benefícios tributários ao grupo econômico Odebrecht (MP 460/2009); negócios envolvendo programa de desenvolvimento de submarino nuclear - PROSUB; e financiamento do BNDES para obras a serem realizadas em Angola.

A força-tarefa da Lava Jato sustenta que a atuação de Palocci e de seu ex-chefe de gabinete Branislav Kontic ocorreu mediante o recebimento de propinas pagas pelo grupo empresarial, dentro de uma espécie de "caixa geral" de recursos ilícitos que supostamente se estabeleceu entre a Odebrecht e o PT.

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Conforme planilha apreendida durante a operação, identificou-se que entre 2008 e o final de 2013, foram pagos mais de R$ 128 milhões ao PT e seus agentes, incluindo Palocci. Remanesceu, ainda, em outubro de 2013, um saldo de propina de R$ 70 milhões, valores estes que eram destinados também ao ex-ministro para que ele os gerisse no interesse do Partido dos Trabalhadores.

Foram cumpridos nesta segunda-feira, 26, três mandados de prisão temporária, além de 15 mandados de condução coercitiva e 27 de busca e apreensão, destinados a aprofundar investigações sobre a prática de crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção no âmbito da Operação Lava Jato.

As medidas cumpridas nesta data decorreram de aprofundamento da análise de material probatório obtido em fases anteriores da operação, em especial a partir da análise de celulares, e-mails e arquivos eletrônicos relacionados a executivos da Odebrecht, investigados no esquema criminoso que vitimou a Petrobras. Parte relevante do material se refere à atuação do Setor de Operações Estruturadas que existiu naquela empreiteira.

A partir da análise detalhada de e-mails e anotações registradas em celulares apreendidos, verificaram-se evidências de que o ex-ministro Antônio Palocci - contando com importante e constante auxílio de seu assessor Branislav Kontic - atuou em favor dos interesses do Grupo Odebrecht, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal. A atuação de Palocci se deu inclusive no período em que exerceu relevantes funções públicas, envolvendo constante interlocução e diversos encontros.

A prova colhida aponta na direção de que os valores ilícitos eram repassados a Palocci de forma reiterada, tanto em período de campanha eleitoral quanto fora dele. Por envolver pagamentos reiterados, o extrato dos pagamentos era consolidado em uma planilha - denominada "Posição Programa Especial Italiano" (utilizando-se o termo "italiano" como codinome para se referir ao ex-ministro) - a qual era periodicamente atualizada conforme os valores espúrios fossem entregues ao representante do governo federal.

A análise das anotações registradas nesta planilha aponta para o fato de que grande parte dos valores utilizados para o pagamento das vantagens indevidas se originaram da Braskem, empresa petroquímica que possui diversos contratos com a Petrobrás.

E-mails e anotações anteriormente apreendidos indicam que os acertos de pagamentos das contrapartidas eram tratados entre Antônio Palocci em reuniões presenciais - as quais foram, inclusive, realizadas por diversas vezes nos endereços residencial e profissional do ex-ministro - agendadas por intermédio de contato telefônico ou por e-mail com seu assessor, Branislav Kontic. Além do auxílio de Kontic, apurou-se que o recebimento dos recursos ilícitos contou também com a atuação de Juscelino Dourado, seu ex-assessor.

Verificou-se que, mesmo após a deflagração da Operação Lava Jato, continuaram a ocorrer comunicações e encontros entre executivos da Odebrecht e Antônio Palocci, até, pelo menos, maio de 2015. Neste período final, as comunicações passaram a ser realizadas de forma mais cautelosa, por meio da utilização de dispositivos criptografados.

Embora alguns valores registrados na planilha "Programa Especial Italiano" ainda demandem maior apuração para identificação dos fatos a que estão relacionados, as provas até agora colhidas apontam que, além dos pagamentos realizados em favor dos marqueteiros Mônica Moura e João Santana no interesse do Partido dos Trabalhadores, os subornos repassados a Antônio Palocci também envolveram a aquisição do terreno inicialmente destinado à construção da nova sede do Instituto Lula, referido na planilha pela rubrica "Prédio (IL)".

A partir das provas analisadas, há indicativos de que a aquisição do terreno inicialmente destinado ao Instituto Lula foi acertada com o ex-ministro, tendo sido o valor debitado das vantagens indevidas pactuadas. Identificaram-se ainda registros de que, além do repasse de mais de R$ 12 milhões anotados na planilha "Programa Especial Italiano", vinculados a "IL", Antônio Palocci participou de reunião com Marcelo Odebrecht e Roberto Teixeira, bem como recebeu, por intermédio de Branislav Kontic, documentos encaminhados via e-mail pelo presidente do grupo empresarial, relacionados à compra do terreno (em mensagens sob o título "Prédio Institucional", "Prédio do Instituto" e planilha intitulada "Edificio.docx").

Outra prova analisada se refere à minuta de contrato do terreno encontrada no sítio usado pelo ex-presidente Lula, em que constava José Carlos Bumlai, como adquirente, e representado por Roberto Teixeira. Em depoimento, Bumlai afirmou que se recusou a figurar como comprador do imóvel, tendo sido, de fato, identificado que a compra se deu em favor de pessoas vinculadas à Odebrecht.

Os mandados de busca e apreensão cumpridos nesta segunda-feira foram expedidos para apurar outros fatos, com base na recuperação de arquivos eletrônicos relacionados a diversas outras entregas de valores ilícitos pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht.

Os endereços das entregas serviram de base para levantamentos que conduziram à identificação de pessoas físicas e jurídicas possivelmente relacionadas ao recebimento de propinas. Tais medidas - à semelhança daquelas realizadas na 26ª fase - buscam esclarecer os fatos que ensejaram os diversos pagamentos espúrios e quem foram os destinatários finais dos valores.

Defesa

O criminalista José Roberto Batochio, defensor de Palocci, afirma que o ex ministro nunca recebeu vantagens ilícitas.

