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Neste domingo (17), o Google homenageia o cartunista Quino, criador da Mafalda, que comemoraria 90 anos. O argentino morreu após sofrer um Acidente Vascular Cerebral, em setembro de 2020. 

O Doodle do dia traz uma caricatura do artista em preto e branco, como se tivesse sido confecionado em nanquim. Joaquín Salvador Lavado, o Quino, começou as tirinhas de Mafalda na década de 60 e passou a publicá-las em 64.

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As histórias que a personagem compartilha com os amigos e seus questionamentos rodaram o mundo e foram traduzidos em 30 idiomas. Com milhões de exemplares comercializados internacionalmente, Mafalda se tornou um símbolo argentino e ganhou um monumento em Buenos Aires.

O canal National Geographic anunciou a série documental "Voltar a Ler Mafalda", que retrata a clássica personagem de quadrinhos criada pelo cartunista argentino Quino (1932-2020). A produção estará no catálogo do Disney+, que tem os direitos de transmissão da NetGeo. Acompanhe o teaser:

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Os quadrinhos de Mafalda se destacaram por apresentarem a visão crítica de Quino a respeito da política da Argentina e das influências imperialistas que o país sofria dos Estados Unidos. A personagem completou 56 anos em 2020, e no dia seguinte ao aniversário de Mafalda, em 30 de setembro, o cartunista Quino morreu.

"Voltar a Ler Mafalda" ainda não tem data de estreia.

O criador da “Turma da Mônica”, Mauricio de Sousa, publicou em seu Twitter uma homenagem ao cartunista Joaquín Tejón, conhecido como Quino, "pai" da personagem “Mafalda”. Quino morreu ontem aos 88 anos.

“O amigo Quino está agora desenhando pelo universo com aqueles traços lindos e com um humor certeiro como sempre fez”, disse Sousa, e lembra que Mafalda foi criada no mesmo ano em que a Mônica, em 1963, porém a personagem de Quino só daria as caras nas tirinhas em 1964.

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Sousa também compartilhou uma foto dele ao lado de Quino e um desenho que mostra um encontro entre Mônica e Mafalda, onde a personagem brasileira entrega seu coelho Sansão à menina argentina.

Os dois cartunistas se encontraram em 2015 em Buenos Aires, no Centro Cultural Brasil-Argentina, e o desenho foi um presente de Souza para Quino, em homenagem aos 50 anos das duas personagens.

“Uma pessoa dócil e um dos maiores desenhistas de humor de todos os tempos. Quino vive agora mais forte dentro de nós”, afirmou Mauricio.

O cartunista argentino morreu um dia após o aniversário de 56 anos de sua personagem Mafalda.

Nesta quarta (30), o mundo dos quadrinhos perdeu um de seus grandes nomes. O cartunista Quino, criador da célebre personagem Mafalda, faleceu aos 88 anos. A morte foi confirmada pelo editor do artista, Daniel Divinsky, pelo Twitter.

Sem dar informações detalhadas, Daniel publicou uma mensagem informando sobre o falecimento do cartunista. “Quino morreu. Todas as pessoas boas no país e no mundo vão chorar por isso”. Em apenas uma hora, o tweet já tinha mais de quatro mil curtidas e mil compartilhamentos. 

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Quino foi o criador de quadrinhos de língua espanhola mais traduzidos em todo o mundo e sua personagem Mafalda, garantiu-lhe sucesso por mais de meio século. Curiosamente, o criador da garotinha contestadora parte apenas um dia depois do ‘aniversário’ de 56 anos dela. 

Na data de hoje (29), comemoram-se os 56 anos da personagem Mafalda, criação do cartunista argentino Joaquín Tejón, também conhecido pelo nome artístico Quino. A menina, que odeia sopa e se destaca por criticar problemas sociais como desigualdade, racismo e guerra, ao mesmo tempo mantém o ar inocente de criança e acredita em um futuro melhor.

As histórias vividas por Mafalda refletiam o cenário político da Argentina e representavam a visão crítica do autor sobre os acontecimentos da época, como o golpe de estado que o país sofria e a influência imperialista dos Estados Unidos. Os quadrinhos de Mafalda ganharam projeção internacional durante os anos 1970 e começaram a circular em diversos países.

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Além de ter se tornado um ícone cultural, Mafalda também representa uma referência para outros cartunistas. O professor e cartunista Cesar Silva, também conhecido como Cerito, conheceu Mafalda nos anos 1970 e sua primeira impressão foi de estranheza, pois até então estava acostumado com os quadrinhos da Disney e de super-herois.

O cartunista Cerito tem Mafalda como uma de suas influências. Foto: Francisco Ucha

“O humor do Quino quase nunca é engraçado, mas esse estilo perturbador revelou para mim um outro tipo de narrativa possível nos quadrinhos, que logo se ampliou quando descobri outros títulos argentinos”, explica.

