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Os venezuelanos aprovaram, em plebiscito realizado no domingo, 3, proposta do presidente Nicolás Maduro para a anexação de Essequibo, região rica em petróleo pertencente à vizinha Guiana, segundo anúncio do órgão eleitoral da Venezuela. Prevista para acabar às 18h locais de domingo (19h de Brasília), a votação foi prolongada em duas horas em meio a alegações da oposição venezuelana de baixa participação eleitoral.

O Conselho Nacional Eleitoral, porém, afirma que mais de 10,5 milhões de pessoas compareceram à consulta.

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A Venezuela há tempos argumenta que Essequibo lhe foi "roubada" quando a fronteira entre os países foi definida, há mais de um século.

Os chilenos rejeitaram, neste domingo (4), em referendo o novo texto constitucional. Com 80% dos votos apurados até por volta das 20h30 do domingo, o "rechaço" à nova Carta tinha 62% dos votos. A aprovação, 38%. Analistas e estatísticos, no entanto, diziam que o resultado era impossível de ser alterado e muitos membros do governo reconheceram a derrota.

A nova Constituição substituiria a Carta de 1980, imposta na época da ditadura de Augusto Pinochet. Ela era crucial para as reformas propostas pelo presidente, Gabriel Boric, que fez campanha pela aprovação - e perdeu.

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Com a derrota, o velho marco jurídico da ditadura continua vigente. No entanto, há um consenso entre a maioria dós líderes políticos que o projeto de uma nova Constituição segue vivo. A razão é que o projeto de uma nova Carta foi aprovado em um plebiscito, em outubro de 2020, por quase 80% dos chilenos.

No domingo, mesmo antes de saber do resultado, Boric convocou uma reunião no Palácio La Moneda com líderes de todos os partidos para discutir como elaborar uma nova Carta. "Precisamos abrir um diálogo sobre como continuar o processo constituinte", disse o presidente.

A derrota, no entanto, não seguiu uma linha ideológica. Boa parte dos que rejeitam a Carta ontem são de centro ou centro-esquerda. Entre eles estão os ex-presidentes Ricardo Lagos, um socialista, e Eduardo Frei, um democrata cristão. Ambos rejeitam tanto a Constituição de Pinochet quanto a nova proposta e defendem que o processo constituinte siga após o referendo.

PIÑERA

Até o ex-presidente Sebastián Piñera, um conservador de quatro costados, que se manteve em silêncio durante a campanha, parece concordar com a continuidade do processo constituinte. "Temos um compromisso com uma nova e boa Constituição. E vamos cumpri-lo", afirmou ontem o ex-presidente após depositar seu voto - ele não disse como votou.

Entre os líderes políticos que não devem hipotecar apoio a um novo processo está o líder da direita José Antonio Kast, derrotado por Boric na eleição presidencial. "Temos uma nova chance de reconquistar a nossa pátria. Eu li várias vezes o rascunho do texto constitucional e ainda não entendi nada", disse Kast logo após votar, em Santiago.

Kast se refere não só ao tamanho do texto constitucional - com cerca de 400 artigos -, mas também à linguagem confusa que garante direitos sem detalhes práticos. O documento menciona o termo "gênero" 39 vezes. As decisões judiciais, a polícia e o sistema de saúde teriam de funcionar com uma "perspectiva de gênero", que não é definida.

PRESENÇA

A votação de ontem foi marcada pela tranquilidade e pelo alto comparecimento. O local que mais simbolizou o dia do referendo foi a maior zona eleitoral do Chile, o estádio Nacional, em Santiago, um ícone da ditadura. Mais de 13 mil eleitores votaram no palco da decisão da Copa de 1962, vencida pelo Brasil.

"É um palco de muitas alegrias esportivas e recreativas, pois é usado para shows e espetáculos, mas também é um lugar de profunda dor, tristeza e violência", afirmou a historiadora Carla Peñaloza. Pelos porões do estádio passaram 50 mil prisioneiros, entre setembro e novembro de 1973, quando o local foi fechado como centro de detenção.

"O Estádio Nacional parou de receber presos políticos porque era preciso jogar contra a União Soviética pelas eliminatórias da Copa de 1974", lembra Peñaloza. "Em protesto contra a ditadura, os soviéticos não entraram em campo."

Na fila para entrar estava Ana Velázquez, que ficou presa por duas semanas no estádio quando tinha 21 anos. "Saí por milagre, graças à Cruz Vermelha", disse Velázquez. "Temos de jogar no lixo a Constituição de Pinochet, que foi escrita com sangue e fogo. Agradeço aos jovens do Chile, que se uniram na revolta social e iniciaram esse processo."

Paola Castro, de 45 anos, mostrou otimismo, acreditando que a mudança "está mais perto do que nunca", ao admitir que votou pela aprovação do texto. "Vir votar no Estádio Nacional não é só exercer um direito, mas é reconhecer nossa história", disse.

Santiago, porém, foi um ponto fora da curva na votação de ontem. A região era reduto dos apoiadores do novo texto constitucional. O voto da capital, no entanto, não foi capaz de alterar o resultado final. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na segunda-feira (25) os tunisianos estão convocados para votar em referendo sobre uma nova Constituição, conjecturando uma nova virada política na crise desta jovem democracia que ainda corre o risco de cair em derivas autoritárias.