Após a divulgação, nesta quarta-feira (10), pelo jornal Estado de São Paulo, de que a Polícia Federal (PF) comprovou que o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) pediu propina ao ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, para financiar a campanha do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), à reeleição em 2010, o advogado de Bezerra Coelho, André Luís Callegari, declarou que, no processo penal, a conclusão do Inquérito é apenas um registro administrativo da polícia. Portanto, “sem nenhuma verdadeira consequência processual”. Segundo a publicação, o repasse teria sido de R$ 20 milhões, como relata Costa em delação premiada à Lava Jato. 

Callegari ainda ressaltou "que Fernando Bezerra espera que o procurador-geral da República mantenha suas prévias manifestações no sentido de que a finalidade do inquérito policial e as atribuições de delegados de polícia concentram-se na apuração de infrações penais, com o intuito de subsidiar a atuação do Ministério Público, não cabendo aos delegados emissão de juízo de valor sobre a conduta investigada”.

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A defesa do senador acredita que os elementos colhidos demonstram que não houve qualquer prática ilícita por parte do Senador.

Inquérito

Segundo a reportagem desta quarta (10) do Estadão, o inquérito envolvendo Coelho já foi concluído e encaminhado ao ministro Teori Zavascki, relator da operação no Supremo Tribunal Federal (STF). No texto, a PF diz que “restou demonstrado que Bezerra participou ativa e substancialmente na solicitação de propina às empresas envolvidas e também se beneficiou de uma parte do montante ilícito.” No inquérito, o socialista é acusado de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

No início do mês, após a citação do parlamentar no esquema de lavagem de dinheiro, a defesa de Fernando Coelho disse que “as denúncias eram absolutamente imprecisas as afirmações feitas pela Procuradoria da República em Pernambuco na denúncia oferecida”. A Procuradoria citou Bezerra Coelho na denúncia contra 18 alvos da Operação Turbulência. O desvio de dinheiro público seria supostamente liderado pelo empresário João Carlos Lyra.

Callegari também chegou a afirmar que "após mais de um ano do início da Operação Lava Jato o procedimento segue sem qualquer prova sobre a participação do senador em qualquer atividade ilícita, e continua calcado tão somente nas informações conflitantes fornecidas por delatores, declarações estas que não vem com sequer um documento comprobatório”.

 

 

 

 

O lobista Júlio Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, confirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal que, em 2011, foi pressionado e extorquido pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) - ex-presidente da Câmara - a pagar propina de US$ 5 milhões. "Para justificar a cobrança dos valores, ele (Eduardo Cunha) disse que tinha uma bancada de mais de duzentos deputados para sustentar", afirmou o delator.

O depoimento de Júlio Camargo ocorreu nesta segunda-feira, 8, na 6ª Vara Criminal Federal da Justiça Federal em São Paulo.

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À sala de audiência estava presente o réu - Eduardo Cunha, denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O procurador-geral da República acusa o parlamentar de receber ao menos US$ 5 milhões de propina referentes a contratação de um estaleiro para a construção de dois navios-sonda pela Diretoria Internacional da Petrobras, em 2006 e 2007.

A presença do ex-presidente da Câmara não intimidou Júlio Camargo. Frente a frente com o acusado, o delator reiterou os detalhes da extorsão que afirma ter sofrido.

No início da audiência, a defesa do peemedebista requereu a suspensão do ato. O juiz Paulo Marcos de Farias, instrutor do Supremo, indeferiu o pedido do ex-presidente da Câmara.

Em seu relato, Júlio Camargo manteve as informações que já havia revelado à força-tarefa da Lava Jato sobre propinas para Eduardo Cunha no âmbito de um contrato para operação de navio-sonda da Petrobras.

Anteriormente, à Justiça Federal ele contou que na época em que estava sofrendo pressão de Cunha chegou a procurar ajuda do então ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB/MA). Segundo ele, Lobão ligou para o deputado e disse. "Eduardo, você está louco?" O telefonema, segundo o delator, ocorreu no final da tarde de um domingo, em 2011, na Base Aérea do Aeroporto Santos Dumont, no Rio.

Defesa

O ex-presidente da Câmara sempre negou o recebimento de propinas. Procurado nesta segunda-feira, 8, por meio de sua assessoria, o parlamentar não retornou.

O chefe do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, respondia diretamente ao presidente afastado do grupo, Marcelo Bahia Odebrecht, afirmou Marcos Paula de Souza Sabiá, gerente de Recursos Humanos da empresa, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato. O departamento é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como a "Diretoria de Propinas" da empreiteira.

Marcelo Odebrecht está preso preventivamente desde 19 de junho do ano passado, quando foi deflagrada a Operação Xepa na 26.ª fase da Lava Jato, e negocia delação premiada. Segundo a força-tarefa, a empreiteira realizava pagamentos ilícitos por meio do setor. A denúncia referente às propinas não tem relação com a Petrobrás.

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Sabiá não é réu na Lava Jato e depôs nesta quarta-feira, 20, como testemunha de defesa de Angela Palmeira Ferreira, funcionária da Odebrecht que fazia parte do setor de propinas e foi presa temporariamente na 23.ª fase da Lava Jato, a Acarajé.

Questionado por Moro sobre o que era o setor, ele disse se tratar de uma "estrutura como todas as demais estruturas da organização, não tinha nada que eventualmente fosse diferente de uma outra estrutura".

Moro perguntou a quem era subordinado Silva Filho. "Ele tinha sua delegação e, dentro da macroestrutura, ficava ligado ao diretor-presidente da organização", disse a testemunha. "Seria o senhor Marcelo Odebrecht?", questionou o juiz federal. "Isso", respondeu Sabiá, que trabalha há 18 anos na empresa.

Na ação penal da Operação Xepa, o MPF delimitou a denúncia aos repasses do setor de propinas para João Santana e sua mulher e sócia, Mônica Moura, presos desde fevereiro deste ano. O casal de marqueteiros das campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff teria recebido US$ 6,4 milhões no exterior de contas atribuídas à Odebrecht e R$ 23,5 milhões no Brasil.