Cerito destaca o trabalho do cartunista brasileiro Henrique Filho (1944 – 1988), conhecido como Henfil, como sendo o mais próximo ao estilo de Quino do ponto de vista da crítica social, com a diferença de que o trabalho de Henfil tinha uma veia cômica, além do estilo gráfico diferente.

“O Henfil dava tapas na nossa cara, mas o Quino, com toda sua elegância, era um soco no estômago. Doía muito”, compara.

O cartunista guarda em sua biblioteca cinco volumes da Mafalda publicadas pela Global em 1982, época em que os quadrinhos eram produzidos com arquivos óticos, fotografados, com reduções analógicas. “Os traços são perfeitos. Hoje, com a digitalização, os traços finos do Quino tendem a ficar como escadinhas. Para reproduzir bem a Mafalda tem que usar resoluções bem altas”, comenta Cerito.

Tempos difíceis

Atualmente, os profissionais cartunistas lutam para sobreviver ao difícil mercado. As redações de jornais, que por anos foram clientes desses trabalhadores, hoje também estão em crise e a maior parte removeu de suas publicações as charges e os cartuns. “A maioria dos cartunistas que atuam hoje no país, seja em tiras, seja em charges, seja em caricaturas, está na internet, com seus próprios blogs e perfis nas redes sociais”, aponta Cerito. 

O cartunista lamenta o fato de o trabalho artístico ser desvalorizado no Brasil. “Os cartunistas sempre tiveram que buscar por oportunidades. Muitos hoje estão na área de eventos corporativos, fazendo caricaturas em congressos e feiras”, afirma. 

Outro obstáculo no trabalho do cartunista é a censura por parte dos poderes públicos, o que na opinião de Cerito hoje é pior do que no tempo em que Mafalda foi criada. “Ne época da ditadura, havia milicos nas redações para dizer o que não podia sair nos jornais. Quando alguma coisa passava, o governo mandava recolher nas bancas e ficava por isso mesmo”, lembra. “Hoje é essa covardia. O fulano tem o poder político e econômico do lado dele e quer calar o cartunista na força bruta. Não aceita crítica”, diz.

Assim como Quino fazia com “Mafalda”, Cerito lembra que a função do cartunista é justamente criticar e denunciar. “Ele precisa ser protegido. Na época da ditadura, os jornais protegiam seus colaboradores. Hoje o cartunista fica sozinho”, desabafa.

O mundo de desigualdades, guerras e injustiças que a pequena e mordaz Mafalda não conseguia entender há 50 anos continua atual, o que surpreende e até deprime o criador do famoso quadrinho, o argentino Quino.

O cartunista e humorista gráfico nunca imaginou a transcendência de sua irreverente criatura. Quino imaginava que, nessa era de novas tecnologias, "a garotada perderia o interesse na personagem e ela morreria de maneira natural".

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"Me surpreende que, cada vez, esteja mais atual. Me surpreende e me deprime um pouquinho também, porque quer dizer que (o mundo) não mudou grande coisa", admitiu Joaquín Salvador Lavado, o Quino, em uma videoconferência realizada na Argentina.

Em plena celebração do 50º aniversário de Mafalda, Quino lamenta que, hoje em dia, haja mais gente pobre do que quando sua personagem nasceu, ou que aconteçam coisas "tão preocupantes" como as bárbaras decapitações do grupo jihadista Estado Islâmico.

Aos 82 anos, as preocupações de Quino continuam sendo as mesmas de quando criou essa ingênua e esperta menina, em 1964.

"As ideias que a Mafalda propaga são as minhas, e eu não sou um homem feliz a essa altura, vendo tudo que acontece no mundo (...). Estou bastante amargurado e transmiti à minha personagem as amarguras que eu sinto", explicou o cartunista, entre risos.

"Uma coisa que continua me surpreendendo é que as pessoas me agradecem por tudo que eu dei a elas, e eu não sei muito bem o que eu lhes dei. Sei que fiz algo que tem muita repercussão, mas não sou muito consciente do que eu fiz", afirmou.

Quino tem livros traduzidos para 26 idiomas e milhões de exemplares vendidos no mundo todo.

Viva Mafalda! A menina anticonformista criada por Quino em 1964 completa 50 anos sem perder a atualidade, porque muito do que ela questionava continua sem solução na Argentina e no mundo, afirma seu famoso autor. "Às vezes fico surpreso como algumas tiras desenhadas há mais de 40 anos ainda podem ser aplicadas a questões de hoje", declarou o roteirista e desenhista argentino de 81 anos, em uma entrevista por e-mail à AFP de Madri, onde mora parte do ano.

O restante do tempo ele vive em Buenos Aires. Por motivos de saúde não compareceu ao Festival Internacional de Quadrinhos de Angulema (sudoeste da França), que montou uma exposição em homenagem a Mafalda. Através do olhar crítico da menina de classe média, Quino apresentou a própria visão anticonformista do mundo. Não gosta de futebol - diz que não entende - e que foi apenas duas vezes a um estádio. Mafalda não gosta de sopa e critica o mundo dos adultos.

