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A Comic Con Experience (CCXP) confirmou, nesta segunda-feira (19), a presença quadrinistas famosos em seus painéis de entrevistados na categoria Artists’ Valley. São eles J. M. DeMatteis, Jon J Muth, Sara Pichelli e Fido Nesti.

O norte-americano DeMatteis é um roteirista conhecido pela popular HQ "Homem-Aranha: A Última Caçada de Kraven" (1987) e por uma das mais aclamadas fases de "Liga da Justiça". Na televisão, trabalhou nos roteiros das séries "Earth: Final Conflict" (1997) e assinou roteiros dos desenhos "Liga da Justiça Sem Limites", "Scooby-Doo" e "ThunderCats".

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Os trabalhos mais recentes de DeMatteis são os roteiros das animações "Batman: Bad Blood" (2016), "Liga da Justiça Sombria" (2017) e "Constantine: City of Demons" (2018).

DeMatteis também é autor dos quadrinhos "Moonshadow", assinado ao lado de J Muth, que também está confirmado para o festival. Durante o evento, os quadrinistas vão promover o relançamento da obra em parceria com a editora Pipoca&Nanquim.

J Muth é responsável pelas ilustrações dos quadrinhos de "Sandman: Despertar" (1997), "Wolverine & Destrutor: Fusão" (1988) e "Os Novos Mutantes" (1982). Além disso, é vencedor do Oscar por seu trabalho em "The Mystery Play" (1994).

Já a quadrinista italiana Sara Pichelli, uma das cocriadoras do personagem Miles Morales, sucessor do herói Peter Parker, atua como quadrinista da editora Marvel Comics desde 2008 e já trabalhou nas HQs "X-Men" e "Os Eternos". Seu mais recente trabalho é uma minissérie de Homem-Aranha, que foi coescrita com o diretor de cinema J. J. Abrams.

O último confirmado pelo evento foi o ilustrador brasileiro Fido Nesti, que tem seus trabalhos expostos no jornal Folha de São Paulo e na revista New Yoker. A participação no festival será uma parceria com a editora Quadrinhos na Cia, e o artista falará sobre a adaptação em quadrinhos do livro "1984", publicado em 1949 por George Orwell (1903-1950).

A CCXP Worlds acontece de 4 a 6 de dezembro no formato virtual, devido a pandemia do coronavírus (Covid-19). O festival pode ser acessado de maneira gratuita ou por meio da compra de ingressos, que oferecem vantagens de acordo com a categoria escolhida.

No Brasil, diversos profissionais dos quadrinhos tentam emplacar suas histórias no concorrido mercado do entretenimento. Muitos carregam referências das revistas americanas, as HQs, e dos quadrinhos japoneses, os mangás. É o caso do ator e quadrinista Elyan Lopes, 37 anos, de Niterói (RJ), que se inspira nos personagens de "Os Cavaleiros do Zodiaco", no conceito da jornada do herói e, para se aproximar do público brasileiro, busca ideias em novelas antigas.

A principal obra de Lopes é a HQ "Alfa – A Primeira Ordem". A história é ambientada em diversos locais do Brasil, como o bairro da Lapa (SP) e no Congresso Nacional, em Brasília. "É uma ficção e homenagem às clássicas histórias de superação não só brasileiras, mas universais", conta o quadrinista.

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Assim como em todos os setores do entretenimento, o trabalho de um quadrinista vem acompanhado por inúmeros desafios, e o segmento de super-heróis nacionais é encarado por vários brasileiros com preconceito. "Quadrinhos sofrem principalmente com distribuição, a força vem do amor e dedicação por intermédio das publicações independentes que a duros percalços são motivos de muito orgulho", relata Lopes. "Felizmente temos tido iniciativas louváveis por parte dos sites de financiamentos coletivos, como o Catarse", complementa.

O ator e quadrinista Elyan Lopes | Foto: Arquivo Pessoal

Para incentivar a produção de quadrinhos nacionais, Lopes criou um canal no YouTube que aborda o tema, onde entrevista quadrinistas e divulga os lançamentos. Outra iniciativa do artista, foi a criação do Dia do Super-Herói Brasileiro, que ele espera colocar no calendário nacional para celebrar os autores e suas obras.

