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A Polícia Federal (PF) pediu nesta terça-feira, 30, ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra dos sigilos bancário e fiscal do deputado André Janones (Avante-MG) no inquérito que investiga se ele operou um esquema de rachadinha.

Procurado pelo Estadão, ele não comentou o movimento da PF. Janones tem reiterado que a investigação do caso pelas autoridades competentes é o único caminho para provar que é inocente. Nas redes sociais, disse que já colocou as contas à disposição dos investigadores.

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O delegado Roberto Santos Costa, que conduz a investigação, pediu para analisar as movimentações financeiras do deputado entre janeiro de 2019, quando ele assumiu o primeiro mandato na Câmara, e janeiro de 2024. O pedido também alcança seis assessores de Janones.

O delegado argumenta que não há outra alternativa para "elucidar" o caso. "Em investigações dessa natureza, em especial quando envolve a prática da 'rachadinha', em que normalmente são realizados saques e depósitos em espécie, conhecer o fluxo financeiro dos envolvidos é fundamental."

Cabe ao ministro Luiz Fux, relator do caso, decidir se autoriza ou não a devassa nas contas de Janones e de seus auxiliares.

A "rachadinha" é a prática ilegal de repasse de salários de funcionários, sobretudo em cargos comissionados, para o político ou partido que o empregou.

PF vê contradição em depoimentos de assessores e aponta indícios de rachadinha

O deputado foi arrastado para o centro de suspeitas de corrupção depois que vieram a público áudios em que ele pede doações de assessores para compensar gastos de campanha. Para a PF, a gravação já é um indício do crime de corrupção passiva. O objetivo agora é verificar se os repasses de fato aconteceram.

"As diligências concluídas até o momento sugerem a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do deputado", afirma a Polícia Federal no pedido enviado ao STF.

Os assessores de Janones já foram ouvidos pela PF. Eles disseram que a gravação está fora de contexto e negaram a devolução dos salários, mas a Polícia Federal viu "inconsistências" e "contradições" nos depoimentos.

"É crucial considerar que todos os assessores investigados ainda mantêm vínculos com o deputado federal André Janones, dependendo de seus cargos ou para a sua sobrevivência política ou para a sua subsistência", destacou a PF.

Alguns auxiliares relataram, por exemplo, que o deputado pediu doações para uma "caixinha espontânea" que seria usada cobrir despesas de campanha de assessores que viessem a se candidatar. Outros narraram que advogadas aconselharam Janones a abandonar a ideia.

O Ministério Público do Distrito Federal (MPF-DF) abre um inquérito para apurar ato de improbidade administrativa cometido pelo deputado André Janones (Avante) por suposta prática de 'rachadinha'. A ação, junto ao MPF, é a segunda sobre o caso envolvendo o parlamentar, que nega as acusações. Na última sexta-feira (12), Janones falou sobre as causações na rede social X, antigo Twitter. 

"Já que a imprensa esconde, peço que me ajudem a divulgar: Acabei de receber do meu advogado a notícia de que todos os assessores e ex-assessores envolvidos nas denúncias de rachadinha (inclusive os que me denunciaram), concluíram os seus depoimentos. E adivinhem? Todos eles, absolutamente TODOS disseram nunca terem praticado ou presenciado a prática da rachadinha em meu gabinete . Além disso, TODOS ELES abriram mãos dos seus sigilos bancários, fiscais e telefônicos. Por que será que a imprensa não divulgou uma linha sequer sobre isso? Q Está chegando a hora da verdade vir a tona! Aguardem, porque as próximas semanas prometem!", escreveu. 

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As acusações contra Janones por suposta 'racahdinha' ocorrem após divulgação de áudios em que supostamente o parlamentar afirma que usaria o dinheiro para pagar prejuízos da campanha eleitoral de 2016, período em que disputou a prefeitura de Ituiutaba (MG). O áudio teria sido gravado por um ex-assessor dentro de uma sala de reuniões na Câmara. Nele, André Janones diz que algumas pessoas do gabinete recebiam um salário maior e essa diferença de valor deveria ser repasada para ele. 

Fabrício Queiroz (Democracia Cristã), ex-policial militar e ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PL), voltou a falar sobre a antiga família presidencial e sobre sua insatisfação diante do afastamento dos ex-aliados. Desde que se tornou investigado no caso das "rachadinhas", que também envolveu o senador filho de Jair Bolsonaro (PL), Queiroz afirma ter sido "abandonado" e diz sentir "ingratidão" por parte da Família Bolsonaro. “O castigo vem a cavalo”, chegou a afirmar em uma nova entrevista. 

A declaração foi dada à revista Veja e divulgada nesta sexta-feira (15). O político relatou ter dificuldades financeiras e disse que perdeu o apoio de Jair durante um momento crítico de sua vida. 

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"Bolsonaro foi presidente da República. Poderia arrumar algum lugar para eu trabalhar. Já hospedei em casa o Jair Renan, a filha da Michelle... Mesmo assim, nunca tive aceno deles. Até mesmo se eu fosse bandido, não deveriam me abandonar. Mas não tem mágoa com a família nesse sentido. Mas a gente vê o que acontece quando tem ingratidão. O castigo vem a cavalo”, disse. 

A principal queixa do ex-militar, e assunto já abordado publicamente por ele antes, é a falta de apoio da família Bolsonaro nas eleições de 2022. Ele foi candidato a deputado estadual no Rio de Janeiro, mas saiu derrotado das urnas e marcando expressividade baixíssima. "Queria muito o apoio deles para poder ganhar a eleição, mas não forcei a barra", afirmou. Atualmente, ele está filiado ao Democracia Cristã

LeiaJá também:Queiroz diz que será campeão de votos se Bolsonaro apoiar

Queiroz, que um dia foi do círculo mais íntimo da família, disse acreditar que Bolsonaro "se arrepende de ter sido presidente". "Só está tomando porrada", teve a família "exposta e não foi reeleito ao cargo". Em relação a supostas irregularidades envolvendo os integrantes da família, Fabrício diz que não tem o que declarar: "Ficam me cobrando isso. Eu sempre digo: 'vou inventar?' Vão dizer que quero extorquir e chantagear". 

O afastamento do grupo aconteceu após o ex-policial ser acusado de operar um esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro. Na época, o filho do ex-presidente era deputado estadual na cidade do Rio. Flávio e Queiroz entraram na mira do Ministério Público do Rio e foram apontados como líderes de uma organização criminosa. A Justiça, entretanto, anulou a denúncia contra os dois. 

 

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou um processo de cassação contra o deputado André Janones (Avante-MG), na sessão desta quarta-feira, 13. O deputado é acusado por ex-assessores de seu gabinete de praticar "rachadinha". Ele foi gravado pedindo que funcionários arcassem com suas despesas pessoais.

