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Até quem não nunca viu um jogo de tênis na vida ouviu falar de Beatriz Haddad Maia nos últimos dias. A tenista paulista tomou conta do noticiário esportivo por causa da campanha brilhante em Roland Garros. E fez o brasileiro lembrar dos tempos de Gustavo Kuerten, quando muitos acordavam cedo no domingo para ver o catarinense em alguma final do circuito.

O tricampeonato de Guga em Roland Garros foi recordado em meio às vitórias de Bia nas últimas duas semanas. E as comparações foram inevitáveis, até mesmo com a trajetória de Maria Esther Bueno, a última brasileira a brilhar nas chaves de simples do circuito (nas décadas de 50 e 60), antes da ascensão de Bia.

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Ao Estadão, a tenista de 27 anos se esquivou das comparações e fez questão de estabelecer uma distância da dupla. "Não existe comparações com eles. São fenômenos, estão entre os melhores da história na modalidade. Eu sou apenas uma jogadora normal, que estou me esforçando diariamente para conquistar o meu espacinho", disse Bia.

Na quinta-feira, Guga acompanhou das arquibancadas da Philippe-Chatrier, a quadra central de Roland Garros, a partida de Bia contra a polonesa Iga Swiatek, pela semifinal. "Infelizmente não nos cruzamos lá. Mas o meu treinador mantém contato com ele, com ele e com o Fernando Meligeni. São pessoas muito especiais."

A ligação entre Guga e Bia vem desde a adolescência da paulista. Na época do juvenil, ela foi treinada por Larri Passos, o lendário técnico do catarinense nas conquistas de Roland Garros e na busca pelo topo do ranking.

Quanto à Maria Esther, uma das maiores lendas do esporte brasileiro, Bia disse sentir orgulho por seguir seu caminho por representar bem as mulheres no esporte. "Para mim, levantar e carregar a bandeira feminina é um privilégio. Temos um longo caminho de desenvolvimento ainda pela frente, como sociedade. Mas é uma causa que mexe muito comigo", afirma Bia, que busca na causa a inspiração em cada jogo.

"Representar as mulheres de maneira positiva me enche de energia para seguir lutando, principalmente nos momentos duros de um jogo, em uma semana que não foi tão boa... Sempre lembro que eu posso estar tentando ser uma pessoa melhor e representar as mulheres de uma forma melhor, mesmo quando as coisas não estão saindo de um jeito que eu gosto. Elas me inspiram e me dão forças também."

A busca das tenistas por igualdade em premiações e espaço nas principais quadras do circuito vem contrastando com denúncias de violência doméstica dentro do próprio esporte. Nos últimos meses, tenistas como o alemão Alexander Zverev, o australiano Nick Kyrgios e o brasileiro Thiago Wild foram acusados de violência contra mulheres.

O caso de Wild entrou em discussão durante Roland Garros, em razão dos seus bons resultados. "Violência é inaceitável para mim em qualquer esfera. Onde há violência é sinal de que falhamos enquanto seres pensantes", comenta Bia, sem citar especificamente o caso do compatriota. "Confio no direito de que todos possam se explicar e, na justiça para exercer o seu papel, uma vez julgados os casos."

NOVO HOBBY

Mas não só as mulheres que inspiram Bia nas quadras. Nos últimos meses, um novo hobby tem ajudado a tenista na busca pela concentração. "Eu comecei a ‘brincar’ de pintar há mais ou menos dois anos. É algo pelo qual me apaixonei. Espero, quando tiver mais tempo, mais para a frente, poder estudar sobre o assunto para eu poder me desenvolver e melhorar", contou a atleta ao Estadão.

As pinturas podem ser vistas em suas redes sociais. Uma das últimas exibe a quadra de saibro de Roland Garros debaixo de um céu estrelado, quase uma profecia da grande campanha de Bia na terra batida de Paris.

"É uma atividade que eu poderia chamar até de uma forma de meditação porque exige muita conexão interior. E acho que isso está me ajudando muito no meu desenvolvimento pessoal. E, consequentemente, me ajudando como jogadora", disse a brasileira.

Em Roland Garros, Bia encerrou um jejum de 55 anos do tênis brasileiro, que não tinha uma representante em uma semifinal de simples em Grand Slam desde 1968. Na época, Maria Esther ficou entre as quatro melhores do US Open. De quebra, assegurou a entrada no Top 10 do ranking pela primeira vez.

O feito também é histórico porque ela será a primeira brasileira entre as dez melhores do mundo na lista de simples da WTA a partir de segunda-feira - o ranking oficial ainda não havia sido criado na época de Maria Esther, considerada a número 1 do mundo entre 1959 e 1960 pelas revistas especializadas.

Novak Djokovic se isolou neste domingo como o maior vencedor de Grand Slam da história. O sérvio superou o norueguês Cásper Ruud na final de Roland Garros em sets diretos, com 7/6 (7/1), 6/3 e 7/5 para celebrar o tricampeonato na terra batida francesa em sua sétima final na Philippe Chatrier. Foi a 23ª conquista do ex-número 1 em Majors, abrindo vantagem sobre Rafael Nadal, com 22, justamente na competição predileta do espanhol, que já foi campeão em Paris por 14 vezes, mas não atuou em 2023 por lesão.

Além do tricampeonato em Roland Garros, Djokovic tem 10 troféus do Aberto da Austrália, sete taças de Wimbledon e outras três do US Open. Foi sua segunda conquista de Grand Slam na temporada, pois abriu o ano ganhando na Austrália em final contra o grego Stefanos Tsitsipas.

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Depois de precisar de quatro sets para passar por Karen Khachanov nas quartas de final e diante de Carlos Alcaraz na semifinal (com a vida mais facilitada após o espanhol acusar cãibras no terceiro set), o preparo físico poderia ser um problema a mais para o tenista de 36 anos em duelo contra um jovem de 24 e que vinha de semifinal com rápida com 3 a 0 sobre o alemão Alexander Zverev. Maas o ex-líder do ranking não sentiu e ainda colocou o norueguês para correr em muitos lances, mostrando fôlego em dia.

Ruud entrou em quadra mais maduro, confiante e disposto a conquistar seu primeiro Grand Slam da carreira, após perder na decisão de Roland Garros de 2022 para Rafael Nadal em sets diretos e ser superado por Carlos Alcaraz na final do US Open. Jogador com mais vitórias no saibro desde 2020 (87, diante de 68 de Stéfanos Tsitispas e 64 de Alcaraz), seu discurso era o de que "chegou a hora de brilhar" nos principais torneios do circuito.

Pela frente, um oponente que não trazia boas lembranças, porém. O norueguês chegou ao quinto duelo com Djokovic com o péssimo retrospecto de jamais ter vencido um set sequer em quatro derrotas no confronto. Ciente que precisava se reinventar, apostou nas batidas fortes e fazendo circular a bola com bolas em profundidade.

Logo de cara, já deixou o sérvio nervoso, algo raro em jogos no saibro de ex-líder do ranking. Em um segundo game com mais de 10 minutos de duração, quebrou o serviço para abrir 2 a 0 após Djokovic cometer sete erros não forçados, visivelmente incomodado com seu jogo, que não encaixava. Ainda abriu 4 a 1 até permitir a reação.

O momento mágico de Ruud diminuiu com o crescimento de Djokovic. O sérvio começou a defender melhor e até subidas à rede ousou fazer para marcar pontos preciosos. Com um erro do norueguês, empate por 4 a 4. Sem mais quebras, a decisão foi ao tie-break e o veterano levou a melhor com soberania, abrindo 1 a 0 com 7 a 1 em set de 90 minutos.

Depois de disputar um set em grande estilo e mesmo assim sair derrotado, a questão era se Ruud teria cabeça para segurar o ímpeto do adversário. E o começo do segundo set mostrou que não. Jogando o fino do tênis, Djokovic abriu a nova parcial dando show. Com enorme repertório e poder no serviço, colocou o rival para correr de um lado para o outro na quadra e finalizava os pontos com categoria, abrindo logo 3 a 0 com subida na rede e bola curta. O vibrante norueguês perdeu a alegria na partida.

Sempre seguro em quadra, Djokovic oscilou apenas no sétimo game, quando alguém da arquibancada falou antes da hora e o induziu a erro bobo no saque para 30 a 30. Ele respirou fundo e após pedido de calma do seu box, confirmou para 5 a 2 e depois fechou em 6 a 3 com menos da metade do tempo de jogo da parcial anterior. Precisou de somente 43 minutos para dar gigante passo à taça.

