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Parentes dos reféns israelenses invadiram uma sessão do Parlamento de Israel nesta segunda-feira, 22, para exigir que o governo faça mais para assegurar a libertação dos sequestrados mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza. Os seguranças do Parlamento de Israel não conseguiram impedir a entrada dos manifestantes, que exibiram fotos de seus parentes. "Vocês não vão ficar sentados aqui enquanto nossas crianças estão morrendo", disseram.

A manifestação é mais um ato de pressão sobre o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. No domingo, 21, ele rejeitou os termos de um acordo oferecido pelos Hamas para libertar os reféns, que exigiam a retirada das tropas do território. "Só a vitória total garantirá a eliminação do Hamas e o regresso de todos os nossos reféns", disse o premiê.

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Os parentes afirmam que todos os dias descobrem que reféns foram mortos em Gaza. O parlamentar Moshe Gafni, que presidia a sessão no Parlamento, integra a coalizão de extrema direita de Netanyahu e disse que o governo está fazendo "de tudo" para libertar os reféns.

Os 240 reféns foram levados no dia 7 de outubro pelo grupo Hamas durante o ataque terrorista ao sul de Israel que deixou mais de 1,2 mil mortos. Desde a invasão, as forças israelenses conduzem uma ofensiva militar em Gaza com bombardeios aéreos e incursão terrestre que deixaram mais de 25 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas.

Em novembro, Hamas e Israel chegaram a um acordo para a libertação de reféns em troca da soltura de prisioneiros palestinos, com a mediação de Catar, Egito e EUA. O acordo envolveu uma trégua de sete dias e a libertação de mais de 100 reféns. Tel-Aviv diz acreditar que o Hamas ainda mantém mais de 130 sequestrados. As Forças de Defesa de Israel confirmaram a morte de 28 israelenses cujos corpos ainda estão sob poder do Hamas.

O Wall Street Journal apontou que EUA, Catar e Egito estão pressionando Israel e Hamas a concordarem com um pacto no qual todos os reféns seriam libertados antes de uma eventual retirada total das forças de Israel.

Na semana passada, um acordo envolvendo a entrega de medicamentos vitais a reféns israelenses foi feito com a mediação do Catar e da França.

Netanyahu se encontrou com alguns parentes ontem e disse que uma "proposta real" de negociação estaria em discussão, sem dar detalhes.

Impopular

A pressão das famílias dos reféns sobre o governo Netanyahu tem aumentado com possíveis impactos políticos. Além dos protestos durante uma sessão do Parlamento, as famílias realizam manifestações na frente da casa do primeiro-ministro e bloquearam o trânsito de uma importante avenida em Tel-Aviv, no domingo.

À frente de Israel por mais tempo do que qualquer outro primeiro-ministro, Bibi é visto internamente como o responsável pela política de segurança que vigorava no país no momento do ataque e, portanto, o principal culpado por suas falhas.

A última pesquisa de opinião realizada pelo Canal 13, divulgada no fim de semana, mostrou que o primeiro-ministro perderia uma possível eleição hoje, e seu partido, o Likud, veria suas cadeiras no Parlamento serem reduzidas à metade.

Se as eleições fossem hoje, o ministro da Defesa Benny Gantz, do partido de centro-direita Unidade Nacional, venceria a disputa com 37 assentos, bem acima dos atuais 12, enquanto o Likud ficaria com 16, metade dos 32 atuais.

Segundo a pesquisa, a atual coligação de governo, liderada por Netanyahu com seus parceiros de extrema direita e ultraortodoxos, não somaria mais de 46 assentos, muito abaixo dos atuais 64 e insuficientes para governar em um Parlamento de 120 deputados. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Equador, Daniel Noboa, afirmou na madrugada deste domingo, 14, que 169 agentes penitenciários detidos em sete prisões equatorianas durante as revoltas que ocorreram no país nesta semana foram soltos. Um dos agentes morreu em uma prisão no sul do país.

O presidente parabenizou "o trabalho patriótico" das Forças Armadas, da Polícia e do corpo diretivo das prisões, bem como os ministros do setor de segurança "por conseguirem a libertação" do corpo de segurança das prisões e da equipe administrativa nas prisões de Azuay, Cañar, Esmeraldas, Cotopaxi, Tungurahua, El Oro e Loja.

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O anúncio do presidente na rede social X, antigo Twitter, foi seguido por um relatório do Serviço Nacional de Atenção Integral a Adultos Carentes (SNAI), órgão que controla as prisões, que indicou que "avaliações médicas" estão sendo realizadas nos prisioneiros libertados. Ele acrescentou que serão iniciadas investigações para determinar os responsáveis e as causas da violência nas prisões do país.

As circunstâncias das liberações não foram divulgadas.

O SNAI havia indicado, no meio da semana, que um total de 178 agentes penitenciários estavam detidos, oito foram libertos no dia anterior e 169 neste sábado, 13. Enquanto isso, um dos agentes morreu na manhã de sábado após um "confronto armado" entre membros das forças de segurança e detentos do centro de detenção na cidade costeira de Machala, no sul do país, confirmou o SNAI.

A entidade governamental não forneceu detalhes sobre o estado de saúde ou a condição de dezenas de guardas e funcionários administrativos dentro dessas prisões.

Carlos Ordóñez, vice-presidente da Associação Equatoriana de Servidores de Prisões, disse à The Associated Press antes do anúncio da libertação: "Estou preocupado e desamparado". "Já se passaram vários dias e não sabemos o que está acontecendo com nossos companheiros", disse ele.

Ordóñez reclamou que o SNAI não lhes forneceu informações oficiais sobre a situação dos detentos e o que eles deveriam estar fazendo para libertá-los.

"Não sei por que eles não entram para proteger suas vidas", questionou, "As famílias ficam do lado de fora dos centros sem saber se eles estão vivos ou feridos". O país tem 2.800 agentes de segurança penitenciária guardando uma população de mais de 30 mil prisioneiros.

A incerteza aumentou com a circulação de vários vídeos que mostravam guardas ajoelhados, algemados ou até mesmo ameaçados com facas pelos detentos, que os forçavam a ler uma mensagem exigindo que o governo não transferisse os prisioneiros para outras instalações porque eles atentariam contra suas vidas.

O presidente Daniel Noboa, em uma entrevista recente na Radio Canela, enfatizou que seu governo não cederia à pressão de grupos que tentam pressioná-lo a sair das prisões.

"Eles mesmos divulgam imagens para aterrorizar o público e ver se conseguem colocar o presidente da república de joelhos, o que não vai acontecer", disse ele. "Estamos fazendo todos os esforços para recuperar todos os reféns", disse ele.

"É difícil, é duro e eu me solidarizo com as famílias, (mas) estamos em um estado de guerra e não podemos ceder a esses grupos terroristas", enfatizou.

Ação judicial

Jaime Vela, chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas, afirmou há alguns dias que "o SNAI tem que fazer seu trabalho para poder continuar a libertar os reféns", mas descartou uma negociação por parte dos militares. "Ainda há certos grupos que querem exercer pressão e nós não vamos ceder."