O presidente do colegiado, deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA), leu a instauração e sorteou os três parlamentares que vão compor a lista para a escolha do relator: Guilherme Boulos (PSOL-SP), Sidney Leite (PSD-AM) e Emanuel Pinheiro Neto (MDB-MT). O presidente do colegiado decidirá, a partir da lista tríplice, quem fará a relatoria da cassação.

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O Conselho de Ética tem caráter consultivo, ou seja, pode apenas fazer recomendações, sem poder deliberar sobre a cassação. A discussão do processo ficará para 2024.

Assinado pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, o requerimento foi protocolado no último dia 28. A gravação da cobrança do deputado foi feita por um ex-assessor, mas Janones diz que vai provar que a fala foi retirada de contexto.

Em uma solenidade que condecorou 41 personalidades jurídicas, empresariais e políticas, na última sexta-feira (8), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) homenageou, com a entrega do Colar de Mérito Judiciário, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, e o vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), Márcio Pacheco. A cerimônia foi conduzida pelo presidente do TJRJ, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo. 

Os dois homenageados enfrentam, atualmente, processos distintos na Justiça. Bacellar é réu no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), acusado de abuso de poder econômico durante as eleições de 2022. Ele integra o caso dos funcionários fantasmas da Fundação Ceperj, juntamente com o governador Cláudio Castro e outros nove aliados. 

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Enquanto isso, Pacheco é alvo de uma investigação protocolada pelo Ministério Público do Rio, sob suspeita de peculato e rachadinha, prática ilegal de captação parcial dos salários de funcionários e servidores. Os crimes teriam acontecido no gabinete dele quando ele ainda era deputado estadual na Alerj. 

O Colar do Mérito Judiciário representa a mais alta honra concedida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Este reconhecimento foi compartilhado entre 39 personalidades, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal Cristiano Zanin e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco. 

 

O deputado federal André Janones (Avante-MG) priorizou a Prefeitura de Ituiutaba (MG), governada pela ex-namorada e ex-assessora Leandra Guedes, na hora de enviar emendas parlamentares por meio do mandato na Câmara. O parlamentar destinou R$ 58,4 milhões de recursos federais para o município nos últimos quatro anos. O valor equivale a 76,1% de todas as emendas indicadas por Janones no período.

Janones e Leandra são investigados por um suposto esquema de "rachadinha" no gabinete do parlamentar em Brasília. A prefeita era assessora dele na Câmara. Outros dois ex-assessores acusam Janones de cobrar a devolução de parte dos salários para cobrir despesas do deputado. Leandra seria a operadora do esquema, de acordo com os relatos. Ambos negam as acusações, apesar de um áudio mostrar o parlamentar dizendo que assessores vão receber a mais para que ajudem na recuperação de seu patrimônio.

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Um parlamentar pode destinar emendas para qualquer município do País. A Constituição, no entanto, determina que o Orçamento sirva para reduzir desigualdades regionais e combater as desigualdades sociais da população. As emendas acabam distorcendo esse princípio, pois algumas localidades recebem muito e outras não recebem nada.

Ituiutaba, um município de 102 mil habitantes no oeste de Minas, é a cidade natal de Janones, integrante da base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso. Dos R$ 58 milhões em emendas do deputado, R$ 25 milhões foram repassados por meio da Emenda Pix, revelada pelo Estadão, um mecanismo sem transparência nem fiscalização. A modalidade é criticada publicamente pelo próprio Janones.

O dinheiro da Emenda Pix de Janones bancou o cachê de artistas nacionais em uma feira agropecuária da cidade da ex-assessora, entre eles Gusttavo Lima, Jorge e Mateus, Alok, Simone, Zezé Di Camargo e Luciano, Ana Carolina, Guilherme e Santiago, João Bosco e Vinícius, João Neto e Frederico e Gian e Giovani.

Com os repasses, Ituiutaba se tornou o município que mais recebeu recursos de Emenda Pix de todo o Estado, sem qualquer critério de distribuição. O valor repassado por Janones para a cidade é quase quatro vezes maior do que o enviado por parlamentares mineiros para Belo Horizonte por meio da mesma modalidade de transferência direta. A capital mineira recebeu R$ 7,2 milhões em quatro anos em emendas Pix. Enquanto isso, outros 16 municípios do Estado ficaram sem nenhum centavo.

A Prefeitura de Ituiutaba, comandada pela ex-assessora de Janones, não apresentou nenhuma prestação de contas ao governo federal sobre o uso da Emenda Pix. A administração municipal afirmou que não protocolou os documentos que comprovam o que foi feito com o dinheiro porque os recursos ainda estão em execução e não foram gastos totalmente. A plataforma federal, porém, permite às prefeituras apresentar um plano dizendo onde vão gastar o dinheiro e uma prestação de contas parcial, conforme gastam o recurso.

Ao longo deste ano, Ituiutaba já realizou quatro grandes festas - Carnaval, Festa do Trabalhador (1º de Maio), Arraiá do Povo e a 45ª Expopec - num custo total de pelo menos R$ 9 milhões aos cofres públicos, segundo levantamento do Estadão feito com base nos contratos da prefeitura. Todas contaram com grandes atrações. Do total, R$ 2,4 milhões foram bancados com recursos das Emendas Pix de Janones. O restante não foi pago diretamente com a verba parlamentar, mas o dinheiro enviado pelo deputado permite as contratações de artistas nos shows, pois, com o repasse, os recursos que seriam investidos numa área podem ser realocados em outras ações - como nas próprias festas.

Os contratos com os artistas são feitos sem licitação, e os cachês variam de R$ 75 mil, pago à dupla sertaneja João Neto e Frederico, a R$ 704 mil, para Gusttavo Lima. Janones costuma participar dos eventos e seu nome é citado durante as apresentações. A 45ª Expopec contou também com a participação do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Além dos cachês, as Emendas Pix bancam instituições que participam da realização dos shows. É o caso do Sindicato dos Produtores Rurais de Ituiutaba (Sipri), que recebeu R$ 320,5 mil neste ano para realizar cavalgada, missa rural e o concurso Garota Expopec. O sindicato é presidido pelo ex-vereador da cidade Juarez José Muniz.

Janones também concentrou emendas em Ituiutaba na hora de definir para onde vai o dinheiro da saúde e de obras bancadas com recursos da União. Além disso, informou ter indicado R$ 1,7 milhão por meio do orçamento secreto - tipo de emenda que foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e chamada de aberração por Janones. "Isso [orçamento secreto] serve para quê? Para que mantenham-se esses currais eleitorais", afirmou em entrevista ao portal G1.

Por outro lado, municípios mineiros sofrem com problemas ambientais, de saúde e de educação: 73 cidades do Estado apresentam IDH baixo, entre 0,529 e 0,599 (o mesmo de países africanos como Nigéria, Ruanda e Camarões); o analfabetismo atinge cerca de 4,8% da população, a pior taxa entre os Estados do Sudeste; e 134 cidades têm um índice de déficit de saneamento básico alto ou muito alto.

