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Para marcar o Dia da Árvore, comemorado nesta quarta-feira (21), a Associação Caatinga lança o projeto Restaura Caatinga, com o objetivo de difundir conhecimento técnico, treinar coletores de sementes e restaurar florestas de ecossistemas degradados. A data foi instituída a fim de conscientizar e ajudar os brasileiros a refletirem sobre a importância das florestas para os seres vivos. 

A ideia, segundo a associação, é a “alinhar técnicas inovadoras de restauração florestal, capacitação de pessoal e promoção da rede de sementes para proteção do bioma”. Entre as atividades programadas está a restauração florestal do entorno da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Neném Barros, localizada no município de Crateús (CE).

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“A ação vai beneficiar 20 hectares ao redor da área, contribuindo com a recomposição de uma região degradada e protegendo ainda mais a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)”, explica o coordenador-geral da Associação Caatinga, Daniel Fernandes.

“Isso tudo amplia a oferta dos serviços ecossistêmicos gerados a partir da floresta em pé, como o estoque e a remoção de carbono e a segurança hídrica”, acrescentou ao informar que o Restaura Caatinga contempla quatro dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU): o ODS 4 (Educação de qualidade); o 11 (Cidades e comunidades sustentáveis); o 13 (Ação contra a mudança global do clima); e o 15º (Vida terrestre).

De acordo com a associação, o projeto também está alinhado à Década de Recuperação dos Ecossistemas (2021-2030), estabelecida pela ONU. O projeto é dividido em três atividades, sendo uma voltada à realização de curso de restauração ecológica da Caatinga, em formato online, “para atores envolvidos na cadeia da recuperação do bioma”.

A segunda atividade é a consolidação da Reserva Natural Serra das Almas, localizada entre os municípios de Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI), como ponto de treinamento de coletores de sementes.

“A terceira é a restauração de 20 hectares de ecossistemas da caatinga da RPPN Neném Barros, em Crateús, a partir de técnica desenvolvida pelo Laboratório de Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)”, informa a associação.

Passados exatos dois anos e meio da tragédia de Brumadinho (MG), o trabalho de reflorestamento ainda está no início. Dos 293 hectares de floresta diretamente atingidos, apenas 3,33 hectares foram recuperados pela Vale até o momento. Essa área representa 1,13% do total. A mineradora calcula que levará 10 anos para concluir a recomposição da área e vem firmando parcerias com grupos científicos, visando o uso de técnicas inovadoras e modernas.

A tragédia de Brumadinho ocorreu no dia 25 de fevereiro de 2019, quando uma barragem da Vale se rompeu e liberou uma avalanche de rejeitos que causou 270 mortes, devastou o meio ambiente e destruiu pequenas comunidades. Em fevereiro deste ano, um termo de reparação dos danos coletivos foi firmado entre a mineradora, o governo de Minas Gerais, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública. Deverão ser destinados R$ 37,68 bilhões para um conjunto de medidas, incluindo a recuperação ambiental. Além de projetos novos, o acordo abarcou ações que já vinham sendo desenvolvidas pela mineradora.

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Os primeiros passos para o reflorestamento foram dados ainda em 2019. Um projeto piloto foi colocado em prática com intuito de reconstituir as condições originais do Ribeirão Ferro-Carvão. Segundo levantamentos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mais de 200 hectares da área afetada eram compostos de vegetação nativa de Mata Atlântica e áreas de proteção permanente ao longo de cursos d'água.

A maior degradação se verifica no trecho entre a barragem e o ponto de confluência do Ribeirão Ferro-Carvão e do Rio Paraopeba, onde estima-se que cerca de 7 milhões de metros cúbicos de rejeito tenham sido depositados. O reflorestamento depende da limpeza dessa área.

"Temos um limitador. Só podemos remover o rejeito depois da liberação dos bombeiros. Então é um trabalho que está atrelado com as buscas das vítimas", afirma Marcelo Klein, diretor especial de reparação e desenvolvimento da Vale. Dez corpos das 270 vítimas ainda não foram encontrados. O Corpo de Bombeiros prossegue com as buscas, que chegaram a ser interrompidas duas vezes devido às restrições decorrentes da pandemia de covid-19. A última retomada ocorreu no dia 12 de maio.

Klein afirma que a Vale deverá, de forma compensatória, reflorestar uma área equivalente a 20 vezes a área afetada. Significa, portanto, alcançar o total 5.860 hectares. Segundo a mineradora, ainda estão sendo realizadas tratativas com os órgãos ambientais para definir os detalhes desse trabalho. Ele deverá envolver recuperação de parques ecológicos, nascentes e florestas degradadas. "O dano ambiental deve ser revertido numa área bem maior de recuperação e um pacote muito forte de educação ambiental, junto às prefeituras", diz o diretor da mineradora.