Diante da situação, o sindicato dos funcionários públicos entrou com uma "ação constitucional de proteção" demandando que o SNAI forneça garantias para proteger a integridade física, psicológica e sexual dos funcionários detidos, disse o advogado Diego Pozo à AP. Medidas cautelares também foram solicitadas perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos, disse ele.

"Eles foram detidos em seus próprios locais de trabalho e a autoridade máxima não disse nada e não fez nada", afirmou o jurista.

Enquanto isso, as patrulhas e operações policiais continuaram no sábado na capital e em outras cidades do país, que está em estado de emergência desde segunda-feira devido a uma série sem precedentes de ataques violentos.

A polícia informou em sua conta na rede social X que recapturou dois dos seis detentos que "escaparam" na noite de sexta-feira da Penitenciária do Litoral, uma das mais perigosas do país.

A onda de violência aumentou com o desaparecimento do traficante de drogas Adolfo Macias, conhecido como Fito, de uma prisão em Guayaquil no último domingo. Segundo as autoridades, Macias lidera o Los Choneros, uma das gangues mais perigosas ligadas ao cartel mexicano de Sinaloa, que controla o tráfico de drogas ao longo da rota do Pacífico e é acusado de todos os tipos de crimes.

Últimos balanços

O último balanço oficial do estado de emergência registra 1.105 pessoas presas, 94 delas por "terrorismo", e cinco criminosos classificados como "terroristas" mortos. Não foi detalhado se essas mortes fazem parte das 14 mortes registradas em Guaiaquil. Além disso, 28 grupos criminosos foram desmantelados, acrescentou o relatório.

A AP solicitou à polícia um número de mortos, mas não obteve resposta.

Além disso, 21 ataques contra infraestruturas públicas e privadas e a apreensão de 413 armas de fogo, 224 armas brancas, 338 explosivos, mais de 8.700 cartuchos de munição e 1.487 dólares foram registrados na execução de cerca de 10.478 operações.

Um homem foi preso, nesta sexta-feira (12), após ter atirado em uma gerente de um restaurante no Mangabeira Shopping, em João Pessoa, na Paraíba. Ele ainda fez outras pessoas de reféns antes de se entregar às autoridades policiais. A vítima, uma mulher, que não teve a identidade divulgada, veio a óbito no local. 

Segundo informações da Polícia Militar da Paraíba, o homem teria ficado frustrado após não ter se saído bem em uma entrevista de emprego. Ele atirou contra a gerente nas costas, e ainda fez duas pessoas de reféns antes do Grupo de Operações Táticas (Gate) da Polícia Militar chegar para iniciar as negociações. O suspeito se entregou um tempo depois. 

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O caso aconteceu por volta das 12h40, na praça de alimentação do estabelecimento, horário com alta movimentação. Muitas pessoas correram assustadas, lojas fecharam as portas para proteger clientes e funcionários. A reportagem tentou contato com a Polícia Civil da Paraíba para saber para onde ele foi encaminhado, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria. 

 

Um grupo de homens armados com armas de fogo e granadas invadiu uma emissora de TV durante programa ao vivo, em Guayaquil, no Equador, nesta terça-feira (9), fazendo reféns no estúdio. A ação foi transmitida em rede nacional. Em vídeo que circula nas redes sociais, é possível ouvir as vítimas pedindo para que não haja interferência da polícia. 

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O levante de facções criminosas no Equador teve início na segunda-feira (8), quando o presidente, Daniel Noboa, decretou estado de emergência em todo o país, desde a fuga do líder do cartel Los Choneros, José Adolfo Macias, do presídio onde cumpria pena, no domingo (7). 

A polícia do Equador confirmou, por meio das redes sociais, que os envolvidos na invasão do canal de TV foram capturados e as vítimas já estão liberadas. 

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Criminosos fizeram reféns e trocaram tiros com seguranças durante tentativa de assalto a um carro-forte, no fim da tarde desta quarta-feira, 13, em Araras, interior de São Paulo. Entre os reféns havia uma criança, mas todos foram libertados após negociação com a polícia. Dois suspeitos foram baleados e um deles morreu. Um terceiro foi atropelado ao tentar fugir. O quarto suspeito foi preso.

O ataque aconteceu por volta das 17 horas, na Avenida Loreto, no Jardim das Flores, em frente a uma casa lotérica. O local estava bastante movimentado. Segundo a Polícia Militar, quatro homens armados abordaram seguranças que recolhiam malotes da lotérica, mas eles reagiram.

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Houve tiroteio e os suspeitos tomaram três pessoas - um homem, uma mulher e uma criança - como reféns, segundo a PM. As viaturas policiais cercaram o local e os policiais, posicionados atrás de veículos, passaram a negociar com os criminosos a soltura dos reféns. Eles foram libertados sem ferimentos.

Durante o tiroteio, um suspeito foi baleado e acabou morrendo, segundo a PM. Outros dois, um deles também baleado, foram levados para uma unidade da Polícia Civil e permaneceram presos. O quarto homem, com ferimentos resultantes do atropelamento, foi levado para uma unidade de saúde e não havia informações sobre o estado de saúde.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), com os suspeitos foram apreendidas três armas, entre elas um fuzil.

Os reféns sequestrados pelo Hamas no dia 7 de outubro em Israel e levados para Gaza foram drogados, para ficarem dóceis, e sofreram abuso psicológico e sexual, afirmou nesta segunda-feira (11) uma especialista israelense.

"Nunca havia visto algo assim" em 20 anos tratando vítimas de traumas, disse Renana Eitan, diretora do serviço psiquiátrico do Centro Médico Sourasky de Tel Aviv-Ichilov. “O abuso físico, sexual, mental e psicológico dos reféns que retornaram é terrível".

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O centro recebeu 14 reféns libertados pelo Hamas. Alguns relataram que foram drogados, inclusive com o que os médicos acreditam serem medicamentos psicotrópicos com efeitos sedativos.

“Queriam controlar as crianças. Sabem que, se as drogarem, ficarão quietas. Uma das meninas recebeu por algumas semanas cetamina”, um anestésico dissociativo poderoso, conhecido por causar uma sensação de desconexão do ambiente.

Outros ex-reféns afirmaram que foram atormentados psicologicamente, disse Renana. A um deles foi dito que sua mulher estava morta, quando ela permanecia viva em Israel.

As crianças foram separadas de suas famílias e obrigadas a assistir a “vídeos brutais”. Uma paciente contou que permaneceu com outras pessoas em escuridão total por mais de quatro dias.

“Ficaram psicóticos, tiveram alucinações”, disse Renana. Alguns dos que retornaram têm pensamentos suicidas desde então, acrescentou.

- Estados dissociativos -

Cerca de 1.200 pessoas morreram no ataque sangrento do Hamas e outras 240 foram sequestradas, segundo autoridades israelenses. Um acordo de trégua de uma semana permitiu a libertação de 105 reféns em Gaza, em troca de 240 presos palestinos. Acredita-se que 137 reféns ainda estejam em poder do Hamas.