Diferentemente das parciais anteriores, o equilíbrio prevaleceu no terceiro set, com tenistas confirmando o saque e sem quebras até 4 a 4. Ruud ficou perto de quebra, mas Djokovic reagiu e saiu com braços erguidos após confirmar, sob intenso aplauso. Logo depois, contudo, deu game de graça em erro não forçado.

Mas o melhor estava por vir a seguir. Com imposição, o sérvio emplacou sequência de pontos em dois games perfeitos para virar para 6 a 5 e partir para o serviço da história. Com tranquilidade, não sentiu o peso de fechar o jogo e foi logo abrindo um triplo match point. A direita saiu, mas ele fechou na segunda oportunidade, após o árbitro novamente ter de pedir silêncio ao público, com bola para fora de Ruud. Ele caiu deitado na quadra para celebrar a conquista.

Beatriz Haddad Maia lutou, correu e apresentou boa performance diante da polonesa Iga Swiatek, nesta quinta-feira, mas acabou eliminada na semifinal de Roland Garros. A tenista brasileira foi derrotada pela atual número 1 do mundo por 2 sets a 0, com parciais de 6/2 e 7/6 (9/7), em 2h09min de jogo. Apesar da eliminação, Bia se despede de Paris com a melhor campanha de sua carreira num Grand Slam e uma das melhores de uma brasileira em torneios deste nível na história.

A atleta de 27 anos deixa Roland Garros com uma campanha histórica tanto para ela quanto para o tênis nacional. Ao ficar entre as quatro melhores tenistas do Grand Slam disputado em Paris, ela entrou no seleto grupo de brasileiros que já alcançou esta fase num torneio deste nível. Somente cinco atletas atingiram tal feito: Bia, Maria Esther Bueno, Gustavo Kuerten, Ronald Barnes e Fernando Meligeni.

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Além disso, ela se tornou a primeira brasileira numa semifinal de Roland Garros desde 1966, quando Maria Esther alcançou tal fase. A lenda do tênis brasileiro foi finalista e vice-campeã do torneio francês em 1964. Bia tinha a chance de igualar essa marca após 59 anos, em busca de um título que uma brasileira nunca conquistou na história. Em simples, o Brasil só foi campeão em Roland Garros com Guga em 1997, 2000 e 2001.

Levando em conta todos os quatro Grand Slams, uma brasileira não levanta o troféu em simples desde 1966, justamente com Maria Esther, campeã naquele ano no US Open. Bia, portanto, buscava quebrar um tatu de 57 anos.

De Paris, Bia levará a maior premiação de sua carreira, totalizando 643,5 mil euros, equivalente a R$ 3,3 milhões (sem descontar impostos retidos na fonte). Os valores se referem ao que conquistou com a semifinal da chave de simples e a segunda rodada das duplas femininas.

Ela também somou bons pontos no ranking. Atual 14ª tenista do mundo, a brasileira só não alcançará o Top 10 se a checa Karolina Muchova for a campeã de Roland Garros. Bia já assegurou sua melhor marca, a 11ª posição, se tornando a tenista mais bem colocada do País na lista de simples da WTA. Vale lembrar que Maria Esther brilhou nas quadras antes da criação do ranking oficial.

Na final, Swiatek terá pela frente a checa Karolina Muchova, 43ª do mundo, que mais cedo superou a belarussa Aryna Sabalenka por 2 a 1, com parciais de 7/6 (7/5), 6/7 (5/7) e 5/7, em 3h13min. Muchova precisou salvar um match point para superar a atual número dois do mundo e garantir vaga em sua primeira final de Grand Slam. A final está marcada para as 10 horas de sábado, pelo horário de Brasília.

Swiatek buscará o segundo título consecutivo em Paris e o terceiro em Roland Garros. Ela também tem na bagagem o troféu do US Open do ano passado. Com o triunfo desta quinta, a tenista de Varsóvia assegurou a permanência no topo do ranking. Em caso de derrota, teria perdido a ponta para Sabalenka.

O JOGO

Em sua primeira semifinal de Grand Slam da carreira, Bia começou da melhor forma possível: quebrando o saque da rival logo no primeiro game da partida. Swiatek, contudo, devolveu a quebra logo na sequência e o duelo permaneceu equilibrado até a polonesa faturar nova quebra no sexto game, abrindo 4/2.

A brasileira apostava nas fortes devoluções, mas sofria com a grande capacidade da polonesa em se defender. Swiatek, jogando em altíssimo nível, buscava todas as bolas e atacava com precisão. Neste ritmo, se impôs novamente no saque de Bia e fechou a parcial por 6/2, em 40 minutos.

Vindo de três vitórias de virada consecutivas, a brasileira não desanimou e manteve o nível elevado no início do segundo set. Ameaçou o saque da polonesa no primeiro game e não perdoou no terceiro: faturou a primeira quebra da parcial e virou o placar para 2/1. Embalada, aproveitou o momento favorável para abrir 3/1.

Swiatek caiu de rendimento e passou a acumular seguidas duplas faltas. Porém, mesmo irregular, conseguiu devolver a quebra: 3/3. O confronto ficou parelho, com as duas tenistas jogando em alto nível. Bia seguia jogando em alto nível, apesar da "maratona" que fez em Roland Garros.

Se Swiatek havia ficado pouco mais de 5 horas em quadra, a brasileira acumulou nada menos que 12h42min. Com esta marca, Bia é a tenista que mais tempo passou em quadra num único torneio nesta temporada até agora. Mesmo assim, a brasileira não aliviou diante da alta precisão dos golpes da polonesa, que pouco errava e ainda acertava a linha com frequência.

O equilíbrio levou o set para o tie-break, quando Swiatek contava com forte apoio da torcida presente na Philippe-Chatrier, a quadra central de Roland Garros. A brasileira chegou a liderar a disputa, porém cometeu erros nos pontos mais decisivos. Até salvou um match point, mas não conseguiu evitar a derrota.

Beatriz Haddad Maia continua fazendo história em Roland Garros. Nesta quarta-feira, em mais uma batalha de três sets, a brasileira buscou a terceira virada consecutiva na competição. Desta vez diante da tunisiana Ons Jabeur, sétima cabeça de chave, parciais de 3/6, 7/6 (7/5) e 6/1, para desencantar diante da oponente e se garantir na semifinal. Desde o US Open de 1968, com Maria Esther Bueno, que o País não tinha uma representante entre as quatro melhores em um Grand Slam.

Como ocorreu nos dois últimos jogos, Bia Haddad começou desatenta e acabou derrotada no primeiro set. Logo de cara, viu a tunisiana abrir 2 a 0 quebrando seu serviço. A brasileira até devolveu a quebra, mas novamente perdeu seu serviço. Depois da segunda quebra, a brasileira não conseguiu mais voltar para o set e acabou perdendo por 6 a 3.

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Repetindo as partidas contra Sara Sorrimes Tormo e Ekaterina Alexandrova, a brasileira não conseguiu mostrar sua força no primeiro set e acabou derrotada, sendo obrigada a jogar muito nas parciais seguintes para buscar o 2 a 1. Com força e cabeça fria, foi bem para obter vitórias maiúsculas.

Nesta quarta-feira, ela teve de lutar muito contra Ons Jabeur, de quem havia perdido nos dois encontros. A segunda parcial foi bastante difícil e sem quebras. Com o serviço em 5 a 5, a brasileira teve dois breakpoints contra, com 15 a 40, mas conseguiu se manter fria para fechar o serviço. No tie-break, abriu logo 3 a 0 e jamais permitiu que o tunisiana reagisse, fechando por 7/5.

Empolgada com o crescimento na partida, Bia Haddad abriu o set decisivo de maneira arrasadora e foi logo quebrando o saque de Jabeur em duas oportunidades. Com 3 a 0, bastava trocar pontos para sair vencedora. Lutando muito, a tunisiana devolveu uma quebra e sacou para encostar. Mas não suportou os ataques fortes na brasileira e com devolução na rede, voltou a perder o serviço.

O jogo ficou nas mãos da brasileira, mas uma bola para fora deu a possibilidade de Jabeur diminuir para 4 a 2. Salvou três breakpoints em game de mais de 10 minutos e na segunda vantagem, fez 5 a 1 com devolução na rede de uma cabisbaixa adversária.