Além dos 3,33 hectares recuperados na região atingida, a Vale também informa ter concluído outros 8,14 hectares em áreas de preservação permanente (APPs) e em reservas legais. Assim, são 11,47 hectares reflorestados até o momento. A meta da Vale é chegar em 35 hectares até o fim do ano, com o plantio de aproximadamente 50 mil mudas. Ao longo do tempo, também deverá ser executado um trabalho de manutenção até que o equilíbrio natural seja atingido, assegurando o retorno da biodiversidade. Na área atingida, estima-se que serão necessários 10 anos para que o processo de reflorestamento amadureça.

Fiscalização

Todo o trabalho é fiscalizado pelos órgãos ambientais do governo mineiro articulados por meio do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema). Um acordo foi selado com a Vale para contratação de 40 profissionais temporários que foram distribuídos entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o Instituto Estadual de Florestas (IEF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). São engenheiros, biólogos, geógrafos, geólogos, químicos e outros profissionais. Com os custos correndo por conta da mineradora, os vínculos poderão ir até maio de 2022.

Em fevereiro, quando a tragédia completou dois anos, o Sistema apresentou um caderno de balanço. A publicação aponta que "ainda estamos longe de uma reparação socioambiental integral da bacia do Rio Paraopeba". As dificuldades enfrentadas no ano passado foram ressaltadas. "As ações da recuperação sofreram um grande impacto devido as restrições da covid-19, que impactaram as buscas pelas vítimas pelo Corpo de Bombeiros, as fiscalizações do Sisema e o cronograma das obras executadas pela Vale", registra o caderno.

A publicação reúne ainda dados da qualidade do ar na área afetada. Há três estações de medição e o pior desempenho foi encontrado na que fica localizada em Parque da Cachoeira, uma das comunidades afetadas. Em 70% dos dias, o índice foi considerado bom, mas em 30% moderado, o que significa que as concentrações existentes no ar podem causar uma preocupação moderada à saúde de um grupo pequeno de indivíduos. Nenhuma das estações registrou 100% dos dias com índice considerado bom.

Em maio, um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontou relação entre a área florestal e a saúde respiratória no Quadrilátero Ferrífero, principal área de mineração em Minas Gerais. Municípios com maiores áreas verdes apresentaram menores taxas de internação na população jovem. Conduzido pelo biólogo e engenheiro ambiental Matteus Ferreira, a pesquisa estimou, com base em dados públicos, que cada hectare de mata nessas cidades gera uma economia de R$ 123 ao Sistema Único de Saúde (SUS) somente em saúde respiratória.

Para Ferreira, independente da ocorrência de uma tragédia, projetos de restauração florestal e de criação de parques urbanos devem ser implementados em municípios mineradores, cabendo ao poder público criar normas e políticas públicas com este objetivo. "Aumentar o plantio de vegetação nativa em solos expostos de áreas mineradas, como nas áreas de extração de minério e as pilhas de estéreis, poderá contribuir para a redução dos materiais particulados", registra a pesquisa.

Técnicas inéditas

Para realizar todo o trabalho de restauração florestal, a Vale tem anunciado parcerias com grupos científicos. Um dos projetos mais promissores vem sendo implementado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Uma tecnologia inédita desenvolvida por pesquisadores da instituição promete acelerar a recuperação e o reflorestamento através do resgate de DNA das plantas nativas. Dessa forma, podem ser selecionadas mudas com capacidade de iniciar o processo de florescimento num tempo aproximadamente oito vezes mais curto.

O trabalho de reconstituição das condições originais do Ribeirão Ferro-Carvão também já havia apostado em uma técnica moderna. Para reconstituir o traçado que o manancial tinha antes do rompimento foram realizados levantamentos topográficos e consultas aos históricos da ferramenta Google Earth. A partir daí, foi utilizada a tecnologia Green Wall para refazer o canal com rochas ao fundo e paredes de biomantas revegetadas.

Fiscalização

Todo o trabalho é fiscalizado pelos órgãos ambientais do governo mineiro articulados por meio do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema). Um acordo foi selado com a Vale para contratação de 40 profissionais temporários que foram distribuídos entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o Instituto Estadual de Florestas (IEF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). São engenheiros, biólogos, geógrafos, geólogos, químicos e outros profissionais. Com os custos correndo por conta da mineradora, os vínculos poderão ir até maio de 2022.

Em fevereiro, quando a tragédia completou dois anos, o Sistema apresentou um caderno de balanço. A publicação aponta que "ainda estamos longe de uma reparação socioambiental integral da bacia do Rio Paraopeba". As dificuldades enfrentadas no ano passado foram ressaltadas. "As ações da recuperação sofreram um grande impacto devido as restrições da covid-19, que impactaram as buscas pelas vítimas pelo Corpo de Bombeiros, as fiscalizações do Sisema e o cronograma das obras executadas pela Vale", registra o caderno.