Alguns dos reféns libertados continuam experimentando estados dissociativos, disse Renana. "Uma hora, sabem que estão no centro médico Ichilov. Outra hora, acham que estão novamente com o Hamas".

Segundo a diretora, as consequências para a saúde mental são alarmantes. Calcula-se que cerca de 5% da população israelense - cerca de 400 mil pessoas - tenha algum sintoma de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).

Tomer Zadik, de 24 anos, passa por tratamento no centro médico desde que levou um tiro no braço durante o festival de música Supernova, onde disse que passou horas escondido enquanto ouvia as vozes dos combatentes do Hamas.

“Palavras não conseguem descrever as atrocidades”, disse Zadik, que ainda tem pesadelos com o ataque. "Queriam nos destruir, não apenas fisicamente. Queriam destruir mentalmente toda a nação de Israel. Mas não seremos destruídos".

Combatentes do movimento islamista palestino Hamas drogaram reféns antes de libertá-los durante a trégua na guerra com Israel para que parecessem "calmos e felizes", afirmou uma funcionária do Ministério da Saúde israelense nesta terça-feira (5).

Hagar Mizrahi, chefe de Medicina Geral no ministério, declarou ao Parlamento israelense que calmantes foram administrados aos reféns capturados no ataque do Hamas em solo israelense em 7 de outubro.

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"Deram a eles comprimidos de Clonex para que parecessem calmos e felizes antes de entregá-los" ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), disse Mizrahi à comissão de Saúde, sem especificar se baseava essa afirmação em depoimentos ou em exames de sangue realizados nos reféns.

"Também deram a eles um pouco mais de comida pouco antes de sua libertação para que, ao sair do cativeiro, estivessem em melhor condição", acrescentou ela, que não especificou a quantos reféns se referia.

A semana de trégua permitiu a libertação de 105 reféns, incluindo 80 israelenses trocados por 240 prisioneiros palestinos detidos em Israel, no âmbito de um acordo entre Israel e o Hamas, mediado principalmente pelo Catar.

Além disso, cinco reféns haviam sido libertados antes da trégua.

De acordo com o Exército israelense, 138 reféns ainda estão sob custódia em Gaza.

O ataque dos milicianos do Hamas em Israel em 7 de outubro deixou cerca de 1.200 mortos, a maioria civis, segundo as autoridades.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas e prometeu "aniquilar" o movimento islamista, que governa a Faixa de Gaza desde 2007.

O governo do Hamas afirmou nesta terça-feira que 16.248 pessoas, mais de 70% das quais eram mulheres, crianças e adolescentes, morreram desde o início da ofensiva israelense no território palestino.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (30) que há um refém brasileiro com o Hamas, que poderá ser liberado "por esses dias". Lula deu a declaração depois de conversar com o emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, que tem influência sobre o grupo extremista.

Lula disse que o Catar é um parceiro importante e que o país ajudou na liberação de brasileiros que queriam repatriação e estavam retidos na Faixa de Gaza, por isso agradeceu ao emir. Depois, declarou o seguinte: "tem brasileiro lá ainda. Na liberação de um refém que ainda pode ser liberado por esses dias. Eu vim agradecer a ele [al-Thani]", declarou o presidente da República. A assessoria de imprensa do Planalto confirmou que Lula se refere a um refém do Hamas.

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O Hamas é um grupo extremista palestino com presença principalmente na Faixa de Gaza. Ataques da organização a Israel, em outubro, fizeram o conflito com o país escalar. O Hamas fez uma série de reféns, enquanto as forças armadas do país bombardeiam Gaza.

O Catar é o país com relações mais próximas com o Hamas, por isso seu governante tem influência sobre ações do grupo. Foi o Catar, por exemplo, que anunciou no começo da semana o acordo para estender a trégua entre Hamas e Israel.

Lula falou na capital do país, Doha. Antes, o petista estava na Arábia Saudita. A viagem ainda incluirá Dubai, nos Emirados Árabes, onde participa da Conferência do Clima, e a Alemanha.

O adolescente franco-israelense Eitan Yahalomi, de 12 anos, libertado na noite de segunda-feira (27) como parte de um acordo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, viveu "horrores" durante seu cativeiro em Gaza, disse sua tia ao canal francês BFMTV.

"Eitan viveu horrores lá", disse Deborah Cohen. "Alguns civis o espancaram quando chegou a Gaza", embora "ele seja um menino de 12 anos", disse a sua tia, que conseguiu falar com a mãe do seu sobrinho.

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"O Hamas forçou-o a assistir" aos crimes que os seus combatentes cometeram e filmaram em 7 de outubro em solo israelense, acrescentou. "Cada vez que uma criança chorava, eles a ameaçavam com uma arma para mantê-la quieta", acrescentou Deborah.

"Eu esperava que eles o tratassem bem. Mas aparentemente não foi o caso. Eles são monstros", disse sua tia. "Ontem ficamos muito felizes (com a libertação dele). Mas agora estou preocupada. O pai dele ainda está lá", mantido como refém. "Como ficar bem depois de ter vivido uma experiência desse tipo? Haverá muito trabalho pela frente", afirmou.

Além de Eitan Yahalomi, os irmãos Erez e Sahar Kalderon, de 12 e 16 anos, também foram libertados na noite de segunda-feira, como parte de um acordo de troca de reféns por prisioneiros palestinos entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

A ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, disse à rádio RTL que eles estão fisicamente bem, mas citou o "choque psicológico" sofrido devido aos quase dois meses de cativeiro.

As condições dos cativeiros do Hamas

Outros israelenses cujos familiares foram libertados nos últimos dias descreveram na terça-feira, 28, a privação do seu cativeiro e a fragilidade emocional da sua libertação. Quatro familiares de Shahar Mor, 52 anos, foram sequestrados em 7 de outubro; três deles, incluindo Ohad Munder Zichri, 9, já foram libertados. Mas o patriarca da família, Avraham Mundar, 78 anos, não.

No cativeiro, disse Mor, seus parentes sobreviviam principalmente com pão pita, que se tornou mais escasso com o passar das semanas. Alguns reféns libertados durante a trégua relataram ter perdido até sete quilos durante os 50 dias presos.

Merav Raviv, que teve três familiares soltos na sexta-feira, 24, disse ouviu dos familiares que alguns deles dormiam em cadeiras enfileiradas. Alguns deles precisavam esperar horas antes de ir ao banheiro.

Emily Hand, uma menina israelense-irlandesa de 9 anos libertada no sábado, 25, pelo grupo terrorista Hamas, depois de passar quase dois meses como refém, tem medo de fazer barulho e agora apenas "sussurra" ao falar, declarou seu pai, Tom Hand, em entrevista ao jornal britânico The Sun.

"Ela era uma criança normal, feliz e barulhenta, mas agora ela sussurra. Ela movimentava os lábios sem nenhum volume ou mesmo ar saindo", acrescentou. "Devem ter ordenado que ficasse em silêncio durante todo o tempo e ainda tem medo de fazer barulho."

