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A polícia australiana disse nesta sexta-feira (11) que hackers russos estavam por trás de um ataque a uma grande empresa de seguros do país que levou ao roubo de dados médicos de 9,7 milhões de pessoas.

Hackers começaram a espalhar os dados roubados depois que a Medibank, a principal seguradora do país, se recusou a pagar o resgate de quase 10 milhões de dólares exigido.

"Acreditamos que a Rússia é responsável pelo ataque", disse o comissário da Polícia Federal Australiana, Reece Kershaw.

"Nossa inteligência aponta para um grupo de cibercriminosos vagamente afiliados que provavelmente são responsáveis por grandes ataques em todo o mundo", acrescentou.

Os hackers começaram a postar partes das informações roubadas em um fórum da dark web, com foco particular no comprometimento de dados relacionados ao vício em drogas, abuso de álcool ou doenças sexualmente transmissíveis.

Kershaw disse que a polícia australiana buscará cooperação com seus colegas na Rússia. "Vamos conversar com as forças de segurança russas sobre esses indivíduos", explicou.

O comissário apontou que eles sabiam as identidades dos cibercriminosos, mas não quis revelá-las.

Analistas de segurança cibernética apontaram que o ataque pode estar ligado ao grupo russo REvil, supostamente desmantelado pelas autoridades russas este ano.

Kershaw disse que a polícia está tomando "medidas secretas" para levar os agressores à justiça.

"Para os criminosos, sabemos quem vocês são", disse ele. "A Polícia Federal Australiana tem algumas vitórias significativas quando se trata de trazer criminosos estrangeiros para a Austrália para enfrentar o sistema de justiça", enfatizou.

A secretária do Interior, Clare O'Neil, disse na quinta-feira à noite que as pessoas "mais inteligentes e rigorosas" do país estavam trabalhando para encontrar os responsáveis.

Em uma resposta na manhã desta sexta-feira na dark web, os cibercriminosos repetiram sua ameaça.

"Sempre mantemos nossa palavra... Temos que publicar esses dados porque ninguém acreditará em nós no futuro", escreveram.

Um foguete Soyuz decolou nesta quarta-feira (21) rumo à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), partindo do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, com dois cosmonautas russos e um astronauta americano a bordo, em meio a tensões ligadas à ofensiva na Ucrânia.

"A estabilidade é boa (...), a tripulação se sente bem", disse um comentarista da Agência Espacial Americana (Nasa) após a decolagem, transmitida ao vivo pelos sites das agências espaciais dos EUA e da Rússia.

O foguete russo decolou no horário programado, 10h54 (horário de Brasília), das estepes do Cazaquistão, deixando para trás um rastro de fumaça em um céu acinzentado, segundo as imagens.

Essa missão do americano Frank Rubio, da Nasa, e dos russos Sergei Prokópiev e Dmitri Petelin, da agência espacial russa Roscosmos, representa um raro sinal de cooperação entre Moscou e Washington, cujas relações se encontram em seu nível mais baixo.

Rubio é o primeiro astronauta americano a viajar para a ISS em uma espaçonave russa desde o início da intervenção militar de Moscou na Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano.

A tripulação passará seis meses na ISS, onde se juntarão aos cosmonautas russos Oleg Artemiev, Denis Matveiev e Sergei Korsakov, aos astronautas americanos Bob Hines, Kjell Lindgren e Jessica Watkins e à astronauta italiana Samantha Cristoforetti.

A chegada à ISS está prevista após uma viagem de três horas.

Alexei, Gena e Angelou são artistas LGBTQIA+ da Rússia que enfrentam problemas em seu país de origem por conta de suas identidade de gênero e orientação sexual. Atualmente, a guerra na Ucrânia precipitou a busca deles por exílio em Paris.

A Oficina dos Artistas no Exílio em Paris colocou uma linha telefônica urgente à disposição dos russos e ucranianos. Até o momento, já atendeu uma centena de pessoas.

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Entre eles, Gena Marvin, de 23 anos, que chegou em Paris no final de abril. Artista transgênero e 'performer', encenou obras com o corpo rodeado por fita adesiva, simbolizando "um país onde não há liberdade e onde a liberdade do meu corpo não é permitida".

Em entrevista à AFP, a artista, que saiu nas ruas em apoio do opositor Alexei Navalny, explica ser "uma espécie de terapia, uma reciclagem dos meus temores de infância".

Após o estopim da guerra, a ideia de ser chamada para o alistamento a aterrorizava. Presa em uma manifestação contra a invasão da Ucrânia, ela decidiu abandonar a Rússia quando soube da Oficina em Paris.

"Na França não tenho o mesmo medo, mas mantenho a guarda alta, porque uma pessoa que viveu com medo não esquece nunca", declara Gena.

Em um dos estúdios da Oficina, o compositor e pianista de 23 anos Alexei toca um prelúdio de Rachmaninoff. Ele, que não quis revelar seu sobrenome por motivos de segurança, também foi detido durante uma manifestação em São Petersburgo.

Então, recebeu um convite para continuar seus estudos de composição no Conservatório de Paris.

- "Dor, vergonha, culpa" -

Alexei carregava a esperança de que o presidente russo, Vladimir Putin, "deixaria de estar ali algum dia", mas agora está ciente do perigo constante. A guerra lhe causa "dor, vergonha e culpa, porque tenho a sensação que não temos feito o suficiente contra esse regime".

Recentemente, a polícia invadiu a escola de música onde dava aula por conta de uma "propaganda LGBT" em sua página do Facebook. Na realidade, foi "por conta de uma foto em que beijava meu companheiro", assegura.

"A Rússia não é homofóbica, quem é homofóbico é o Estado russo", considera o jovem, que está compondo uma música para um filme sobre a guerra na Ucrânia. "Me sinto como em um filme", completou.