A publicação reúne ainda dados da qualidade do ar na área afetada. Há três estações de medição e o pior desempenho foi encontrado na que fica localizada em Parque da Cachoeira, uma das comunidades afetadas. Em 70% dos dias, o índice foi considerado bom, mas em 30% moderado, o que significa que as concentrações existentes no ar podem causar uma preocupação moderada à saúde de um grupo pequeno de indivíduos. Nenhuma das estações registrou 100% dos dias com índice considerado bom.

Em maio, um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontou relação entre a área florestal e a saúde respiratória no Quadrilátero Ferrífero, principal área de mineração em Minas Gerais. Municípios com maiores áreas verdes apresentaram menores taxas de internação na população jovem. Conduzido pelo biólogo e engenheiro ambiental Matteus Ferreira, a pesquisa estimou, com base em dados públicos, que cada hectare de mata nessas cidades gera uma economia de R$ 123 ao Sistema Único de Saúde (SUS) somente em saúde respiratória.

Para Ferreira, independente da ocorrência de uma tragédia, projetos de restauração florestal e de criação de parques urbanos devem ser implementados em municípios mineradores, cabendo ao poder público criar normas e políticas públicas com este objetivo. "Aumentar o plantio de vegetação nativa em solos expostos de áreas mineradas, como nas áreas de extração de minério e as pilhas de estéreis, poderá contribuir para a redução dos materiais particulados", registra a pesquisa.

Técnicas inéditas

Para realizar todo o trabalho de restauração florestal, a Vale tem anunciado parcerias com grupos científicos. Um dos projetos mais promissores vem sendo implementado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Uma tecnologia inédita desenvolvida por pesquisadores da instituição promete acelerar a recuperação e o reflorestamento através do resgate de DNA das plantas nativas. Dessa forma, podem ser selecionadas mudas com capacidade de iniciar o processo de florescimento num tempo aproximadamente oito vezes mais curto.

O trabalho de reconstituição das condições originais do Ribeirão Ferro-Carvão também já havia apostado em uma técnica moderna. Para reconstituir o traçado que o manancial tinha antes do rompimento foram realizados levantamentos topográficos e consultas aos históricos da ferramenta Google Earth. A partir daí, foi utilizada a tecnologia Green Wall para refazer o canal com rochas ao fundo e paredes de biomantas revegetadas.

*Informações da Agência Brasil

Os povos nativos do Peru estão plantando queuñas, espécie de árvore nativa da região, que cresce nas áreas mais altas da Cordilheira dos Andes. Adaptadas para viver até 5 mil metros acima do nível do mar, as queuñas já foram devastadas por queimadas e pastagens, mas o projeto “Ação Andina” pretende reflorestar a região.

Anualmente, o festival Queuna Raymi reúne pessoas de todas as idades que sobem as montanhas para realizar o plantio coletivo. A iniciativa foi tão bem recebida que mais de 100 mil árvores queuñas já foram plantadas em um único dia.

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A meta é alcançar 1 milhão de hectares preservados, sendo metade com reflorestamento e a outra metade pela proteção da floresta original remanescente em seis países: Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile e Argentina. Juntos eles formam a chamada América Andina.

Além do objetivo de preservação ambiental, as queuñas trazem um benefício adicional: elas armazenam grandes quantidades de água, o que contribui para a segurança hídrica das vilas localizadas nas montanhas.

Bruno Gagliasso costuma usar suas redes sociais para abordar importantes causas sociais e o meio ambiente sempre aparece entre elas. Na última quinta (1º), o ator compartilhou com os seguidores o plantio de uma árvore em um lugar identificado por ele apenas por uma hashtag como #RanchodaMontanha. Além de batizar a planta, Bruno expressou o desejo de repetir o gesto até chegar na plantação de número 10 mil. 

Com fotos e um vídeo, Gagliasso mostrou o processo de plantio da árvore. Ele até batizou a planta dando-lhe o nome de sua avó, Emília. Na legenda, o ator comentou que pretende plantar muitas outras árvores como essa. “Pronto, agora só faltam 9.999 árvores para terminar o serviço”, disse. 

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Nos comentários, os seguidores elogiaram muito a atitude do ator e disseram que ele é um “exemplo”. “Você é um cara maneiro, valeu por esse vídeo”; “Que bela iniciativa”; “Te admiro demais”; “Trabalho mara”; “Parabéns, é o que todos nós deveríamos fazer”; “Que linda mensagem que você deixa de um mundo melhor”. 

Desativado em 2018, o antigo lixão da cidade de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), terá sua área reflorestada com plantas endêmicas da Mata Atlântica, além de recuperação de solo e drenagem. O local, que por quase 50 anos abrigou os resíduos sólidos produzidos pelo município, teve o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) autorizado na última quarta-feira (15), pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH). 

