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O ex-ministro da Secretaria de Governo, general da reserva do Exército Carlos Alberto Santos Cruz, avaliou, em uma entrevista ao portal UOL, que é "muito difícil" que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid tenha vendido as joias destinadas ao acervo da Presidência da República sem o conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo Santos Cruz, Cid não teria omitido e revendido as peças preciosas sem ter ao menos uma "sensação" de que estaria sendo aprovado pelo ex-chefe do Executivo.

"Eu vejo que é muito difícil se imaginar um subordinado tomar determinadas iniciativas sem o conhecimento ou sem a sensação de que está sendo aprovado pelo chefe. Eu acho que ele não sente essa liberdade para tomar certas medidas como a gente está assistindo", disse o ex-ministro.

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Segundo o general Santos Cruz, que foi ministro de Bolsonaro entre janeiro e junho de 2019, o ex-presidente deveria assumir a responsabilidade sobre os crimes cometidos no esquema de revenda de joias entregues por comitivas estrangeiras. "Nessa hora, o chefe tem que assumir a sua responsabilidade e não proteger coisas erradas que os subordinados fizeram, mas ele tem que assumir a parcela dele que é extremamente importante por que ela tem consequências muito fortes em toda a escala hierárquica", disse.

Mauro Cid teria vendido joias no exterior

No último dia 11 de agosto, a Polícia Federal deflagrou a Operação Lucas 12:2, que teve como alvo auxiliares de Bolsonaro. Segundo as investigações, eles teriam vendido joias e outros objetos de valor recebidos em viagens oficiais da Presidência da República fora do País. Os itens de luxo deveriam ser incorporadas ao acervo da União, mas foram omitidos do conhecimento dos órgãos públicos, negociados para fins de enriquecimento ilícito e entregues em dinheiro vivo para o ex-chefe do Executivo, conforme a PF.

Mauro Cid teria vendido, também com o auxílio do pai dele, o general Mauro Lourena Cid, joias no exterior. De acordo com a PF, uma das peças comercializadas pelo ex-ajudante de ordens foi um relógio da marca Rolex, estimado em R$ 300 mil e recebido por Bolsonaro em uma

As tentativas de vender as joias só foram paralisadas após o Estadão revelar, em março, que auxiliares de Bolsonaro tentaram entrar ilegalmente no Brasil com um kit composto por colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes entregues pelo governo saudita para o então presidente e Michelle Bolsonaro.

Advogado de Cid disse que ele iria confessar crime, mas depois recuou

Na quinta-feira, 17, o advogado de Mauro Cid, Cezar Roberto Bitencourt, disse à revista Veja! que Cid iria confessar a sua participação no esquema de venda de joias e declarou que o seu cliente havia agido a mando de Bolsonaro. Menos de 24 horas depois, em mensagens enviadas à reportagem de Estadão, Bitencourt recuou e disse que não iria "dedurar" o ex-presidente e indicou que a confissão, por ora, não iria ocorrer.

Em outra entrevista ao Estadão, neste domingo, 20, Bitencourt afirmou que dará "20, 30 versões" e que "pode dizer o que quiser". Em outra fala, o advogado admitiu que Cid fará de tudo para livrar o pai de uma eventual prisão e condenação, mesmo que isso atinja Bolsonaro. "Vou fazer o trabalho de defesa do meu cliente, se respingar nele [Bolsonaro], não vou deixar de usar", disse.

Bolsonaro disse que Cid tinha autonomia

Em uma entrevista exclusiva concedida ao Estadão na última sexta-feira, 18, Bolsonaro negou que tenha mandado o seu ex-ajudante de ordens vender o relógio Rolex no exterior, e disse que Mauro Cid tinha autonomia para vender ilegalmente a peça. O ex-presidente afirmou também que não recebeu nenhum dinheiro proveniente do esquema.