Com 12 milhões de habitantes, o país atravessa um ano de profunda crise política depois que o presidente Kais Saied, eleito por maioria ampla em 2019, se atribuiu plenos poderes com a justificativa de uma situação instável.

"Um golpe de Estado", denuncia a oposição, e uma "concentração excessiva de poder", de acordo com as organizações de defesa dos direitos humanos.

A oposição, em especial o partido de inspiração islâmica Ennahdha, pediu um boicote ao referendo devido à falta de acordo e por considerá-lo um "processo ilegal".

O principal sindicato UGTT não deu voto.

"A grande incógnita é se a participação será baixa ou muito baixa, já que muitas pessoas não sabem nem por que estão votando", explicou o pesquisador Youssef Cherif à AFP, assim como a maioria dos analistas convencido da vitória do "sim".

"Poucas pessoas na Tunísia acompanham a política atualmente", acrescenta Cherif.

Cerca de nove milhões de eleitores estão inscritos para a votação, mas nada garante que todos irão para as urnas na segunda, dia de feriado.

Apesar disso, os centros de votação abrem às 2h00 e fecham às 18h00, no horário de Brasília.

Os defensores do "sim" votarão "porque gostam do presidente ou porque odeiam os que governaram desde (a Revolução de) 2011", Ennahdha e seus aliados, "mas não são mais que algumas centenas de milhares", segundo Cherif.

Esse desinteresse na política vem, segundo o cientista político Hamadi Redissi, de que "ao contrário da Constituição de 2014, aqui não houve debate ou deliberação pública do projeto", e segundo esse pesquisador foi feito "às pressas".

A última versão do texto, escrita pessoalmente por Kais Saied, está "a anos luz do projeto laico e democrático" proposto pela comissão encarregada de sua elaboração, explica Redissi.

O jurista responsável pela comissão, Sadok Belaid, distanciou-se do texto final por ser suscetível "de abrir um caminho para um regime ditatorial".

A oposição e os analistas estão preocupados com o previsto retorno de um regime ultrapresidencialista. Isso romperia com o sistema parlamentarista criado com a queda do ditador Ben Alí, em 2011, que fez a Tunísia a única democracia nascida das revoltas da Primavera Árabe.

Para Redissi, "há uma deriva autoritária: todo o poder estaria nas mãos do presidente, que nomeia o governo. O Executivo não precisaria ter a confiança do Parlamento".

E o chefe do Estado não poderá ser revogado neste caso.

A Suíça aprovou no domingo (26) em referendo o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A decisão ganhou com 64% dos votos. Pouco mais de metade da população (52%) foi às urnas.

Com o resultado, a Suíça passa a ser o 30º país no mundo e o 17º na Europa a permitir o casamento gay. Até a votação de ontem, casais do mesmo sexo só podiam ter uma "parceria registrada" - que não garantia os mesmos direitos que o casamento em imigração, naturalização, adoção de crianças e acesso à medicina reprodutiva. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Suíça se juntou à maioria dos países da Europa Ocidental ao aprovar o casamento igualitário em um referendo realizado neste domingo (26). De acordo com a estimativa quantificada mais recente do instituto de pesquisas gfs.bern, o "sim" venceu com 64%, com margem de erro de dois pontos.

Este resultado, ainda provisório, mas que não pode mais ser revertido, supera claramente as previsões das pesquisas anteriores a esta votação, a que se opôs em particular o partido populista UDC e alguns grupos religiosos.

"É um dia histórico". A fórmula estava na boca de todos no QG dos simpatizantes do "sim", em um restaurante de Berna, enfeitado com bandeiras do arco-íris, onde se reuniram cerca de 250 pessoas.

À medida que se aproximava o pleito, o campo do não liderou uma campanha fortemente voltada para o bem-estar da criança, seu desenvolvimento e a importância, a seu ver, do casal formado por um pai e uma mãe.

Cartazes chocantes deploravam a mercantilização da criança e afirmavam que "o casamento para todos mata o pai". Em um deles, um bebê foi retratado chorando, com uma etiqueta na orelha geralmente reservada ao gado, e a pergunta: "Bebês sob encomenda?".

Em outro, uma enorme cabeça de zumbi, supostamente representando um pai falecido, encara os transeuntes. Uma escola primária em Valais até decidiu cobri-lo porque assustava as crianças.

Os casais homossexuais já podem firmar um pacto civil na Suíça, e neste domingo os cantões que antes se opunham parecem ter votado a favor da união homossexual 16 anos depois.

O novo texto prevê, em particular, que casais do mesmo sexo podem adotar uma criança em conjunto. Além disso, os casais de mulheres poderão recorrer à doação de esperma para engravidar. Este era um dos pontos mais polêmicos.

Benjamin Roduit, conselheiro nacional (deputado), do partido do Centro, comentou no canal público RTS que para ele o casamento para todos entre adultos não é um problema.

Por outro lado, disse que temia que as portas fossem abertas ao acesso à doação de esperma para casais de lésbicas. "O sucesso da nossa campanha pode ter sido ter tematizado a criança no PMA (procriação medicamente assistida)", declarou.