Estilista de 23 anos, Angelou declara-se uma pessoa não-binária. Em um dos ateliês na Oficina dos Artistas no Exílio, se exercita com silicone mesclado com tecidos reciclados, para desenhar um vestido.

Segundo Angelou, pessoas 'queer' eram detidas regularmente em Moscou. "Eram obrigadas a se despir e recebiam água fria. Compreendi que era o fim", explicou.

A retomada de atividade de Angelou se deu depois que deixou Moscou, e agora recebe aulas de francês com sua amiga Xenia, de 24 anos, atualmente decoradora. Viviam na Rússia sob o medo constante de agressões.

Judith Depaule, diretora e cofundadora da Oficina, explica que os artistas russos no exílio "formaram a ideia de que abandonaram definitivamente seu país", com o qual "já não se identificam".

Do lado dos ucranianos há uma "onda de patriotismo", entretanto ambos sabem que "a guerra acaba nas portas da Oficina", explica Depaule.

O Dia da Língua Russa foi comemorado nesta segunda-feira (6). Atualmente, muitas séries e filmes nesta língua estão aumentando a presença nos streamings. Confira a seguir, quatro dos mais recentes filmes russos em 2022 no cinema e disponíveis na Netflix.  

Petrov 's Flu – Baseado no romance de Alexey Salnikov, Petrov' s Flu se passa na Rússia pós-soviética e acompanha o dia-a-dia do desenhista Petrov e sua família. Mas a tragédia acontece quando Petrov se vê infectado com uma gripe horrível. Em busca de ajuda, seu amigo Igor se oferece para fazer uma longa caminhada com ele. Durante essa caminhada, Petrov se vê entrando e saindo da realidade, incapaz de dizer o que é real. Dirigido por Kirill Serebrennikov, este drama surreal é estrelado por Chulpan Khamatova, Semyon Serzin e Ivan Ivashkin.  

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Dear Comrades - É 1962 e os trabalhadores de Novocherkassk estão em greve. O governo comunista decidiu aumentar os preços dos alimentos, tornando ainda mais difícil viver em um ambiente tão industrial para a classe trabalhadora. Visto pela perspectiva de um ativista partidário dedicado à causa, ele testemunha uma greve que logo vai de um protesto contra o governo corrompido a um massacre horrível e a pequena cidade industrial explode em violência política. Drama histórico do diretor Andrey Konchalovskiy.  

The Silver Skates – O século 20 acaba de começar quando o show começa na véspera de Ano Novo de 1900. O jovem cuidador de farol Matthew é bastante pobre e precisa desesperadamente de dinheiro para cuidar de seu pai moribundo. Ao mesmo tempo, Alice, filha da elite, sonha em estudar ciências, o que seu pai não gosta. Os dois se encontram e se esforçam para tornar seus sonhos realidade, mas terão que encontrar o caminho para contornar a figura conspiradora do noivo de Alice, Arkadi.  

Beanpole – A Segunda Guerra Mundial terminou em Leningrado, a vida continua a ser um desafio, pois uma cidade tenta se reconstruir nos destroços da guerra. Em uma cidade em ruínas, duas mulheres retornam e tentam reconstruir suas vidas tanto quanto Leningrado tenta se reconstruir após uma catástrofe. A guerra os deixou esgotados física e emocionalmente, enquanto lutam para encontrar sentido em suas vidas e esperar pelo futuro neste drama histórico premiado.

Por Camily Maciel 

As forças russas controlam "uma parte" de Severodonetsk, cidade do leste da Ucrânia em que executam uma ofensiva há várias semanas, anunciou nesta terça-feira o governador da região de Lugansk, onde fica a localidade.

"A situação é muito complicada. Uma parte de Severodonetsk está controlada pelos russos", afirmou o governador Serguii Gaidai no Telegram.

Gaidai acrescentou que, apesar do avanço russo, as forças ucranianas "permanecem na cidade" e que as tropas russas "não podem se deslocar livremente".

"O inimigo está planejando uma operação para limpar as localidades próximas", disse.

Depois de fracassar na tentativa de tomar o controle da capital ucraniana, Kiev, nos primeiros dias do conflito, a Rússia passou a concentrar esforços na região leste do Donbass e tenta consolidar as áreas sob seu controle.

Severodonetsk, com uma população de quase 100.000 pessoas antes da guerra, é um dos vários núcleos urbanos importantes que estão no caminho da Rússia para capturar toda a região de Lugansk e o centro administrativo do leste da Ucrânia, Kramatorsk.

Um prédio administrativo sofreu um incêndio, mas os edifícios dos reatores parecem intactos: a AFP visitou no domingo a central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Ucrânia e da Europa, que provocou alarme na comunidade internacional depois que foi tomada pelo exército russo.

As forças de Moscou tomaram em março o controle da central, que fica na cidade de Energodar, sul da Ucrânia, separada pelo rio Dniepr da capital regional Zaporizhzhia, sob controle ucraniano.

Os confrontos na área provocaram o temor na comunidade internacional de uma catástrofe nuclear similar a que aconteceu em 1986 em Chernobyl.

Durante uma visita da imprensa organizada pelo exército russo, a AFP observou os danos: a fachada de um prédio administrativo que era o centro de treinamento dos funcionários da central foi afetado pelas chamas e várias janelas estavam quebradas.

Mas não foram observados sinais de tiros ou bombardeios nos seis cubos de cúpula vermelha que contêm os reatores, que começaram a ser construídos na década de 1980.

Na semana passada, a Agência Internacional de Energia Atômica considerou "preocupante" a situação na central de Zaporizhzhia, a qual seus funcionários não conseguem ter acesso desde que passou a ser controlada por Moscou.