A mão do editor

Atualmente, algumas distribuidoras apostam no material nacional, entre elas, a Editora Kimera, de Niterói (RJ). "Acredito que estamos vivendo o melhor período desde os anos 1990, quando, perambulando por qualquer banca de jornal, pipocavam títulos independentes e existiam muitas pequenas editoras publicando de tudo, desde super-heróis, álbuns de figurinha e HQs de sátiras a cartuns infantis", comenta o quadrinista e CEO da editora, Vanderlei Sadrack.

Muitos personagens conhecidos dos quadrinhos migraram para outras mídias, como animação, série e cinema, o que contribuiu para despertar o interesse do público nas publicações. "Consequentemente pegamos carona nesta onda, produzimos e consumimos muitas HQs nacionais", detalha o CEO.

Distribuir revistas no Brasil, tem sido um grande desafio. Por isso, a Edirora Kimera decidiu apostar em vendas online e na divulgação em redes sociais. "Com isso diminuímos o investimento inicial e aumentamos a produção de novos títulos. Esse modelo de vendas vem atendendo todo o território brasileiro", complementa Sadrack.

Atualmente, a Editora Kimera é responsável por distribuir as HQs brasileiras "Alfa – A Primeira Ordem", "Dragões do Futuro", "Bombeiro Mascarado" e "Timerman".

 

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Muitos são aqueles que enxergam o universo dos quadrinhos como sendo 'coisa de nerd'. Para tantos outros, esse tipo de literatura é restrita às crianças, que consomem as 'revistinhas'. Mas, aqueles que fazem parte e se assumem fãs das HQ's discordam dessas opiniões e garantem que os quadrinhos são bem mais democráticos do que podem parecer.

Thony Sillas é quadrinista e, além de produzir, consome muitas HQ's. Ele garante que os quadrinhos são ferramenta imprescindível pra quem quer aumentar seu universo: "Esse preconceito acaba quando você passa a ler e vê que são pessoas escrevendo. E o que as pessoas mais querem? É aprender com outras pessoas. Quadrinho é comunicação de seres humanos para seres humanos". O leitor Lucas Rigaud endossa Sillas: "O quadrinho pode chamar a atenção de qualquer tipo de gente porque ele envolve todos os temas como cultura, esporte, política. É um mercado que pode atrair crianças, idosos, adultos, todos".

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Para Bento Gomes, fã dos HQ's, eles são uma oportunidade de dialogar com outros tipos de cultura: "É uma mídia que está interligada com o cinema e a literatura, é muito importante". O leitor acredita que há uma falta de informação a respeito: "Existe o preconceito, aquela galera que não conhece esse universo, não se familiariza e fica criando estereótipos". Mas Orlando Oliveira, o Odin, que vende quadrinhos de todo tipo há mais de 40 anos na Banca Guararapes, no centro do Recife, acrescenta taxativo: "Ler quadrinho é você ler um romance, é assistir cinema. É a nona arte. Quadrinho é coisa de todo mundo".

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Luciano Félix, Eduardo Schloesser, Thony Sillas, Nilson Marins, Eron Villar. Estes são os nomes de alguns dos vários roteiristas e ilustradores que estão produzindo a todo vapor em Pernambuco. Os quadrinistas locais estão vendo o mercado crescer e, com ele, as oportunidades que viabilizem o seu trabalho e os leitores também crescem.

O 'boom' no meio aconteceu após a Comic Con Experience, realizada no Recife, em abril de 2017. Segundo Thony Sillas, quadrinista que acabou de lançar o título, A Noiva, foi a partir dali que os profissionais do meio, na cidade, passaram a se organizar no sentido de 'colocar o trabalho na rua': "Dali começou-se a fazer uma agenda. A Bienal também foi outro impulso com o oferecimento de quatro eventos por parte do empresário João Janguiê Diniz". Empolgado, o quadrinista espera que os próximos eventos sejam frutíferos para os quadrinhos pernambucanos: "A gente começar a ter uma agenda fixa é um marco. Estamos todos muito felizes com essa perspectiva".

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A animação de Thony tem uma explicação fácil, fazer a produção local escoar e circular é a maior dificuldade para quem produz quadrinhos. Nilson Marins, desenhista e editor da revista Prismarte, membro da P.A.D.A. (Produtora Artística de Desenhistas Associados) há 30 anos, confirma isso mas  revela que o mercado em melhorado: "Com a abertura desses 'becos de artista' que estão surgindo os autores ficam contentes. Quando chegam nas feiras os meninos escoam os produtos deles".