No X (antigo Twitter), Janones afirmou que enviou neste ano R$ 11 milhões em emendas para ajudar o município a bancar o Passe Livre, que envolve passagem gratuita do transporte público. Não é verdade. O valor não foi usado apenas no programa, como indicou o parlamentar. Dos R$ 11 milhões, R$ 1,4 milhão foram para o Passe Livre, cuja empresa contratada também trabalhou na campanha de Janones. O restante das emendas foi destinado aos shows e pavimentação.

O parlamentar não respondeu, contudo, o motivo dele priorizar a prefeitura de sua ex-namorada ao distribuir recursos durante seu mandato.

Por sua vez, a Prefeitura de Ituiutaba explicou que as emendas enviadas por Janones foram "destinadas à realização de vários investimentos pelo Poder Executivo, que incluem reformas já concluídas e em andamento em cinco praças públicas, campo de futebol, ginásio poliesportivo, unidade de saúde animal, custeio e ampliação dos serviços de saúde oferecidos via SUS, entre outros". O município omitiu na resposta os cachês dos artistas.

Com mais de 13 milhões de seguidores nas redes sociais (Instagram, X, Facebook, TikTok e YouTube) e forte atuação digital, Janones foi o segundo deputado federal mais votado em Minas Gerais nas eleições de 2022. Na hora de movimentar recursos, porém, o parlamentar concentra o dinheiro na cidade governada pela ex-assessora.

Janones tem bastante influência na gestão municipal. Ele participa de anúncios na localidade e faz intermediação de agendas da prefeita com autoridades em Brasília. Na internet, Leandra dedica várias manifestações para enaltecer a atuação do parlamentar e publicar fotos ao lado do antigo chefe.

O próprio deputado já criticou o modelo da Emenda Pix, mas, mesmo assim, usa o mecanismo para enviar dinheiro para a prefeitura da ex-assessora. O repasse cai mais rápido que em outras transferências, mas é criticado por especialistas e órgãos de controle por desviar da fiscalização e do planejamento.

"Eu não queria que existisse esse tipo de emenda, porque é uma emenda que dificulta a fiscalização", afirmou o deputado em entrevista ao jornal Estado de Minas, no ano passado.

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira, 4, a abertura de um inquérito para investigar se o deputado André Janones (Avante-MG) operou um esquema de rachadinha.

"As medidas de investigação têm o condão de trazer paulatinamente, ao processo investigativo, evidências tais que, uma vez justapostas e analisadas criticamente, possam aclarar as condutas investigadas, seja para a continuação da persecução penal, seja para a sua obstaculização, quando não verificada a ocorrência de atos ilícitos", escreveu.

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A decisão atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O órgão informou que, com base em informações preliminares, o deputado será investigado por associação criminosa, peculato e concussão.

"Tal como reportados, os fatos são graves e há indícios suficientes sugestivos", argumentou a vice-procuradora-geral da República Ana Borges, número dois da PGR, em ofício enviado ao STF na semana passada.

A PGR vai investigar se Janones se associou aos assessores para desviar dinheiro público ou se exigia parte dos salários dos funcionários em troca das nomeações.

O deputado disse ao Estadão que é a favor da investigação. "É o único meio de eu provar minha inocência cabal e depois mover o meu direito de regresso contra as pessoas que me acusaram de forma leviana", afirmou.

Um dos aliados do governo Lula mais ativo nas redes sociais, André Janones foi arrastado para o centro de suspeitas de corrupção depois que vieram a público áudios em que ele pede doações de assessores para compensar gastos de campanha.

Primeiros passos da investigação

Além de autorizar o inquérito, Fux já deu sinal verde para as primeiras diligências. A PGR vai começar ouvindo assessores e ex-assessores de Janones, além do próprio deputado.

A Procuradoria também quer acesso ao histórico de servidores do gabinete, inclusive na legislatura anterior, e aos registros de ponto. O prazo inicial para a investigação é de 60 dias, mas pode ser prorrogado.

O deputado federal André Janones (Avante-MG) foi acusado na última segunda-feira, 27, de operar um esquema de rachadinha. Ele foi gravado pedindo que funcionários arcassem com suas despesas pessoais. "É a segunda vez que trazem esse assunto para tentar me ligar a crimes. Em 2022 já fizeram isso durante a campanha, também com áudios fora de contexto. Essas denuncias vazias nunca se tornaram uma ação penal ou qualquer processo, por não haver materialidade. Não são verdade, e sim escândalos fabricados", disse o deputado.

Leia abaixo o que sabemos sobre o caso:

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O que dizem os áudios

O áudio foi revelado pelo Metrópoles e obtido pelo Estadão. A gravação foi feita pelo ex-assessor Cefas Luiz durante um reunião no dia 5 de fevereiro de 2019 na Câmara dos Deputados, em Brasília. Cefas disse ao Estadão que o esquema seria organizado pela atual prefeita de Ituiutaba (MG), Leandra Guedes (Avante), ex-assessora e ex-namorada de Janones.

"Tem algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, que vão receber um pouco de salário a mais e elas vão me ajudar a pagar as contas que ficou (sic) da minha campanha de prefeito", afirma Janones no áudio, ao relatar que tem uma dívida de R$ 675 mil. O comentário foi feito logo após o deputado dizer que não vai aceitar corrupção em seu mandato.

Tem algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, que vão receber um pouco de salário a mais e elas vão me ajudar a pagar as contas que ficou (sic) da minha campanha de prefeito.

André Janones, em conversa com assessores em 5 de fevereiro de 2019

"'Ah, isso é devolver salário e você está chamando de outro nome'. Não é! Porque eu devolver salário, você manda na minha conta e eu faço o que eu quiser, né? Isso são simplesmente algumas pessoas que eu confio, que participaram comigo em 2016 e que eu acho que elas entendem que realmente o meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 [mil] e eu acho justo que essas pessoas também hoje participem comigo da reconstrução disso", acrescentou.

Qual é a explicação de Janones

O deputado federal nega a prática de rachadinha e alega que os áudios foram tirados de contexto. "É a segunda vez que trazem esse assunto para tentar me ligar a crimes. Em 2022 já fizeram isso durante a campanha, também com áudios fora de contexto. Essas denuncias vazias nunca se tornaram uma ação penal ou qualquer processo, por não haver materialiade. Não são verdade, e sim escândalos fabricados", disse.

"No mais, repito: eu nunca recebi um único real de assessor, não comprei mansões, nem enriqueci e isso por uma simples razão, eu nunca fiz rachadinha", acrescentou Janones.