A central "funciona normalmente, de acordo com as normas nucleares, radioativas e ambientais", afirmou o general Valeri Vassiliev, especialista em questões nucleares e químicas enviado por Moscou para coordenar a segurança do local.

Mas não está claro como o local mantém o funcionamento com os empregados ucranianos.

A AFP não conseguiu conversar com nenhum funcionário da central e não foi possível estabelecer o grau de coordenação entre eles e os novos chefes.

Antes da ofensiva russa na Ucrânia, a central tinha capacidade de 5.700 megawatts, suficiente para cobrir mais de 20% das necessidades de energia elétrica do país.

A Rússia voltou a atacar um centro médico, dessa vez em Kharkiv, e matou ao menos quatro pessoas nesta sexta-feira (25), acusam autoridades policiais. O policlínico está localizado no distrito de Osnovyansky e não tem nenhuma estrutura militar próxima.

"Os ocupantes russos continuam a matar civis em Kharkiv. Na sequência do bombardeio matutino nas estruturas civis com lançadores de foguetes, sete civis ficaram feridos e quatro morreram", diz a polícia local ao portal "Ukrinform".

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Ainda conforme as autoridades, ali também funcionava um centro de ajuda humanitária para os moradores da segunda maior cidade da Ucrânia.

"A polícia está documentando esse crime contra o povo ucraniano e juntando toda evidência material para levar os causadores à justiça", diz ainda a nota replicada pelo portal.

Kharkiv vem sendo alvo de constantes ataques russos desde o início da guerra, mas que se intensificaram desde a última semana. Há três dias, o chefe de administração militar regional, Oleg Sinegubov, disse que, apenas entre os dias 21 e 22 de março, foram 84 ataques contra os distritos locais.

A localidade, que tinha cerca de 1,5 milhão de habitantes antes da guerra, fica a apenas 40 quilômetros da fronteira da Rússia e a 450km da capital Kiev. No entanto, resiste firmemente aos ataques e continua nas mãos dos ucranianos.

Da Ansa

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) estimou nesta quarta-feira (23) que entre 7 mil a 15 mil soldados russos foram mortos em quatro semanas de guerra na Ucrânia, onde a resistência feroz dos defensores do país negou a Moscou a vitória relâmpago que buscava.

A título de comparação, a Rússia perdeu cerca de 15 mil soldados ao longo de dez anos no Afeganistão. Um alto funcionário militar da Otan disse que a estimativa da aliança foi baseada em informações de autoridades ucranianas, o que a Rússia divulgou - intencionalmente ou não - e informações coletadas de fontes abertas. O funcionário falou sob condição de anonimato sob as regras básicas estabelecidas pela Otan.

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A Ucrânia divulgou poucas informações sobre suas próprias perdas militares, e o Ocidente não deu uma estimativa, mas o presidente Volodymr Zelenskyy disse há quase duas semanas que cerca de 1.300 militares ucranianos foram mortos.

Quando a Rússia desencadeou sua invasão em 24 de fevereiro na maior ofensiva da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, uma rápida queda do governo da Ucrânia parecia provável. Mas com a quarta-feira marcando quatro semanas completas de combates, Moscou está atolada em uma campanha militar opressiva.

Com suas forças terrestres desaceleradas ou detidas por unidades ucranianas atropeladas e armadas com armas fornecidas pelo Ocidente, as tropas do presidente russo Vladimir Putin estão bombardeando alvos de longe, recorrendo às táticas que usaram para reduzir cidades a escombros na Síria e na Chechênia.

Quatro semanas após do início da ofensiva na Ucrânia, os primeiros efeitos concretos das sanções ocidentais e da repressão começam a ser notados no dia a dia dos russos. Confira abaixo alguns exemplos selecionados pela AFP:

- Açúcar -

As imagens de pessoas brigando por açúcar em supermercados foram muito compartilhadas nas redes sociais, com muitos russos correndo para comprar comida nos últimos dias por medo da escassez.

Nas lojas, o açúcar - cujo preço disparou - começou a ser racionado.

Uma parte da população, traumatizada pelas dificuldades dos anos 1990, busca estocar esse produto, muito usado para conservar alguns alimentos, assim como o trigo sarraceno.

As autoridades têm tentado tranquilizar a população, negando que estes produtos sejam escassos, dias depois de terem limitado as exportações. Nesse contexto, o Kremlin fez alusão a uma reação "emocional" por parte dos consumidores.

- Folha de papel -

Outro produto básico que está com o preço nas alturas e chegou a sumir de algumas prateleiras é a folha de papel. Seu preço dobrou, triplicou, ou até mais, nas vendas pela Internet.

Algumas fábricas, como a SvetoCopy, na região de São Petersburgo (noroeste), suspenderam sua produção por falta de clorato de sódio. Usada para branquear papel, esta substância é, em grande parte, importada.

Na segunda-feira (21), o ministro do Comércio disse que a situação "vai-se estabilizar" em breve.

- Viagens -

Há anos, surgiu uma classe média acostumada a viajar pela Europa e por outras partes do mundo. Agora, isso acabou, por causa das sanções, com os países ocidentais fechando seu espaço aéreo para as companhias aéreas, que também não conseguem obter peças de reposição do exterior, ou seguros válidos para fora do país.

Da Rússia, os voos internacionais são contados nos dedos de uma mão. Os voos domésticos podem acabar sendo feitos, em grande parte, por aviões russos, como o Superjet, cujo início foi marcado por acidentes. A segurança aérea pode se ver afetada como um todo pelas sanções.

Nas redes sociais, os russos brincam sobre suas futuras férias em casa, ou na Ásia Central. Uma piada com gosto amargo, pois remonta à União Soviética e às suas viagens impossíveis.