Mão na Massa

Os quadrinistas locais estão se juntando para fazer acontecer. Muitos deles, como Adriano dos Anjos, produz de forma artesanal, na própria impressora multifuncional da casa dele. Criador do selo Brabo Magazine, o quadrinista e ilustrador tem aproveitado o aumento de feiras e espaços para as HQ's para oferecer sua produção: "Tendo espaço você tem como divulgar o seu trabalho. Tem que botar a cara", diz. Israel Pereira, criador do High Power, um super-herói brasileiro que "tira sarro dos heróis americanos", concorda que com visibilidade o trabalho flui: "A gente tem que mostrar que a gente é bom também, tanto quanto aqueles que já são famosos".

O público tem aprovado a produção local e tem prestigiado os quadrinhos pernambucanos. Prova disso foi o sucesso do Espaço Geek, na última Bienal do Livro de Pernambuco, e da quarta edição da Feira Asgardiana, realizada neste sábado (21), na Avenida Guararapes. Para o ilustrador Rafael Patrício, atrair o público é tarefa fácil: "Só falar em quadrinhos que a galera corre atrás".  

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Se engana quem pensa que quadrinhos são coisas só para meninos. É grande o número de mulheres que produzem HQ’s no Brasil e, sobretudo, grande é o número de meninas que os consomem. E, para derrubar uma cultura ainda machista que ronda esse mercado, e produzir conteúdo com o qual elas possam se identificar, muitas são aquelas que trabalham a favor desse movimento. A editora da Marvel, Carol Pimentel, é uma delas. Ela esteve na 11ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco neste sábado (14) e falou ao LeiaJá.com sobre mudança de paradigmas e abertura de nichos.

Trabalhando há quatro anos na editoria da Marvel, Carol é a única mulher numa equipe de 16 homens. Ela garante não ter problemas em seu local de trabalho mas revela que o mercado dos quadrinhos ainda é muito machista. “A gente precisa abrir esse mercado para as mulheres. Eu carrego essa bandeira. Quero que venham mais meninas, que abram a quantidade de títulos pra que a gente possa publicar”, diz. Ela comenta que a visibilidade do mercado feminino ainda é pouca e que é necessário aumentá-la para que este ganhe mais força e fala da alegria em ver o crescimento do público feminino: “Quando a gente descobre que elas não estão indo só acompanhar o namorado, que elas estão indo buscar independente e que têm títulos sendo feitos só pra elas, isso é maravilhoso”.

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E é pensando em somar esforços que vários coletivos de mulheres quadrinistas têm se formado por todo o país com muito conteúdo sendo produzido. Esse aumento de produção e de consumo por parte das garotas está começando a chamar atenção das grandes editoras: “Está abrindo o nicho e as grandes editoras também estão tentando. Ainda é ínfimo, mas está havendo um movimento”. Ela lista alguns títulos da editora em que trabalha que têm feito sucesso como a Capitã Marvel, que vem encabeçando a Guerra Civil 2, e a  A Mulher Aranha que, inclusive, apareceu grávida e, depois, tendo de lidar com as tarefas da maternidade e da super-heroína ao mesmo tempo. “Quantas mulheres fazem isso o tempo todo?”, observa Carol demonstrando o quão importante é a representatividade.

Independente

Trabalhando de forma independente, várias meninas, através de coletivos, têm conseguido espaço no meio e, também, leitoras. A própria Carol prepara um projeto pessoal chamado Point of View. Em parceria com a Lady’s Comics, site de quadrinhos feitos por mulheres, ela pretende lançar, semanalmente, uma tira: “É um guia de visita para quem vai pra São Paulo meio sem grana. É  um olhar feminino de como ver a cidade”, conta. O projeto conta com o roteiro de Carol e ilustrações de Germana Viana.

 

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Os quadrinhos são a porta de entrada para o mundo da leitura para muitas pessoas, sobretudo crianças. O mercado nacional de HQs demonstra grande potencial e isso pôde ser visto na quantidade de interessados em ouvir os profissionais da área e colecionadores num debate sobre a importância e o desenvolvimento deste nicho durante o penúltimo dia da 11ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, neste sábado (14).

Para falar sobre o assunto, foram convidados Carol Pimentel, editora da Marvel, o ilustrador pernambucano Thony Silas e o roteirista Eron Villar, ambos da UEON Productions, além do empresário e colecionador de quadrinhos, João Janguiê Diniz. Eles falaram sobre a necessidade de visibilidade para este mercado além dos esforços dos profissionais independentes da área.