Segundo a prefeitura da cidade, o plano visa fortalecer a formação dos corredores ecológicos da cidade, além de incentivar o reflorestamento com espécies florestais nativas e recuperar as áreas degradadas pelo antigo lixão.

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De acordo com o prefeito Bruno Pereira, o reflorestamento será coordenado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e pela Agência Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Meio Ambiente e Agricultura (Adesma). 

“A sustentabilidade e preservação do meio ambiente é um dos compromissos de nossa gestão. Iniciamos o processo do plano em 2019, e agora, com a autorização do CPRH, vamos iniciar os trabalhos com restauração da área alterada e degradada, arborização urbana, instalação do plantio, sementeira, central de triagem, e resíduos sólidos, que vão ser triturados e vendidos como areia reciclada ou na fabricação de tijolos para construção de casas populares”, pontuou Bruno.

Para o secretário de Infraestrutura da cidade, Sérgio Machado, com o plano será possível realizar a correção ambiental da área, com paisagismo e outras ações necessárias, que evitarão problemas como: proliferação de vetores de doenças, poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas, que podem afetar a saúde pública. 

“Vamos fazer o plantio de árvores de grande porte como: eucalipto, mangueira e espécies nativas. Tudo, para promover uma contenção, e assim, melhorar o ambiente. Após a autorização do CPRH, que já reconhece o local como ambientalmente correto, por não ser depositado mais materiais orgânicos, materiais esses que encaminhamos para o CPRH de Candeias, já iniciamos o projeto”, pontuou o secretário.

*Da assessoria de imprensa

Recuperar 5 mil nascentes e 40 mil hectares de áreas de preservação ambiental na bacia do Rio Doce foi um dos compromissos assumidos pela Samarco e por suas acionistas Vale e BHP Billiton, em acordo firmado em março de 2016 entre o governo federal e os de Minas Gerais e do Espírito Santo. A medida, de caráter compensatório, visa a restaurar a mata nativa além da área que foi degradada após o rompimento da barragem da mineradora em Mariana (MG). Passados quatros anos da tragédia, esse trabalho é reforçado por famílias de trabalhadores rurais.

O acordo entre as mineradoras e os governos também levou à criação da Fundação Renova para gerir todas as medidas reparatórias e compensatórias dos danos causados. A entidade firmou com o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) um convênio para produzir, este ano, 150 mil mudas. As famílias também participam do plantio, que foi planejado para o início do período chuvoso e teve início na última semana. A meta é recuperar 180 hectares mas, como o trabalho vem sendo bem avaliado, já se estuda uma expansão para 340 hectares, com a demanda por mais mudas e a consolidação da parceria.

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"São 11 espécies, entre elas pau d’alho, farinha seca, angico vermelho, trema micrantha, gurindiba, goiaba e araçá, todas nativas de Mata Atlântica Elas são divididas em duas funções ecossistêmicas: as de recobrimento para crescer rápido em solos pobres e formar copas para combater o capim, que é uma espécie exótica e invasora, e as espécies de diversidade, que vão durar mais tempo, chegando a 100, 200 ou mais anos e garantindo a perpetuação da floresta", explica Leandro Abrahão, engenheiro florestal da Fundação Renova. Ele elogia a capacidade de organização das famílias e a agilidade do trabalho.

As mudas são produzidas no assentamento Liberdade, no município de Periquito (MG). Vivem no local 33 famílias assentadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e mais seis que aguardam a conclusão de seus processos.

"A parceria com a Fundação Renova fortalece o desejo do MST de produzir e, ao mesmo tempo, proteger a natureza. Produzir água e comida de forma sustentável. Aqui na bacia do Rio Doce, são 200 anos de degradação ambiental causada por um processo equivocado de exploração, usando de forma predatória áreas de preservação, e a situação se agravou com o rompimento da barragem", afirma Agnaldo Batista, coordenador do setor de produção do movimento em Minas.

Eles buscam entidades e empresas que têm passivo ambiental ou iniciativas de recuperação ambiental e que possam se interessar em firmar convênio. "Temos um potencial grande. Atualmente possuímos em torno de 700 mil mudas nos seis viveiros espalhados pelo estado".

Um exemplo é o convênio com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) para reduzir o passivo ambiental acumulado pela estatal mineira. Serão reflorestadas áreas em diferentes regiões do estado, somando 116 hectares. Parcerias também são firmadas para o desenvolvimento dos viveiros.

Sementes

Dos 40 mil hectares a serem recuperados pela Fundação Renova, 30 mil serão por regeneração natural e outros 10 mil de plantio direto. O acordo de 2016 fixou um prazo de 10 anos para cumprimento dessas metas e a estimativa é de um investimento aproximado de R$ 1,1 bilhão. Um estudo com os viveiros da região revelou alguns desafios para a conclusão dessa tarefa.