- Divisas e cartões bancários -

Com a suspensão das operações da Visa e do Mastercard para as contas russas, os russos no exterior ficaram sem acesso ao seu dinheiro. O ApplePay também parou de funcionar na Rússia. Com isso, os russos não podem mais comprar aplicativos de pagamento, jogos, ou outros bens digitais.

Com a medida, também ficam sem acesso a serviços como a Netflix. A empresa suspendeu seus serviços na Rússia, porque os pagamentos não podem ser feitos. Além disso, foram impostos rígidos controles de capital, tanto para a retirada e quanto para a compra de moeda estrangeira e para saques no país.

- Redes sociais -

A Rússia bloqueou o Facebook em seu território, em represália à decisão do grupo americano de proibir meios de comunicação próximos ao poder (como a emissora RT, ou o portal Sputnik) na Europa.

O acesso ao Twitter também foi fortemente restringido por motivos parecidos. E o mesmo aconteceu com o Instagram, usado como site por muitas pequenas e médias empresas (PMEs) russas. A Meta, empresa controladora do Facebook e do Instagram, foi classificada como uma organização extremista pelo governo.

Fugir da Rússia se tornou uma tarefa complicada nas últimas semanas. No entanto, apesar da falta de recursos - dinheiro bloqueado nos bancos, cartões de créditos que não funcionam mais e passagens aéreas com preços exorbitantes -, muitos conseguem driblar os problemas e deixar o país.

No fim de semana, milhares de russos correram para as estações de trem, deixando para trás um país cada vez mais isolado do restante do mundo e um governo cada vez mais preocupado em reprimir a dissidência. A maioria sequer se preocupou em comprar uma passagem de volta.

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Mas as opções para quem quer sair são poucas. Quase todas as companhias aéreas suspenderam seus voos entre a Rússia e a Europa na última semana, após o pacote de sanções internacionais e medidas de retaliação por parte de autoridades russas.

Por isso, a porta de saída mais segura e barata dos russos virou Belgrado, pelo menos para quem quiser fugir pelo aeroporto. A Sérvia não faz parte da União Europeia e se recusou a adotar sanções contra a Rússia. Seus aviões, portanto, estão livres para cruzar o espaço aéreo europeu. Nos últimos dias, a Air Serbia dobrou o número voos entre Moscou e Belgrado - agora são 15 por semana.

O fluxo cresceu 50% na primeira semana de março, em comparação com o período anterior à guerra. No aeroporto da capital sérvia, a russa Natalia Gryzunova se esforçava para carregar duas malas gigantes e três malas de mão. Ela disse que estava aliviada de sair da Rússia.

"Não durmo desde 24 de fevereiro", disse Natalia, citando a data do início da invasão. Quando começaram os rumores de que o presidente, Vladimir Putin, poderia decretar lei marcial, ela fez as malas, pagou US$ 1.000 (pouco mais de R$ 5 mil) por uma das últimas passagens disponíveis.

Finlândia

No norte da Europa, muitos cruzaram a fronteira russa de carro, ônibus ou trem para a Finlândia, onde os russos estão sendo recebidos com flores e cartazes. "Não adianta ficar. Não há futuro para nós", disse Vyacheslav, de 59 anos, que deixou São Petersburgo com a mulher e a filha de 7 anos em um trem de alta velocidade com destino a Helsinque. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Usuários russos do Instagram sentiam tristeza e resignação neste domingo (13) antes do bloqueio da popular rede social, agora que o poder russo tenta controlar rigorosamente as informações sobre o conflito na Ucrânia.

"Como vou passar o tempo? O que vou fazer? Todo mundo está no Instagram...", disse Ekaterina Makarova, uma trabalhadora de logística de 28 anos que mora em São Petersburgo.

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"Talvez eu vá para o VKontakte ou Telegram, se eles não estiverem bloqueados", acrescentou ela, referindo-se ao equivalente russo do Facebook e ao aplicativo de mensagens criptografadas amplamente usado na Rússia.

As autoridades anunciaram na sexta-feira que dificultarão o acesso ao Instagram na Rússia a partir da meia-noite local (18h de Brasília), acusando a rede social de espalhar um discurso de ódio aos russos em meio a uma ofensiva militar na Ucrânia.

A gigante americana Meta, proprietária do Instagram, assim como do Facebook e do WhatsApp, anunciou na quinta-feira que aplicaria exceções às suas regras de conduta sobre incitação à violência ao não censurar mensagens hostis aos militares e líderes russos.

Sites com acesso "restrito" na Rússia tornaram-se praticamente inacessíveis sem o uso de uma rede privada virtual (VPN). Esse já é o caso do Facebook e do Twitter.

Em vez de um bloqueio imediato, o regulador de telecomunicações Roskomnadzor deu ao Instagram dois dias para tornar mais fácil para os usuários moverem seu conteúdo para outras plataformas.

Desde o anúncio, o pânico se espalhou entre os usuários mais assíduos.

O vídeo de uma digital influencer russa chorando por causa do bloqueio se tornou viral e alguns internautas a acusam de indecência ao considerar o que está acontecendo na Ucrânia.

"Vá para Kharkiv, o Instagram ainda funciona lá", disse ironicamente um internauta, citando a segunda maior cidade da Ucrânia, cercada por forças russas, e na iminência de sofrer intensos combates.

Karina Nigaï, uma blogueira seguida por três milhões de pessoas no Instagram, compara sua tristeza ao luto.

"Estou em estado de choque e a resignação ainda está longe", escreveu ela, embora direcione seus seguidores para as contas VKontakte e Telegram.

"Viveremos sem isso!"