Iniciativa 'Robin Hood'

Por outro lado, segundo as estimativas do instituto gfs.bern, os eleitores rejeitaram em grande parte uma segunda proposta que lhes foi apresentada, lançada por jovens do Partido Socialista, com o lema "O dinheiro não trabalha, você sim!".

Foi rapidamente apelidada de iniciativa "Robin Hood" e obteve 34% de respostas positivas.

A iniciativa previa que a remuneração do capital - juros, dividendos, por exemplo - fosse tributada 1,5 vez mais que a remuneração do trabalho.

Estava prevista uma isenção deste imposto na ordem de, por exemplo, 100.000 francos por ano, mas as receitas fiscais adicionais seriam utilizadas para reduzir a tributação das rendas baixas e médias ou para financiar benefícios sociais como creches, subsídios à saúde ou formação, segundo o site dos apoiadores desta proposta. As pesquisas apontam a derrota da iniciativa.

Pesquisas apontam que a Itália aprovou na segunda-feira (21) por meio de um referendo, a redução do número de parlamentares, em uma reforma histórica que reduzirá em um terço as cadeiras no Congresso. De acordo com um levantamento de boca de urna feito pela emissora pública RAI, o corte nas vagas venceu a disputa que terminou ontem no início da tarde com 60% a 64% dos votos, contra 36% a 40% para a manutenção do atual tamanho.

Caso o resultado se confirme após a apuração, o número de deputados e senadores cairá de 945 para 600 na próxima legislatura - o corte inclui deputados e senadores. De acordo com os dados oficiais preliminares, cerca de 55% dos 47 milhões de italianos aptos a votar foram às urnas - a participação não era obrigatória.

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O enxugamento no número de parlamentares foi uma promessa eleitoral do Movimento 5 Estrelas (M5E), parceiro majoritário do governo de centro-esquerda presidido por Antonio Conte. "O que conseguimos hoje foi um resultado histórico. Temos novamente um Parlamento normal, com 345 cadeiras e privilégios menores", escreveu o ministro das Relações Exteriores e ex-líder do M5E, Luigi di Maio.

Com a reforma, a Câmara dos Deputados terá, a partir da próxima legislatura, 400 membros em vez dos atuais 630. Já o Senado ficará com 200 integrantes, em vez dos atuais 315. A Itália tem o segundo maior parlamento da Europa, atrás do Reino Unido, com 1.462, e à frente da França, que tem 925.

A consulta popular deveria ter sido realizada em março, mas foi adiada por causa da pandemia do novo coronavírus - por isso, não foi exigido quórum mínimo de participação.

O M5E defendeu a reforma alegando que era preciso diminuir os custos da política. A sigla estima uma economia de € 100 milhões (R$ 637 milhões) ao ano.

O Partido Democrata (PD), de centro-esquerda e principal aliado do M5E, e o pequeno partido Livres e Iguais, de esquerda, apoiavam a reforma. O outro parceiro do governo, o Itália Viva, do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, considerava a mudança "inútil".

Pelo espectro da direita e agora na oposição, o partido Liga, de Matteo Salvini, e o ultranacionalista Irmãos da Itália também apoiaram a reforma, e o conservador Força Itália, de Silvio Berlusconi, não orientou o voto, apesar de considerar que a lei ameaça "limitar a representatividade e reduzir a democracia".

"Esta reforma é mal feita, ela só reduz assentos de forma demagógica. Haverá partes inteiras do país que não terão representatividade", disse Antonio Tajani, ex-presidente do Parlamento Europeu e membro do Força Itália. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os italianos irão às urnas no domingo (20) e na segunda-feira (21), apesar do ressurgimento do coronavírus na Europa, para votar um referendo e em eleições regionais com a atenção voltada para Toscana, um bastião histórico de esquerda que a extrema direita de Matteo Salvini espera conquistar.

Inicialmente previstas para o final de março, essas duas votações foram adiadas em várias ocasiões, devido à pandemia. Na Itália, são cerca de 36.000 mortes por Covid-19.

O governo decidiu dividir a votação em dois dias para evitar aglomerações.

Segundo alguns cientistas políticos, estas eleições regionais terão um valor menor como teste nacional. Isso se deve ao fato de a saúde ser competência das regiões, o que leva os eleitores a julgarem a gestão da pandemia por parte de suas autoridades locais, e não pelo governo nacional.

Sete regiões - no total de mais de 20 milhões de habitantes - devem eleger seus presidentes. Todos os olhares estão voltados para três lugares, onde uma vitória da direita pode abalar o governo de Giuseppe Conte, formado por uma coalizão entre o Movimento 5 Estrelas (M5S, antissistema) e o Partido Democrata (PD, centro esquerda).

As regiões em questão são Campânia (sudeste), cuja capital é Nápoles e onde o PD é favorito; Apúlia (sudoeste), onde o atual presidente, também do PD, está lado a lado com o candidato da direita; e principalmente Toscana (centro-oeste), bastião da esquerda há mais de meio século e onde as pesquisas não marcam diferenças entre os candidatos de esquerda e de direita.