Faltava apenas mais um ponto. E ele veio com mais uma quebra. A brasileira ficou incrédula com a devolução para fora, com a mão direita na cabeça, depois deu abraço forte em Jabeur e comemorou muito, acenando para as arquibancadas enquanto era aplaudida de pé pela entusiasmada torcida que acompanhou o jogo na quadra.

"Agradeço ao público, em especial aos brasileiros. A gente teve dois dias para se recuperar fisicamente e eu estava muito bem graças a meu fisioterapeuta, meu técnico. Agora vamos descansar", celebrou Bia, que ainda posou para algumas fotos na saída da quadra e fez uma dedicatória aos avós ao assinar a câmera.

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Beatriz Haddad Maia ficou nervosa durante muitos momentos ao longo de sua vitória histórica sobre Sara Sorribes Tormo, nesta segunda-feira, em Roland Garros, resultado que a tornou a primeira brasileira a alcançar as quartas de final de um Grand Slam desde 1968. Controlar o nervosismo diante de um cenário de tanta pressão foi o maior desafio da tenista paulistana que soube domá-lo e utilizou Novak Djokovic, vencedor de 22 Majors, como exemplo de como se portar frente à ansiedade de jogar duelos pesados.

"Meu treinador me mostrou uma entrevista do Djokovic falando que fica nervoso. Se ele sente pressão, quem sou para não sentir? Isso é normal, nós precisamos aceitar e ser humildes, evoluir quando estamos sob pressão", afirmou em sua entrevista na quadra. "Não é apenas sobre tênis, muita coisa vem na minha cabeça. Estou muito feliz que eu não desisti e fui até o meu limite", completou.

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A vitória de virada por 2 sets a 1, com parciais de 6/7 (3/7), 6/3 e 7/5, em quase quatro horas de duelo, fez Bia colocar o tênis feminino brasileiro de volta às quartas de final em simples de um Major após 55 anos. Maria Esther Bueno foi a última a fazê-lo, no US Open de 1968, quando foi semifinalista. Mais cedo no mesmo ano, Bueno parou nas quartas em Roland Garros e Wimbledon.

Levando em conta também o tênis masculino, o Brasil não ia tão longe em um Grand Slam desde que Gustavo Kuerten, o Guga, foi às quartas de Roland Garros em 2004. O tenista catarinense, protagonista de uma relação de amor com o torneio francês, é outra inspiração para Bia. "Guga é um ídolo para mim. Eu tinha um ano quando ele ganhou o primeiro título aqui. Eu cresci ouvindo o nome dele, ele é uma pessoa legal, uma pessoa muito importante para nós. Ele é meu ídolo", afirmou.

Bia vai enfrentar a tunisiana Ons Jabeur, tenista número 7 do mundo, nas quartas de final, em busca de colocar o tênis feminino brasileiro novamente em uma semifinal, como Maria Esther Bueno fez pela última vez no US Open de 1968. Além disso, se vencer, colocará o Brasil pela primeira vez no Top 10 do ranking mundial na Era Aberta. O 12º lugar alcançado por ela em fevereiro deste ano já é a melhor classificação de uma tenista do país.

Beatriz Haddad Maia jogou, nesta segunda-feira, a primeira oitavas de final de um Grand Slam de sua carreira e conseguiu mais um resultado histórico. Venceu a espanhola Sara Sorribes Tormo por 2 sets a 1, com parciais de 6/7 (7/3), 6/3 e 7/5, para avançar às quartas de final de Roland Garros, o que a torna a primeira brasileira a chegar tão longe em um Major desde Maria Esther Bueno. Além disso, aproximou-se do top 10 do ranking da WTA. Atual número 14 do mundo, já tem garantida a ascensão para o 13º lugar. Se vencer o próximo desafio, contra a tunisiana Ons Jabeur, número 7 do mundo, a paulistana garante seu lugar entre as dez melhores tenistas do mundo.

A última vez que o Brasil teve uma mulher disputando uma quartas de final em simples em um Grand Slam foi em 1968, ano que marcou o início da Era Aberta e no qual Maria Esther atingiu tal fase tanto em Wimbledon quanto em Roland Garros, além de ter sido semifinalista do US Open. Ao incluir as disputas masculinas na comparação, a última participação brasileira em quartas de final de Major em simples foi de Guga, também no torneio francês, em 2004.

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Bia entrou em quadra como favorita. Tormo, 132ª colocada do ranking, chegou às oitavas sem precisar jogar a fase anterior, pois a casaque Elena Rybakina, número 4 do ranking, que seria sua adversária, ficou doente e não pôde entrar em quadra. A disparidade entre a paulista e a espanhola na classificação, contudo, não foi vista em quadra.

O primeiro set foi de muito equilíbrio e dificuldade para ambos os lados. Após um game inicial com alguns erros não forçados, Tormo começou a parcial em vantagem. Bia, contudo, conseguiu a virada por 2 a 1 ao quebrar o serviço da adversária no terceiro game. A partir daí, a brasileira fez um jogo seguro e parecia caminhar para fechar o set tranquilamente, pois abriu 5 a 2, mas perdeu os três games seguintes, permitindo o empate ao ter o saque quebrado. Devolveu a quebra e viu a espanhola empatar de novo. No tie-break, mostrou certa dose de insegurança e cometeu erros, por isso foi derrota por 7 a 3.

A reação exigiria de Bia a força mental que ela já exibiu tantas vezes na caminhada que a levou ao seu atual posto histórico no tênis brasileiro, ainda mais após um início de segundo set tão complicado. Ela começou a parcial com uma quebra e perdeu os dois primeiros e longos games, antes de perder a disputa mais curta do terceiro. Com desvantagem de 3 a 0, reencontrou o foco para buscar uma virada incrível, em meio a três quebras e sem perder mais nenhuma game, fechando em 6/3.

O terceiro set foi de mais tensão, porém sem o susto inicial do segundo. Dessa vez, o duelo foi parelho, com Bia crescendo a cada game, apesar de alguns erros, até abrir 4 a 2 na parcial. Deixou a adversária vencer mais um game, mas manteve o controle até abrir 5 a 3 e perder três match points em uma dura batalha no game seguinte, vencido por Tormo, que empatou 5/5 em seguida. *A brasileira teve forças para não sucumbir e, após 3 horas e 51 minutos de jogo, caiu em lágrimas ao fechar o 7/5, no primeiro match point que teve para fehcar o game final.

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Após anunciar que não competiria no Roland Garros pela primeira vez em sua carreira, o tenista Rafael Nadal usou as redes sociais novamente neste sábado para informar que passou por uma cirurgia para tratar suas lesões no quadril. Completando 37 anos neste sábado, Nadal ainda disse que deverá ficar fora das quadras por cinco meses, perdendo assim o restante da temporada.

"Como sabem, ontem à noite eu tive uma intervenção cirúrgica. Tudo correu bem, a artroscopia foi no tendão da perna esquerda, o que me tirou das competições desde janeiro. Também foi regularizada uma lesão antiga no labrum (principal flexor da articulação) do meu quadril esquerdo, que com certeza vai ajudar na melhor evolução do tendão. Quero agradecer aos doutores Marc Philippon, Jaume Vilaró e Angel Ruiz-Cotorro por seu trabalho", publicou Nadal em seu twitter.

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"Vou começar uma reabilitação funcional progressiva imediatamente e o processo de recuperação normal é de 5 meses, se tudo correr bem. Mais uma vez, obrigado por todo o apoio que têm me dado e que me mostram todos os dias. Hoje também é meu aniversário, não no lugar desejado ou sonhado, embora igualmente agradecido", completou o espanhol.

Nos últimos meses, se tornou comum o espanhol vir a público para anunciar a desistência de algum torneio, até mesmo daqueles mais importantes. Nadal nunca havia ficado fora de Roland Garros, torneio que vinha disputando desde 2005, com incríveis 14 títulos em 18 participações. Ele é o dono do recorde de troféus em Paris e nenhum outro tenista da história tem mais títulos num mesmo Grand Slam. No momento, ele divide ainda o recorde de troféus de todos os torneios de nível Major, empatado com o sérvio Novak Djokovic. Ambos somam 22 conquistas.