O advogado de Mauro Cid alega que seu cliente vendeu o relógio Rolex e entregou o dinheiro a Bolsonaro. As tratativas sobre a suposta venda da peça estão presentes nos relatórios da PF que coletou trechos de conversas entre Mauro Cid e Marcelo Câmara, assessor especial da Presidência. Em um áudio, Cid afirmou que iria entregar 25 mil dólares que, possivelmente, pertenciam ao ex-presidente em "cash".

"Tem vinte e cinco mil do´lares com meu pai. Eu estava vendo o que era melhor fazer com esse dinheiro, levar em 'cash' ai´. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente. (...) E ai´ ele poderia levar. Entregaria em ma~os. Mas tambe´m pode depositar na conta (...). Eu acho que quanto menos movimentac¸a~o em conta, melhor, né?", afirma Mauro Cid..

O general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro (PL), ameaçou se desfiliar do Podemos se o partido apoiar o presidente nesta eleição. Demitido em junho de 2019, após cinco meses no cargo, Santos Cruz disse que o chefe do Executivo não cumpriu nada do que prometeu na campanha eleitoral.

A tendência da cúpula do Podemos é não fechar aliança nacional na disputa presidencial, mas a maioria dos deputados e senadores da legenda apoia Bolsonaro. "Se o partido decidir por isso, estou fora. Saio", disse o general ao Estadão.

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Amigo do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, Santos Cruz entrou com ele no Podemos, em novembro do ano passado. Desde que o ex-juiz da Lava Jato migrou para o União Brasil, há três meses, o militar foi sondado para concorrer ao Palácio do Planalto. Na sua avaliação, porém, os políticos do Podemos estão hoje mais preocupados com suas próprias candidaturas do que com a eleição presidencial.

Para cumprir as exigências da cláusula de desempenho, o Podemos terá de eleger uma bancada de pelo menos 11 deputados federais. Hoje, o partido tem oito. A meta é conquista ao menos 25 cadeiras na Câmara e quatro no Senado.

Responsável pela articulação política com o Congresso nos primeiros meses do mandato de Bolsonaro, o general virou alvo dos filhos do presidente e foi defenestrado. O maior embate ocorreu com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), responsável pelas redes sociais do pai.

Agora, Santos Cruz diz que Bolsonaro tem tentado usar as Forças Armadas como instrumento político para um projeto pessoal de poder e repudia os ataques feitos às urnas eletrônicas. O general avalia concorrer a um cargo eletivo pelo Distrito Federal, mas não anunciou qual seria. "Tem de definir isso, ver se o Podemos tem interesse ou não de lançar candidato próprio (a presidente)", disse Santos Cruz.

A presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, disse que a definição sobre candidaturas ocorrerá "nas próximas semanas". O Podemos deve liberar os diretórios regionais. Nos bastidores, no entanto, dirigentes do partido admitem que a preferência da maioria é por um segundo mandato do presidente.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) disse que "muito provavelmente" estará com Bolsonaro. Já Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Lava Jato no Paraná, declarou que, se houver um segundo turno entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiará o atual chefe do Executivo. Deltan vai concorrer a uma vaga de deputado federal pelo Podemos-PR.

PALANQUE

O líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), disse que o Podemos está no mesmo palanque de Bolsonaro em alguns Estados, como no Rio de Janeiro, onde o partido apoia a reeleição do governador Cláudio Castro (PL-RJ), e no Ceará. Lá, a sigla vai apoiar o Capitão Wagner (União Brasil) para governador. Tanto Castro quanto Wagner têm o aval de Bolsonaro. "Não há nenhuma manifestação do Podemos ainda em relação à eleição nacional, mas nos Estados há uma grande proximidade", disse Portinho.

Mesmo assim, Renata e o líder do partido no Senado, Álvaro Dias (PR), rejeitam o apoio formal a Bolsonaro e, pessoalmente, indicam disposição de endossar um projeto de terceira via. Ao ser questionado sobre qual seria o melhor nome para a Presidência, Dias ironizou: "Barack Obama".