As outras quatro regiões com eleições são Vale de Aosta (noroeste), Vêneto (nordeste), Ligúria (noroeste) e Marcas (centro-leste).

A coalizão de extrema direita composta pela Liga de Matteo Salvini (extrema direita), pelos Irmãos da Itália (FDI), de Giorgia Meloni (extrema direita), e pela Forza Italia (direita), de Silvio Berlusconi, apresenta-se unida em todas as regiões.

Já a coalizão governamental - PD e M5S - surge dividida em todos os casos, exceto na Ligúria, aonde chegaram a um acordo para um candidato único.

Todo arco político concorda em que os resultados - que serão conhecidos na noite de segunda-feira - não terão influência no destino do governo.

Alguns especialistas consideram que é cedo para realizar essas eleições, em um momento em que os casos de coronavírus aumentam, apesar de, na Itália, os números estarem em torno de 1.500 novos casos diários. É muito abaixo dos registrados hoje na França, Espanha e Reino Unido.

Os russos começaram a votar, nesta quinta-feira (25), no referendo destinado a aprovar a reforma constitucional que permitirá ao presidente Vladimir Putin permanecer no poder até 2036.

A votação vai durar até a data oficial da "consulta popular", ou seja, 1° de julho. As autoridades decidiram abrir os centros eleitorais a partir de 25 de junho para evitar aglomerações nas seções eleitorais, no momento em que a pandemia de Covid-19 se espalha pelo país.

As autoridades puseram máscara e álcool em gel à disposição dos cerca de 110 milhões de eleitores distribuídos em 11 fuso horários. Na antiga capital, São Petersburgo, Serguei Papov, de 45 anos, votou contra a reforma.

"É a única coisa que posso fazer para ter a consciência tranquila", disse ele à AFP. Já Tatiana Khrolenko, de 79, votou a favor destas "reformas necessárias" e apoia a possibilidade de Putin se "apresentar a um novo mandato".

Em Moscou, uma das primeiras autoridades a votarem foi o ex-premiê Dmitri Medvedev. Ele foi filmado entrando em uma cabine da seção eleitoral sem máscara, ou luvas.

O referendo estava inicialmente previsto para 22 de abril, mas foi adiado por causa da COVID-19. Esta primeira reforma da Constituição de 1993 foi promovida por Putin em janeiro e rapidamente adotada pelo Parlamento.

- "Presidência vitalícia" para Putin -

Para o principal opositor do Kremlin, Alexey Navalny, o único objetivo da votação é "zerar o contador dos mandatos de Putin e lhe dar o direito a uma Presidência vitalícia".

"É uma violação da Constituição, um golpe de Estado", declarou em junho nas redes sociais.

A reforma autoriza o presidente em exercício a permanecer no Kremlin por mais dois mandatos, até 2036, quando completa 84 anos. Sem a reforma, Putin deixa a Presidência em 2024.

Praticamente não houve campanha contra a reforma da Constituição, devido à pandemia e à ausência de vozes dissonantes na imprensa.

As manifestações previstas em abril não puderam acontecer por causa do coronavírus. O portal "Niet", que coletava assinaturas de russos contrários à reforma, foi bloqueado pela Justiça, que o obrigou a mudar de nome.

Para alguns políticos, porém, entre eles o prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, a reforma é necessária para "garantir a estabilidade e eliminar a incerteza".

No domingo, Putin declarou na televisão que ainda não decidiu se continuará no Kremlin depois de 2024, mas que lhe parece importante ter essa opção.

"Do contrário, sei que, em dois anos, em vez de trabalhar normalmente em todos os níveis do Estado, os olhares estarão postos na busca de eventuais sucessores. Temos que trabalhar, em vez de buscar sucessores", afirmou.

Embora a maioria dê a aprovação da reforma como certa - a Constituição reformada já está, inclusive, à venda nas livrarias -, o referendo acontece em meio à queda de popularidade de Putin, devido à reforma previdenciária e à crise do coronavírus.

De maio de 2018 a maio de 2020, seu nível de aprovação caiu de 79% para 59%, segundo o instituto independente Levada.

A reforma também concede ao presidente prerrogativas como a designação e a demissão de juízes, a indexação de aposentadorias, a "fé em Deus" e o casamento como uma instituição heterossexual.

Estes princípios estão no centro do sistema de valores patrióticos conservadores do chefe de Estado russo.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, recusou, em carta enviada nesta terça-feira (14) à premiê da Escócia, Nicola Sturgeon, a convocação um referendo de independência.

Na correspondência, ele disse que ela deve aceitar o resultado do plebiscito de 2014, no qual 55% dos escoceses preferiram continuar no Reino Unido. "É hora de trabalharmos para unir todo o Reino Unido", escreveu Johnson. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brexit ou um novo referendo? Os britânicos voltam a decidir nas eleições gerais antecipadas desta quinta-feira (12) o futuro de sua relação com a União Europeia.

Estes são os diferentes cenários:

- Boris Johnson vence -

O primeiro-ministro conservador, Boris Johnson, convocou estas eleições após ter perdido a maioria no Parlamento, e depois de desavenças com o aliado norte-irlandês do DUP e dentro do seu Partido Conservador sobre o caminho a adotar para o Brexit, pelo qual votaram 52% dos britânicos em junho de 2016.