Assim como no resto do mundo, o Instagram é uma plataforma muito popular na Rússia entre os jovens, que compartilham fotos e vídeos compulsivamente por ali.

"Há blogueiros que ganham dinheiro" no Instagram, e o bloqueio "não é bom para eles", disse Anastassia Malova, uma estudante de 23 anos. Mas "isso não me afeta muito".

Como ela, alguns usuários parecem tranquilos. "Se eles fecharem, deixem que façam e eu irei para o Telegram!", disseAlexeï Garkucha, um pintor de 41 anos.

"Viveremos sem isso!", afirmou Nikolaï Ermenko, engenheiro de 45 anos.

Victoria Lilova, uma professora de 29 anos, disse que não vai sofrer "pessoalmente", mas "se sente triste pelas instituições de caridade, porque elas ganham muito dinheiro com o Instagram".

Alexandra Mitroshina, influenciadora que tem mais de 2,4 milhões de seguidores no Instagram, se preocupa “com pequenas e médias empresas cujos negócios estão relacionados ao Instagram”.

Para a promoção de roupas, móveis ou cursos de idiomas, entre outras atividades, o Instagram é uma ferramenta de vendas on-line crucial para muitas empresas russas.

O mesmo vale para os artistas, que dependem de sua visibilidade nesta plataforma na Rússia e no exterior para conseguir clientes.

O bloqueio também afetará os movimentos de contestação. O Instagram é uma das redes sociais mais utilizadas pelo opositor preso Alexei Navalny, cuja equipe espalha suas mensagens por lá.

Milhares de turistas russos ficaram retidos na Tailândia, com muitas complicações para retornar ao país devido a sanções internacionais adotadas contra a Rússia como resultado da guerra na Ucrânia, afirmaram autoridades tailandesas neste domingo (13).

A invasão russa da Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro, deu origem a uma ampla gama de medidas internacionais contra empresas e bancos, levando as companhias aéreas russas a cancelar voos e as empresas globais de pagamento a suspender seus serviços naquele país.

Muitos dos turistas que retornaram às costas da Tailândia desde que o país aliviou as restrições ligadas ao Covid-19 eram russos.

No total, 3.100 russos estão 'presos' em Phuket, enquanto em Samuy há pouco mais de 2.000. Há também turistas russos em Krabi, Phang Nga e Bangkok, disse Chattan Kunjara Na Ayudhya, chefe da administração que comanda o turismo na Tailândia.

As autoridades tailandesas tentam ajudar quem quer retornar para casa, disse o responsável, especialmente “discutindo voos de regresso que podem ser voos regulares ou especiais”.

A Tailândia não proibiu voos operados pela Rússia, mas, devido a restrições do espaço aéreo internacional, algumas empresas - como a companhia aérea russa Aeroflot - cancelaram suas conexões, descarregando nos turistas afetados a responsabilidade de encontrar rotas alternativas por conta própria, por exemplo, passando pelo Oriente Médio com diferentes empresas.

Muitos turistas também foram afetados pela suspensão das operações dos cartões Visa e Mastercard.

"Vimos russos tendo problemas para pagar com cartão em Phuket", disse Bhummikitti Ruktaengam, presidente da associação de turismo de Phuket.

Nesse contexto, as autoridades contemplam a adoção do sistema Mir - uma estrutura de transferência eletrônica de fundos russa - e moedas digitais, acrescentou o funcionário.

O grupo de hackers russos Nobelium continua a fazer ataques contra empresas governamentais, empresas e agências norte-americanas, confirmou a Microsoft nessa segunda-feira (25) à emissora "CNN".

Os criminosos são os mesmos que fizeram um grande ataque a agências federais do país em 2020 por meio de uma brecha em um software de gerenciamento de redes de computadores criado pela Solar Winds, uma empresa do Texas.

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Especialistas em cibersegurança dizem que o Nobelium conta com o apoio do Serviço de Inteligência Estrangeiro russo (SVR), que sempre negou qualquer atuação nesse sentido.

De acordo com a nota da Microsoft, desde maio desse ano, 14 empresas de tecnologia foram alvos da ação do grupo.

Diferentemente do ano passado, conforme a "CNN", agora o grupo ataca "empresas que compram e distribuem software e gerenciam serviços de computação na nuvem".

"A atividade recente é outro indicador de que a Rússia está tentando obter acesso sistemático no longo prazo a vários pontos na cadeia de fornecimento de tecnologia e estabelecer um mecanismo para vigiar, agora ou no futuro, alvos interessantes para o governo russo", disse o vice-presidente de segurança ao consumidor e compliance da Microsoft, Tom Burt, à emissora.

Em abril desse ano, o governo de Joe Biden anunciou uma série de sanções contra 10 diplomatas russos e 32 pessoas e organizações por conta do ataque cibernético por meio da SolarWinds e de tentar atacar o sistema de eleições do país.

Com base em relatórios das agências de Inteligência e do FBI ainda durante o governo de Donald Trump, Washington acusou formalmente a SVR da Rússia de estar por trás da ação.

O ataque hacker atingiu, entre centenas de outros escritórios, o Departamento de Energia e da Administração Nacional de Segurança Nuclear dos Estados Unidos.

Da Ansa

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu a seus concidadãos, nesta quinta-feira (16), que mostrem "patriotismo" durante as eleições legislativas marcadas para esta semana, marcada pela ausência dos principais adversários do Kremlin.

"Conto com seu senso cívico de responsabilidade, sensatez e patriotismo, com sua preocupação em eleger deputados que trabalhem para o bem e o nome da nossa Rússia querida", declarou Putin em um vídeo publicado no portal do Kremlin na madrugada desta quinta.