Investigação

Além dos funcionários do setor de propinas da empreiteira, que tinham um software próprio para fazer a contabilidade dos pagamentos ilícitos e o Drousys em que eles se comunicavam por apelidos, o MPF afirmou na denúncia que dois doleiros teriam atuado para o departamento da propina, por meio de operações dólar-cabo. Nelas, eles recebiam repasses da Odebrecht no exterior e dispunham a quantia em dinheiro vivo no Brasil.

Ao todo foram 45 pagamentos aos marqueteiros no Brasil, de 24 de outubro 2014, ainda durante o período eleitoral daquele ano em que Dilma se reelegeu, até o dia 22 de maio 2015. "O que mostra um acinte em relação à Justiça", afirmou o coordenador da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, quando a denúncia foi entregue à Justiça Federal.

Procurada pela reportagem, a defesa do presidente afastado da Odebrecht não respondeu até a conclusão desta reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Fazenda divulgou na tarde desta quinta-feira, uma nota afirmando que a direção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) lamenta a prisão de um de seus conselheiros. O alvo da Operação Mãos Limpas da Polícia Federal (PF), realizada na noite de quarta-feira, 6, foi o conselheiro orador do processo de fusão do Itaú com o Unibanco, João Carlos Figueiredo Neto. A operação foi deferida judicialmente pela 12ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal,

"A direção do órgão lamenta o ocorrido e reafirma o compromisso com a defesa da ética e da integridade institucional e aguarda ser oficialmente notificada dos fatos investigados para analisar os impactos e as medidas a serem adotadas, inclusive as correcionais, previstas na Lei nº 8.112/90 e no Regimento Interno do Carf", aponta o documento.

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A nota também destaca que o órgão tem adotado medidas para corrigir "vulnerabilidades". "O Carf, que passa neste momento por amplo processo de reestruturação visando fortalecer a governança do órgão e vem adotando medidas para corrigir as vulnerabilidades apontadas pela Operação Zelotes, coloca-se, desde já, à disposição dos órgãos de investigação para prestar os esclarecimentos necessários às investigações em curso", diz a Pasta.

O membro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), João Carlos Figueiredo Neto, preso em flagrante na noite de quarta-feira, 6, pela Polícia Federal, exigiu R$ 1,5 milhão de propina. Conselheiro orador do processo de fusão Itaú Unibanco, João Carlos Figueiredo Neto foi detido por extorsão no café Suplicy, do Shopping Iguatemi em Brasília por volta das 21h.

Segundo a PF, a operação se deu a partir de denúncia de uma empresa privada de grande porte no momento em que o conselheiro solicitou vantagens para proferir decisão favorável e influenciar em julgamento de processo administrativo no âmbito do CARF.

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O flagrante se deu no curso de Ação Controlada deferida judicialmente pelo Juiz Federal Marcus Vinícius dos Reis Bastos da 12ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, com base em representação da Polícia Federal, para que fosse aguardado um momento mais oportuno do ponto de vista da produção de prova.

O nome da operação é baseado na proposta inicial feita pelo investigado a representante da instituição financeira, para que a elaboração do voto fosse feita a "quatro mãos".

Apesar da semelhança, referida ação ocorreu independentemente das investigações levadas pela operação Zelotes.

A hipótese de que o empresário Paulo César Morato, dono da Câmara & Vasconcelos, tenha sido assassinado foi "praticamente descartada" pela Polícia Civil de Pernambuco. Em entrevista coletiva, no início da tarde desta sexta-feira (23), o secretário-executivo de Defesa Social, Alexandre Lucena pontuou que "há indícios fortes" de morte súbita ou suicídio. 

A Câmara & Vasconcelos é uma das empresas fantasmas investigadas pela Polícia Federal na Operação Turbulência e apontada como a compradora do avião utilizado por Eduardo Campos (PSB) na campanha presidencial em 2014, quando morreu em um acidente aéreo fatal em Santos. 

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De acordo com Lucena, a perícia preliminar do Instituto de Medicina Legal (IML) identificou que Morato teria falecido poucas horas após dar entrada em um motel de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, onde foi encontrado nessa quarta (22). O empresário teria chegado ao local por volta das 12h da terça-feira (21), horário justamente em que aconteciam as prisões da investigação da PF deflagrada para interromper a ação de uma organização criminosa que efetuava o pagamento de propinas para políticos pernambucanos. Morato era um dos principais alvos, mas não foi confirmado se ele estava em rota de fuga.

A polícia identificou que o dono da Câmara ficou dentro do quarto por cerca de 30 horas e como não houve sinalização para a renovação da diária os funcionários decidiram verificar a questão com o hóspede, no entanto, quando abriram a porta ele já estava sem vida. "O corpo não tinha sinais de violência interna ou externa, ele era hipertenso, estava sob pressão e de acordo com informações da sua advogada já havia tentado suicídio anteriormente", explicou Lucena.

Com Paulo Morato foram encontrados documentos pessoais, além de 7 pendrives, 3 celulares, R$ 3 mil em espécie, 3 cheques de terceiros sem valores, 53 envelopes para depósito vazios e remédios para diabetes e hipertensão. "É este o fato que mais nos chama a atenção. Dentro desses pendrives e nos celulares podem haver informações que contribuam para as investigações da Polícia Federal", destacou o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Antônio Barros. 

Barros explicou também que a Polícia Civil está trabalhando em parceria com a PF e fornecendo todas as informações necessárias para o andamento da Operação Turbulência. E pontuou que as imagens das câmeras que ficavam em frente à garagem do quarto onde o corpo foi encontrado também serão analisadas ainda durante o feriadão. “A expectativa é de que na próxima semana tenhamos resultados concretos”, disse Barros.

Polêmicas

A morte de Paulo César Morato tem gerado uma série de especulações e polêmicas. Uma delas é a perícia do quarto onde ele foi encontrado. Na noite dessa quarta, uma equipe da Polícia Cientifica foi encaminhada ao local para averiguar os vestígios, mas uma perícia complementar seria efetuada hoje. Durante a manhã uma equipe de peritos esteve no motel, porém deixou o prédio sem verificar nada. 