O plano de Nadal é retomar seu tratamento no quadril sem pressa. Por isso, não planeja mais jogar torneios nesta temporada, que deve se tornar a mais curta da sua carreira. A ideia do espanhol é se recuperar totalmente ao longo do segundo semestre para estar em condições de iniciar a temporada 2024 em janeiro em situação 100% do ponto de vista físico.

Após a eliminação neste sábado na terceira rodada de Roland Garros para o japonês Yoshihito Nishioka, Thiago Wild agradeceu a torcida e comentou sobre os processos judiciais que estão em andamento. O paranaense, em nota, destacou que as ações judiciais entre ele e a ex-companheira, Thayane Lima, estão em segredo de justiça.

"Acima de tudo quero lembrar e reforçar que não houve julgamento, então não posso ser considerado culpado", afirmou Wild que deu um parecer de como anda a situação. "Quanto às matérias e postagens veiculadas ao longo desta semana a meu respeito, quero esclarecer que os processos em andamento no Brasil, bem como um procedimento criminal em que apareço como vítima, tramitam sob segredo de Justiça. Isso significa que não posso fazer declarações, comentários ou exposição de conversas, o que também deveria valer para a outra parte, de acordo com liminar expedida em 16/09/2021 pelo Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro. Mas acima de tudo quero lembrar e reforçar que não houve julgamento, então não posso ser considerado culpado", disse Wild.

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"Não recebi ainda o mandado de citação expedido pela Justiça do Rio de Janeiro pois já não possuo residência fixa no Brasil. Passei os últimos meses treinando na Argentina ou competindo em outros países. O mesmo acontece com a outra parte, que também não foi citada por não residir no Brasil. De qualquer forma, meus advogados já notificaram à Justiça o endereço de meus pais no Paraná. Neste momento estou totalmente focado em minha carreira, de volta ao melhor nível de jogo, e confiante de que minha inocência será comprovada no devido tempo" completou em comunicado.

Ainda em nota, o brasileiro falou sobre a partida deste sábado. "Obrigado a todos pelo apoio hoje. Significou muito. Mesmo que a partida não tenha corrido do jeito que eu esperava, estou muito orgulhoso do trabalho que minha equipe e eu fizemos para chegar até aqui. Foi uma ótima semana em Roland Garros e agora vamos continuar trabalhando por mais resultados na temporada", agradeceu Wild após a despedida do Grand Slam em Paris.

O principal resultado do brasileiro foi a vitória sobre o atual número 2 do ranking mundial, o russo Daniil Medvedev, por 3 sets a 2, com parciais de 7/6 (7/5), 6/7 (6/8), 2/6, 6/3 e 6/4.

ENTENDA O CASO

O desempenho do paranaense Thiago Wild em Roland Garros tem dividido as manchetes esportivas com uma denúncia de violência doméstica contra sua ex-mulher, Thayane Lima. O tenista não foi encontrado pela Justiça brasileira para ser intimado em nenhum dos endereços informados até o momento e segue sem responder ao processo.

Thayane Lima veio a público em 2021 para relatar diversos episódios de um relacionamento abusivo que viveu com Thiago Wild. Na época, já separada do atleta, Thayane relatou ter que passar por tratamento psicológico. Após o relato da ex-mulher, a polícia do estado do Rio de Janeiro passou a investigar o tenista por violência psicológica, injúria e lesão corporal. Em outubro de 2021, Wild foi indiciado pelos crimes pelas autoridades e o Ministério Público denunciou o atleta.

Em sua entrevista coletiva após a partida de terça-feira em Roland Garros, Thiago Wild foi questionado sobre o processo de violência doméstica contra a ex-mulher e se negou a comentar sobre o assunto. "Não acho que seja um assunto que devamos falar aqui. Acho que é uma pergunta que você não deveria fazer a ninguém. Não acho que cabe a você decidir se é o lugar para falar sobre isso ou não", disse o tenista.

O tênis brasileiro emplacou nesta quinta-feira (2) mais três duplas nas oitavas de final do torneio de Roland Garros, em Paris (França). Após avançarem ontem (1º) nas parcerias mistas, Luisa Stefani e Rafael Matos voltaram a vencer hoje, nas disputas feminina e masculina, respectivamente. Quem também se classificou no saibro parisiense foi a parceria do mineiro Marcelo Melo com o britânico John Peers.

Jogando ao lado da canadense Gabriela Dabrowski, a paulista Stefani venceu de virada a polonesa Katarzyna Piter e a húngara Dalma Galfi por 2 sets a 1. Após revés no primeiro set por 4/6, a dupla da brasileira reagiu, ganhou a parcial seguinte por 6/2 e forçou a realização da terceira parcial. Luisa e Gaby novamente ficaram atrás no placar: perdiam por 3 a 0 e as rivais chegaram a ter o match-point em vantagem em 5 a 4. No entanto, o dia era mesmo da parceria Brasil-Canadá que selou a vitória em 7/5. Nas oitavas – ainda sem data definida – a dupla da brasileira encara as parceiras Taylor Towsend (Estados Unidos) e Leylah Fernandez (Canadá).

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"Ótima vitória, duas quebras abaixo no terceiro set. Jogo foi de muitos altos e baixos. Feliz como me mantive emocionalmente nesta partida independente do que estava ocorrendo. Primeiro set foi mais duro, no segundo jogamos melhor, nos impomos e erramos menos. No terceiro elas começaram melhor com a Galfi batendo forte, sacando bem. Sempre bom ganhar jogos assim duros, tanto na mista ontem (quinta) que ajudou para hoje”, disse Stefani.

A sexta também foi boa para a dupla luso-brasileira formada por Rafael Matos e Fernando Cabral, que venceu com facilidade, por 2 sets a 0 (6/3 e 6/0) a parceria do australiano Max Purcell com o norte-americano Bem Shelton. O próximo desafio será derrotar nas oitavas a dupla do croata Ivan Dodig com o norte-americano Austin Krajicek.

Quem também vai disputar as oitavas será a parceria Brasil-Inglaterra, com Melo e Peers, que eliminaram hoje a dupla do monegasco Hugo Nys com o polonês Jan Zielinsk, recém campeã do Masters 1000 de Roma.  Após duelo acirrado, com duração de 1h44min, a dupla de Melo levou a melhor por 2 sets a 0, com parciais de 7/6 (7-5) e 6/4. Os próximos adversários serão os cabeças 10, o espanhol Marcel Granollers e o argentino Horacio Zeballos.

"Acho que foi importante para nós jogar de forma agressiva e usar praticamente todas as chances que tivemos. Muito contente com o resultado, a gente vem jogando muito bem. É continuar nesse passo a passo, cada dia, cada treino, cada jogo. E valeu pela força aqui, com muitos brasileiros assistindo e torcendo", comemorou o tenista mineiro.

Na chave de simples, o paranaense Thiago Wild – que fez história na estreia ao eliminar o número 2 do mundo Daniil Medvedev - vai buscar a classificação às oitavas contra o japonês Yoshihito Nishioka, a partir das 6h (horário de Brasília).

Pela primeira vez na terceira rodada de um Grand Slam, a paulista Beatriz Haddad, número 14 no ranking da WTA, entra em quadra às 8h contra a russa Ekaterina Alexandrova (23ª). 

 

Após surpreender Daniil Medvedev na estreia, Thiago Wild mostrou nesta quinta-feira que a vitória sobre o número dois do mundo não foi por acaso em Roland Garros. O tenista brasileiro avançou à terceira rodada ao superar o experiente argentino Guido Pella por 3 sets a 1, com parciais de 6/3, 3/6, 6/4 e 6/3, em 2h55min de partida, em Paris.

Será a primeira vez que o tenista brasileiro de 23 anos disputará esta fase de um Grand Slam. Nesta quinta, ele disputou uma partida numa chave principal de um Major apenas pela terceira vez na carreira. A segunda foi justamente a vitória sobre Medvedev e logo na famosa quadra central de Roland Garros, a Philippe-Chatrier.

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Wild é apenas o 172º do mundo e precisou superar o qualifying, a fase preliminar, para alcançar a chave principal. Embalado, protagonizou a primeira zebra da competição na terça. Agora o tenista paranaense vai enfrentar o japonês Yoshihito Nishioka, atual 27º cabeça de chave.

Nishioka avançou na chave ao eliminar o australiano Max Purcell também por 3 a 1, com parciais de 4/6, 6/2, 7/5 e 6/4. O japonês de 27 anos é o atual 33º do mundo e tem dois títulos de ATP no currículo. Wild tem apenas um, conquistado em Santiago, no Chile, em 2020. Os dois tenistas nunca se enfrentaram no circuito profissional.