"Eu não morri porque estava no hospital. Senti um mal-estar naquela manhã e resolvi ver o que era", contou o general Carlos Albertos dos Santos Cruz, agora já em casa após o infarto. Ele deve se reunir com a deputado federal Renata Abreu (SP), presidente do Podemos, e com o senador Álvaro Dias (Podemos-PR) para decidir os próximos passos. Seu nome continua à disposição do partido para a disputa da Presidência. "A política está um caos. É preciso dar uma nova chance ao País. E, quem o povo escolher, assume", afirmou.

Era 17 de maio quando o general sentiu um mal-estar após trabalhar em seu sítio em Brasília. Resolveu ir ao hospital. Fazia quatro anos que não fazia um check-up. Começou a fazer os exames e tudo parecia bem. Foi até a lanchonete e pediu um café quando encontrou um médico amigo, que resolveu olhar os resultados. E, de imediato, o general teve de deixar a xícara de café e ir para a UTI.

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"Eu estava com três entupimentos. Dois do lado esquerdo e um do lado direito. Cem por cento. Por sorte, minha condição de atleta ajudou a dilatar outras vias e o infarto não foi fatal. Fiz ainda outra operação na sexta-feira (dia 20 de maio) e agora estou bem" Santos Cruz completará 70 anos nos próximos dias. Logo que deixou o hospital, permaneceu em repouso em casa. Tomará remédio a partir de agora para prevenir o acúmulo de gordura no coração.

Aos poucos, o general retornou à política. E preparou novo manifesto em defesa da terceira via e das propostas do que seria a sua candidatura. Na primeira pesquisa em que seu nome foi mostrado aos eleitores, a última Datafolha, Santos Cruz não atingiu 1% das intenções de voto. Entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL), de quem foi ministro, 7% disseram que pretendiam votar no general caso Bolsonaro não fosse candidato. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera as intenções de voto com 48%, seguido por Bolsonaro, com 27%.

O manifesto de Santos Cruz - Dê uma Chance ao Brasil! Ele precisa de Todos Nós! - é mais uma tentativa de tentar dar um alento à sua candidatura. Nele, a crítica a Bolsonaro e a Lula tem um papel central. O general prega que o Brasil não precisa de "corruptos falando em combater corrupção; que mensalão é diferentes de 'orçamento secreto'; que roubo 'de direita' é diferente do roubo 'de esquerda'; petrolões, tratoraços, roubos de fundos de pensão; manipulação da opinião pública repetindo a ladainha de que a corrupção acabou no governo; que crimes não existiram por que a Justiça anulou, arquivou ou prescreveu".

Ele voltou a defender o fim da reeleição para cargos Executivos e do foro privilegiado. Desta vez, atacou ainda a duplicidade de teto salarial, que muitos dos ministros generais de Bolsonaro passaram a usufruir, acumulando vencimentos civis e militares. E concluiu: "Empatia e solidariedade na doença, na fome, na pobreza, na desigualdade social, na vulnerabilidade; Então... Não jogue fora a oportunidade do Brasil na próxima eleição. Lembre que os problemas são fundamentalmente de vagabundagem e não de 'esquerda' x 'direita'. Não coloque embusteiros, covardes e fanfarrões na presidência da república e em outros postos. O país está cansado e não merece isso".

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, foi internado na noite desta segunda-feira, 16, no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, com princípio de enfarte. Filiado ao Podemos, o militar é uma das opções do partido para a eleição presidencial. O HFA ainda não havia divulgado boletim com o estado de saúde do militar até a publicação desta matéria.

"Fez um cateterismo e está internado lá no hospital", disse o líder do Podemos no Senado, Álvaro Dias (PR). De acordo com o parlamentar, pouco antes de ser internado, o militar conversou normalmente com a presidente da legenda, Renata Abreu. "Ontem de manhã ele estava se comunicando conosco. Parece que a Renata falou com ele à tarde", disse.