"A aquisição de sementes é feita com poucos fornecedores. Então, há pouca variabilidade genética e isso é um grande problema para a restauração. Por isso, estamos criando a rede de sementes e mudas da bacia do Rio Doce. Vislumbramos um horizonte de 500 coletores de semente espalhados na bacia", diz Leandro Abrahão. Essa rede deverá ser responsável pelo abastecimento de pelo menos 50% da demanda da Fundação Renova, incentivado o desenvolvimento da cadeia produtiva, ampliando esse mercado na região e gerando emprego. A expectativa é de que, somente em 2019, sejam incubadas cerca de 3,5 toneladas de sementes.

Em setembro, o programa de reflorestamento deu início à fase de plantio. As variadas frentes que compõem essa primeira fase somam 800 hectares em áreas dos municípios de Governador Valadares, Coimbra, Periquito e Galileia, no estado de Minas Gerais, além de Colatina, Marilândia e Pancas, no Espírito Santo. Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV) atuam como parceiros, ajudando na definição de áreas prioritárias e testando técnicas que permitam resultados melhores.

O reflorestamento também será desenvolvido a partir do método de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). A iniciativa, recomendada pela Agência Nacional da Águas (ANA), envolve a remuneração dos produtores rurais que adotem medidas por cinco anos para proteger áreas de preservação ambiental e nascentes existentes em sua propriedade. A expectativa é que o PSA permita recuperar mil hectares degradados e 500 nascentes.

Em julho desse ano, um primeiro edital lançado pela Fundação Renova contemplou todos os 270 proprietários que se candidataram. Além de proteger mananciais em seus terrenos, eles precisarão realizar o plantio de espécies florestais nativas e implementar projetos de conservação do solo e água em áreas produtivas. Os recursos devem ser pagos a partir deste mês. Será repassado anualmente R$ 252 por hectare. Isso significa que um produtor que disponibilize, por exemplo, quatro hectares receberá R$ 1.008 anualmente, ao longo de cinco anos. Um segundo edital está aberto desde o dia 5 de agosto e se encerra em 1º de dezembro. 

Além das ações de reflorestamento, está previsto um aporte de R$ 63 milhões para melhorias no Parque Estadual do Rio Doce. Criado em 1944 como a primeira unidade de conservação vinculada ao estado de Minas Gerais, ele é hoje o maior maciço florestal contínuo de Mata Atlântica do país. Trata-se de outra ação compensatória prevista no acordo entre as mineradoras e o Poder Público. Os recursos serão voltados para realizar diagnóstico estrutural, georreferenciamento, revisão do plano de manejo, pesquisas sobre biodiversidade, entre outras medidas.

*Léo Rodrigues e Tania Rego viajaram a convite da Fundação Renova

A China e a Índia, países emergentes que estão entre os maiores poluidores do mundo, têm conseguido ampliar nos últimos anos a cobertura florestal. Segundo um estudo da Nasa, a agência espacial americana, divulgado em fevereiro, os dois lideram o esforço de reflorestamento mundial, sendo responsáveis em sua maior parte pelo aumento de 5% na cobertura vegetal em 20 anos.

O projeto chinês é mais ambicioso e tem dado melhores resultados, segundo analistas. Maior poluidor do planeta, o país lançou em 2014 o Guerra à Poluição. O plano do Partido Comunista, segundo a agência estatal Xinhua, aumentou o porcentual de cobertura de floresta para 22,96% em 2018. Em 1980, esse número era de 12%.

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Outros índices de poluição do ar e contaminação do solo e da água também melhoraram. O levantamento da Nasa indica que a China responde hoje por 25% do aumento da cobertura vegetal do planeta nas últimas duas décadas. Além disso, de toda a área verde chinesa, 42% é de florestas. "A China é o país que mais refloresta no mundo, replantando cerca de 1% do total de florestas do planeta", explica Tasso Azevedo, coordenador do Projeto Map Biomas.

O problema é que, mesmo que em tese florestas possam capturar o CO2 em alta concentração na atmosfera, o aquecimento do planeta afeta outras variáveis climáticas, como fluxo de chuvas, acidificação dos oceanos e aumento de pragas mortais para determinadas espécies de plantas. Assim, mesmo que o reflorestamento cresça em alguns lugares, outros biomas seguem ameaçados, disse Ranga Myneni, da Universidade de Boston à BBC.

Azevedo ressalta também que florestas em áreas de clima temperado, como é o caso da China, capturam menos carbono que florestas tropicais, como é o caso da Amazônia. "Outro problema é que, quando você queima uma floresta, você está jogando CO2 'à vista' no meio ambiente. E a reposição via reflorestamento é 'a prazo'."

Índia

 

Já no caso indiano o programa de reflorestamento faz parte de um compromisso firmado no Desafio de Bonn, assinado em 2011 na Alemanha com auxílio de ONGs e da iniciativa privada. O país, terceiro maior emissor de CO2, já cumpriu 75% da meta de reflorestamento.