Na terça-feira, 28, Janones pediu que seus "soldados" ajudassem a defendê-lo nas redes sociais. Ele pediu que os apoiadores divulgassem a justificativa de que os áudios indicariam apenas uma sugestão que não teria sido posta em prática. "Eu (quando ainda não era deputado), disse pra algumas pessoas (que ainda não eram meus assessores) que eles ganhariam um salário maior do que os outros, para que tivessem condições de arcar com dívidas assumidas por eles durante a eleição de 2016. Ao final, a minha sugestão foi vetada pela minha advogada e, por isso, não foi colocada em prática. Fim da história", afirmou o parlamentar.

Para onde a investigação caminha

Na sexta, a PGR pediu ao STF a abertura de um inquérito. A vice-procuradora-geral da República Ana Borges informou que há indícios "sugestivos" que justificam a abertura de uma investigação. Segundo a procuradora, com base em informações preliminares, o deputado será investigado por associação criminosa, peculato e concussão. O processo foi distribuído ao gabinete do ministro Luix Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF) a quem caberá decidir se autoriza ou não a instauração do inquérito.

A Polícia Federal também investiga o parlamentar em função das suspeitas. O ex-assessor Fabrício Ferreira de Oliveira pediu que a PGR e a PF façam uma acareação para apurar a denúncia de rachadinha. O mecanismo jurídico está previsto na legislação brasileira e consiste em colocar acusados, testemunhas ou vítimas frente a frente para que divergências entre as versões de cada um sejam esclarecidas. Oliveira afirmou que, nessas condições, conseguiria expor contradições de Janones.

A conduta de Janones também será analisada na Câmara. O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, protocolou na terça-feira, 28, um pedido de cassação do mandato do deputado, que foi enviado à Mesa Diretora. O órgão encarregado de deliberar sobre a possível cassação de Janones é o Conselho de Ética da Casa. Se o conselho aprovar a punição, Janones poderá recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Além disso, dois ex-assessores de Janones podem depor na Câmara. Na quarta-feira, 29, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Casa aprovou um convite a Cefas Luiz Paulino, um dos ex-funcionários que acusa o deputado, e a Leandra Guedes Ferreira, prefeita de Ituiutaba que supostamente operava o esquema, de acordo com os ex-assessores. Eles podem recusar o convite.

Como o governo tem se posicionado

Como escreveu o colunista do Estadão Francisco Leali, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a maior parte do PT se calaram sobre as acusações contra Janones. A colunista Vera Rosa informou que "a ordem no governo, por enquanto, é manter distância do escândalo".

Uma das exceções foi a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (RS). Em postagem no Twitter (antigo X), Gleisi saiu em defesa do parlamentar e disse que a extrema-direita "não perdoa" o deputado por sua "atuação política".

"Janones tem todo direito de se defender das acusações lançadas contra ele", escreveu Gleisi. "Quem tem histórico de rachadinhas, fake news e desvio de dinheiro público são os que hoje atacam o deputado. Estamos solidários com ele na evidência da verdade."

O deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos vice-líderes do governo na Câmara, também ficou ao lado de Janones. "Reitero as palavras de nossa presidenta Gleisi e me solidarizo com o deputado @AndreJanonesAdv, que tem feito sua defesa contra os ataques dos bolsonaristas. Fica claro o interesse de apenas desgastar quem os denuncia e não de buscar a verdade", afirmou Correia no X.

Outro a sair em defesa do parlamentar foi o advogado Fernando Neto, integrante do PT. "Janones foi pego numa armação bolsonarista. É só parar para ouvir os 49 minutos do áudio que denunciam ele para chegar à conclusão de que ali não tem nada", afirmou em um vídeo no TikTok.

O presidente Lula não se pronunciou sobre o caso envolvendo Janones, que atuou na mobilização das redes sociais durante a campanha do petista em 2022.

Como a oposição tem se posicionado

Com a divulgação do áudio, parlamentares e políticos da oposição acusam Janones de improbidade administrativa. "Cassação é pouco para ele!", disse o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ). "Acabei de conversar com o líder do PL, Deputado Altineu Cortes (RJ), para que seja apresentada no Conselho de Ética uma representação contra André Janones pela prática de rachadinha em seu gabinete, ou seja, corrupção", afirmou Nikolas Ferreira (PL-MG).

"Já era, Janones, as notícias-crimes estão no forno e você não vai se safar dessa com mais das suas fake news e 'janonismo cultural'. Suas explicações agora são com a PGR e com a Justiça, se ainda houver alguma neste país", afirmou Deltan Dallagnol (Novo-PR).

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou a cobertura da imprensa sobre o caso de Janones. Um dos irmãos dele, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), também é acusado de rachadinha, durante seu mandato na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

O deputado André Janones (Avante-MG) disse nesta segunda-feira, 1º, que espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) atenda o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorize a abertura de inquérito para apurar se ele operou um esquema de rachadinha.

"É o único meio de eu provar minha inocência cabal e depois mover o meu direito de regresso contra as pessoas que me acusaram de forma leviana", afirmou ao Estadão.

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Para o deputado, o inquérito deve ser aberto "imediatamente". "Quero que todos os órgãos investiguem. A Polícia Federal, o STF, a PGR. Tudo o que eu quero é isso", completou.

Um dos aliados do governo Lula mais ativo nas redes sociais, André Janones foi arrastado para o centro de suspeitas de corrupção depois que vieram a público áudios em que ele pede doações de assessores para compensar gastos de campanha. Ele alega que foi vítima de "armações".

"Sem investigação, são tudo falácias. Vai ter minha palavra de um lado e a palavra do assessor do outro. A única maneira em que as minhas palavras podem ser transformadas em formas cabais da minha inocência é através da investigação", concluiu.

Pedido de inquérito

O pedido de investigação enviado ao STF é assinado pela vice-procuradora-geral da República Ana Borges, número dois da PGR.

Segundo a procuradora, com base em informações preliminares, o deputado poderá ser investigado por associação criminosa, peculato e concussão.

A PGR afirma que é necessário investigar se Janones se associou aos assessores para desviar dinheiro público ou se exigia parte dos salários dos funcionários em troca das nomeações.

"Tal como reportados, os fatos são graves e há indícios suficientes sugestivos", diz um trecho do documento.

O processo ainda não foi distribuído. Caberá ao ministro relator decidir se autoriza ou não a instauração do inquérito.

O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, protocolou nesta terça-feira, 28, um pedido de cassação do mandato do deputado André Janones (Avante-MG) pela suposta prática de "rachadinha" no gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados, em Brasília.

O pedido, assinado pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, foi encaminhado à Mesa Diretora da Câmara. O caso pode ser enviado ao Conselho de Ética da Casa, que vai deliberar sobre a possível cassação de Janones. Se o conselho aprovar a punição, Janones poderá recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

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"É inequívoca a quebra de decoro parlamentar do representado, deputado André Janones, que solicitou parte dos salários dos servidores lotados em seu gabinete parlamentar para seu próprio proveito econômico", diz o pedido.