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O general foi um dos primeiros ministros a serem demitidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele saiu do governo em junho de 2019, após uma briga com os filhos de Bolsonaro.

Em novembro do ano passado, Santos Cruz se filiou ao Podemos. Inicialmente seu objetivo era auxiliar na campanha presidencial de Sergio Moro, que também estava na sigla. Com a ida do ex-juiz ao União Brasil e a suspensão da pré-candidatura presidencial dele, o general decidiu ficar no Podemos e passou a ser citado como opção da legenda na eleição para a Presidência deste ano.

O Podemos avalia a possibilidade de lançar o general Carlos Alberto dos Santos Cruz como pré-candidato à Presidência. O rumo do partido na eleição será discutido em reunião em Brasília, marcada para esta quarta-feira (27).

Santos Cruz foi ministro da Secretaria de Governo e acabou demitido pelo presidente Jair Bolsonaro, após cinco meses no cargo por divergências com o chamado "gabinete do ódio", responsável pela comunicação do Palácio do Planalto nas redes sociais.

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O general é agora citado, nos bastidores, como favorito para assumir a vaga de candidato à sucessão de Bolsonaro, após a saída do ex-juiz Sérgio Moro do Podemos. Moro entrou no Podemos em novembro do ano passado, mas deixou o partido quatro meses depois para se filiar ao União Brasil. O problema é que o União Brasil - resultado da fusão entre o DEM e o PSL - não quer Moro na corrida ao Planalto.

O ex-procurador Deltan Dallagnol e o senador Alvaro Dias também são lembrados como possíveis presidenciáveis, mas os dois pretendem concorrer, respectivamente, a vagas na Câmara dos Deputados e no Senado, pelo Paraná.

O general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz disse ao jornal O Estado de S. Paulo que colocou seu nome à disposição do Podemos para ser candidato à Presidência. Apoiador da candidatura do ex-juiz Sérgio Moro, o general afirmou que a decisão de se apresentar à convenção do partido surgiu após Moro trocar o Podemos pelo União Brasil. "A convenção deve decidir a candidatura."

Santos Cruz afirmou ainda que, caso haja uma convergência entre os partidos de centro para o lançamento de uma candidatura única, ele apoiará o nome que for escolhido pela chamada terceira via. "A Renata Abreu (presidente do Podemos) tem, por enquanto, a ideia de uma candidatura própria. Eu coloco o meu nome à disposição do partido. Mas o partido tem de estar aberto para se unir ao centro, para quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro."

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O general afirmou que assume desde já o compromisso de propor o fim da reeleição para os cargos do Executivo e a ampliação do mandato presidencial para cinco anos. Além disso, ele disse querer o fim do foro privilegiado, reservando-o, no máximo, aos chefes dos três Poderes. "Essas duas medidas são minhas prioridades, aliadas ao combate à desigualdade."

A decisão de Santos Cruz de lançar seu nome à Presidência pode servir para dividir o eleitorado identificado com Moro e com os militares, que, segundo as pesquisas, havia migrado em parte de volta para Bolsonaro.

Santos Cruz comandou forças de paz no Haiti e no Congo. No governo de Michel Temer (MDB) ocupou a Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Ministro

Na campanha de 2018, o general apoiou Bolsonaro e fez críticas ao seu adversário Fernando Haddad (PT). Foi convidado para integrar o Ministério e chefiou a Secretaria de Governo no início da gestão.

Acabou se tornando alvo de Olavo de Carvalho e de Carlos Bolsonaro e foi demitido ainda em 2019. Aos poucos, passou à oposição ao governo.

Ao fazer seu anúncio, Santos Cruz escreveu um texto: "A solução é política! E é urgente!"

Para o general, "as forças políticas de centro precisam mostrar capacidade de apresentar à sociedade brasileira pelo menos mais uma opção viável, equilibrada, para a próxima disputa presidencial". "O Brasil não pode ficar com apenas duas candidaturas, extremamente polarizadas, que se alimentam mutuamente e que funcionam como cabos eleitorais recíprocos. O País precisa de mais opções." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz se filiou nesta quinta-feira, 25, ao Podemos. Ex-ministro da Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro, o militar criticou o presidente e também os governos do PT, que deve ter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato no ano que vem.