No total, cerca de 240 pessoas foram feitas reféns pelo grupo terrorista Hamas em Israel nos ataques de 7 de outubro e 50 foram libertadas até agora. Em troca, Israel libertou cerca de 150 prisioneiros palestinos. Fora desse acordo, outros 19 reféns, a maioria trabalhadores estrangeiros, foram libertados pelo Hamas. (Com agências internacionais).

A trégua entre Israel e Hamas foi prorrogada nesta terça-feira (28) para permitir a libertação de mais reféns israelenses e detentos palestinos, assim como a entrada de ajuda adicional na Faixa de Gaza, onde a situação humanitária é considerada "catastrófica".

Em vigor desde a madrugada de sexta-feira (24), o acordo negociado pelo Catar, com apoio do Egito e dos Estados Unidos, permitiu até o momento a libertação de 50 reféns que estavam sob poder do Hamas na Faixa de Gaza e de 150 palestinos presos em Israel.

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Além disso, outros 19 reféns, em sua maioria trabalhadores estrangeiros em Israel, foram libertados pelo Hamas à margem do acordo que, a princípio, teria duração de quatro dias, até a madrugada desta terça-feira.

Poucas horas antes do fim do prazo, Estados Unidos e Catar anunciaram a extensão da trégua por mais dois dias, até a quinta-feira às 7H00 de Gaza (2H00 de Brasília). No prazo adicional devem ser libertados quase 20 reféns e 60 presos palestinos.

"As partes palestina e israelense alcançaram um acordo para prolongar a pausa humanitária em Gaza por mais dois dias", anunciou em um comunicado o porta-voz da diplomacia do Catar, Majed al Ansari.

A imprensa israelense informou que o governo do país já recebeu a lista com os nomes dos 10 reféns que o grupo islamista pretende liberar durante o dia, mas não revelou suas identidades.

Durante a noite de segunda-feira, 11 reféns israelenses foram libertados na Faixa de Gaza, incluindo seis de famílias argentinas: uma mãe e as duas filhas adolescentes e a mulher de um argentino que permanece sequestrado e suas duas filhas gêmeas de três anos.

O Ministério das Relações Exteriores da Argentina, que identificou pelo menos 21 cidadãos desaparecidos ou sequestrados no ataque de 7 de outubro do Hamas, comemorou a libertação do grupo, mas pediu "a libertação imediata e incondicional de todos os reféns".

- "Alegria indescritível" -

Pouco depois, Israel libertou 33 palestinos de suas prisões, incluindo Mohamed Abu al Humus, que abraçou a mãe ao retornar para casa em Jerusalém Oriental.

"Não posso descrever o que sinto. É uma alegria indescritível", declarou aos correspondentes da AFP.

Em Beitunia, na Cisjordânia ocupada, a recepção aos presos liberados terminou em confrontos com as forças de segurança de Israel. Um jovem palestino morreu ao ser atingido por tiros, informou o Ministério da Saúde palestino.

Antes da extensão da trégua, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aprovou a inclusão de "50 prisioneiros" na lista de pessoas que podem ser liberadas, entre elas Ahed Tamimi, uma jovem que virou símbolo da causa palestina.

Os mediadores trabalham para prolongar a trégua além das 48 horas adicionais. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, viajará no fim de semana para Israel e Cisjordânia ocupada para reuniões com Netanyahu e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.

Apesar da pressão da sociedade civil para conseguir o retorno de mais reféns, tanto o Exército como o governo de Israel reiteraram nos últimos dias que pretendem retomar os combates para "eliminar" o Hamas.

O governo de Netanyahu solicitou ao Parlamento um orçamento "de guerra" de 30,3 bilhões de shekels (8 bilhões de dólares, 39 bilhões de reais).

Israel iniciou a ofensiva contra a Faixa de Gaza após o ataque do Hamas em 7 de outubro, quando 1.200 pessoas foram assassinadas por combatentes islamistas e outras 240 foram sequestradas, segundo as autoridades israelenses. Entre os mortos estão mais de 300 militares ou integrantes das forças de segurança.

Em Gaza, alvo de bombardeios incessantes e de uma ofensiva terrestre desde 27 de outubro, a operação israelense deixou 14.854 mortos, incluindo 6.150 menores de idade, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.

- "Catastrófica" -

A extensão da trégua deve permitir a entrada de mais caminhões com ajuda para a Faixa de Gaza, cercada e devastada por sete semanas de ofensiva israelense.

"A situação humanitária em Gaza continua sendo catastrófica e o território precisa da entrada urgente de ajuda adicional de forma fluida, previsível e contínua para aliviar o sofrimento insuportável dos palestinos em Gaza", afirmou o emissário da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland.

Mais de metade das residências do território foi danificada ou destruída pela guerra, que provocou o deslocamento de 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes, segundo a ONU.

A trégua ofereceu um alívio aos moradores de Gaza, mas a situação humanitária continua "perigosa" e as necessidades "sem precedentes", afirmou a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA).

"Sofremos porque não temos comida, água, não nos trazem nenhuma ajuda", lamentou Fouad Hara, um palestino pai de cinco filhos, deslocado pelos combates na Cidade de Gaza para o sul do território.

O russo-israelense Roni Krivoi, de 25 anos, que foi libertado pelo grupo terrorista Hamas de seu cativeiro na Faixa de Gaza no domingo, 26, ficou quatro dias foragido no enclave palestino, até ser novamente capturado pelos terroristas, segundo o relato de sua tia, Elena Magid, ao canal israelense Kan.

Segundo Magid, seu sobrinho estava em um prédio na Faixa de Gaza que acabou desabando por conta de um bombardeio das Forças de Defesa de Israel e conseguiu escapar dos terroristas do Hamas. "Ele conseguiu escapar e se escondeu sozinho por vários dias. No final, os habitantes de Gaza capturaram ele e o devolveram para o Hamas", apontou a tia de Krivoi.

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Krivoi foi libertado como um aceno do grupo terrorista ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. Segundo Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, a liberação dele foi resultado de uma negociação direta entre o Hamas e o governo russo, em um acordo diferente do firmado entre o grupo terrorista e Israel, que foi mediado por Estados Unidos e Catar.

A família de Krivoi é de origem russa e todos possuem cidadania, mas Krivoi nasceu em Israel. O país do Oriente Médio possui mais de 1 milhão de habitantes de origem russa, composta principalmente por judeus que emigraram após o fim da União Soviética.

O jovem trabalhava como técnico de som na rave brasileira Supernova, no dia 7 de outubro, quando os terroristas do Hamas atacaram a festa e mataram 260 pessoas, incluindo três brasileiros. Krivoi foi o primeiro homem com cidadania israelense a ser libertado pelo Hamas.

Krivoi foi liberado junto com outros 13 reféns israelenses e três sequestrados tailandeses, que foram libertados por conta de um acordo entre o governo da Tailândia e o Hamas.

Israel libertou neste domingo, 26, mais 39 prisioneiros palestinos em cumprimento ao acordo com o Hamas. Pouco antes, o grupo terrorista islâmico libertou 17 reféns, sendo 14 israelitas e três tailandeses. Foi o terceiro dia consecutivo de troca de reféns por prisioneiros em paralelo a um cessar-fogo temporário.