As pesquisas atribuem a ele o número suficiente de deputados para poder aprovar no Parlamento o acordo de divórcio que negociou com Bruxelas e para aplicar o Brexit na data prevista, 31 de janeiro.

Mas a saga não acaba aqui: nada vai mudar por enquanto, devido ao período de transição previsto no acordo para atenuar o impacto da saída da UE.

E Londres terá até 31 de dezembro de 2020 para negociar a futura relação com o bloco.

Este prazo parece impossível de cumprir, pois este tipo de negociação costuma se estender por anos e os especialistas apostam já em um prolongamento deste tipo de transição.

- Governo minoritário -

Nenhuma pesquisa prevê uma vitória esmagadora para o principal partido da oposição, os trabalhistas do Labour. Mas estes poderiam, ao contrário, conseguir muitos votos para impedir uma maioria conservadora.

O líder do partido, Jeremy Corbyn, da ala mais à esquerda do partido, competiria com Boris Johnson para formar um novo governo, que precisaria do apoio de um dos partidos menores.

A antecessora de Johnson, Theresa May, teve que se aliar ao DUP em 2017 para assegurar uma maioria. Mas desta vez, o DUP se opõe ao Brexit alcançado por Boris Johnson, que concede um status diferente à Irlanda do Norte ao do restante do país.

O Labour informou que tentaria governar sozinho, mas os separatistas escoceses do Partido Nacional Escocês (SNP) afirmaram que estão dispostos a apoiar um governo Corbyn com a condição de que autorize um novo referendo sobre a independência da Escócia, depois da derrota do SNP na consulta de 2014.

- Segundo referendo -

O Labour prometeu voltar a negociar o acordo de saída de Boris Johnson e submeter o resultado a um referendo nos seis meses seguintes a sua chegada ao poder.

Corbyn assegurou que se manteria neutro, mas outros membros da direção do partido disseram que fariam campanha para permanecer dentro da UE.

O SNP, a pequena formação Liberal Democratas e os nacionalistas galeses do Plaid Cymru se opõem ao Brexit.

As pesquisas mostram que os britânicos seguem igualmente divididos sobre o tema, embora se observe uma inclinação a favor da permanência.

O quinto referendo para a emancipação de Mestre, distrito em terra firme do município de Veneza, não atingiu o quórum mínimo para ser validado, evidenciando um apoio maciço da população à unidade territorial da cidade.

O "sim" à divisão venceu a consulta, realizada no último domingo (1º), com 52,44% dos votos, porém apenas 21,73% dos eleitores participaram, sendo que era necessária uma afluência de pelo menos 50% para validar o resultado.

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A participação popular foi mais numerosa no centro histórico e nas ilhas da Lagoa de Veneza do que em Mestre, onde está concentrada a maior parte dos habitantes do município.

"Respeitamos todos, mas a vontade de Veneza é muito clara: cidade unida e única", disse no Twitter o prefeito Luigi Brugnaro. "Agora viremos a página, juntos, sem polêmicas. É preciso continuar trabalhando", acrescentou.

Esse foi o quinto referendo em 40 anos para tentar reconstituir a cidade autônoma de Mestre, incorporada ao território veneziano em 1926, na era fascista - o "não" venceu nos três primeiros, e nos dois últimos o quórum mínimo não foi atingido.

Capital do Vêneto, Veneza tem cerca de 260 mil habitantes, dos quais quase 180 mil vivem no continente. Os "separatistas" alegam que a terra firme e a lagoa têm realidades muito distintas e que a primeira recebe menos atenção em detrimento da segunda, onde se concentram os pontos turísticos da cidade.

Já os "unionistas" dizem que a emancipação de Mestre poderia reduzir Veneza a uma ilha de idosos e turistas cada vez menos povoada e tornar a terra firme uma periferia "anônima". Esses argumentos sempre nortearam o debate sobre a divisão, mas o turismo de massa agregou novos ingredientes.

Destino de milhões de viajantes todos os anos, Veneza abriga uma crescente resistência contra turistas, vistos por muitos como inimigos de uma cidade que sofre com a perda de identidade e o esvaziamento populacional de seu centro histórico.

Para os separatistas, a emancipação de Mestre poderia fazer surgir em Veneza um governo voltado exclusivamente aos problemas provocados pelo turismo de massa.

Da Ansa

Os suíços votam, neste domingo (19), en um referendo para decidir se respaldam a lei do governo destinada a endurecer a compra e posse de armas, para se adaptar à legislação europeia, ou dão razão aos praticantes de tiro esportivo, que se opõem por sentir que ameaça sua atividade.

O alerta do governo é claro: uma rejeição à lei excluiria a Suíça - que não é membro da União Europeia (UE) - dos acordos europeus de Schengen e de Dublin, "a não ser que todos os Estados da UE e a Comissão Europeia aceitem olhar para o outro lado".

Se ocorrer, essa exclusão teria consequências no âmbito da segurança e do asilo, mas também no setor turístico, e custaria "bilhões de francos suíços ao ano", segundo as autoridades federais.