Costa Neto diz ainda no documento que "ficou evidenciada a quebra de decoro parlamentar" de Janones.

"Como se verifica facilmente nas matérias jornalísticas e nos áudios que foram publicados, o representado impunha aos servidores de seu gabinete a destinação, em seu proveito, de parte dos rendimentos de seus subordinados evidenciando uma prática moralmente repulsiva e flagrantemente ilegal do deputado André Janones, em total desprezo ao ordenamento jurídico e com absoluta afronta à conduta de probidade de que se deve esperar de um deputado federal", diz outro trecho.

Um áudio gravado por um ex-assessor de Janones mostra o parlamentar exigindo que funcionários do seu gabinete na Câmara arquem com suas despesas pessoais. A gravação foi revelada pelo site Metrópoles e obtida pelo Estadão. Em nota, Janones afirmou que suas declarações foram retiradas de contexto e negou a prática de "rachadinha".

Além do pedido de cassação protocolado na Câmara pelo PL, 46 deputados da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acionaram a Procuradoria-Geral da República (PGR), em documento assinado também nesta terça-feira, contra Janones.

"A conduta noticiada configura, ainda, em tese, ato de improbidade administrativa que importe em enriquecimento ilícito e lesão ao erário", diz o texto.

Entenda o caso

Aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Janones atuou na campanha do petista como estrategista de redes. Em livro, ele sugere ter usado fake news e métodos eticamente duvidosos para desestabilizar Bolsonaro, principal adversário do petista, a quem acusa de fazer "rachadinha".

"Tem algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, que vão receber um pouco de salário a mais e elas vão me ajudar a pagar as contas que ficou (sic) da minha campanha de prefeito", afirma Janones no áudio, ao relatar que tem uma dívida de R$ 675 mil. O comentário foi feito logo após o deputado dizer que não vai aceitar corrupção em seu mandato.

"'Ah, isso é devolver salário e você está chamando de outro nome'. Não é! Porque eu devolver salário, você manda na minha conta e eu faço o que eu quiser, né? Isso são simplesmente algumas pessoas que eu confio, que participaram comigo em 2016 e que eu acho que elas entendem que realmente o meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 (mil) e eu acho justo que essas pessoas também hoje participem comigo da reconstrução disso", acrescenta.

A gravação foi feita pelo ex-assessor Cefas Luiz durante um reunião no dia 5 de fevereiro de 2019 na Câmara dos Deputados, em Brasília. Cefas disse ao Estadão que o esquema seria organizado pela atual prefeita de Ituiutaba, Leandra Guedes (Avante), que é ex-assessora e ex-namorada de Janones.

No áudio, Janones disse também que é injusto ele ganhar R$ 25 mil e usar R$ 15 mil para pagar a dívida da campanha dele à Prefeitura de Ituiutaba em 2016.

"O Mário vai ganhar R$ 10 mil. Eu vou ganhar R$ 25 mil líquido. Só que o Mário, os R$ 10 mil é dele líquido. E eu, dos R$ 25 mil, R$ 15 mil eu vou usar para as dívidas que ficou de 2016. Não é justo, entendeu?", afirma.

Ao Estadão, Cefas explicou que só divulgou o áudio agora porque precisava estar longe e em segurança. Ele diz que vai enviar os arquivos ao Ministério Público Federal (MPF).

Janones, por sua vez, alegou que a gravação é clandestina e criminosa e que o áudio foi retirado de contexto para lhe imputar um crime que jamais cometeu. "É a segunda vez que trazem esse assunto para tentar me ligar a crimes. Em 2022 já fizeram isso durante a campanha, também com áudios fora de contexto. Essas denúncias vazias nunca se tornaram uma ação penal ou qualquer processo, por não haver materialidade. Não são verdade, e sim escândalos fabricados", disse.

As acusações de que o deputado André Janones (Avante-MG) promoveu um esquema de "rachadinha" em seu gabinete provocaram constrangimento no Palácio do Planalto, mas a ordem no governo, por enquanto, é manter distância do escândalo. Janones não apenas apoiou a candidatura do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, no ano passado, como montou uma campanha nas redes sociais para blindar o petista e atacar o então presidente Jair Bolsonaro.

A presidente do PT, deputada Glesi Hoffmann, foi uma das únicas vozes de peso do partido a sair publicamente em defesa de Janones. Em postagem no Twitter (antigo X), Gleisi disse que a extrema-direita "não perdoa" o deputado por sua "atuação política".

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"Janones tem todo direito de se defender das acusações lançadas contra ele", escreveu Gleisi. "Quem tem histórico de rachadinhas, fake news e desvio de dinheiro público são os que hoje atacam o deputado. Estamos solidários com ele na evidência da verdade."

O deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos vice-líderes do governo, também ficou ao lado de Janones. "Reitero as palavras de nossa presidenta Gleisi e me solidarizo com o deputado @AndreJanonesAdv, que tem feito sua defesa contra os ataques dos bolsonaristas. Fica claro o interesse de apenas desgastar quem os denuncia e não de buscar a verdade", afirmou Correia no X.

Ministros e parlamentares do PT procurados pelo Estadão, porém, não quiseram se manifestar. Um deputado do partido disse, sob reserva, que os petistas reconhecem a importância do apoio dado por Janones na campanha de Lula, mas quem tem de responder agora às acusações é ele. "Não vamos nos afogar com ele nesse lamaçal", argumentou um interlocutor do presidente.

A posição de silêncio da maioria dos petistas no episódio difere daquela adotada quando o escândalo da "rachadinha" envolveu a família Bolsonaro. As denúncias de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o próprio ex-presidente adotaram a prática são até hoje lembradas nas fileiras do PT.

Na campanha presidencial do ano passado, Lula criticou Bolsonaro e associou o nome do adversário à "rachadinha". As acusações ainda estão sob investigação do Ministério Público.

"Ele (Bolsonaro) falar que eu montei quadrilha, com a quadrilha da "rachadinha" dele, que ele decretou sigilo de cem anos?", alfinetou o então candidato do PT, em setembro. "Com a "rachadinha" da família, sabe, do Ministério da Educação com barras de ouro?", completou, numa referência à reportagem do Estadão. "Ele precisava se olhar no espelho e saber o que está acontecendo no governo dele."

Gravação mostra Janones cobrando salário de funcionários

Janones foi acusado por dois ex-assessores de cobrar de funcionários de seu gabinete o repasse de parte dos salários recebidos. De acordo com Cefas Luiz Paulino e Fabrício Ferreira de Oliveira, a prática chegava até a 60% dos vencimentos.