"Todos os prisioneiros foram libertados da prisão de Ofer e do centro de detenção de Jerusalém, exceto um prisioneiro de Gaza que foi libertado na passagem de Kerem Shalom", afirmou o serviço penitenciário israelense em comunicado.

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O Ministério das Relações Exteriores do Catar, que acompanha o processo, detalhou que os 39 palestinos libertados por Israel são menores de idade. "Todos os libertos das prisões israelenses são menores de idade", disse o porta-voz da pasta, Majed Al Ansari, na rede social X (ex-Twitter).

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que entre os reféns libertados neste domingo, 26, pelo grupo Hamas está a menina norte-americana Abigail Edan, de quatro anos, cujo os pais morreram no ataque do dia 7 de outubro, quando o conflito teve início. "Ela está livre e em Israel", disse.

Ao todo, nove crianças com 17 anos ou menos estavam na lista, segundo o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Os reféns tinham idades entre 4 e 84 anos.

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Uma nova libertação de reféns sequestrados pelo Hamas em troca de prisioneiros palestinos está prevista para este domingo (26), no terceiro dia de uma trégua temporária entre Israel e o movimento islamista palestino, que permite fornecer mais ajuda humanitária aos habitantes da Faixa de Gaza.

As libertações de sábado foram adiadas por várias horas depois de o Hamas ter acusado Israel de não respeitar os termos do acordo alcançado na quarta-feira graças à mediação de Catar, Estados Unidos e Egito, um sinal que mostra a fragilidade da trégua.

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Enquanto isso, centenas de caminhões com ajuda humanitária continuam entrando na Faixa de Gaza, sitiada durante sete semanas de guerra desencadeada pelo ataque sangrento do Hamas em Israel, em 7 de outubro.

No total, o movimento islamista entregou 41 reféns israelenses e estrangeiros ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na sexta e no sábado, e Israel libertou 78 prisioneiros palestinos.

O acordo prevê quatro dias de trégua que deverá permitir a libertação de 50 reféns e 150 prisioneiros palestinos.

O governo israelense disse ter uma lista de reféns que serão libertados neste domingo, mas não revelou suas identidades, quantidade ou hora.

- "Guerra psicológica" -

O porta-voz do Exército israelense, Doron Spielman, declarou que o Hamas emprega uma "tática protelatória" na "guerra psicológica" após a libertação atrasada de 17 reféns no sábado.

Um vídeo divulgado pelas brigadas Ezzedine al-Qassam, o braço armado do movimento islamista, mostra 13 reféns israelenses e quatro tailandeses embarcando em veículos do CICV pouco antes da meia-noite. Todos chegaram pouco depois a Israel através do Egito.

Entre os reféns libertados está Maya Regev, de 21 anos, sequestrada junto com seu irmão, de 18, enquanto tentava fugir do festival de música Tribe of Nova, onde o Hamas matou 364 pessoas em seu ataque na madrugada de 7 de outubro.

"Estou muito feliz que Maya esteja prestes a se juntar a nós. No entanto, estou com o coração partido porque meu filho Itay ainda é prisioneiro do Hamas em Gaza", disse sua mãe, Mirit, segundo o Fórum de Famílias de Reféns.

Em Tel Aviv, dezenas de milhares de manifestantes reuniram-se no sábado à tarde para pedir a libertação total dos reféns.

Em 7 de outubro, milicianos do Hamas mataram 1.200 pessoas e sequestraram cerca de 240, segundo as autoridades israelenses, no pior ataque em solo israelense na história do país.

Em resposta, Israel bombardeou incansavelmente o pequeno território. O grupo islamista, que governa Gaza desde 2007, afirma que 14.854 pessoas morreram até agora pela ofensiva israelense, incluindo 6.150 crianças.

- "Palestina está ferida" -

Na noite de sábado, Israel anunciou a libertação de um segundo grupo de 39 prisioneiros palestinos, todos mulheres e menores de 19 anos.

Na Cisjordânia ocupada, comboios de veículos com bandeiras de movimentos palestinos liderados pelo Hamas desfilaram pelas ruas enquanto escoltavam um ônibus do CICV que transportava prisioneiros libertados.

Em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel, as celebrações foram mais discretas. Membros das forças de segurança israelenses, armados e com capacetes, cercaram em grande número a casa de Israa Jaabis, de 39 anos, a prisioneira mais conhecida da lista.

Jaabis foi condenada a 11 anos de prisão por detonar um recipiente de gás que carregava no porta-malas de seu veículo durante uma 'blitz' em 2015, e feriu um policial.

A sua foto com dedos atrofiados e rosto parcialmente queimado em um tribunal israelense é frequentemente usada para mostrar o sofrimento dos prisioneiros palestinos.

"Tenho vergonha de falar de alegria quando toda a Palestina está ferida", disse Jaabis aos repórteres ao lado de seu filho Moatassem, de 13 anos. "Devem libertar todos eles", afirmou.

O chefe do Estado-Maior do Exército israelense, general Herzi Halevi, alertou que a guerra não acabou. "Começaremos a atacar Gaza novamente assim que a trégua terminar", prometeu.

O braço armado do Hamas confirmou a morte do comandante da sua brigada do norte de Gaza, Ahmed al-Ghandour, e de três outros altos funcionários, incluindo Ayman Siyyam, apresentado como chefe das unidades de lançamento de foguetes, na ofensiva israelense.

- Ajuda humanitária -

O acordo inclui também a entrada de ajuda humanitária e combustível em Gaza, sitiada por Israel desde 9 de outubro.

Um total de 248 caminhões carregados com ajuda humanitária entraram no sábado na Faixa de Gaza, 61 deles transportavam água, alimentos e material médico para o norte do território, segundo a ONU.

O Exército considera o terço norte da Faixa de Gaza, onde está localizada a cidade de Gaza, uma zona de combate que abriga o centro de infraestruturas do Hamas, e ordenou que a população deixasse aquela área e a impede de retornar.

Apesar do aviso, milhares de deslocados em Gaza aproveitaram a pausa nos combates para tentar voltar às suas casas no norte.

"Não temos armas. Somos civis', disse Mahmud Masood entre os escombros de Jabaliya, no norte do território. "Por que eles destruíram nossas casas?", questiona.

Segundo a ONU, metade das casas de Gaza foi danificada ou destruída e 1,7 milhão de pessoas – entre 2,4 milhões de habitantes – foram deslocadas.

Na Cisjordânia ocupada, oito palestinos morreram nas últimas 24 horas em vários incidentes com o Exército israelense, segundo o Ministério da Saúde palestino.

Após um primeiro dia bem-sucedido no cessar-fogo e troca de prisioneiros entre Israel e o grupo terrorista Hamas, na sexta-feira, o atraso na libertação do segundo grupo ontem expôs a fragilidade da trégua alcançada entre eles na guerra que já dura mais de sete semanas. Ontem, depois de sete horas de atraso, o Hamas entregou o segundo grupo de reféns composto por 13 israelenses - 8 crianças e 5 mulheres - e 4 tailandeses. Em troca, Israel libertou 39 prisioneiros palestinos, conforme o negociado.