Indagada sobre a postura, a gerente geral da Polícia Científica de Pernambuco, Sandra Santos, negou qualquer interferência nas investigações. “A perícia dessa quarta durou o tempo necessário e coletou todos os vestígios para a análise da polícia. Eles devem ter ido ao local sem comunicar a chefia e tudo será apurado internamente”, esclareceu. 

Outro assunto levantado pela imprensa foi a influência da imagem do ex-governador Eduardo Campos na Polícia Civil pernambucana. Nas redes sociais, desde ontem, o maior questionamento é porque a Polícia Federal não assumiu as investigações já que Paulo Morato era foragido de uma operação da responsabilidade dela. “Agimos com profissionalismo, acima de qualquer respeito pela imagem de A ou B. A Polícia Federal está participando e tendo acesso a tudo”, garantiu Antônio Barros. 

Operação Turbulência

Deflagrada na terça-feira, a operação investiga um esquema criminoso especializado em lavagem de dinheiro com a utilização de empresas fantasmas e “laranjas”. Quatro empresários foram presos: João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira – apontados como líderes - e Arthur Roberto Lapa Rosal, que seria responsável por receber valores em sua conta pessoal. 

Todos estão no Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Apenas Paulo César Barros Morato não foi encontrado na terça pela PF e estava sendo considerado foragido. Ele era considerado o “testa de ferro” do esquema. Isto porque a Câmara & Vasconcelos, empresa que era dono, foi responsável pelo recebimento de quase R$ 19 mil da OAS, investigada na Lava Jato, para um suposto serviço de terraplanagem nas obras da Transposição do Rio São Francisco. O montante, entretanto, pode ter sido destinado para pagar o avião utilizado por Eduardo Campos na campanha presidencial em 2014.

Durante as ações da Turbulência, foram apreendidos dois helicópteros, um avião, barcos, carros de luxo e 45 relógios de diversas marcas foram confirmados pela corporação. Também foram confiscados cheques, contratos, comprovantes de transferência eletrônica, recibos e dinheiro em espécie (notas de real e dólar).

Entre as apreensões realizadas pela Polícia Federal na Operação Turbulência, nesta segunda-feira (21), dois helicópteros, um avião, barcos, carros de luxo e 45 relógios de diversas marcas foram confirmados pela corporação. Também foram confiscados cheques, contratos, comprovantes de transferência eletrônica, recibos e dinheiro em espécie (notas de real e dólar).

A Operação Turbulência investiga um esquema criminoso especializado em lavagem de dinheiro com a utilização de empresas fantasmas e “laranjas”. O grupo pode estar envolvido em repasses irregulares a políticos, o que pode ter acontecido nas campanhas de 2010 e 2014 do ex-governador Eduardo Campos.

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Quatro empresários foram presos: João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira – apontados como líderes - e Arthur Roberto Lapa Rosal, que seria responsável por receber valores em sua conta pessoal. Eles foram encaminhados ao Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

À procura de provas, a equipe da Operação Turbulência também confiscou 20 agendas, três pen drives, seis tablets, extratos bancários , escriturações e planilhas fiscais. Segundo a Polícia Federal, todo material passará por uma perícia técnica, principalmente os documentos, celulares e planilhas fiscais. Não existe um tempo definido para o término das perícias. 

Os carros apreendidos foram: BMW, Land Rover, Porsche, Jeep, Toyota Hilux, Audi, Range Rover Evoque e Land Rover Freelander. Os investigadores também encontraram uma espingarda calibre 12, dois revólveres calibre 22 e um revólver calibre 38. 

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Em resposta aos indícios de que seria responsável por cooptar as supostas doações ilícitas feitas as campanhas de Eduardo Campos (PSB), já falecido, para reeleição ao Governo de Pernambuco, em 2010, e para a Presidência da República, em 2014, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) repudiou, em nota, “a incorreta vinculação do nome dele à Operação Turbulência". 

“O senador não é sequer mencionado nos autos desta investigação. Além disso, Fernando Bezerra afirma que não foi coordenador das campanhas de Eduardo Campos, nem em 2010 nem em 2014; não tendo, portanto, exercido qualquer função financeira nas campanhas de Campos”, afirma o texto, assinado pela assessoria de imprensa.

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Deflagrada nesta terça-feira (21), a ação da Polícia Federal (PF) teve como mote principal a desarticulação de uma organização criminosa que beneficiava políticos através de empresas fantasmas. Um dos desdobramentos da operação indica, de acordo com os delegados Andrea Pinho e Daniel Silvestre, que o ex-governador de Pernambuco teria recebido propinas para o pagamento de dívidas das campanhas de 2010. Além disso, o foco principal das investigações é o esquema fantasma que comprou a aeronave Cessna Citation PR-AFA, utilizada nas atividades eleitorais em 2014. 

Os delegados apontaram que há indícios de que Fernando Bezerra tenha sido o intermediador das propinas, baseando-se no inquérito ao qual ele responde no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o mesmo assunto. “De acordo com as evidências que recebemos, Fernando Bezerra Coelho teria sido responsável por negociar este aporte para Eduardo Campos. Aporte este que teria sido pago no ano seguinte [em 2011] por pessoas investigadas na Operação Turbulência”, detalhou Daniel Silvestre, em coletiva à imprensa na manhã de hoje. 

Sobre a investigação que tramita no STF, Coelho ratificou “que sempre esteve à disposição para colaborar com os ritos processuais e fornecer todas as informações que lhe foram e, porventura, venham a ser demandadas. O senador reitera, ainda, que mantém a confiança no trabalho das autoridades que conduzem o processo investigatório no STF, acreditando no pleno esclarecimento dos fatos". 

O Tribunal de Justiça Militar deve marcar para os próximos dias o julgamento do ex-policial militar Paulo Rogério Caetano. Em 2012, ele foi preso em flagrante após receber R$ 20 de propina de um motorista que estava com o caminhão irregular. Durante a investigação, a Corregedoria da PM descobriu que ele recebia cerca de R$ 10 mil por mês achacando motoristas e empresas de transporte.