Putin fez o apelo no momento em que se encontra fisicamente isolado, após a detecção de dezenas de casos de Covid-19 em seu entorno. Esta situação ilustra as dificuldades da Rússia em controlar a pandemia em meio a uma complicada campanha de vacinação.

Devido a sua quarentena, seu porta-voz, Dmitri Peskov, considerou possível que o presidente use o sistema de votação eletrônica, em vez de ir votar presencialmente.

O breve discurso do presidente Putin foi divulgado poucas horas antes do início das eleições legislativas que ocorrerão de 17 a 19 de setembro.

As primeiras seções eleitorais abrem em Kamchatka, no Extremo-Oriente, às 17h de hoje (horário de Brasília). Os resultados devem começar a ser divulgados a partir das 15h de domingo (também horário de Brasília).

Quase 108 milhões de russos são esperados nas urnas para eleger os 450 deputados à Câmara Baixa do Parlamento. Metade dos congressistas é designada segundo votação proporcional das listas, e a outra metade, segundo o modo majoritário uninominal.

- 'Voto inteligente'

As eleições para a Duma (parlamento), que devem resultar em uma fácil vitória do partido da situação, o Rússia Unida, acontecem após uma repressão histórica que levou à prisão, ou ao exílio, dos mais proeminentes opositores do Kremlin.

É o caso, por exemplo, do principal inimigo de Putin, Alexei Navalny, que está preso. Seu movimento foi declarado proibido por "extremismo".

Nesta quinta, o poderoso Comitê de Inquérito russo anunciou que abriu uma investigação contra 11 pessoas. Elas são acusadas de convocarem, via Telegram, "distúrbios massivos" durante as eleições. Todas terão sua prisão preventiva solicitada.

Ontem, Navalny voltou a convocar os eleitores a fazerem uma "votação inteligente", apoiando o candidato mais bem posicionado em cada distrito e, com isso, colocar o da Rússia Unida em dificuldades.

"Desde 2003, ou seja, há quase 20 anos, nenhum candidato independente conseguiu uma vitória nas eleições para a Duma", lembrou Navalny, em mensagem publicada nas redes sociais na quarta (15).

Impopular, arranhado por escândalos de corrupção e em meio à queda do poder aquisitivo da população, o Rússia Unida teria menos de 30% de acordo com as pesquisas. Hoje, controla o Parlamento e apoia sem hesitar as políticas do Kremlin.

Ainda muito popular, Putin fez campanha por seu partido, à sua maneira, anunciando uma ajuda financeira excepcional para 42 milhões de aposentados, um eleitorado crucial, a poucas semanas das eleições.

Junto com isso, as autoridades russas multiplicaram os esforços para limitar o impacto do "voto inteligente" de Navalny, classificando-o como uma forma de "extremismo" e de exemplo da ingerência ocidental nas eleições.

- Contra os gigantes tecnológicos dos EUA

Moscou acusa, em especial, os gigantes americanos da Internet de se intrometerem nos assuntos russos, ao se recusarem a remover conteúdo considerado ilegal pelo governo.

Representantes da Apple e do Google foram convocados para comparecerem, nesta quinta-feira, a uma comissão da Câmara Alta do Parlamento, o Conselho da Federação. Eles terão de explicar por que não suprimiram o aplicativo "Navalny" de suas plataformas.

Twitter, Facebook e Telegram foram multados várias vezes nos últimos meses por se recusarem a deletar postagens, ou por não moderarem "adequadamente" seu conteúdo.

Na semana passada, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, denunciou "a recusa de toda uma série de plataformas de linha ocidental em suprimir conteúdo proibido".

O boxeador brasileiro Hebert Conceição passou para final da categoria peso-médio (até 75kg) nos Jogos de Tóquio, nesta quinta-feira, ao derrotar Gleb Bakshi, atleta do Comitê Olímpico Russo (ROC, pela sigla em inglês), em decisão dividida dos árbitros (4 a 1).

Com esta vitória, o Brasil passa a ter dois representantes do boxe em busca do ouro nas Olimpíadas na capital japonesa, já que pouco antes do duelo de Hebert, Beatriz "Bia" Ferreira derrotou na semifinal da categoria peso leve (57-60kg) a finlandesa Mira Marjut Johanna Potkonen, medalhista de bronze na Rio 2016, em decisão unânime dos árbitros (5 a 0).

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A dupla de russos Anastasia Pavlyuchenkova e Andrey Rublev venceu a final de duplas mistas de tênis das Olimpíadas de Tóquio-2020, ao derrotar seus compatriotas Aslan Karatsev e Elena Vesnina, por 6-3, 6-7 (7/5) e 13-11.

Todos competem nos Jogos sob bandeira neutra.

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A medalha de bronze foi conquistada, no sábado (31), pela dupla australiana composta por Ashleigh Barty e John Peers. Os dois se beneficiaram da baixa por lesão do sérvio Novak Djokovic, com dores nas costas, que iria brigar junto com sua compatriota Nina Stojanovic pelo último lugart do pódio.

O reconhecimento facial avança em alta velocidade na Rússia, com câmeras que controlam a cidade, as portas dos metrôs e os caixas dos supermercados, em um contexto de progresso tecnológico e também de temores de um eventual abuso em benefício das autoridades.

Abaixar a máscara, olhar para a câmera e... pronto! As compras já estão pagas. Nos caixas automáticos de uma das principais redes de supermercados russos, os clientes curiosos testaram a novidade introduzida nesta semana em Moscou pelo X5, o primeiro grupo de distribuição do país.

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O grupo X5, ao qual pertencem importantes redes de supermercados da Rússia, como Perekrestok e Pyaterotchka, se associou ao sistema de pagamentos Visa, assim como ao Sberbank, a principal instituição bancária e estatal russa atualmente em plena transformação como gigante digital.