O estudo da Nasa estima que os indianos aumentaram sua cobertura vegetal, mas em sua maior parte (82%) graças a plantações e ao agronegócio. As florestas correspondem a apenas 4%. O objetivo do governo indiano é que um terço do território do país volte a ser coberto por florestas. Atualmente esse índice está em 24%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Além de brindar o público com uma programação bastante diversa, com animações dos mais diferentes estilos, debates e atividades formativas, o Animage - Festival Internacional de Animação de Pernambuco, também trabalha para o meio ambiente. Nas sessões do festival são distribuídas sementes para que as pessoas plantem árvores e ajudem no reflorestamento da cidade.

Em cada panfleto são colocadas três sementes. “Cuidar do nosso planeta é um compromisso do Animage. Preservar o meio ambiente é uma tarefa para todos nós”, diz o papel. O público tem a oportunidade de participar da programação cultural do festival e, também, garantir o cuidado com a natureza do lugar onde vive. A programação do Animage segue até o próximo domingo (3).

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Imagine um trabalho de reflorestamento de 2,6 mil quilômetros contínuos, com até 40 km de largura, cortando a metade norte do Brasil em uma área total de 10,4 milhões de hectares, com cerca de 2 bilhões de árvores plantadas. Esse projeto ousado foi apresentado pela ONG holandesa Black Jaguar Foundation, em parceria com uma brasileira e também com cientistas nacionais, durante o Congresso Internacional de Conservação da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), realizado em Honolulu (Havaí).

Visando ao reflorestamento das áreas de preservação permanente (APPs) em todo o trajeto do Rio Araguaia, que nasce no Parque Nacional das Emas (GO) e deságua no Atlântico, em Belém (PA), o projeto tem como ponto de partida o Código Florestal, que obriga a recuperação de áreas desmatadas ilegalmente. Mas propõe que isso seja feito de modo integrado, fazendo os trechos recuperados terem conexão, a fim de promover um grande corredor para a biodiversidade na região.

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A ideia de corredores não é nova e orienta projetos de conservação há muitos anos no Brasil, mas esse, se der certo, seria o maior do País. O mecanismo por trás dele, porém, implica proprietários de terra fazendo replantio de floresta e é hoje um dos principais desafios ambientais do Brasil e do mundo. Foi um dos temas mais discutidos nos primeiros dias do congresso da IUCN pelos benefícios tanto para a proteção da biodiversidade quanto para diminuição dos impactos das mudanças climáticas.

Nacionalmente, o Brasil se comprometeu a restaurar e reflorestar, até 2030, 12 milhões de hectares de florestas, como parte da contribuição ao Acordo de Paris. Como isso vai ser feito e quem vai pagar a conta ainda são objeto de debate.

Fundos

Para o holandês Ben Valks, que criou a Black Jaguar Foundation depois de se aventurar pela região amazônica, sem sucesso, em busca da "black jaguar" - uma variante rara de onça pintada -, um dos caminhos para conseguir fazer proprietários se adaptarem à lei é levantando fundos. Com o mote de que "é tarde demais para ser pessimista", ele levantou fundos para o plantio-piloto em duas propriedades em Limoeiro (PA) e Caseara (TO), totalizando 6 mil hectares - o valor não foi divulgado. A equipe de Valks calcula que vai precisar de 4 bilhões de euros (em torno de R$ 14 bilhões) para o projeto, mas defende os ganhos climáticos desse corredor, que cortaria os biomas Cerrado e Amazônia, para o mundo inteiro.

Além das onças pintadas, que hoje estão desaparecidas da região justamente por perda de hábitat, o projeto espera beneficiar o boto-cor-de-rosa, a lontra gigante, o jacaré-açu e a piraíba, a maior espécie de peixe de couro da América do Sul. Segundo Ivan Nisida, coordenador de projeto da ONG, a ideia é desenvolver com os proprietários práticas agroecológicas de integração floresta-pecuária-lavoura para tornar a economia sustentável e livre de desmates. "Queremos que as parcerias com produtores, independentemente do porte, produzam benefícios sociais e econômicos. Além dos impactos ambientais positivos, o Corredor do Araguaia vai figurar como um vetor de prosperidade", diz.

Questionado, Valks não considera esse um projeto quase impossível. "É difícil, mas somos uma ONG com um projeto só. Grandioso, mas é o nosso foco. E estamos trabalhando com o cumprimento da lei, com a necessidade que produtores têm de restaurar as terras. Então é, de certo modo, mais prático." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com determinação da Justiça Federal em Petrolina, sertão de Pernambuco, na última quinta-feira (8), deverá ser iniciado o reflorestamento da Orla II. Essa medida adéqua a área ao Plano de Recuperação de áreas Degradadas (PRAD) para Área de Preservação Permanente (APP) de 500 metros a partir da margem do Rio São Francisco e exclusão dos efluentes de esgotos que desembocam nesta Orla.