Caetano era soldado da Polícia Rodoviária Estadual e, quando foi preso, em maio de 2012, trabalhava em um posto da Rodovia Castelo Branco, em Barueri. Segundo as investigações, o motorista de um caminhão foi parado pelo então policial, que lhe pediu os documentos. A recomendação foi atendida, mas, com os documentos, o motorista deixou uma nota de R$ 20 e foi rapidamente liberado.

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Pouco depois, porém, o caminhoneiro foi interceptado por outra equipe de policiais, que constatou que o veículo tinha a placa coberta de lama - o que dificulta a identificação - e um dos pneus careca. Foi notado que o tacógrafo não havia sido fiscalizado e estava com a data vencida.

Questionado, o motorista disse que o policial que havia lhe parado um pouco antes não tinha feito nada após receber R$ 20. A equipe voltou até a base de Caetano e, com ele, localizou a nota de R$ 20 guardada no colete à prova de balas.

A Corregedoria da PM passou a investigar o caso e descobriu uma agenda que continha os registros do dinheiro recebido com a propina, em pagamentos praticamente diários que variavam de R$ 100 a R$ 1 mil. Segundo as investigações, o suspeito fez da cobrança de propina uma rotina no trabalho.

O Ministério Público, em denúncia oferecida à Justiça Militar, afirmou ter ficado provado que o "denunciado abordava aleatoriamente caminhões para apontar irregularidades inexistentes e, com isso, constranger motoristas a lhe pagarem valores pecuniários para que não fossem multados". A promotoria disse também que a investigação constatou a existência de um acordo com algumas empresas de transportes, que pagavam quantias mensais ao policial para que seus caminhões não fossem abordados. Caso isso acontecesse por algum imprevisto, o veículo seria liberado.

Caetano recebia a propina "em dinheiro, pessoalmente, caso em que o denunciado se deslocava até as empresas para buscar ou ligava para combinar um local de encontro". Segundo o MP, o policial também pedia propina de motoristas com veículo irregular.

Exoneração

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que Caetano respondeu a processo administrativo na Corregedoria da PM e foi exonerado em julho de 2014. A reportagem procurou o advogado do ex-PM, Abelardo Júlio da Rocha, mas ele não retornou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um dos executivos apontados como operadores de offshores do chamado "departamento de propina" da Odebrecht disse em depoimento à força-tarefa da Lava Jato que a empreiteira controlou 42 contas offshores no exterior, sendo que a maior parte delas foi criada após aquisição da filial de um banco, o Meinl Bank Antigua, no fim de 2010.

Vinícius Veiga Borin citou em delação premiada transferências "suspeitas" das contas associadas à Odebrecht que somam ao menos US$ 132 milhões. O delator é o primeiro a falar em detalhes sobre as transações internacionais do grupo por meio de offshores.

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Borin trabalhou em São Paulo na área comercial do Antigua Overseas Bank (AOB), entre 2006 e 2010. Ele e outros ex-executivos do AOB se associaram a Fernando Migliaccio e Luiz Eduardo Soares, então executivos do Departamento de Operações Estruturadas - nome oficial da central de propinas da empreiteira, segundo a Lava Jato - da Odebrecht para adquirir a filial desativada do Meinl Bank, de Viena, em Antígua, um paraíso fiscal no Caribe.

A aquisição envolveu ainda Olívio Rodrigues Júnior, responsável por intermediar a abertura das contas para a empreiteira no AOB. A participação de 51% da filial da instituição financeira em Antígua foi adquirida, segundo o relato, por US$ 3 milhões mais quatro parcelas anuais de US$ 246 mil. Ao final da negociação, o grupo passou a ter 67% do Meinl Bank Antígua.

Homologação

A Procuradoria da República no Paraná pediu na sexta-feira ao juiz federal Sérgio Moro que homologue a delação premiada de Borin e de outros dois executivos do AOB: Luiz Augusto França e Marcos Pereira de Sousa Bilinski. Somente Borin prestou depoimento.

O Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht foi alvo da 23.ª etapa da Lava Jato, que levou à prisão do marqueteiro João Santana, sua mulher e sócia, Mônica Moura, além do próprio Borin. Foi a partir da Operação Acarajé - assim batizada em referência a um dos nomes usados nas planilhas da contabilidade paralela da Odebrecht para propinas - que a força-tarefa da Lava Jato chegou ao núcleo dos pagamentos ilícitos da empreiteira.

As revelações foram feitas principalmente pela funcionária Maria Lúcia Guimarães Tavares, a primeira do grupo empresarial a colaborar com as investigações. Atualmente, executivos da Odebrecht e o empreiteiro Marcelo Odebrecht negociam uma delação premiada com a Lava Jato.

Entre as contas offshores citadas por Borin estão a Klienfeld, a Innovation e a Magna, que fizeram depósitos na conta offshore Shellbill Finance, apontada como de propriedade de Santana, na Suíça, no valor de US$ 16,6 milhões, segundo o delator.

Representante

Borin afirmou que o banco AOB começou a operar contas para a Odebrecht a partir de um pedido de Olívio Rodrigues, que se disse representante da empreiteira e interessado em abrir contas no banco para movimentar recursos referentes a obras no exterior.

Ele afirmou ainda que acredita que os recursos movimentados em grande parte pelas contras associadas à Odebrecht "eram ilícitos" ou não se referiam a pagamentos de fornecedores ou "relativos a obras da companhia".

Conforme o delator, com a aquisição do banco, seu grupo e o dos executivos da Odebrecht passaram a dividir uma comissão de 2% sobre cada entrada de valor nas contas das offshores controladas por Olívio. Da porcentagem, 0,5% ia para os três ex-executivos do AOB, 0,5% para a sede do banco em Viena e 1% para Olívio, Soares e Migliaccio.