Uma gravação revelada pelo site Metrópoles, mostra Janones dizendo a assessores que todos teriam de contribuir com ele, devolvendo parte de seus salários.

"Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito", disse o deputado, na sala de reuniões do partido Avante, na Câmara, em 2019. "O meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 (mil). Eu acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso. Então, não considero isso uma corrupção."

Nas redes sociais, Janones admitiu a autenticidade do áudio. O deputado afirmou, porém, que não promoveu qualquer espécie de "rachadinha" no gabinete. Segundo sua versão, o pedido de contribuição foi feito a amigos para quitar dívidas da campanha de 2016.

"Um escândalo armado, que vai caindo por terra. Bolsonaro tentou usar a máquina para me incriminar ainda durante a eleição e não conseguiu, por um simples motivo. Eu não cometi crimes", destacou Janones no X. Em resposta, a presidente do PT mais uma vez o defendeu. "A gente sabe como funciona o mecanismo da extrema direita, acusam os outros do que eles mesmo fazem, distorcem fatos e geram fake news. Toda solidariedade, companheiro", postou Gleisi.

O deputado federal André Janones (Avante-MG) acionou seus "soldados" para o defender nas redes sociais da acusação de "rachadinha". "Hoje sou eu quem preciso de vocês! Me ajudem a divulgar esse tuíte", escreveu o parlamentar na manhã desta terça-feira (28), num grupo do Telegram com mais de 77 mil inscritos. Ele orienta seus apoiadores a espalharem que as informações foram retiradas de contexto.

"Quando vamos aprender a não julgar e condenar antes do contraditório e à ampla da defesa? Pensei que a Lava Jato tinha deixado lições", escreveu o parlamentar aos seus apoiadores para convencê-los a fazer sua defesa nas redes sociais.

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Em áudio gravado por um ex-assessor, Janones exigiu que funcionários do seu gabinete na Câmara arquem com suas despesas pessoais. "Tem algumas pessoas aqui que vão receber um pouco de salário a mais e elas vão me ajudar a pagar as contas que ficou (sic) da minha campanha de prefeito", afirma Janones na gravação. "Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 [mil] e eu acho justo que essas pessoas também hoje participem comigo da reconstrução disso", acrescentou.

A prática conhecida como "rachadinha" é ilegal por se tratar de desvio de dinheiro público. Funciona assim: o valor entra como salário, mas o funcionário é coagido a devolver parte para o deputado. Janones foi um dos principais críticos da família Bolsonaro justamente por acusações de que aderem a prática.

A reunião em que o deputado foi gravado ocorreu em fevereiro de 2019. O áudio foi captado pelo ex-assessor Cefas Luiz, que divulgou seu conteúdo publicado inicialmente pelo Metrópoles. O Estadão também obteve a gravação. Cefas diz que o esquema de "rachadinha" era comandado pela ex-namorada de Janones, a atual prefeita de Ituiutaba (MG), Leandra Guedes (Avante). Em 2022, um outro ex-assessor do deputado já havia o denunciado pelos mesmos crimes.

'Fake news'

Janones diz ser vítima de fake news, alega que suas declarações foram retiradas de contexto e nega a prática de "rachadinha". No livro que acaba de lançar, o deputado diz que ensinou os petistas a não rebaterem fake news. "Os únicos momentos em que eu discordava totalmente do pessoal da campanha tinham relação com a forma de lidar com fake news. ..Fake news não se desmente", registrou na obra em que ensina a tática de "desvio de foco". "Ganha a batalha no mundo digital quem consegue pautar as redes", ensinou.

O deputado atuou na última campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como estrategista de redes sociais e, recentemente. No tuíte em que pede para aos seus seguidores que o defendam, Janones compara as acusações de "rachadinha" com o caso do tríplex do presidente Lula. "Quando vamos aprender a não julgar e condenar antes do contraditório e à ampla da defesa? Pensei que a Lava Jato tinha deixado lições", escreveu o parlamentar. "Espero que nos próximos três anos aprendemos a guerrear, ou em 2026 eles voltarão, com tudo. E aí, já era democracia", finalizou.

Quem já saiu em defesa do parlamentar, antes mesmo dele pedir ajuda em seu grupo no Telegram, foi a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), que resumiu uma denúncia de corrupção a uma guerra política.

"A gente sabe como funciona o mecanismo da extrema direita, acusam os outros do que eles mesmo fazem, distorcem fatos e geram fake news", disse, ao se solidarizar com Janones e sem comentar o teor dos áudios.

"Cassação é pouco para ele!", disse o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ). O ex-deputado e ex-procurador Deltan Dallganol (Novo) pediu a quebra de sigilo bancário e fiscal de Janones, bem como uma investigação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre as movimentações financeiras atípicas. Dallagnol também apontou o crime de caixa dois. Ambos são opositores ao parlamentar.

Áudio

No áudio, Janones disse também que é injusto ele ganhar R$ 25 mil e usar R$ 15 mil para pagar a dívida de sua campanha à Prefeitura de Ituiutaba em 2016. "O Mário vai ganhar R$ 10 mil. Eu vou ganhar R$ 25 mil líquido. Só que o Mário, os R$ 10 mil é dele líquido. E eu, dos R$ 25 mil, R$ 15 mil eu vou usar para as dívidas que ficou de 2016. Não é justo, entendeu?", afirma.

A relação de servidores contratados por Janones inclui um de nome Mário, contratado desde fevereiro de 2019, época da gravação. Hoje ele recebe um salário bruto de R$ 16.640,22. Procurado pela reportagem, não foi localizado.

Áudio gravado por um ex-assessor do deputado federal André Janones (Avante-MG) mostra o parlamentar exigindo que funcionários do seu gabinete na Câmara arquem com suas despesas pessoais. A gravação foi foi revelada pelo Metrópoles e obtida pelo Estadão. Em nota, Janones afirmou que suas declarações foram retiradas de contexto e negou a prática de rachadinha.

Aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Janones atuou na campanha do petista como estrategista de redes. Em livro, ele sugere ter usado fake news e métodos eticamente duvidosos para desestabilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro, principal adversário do petista, a quem acusa de fazer rachadinha.

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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu o colega. "A gente sabe como funciona o mecanismo da extrema direita, acusam os outros do que eles mesmo fazem, distorcem fatos e geram fake news. Toda solidariedade, companheiro", disse, sem comentar o teor do áudio. O governo não comentou o caso.

"Tem algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, que vão receber um pouco de salário a mais e elas vão me ajudar a pagar as contas que ficou (sic) da minha campanha de prefeito", afirma Janones no áudio, ao relatar que tem uma dívida de R$ 675 mil. O comentário foi feito logo após o deputado dizer que não vai aceitar corrupção em seu mandato.