Nesta quinta, Wild oscilou no serviço, com oito aces e nove duplas faltas. Mas mostrou consistência no fundo de quadra, com boas variações. Agressivo nos golpes, como de costume, o brasileiro terminou a partida com 45 bolas vencedoras, contra 26 do argentino de 33 anos. E acabou cometendo mais erros não forçados: 44 a 29. Wild faturou cinco quebras de saque, em 12 oportunidades, contra três do rival, atual 423º do mundo - já foi o 20º do mundo.

Promessa do tênis brasileiro que está se tornando realidade em Roland Garros, o paranaense se tornou notícia dentro e fora do mundo do tênis ao derrubar Medvedev, atual número dois do mundo, logo na estreia. O grande resultado, contudo, dividiu as manchetes esportivas com uma denúncia de violência doméstica contra sua ex-namorada, Thayane Lima.

Após brilhar sobre Medvedev, o brasileiro foi questionado sobre o caso na entrevista coletiva pós-jogo. Ele se esquivou sobre o tema.

"Acho que este não é um assunto que devamos falar aqui. Não acho que seja uma pergunta que você deva fazer a ninguém. Acho que não cabe a você decidir se é um lugar para se falar ou não", afirmou o tenista. "Você pode escrever o que quiser. Aliás, nunca fui casado. Ok? Então, deixe isso de lado", declarou, se referindo à pergunta de um jornalista que falou em "ex-mulher".

Ao fim da coletiva, o repórter alemão Jannik Schneider relatou que teria sido intimidado por um integrante da equipe de Wild após fazer as perguntas sobre as denúncias de violência doméstica. A pessoa teria tentado fotografar a credencial do repórter.

OUTROS RESULTADOS

Se mantiver o bom ritmo, Wild poderá cruzar nas oitavas de final com o vencedor do duelo entre o experiente croata Borna Coric (15º cabeça de chave) e o argentino Tomas Martin Etcheverry. Coric eliminou o também argentino Pedro Cachin por 6/3, 4/6, 4/6, 6/3 e 6/4. E Etcheverry eliminou o australiano Alex de Minaur (18º) por 6/3, 7/6 (7/2) e 6/3.

Atual vice-campeão de Roland Garros, o norueguês Caster Ruud assegurou seu lugar na terceira rodada ao derrotar o italiano Giulio Zeppieri por 6/3, 6/2, 4/6 e 7/5. Seu próximo adversário será o chinês Zhang Zhizhen, algoz do argentino Agustin Tirante por 7/6 (7/3), 6/3 e 6/4.

E o experiente búlgaro Grigor Dimitrov (28º) avançou ao derrotar o finlandês Emil Ruusuvuori por 7/6 (7/4), 6/3 e 6/4.

As tenistas brasileiras brilharam no saibro de Roland Garros no início desta quinta-feira. Beatriz Haddad Maia avançou à terceira rodada da chave de simples, enquanto Ingrid Martins estreou com vitória nas duplas, em sua primeira participação num dos quatro torneios do circuito profissional.

Diante da jovem russa Diana Shnaider, considerada uma das promessas do circuito, Bia Haddad precisou de três sets e de 2h39min de jogo para vencer por 2 a 1, com parciais de 6/2, 5/7 e 6/4. A tenista número 1 do Brasil e 12ª do mundo chegou a liderar o segundo set com uma quebra de vantagem, mas perdeu ritmo e viu a adversária crescer em quadra.

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Shnaider embalou e buscou o empate na partida, ao fechar a segunda parcial. Bia, então, precisou retomar a concentração para repetir a sólida performance do início do jogo, fechando o terceiro set e selando a vitória. Assim, ela avançou à terceira rodada de um Grand Slam pela primeira vez na carreira.

Sua próxima adversária sairá do confronto entre outra russa, Ekaterina Alexandrova, cabeça de chave número 23, e a alemã Anna-Lena Friedsam. Elas se enfrentam ainda nesta quinta-feira.

Nas duplas, Ingrid Martins formou parceria com a belarussa Iryna Shymanovich. Pela primeira rodada, elas venceram a ucraniana Anhelina Kalinina e a romena Irina Begu por 6/2 6/4 em 1h22min. Suas futuras adversárias vão sair do duelo entre Storm Hunter/Elise Mertens e Emma Navarro/Danielle Collins.

Atual 76ª do mundo, Ingrid venceu pela primeira vez num Grand Slam. "Feliz com essa vitória e principalmente com a mentalidade e forma como jogamos. Fomos corajosas, fomos para frente. Animada para seguir aqui, aprendendo e desfrutando cada momento. Só tenho a agradecer a todos que me apoiaram nessa jornada até aqui. É só o começo", comentou a tenista de 26 anos.

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OUTROS RESULTADOS

A chave feminina contou também com a vitória da casaque Elena Rybakina, quarta cabeça de chave e atual campeã de Wimbledon. Ela superou a checa Linda Noskova por duplo 6/3. Na terceira rodada, a russa naturalizada casaque vai enfrentar a espanhola Sara Sorribes Tormo, que despachou a croata Petra Martic por 6/4 e 6/1.

Também venceram a eslovaca Anna-Karolina Schmiedlova, a italiana Elisabetta Cocciaretto, a chinesa Wang Xinyu, a russa Mirra Andreeva e a americana Kayla Day, que despachou a compatriota Madison Keys (20ª cabeça de chave) por 6/2, 4/6 e 6/4.

O brasileiro Thiago Wild, que fez história em Roland Garros nesta terça-feira (30) ao bater o nº 2 do mundo, Daniil Medvedev, é acusado de violência doméstica contra uma ex-namorada. O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou o jogador em 2022.

A acusação envolve “vias de fato”, conforme denúncia, de Thiago contra a ex-namorada, Thayane Lima. Além disso, a denúncia também traz relato de Thiago humilhando Thayane por conta da condição financeira dele superior à dela, que era sua dependente. 

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Traições que ele teria cometido também estariam envolvidas na denúncia. Na coletiva de imprensa após a vitória histórica desta terça, Thiago foi questionado sobre o assunto, mas não quis falar. 

“Não acho que seja um assunto que devamos falar aqui. Acho que é uma pergunta que você não deveria fazer a ninguém. Não acho que cabe a você decidir se é o lugar para falar sobre isso ou não", disse.

O tenista brasileiro Thiago Seyboth Wild, 174º no ranking mundial, surpreendeu nesta terça-feira (30) e eliminou o russo Daniil Medvedev na primeira rodada do Grand Slam de Roland Garros, em Paris. 

    O brasileiro de 23 anos superou o tenista número 2 do mundo por 3 sets a 2, com parciais de 7-6, 6-7, 2-6, 6-3 e 6-4.

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Natural de Marechal Cândido Rondon, no Paraná, Thiago é profissional desde 2018 e tem apenas um título na carreira, conquistado em Santiago, em 2020, ano em que também atingiu sua melhor posição no ranking: 106º lugar. 

    Até agora, o brasileiro nunca havia passado da primeira rodada de um Grand Slam. Sua vitória em Roland Garros remete a Gustavo Kuerten, o Guga, tricampeão no saibro de Paris (1997, 2000 e 2001).

Da Ansa

Pela primeira vez em sua carreira, Rafael Nadal não estará em Roland Garros. O tenista espanhol anunciou nesta quinta-feira que não competirá no saibro de Paris neste ano porque ainda não se recuperou de uma lesão no quadril. E avisou que está perto de sua aposentadoria, que projetou para 2024.

"Não vou jogar em Roland Garros, não vou jogar por alguns meses e, se eu voltar, ano que vem será meu último ano", disse Nadal, sem meias palavras. "Não dá para ficar exigindo cada vez mais do corpo, porque em algum momento ele diz 'até aqui' e acabou. A partir de agora, vamos ver até quando posso continuar e quando vou parar."

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Nadal, que completará 37 anos no início de junho, vem sofrendo para se recuperar de uma lesão no quadril direito. Ele começou a apresentar dores no local durante o Aberto da Austrália, em janeiro. O ex-número 1 do mundo desistiu do primeiro Grand Slam do ano após a segunda rodada e, desde então, não voltou a competir no circuito. Nesta temporada, foram apenas duas competições - esteve na United Cup antes do Aberto da Austrália.