A aquisição, segundo Borin, inicialmente envolveu também Vanuê Faria, sobrinho do controlador do Grupo Petrópolis Valter Faria, que, de acordo com o delator, teve cerca de US$ 50 milhões nas contas que mantinha no AOB bloqueados com a liquidação do banco. Entre o fim de 2011 e 2012, Vanuê vendeu sua participação.

No depoimento, o delator disse que nunca teve contatos com Marcelo Odebrecht ou outros executivos do grupo além dos citados. Borin afirmou que Migliacio e Felipe Montoro, outro representante da Odebrecht, sugeriram no ano passado que ele e os outros sócios no Meinl Bank deixassem o Brasil em razão do avanço da Lava Jato. Segundo o delator, citaram Antígua, Portugal e República Dominicana e chegaram a pedir um plano de gastos com a mudança.

"Que Felipe Montoro e Migliacio tinham uma grande preocupação com os documentos do Meinl Bank, tendo aventado a possibilidade de comprarem o banco e o encerrarem em seguida para ‘sumirem’ com a documentação", diz trecho do depoimento.

Olívio está preso e é réu na Lava Jato. Luiz Eduardo Soares também cumpre prisão preventiva no Paraná. Ambos respondem por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro na Lava Jato por pagamentos da empreiteira no exterior e em espécie no Brasil para Santana e sua mulher. Migliaccio está preso na Suíça e responde a processo no país europeu.

Defesas

Procurada pela reportagem, a Odebrecht informou, por meio de sua assessoria, que não iria se pronunciar sobre o depoimento. O advogado Fabio Tofic, que defende Santana, informou que só vai se manifestar sobre o caso perante a Justiça. As defesas de Olívio Rodrigues, de Valter Faria e Vanuê Faria não foram localizadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Tornado público nessa sexta (17), o inquérito aberto contra o ex-ministro Edinho Silva (PT) trouxe outras informações até então desconhecidas e que colocam o nome do pernambucano Mendonça Filho, atual ministro da educação, no rol dos investigados pela Procuradoria Geral da República (PGR). Segundo Rodrigo Janot, há indícios de que o ex-deputado teria recebido propina no valor de R$ 100 mil, proveniente da UTC Engenharia. Através de nota, o ministro negou ter recebido qualquer doação da empresa.

A suspeita do procurador geral da república está baseada em uma interceptação de mensagem de celular do ex-diretor da UTC, Walmir Pinheiro Santana, um dos que fizeram acordo de delação premiada no âmbito da operação Lava Jato. "Foram encontrados indícios de possível recebimento de propina por parte do deputado federal José Mendonça Bezerra Filho, do DEM/PE, consistente em imagem arquivada em um dos celulares apreendidos em poder de Walmir Pinheiro, compatível com folha impressa identificando o partido Democratas e informando dados bancários de uma conta para doações de campanha eleitoral para o ano de 2014, havendo manuscrito de R$ 100.000,00 (cem mil reais) e do nome do dep. Mendonça Filho, além de registro impresso do tesoureiro do partido, Romero Azevedo", escreveu Janot no pedido de investigação encaminhado ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.

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O procurador diz ainda que é "curioso observar" que, na prestação de contas do agora ministro, há registro de doação de R$ 100 mil da Odebrecht e da Queiroz Galvão. Janot observou também que a UTC doou R$ 100 mil ao diretório nacional do DEM em 5 de setembro de 2014 e outros R$ 100 mil em 5 de agosto de 2014.

Reação - O ministro da educação, Mendonça Filho, reagiu diante da informação divulgada. Em nota, Mendonça Filho afirma que "não recebeu doação da UTC", mas que foi procurado pela empresa, por interlocutores, que lhe ofereceu uma doação legal. No entanto, o pernambucano afirma que não aceitou e pediu que a empresa procurasse o seu partido, Democratas, onde a doação foi recebida e, segundo ele, registrada na prestação de contas junto à justiça eleitoral.

Ainda na nota, Mendonça afirmou que recebeu doações da Queiroz Galvão e da Odebrecht, mas de forma legal e devidamente registradas. "Quem tiver dúvidas, pode consultar no site a prestação de contas do Democratas de 2015", finalizou.

O presidente em exercício Michel Temer (PMDB) rebateu, nesta quinta-feira (16), as afirmações do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, de que ele teria pedido propina para financiar a campanha de Gabriel Chalita a prefeito de São Paulo em 2012. Em pronunciamento, no Palácio do Planalto, Temer classificou a delação premiada de Machado como “irresponsável, leviana, mentirosa e criminosa”. 

“Não deixarei passar em branco essas afirmações levianas que acabo de mencionar. Falo com palavras indignadas, para registrar mais uma vez que esta leviandade não pode permanecer”, pontuou o peemedebista, dizendo que a moralidade dele está acima do cargo que exerça ou venha a exercer.

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No depoimento, Sérgio Machado diz que se encontrou com Michel Temer na Base Aérea de Brasília em setembro de 2012 e que a conversa com o presidente interino “deixava claro que o que Michel Temer estava ajustando com o depoente era que este solicitasse recursos ilícitos das empresas que tinham contratos com a Transpetro, na forma de doação oficial para a campanha de Chalita”. 

Segundo o ex-presidente da Transpetro, o peemedebista estava com “dificuldades financeiras” para bancar a campanha. Para sanar o problema, Machado facilitou a doação de R$1,5 milhão em propina por meio de doação legal da empresa Queiroz Galvão.

Durante o pronunciamento, Michel Temer garantiu estar sóbrio, “como convém a alguém que neste momento conduz o país”. “Alguém que teria cometido não teria condições de presidir o país”, frisou. "No instante em que estamos fazendo um esforço extraordinário, surge um fato leviano como esse que pode embaraçar a atividade governamental. Mas quero registrar, nada embaraçará nossa missão... Nada impedirá que nós continuemos a trabalhar em prol do Brasil e do povo brasileiro”, acrescentou.

O peemedebista ainda elencou as ações que está praticando para “tirar o país da crise profunda” que encontrou e garantiu que se outras delações vierem a citar seu nome ele irá a público protestar contra. 