"'Ah, isso é devolver salário e você está chamando de outro nome'. Não é! Porque eu devolver salário, você manda na minha conta e eu faço o que eu quiser, né? Isso são simplesmente algumas pessoas que eu confio, que participaram comigo em 2016 e que eu acho que elas entendem que realmente o meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 [mil] e eu acho justo que essas pessoas também hoje participem comigo da reconstrução disso", acrescentou.

A gravação foi feita pelo ex-assessor Cefas Luiz durante um reunião no dia 5 de fevereiro de 2019 na Câmara dos Deputados, em Brasília. Cefas disse ao Estadão que o esquema seria organizado pela atual prefeita de Ituiutaba (MG), Leandra Guedes (Avante), que é ex-assessora e ex-namorada de Janones.

No áudio, Janones disse também que é injusto ele ganhar R$ 25 mil e usar R$ 15 mil para pagar a dívida de sua campanha à Prefeitura de Ituiutaba em 2016.

"O Mário vai ganhar R$ 10 mil. Eu vou ganhar R$ 25 mil líquido. Só que o Mário, os R$ 10 mil é dele líquido. E eu, dos R$ 25 mil, R$ 15 mil eu vou usar para as dívidas que ficou de 2016. Não é justo, entendeu?", afirma.

A relação de servidores contratados por Janones inclui um Mário, contratado desde fevereiro de 2019, época da gravação. Hoje ele recebe um salário bruto de R$ 16.640,22. Procurado, não foi localizado.

Em seguida, o parlamentar diz que não teme perder seu mandato se for flagrado. "E se eu tiver que ser colocado contra a parede, eu não tô fazendo nenhuma questão desse mandato. Para mim, renunciar hoje seria uma coisa tão natural. Se amanhã vier uma decisão da Justiça: 'o André perdeu o mandato', você sabe o que é eu não me entristecer um milímetro?" Janones foi reeleito em 2022 com 238.967 votos.

Ao Estadão, Cefas explicou que só divulgou o áudio agora porque precisava estar longe e em segurança. Ele diz que vai enviar os arquivos ao Ministério Público Federal (MPF).

Janones, por sua vez, alegou que a gravação é clandestina e criminosa e que o áudio foi retirado de contexto para lhe imputar um crime que jamais cometeu. "É a segunda vez que trazem esse assunto para tentar me ligar a crimes. Em 2022 já fizeram isso durante a campanha, também com áudios fora de contexto. Essas denuncias vazias nunca se tornaram uma ação penal ou qualquer processo, por não haver materialidade. Não são verdade, e sim escândalos fabricados", disse.

"No mais, repito: eu nunca recebi um único real de assessor, não comprei mansões, nem enriqueci e isso por uma simples razão, eu nunca fiz rachadinha", acrescentou Janones.

Acusado de operar um esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ex-policial militar Fabrício Queiroz comentou o caso nas redes sociais. "Olha ele aí, ó. Janones ladrone. Olha a rachadona do Janones. Acuse-os do que você faz, chame-os do que você é", disse Queiroz, às gargalhadas.

Janones foi pré-candidato à presidência da República em 2022, mas, sem qualquer chance de vitória, deixou o pleito para declarar apoio ao presidente Lula e se lançou como deputado federal. Em um livro recém-lançado, ele admite o uso de notícias falsas durante a campanha para, segundo ele, desestabilizar Jair Bolsonaro (PL). Janones usava a rede social para provocar principalmente os filhos do então presidente, os desafiando toda vez que postavam críticas a Lula, e os condenando pela prática de rachadinha.

Com a divulgação do áudio, parlamentares e políticos da oposição acusam Janones de improbidade administrativa. "Cassação é pouco para ele!", disse o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ). "Acabei de conversar com o líder do PL, Deputado Altineu Cortes (RJ), para que seja apresentada no Conselho de Ética uma representação contra André Janones pela prática de rachadinha em seu gabinete, ou seja, corrupção", afirmou Nikolas Ferreira (PL-MG).

"Já era, Janones, as notícias-crimes estão no forno e você não vai se safar dessa com mais das suas fake news e 'janonismo cultural'. Suas explicações agora são com a PGR [Procuradoria-Geral da República] e com a Justiça, se ainda houver alguma neste país", afirmou Deltan Dallagnol (Novo-PR).

Durante uma operação do Ministério Público do Paraná (MP-PR), realizada nesta quarta-feira (19), o ex-deputado federal Emerson Miguel Petriv (PROS-PR), conhecido como Boca Aberta, foi preso em flagrante na cidade de Londrina. A prisão aconteceu devido a posse ilícita de arma de fogo.

A operação também contou com o apoio do Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

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Conforme o MP, Boca Aberta é investigado por concussão e desvio de verba pública, crime conhecido como “rachadinha”, que consiste no desvio de dinheiro de assessores.

Após pagar fiança, Emerson Miguel Petriv foi solto, porém a Justiça determinou que ele seja monitorado por tornozeleira eletrônica. Além disso, a ação apreendeu celulares, computadores e uma arma localizada com ele.

A investigação apura supostas investidas ilegais feitas pelo ex-parlamentar contra ex-assessores e testemunhas da ação que investiga as supostas rachadinhas, que teriam acontecido quando Boca Aberta cumpria seu mandato.

Também há relatos feitos por testemunhas e vítimas que dizem que Emerson teria usado as redes sociais para atacá-las, buscando desacreditá-las para atrapalhar o processo.

O vereador Josinaldo Barbosa de Araújo (PTB), da cidade de Timbaúba, localizada na Mata Norte de Pernambuco, foi preso na última quarta-feira (14), após cumprimento do mandado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), em conjunto com o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e o Departamento de Repressão ao Crime Organizado da Polícia Civil de Pernambuco (Draco).

Josinaldo Barbosa de Araújo comandava uma organização criminosa que teria desviado R$ 2,9 milhões da câmara municipal da cidade. Ele foi detido durante uma audiência de instrução, que analisava seu envolvimento com o grupo. De acordo com as investigações, outros nomes integram a organização criminosa: o ex-vereador Felipe Gomes Ferreira Lima, o servidor Jessé de Andrade Queiroz, outros oito servidores da Câmara Municipal, além de um empresário.

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O mandado de prisão foi decretado pelo promotor de justiça Eduardo Henrique Gil Messias de Melo, responsável pelo processo que tramitava na 2ª Vara da Comarca de Timbaúba. O promotor decidiu pela detenção do réu por descumprimento de medida cautelar, que impedia que ele tivesse contato com as testemunhas do processo.

“Tivemos conhecimento de que o réu teria se encontrado com uma testemunha dias antes dessa pessoa ser ouvida pela Polícia, o que evidencia que ele tinha a intenção de instruir a testemunha a mentir e, dessa forma, interferir na investigação policial e na instrução processual em curso”, relatou Eduardo Gil Messias.