Nos últimos meses, se tornou comum o espanhol vir a público para anunciar a desistência de algum torneio, até mesmo daqueles mais importantes do ponto de vista afetivo, como aconteceu em Barcelona e Madri, nas últimas semanas. Da última vez que se manifestou, no início de maio, indicou que o tratamento não vinha dando certo e indicou que adotaria um novo caminho.

"Estou melhor agora do que há algumas semanas. É melhor que me vejam assim, caso contrário, não daria uma entrevista coletiva", disse Nadal, em meio a uma concorrida coletiva de imprensa, que contou com a presença dos seus familiares. "Você pode ficar com raiva, triste, que é o que eu faço, mas no final posso agradecer por tudo que aconteceu (na minha carreira)."

Nadal nunca havia ficado fora de Roland Garros, torneio que vinha disputando desde 2005, com incríveis 14 títulos em 18 participações. Ele é o dono do recorde de troféus em Paris e nenhum outro tenista da história tem mais títulos num mesmo Grand Slam. No momento, ele divide ainda o recorde de troféus de todos os torneios de nível Major, empatado com o sérvio Novak Djokovic. Ambos somam 22 conquistas.

Foto: STF/AFP

Até então, o espanhol tinha a edição de 2016 com o menor número de jogos disputados em Paris. Em baixa naquele ano, jogou apenas duas partidas e desistiu antes da terceira, também por conta de problema físico. Nadal é o atual campeão de Roland Garros.

INÍCIO DO FIM

O plano de Nadal é retomar seu tratamento no quadril sem pressa. Por isso, não planeja mais jogar torneios nesta temporada, que deve se tornar a mais curta da sua carreira. A ideia do espanhol é se recuperar totalmente ao longo do segundo semestre para estar em condições de iniciar a temporada 2024 em janeiro em situação 100% do ponto de vista físico.

"Tem sido difícil para eu ter continuidade em todos os sentidos, por causa do meu físico. E isso se transfere para o campo pessoal quando não se consegue estar feliz com o dia a dia", revelou o espanhol. "Preciso colocar um ponto final no que é minha carreira esportiva. Vou regenerar meu corpo e quando me sentir pronto vou começar de novo."

Foto: Jaime Reina/AFP

Ele não descartou jogar as Finais da Copa Davis, neste ano. Mas reiterou que sua meta é voltar apenas no próximo ano. "Pode ser um objetivo tentar jogar a Copa Davis e preparar-me para 2024, que será o último ano da minha carreira esportiva", comentou, antes de prever como será sua temporada de despedida. "A minha ideia é aproveitar e viajar para todos os torneios onde fui feliz, se tiver possibilidade."

O tênis brasileiro celebra nesta quarta-feira um dos feitos mais importantes de sua história. Foi em um dia 8 de junho que Gustavo Kuerten conquistou seu primeiro título de Roland Garros no ano de 1997, há exatos 25 anos. O troféu "transformou nossas vidas", disse Guga, nesta quarta.

Na época, o tenista catarinense surpreendeu o mundo não somente por estar fora da lista dos cabeças de chave. Mas também por ser o então 66º do ranking. Antes de Guga, nenhum tenista havia se sagrado campeão de Roland Garros com um ranking tão baixo. O brasileiro, portanto, jogou contra todas as apostas para levantar o Troféu dos Mosqueteiros.

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Em vídeo publicado nesta quarta, o agora ex-tenista celebrou a conquista ao apontar uma foto em que aparece erguendo a taça, há 25 anos. "Fala, galera. Olha aí, 25 anos comemorando aqui em Roland Garros. Aquela alegria do primeiro título... duas semanas que o mundo virou de cabeça para baixo. A zebra estava solta aqui em Paris. Estava de azul e amarelo para celebrar esse momento que transformou nossas vidas", lembrou.

Há 25 anos, Guga iniciou sua trajetória no saibro de Paris com uma vitória em sets diretos sobre o checo Slava Dosedel. Depois superou o sueco Jonas Bjorkman, antes do importante confronto com o austríaco Thomas Muster, então número cinco do mundo e o Rei do Saibro da época, num suado confronto de cinco sets. Nas oitavas de final, despachou o ucraniano Andrei Medvedev.

Nas quartas, outro grande desafio. Encarou o russo Yevgeny Kafelnikov, número três do mundo e um dos principais jogadores de sua geração. Guga chegou a aplicar um "pneu" no rival naquele duelo de cinco sets. Nas semifinais, a vitória foi sobre o belga Filip Dewulf. E, na decisão do título, desbancou por 3 a 0 o espanhol Sergi Bruguera, que já tinha dois troféus de Roland Garros no currículo.

O feito, de fato, "transformou" a vida de Guga. O brasileiro passou a ser respeitado no circuito e, na sequência, mostraria que o feito de 1997 não era lance do acaso. Ele se sagrou bicampeão de Roland Garros em 2000 e tri, em 2001. Foram 20 títulos de nível ATP ou Grand Slam na carreira, incluindo a Masters Cup de 2000 (atual ATP Finals), quando venceu na sequência os americanos Pete Sampras e Andre Agassi e assumiu o posto de número 1 do mundo.

Após seguidas cirurgias no quadril, Guga acabou enfrentando dificuldades no circuito a partir de 2002. Perdeu parte das temporadas seguintes por conta de processos de reabilitação física e acabou oficializando sua aposentadoria das quadras em 2008, no próprio saibro de Roland Garros, quando foi homenageado.

Em uma final de poucas emoções, nível técnico discutível e sem nenhuma surpresa, Rafael Nadal confirmou o favoritismo e derrubou o norueguês Casper Ruud em três sets, com parciais de 6/3, 6/3 e 6/0, em apenas 2h18min, na decisão masculina de Roland Garros. Neste domingo, o tenista espanhol levantou a Taça dos Mosqueteiros pela 14ª vez em sua vitoriosa carreira.

Além da marca incrível no torneio disputado em Paris, Nadal alcançou o 22º de Grand Slam de sua carreira, novo recorde histórico, aumentando a distância para o suíço Roger Federer e para o sérvio Novak Djokovic, ambos com 20 troféus. O tenista de 36 anos se tornou ainda o mais velho campeão de Roland Garros.

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Trata-se de mais um feito incrível na carreira de Nadal que, pela primeira vez desde que impôs seu domínio no saibro de Roland Garros, chegou a Paris sem favoritismo em razão de problemas físicos. Mas cresceu ao longo do torneio, superando quatro rivais do Top 10 do ranking em sua campanha até a final.

Com dificuldades físicas, o espanhol vem dando maior intervalo entre os torneios que disputa nas últimas temporadas para não agravar lesão crônica no pé esquerdo - deve pular Wimbledon neste ano por essa razão. Ao mesmo tempo, o número cinco do mundo já indica que está perto da aposentadoria. Havia até rumores de que anunciaria sua despedida em Roland Garros neste ano.

Apesar das limitações, o favorito tratou de impor seu conhecido domínio em Paris neste domingo diante do primeiro escandinavo a disputar uma final de Grand Slam de simples na era aberta do tênis (desde 1968). Ruud, fã declarado de Nadal e 8º do mundo, era o candidato a zebra, principalmente após quedas precoces dos favoritos que estavam no mesmo lado da chave.

O primeiro confronto entre os dois tenistas no circuito acabou frustrando expectativas. Ambos jogaram abaixo do esperado e acumularam erros não forçados, alguns deles até bobos. Foram 18 para o espanhol e 26 para o norueguês. Nadal mostrou sua força com suas 37 bolas vencedoras, diante de 16 do adversário, e as oito quebras de saque que obteve nos três sets - Ruud faturou apenas duas.

O primeiro set foi marcado pelo nervosismo de Ruud e pelo baixo nível técnico de ambos os finalistas. Foram erros feios para todos os lados. Nadal chegou a cometer duas duplas faltas num mesmo game, permitindo a quebra de Ruud. Mas o espanhol já estava liderando o placar, com sobra, e não teve problemas para fechar em 6/3.

As oscilações seguiram na segunda parcial. Nadal fazia partida abaixo do esperado em praticamente todos os fundamentos. Mas tirava vantagem da velha estratégia de jogar bolas altas no backhand do adversário. O norueguês, contudo, "entrou" no jogo neste set. Sacava bem e construía boas jogadas.