Já para as Orlas I e III, a justiça reconheceu a nulidade dos licenciamentos existentes já que foi constatada a ausência de estudos ambientais obrigatórios para a realização de quaisquer projetos que englobem as áreas degradadas.

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Em ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal (MPF), realizada em 2012, foi proferida a sentença contra o Município de Petrolina e a Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA) por estarem descumprindo os requisitos ambientais para licenciar empreendimentos de reurbanização e revitalização às margens do Rio São Francisco.

Além disso, foi alegada a necessidade de conciliar a proteção ao meio ambiente, impactos ambientais e a preservação da qualidade de vida. 

Uma perícia foi realizada nas Orlas I e III onde foi contatado o descumprimento dos condicionantes ambientais e, por isso, houve o embargo das obras até que as licenças sejam expedidas para que os estudos de impactos ambientais sejam realizados. 

Já para as obras da Orla II, a sentença que determinou o reflorestamento ainda cabe recurso. 

Com informações da assessoria 

A presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.854, que visar a fomentar e incentivar ações que promovam a recuperação florestal e a instalação de sistemas agroflorestais em áreas rurais desapropriadas e em áreas degradadas que estejam em posse de agricultores familiares assentados, de quilombolas e de indígenas. A lei estabelece que as ações de reflorestamento deverão representar alternativa econômica e de segurança alimentar e energética às famílias beneficiárias.

De acordo com a lei, as ações de recuperação florestal e a instalação de sistemas agroflorestais poderão ser financiadas com recursos de fundos nacionais como o de Mudança do Clima, o da Amazônia, o do Meio Ambiente e o de Desenvolvimento Florestal. Outras fontes são acordos bilaterais ou multilaterais, além de acertos decorrentes de ajustes, contratos de gestão e convênios celebrados com órgãos e entidades da Administração Pública federal, estadual ou municipal, de doações e, ainda, de verbas do orçamento da União ou privadas.

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O Projeto Energia Verde da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) reflorestou uma área equivalente a 36 campos de futebol. O terreno fica localizado na Serra do Urubu, em Lagoa dos Gatos, no Agreste de Pernambuco. Foram plantadas mais de 42 mil mudas de espécies nativas de Mata Atlântica no local.

De acordo com a Celpe, o reflorestamento da vegetação é realizado através de doações de clientes cadastrados no projeto. Atuando desde 2009, em parceria com a Associação para Proteção da Mata Atlântica do Nordeste (Amane), a ação também substituiu mais 9 mil geladeiras, freezers, condicionadores de ar, TVs e doou aos 80 mil lâmpadas fluorescentes.

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A iniciativa sustentável se propõe, através do replantio de áreas devastadas, a diminuir a quantidade de gás carbônico (CO²) emitida na atmosfera. Para participar, o cliente precisa entregar o equipamento velho, possuir um consumo médio no último trimestre igual ou acima de 100kWh, estar com os pagamentos em dia e se comprometer a fazer a doação para o reflorestamento da Mata Atlântica. 

O valor da doação varia de R$ 36 a R$ 84, dependendo do consumo, e pode ser dividido em 12 parcelas iguais descontadas diretamente na conta de energia. Após a assinatura do contrato, o cliente deve entrar em contato com a concessionária por meio do 3231-4678 para marcar o entrega do equipamento antigo. Os aparelhos velhos recolhidos serão enviados para empresas especializadas no descarte adequado do material.

Com informações da assessoria

ALAGOAS - Técnicos do Instituo do Meio Ambiente (IMA) realizarão nesta quinta-feira (25) o levantamento topográfico para a implantação do projeto piloto para execução da revegetação das áreas desmatadas nas proximidades do Canal do Sertão em Alagoas. A ação estima o plantio de 10 hectares de mudas de espécies nativas, produzidas e doadas pelo Instituto Xingó.

O trabalho será realizado com a presença da equipe da Secretaria de Estado da Infra-Estrutura (Seinfra) e da empresa contratada para a execução da obra. O local onde será feito o projeto fica situado no segundo trecho do Canal do sertão, entre o quilômetro 45 e 64, onde se encontra próximo ao Refúgio de Vida Silvestre (RVS) dos Morros do Craunã e do Padre, no interior do estado.

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O Instituto vem fiscalizando desde 2011 com maior precisão a área, por conta de um escritório instalado nas proximidades do local e também para melhorar a orientação dos projetos de reflorestamento.