Veja o pronunciamento na íntregra:

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O senador Humberto Costa (PT) afirmou que a delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, pode mudar o cenário do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Senado. Para ele, a citação de que o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) recebeu R$1,5 milhão em propina, por meio da empresa Queiroz Galvão, para ajudar na campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, em 2012, “é de extrema gravidade”.

"É necessário que seja investigada com rigor e que os fatos sejam esclarecidos o mais rápido possível. Os senadores precisam ter clareza sobre o que ocorreu antes de votarem o afastamento definitivo da presidenta Dilma. Essas informações podem influenciar sensivelmente no resultado", estima o petista.

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No depoimento, Machado diz que se encontrou com Temer na Base Aérea de Brasília, em setembro de 2012, e que a conversa que teve com o presidente interino “deixava claro que o que Michel Temer estava ajustando com o depoente era que este solicitasse recursos ilícitos das empresas que tinham contratos com a Transpetro, na forma de doação oficial para a campanha de Chalita”.

As declarações, na avaliação de Humberto Costa, precisam ser aprofundadas. "A confissão de Sérgio Machado foi aceita pela Procuradoria-Geral da República e homologada pelo Supremo Tribunal Federal. É muito consistente e documentada. Não pode ser negligenciada nesse momento, de forma alguma, porque nós precisamos conhecer o grau de envolvimento de Temer nessa ilicitude", destacou o senador.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) é apontada como uma possível beneficiária dos recursos cooptados pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, junto a empresas fornecedoras da empresa. A informação foi divulgada pelo colunista Lauro Jardim, no jornal O Globo. Segundo o texto, o nome da comunista é citado nos autos da delação premiada de Machado, que segue em sigilo na Justiça Federal.

De acordo com a publicação, assim como ocorria com o petista Luiz Sérgio, Jandira pediu ajuda diretamente a Machado e o recurso teria sido da Queiroz Galvão. Nas duas últimas eleições, 2010 e 2014, a deputada recebeu doações oficiais de quatro empresas envolvidas na Lava Jato: UTC, Keppel Fels, Brasfels e Queiroz Galvão.

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Ao menos dois executivos da Andrade Gutierrez, delatores da Operação Lava Jato, apontaram propina aos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Edison Lobão (PMDB-MA). O ex-diretor da empreiteira Clóvis Primo declarou que "com relação aos pagamentos de propinas ajustados com o PMDB", foram feitos repasses correspondentes a 0,5% dos valores das obras da Usina de Angra 3 a Romero Jucá e 0,5% a Lobão.

O senador por Roraima foi ministro do Planejamento, no governo do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) por 12 dias. A divulgação de suas conversas com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado levou à queda de Jucá. No diálogo, o senador peemedebista propõe um "pacto" para acabar com a Lava Jato.

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Um dos anexos da delação de Clóvis Primo traz um capítulo intitulado "pagamento de propinas". Anexo é termo preliminar aos depoimentos frente o Ministério Público Federal.

"Com relação aos pagamentos de propinas ajustados com o PMDB, o colaborador esclarecerá que não foram diretamente ajustados ou realizados por ele, mas mediante pagamentos a intermediários indicados pelo então Ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, realizados em espécie, correspondentes a 0,5% dos valores das obras; e mediante contratos com empresas indicadas pelo senador Romero Jucá que realizavam os repasses a este, também correspondentes a 0,5% dos valores das obras", aponta o anexo.

Clóvis Primo relatou sobre "pagamentos de propinas ajustados com o PT" que não foram diretamente negociados ou realizados por ele, mas sim feitos por meio de "doações ao diretório nacional do partido, tendo sido a interlocução feita por outros executivos da AG".

A Andrade Gutierrez tem 11 executivos como delatores na Lava Jato. O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou no início de abril, 34 termos de colaboração. A empreiteira, que também fechou acordo de leniência, vai pagar multa de R$ 1 bilhão.

O ex-diretor do grupo Flávio Gomes Machado Filho declarou que a partir do momento em que o contrato de Angra 3 entrou em execução, "o assunto passou a ser tratado pela diretoria responsável pelo tema na AG, e a partir daí houve demandas do PMDB e do PT para pagamento de percentuais vinculados ao valor da obra".

"O colaborador relatará que chegou a fazer um pagamento dirigido a Edison Lobão, entregue a um intermediário por ele indicado, em data e local que detalhará posteriormente. E também que foram efetuados pagamentos dirigidos a Romero Jucá, através de canais por este indicados, que serão detalhados e comprovados posteriormente", informa o anexo.

Um terceiro dirigente ligado à empreiteira, o ex-presidente da Andrade Gutierrez Energia Flávio David Barra, relatou que entrou no projeto um pouco antes da licitação da parte de montagem da obra de Angra 3.

"O colaborador também confirmará a existência de doações de campanha vinculadas a percentuais de obra para o PT (representado por João Vaccari, então tesoureiro do partido) e pagamentos para o PMDB, na pessoa de Edison Lobão", afirma o documento.

Defesa

Por meio de nota, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, que defende Romero Jucá e Edison Lobão, afirmou que "todas estas delações não apresentam nenhum rastro de qualquer prova. São acusações desprovidas de qualquer valor".

O vereador de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Denis Alves (PTB), pode ter o mandato cassado por faltar mais de 1/3 das sessões deliberativas da Câmara. Segundo o pedido, de autoria do PSB, o petebista esteve ausente em 30 reuniões, quase o dobro do permitido, e não justificou as faltas. De acordo com informações coletadas pelo Portal LeiaJá, o processo será concluído na próxima semana após o aval do jurídico da Casa.  

A regra é definida pelo artigo 12 do Regimento Interno da Casa, de 2008. Segundo o documento, o parlamentar que deixar de comparecer a 1/3 das sessões ordinárias no ano, salvo em licença ou missão autorizada, poderá perder o mandato. Neste caso, a cassação é decidida pela Mesa Diretora por meio de ofício, a partir da provocação de um vereador ou de partido político representado na Câmara.  