Tanto que abriu 3/1 na parcial, mas sem conseguir sustentar a vantagem por muito tempo. Nadal empatou em 3/3 e virou em seguida. Aproveitando as oscilações de Ruud, o favorito obteve nova quebra de saque na sequência e levou também o segundo set.

No terceiro, Nadal atropelou o adversário norueguês. Mais sólido em comparação ao início da partida, o espanhol praticamente não errava e controlava as ações tanto no fundo de quadra quanto na rede. Ruud, por sua vez, já estava "nas cordas" e não oferecia qualquer resistência. O favorito não hesitou e aplicou um inesperado "pneu" no adversário.

Rafael Nadal e Novak Djokovic arrasaram seus adversários nesta sexta-feira, pela terceira rodada de Roland Garros. Espanhol e sérvio, maiores candidatos ao título em Paris, avançaram às oitavas de final. Já o brasileiro Bruno Soares se despediu na segunda rodada da chave de duplas masculinas.

Djokovic foi o primeiro a entrar em quadra nesta sexta. E não teve qualquer dificuldade contra o esloveno Aljaz Bedene, atual 195º do mundo. O líder do ranking venceu por 3 sets a 0, com parciais de 6/3, 6/3 e 6/2. Ele faturou cinco quebras de saque ao longo da partida, finalizada em 1h44min, e não perdeu o serviço em nenhum momento.

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O favorito anotou ainda 30 bolas vencedoras, contra 23 do tenista da Eslovênia. E cometeu apenas 18 erros não forçados, diante de 37 do adversário. Nas oitavas, Djokovic vai enfrentar o argentino Diego Schwartzman, que superou o búlgaro Grigor Dimitrov por 6/3, 6/1 e 6/2. O sérvio nunca perdeu para o sul-americano no circuito - são seis vitórias consecutivas. O confronto será o de número 100 do sérvio em Roland Garros.

Elevando seu nível a cada jogo, o líder do ranking tenta em Paris igualar o recorde de títulos de Grand Slam, que pertence atualmente a Nadal, com 21 troféus. Os dois poderão vir a se enfrentar na fase de quartas de final.

Nadal

Nesta sexta, o espanhol fez a sua parte para se aproximar desse duelo. O dono de 13 títulos em Paris superou o holandês Botic Van De Zandschulp, 29º do mundo, por 3 a 0, com parciais de 6/3, 6/2 e 6/4, em 2h11min.

Apesar de dominante, Nadal não apresentou performance tão forte quanto a de Djokovic. Ele sofreu duas quebras de saque e se impôs no serviço do rival em seis games. Terminou o jogo com 25 bolas vencedoras, contra 19 do holandês. Porém, cometeu menos erros não forçados: 13 a 31.

Nas oitavas, o tenista da Espanha vai enfrentar o canadense Felix Auger-Aliassime (9º cabeça de chave), que avançou ao derrubar o sérvio Filip Krajinovic por 7/6 (7/3), 7/6 (7/2) e 7/5.

Mulheres

No feminino, mais duas cabeças de chave se despediram nesta sexta. Atual campeã olímpica, a suíça Belinda Bencic (14ª) foi superada pela canadense Leylah Annie Fernandez (17ª), atual vice-campeã do US Open, por 7/5, 3/6 e 7/5. A vencedora terá pela frente a americana Amanda Anisimova (27ª), que avançou diante do abandono da checa Karolina Muchova no terceiro set: 6/7 (7/9), 6/2 e 3/0.

Já a alemã Angelique Kerber, ex-número 1 do mundo e 21ª cabeça de chave, foi derrotada pela belarussa Aliaksandra Sasnovich por 6/4 e 7/6 (7/5). Sasnovich encara agora a italiana Martina Trevisan, que superou a australiana Daria Saville por 6/3 e 6/4. As cabeças de chave Coco Gauff (18ª) e Elise Mertens (31ª) avançaram.

BRASILEIRO CAI NAS DUPLAS

Sem ritmo no saibro, Bruno Soares e Jamie Murray foram eliminados logo na segunda rodada da chave de duplas masculinas em Paris. Brasileiro e escocês perderam para os americanos Mackenzie McDonald e Tommy Paul por 2 sets a 1, com as parciais de 7/6 (9/7), 4/6 e 6/3.

A dupla vinha de uma estreia bem tranquila em Roland Garros. Mas estava sem ritmo porque disputaram apenas um torneio no saibro na temporada antes de Paris. No Torneio de Genebra, foram eliminados logo na estreia, neste mês.

A superfície não é a favorita deles, que costumam se destacar na quadra dura - os títulos de Grand Slam da parceria vieram no US Open e no Aberto da Austrália. Em Roland Garros, o melhor resultado do brasileiro foi o vice-campeonato, em 2020.

Atual número 21 do mundo no ranking de duplas, o tenista brasileiro ainda busca seu primeiro título do ano. Ele soma agora sete vitórias e nove derrotas nas duplas masculinas em 2022.

A tenista Beatriz Haddad Maia estreou com vitória em Roland Garros, neste domingo, primeiro dia de competições da chave principal do Grand Slam francês. A número 1 do Brasil superou a espanhola Cristina Busca, 134ª do mundo, por 2 sets a 1, com parciais de 6/3, 1/6 e 6/2, em 2h13min de jogo.

Foi a primeira vitória de Bia na chave principal de Roland Garros. "Primeira rodada é sempre um jogo duro para todo mundo. É uma nova semana que começa, com novas condições. Acho que entrei muito bem no jogo hoje, com uma energia muito boa. Joguei em alto nível em muitos momentos", avaliou a tenista, que alcançará o 48º lugar do ranking, na atualização desta segunda-feira.

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A única tenista brasileira numa chave de simples em Paris diz se inspirar no tricampeão Gustavo Kuerten para fazer bonito no saibro francês. "Crescemos escutando muito sobre o Guga e tudo o que ele viveu aqui em Roland Garros. É muito legal, me sinto privilegiada de ser uma jogadora mulher representando o Brasil e ganhando a minha primeira rodada. Mas também estou com os pés no chão, é um torneio muito longo, com muitos jogos, então preciso estar com a energia bem canalizada e preparada para o próximo jogo", afirmou.

Na segunda rodada, ela vai enfrentar a estoniana Kaia Kanepi, que protagonizou a primeira zebra do torneio neste domingo. Kanepi, 46ª do mundo, eliminou a espanhola Garbiñe Muguruza, ex-número 1 do mundo e 10ª cabeça de chave, por 2/6, 6/3 e 6/4.

"É uma jogadora perigosa. Vou me preparar da mesma forma na qual me preparo para qualquer partida ou torneio, seja Challenger ou Grand Slam. Vou treinar baseado nas coisas que tenho que melhorar. Gostaria de entrar na quadra, deixar tudo lá dentro e seguir fazendo o que já venho fazendo: ser humilde nos momentos difíceis, ser agressiva e competir bem", projetou Bia.

Outro resultado surpreendente do dia foi a queda precoce da tunisiana Ons Jabeur. A número seis do mundo e campeã do WTA 1000 de Madri foi desbancada pela polonesa Magda Linette por 3/6, 7/6 (7/4) e 7/5. As demais cabeças de chave não decepcionaram. Avançaram a grega Maria Sakkari (4ª), a suíça Belinda Bencic (14ª), a canadense Leylah Annie Fernandez (17ª), a americana Coco Gauff (18ª), a suíça Jil Teichmann (23ª), a romena Sorana Cirstea (26ª) e a belga Elise Mertens (31ª). Fora da lista das favoritas, a americana Sloane Stephens, que tem um título do US Open no currículo, também venceu na estreia.

MASCULINO

O grande destaque do dia foi o espanhol Carlos Alcaraz. Sensação da temporada, o tenista de apenas 19 anos chegou embalado em Roland Garros com quatro títulos no ano e mostrou isso logo na estreia. O número seis do mundo chegou a aplicar um "pneu" no argentino Juan Ignacio Londero: 6/4, 6/2 e 6/0.

Após registrar sua 29ª vitória em 32 jogos em 2022, Alcaraz vai encarar o espanhol Albert Ramos-Vinolas, algoz do australiano Thanasi Kokkinakis por 6/4, 4/6, 6/4 e 7/6 (7/5).

O domingo foi marcado ainda por uma queda precoce. Vice-campeão de Roland Garros em 2018 e 2019, o austríaco Dominic Thiem voltou a cair numa primeira rodada em Paris, como aconteceu também no ano passado. Desta vez, foi eliminado pelo boliviano Hugo Dellien por 3 sets a 0, com parciais de 6/3, 6/2 e 6/4.