Considerando as ameaças "exageradas", o mundo do tiro esportivo lançou um referendo, garantindo que a lei será "totalmente inútil contra o terrorismo" e que "eliminará o direito de ter uma arma", além de "enterrar" sua disciplina.

Mesmo assim, consideram que poderia ser encontrada uma "solução pragmática" com a UE. O bloco não tem "nenhum interesse" em excluir a Suíça do SIS, uma rede europeia de informação comum em matéria de criminalidade e terrorismo, explicou à AFP Olivia de Weck, capitã do Exército e vice-presidente do grupo de armas suíço ProTell.

A UDC, partido de direita populista mais bem votado no país, é a única formação a apoiá-los.

- 'Arma proibida' -

Sem um registro federal, é difícil saber quantas armas estão em circulação na Suíça. Além disso, uma mesma pessoa pode pedir várias permissões, e cada uma permite adquirir três armas.

Segundo o centro de pesquisa Ginebra Small Arms Survey, em 2017, havia mais de 2,3 milhões de armas nas mãos de civis na Suíça, ou seja, quase três por cada 10 habitantes, o que colocaria a Suíça no 16º lugar da escala mundial de países segundo o número de armas por habitante.

A nova legislação não prevê um registro central, mas obriga a marcar todos os elementos essenciais de uma arma. Ela também classifica as armas semiautomáticas com carregador de grande capacidade na categoria de armas "proibidas" - embora colecionadores e atiradores esportivos possam continuar a adquiri-las com um "autorização excepcional".

Colecionadores e museus devem indicar como preveem garantir a conservação dessas armas "proibidas", que estão que ser listadas. Atiradores terão que demonstrar, após cinco anos e depois de dez anos, que praticam o esporte com regularidade.

- Rifle do ejército -

Na Suíça, onde quase não há ataques a tiros, o apego pelas armas bebe na tradição de um exército de milicianos que mantêm seus rifles em casa.

Há muitas ocasiões em que você pode praticar o tiro, como a festa federal de tiro ou competições populares, e o interesse por calibres de todos os tipos cresceu nos últimos anos.

Com a nova lei, o rifle do exército não será incluído na categoria de calibres "proibidos" se o seu proprietário o mantiver ao final de seu serviço militar. No entanto, será se a arma passar para um herdeiro ou for vendida.

A última pesquisa do instituto gfs.bern, publicada em 8 de maio, indicou que sim (65%) vencerá o não (34%).

Um referendo pode transformar a cidade de Denver na primeira dos Estados Unidos a descriminalizar os fungos alucinógenos quase quinze anos depois de ter sido pioneira com a legalização da maconha.

Os moradores da capital do estado do Colorado estão convidados a se pronunciar sobre a iniciativa 301, que visa a descriminalizar a posse e o uso pessoal de fungos de psilocibina para maiores de 21 anos.

Uma iniciativa similar fracassou no ano passado na Califórnia, ao ser submetida à votação popular.

Segundo diversos estudos, a psilocibina, princípio ativo dos "fungos mágicos", não é considerada viciante e pode ajudar a combater a depressão e a dependência em opioides, analgésicos que causam milhares de mortes por overdose anualmente nos Estados Unidos.

"Os seres humanos utilizam estes fungos há milhares de anos como tratamento, ritual de passagem, meio de elevação espiritual", escreveu em sua página na Internet o grupo Descriminalize Denver, que anunciou em janeiro a coleta de assinaturas em número suficiente para que a inciativa fosse submetida a referendo.

"Denver está se tornando a capital mundial das drogas", criticou em declarações à CNN Jeff Hunt, diretor da Universidade Católica do Colorado. "Realmente não temos ideia do efeito a longo prazo destas drogas nos moradores de Colorado".

Denver se tornou em 2005 a primeira grande cidade americana a legalizar, por referendo, a posse de pequenas quantidades de maconha.

O uso recreativo da erva é legal desde 2014 em todo o estado do Colorado, um dos pioneiros neste tema ao lado de Washington e Oregon, na costa do Pacífico.

Atualmente, a estes se somam outros sete, inclusive a Califórnia. Com fins medicinais, seu uso é legal em mais de 30 estados (de um total de 50).

Milhares de pessoas estão reunidas no centro de Londres na manhã deste sábado a favor de um segundo referendo sobre o Brexit. A expectativa dos organizadores é convencer os parlamentares a apoiar um novo referendo questionando se o Reino Unido deve seguir com os planos de deixar o bloco europeu. Espera-se que a "Marcha do Voto do Povo" seja uma das maiores dos últimos anos, em meio a esforços para deter o processo de Brexit.

A marcha será concluída em frente ao Parlamento Britânico, onde têm sido debatidos os termos da saída do Reino Unido da União Europeia. Devem participar da manifestação o vice-líder do Partido Trabalhista, de oposição, Tom Watson, o prefeito de Londres, Sadiq Khan, entre outros políticos.

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Ontem à noite, a primeira ministra do Reino Unido, Theresa May, escreveu a parlamentares informando que há possibilidade de ela não pedir a aprovação de seu plano de retirada do Reino Unido no Parlamento na próxima semana. May afirmou que só levará o plano de volta à casa se houver apoio suficiente para que isso.