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À reportagem, um dos membros da Mesa Diretora confirmou, em reserva, a quebra do regimento. No entanto, ele pontuou que o andamento do processo de cassação só se deu após uma notificação da instância local do Ministério Público alegando que o colegiado poderia ser punido por prevaricação se omitisse a quebra das regras. 

“Ele teve 30 faltas, sem justificativas, durante o ano. O pedido de cassação é de autoria do PSB e a Mesa Diretora ficou inerte quanto a ele, mas o Ministério Público foi acionado e foi preciso dar andamento ao processo”, revelou a fonte.

Procurado pelo LeiaJá, Denis Alves afirmou que o pedido de cassação é uma retaliação do PSB a fiscalização que fez a gestão do ex-prefeito da cidade e atual presidente da Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe), Ettore Labanca. 

“Ele encaminhou um projeto para a confecção de livros para idosos com um custo de mais de R$ 2 milhões e eu pedi vistas para analisar com profundidade. Derrubaram o meu pedido de vistas e aprovaram na marra, depois disso disseram que iriam cassar o meu mandato”, salientou o petebista. 

Indagado sobre as faltas nas sessões, que justificam o processo, Denis Alves confirmou a ausência. “No Regimento Interno as reuniões têm que ser às 20h e eles por não gostarem da participação da população mudaram para às 10h. Isso ajudou os capachos do ex-prefeito e do prefeito a aprovarem esses projetos assombrosos sem que o povo soubesse. Comecei a faltar de propósito mesmo, para que as normas fossem cumpridas”, cravou. 

O artigo 83 do Regimento confirma a tese do parlamentar, nele diz que “salvo as reuniões solenes, as demais terão duração de três horas, iniciando-se às 20 horas”. 

Denis Alves também acusou o ex-prefeito de barganhar o apoio dos parlamentares com uma espécie de “cargos fantasmas”. “O ex-prefeito acha que é o dono da cidade e ninguém pode ser contra ele. Aqui os vereadores recebem uma propinazinha em forma de cargos, três pessoas fantasmas. Não participei desta prática e por isso me perseguem”, disse. 

O Portal LeiaJá procurou o ex-prefeito de São Lourenço da Mata e presidente Arpe, Ettore Labanca para esclarecer as denúncias, porém ele não atendeu as ligações até o fechamento desta matéria. O contato com presidente da Câmara dos Vereadores, Celso Luiz (PR), também foi sem êxito.   

Os ministérios públicos federal (MPF) e do estado do Ceará (MP-CE) investigam esquema de fraudes na concessão de empréstimos pelo Banco do Nordeste (BNB), cujo prejuízo é estimado em até R$ 1,5 trilhão. No entanto, o andamento das ações judiciais esbarra em entraves nas justiças federal e estadual desde 2013. As informações sobre o andamento das investigações foram prestadas hoje (3) em entrevista coletiva.

Segundo o procurador da República Oscar Costa Filho, o esquema criminoso envolve cerca de dez pessoas. Entre elas, funcionários do banco e pelo menos 11 empresas, em especial do ramo de geração de energia. A prática para concessão dos empréstimos passava pela manipulação da nota de risco das empresas e pela cobrança de propina para a liberação do dinheiro, equivalente a 2,5% do valor concedido.

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Uma dessas empresas, por exemplo, decretou recuperação judicial após receber empréstimo de R$ 96 milhões. Outra, que também faliu, serviu de "laranja" no esquema investigado pela Operação Lava Jato.

“Essencialmente, essas práticas criminosas se davam mediante desobediência sistemática dos normativos internos do banco, no que diz respeito à exigência de garantias confiáveis para fazer com que os empréstimos tivessem uma determinada segurança. São empréstimos que acabaram não sendo pagos”, segundo Costa Filho.

O procurador acrescentou que além de não terem sido pagos, os títulos dos empréstimos também não foram cobrados judicialmente. “Ora, esses créditos não foram cobrados porque eles não foram concedidos para serem pagos”, acredita.

Diante do recebimento de várias denúncias a respeito do esquema, o promotor de Justiça Ricardo Rocha entrou na Justiça do Estado do Ceará, em 2013, com pedido de quebra de sigilo bancário de funcionários do banco, supostamente envolvidos no esquema, mas o pedido foi indeferido um ano depois.

No mês passado, o promotor entrou com nova medida, agora elencando informações de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), finalizada no ano passado, que identificou empréstimos fraudulentos que somam prejuízo de R$ 683 milhões ao Banco do Nordeste. A nova petição registra práticas que vão de 2008 a 2013.

“É um pedido de produção antecipada de provas para que possamos verificar qual caminho esse dinheiro tomou, quem foram os responsáveis pela liberação dos créditos, quem foi que os recebeu, para que possamos entrar com a ação principal e tentar recuperar os valores”, afirmou o promotor.

Na esfera da Justiça federal foram propostas seis ações por improbidade administrativa. Duas foram rejeitadas e, nas outras, o juiz que as analisou determinou que a competência sobre o caso seria da Justiça estadual. O procurador Costa Filho recorreu da decisão. Ele discorda do entendimento do juiz pelo fato de o BnB ser uma sociedade de economia mista, nos moldes da Petrobras, cujas ações da Operação Lava Jato tramitam na Justiça Federal no Paraná.

Os entraves na investigação do esquema fraudulento levaram o procurador e o promotor a decidirem provocar o Superior Tribunal de Justiça (STJ) em busca de definir qual Justiça será responsável pelo caso. “Vamos pedir que o STJ distribua a um relator, para dizer, de maneira provisória, qual Justiça vai processar, até que se defina o mérito, pois não podemos ficar esperando pelos recursos. Inclusive, há risco da prescrição e dilapidação do patrimônio dos acusados para responder pelos danos causados”, de acordo com o promotor.

Em nota, o banco informa que todas as operações que fazem parte do escopo das investigações dos ministérios públicos “já foram ou estão sendo apuradas". Ressalta também que, "sistematicamente, comunica os resultados dos trabalhos aos órgãos de controle”. A instituição salienta ainda que “adota todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis” tão logo identifica irregularidades.

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