A quantidade de supermercados conectados ao sistema deve aumentar de 52 em Moscou nesta semana para 3.000 em toda a Rússia até o final de 2021, disse à AFP Ivan Melnik, diretor de inovação do X5.

"É prático, você não precisa levantar a carteira ou tirar o celular do bolso, só tem que pressionar um botão e pagar com o seu rosto", explica Melnik.

Ele acrescentou que essas transações são "seguras e encriptadas", e uma câmera 3D que mede a profundidade do rosto evita as tentativas de roubo de identidade.

- Pandemia, o catalisador -

Por trás deste sistema está o Sberbank, que há vários meses propõe aos seus milhões de clientes - 70% dos russos usam seus serviços, segundo o grupo - registrar seus dados biométricos para acessar o pagamento por reconhecimento facial.

A pandemia catapultou essas tecnologias.

"O desejo dos russos de se proteger durante a pandemia impulsionou a solicitação de pagamentos que não sejam em dinheiro em notas", disse Mikhail Berner, responsável da Visa na Rússia.

Segundo o jornal Kommersant, as autoridades querem acelerar a coleta de dados biométricos iniciada em 2018, para passar dos apenas 164.000 atualmente para mais de 70 milhões no prazo de dois anos.

Moscou reforçou seu arsenal de mais 100.000 câmeras de vigilância - um dos maiores do mundo - e o usou para controlar o respeito do confinamento na pandemia.

O metrô de Moscou começou em setembro de 2020 a colocar câmeras de reconhecimento facial nas entradas. Todas as estações da cidade já estão equipadas, para vigiar e pagar desde o início de 2021.

"Só se controla as pessoas que estão na lista de procurados", segundo Andréi Kishiguin, chefe adjunto do metrô e encarregado da segurança.

"As informações são armazenadas em um centro de dados ao qual somente as forças de segurança têm acesso", acrescentou, destacando que desde setembro cerca de 900 pessoas foram detidas.

O consentimento será exigido para os pagamentos, o que não ocorre no uso do reconhecimento facial para prender supostos criminosos.

Os russos começaram a votar, nesta quinta-feira (25), no referendo destinado a aprovar a reforma constitucional que permitirá ao presidente Vladimir Putin permanecer no poder até 2036.

A votação vai durar até a data oficial da "consulta popular", ou seja, 1° de julho. As autoridades decidiram abrir os centros eleitorais a partir de 25 de junho para evitar aglomerações nas seções eleitorais, no momento em que a pandemia de Covid-19 se espalha pelo país.

As autoridades puseram máscara e álcool em gel à disposição dos cerca de 110 milhões de eleitores distribuídos em 11 fuso horários. Na antiga capital, São Petersburgo, Serguei Papov, de 45 anos, votou contra a reforma.

"É a única coisa que posso fazer para ter a consciência tranquila", disse ele à AFP. Já Tatiana Khrolenko, de 79, votou a favor destas "reformas necessárias" e apoia a possibilidade de Putin se "apresentar a um novo mandato".

Em Moscou, uma das primeiras autoridades a votarem foi o ex-premiê Dmitri Medvedev. Ele foi filmado entrando em uma cabine da seção eleitoral sem máscara, ou luvas.

O referendo estava inicialmente previsto para 22 de abril, mas foi adiado por causa da COVID-19. Esta primeira reforma da Constituição de 1993 foi promovida por Putin em janeiro e rapidamente adotada pelo Parlamento.

- "Presidência vitalícia" para Putin -

Para o principal opositor do Kremlin, Alexey Navalny, o único objetivo da votação é "zerar o contador dos mandatos de Putin e lhe dar o direito a uma Presidência vitalícia".

"É uma violação da Constituição, um golpe de Estado", declarou em junho nas redes sociais.

A reforma autoriza o presidente em exercício a permanecer no Kremlin por mais dois mandatos, até 2036, quando completa 84 anos. Sem a reforma, Putin deixa a Presidência em 2024.

Praticamente não houve campanha contra a reforma da Constituição, devido à pandemia e à ausência de vozes dissonantes na imprensa.

As manifestações previstas em abril não puderam acontecer por causa do coronavírus. O portal "Niet", que coletava assinaturas de russos contrários à reforma, foi bloqueado pela Justiça, que o obrigou a mudar de nome.

Para alguns políticos, porém, entre eles o prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, a reforma é necessária para "garantir a estabilidade e eliminar a incerteza".

No domingo, Putin declarou na televisão que ainda não decidiu se continuará no Kremlin depois de 2024, mas que lhe parece importante ter essa opção.

"Do contrário, sei que, em dois anos, em vez de trabalhar normalmente em todos os níveis do Estado, os olhares estarão postos na busca de eventuais sucessores. Temos que trabalhar, em vez de buscar sucessores", afirmou.

Embora a maioria dê a aprovação da reforma como certa - a Constituição reformada já está, inclusive, à venda nas livrarias -, o referendo acontece em meio à queda de popularidade de Putin, devido à reforma previdenciária e à crise do coronavírus.

De maio de 2018 a maio de 2020, seu nível de aprovação caiu de 79% para 59%, segundo o instituto independente Levada.

A reforma também concede ao presidente prerrogativas como a designação e a demissão de juízes, a indexação de aposentadorias, a "fé em Deus" e o casamento como uma instituição heterossexual.

Estes princípios estão no centro do sistema de valores patrióticos conservadores do chefe de Estado russo.

Confinados em apartamentos pequenos e dominados pelo medo do coronavírus e seu impacto econômico, muitos russos estão preocupados com o retorno de um velho demônio: o alcoolismo.