May disse também que precisaria da aprovação do presidente da Câmara, John Bercow, para retomar a discussão pela terceira vez, apesar de suas objeções. Parlamentares britânicos já rejeitaram duas vezes o acordo proposto por May. O Reino Unido deve deixar a União Europeia em 12 de abril, caso nenhum acordo seja aprovado.

May escreveu que o Reino Unido ainda tem opções, como uma extensão do prazo para a saída do bloco, que exigiria a participação nas eleições do Parlamento Europeu em maio. A primeira ministra se ofereceu para se reunir com parlamentares para discutir os termos do Brexit. Fonte: Associated Press.

A população suíça rejeitou neste domingo (25) por ampla maioria uma proposta de partidos populistas de colocar a Constituição do país europeu acima do direito internacional e dos tratados. Batizado informalmente de "Suíça Primeiro", numa referências às propostas do presidente americano, Donald Trump, o projeto foi derrotado após quatro anos de debates.

Para os críticos, uma eventual aprovação poderia significar o fim da posição do país de mediador em conflitos internacionais e crises.

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Segundo dados oficiais, 66,2% da população votou contra a iniciativa de grupos nacionalistas que defendiam a "autodeterminação". O resultado foi comemorado por ONGs, empresários e pelo governo. Para a ministra da Justiça, Simonetta Sommaruga, os suíços deixaram claro que não querem um sistema que crie problemas com tratados internacionais.

O projeto pedia a "preservação da soberania" da Suíça e a garantia que a população tivesse a última palavra sobre tratados internacionais. A iniciativa foi interpretada como mais um exemplo de uma ofensiva de extrema direita, que vem ganhando força na Europa e em outros continentes. Caso aprovada, a lei exigiria que todos os acordos internacionais fossem cancelados ou renegociados, se não estivessem de acordo com os artigos da Constituição suíça.

Para o partido que a idealizou, o UDC, o projeto deveria ser entendido como uma definição de "quem é que manda em sua casa". A ideia veiculada aos eleitores era de que, no apartamento de cada um, as regras estabelecidas são as dos proprietário. Seus opositores alertavam, de forma irônica, que, nesse apartamento, também deve ser considerado a vida comunitária, a relação com os vizinhos, o uso de espaços em comum e regras para todo o edifício.

O projeto era, acima de tudo, uma tentativa de limitar o poder da Corte Europeia de Direitos Humanos, que nos últimos dez anos emitiu decisões contrárias aos partidos de extrema direita no país. Para o governo, uma vitória do projeto significaria a abertura de uma era de incertezas no campo internacional.

O UDC gastou US$ 8 milhões apenas para o referendo, o que é considerado como um recorde para esse tipo de votação. "É decepcionante perder de tal forma", admitiu o deputado Claudio Zanetti. O partido foi o mesmo que, no passado, propôs expulsar estrangeiros que cometem crimes, baniu a construção de minaretes e espalhou cartazes de ovelhas brancas chutando para fora da Suíça ovelhas negras.

Vacas

Nas urnas, também foi derrotado o projeto que sugeria que fazendeiros recebessem quase US$ 200,00 por ano por vaca em subsídios se o pecuarista deixasse os chifres dos animais crescer.

Hoje, eles são incentivados a cortá-los para evitar acidentes, mas o grupo que apoiava a ideia insistia que as vacas estariam "mais felizes" com seus chifres. O "não" venceu com 54% dos votos.

Os taiwaneses votaram neste sábado a favor de uma proposta para que o casamento seja reconhecido exclusivamente como uma união entre um homem e uma mulher.

A proposta, apresentada em referendo, recebeu cerca de 7 milhões de votos, muito mais do que o apoio recebido pela proposta favorável à união homossexual.

Em 2017, a Justiça taiwanesa havia aberto caminho para as uniões entre homossexuais, decisão que não foi implementada. A partir de então, os opositores da medida se organizaram para pedir um referendo, e o mesmo fizeram os defensores.

Os taiwaneses puderam se pronunciar sobre cinco propostas diferentes envolvendo o casamento gay, em um dia de plebiscitos populares sobre vários assuntos.

A proposta pró-gays que recebu mais votos, de que o Código Civil concedesse aos casais do mesmo sexo o direito de se casarem, obteve apenas 3 milhões de votos.

Um referendo para banir o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Romênia não obteve o quórum necessário para ser validado. A votação ocorreu no último fim de semana, mas somente 20,4% dos eleitores compareceram, sendo que o mínimo exigido era de 30%. As críticas agora se voltam contra o governo romeno, que gastou mais de 40 milhões de euros na consulta popular, estendeu o período de votação de um para dois dias e diminuiu a participação necessária para que a votação fosse válida de 50% para 30%. Nenhuma das táticas funcionou.

As pesquisas divulgadas na última sexta-feira (5) indicavam apoio de 90% à mudança na legislação. Mihai Gheorghiu, presidente da Coalizão pela Família, afirmou que os romenos votavam para "proteger, em nível constitucional, a definição de casamento entre homem e mulher".

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Já o deputado Dan Barna, um dos únicos políticos que se opuseram ao referendo, pediu a imediata renúncia do governo por ter "desperdiçado 40 milhões de euros do dinheiro público em uma fantasia".