Foi no município de Garanhuns, Agreste do estado de Pernambuco que o médico veterinário e geógrafo Nelson Batista resolveu realizar seu sonho de ter uma terra onde pudesse plantar, colher e cultivar bens para as futuras gerações, semeando árvores. Mas até então, a história parece bem normal, até saber que tudo o que é produzido no local é sustentável. “Sempre quis ter um lugar para plantar frutas e verduras sem usar agrotóxicos e aqui eu posso fazer tudo isso, além de poder criar animais soltos dentro da minha propriedade sem que a produção de frutas e verduras seja comida pelo gado”. Atualmente, procura-se cada vem mais o cultivo de alimentos sem agrotóxicos, por causa dos males à saúde, tanto de quem os aplica como de quem consome o produto final. "É ideal o cultivo de alimento sem agrotóxicos porque quem os cultiva fica livre da exposição a esse tipo de agente, que é altamente cancerígeno. Os resíduos que chegam pro consumidor são poucos, quem trabalha com os agrotoxicos é que fica exposto a maior quantidade. Na minha profissão já vi muitos casos de pessoas que desenvolveram câncer por trabalharem com esses produtos. Além disso, os consumidores também saem ganhando, pois o produto chega mais natural, sem alteração do sabor e livre de agentes cancerígenos", é o que explica a enfermeira e mestranda em saúde da criança e do adolescente, Lívia Novaes. 

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No local, o sistema de cerca é feito ao contrário, pois o animal permanece solto por toda a extensão do terreno e o que fica preso são os cultivos. A contenção é feita através de um fio que conduz uma eletricidade de oito mil volts, estendido por todo o perímetro da propriedade, isolando um local de mil metros de comprimento por 60 metros de largura onde ficam distribuídas as plantações de milho e outros produtos. “Essa voltagem é o que faz barrar o animal e o impede de comer o alimento plantado, no entanto, o animal não corre o risco de morrer com esse choque, pois no fio só corre voltagem e não possui amperagem”, explica Nelson. De acordo com o parceiro da WSPA e professor da Universidade Estadual Paulista (UNESP) Mateus Paranhos, o sistema utilizado na propriedade é totalmente aceitável para a finalidade, pois possui finalidade educativa. "Esse tipo de cerca elétrica não traz problemas para o animal, pois a corrente funciona por impulso, ela não é contínua, ou seja, não transmite choque a todo tempo. O impacto negativo ao animal é bem pequeno e nem todos os animais levam o choque, pois o método funciona de forma educativa e uma vez que o animal leva a carga ele aprende e os outros também, evitando que todos passem pelo processo", assegura o professor.

Mas o mais interessante é que toda essa carga conduzida pelo fio não chega à propriedade através da companhia de energia elétrica, afinal, quando começou a funcionar, há alguns meses, a energia elétrica nem chegava ao local. Toda a energia utilizada é conseguida através de uma placa fotovoltaica, capaz de captar a energia solar e transmiti-la para uma bateria de 12 volts que alimenta um eletrificador de cerca apropriado e, por fim, conduz a corrente para todas as necessidades da fazenda. 

Além de eletrificar a cerca das plantações, o sistema fotovoltaico também capta energia que faz a bomba de água trabalhar para irrigar toda a plantação existente na sementeira, também dentro da propriedade. “Foi construído um tanque abaixo do nível do riacho que corre dentro da propriedade, onde acumula-se água através de gravidade. A partir daí, a bomba alimentada pela energia solar, enche uma caixa localizada num ponto alto da sementeira e irriga as mudas e a plantação”. A irrigação é feita com mangueiras hidráulicas descartadas por bombeiros, que conduzem água por toda a área da sementeira e cultivo.

A propriedade também possui a intenção de ser uma área de reflorestamento. “A iniciativa de plantar para arborizar é pouco vista pela sociedade civil, ficando geralmente nas mãos de empresas com política verde ou mesmo daquelas que também fazem extração, mas aqui eu quero plantar para o futuro”, conta o geógrafo que explica que quando adquiriu o espaço, já existiam algumas árvores e ele quis mantê-las, inclusive, criando rotas por dentro da fazenda que não precisasse destruí-las.

Nelson resolveu plantar árvores nativas, frutíferas e não frutíferas, e outras espécies exóticas, como é o caso da madeira de lei Pau Ferro, Nin, None, Moringa, Jatobá, Sucupira e Murici. Algumas delas também possuem propriedades medicinais e são cultivadas para fins não só de reflorestamento, como também para pesquisas.

Além dessa iniciativa, na propiriedade também se cultiva a Moringa, com a finalidade de distribuir mudas da árvore para a população, que pode usar a semente macerada (amassada) dessa planta, para decantar água, podendo substituir o sulfato de alumínio, usado atualmente, e que alguns pesquisadores já afirmam ser um agente cancerígeno.

Apesar de tantas inovações, o geógrafo e veterinário tem se dedicado às iniciativa há cerca de apenas um ano, mas já possui mais ideias para colocar em prática. Além disso, hoje tenta aperfeiçoar o que já implantou e espera ver o crescimento das já incontáveis grandes árvores em sua propriedade. “Já tenho três filhos, já plantei tantas árvores que nem me falta mais escrever um livro”.

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