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Carol explicou como as editoras têm se esforçado para trabalhar em função dos novos consumidores: “A gente entende que o mercado consumidor de livros é diferente do mercado consumidor de quadrinhos”. E revelou que é preciso ter um cuidado com o leitor, por isso, os quadrinistas de hoje se preocupam em trazer temas da atualidade. Dessa maneira, houve um aumento de quadrinhos voltados para o público feminino e a editora foi categórica ao afirmar que estes “são os títulos que estão vendendo melhor”.

O ilustrador Thony Silas falou, também, sobre as dificuldades em se produzir quadrinhos no país: “É preciso ter muita clareza e responsabilidade com o leitor além de muita visão e organização. Parcerias também são importantes”, disse. O colecionador João Janguiê Diniz também falou sobre o cuidado que os consumidores necessitam: “As editoras precisam entender que não se pode deixar o leitor de qualquer maneira. É preciso ter respeito com os colecionadores que acabam órfãos quando são retirados títulos que ‘não deram certo’.”

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Visibilidade

A necessidade de abrir espaços para os quadrinhos e quadrinistas brasileiros também foi bastante discutida durante o debate. Thony Silas falou da necessidade da criação de uma agenda de eventos anuais para que os profissionais da área possam colocar seus trabalhos na vitrine: “Falta espaço para o quadrinista nacional”, lamentou. João Janguiê Diniz concordou e colocou-se à disposição para ajudar nessa pauta: “Faço questão de abrir espaço em eventos que realizo aqui mesmo no centro de Convenções para que vocês possam mostrar seu trabalho”. O público aprovou e aplaudiu bastante.

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A XI Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, que será realizada entre os dias 6 e 15 de outubro, promete movimentar diversas tribos e uma delas é a dos admiradores da cultura pop. A feira terá um espaço exclusivo para que quadrinistas independentes apresentem o seu trabalho, o Artists' Alley. Os interessados para participar do evento têm até o próximo domingo (10) para se inscrever.

Artists' Alley pretende reunir um grupo expressivo com trabalhos novos e interessantes para que possam dividir sua experiência com os visitantes da Bienal. Este formato de compartilhamento de produções começou na Comic Com de San Diego, nos Estados Unidos, e configura-se no formato de mesas em linha reta na qual os artistas deixam seus trabalhos expostos para o público conferir. Também são colocados à mostra produtos para comercialização.

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Os quadrinistas interessados em participar podem se inscrever, até o próximo domingo (10), através do site da Bienal. A relação dos selecionados será anunciada no dia 15 de setembro. Os aprovados serão comunicados pela organização do evento por e-mail. 

Em homenagem ao Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos, dia 30 de janeiro, o Shopping Guararapes preparou uma programação especial para os fãs e profissionais da área. A primeira 'Expocomics Guararapes', que será realizada no corredor dos cinemas com exposições e bate papo com a equipe do blog Geek Café.  A mostra tem início nesta segunda-feira (26) e segue até o dia 31 homenageando os quadrinistas, cartunistas e chargistas pernambucanos.

O Shopping convidou o colecionador Filipe Lira, da Fênix Comic Shop, para expor quadrinhos raros e edições históricas de diversos personagens como Homem-Aranha, Capitão América, Cavaleiros do Zodíaco e até relançamentos de edições raras como a de 1940, do Batman, entre outros.

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Com o intuito de reforçar a importância do trabalho e a diversidade dos quadrinhos, nomes como Jarbas Domingos, Bruno Alves e Romo Oliveira, Luciano Felix, Rafael Anderson, Thony Silas, Wamberto Nicomedes, Milton Estevam, Amaro Braga, Danielle Jaimes, Roberta Cirne, Laerte Silvino, Eduardo Schloesser e Rodrigo Acioli estarão presentes no evento e vão expor seus quadrinhos. No local, também haverá um lounge para que os visitantes e amantes da arte dos quadrinhos possam manusear alguns gibis e conhecer mais sobre as obras.

No dia 31 de janeiro, às 14h a equipe do Geek Café terá uma conversa com o público sobre o 'A história do quadrinho nacional', com Bruno Alves e Murilo Lima. A programação segue com mais duas mesas temáticas sobre 'Publicando quadrinhos no Brasil: algumas experiências', com Luciano Félix e Laerte Silvino e outra com Thony Silas sobre Quadrinistas brasileiros no exterior.

Serviço

Expocomics Guararapes

Segunda (26) até sábado (31)

Shopping Guararapes (Av. Barreto de Menezes, 800, Piedade, Jaboatão dos Guararapes)

Gratuito

3127 1999

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