De qualquer forma, na prática, nada mudará, já que a Romênia ainda não reconhece o casamento gay ou a união civil entre pessoas do mesmo sexo. A questão era que a Constituição assume uma forma neutra na definição de família, afirmando que ela "é fundada pelo casamento consentido dos cônjuges".

O presidente da Mozaiq, organização pelos direitos LGBT, Vlad Viski, aproveitou o fracasso da votação para pedir pela legalização da união civil entre pessoas do mesmo sexo. "Eles devem atender ao desejo das pessoas", afirmou. 

Da Ansa

Colombianos vão às urnas neste domingo referendar um projeto de lei que traz uma lista de medidas para combater a corrupção em um País onde a percepção que se tem é que os cartéis e grupos paramilitares ligados ao tráfico de drogas estão sendo rapidamente substituídos por servidores públicos que ocupam altos postos de poder.

Entre outras medidas, o projeto corta em 40% os salários de membros do Congresso e torna o gasto público mais eficiente e transparente.

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Embora concordem com o sentido do projeto, parte da opinião pública, no entanto, acredita que este não é o melhor caminho para fazê-lo.

O referendo, por exemplo, tem sido boicotado por membros do Judiciário local, que temem cortes salariais na categoria. Na Colômbia, o salário do topo do Judiciário é igual ao dos congressistas.

"Nós já temos várias leis anticorrupção", disse Hermens Lara, um juiz de Bogotá e diretor do Conselho de Juízes e Magistrados da Colômbia. "O problema é implementá-las."

Ao todo, serão feitas sete questões no referendo deste domingo, incluindo penas mais duras para autoridades condenadas por corrupção e redução do tempo de mandato no Congresso. Atualmente, os senadores colombianos recebem cerca de US$ 124 mil por ano, mais do que seus colegas em países como Holanda, Suécia e França.

"Algumas dessas propostas têm nenhum impacto sobre a corrupção", disse Marcela Anzola, consultora do Banco de Desenvolvimento Interamericano. Apesar disso, ela acredita que a aprovação das medidas pode fortalecer o combate à corrupção no país e enviar uma forte mensagem aos políticos. Fonte: Associated Press.

O "sim" da Irlanda ao direito ao aborto significa um duro golpe para a Igreja católica, outrora muito influente no país, e serve de exemplo para a vizinha Irlanda do Norte, muito repressiva nesse tema - avaliam jornais irlandeses e britânicos neste domingo (27).

Com uma maioria inequívoca de 66%, os irlandeses aprovaram a liberalização do aborto no referendo histórico realizado na sexta-feira, em um país de forte tradição católica, três anos depois de legalizar o casamento homossexual.

"Quando eu era jovem, você não podia comprar preservativos, ser homossexual, se divorciar, nem ver 'A vida de Brian'" (um filme dos Monty Python), tuitou Jason O'Mahony, jornalista da edição irlandesa do "Times".

"Agora somos um dos países mais liberais do mundo. Incrível", completou.

O "Irish Times" resume a mudança com estas palavras: "a ilusão de uma Irlanda conservadora e dogmaticamente católica foi pelos ares".

"O que aconteceu no referendo é um cataclismo, mas foi um cataclismo ainda maior a tomada de consciência de que o voto refletia, sobretudo, uma mudança, em vez de iniciá-la", acrescentou o jornal.

"Nossa força não está em nosso passado, mas em nosso futuro", completou.

O tom é idêntico no "Sunday Business Post", que celebra a "Geração Sim" e considera que os irlandeses lutaram contra seu passado e votaram para 'redefinir seu futuro.

Para o "Sunday Independent", "a impressionante margem do 'sim' minimiza a política tal como a conhecemos e amplifica um ruído visceral, gutural, que traduz uma vontade de pôr fim a décadas de hipocrisia e de vergonha".

No Reino Unido, "The Observer" diz acreditar que os resultados da consulta mostram não apenas um amplo apoio aos direitos das mulheres, mas também "uma ruptura com um dos últimos vestígios da influência da Igreja sobre o Estado".

Já o "Sunday Telegraph" afirma que "essa decisão terá consequências na Irlanda do Norte", onde, ao contrário do resto do Reino Unido, o aborto é permitido apenas quando a vida da mãe está em perigo. Em todos os demais casos, as mulheres que se submetem a uma interrupção voluntária da gravidez podem ser condenadas à prisão perpétua.

A pressão crescia neste domingo em torno da primeira-ministra conservadora Theresa May para que faça uma reforma nessa província britânica, que não tem governo local desde 2017.

A Irlanda celebrará um referendo sobre suas restritivas leis sobre o aborto no final de maio, anunciou nesta segunda-feira (29) o primeiro- ministro do país, Leo Varadkar.

"Esta noite, o governo deu sua aprovação oficial à celebração de um referendo sobre o aborto, que se celebrará no final de maio", disse Varadkar em entrevista coletiva em Dublin.

"Saberemos a data exata após a conclusão de um debate e uma votação" no Parlamento, acrescentou, afirmando ter "confiança no que se poderá cumprir com esse calendário".

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