Ainda em março deste ano, a Justiça já havia deferido o bloqueio e sequestro de bens dos demais réus do processo, somando o total de R$ 3.027.320,12 e a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, como proibição de manter contato com os demais denunciados, proibição de deixar a comarca, retenção de passaportes, comparecimento mensal ao juízo e proibição de assumirem qualquer função pública até o trânsito em julgado da ação penal.

Câmara dos Vereadores de Timbaúba. Foto: Reprodução/GoogleStreetView

Rachadinha de Timbaúba

De acordo com as investigações, foi levantado que a organização criminosa desviou cerca de R$ 2,9 milhões da da Câmara de Vereadores de Timbaúba, entre os anos de 2019 e 2022. Josenildo Araújo, enquanto vereador, nomeou servidores fantasmas para ocupar cargos comissionados, que recebiam o salário e repassavam integralmente.

O tesoureiro da Casa, Jessé de Andrade Queiroz, aprovava os pagamentos dos salários e horas-extras, recebendo uma parte do valor da folha de pagamento. Outro comparsa do grupo era o vereador Felipe Gomes, que cobrava os valores dos funcionários fantasmas. Ele ficava em posse dos cartões de débito de alguns dos servidores para que uma parte da verba fosse entregue a Josenildo em espécie.

Um levantamento do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) identificou a prática de rachadinha no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), na Câmara Municipal do Rio. Ao menos seis pessoas nomeadas para sua equipe teriam transferido mais de R$ 2 milhões para o chefe de gabinete do filho do ex-presidente. 

O laudo obtido pelo O Globo constatou que, entre 2009 e 2018, os servidores fizeram 688 transferências para a conta de Jorge Luiz Fernandes. Conhecido como Jorge Sapão, homem de confiança de Carlos, assim como Fabrício Queiroz era para o senador Flávio Bolsonaro. 

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Flávio e Carlos Bolsonaro. Os irmãos são investigados pela prática de rachadinha. Reprodução/Redes Sociais

A movimentação financeira levantada pelo Laboratório de Tecnologia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do MPRJ também identificou que Sapão pagou despesas de Carlos através de contas pessoais. 

LeiaJá também: Rachadinha envolvendo bolsistas da Uerj é investigada

Mesmo considerado um bojo de provas robusto, a 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada ainda quer verificar se os desvios eram regulares para comprovar se Carlos Bolsonaro foi beneficiado pelas transferências de parte dos salários do seu gabinete. 

Família da ex-madrasta

A investigação sobre a prática de rachadinha em seu gabinete foi motivada por uma reportagem da Época, em junho de 2019, que revelava que sete parentes da ex-esposa de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Valle, foram empregados, mas não iam à Câmara. 

Em um desdobramento da reportagem, quatro servidores admitiram que não trabalhavam no gabinete de Carlos Bolsonaro. O sistema confirmou as respectivas nomeações e os salários em dia. Um dos casos é o de Marta Valle, cunhada da sua ex-madrasta. Apesar do salário de R$ 17 mil do gabinete, ela mora em Juiz de Fora, em Minas Gerais. 

Um suposto esquema de rachadinha envolvendo verbas enviadas pelo governo Cláudio Castro (PL) à Universidade do Rio de Janeiro (Uerj) virou alvo de investigação. Pessoas ligadas a candidatos apareceram em uma lista secreta com as maiores bolsas da instituição, em torno de R$ 34 mil. 

Conforme reportagem do Uol, quase metade dos 92 contratados fizeram saques em dinheiro que somam R$ 2,2 milhões nos dois meses que antecederam a campanha eleitoral. A maior parte dos bolsistas ganhou cerca de R$ 8 milhões em serviços que sequer foram prestados. 

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Dois deles relataram que ficavam com R$ 2 mil por mês e precisavam devolver o resto das suas respectivas bolsas, equivalente a aproximadamente R$ 23 mil. O valor era transferido através de Pix ou usado para pagar boletos de empresas, uma delas de terraplanagem.  

Conforme a publicação, 54 bolsistas não explicaram se trabalharam nos projetos da Uerj e 12 não sabem como seus dados foram parar na folha de pagamentos secreta - eles alegaram que nunca prestaram serviço à instituição e não sabem do destino do dinheiro. A responsável pelas contratações, a coordenadora-geral Eloíza da Silva Gomes de Oliveira, diretora do IFHT (Instituto Multidisciplinar de Formação Humana com Tecnologias) da universidade, foi quem mais recebeu com os programas. Ao menos R$ 641 mil de quatro projetos entre janeiro de 2021 e agosto de 2022. 

Outros casos também chamam a atenção, como o de um advogado que ganhou mais de R$ 100 mil brutos e admitiu não ter trabalhado. Além dele, o atual presidente do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio (DER-RJ), um dentista, o presidente da Companhia de Trânsito de Petrópolis e sua esposa, um pastor religioso e a esposa, e sócios de clube de tiro que, coincidentemente, abriram o estabelecimento após os repasses. 

A Uerj disse que o projeto foi encerrado em dezembro do ano passado e que vai apurar as denúncias através de uma comissão permanente de apuração. "Após as investigações, serão adotadas as providências legais cabíveis, seja no âmbito interno, seja por meio dos órgãos de controle, que têm recebido permanentemente os resultados dos procedimentos internos da universidade", garantiu em nota. 

A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro supostamente recebia envelopes de dinheiro enviados por Rosemary Cardoso Cordeiro, com regularidade no Palácio do Planalto, em Brasília, de acordo com Rodrigo Rangel e Sarah Teófilo, do Metrópoles. 

Rosemary é amiga íntima de Michelle e, no primeiro ano do governo Jair Bolsonaro (PL), viu o salário de assessora no gabinete de um senador governista quase triplicar. 

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Os indícios apontam para mais um caso de rachadinha no clã Bolsonaro, mas os detalhes só poderão ser vistos na investigação em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). “Áudios e outros registros aos quais a coluna teve acesso, comprovam que assessores de Michelle no Palácio da Alvorada tinham por tarefa com Rosi - seja no prédio dela, no Riacho Fundo, seja em um ponto de encontro entre o Planalto e o Congresso Nacional - os envelopes recheados de notas de reais”, relata a reportagem. 

A Câmara dos Vereadores de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, foi alvo de uma operação da Polícia Civil nesta terça-feira (20). Um inquérito foi instaurado em junho deste ano para apurar um suposto esquema de rachadinha.

A investigação visa identificar a atuação e os integrantes de um organização criminosa voltada à prática de peculato e lavagem de dinheiro dentro da Câmara. A Justiça determinou o afastamento de sete servidores, sequestro de bens e bloqueio de dinheiro. Também foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão na casa dos suspeitos.

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A operação contou com 60 policiais. As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (DINTEL), pelo Laboratório de Lavagem de Dinheiro –(LAB/PCPE) e contaram com o apoio do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE).

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