Entre os cabeças de chave, dois também se despediram precocemente neste domingo: o americano Jenson Brooksby (31º) e o espanhol Alejandro Davidovich Fokina (25º).

Os demais confirmaram o favoritismo na estreia, com destaque para o alemão Alexander Zverev. O terceiro pré-classificado superou o austríaco Sebastian Ofner por 6/2, 6/4 e 6/4. Seu próximo adversário é o holandês Tallon Griekspoor, algoz de Fokina.

Também avançaram o canadense Felix Auger-Aliassime (9º), o argentino Diego Schwartzman (15º), o búlgaro Grigor Dimitrov (18º), o russo Karen Khachanov (21º), o americano John Isner (23º) e o holandês Botic Van de Zandschulp (26º).

Novak Djokovic não é o melhor tenista do mundo da atualidade por acaso. O tenista que jamais desiste das disputas, mostrou toda sua técnica, o ótimo repertório e a força na final de Roland Garros, neste domingo. Numa épica batalha de 4h11, virou a decisão diante do grego Stefanos Tsitsipas para 3 a 2 após sair em desvantagem de 2 a 0. Com parciais de 6/7 (8), 2/6, 6/3, 6/2 e 6/4, o sérvio garantiu a conquista de seu 19° Grand Slam da carreira e o segundo troféu em Paris.

Djokovic agora está a um título de se igualar ao espanhol Rafael Nadal e o suíço Roger Federer como maiores campeões em Grand Slans. Pode alcançar a marca em Wimbledon, daqui duas semanas, onde já se sagrou campeão em cinco oportunidades.

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"Muito obrigado pela presença de todos. Agradeço a todos que me ajudaram nesta conquista. É a realização de um sonho", comemorou Djokovic, reconhecendo, também, o ótimo trabalho de Tsitsipas.

Assim como na semifinal da edição passada de Roland Garros, Djokovic encontrou muita dificuldade para superar Tsitsipas e também precisou do tiebraker. Na ocasião, avançou com parciais de 6/3, 6/2, 5/7, 4/6 e 6/1). Foi sua sexta vitória em oito confrontos contra o habilidoso jovem grego, que buscava a inédita conquista.

O equilíbrio prevaleceu no primeiro set da batalha na quadra Philippe Chatrier, a principal no complexo de Roland Garros. Com ótimo aproveitamento do serviço, os finalistas não tiveram quebras até o 5 a 5, quando o sérvio aproveitou o break point e abriu 6 a 5, dois games após ter de salvar um set point.

O grego, porém, pressionou o saque de Djokovic e abriu logo 0/40. Três chances para devolver a quebra. Levou a decisão ao tiebraker aproveitando a segunda oportunidade. Vindo muito bem no jogo, com sete aces, Tsitsipas não merecia perder nos games finais e igualou o jogo em 6/6.

No desempate, foi logo abrindo 4 a 0. Com 5/2, tinha dois serviços para fechar o set. Sob pressão, falhou nas duas. Djokovic virou e teve o primeiro set point. Mas o grego reagiu e, com três pontos seguidos, fechou em 7/6 com 8/6 no tiebraker.

Tsitsipas foi ainda melhor na segunda parcial. Quebrou o serviço de Djokovic logo de cara, repetiu a dose no sétimo game e não encontrou resistência na terra batida francesa para mandar 6/2 e ficar muito próximo do inédito título.

Djokovic ganhou notoriedade justamente por jamais desistir em uma partida. Sobretudo diante das dificuldades, sempre conseguiu se reerguer. E voltou para a disputa do título em Roland Garros com belo terceiro set, vencido por 6/3. Com uma quebra no quarto game, revezou pontos até fechar.

O grego pediu atendimento após perder o terceiro set, acusando problemas lombares. Voltou cometendo erros no saque e com duplo break point contra. Saiu atrás com 0/1. Desestabilizado, não acertava mais nada e logo Djokovic abriu 4 a 0. Não teve problemas para fechar em 6/2 e levar a decisão ao super tiebraker.

Depois de um ponto para cada lado, o sérvio quebrou o serviço de Tsitsipas. Em vantagem, apostou tudo no saque e foi feliz. Com decisões rápidas em seu serviço, não deu nenhuma chance de quebra para o grego e ergueu o troféu com 6/4, aproveitando o segundo match point, numa partidaça digna de decisão. Segundo título no saibro francês do sérvio, que se ajoelhou ao fim de partida, ergueu a raquete aos céus e depois agradeceu o público.

No dia 10 de junho de 2001, na quadra Philippe Chatrier, em Paris, o tenista catarinense Gustavo Kuerten conquistava uma das maiores façanhas da carreira. Com o tricampeonato do Grand Slam de Roland Garros, ele deixava o mundo do tênis aos seus pés. Na final, o brasileiro bateu o espanhol Alex Corretja, 13º colocado do ranking na ocasião, por 6/7 (3-7), 7/5, 6/2 e 6/0 em 3h12 de partida. “Aquela temporada de 2001 transmitiu a segurança, a confirmação. Tínhamos muitas facilidades para encontrar soluções difíceis dentro da quadra e a atingi a consagração como tenista. Tenho a total convicção que foi o meu melhor ano. O primeiro título, em 1997, foi o mais surpreendente. Só que em 2001 estava no topo mesmo. O impacto não era só para os fãs. Era também para os adversários. A gente chegava na quadra e eles respeitavam muito. Eu estava jogando demais mesmo”, disse Guga.

Fabrízio Gallas, jornalista especializado em tênis, dá a dimensão que o brasileiro alcançou no circuito. "Ele se tornou uma referência para o tênis mundial. Não somente pelas conquistas. Mas pela irreverência. Lá em 1997 foi campeão com aquela roupa toda colorida, amarela e azul, os cabelos descabelados. E batendo caras gigantes do tênis mundial, entre eles o austríaco Thomas Muster, o russo Evgeni Kafelnikov, que tinha sido campeão em 1996. A cada vitória, ele ia chamando mais atenção e todo mundo queria saber quem era aquele desconhecido. A partir dali, na semifinal e na final, o Guga já estava em outro planeta. Jogando um tênis espetacular. Foram jogos mais fáceis", lembra o jornalista. Para ele, o torneio de 2001 foi realmente a confirmação do brasileiro.

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momento pelo qual Guga passava era tão bom que o ele considera que poderia ter se tornado pentacampeão se os problemas no quadril não o tivessem forçado a encerrar a carreira precocemente. "Meu tênis estava brotando. Era só o começo. Alcançar essa marca seria algo normal. Participaria mais cinco anos como favorito." A partir de 2001, o atleta passou a ter o desempenho afetado pelas dores no quadril. Até que, em 2002 e 2004, teve que passar por cirurgias para remoção da cartilagem no local. Na sequência, até 2008, quando se aposentou, jogar com dores era uma constante.

Em 2013, já ex-atleta, Gustavo Kuerten passou por uma terceira cirurgia. "Aquilo que eu joguei em 2004 naquela vitória contra o Roger Federer, já com muitas dores, e depois, com grandes problemas causados pelas cirurgias, ter seguido vencendo são provas de que eu poderia ter ido muito mais longe".      

domínio do brasileiro no circuito mundial naquelas temporadas fez, inclusive, o esporte se tornar mais popular no país. "Quando eu me tornei o número um do mundo em 2000, depois daquela vitória contra o André Agassi, a confiança transbordou para todas as áreas. Eu comecei a ganhar em todos os tipos de piso. Foi o auge do tênis no Brasil. As pessoas conversavam sobre os jogos pelas ruas. As minhas vitórias traziam esperança para as pessoas. Esse tempo me traz clareza para continuar recordando tudo aquilo. São exemplos como esse que o Brasil precisa", lembrou Guga.

"Tive um contato mais próximo com ele a partir de 2005. Estive na última Copa Davis que ele participou na Áustria em 2007. Já no final de carreira, ele só jogou duplas com o André Sá. Mas, eu como fã, chorei demais com todas vitórias dele. O Guga trouxe o tênis para os holofotes. Mesmo que o Brasil não tenha aproveitado esse fenômeno a modalidade ainda tem um relativo destaque por aqui. E o Guga teve papel fundamental nisso", considera Fabrízio Gallas.

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