No início do dia, o atraso na libertação levantou temores de que a trégua pudesse entrar em colapso total. O Hamas disse inicialmente que iria adiar o acordo, culpando Israel por não ter cumprido partes importantes da negociação envolvendo entrega de ajuda humanitária. Os militares israelenses negaram veementemente a acusação e ameaçaram retomar os bombardeios se os reféns não fossem soltos. Os termos do acordo entre os dois não foram detalhados, o que dificulta a verificação das afirmações do grupo terrorista.

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Já à noite, o Catar, que ajudou a mediar o acordo ao lado do Egito, informou que os lados tinham conseguido superar obstáculos não especificados que dificultavam sua implementação. O presidente americano, Joe Biden, chegou a conversar diretamente com o emir e com o primeiro-ministro do Catar sobre possíveis atrasos e mecanismos para resolvê-los, disse Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.

Assim como no primeiro dia, o novo grupo de reféns foi entregue à organização humanitária Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Gaza, que o levou em seus veículos para o Egito. De lá, os recém-libertados foram levados para Israel e encaminhados para hospitais. Pelo combinado, deverá haver nova troca de prisioneiros hoje e amanhã.

Ao longo do dia tenso, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, reuniu-se com os altos responsáveis pela segurança do país. O porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, disse que os esforços para libertar os reféns avançavam, mas "nada era definitivo até que realmente acontecesse".

50 DIAS

A breve trégua - que entrou em vigor na manhã de sexta-feira - já é a pausa mais longa em um conflito de 50 dias que começou em 7 de outubro, quando um ataque do Hamas ao sul de Israel matou 1,2 mil pessoas - outras 240 foram sequestradas.

Como parte do acordo, o Hamas concordou em libertar durante quatro dias pelo menos 50 mulheres e crianças israelenses mantidas reféns em Gaza, enquanto Israel libertaria 150 mulheres e menores palestinos nas suas prisões, disseram autoridades de ambos os lados. Na sexta-feira, o Hamas libertou 13 reféns israelenses, enquanto Israel soltou 39 prisioneiros palestinos. Dez cidadãos tailandeses e um filipino - que trabalhavam nas fazendas do sul de Israel quando foram sequestrados - também foram soltos pelo grupo terrorista.

Ao anunciar o atraso de ontem, autoridades do Hamas acusaram Israel de não permitir que caminhões com ajuda suficiente chegassem ao norte de Gaza, onde estão concentrados os combates. Afirmaram ainda que Israel e não libertou prisioneiros palestinos segundo os termos do acordo.

Israel negou qualquer violação e deu a entender que o cessar-fogo de quatro dias terminaria mais cedo se o Hamas não libertasse o segundo grupo de reféns ainda ontem.

Apesar de não detalhado, o acordo entre ambos envolve também a entrega de mais ajuda a Gaza, onde a guerra causou grave escassez de combustível e alimentos para a população do enclave.

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PRCS) informou no fim do dia, ontem, ter recebido 187 caminhões do Crescente Vermelho egípcio, que foram despachados para a Cidade de Gaza e para o norte do território, no maior comboio de ajuda já recebido na região desde 7 de outubro.

RETORNO

Os primeiros 13 reféns israelenses libertados na sexta-feira começaram a reunir-se com as suas famílias, pondo fim a quase sete semanas de incerteza e medo sobre o seu destino em Gaza.

Ontem, em um vídeo divulgado pelo hospital infantil Schneider, Yoni Asher pode ser visto abraçando sua mulher, Doron, e suas duas filhas em uma cama de hospital. As três foram soltas na sexta-feira.

"Você estava com saudades de mim? Você pensou no papai?", perguntou Asher a suas filhas - Raz, de 4 anos, e Aviv, de 2. "O tempo todo", respondeu Doron. "Sonhei que íamos para casa", disse Raz. "Iremos para nossa casa em breve", respondeu o pai.

Em outro vídeo divulgado pelo hospital, Ohad Munder Zichri, de 9 anos, corre pelo corredor do hospital e cai nos braços do pai. Sua família também compartilhou imagens de Ohad - sequestrado junto com sua mãe, Keren, e com a avó Ruti - brincando no hospital.

O professor Gilat Livni, que supervisiona o tratamento das crianças reféns tratadas no Schneider, disse que as quatro crianças israelenses que retornaram na sexta-feira estavam "em geral, em boas condições", apesar do que passaram.

Para muitas famílias - mesmo para aquelas cujos parentes foram libertados -, a alegria se misturou com a tristeza pelos mais de 200 reféns que se acredita permanecem ainda em Gaza. Algumas famílias foram divididas, com mulheres e crianças libertadas, enquanto parentes do sexo masculino ficaram para trás - incluindo o avô de Ohad, Avraham.

"Estamos felizes, mas não estamos comemorando. Ainda há outros reféns em cativeiro", disse Roy Zichri, irmão de Ohad, em um comunicado. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vários reféns que haviam sido sequestrados em solo israelense por milicianos do Hamas e depois levados à Faixa de Gaza foram liberados nesta sexta-feira (24), após o acordo negociado com a mediação do Catar e poucas horas depois da entrada em vigor de uma trégua entre Israel e o movimento islamista palestino.

"Os 13 reféns israelenses estão agora com os serviços de segurança israelenses", disse à AFP uma fonte de segurança israelense, depois que duas fontes próximas ao Hamas indicaram que os presos foram entregues na Faixa de Gaza ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

Por sua vez, a Tailândia anunciou que o Hamas liberou 12 de seus cidadãos reféns, que se somam aos israelenses liberados, em um "gesto" consentido pelo movimento islamista.

A trégua entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza entrou em vigor na manhã desta sexta-feira e inicialmente havia sido anunciada a liberação de 13 reféns, no que significa o primeiro sinal de distensão após semanas de guerra.

O Catar, principal mediador do conflito ao lado dos EUA e Egito, conseguiu na quarta-feira um acordo para uma trégua - que pode ser prolongada - de quatro dias, acompanhada de uma troca de 50 reféns mantidos em Gaza por 150 presos palestinos detidos em Israel.

A entrada em vigor do pacto estava prevista inicialmente para quinta-feira, mas foi adiada para sexta-feira às 07h locais (05h GMT, 02h no horário de Brasília), anunciou o Catar.

Ao amanhecer milhares de pessoas que fugiram das regiões próximas à fronteira com o Egito se preparavam para voltar para suas casas, reunindo seus pertences em bolsas de plástico e caixas de papelão.

Entre eles, Omar Jibrin, um jovem de 16 anos, que minutos depois do início da trégua saiu de um hospital do sul do território onde havia se refugiado com oito parentes.

"Vou para casa", disse à AFP.

No céu, aviões israelenses haviam cessado os bombardeios, mas lançaram panfletos de advertência: "A guerra não acabou (…) Retornar ao norte é proibido e é muito perigoso".