"Quando me encontrei em casa sozinha, a primeira coisa que pensei foi 'ah, é um bom momento para ficar bêbada'", diz Tatiana, 50 anos, que está sóbria há quase sete anos e está confinada na região de Moscou.

"Nem todo mundo pode resistir durante o confinamento", comenta ao se conectar a uma reunião on-line dos Alcoólicos Anônimos. Desde a primeira semana de isolamento, as vendas de álcool aumentaram 65% na Rússia, de acordo com o instituto de pesquisa de mercado GFK.

Segundo uma investigação da associação Rússia Sóbria, 75% dos entrevistados compram mais álcool do que o habitual, tanto quanto nas festas de final de ano.

Esse aumento se deve em parte ao acúmulo de provisões, mas também a crenças populares perigosas: "80% dos entrevistados pensam que o álcool imuniza contra a COVID-19, quando é o contrário, reduz a imunidade e agrava as doenças crônicas", diz Sultan Khamzaev, chefe da organização Rússia Sóbria.

O consumo de álcool no país caiu mais de 40% entre 2003 e 2016, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), graças a uma campanha agressiva das autoridades.

Os russos agora bebem em média menos que os franceses ou os alemães. Os estragos do álcool, exacerbados em tempos de crise, permanecem na mente de todos.

"No confinamento, o nível de ansiedade em pacientes frágeis aumenta" e a população de risco "começa a beber" para relaxar, diz Vasili Shurov, psiquiatra especializado em vícios. Ele afirma que a clínica particular que ele administra em Moscou tem recebido uma avalanche de ligações.

Nos corredores do estabelecimento, onde todas as camas estão ocupadas ou reservadas, os pacientes vão para um quarto onde podem fumar. É o caso de um homem na casa dos trinta que chegou há três dias e garante, sob anonimato, que "é melhor assim para todos em casa".

Associações de combate à violência de gênero têm visto um aumento nas agressões desde o início do confinamento.

- "O álcool desperta o diabo" -

Embora seja muito cedo para estabelecer uma correlação com o aumento do consumo de álcool, Anna Rivina, diretora do centro "Não à violência", afirma que "o álcool desperta o diabo". Mari Davtian, advogada de direitos humanos, observa um aumento nas reclamações relacionadas ao álcool.

Como a que recebeu de Irina, uma mulher de 32 anos com um filho de dois anos, da região de Moscou: "Meu marido foi demitido, começou a beber e a bater em nós. Queria ir para a casa dos meus pais, mas ele ameaçou me denunciar às autoridades e dizer que coloco a criança em perigo saindo de casa".

O mesmo aconteceu com Ksenia, de 26 anos, e seu filho de 8 meses: "Meu marido começou a beber todos os dias e me bate por qualquer coisa. Eu não sei o que fazer, os tribunais estão fechados e eu nem consigo me divorciar", diz.

"O álcool e a pobreza aumentam a violência doméstica", afirma Aliona Popova, ativista que apoia a adoção de uma lei de emergência durante o confinamento, que descriminaliza as mulheres agredidas que fogem de casa, enquanto o deslocamento é proibido.

Enquanto isso, a Rússia Sóbria pede às autoridades que limitem a venda de álcool por pessoa ou fechem lojas especializadas.

"Um imenso trabalho foi realizado nos últimos anos. Mas agora estamos em uma situação de emergência. Corremos o risco de perder o que alcançamos se as pessoas estiverem desempregadas, deprimidas. E quando a quarentena terminar, uma longa e profunda crise econômica nos espera", diz Khamzaev.

Shurov também teme o desconfinamento: "As pessoas perderam a Páscoa, o Primeiro de Maio. E de repente poderão sair, beber (...) como se não houvesse amanhã".

Dois célebres comediantes russos enganaram o príncipe Harry, que, acreditando falar com a ativista ambiental sueca Greta Thunberg, afirmou por telefone que o mundo é liderado por "gente doente" e que Donald Trump tem "sangue nas mãos" por estimular a produção de carbono.

"Fomos nós", disse Vladimir Kuznetsov à AFP em resposta a uma informação publicada nesta quarta-feira (11) na primeira página do jornal britânico "The Sun".

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Kuznetsov e seu companheiro Alexei Stolyarov, conhecidos como "Vovan e Lexus", costumam enganar políticos, estrelas e outras personalidades com este tipo de ligação.

Entre suas vítimas, estão o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, o francês Emmanuel Macron, o ícone do pop Elton John e o premiê britânico, Boris Johnson, quando ainda era ministro das Relações Exteriores.

Em duas conversas com Harry, de 35, em dezembro e janeiro, fizeram o príncipe acreditar que falava com Greta e com seu pai, Svante.

Segundo "The Sun", o príncipe deu seu apoio à adolescente sueca e atacou o presidente dos Estados Unidos por sua postura sobre a mudança climática.

"Infelizmente, o mundo está sendo liderado por algumas pessoas muito doentes e (...) é a geração mais jovem que vai fazer a diferença", teria dito Harry, conforme o tabloide.

"Acredito que o simples fato de Donald Trump estar promovendo a indústria do carvão seja tão grave nos Estados Unidos que [Trump] tem sangue nas mãos", completou.

Sobre o premiê britânico, disse acreditar que "é um bom homem" e que Greta é "uma das poucas pessoas" que podem chegar à "alma" de Boris Johnson.

O príncipe também justificou seu uso de aviões privados, distanciou-se de seu tio, príncipe Andrew, acusado por uma americana de tê-la forçado a ter relações sexuais quando era menor, e falou de sua mudança para o Canadá com Meghan e com seu filho Archie, de 10 meses.

"Às vezes a decisão correta não é a mais fácil, mas é a decisão correta para nossa família, a decisão correta para proteger meu filho", acrescentou Harry, ainda conforme o "Sun".

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