Tópicos | Repórter fotográfico

Nesta quinta-feira (2) é celebrado o Dia Repórter Fotográfico, profissional responsável pelo registro de imagens que evidenciam as notícias dos veículos jornalísticos. Mais do que outras modalidades da fotografia, o fotojornalismo é focado em noticiar o mundo ao redor pelo relato visual. 

Para o repórter fotográfico Saulo Dias, o fotojornalismo é uma maneira de registrar a realidade que as pessoas não enxergam. “Cada dia é como caçar e matar um leão. Estar informado e ter responsabilidade”, comenta.

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Segundo Dias,  a pandemia do coronavírus (Covid-19) trouxe mudanças no cotidiano de quem trabalha com fotojornalismo. “Afetou muito quem cobria futebol, trouxe uma nova rotina de pautas como insumos, vacinas e o comércio no abre e fecha”, descreve. O fotojornalista lembra que durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, muitos de seus colegas se deslocaram a Brasília para realizar a cobertura.

O fotojornalista Paulo Pinto tem crítica ao momento atual para a profissão. Segundo ele, devido à acessibilidade oferecida pelas tecnologias, muitas pessoas acreditam que o simples fato de terem uma câmera na mão já os tornam aptos a serem  fotojornalistas. “Fica no quanto mais barato melhor, ou seja, a exigência é ter uma máquina fotográfica na mão, o resto não importa, esse é o mercado atual. Essa é a visão geral, sem retoques”, lamenta.

Os desafios do fotojornalista que estudou e trilhou um longo caminho para se profissionalizar são muitos. Pinto ressalta que, atualmente, o repórter fotográfico precisa “concorrer” com as câmeras de celulares, no que diz respeito à presença em um acontecimento ou notícia instantânea. 

Com mais de 30 anos de profissão, Paulo Pinto acompanhou toda a evolução da fotografia desde os anos 1980, em destaque, a transição do analógico para o digital. O fotojornalista define que o mais importante é entender as mudanças, se adaptar, ler, estudar e sempre se antecipar para resolver possíveis problemas.

Segundo ele,  o fotojornalista é como um historiador, que busca registrar os fatos de maneira eterna, seja pelo papel ou pixel. “Somos os principais divulgadores do que o mundo vê hoje em imagens, por isso, é necessário que sejamos responsáveis por aquilo que queremos mostrar com nossas imagens”, evidencia Pinto.

Na concepção do fotojornalista, o casamento entre o texto e a imagem podem fazer com que uma informação se torne única. “Uma foto vale por mil palavras, mas um texto bem elaborado, em perfeita união com uma imagem, é imbatível”, aponta Pinto. “Não precisa ser um expert em fotografia para entender uma foto nossa, basta identificar-se com o que o fotojornalista viu naquele instante para que o registro fique eternizado”, complementa.

O repórter fotográfico Anderson Stevens realizará, de 1º a 4 de junho, mais uma edição do seu curso de fotojornalismo esportivo. Desta vez, devido à pandemia do novo coronavírus, as aulas serão on-line; a plataforma está em definição. Nos encontros, Setevens promete compartilhar técnicas fotográficas e suas experiências durante coberturas em eventos ligados aos esportes.

“É um curso voltado para profissionais da fotografia de outros segmentos, mas que querem entrar no fotojornalismo esportivo, ou mesmo quem tem o curso de fotografia básica, e está em busca da área esportiva. No curso, falamos um pouco do fotojornalismo, dos veículos de comunicação onde as atividades podem ser aplicadas. Falamos também de equipamentos, técnicas, credenciamentos para grandes eventos esportivos”, detalhou o repórter fotográfico.

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Os interessados podem se inscrever por meio do telefone (81) 9832-1002, bem como pela página no Instagram de Anderson Stevens. O investimento no curso é de R$ 150.

Com 15 anos de atuação no fotojornalismo esportivo, Setevens carrega em seu currículo coberturas de inúmeros jogos de futebol, com destaque para o trabalho desenvolvido na Copa América realizada no Brasil, no ano passado; atualmente, ele é o fotógrafo do Sport.

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Em 2019, o profissional participou de uma missão voluntária no Haiti, onde promoveu um workshop em comunidades e implantou, com os participantes, um jornal on-line. Stevens ainda atuou como repórter fotográfico do jornal Folha de Pernambuco e também produziu imagens sobre os impactos de queimadas em comunidades indígenas da Amazônia, veiculadas pelo Daily Mirror, da Inglaterra.

Uma das recentes adições à jogos exclusivos da Sony para o PlayStation 4 é o modo fotografia, que teve sua estréia em inFamous: Second Son, e depois foi adicionado a The Last of Us Remasterizado, versão para nova geração do aclamado lançamento da Naughty Dog. Agora, a revista americana TIME escalou o fotografo de guerra Ashley Gilbertson para retratar a história do jogo através de sua lente. O resultado foi publicado nesta segunda (15), e pode ser visto aqui.

Gilbertson comenta que se envolveu demais com o jogo, esquecendo sua função profissional e sentindo-se apenas como o protagonnista, e eventualmente pediu a alguém que jogasse por ele. O fotografo ficava do lado acompanhando o desenrolar da narrativa, e avisava quando era a hora de ativar o modo fotografia e tomando controle para capturar um momento. Entretanto, ele explica que havia outro problema, as fotos estavam ficando perfeitas demais.

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"Não era difícil fazer imagens que lembravam posteres pra um filme de guerra, ou que poderiam ser usadas em campanhas publicitárias para o próprio jogo. Estava limpo demais," explica Gilbertson. "Na publicidade as coisas estão sempre perfeitas. No jornalismo, tem sempre algo off. O que algumas pessoas vêem como fraqueza visual no nosso trabalho, eu vejo como parte do quadro."

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