No sul de Israel, quinze minutos após o início da trégua, as sirenes de alerta antiaéreo foram ativadas em várias localidades próximas à fronteira com Gaza, disse o Exército sem dar mais detalhes.

- "Incrivelmente difícil" -

O Hamas anunciou "uma paralisação total das atividades militares" por quatro dias, durante a qual 50 reféns serão liberados. Para cada um deles, "três presos palestinos" serão soltos, indicou.

Na manhã desta sexta, uma fonte de segurança egípcia disse à AFP que uma delegação de segurança de seu país estará em Jerusalém e Ramallah para garantir o "respeito à lista" de presos palestinos liberados.

Uma fonte dentro do Hamas disse à AFP que a entrega destes reféns será feita "secretamente, longe da imprensa".

Maayan Zin soube na quinta-feira que suas duas filhas não faziam parte dos reféns que seriam liberados nesta sexta.

"É incrivelmente difícil para mim", disse na rede social X, antigo Twitter, apesar de ter se mostrado "aliviada pelas outras famílias".

Israel divulgou uma lista de 300 palestinos (33 mulheres e 267 menores de 19 anos) que podem ser soltos. Entre eles, há 49 membros do Hamas.

- Voltar à guerra? -

A comunidade internacional celebrou o acordo e confia no que seja um primeiro passo para um cessar-fogo duradouro.

Mas o governo e o Exército israelense disseram que "continuariam" os combates para "eliminar" o Hamas uma vez que termine a trégua.

"Não paramos a guerra. Continuaremos até a vitória", afirmou o chefe do Estado Maior de Israel, o general Herzi Halevi.

"Tomar o controle do norte da Faixa de Gaza é a primeira etapa de uma longa guerra e nos preparamos para as fases seguintes", disse o porta-voz do Exército, Daniel Hagari.

O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, declarou que a trégua "não pode ser apenas uma pausa" e pediu para usar esse respiro para impedir a retomada dos combates em Gaza.

A guerra estourou com o ataque dos milicianos do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, de uma magnitude e violência inéditas desde a criação do Estado israelense.

Segundo as autoridades do país, 1.200 pessoas, em sua maioria civis, foram assassinadas e cerca de 240 foram tomadas como reféns e levadas à Faixa de Gaza.

Israel lançou uma ofensiva contra Gaza, com bombardeios constantes e uma operação terrestre desde 27 de outubro, que causaram a morte de 14.854 pessoas, entre elas 6.150 crianças, segundo o governo controlado pelo Hamas.

- Bombardeios antes da trégua -

As hostilidades persistiram até o último momento. Duas horas antes do início da trégua, um responsável do governo do Hamas disse à AFP que soldados israelenses "realizaram uma invasão ao Hospital Indonésio" em Gaza, onde há cerca de 200 pacientes.

Os bombardeios devastaram o território palestinos e deslocaram 1,7 dos seus 2,4 milhões de habitantes, segundo a ONU, que denuncia uma grave crise humanitária.

A população encontra-se submetida desde 9 de outubro a um "cerco total" por parte de Israel, que cortou os fornecimentos de comida, água, eletricidade e medicamentos.

A trégua deve permitir a entrada de "um maior número de comboios humanitários e de ajuda, incluindo combustível", segundo o Catar.

Mas um grupo de ONGs internacionais asseguraram que será "insuficiente" para levar a ajuda necessária e pediram um verdadeiro cessar-fogo.

A guerra também chega à fronteira norte de Israel, onde, nas últimas semanas, foram registradas trocas de tiros quase que diárias entre o Exército israelense e o movimento libanês Hezbollah, aliado do Hamas.

Um cessar-fogo de quatro dias na guerra entre Israel e Hamas começou na madrugada desta sexta-feira, 24, em Gaza, como parte de um acordo que o Catar ajudou a intermediar. O acordo também inclui a libertação de dezenas de reféns mantidos por terroristas do Hamas e palestinos presos por Israel, o que deve ocorrer ainda nesta sexta-feira.

A interrupção dos combates promete um certo alívio para os 2,3 milhões de habitantes de Gaza, que enfrentaram semanas de bombardeios israelenses, bem como para as famílias em Israel, que temem pelo destino de seus entes levados em cativeiro durante o ataque do Hamas em 7 de outubro, que desencadeou a guerra.

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O cessar-fogo iniciou às 7h da manhã, horário local, e deve durar pelo menos quatro dias. Durante esse período, o grupo terrorista Hamas, que governa Gaza, prometeu libertar pelo menos 50 dos cerca de 240 reféns que ele e outros militantes fizeram em 7 de outubro. O Hamas disse que Israel libertaria 150 prisioneiros palestinos.

Ambos os lados libertarão mulheres e crianças primeiro. Israel disse que a trégua seria estendida por mais um dia para cada 10 reféns adicionais libertados.

A trégua em troca de reféns foi alcançada em semanas de intensas negociações indiretas, com o Catar, os Estados Unidos e o Egito atuando como mediadores. Se for mantido, marcará a primeira pausa significativa nos combates desde que Israel declarou guerra ao Hamas, há sete semanas.

O acordo aumentou as esperanças de que a guerra, que arrasou vastas áreas de Gaza, alimentou uma onda de violência na Cisjordânia ocupada e despertou o temor de uma conflagração mais ampla no Oriente Médio, acabe.

Israel se opôs a essas especulações, dizendo que estava determinado a retomar sua ofensiva maciça assim que a trégua terminasse. O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse aos soldados na quinta-feira (23) que o descanso seria curto e a guerra seria retomada com intensidade por pelo menos mais dois meses.

Um primeiro grupo de 13 mulheres e crianças detidas pelo Hamas será libertado na tarde de sexta-feira (11h da manhã em Brasília), de acordo com Majed al-Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar. Três prisioneiros palestinos, também mulheres e menores de idade, serão libertos para cada refém libertado.

O Ministério da Justiça de Israel publicou uma lista de 300 prisioneiros que podem ser libertados, principalmente adolescentes detidos no ano passado por atirar pedras e outros delitos menores.

O retorno dos reféns pode aliviar a crise em Israel, onde a situação dos cativos tem dominado o debate público sobre o conflito no país. As famílias dos reféns realizaram manifestações em massa para pressionar o governo a trazê-los de volta. O gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse que notificou as famílias dos reféns listados para libertação na sexta-feira.

Ajuda humanitária

A ajuda humanitária aos palestinos começará a entrar em Gaza "o mais rápido possível", disse al-Ansari na quinta-feira. A esperança é que o "impulso" desse acordo leve ao "fim da violência", disse ele aos repórteres.

O Hamas disse que 200 caminhões por dia entrarão em Gaza levando ajuda. O Catar disse que a ajuda incluirá combustível, mas não deu detalhes sobre as quantidades.

Israel cortou todas as importações para Gaza no início da guerra, com exceção de uma pequena quantidade de alimentos, água e suprimentos médicos permitidos pelo Egito. A falta de combustível causou um apagão em todo o território, deixando as casas e os hospitais dependentes de geradores que estão falhando.