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Seus temas favoritos são os problemas econômicos e sociais, as desigualdades, a injustiça, a corrupção, a guerra e o meio ambiente. "Sem ir muito longe, ano passado saiu na Itália um livro sobre Mafalda. O mais incrível é como muitas histórias pareciam fazer referência direta à campanha de Berlusconi", comenta.

Revanche imediata

Há exposições previstas na Argentina, Itália, Espanha, Canadá e México sobre Mafalda e os 60 anos de carreira de seu autor, cujo nome verdadeiro é Joaquín Salvador Lavado Tejón, nascido em 17 de julho de 1932 em Mendoza (oeste da Argentina). Desde o primeiro álbum, Mundo Quino, publicado em 1963, é considerado um dos principais humoristas gráficos do país.

Mas foi a pequena menina de cabelo preto e fita vermelha que o levou à fama em 1964. Quino havia esboçado a personagem um ano antes, em uma tira de publicidade de uma marca de eletrodomésticos que não prosperou. "Adaptei a tira. Como não tinha que elogiar as virtudes de nenhum aspirador, a fiz reclamar, carrancuda. Foi uma revanche imediata".

Quino fazia desenhos cheios de humor e poesia 11 anos antes de criar Mafalda e continuou nesta área depois de encerrar as aventuras da popular personagem em 1973.

Sem censura

Depois veio o exílio em Milão em 1976, com o golpe militar, o pior momento de sua vida. "A pátria significa juventude, portanto o fato de estar longe tornou meu humor um pouco menos vivaz, mas talvez algo mais profundo".

Segundo o desenhista, durante a ditadura "Mafalda não foi censurada". "Acredito que porque a arte das tiras era considerada um gênero menor, que não representava uma ameaça como voz histórica. Os desenhos não aparentavam ser uma arte altamente intelectual e eram percebidos como entretenimento". Quino explica que acabou com a série porque "estava cansado de fazer sempre a mesma coisa".

"A decisão passou até por áreas conjugais, porque minha mulher estava chateada de não saber se podíamos ir ao cinema, convidar pessoas para jantar, porque eu ficava até as 10 da noite com as tiras". "Além disso, era muito difícil não repetir. Quando não tinha mais ideia, recorria a Manolito ou a Susanita, que eram os mais fáceis. Se tivesse continuado, os mais ricos eram Miguelito e Libertad".

"Havia um professor da minha geração, Oski, e ele nos disse que nunca tivéssemos um personagem fixo. E que se tivéssemos, deveríamos pegar a tira e tapar o último quadrinho com a mão. Se o leitor adivinhasse como terminaria, deveríamos parar de fazê-lo. Me pareceu um bom momento e não imaginei que 40 anos depois continuaria vigente".

Mafalda é muito famosa em vários países e Quino diz que fica surpreso com o fato de ser uma das 10 figuras argentinas mais famosas do século XX. "Acredito que a temática é comum a todos os grupos familiares humanos, estejam na China, na Finlândia ou na América Latina". Alguns comparam a menina argentina de classe média a Charlie Brown, personagem criado pelo americano Charles Schulz. Para Quino, "Mafalda pertence a um país denso de contrastes sociais, que apesar de tudo queria integrá-la e fazê-la feliz, mas ela se nega e rejeita todas as ofertas".

"Charlie Brown vive em um universo infantil próprio, do qual estão rigorosamente excluídos os adultos, com a diferença de que as crianças querem virar adultos. Mafalda vive em um contínuo diálogo com o mundo adulto, mas o rejeita, reivindicando o direito de continuar sendo uma criança".

De acordo com o autor, "Schulz criou personagens antipáticos, simpáticos, bons, maus, invejosos e isto foi uma revolução. Eu peguei bastante dele, mas como não sou americano fiz uma adaptação muito argentina da coisa". Ao ser questionado sobre como vê a Argentina e o mundo de hoje, Quino mantém a postura. "Nossa obrigação é acreditar que o futuro vai ser melhor, mas no fundo sabemos que tudo continuará sendo como até agora".

A ministra da Cultura da França, Aurelie Filippetti, condecorou neste sábado o cartunista argentino Quino com a medalha de Oficial da Ordem das Artes e das Letras, enquanto acontece o salão do livro para jovens e crianças de Montreuil, próximo a Paris.

"Toda a França o conhece e o ama (...) Mafalda faz parte de nossa vida (...) Essa menina está inscrita para sempre em nossa existência, em nosso imaginário", declarou a ministra ao prestar a homenagem.

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Filipetti destacou que, através da personagem Mafalda, Quino sempre "expressou verdades, entre elas a necessidade absoluta de liberdade, o respeito da liberdade, o exercício permanente dela frente a todas as ditaduras, frente às ordens impostas, às negações da livre vontade".

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