A guerra eclodiu quando terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel, matando pelo menos 1.200 pessoas, a maioria civis, e fazendo dezenas de reféns, incluindo bebês, mulheres e idosos, além de soldados. Espera-se que o Hamas exija um grande número de prisioneiros de alto escalão em troca dos soldados.

Os bombardeios israelenses, que entraram na sétima semana, mataram mais de 13.300 palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, que retomou a contagem detalhada de vítimas da guerra em Gaza. O ministério havia parado de publicar a contagem de vítimas desde 11 de novembro, dizendo que havia perdido a capacidade de fazê-lo devido ao colapso do sistema de saúde no norte do país.

Os novos números não foram detalhados, mas as mulheres e os menores de idade sempre representaram cerca de dois terços dos mortos, porque são maioria na região. Os números não incluem os dados atualizados dos hospitais do norte. O ministério diz que cerca de 6 mil pessoas foram dadas como desaparecidas, temendo-se que estejam sob os escombros.

O ministério não faz distinção entre civis e militantes em seu número de mortos. Israel afirma ter matado milhares de combatentes do Hamas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saudou o acordo feito entre o governo de Israel e o grupo terrorista Hamas por trégua temporária em Gaza, após mais de 40 dias de conflito. De acordo com Lula, a expectativa é que a resolução possa avançar em uma saída política e duradoura do conflito.

As declarações ocorreram durante participação do brasileiro na Cúpula Virtual do G20 nesta quarta-feira, 22. A cerimônia representou o encerramento da presidência da Índia à frente do bloco. As falas foram feitas nesta manhã e a íntegra do discurso foi divulgada pelo Palácio do Planalto.

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Lula iniciou o discurso comentando sobre a situação política mundial, com foco especial no conflito no Oriente Médio. Segundo o petista, desde seu último encontro presencial com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, "o mundo está ainda mais complexo". "Rivalidades geopolíticas persistem, a economia global desacelera e as consequências das mudanças climáticas se sucedem", contextualizou.

O brasileiro disse que o recrudescimento do conflito entre Israel e Hamas somaram-se às "múltiplas crises" que o mundo já enfrentava. Ao saudar a resolução anunciada pela trégua humanitária, Lula comentou: "Espero que esse acordo possa pavimentar o caminho para uma saída política e duradoura para este conflito e para a retomada do processo de paz entre Israel e Palestina."

"Esse conjunto de desafios vai exigir vontade política e determinação por parte de governantes e dirigentes de todos os países e organismos internacionais. Por meio do diálogo, temos de recolocar o mundo no caminho da paz e da prosperidade", declarou.

A negociação acordada deve permitir a liberação de cerca de 50 dos 240 sequestrados pelo grupo durante o brutal ataque terrorista de 7 de outubro em troca de quatro dias de cessar-fogo - o primeiro desde o início do conflito. Além disso, espera-se que mulheres e crianças palestinas sejam libertadas das prisões em Israel.

Presidência brasileira do G20

No discurso, Lula detalhou as diretrizes da presidência do Brasil no G20, que tem início em 1º de dezembro de 2023 e se estende até novembro de 2024. Segundo o chefe do Executivo, há três linhas de ação para estruturar os trabalhos do grupo: inclusão social e combate à fome e à pobreza; transição energética e desenvolvimento sustentável; e reforma da governança global. O petista afirmou que o "eixo condutor" da presidência será a redução das desigualdades.

"O lema da presidência brasileira - 'Construindo um mundo justo e um planeta sustentável' - reflete essas prioridades. Estamos criando duas forças-tarefa, uma contra a fome e a desigualdade e outra contra a mudança do clima", disse. "Também lançaremos uma iniciativa para a bioeconomia."

Lula afirmou que o G20 ajudará a alavancar iniciativas multilaterais em curso e disse ser preciso recuperar a dimensão do desenvolvimento sustentável e acelerar o ritmo de implementação da agenda 2030.

"Queremos trabalhar no G20 para chegar lá com uma agenda climática ambiciosa que assegure a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas. Isso só será possível abordando seriamente o endividamento, o acesso a financiamento e mecanismos progressivos de tributação", acrescentou. Lula disse que também vai fortalecer a governança global para lidar com "antigas e novas questões".

O governo de Israel aprovou nesta quarta-feira, 22 (noite de terça-feira, 21, pelo horário de Brasília), o acordo mediado pelo Catar para uma trégua temporária em Gaza, após 45 dias de guerra com o grupo terrorista Hamas, que domina o enclave. Cinquenta mulheres e crianças israelenses detidas em Gaza serão libertadas em troca de um cessar-fogo temporário de quatro dias.

Além disso, espera-se que cerca de 150 mulheres e crianças palestinas sejam libertadas das prisões no Israel. Por outro lado, os estrangeiros mantidos como reféns não estão inclusos no acordo principal, mas ainda podem fazer parte de acordos separados que garantissem sua liberação durante o período de trégua.

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Como parte do acordo, ao menos 300 caminhões de ajuda humanitária, incluindo combustível, serão autorizados a entrar na Faixa de Gaza.

Israel concordou em não pilotar drones durante seis horas por dia. Mas o governo assegurou que a guerra contra o Hamas deve continuar posteriormente, e Israel se recusará a permitir que os palestinos retornem às suas casas no norte de Gaza.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, pediu na noite desta terça-feira, 21, em pronunciamento de rádio e TV o apoio de seu gabinete para aprovar o acordo.

O pedido público do primeiro-ministro serviu como pressão política, sobretudo sobre a ala mais radical do gabinete, ligada a partidos religiosos e de colonos judaicos na Cisjordânia, que hesitam em dar o sinal verde para a aprovação.

"Estamos diante de uma decisão difícil, mas é a decisão correta", disse Netanyahu em pronunciamento na TV. "Os órgãos de inteligência (Mossad e Shin Bet) aprovam o acordo. A guerra tem seus estágios e a libertação de reféns é um deles. Apesar disso, não descansaremos até alcançar a vitória total e trazer todos de volta."

Além disso, também foram registrados em Tel-Aviv protestos de israelenses para pressionar o governo a aprovar a troca. O gabinete de crise de Netanyahu também se reuniu nos últimos dias com parentes dos reféns, que pediram esforços para a libertação.

Inicialmente, a posição pública do Israel era de linha dura, recusando qualquer proposta de cessar-fogo até a libertação de todos os reféns. Após 46 dias de guerra, com morte de reféns no período, Israel mudou sua posição. (Com agências internacionais).

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comemorou o acordo firmado entre Israel e o grupo extremista palestino Hamas que prevê a libertação de 50 reféns e um cessar fogo de quatro dias. "Saúdo o acordo para garantir a libertação dos reféns tomados pelo grupo terrorista Hamas durante o seu ataque brutal contra Israel em 7 de outubro", afirmou Biden, em comunicado emitido ainda durante a madrugada desta quarta-feira, 22.

O democrata aproveitou para agradeceu o empenho dos líderes de Qatar e Egito, que ajudaram a intermediar as negociações. Biden também citou o "compromisso" do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em apoiar a pausa temporária nos combates para a execução do acordo, além da prestação de assistência humanitária para civis em Gaza.

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