"Esse conflito de direita, esquerda, esse extremismo, ele leva à violência. O final natural do fanatismo é a violência", disse o general, referindo-se, indiretamente, aos dois candidatos que polarizam as pesquisas de intenção de voto para presidente em 2022.

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O militar lembrou a experiência como coordenador da missão de paz no Haiti e comparou com o momento atual da política brasileira: "Passei cinco anos trabalhando em um ambiente, assistindo milhares de mortos fruto do fanatismo político. Isso não pode, o Brasil tem de repudiar todo esse fanatismo".

Apesar da entrada no Podemos, Santos Cruz evitou dizer se vai concorrer a algum cargo nas eleições do ano que vem e justificou a filiação como uma maneira de ajudar o projeto presidencial de Sérgio Moro, que entrou no partido no último dia 10 de novembro.

Também ex-ministro de Bolsonaro, Moro elogiou o general e exaltou a experiência dele na coordenação da missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU). "É um dos militares de melhor currículo, de mérito, de construção de uma carreira extremamente sólida", disse o ex-juiz da Lava Jato.

O pré-candidato do Podemos à Presidência também deixou claro que, embora tenham sido auxiliares de Bolsonaro, ele e o militar hoje são críticos do governo.

"(Santos Cruz) não teve nenhum receio de se retirar do governo quando percebeu que o plano não era exatamente construir um País melhor, mas simplesmente atender a objetivos pessoais do governante do momento", afirmou Moro.

Podemos prepara campanha de filiações

Como forma de reforçar a pré-campanha de Moro, a legenda planeja uma série de eventos de filiações até o fim do ano. Entre os nomes que devem entrar na sigla estão o deputado Alexis Fonteyne, que vai sair do Novo, e o deputado Maurício Dziedricki, que sairá do PTB.

No mesmo evento, em um hotel em Brasília, a presidente do partido, Renata Abreu, confirmou a filiação de Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Lava Jato no Ministério Público Federal de Curitiba. "A gente vai definir agora, depois da filiação dos Santos Cruz, quando que vai ser a filiação do Deltan, mas possivelmente dia 10 (de dezembro) lá em Curitiba", disse a dirigente partidária, que ainda confirmou a intenção de lançá-lo para deputado federal.

Na cerimônia, Santos Cruz afirmou ainda que é contra a possibilidade de reeleição para o cargo de presidente da República, proposta também defendida por Moro. "Estou aqui para reforçar a ideia de que é uma boa medida para o Brasil (acabar com a reeleição)", disse o general.

Além de Moro e Santos Cruz, o evento contou com a presença das bancadas da sigla na Câmara e no Senado e dos presidentes estaduais do partido.

Ex-ministro da Secretaria de Governo do governo Jair Bolsonaro, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz tem filiação marcada para esta quinta-feira (25) ao Podemos, partido que planeja lançar o ex-ministro da Justiça Sergio Moro como candidato à Presidência da República. Nos bastidores há uma articulação para Santos Cruz ser candidato a vice de Moro.

A filiação de Santos Cruz e a possibilidade de uma eventual chapa presidencial com Moro é sinal visível do movimento de aproximação do ex-juiz da Lava Jato com oficiais da ativa e da reserva, um dos pilares de sustentação de Bolsonaro. Esta aproximação é recíproca por parte de alguns militares, que têm sinalizado disposição de apoiar uma eventual candidatura do ex-juiz, caso se confirme. No início do mês, Moro convidou outros generais para a cerimônia de sua filiação ao Podemos.

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Na tentativa de livrar da imagem de símbolo da antipolítica - por causa de sua atuação na Lava Jato - Moro tem procurado líderes de partidos do Centrão e da "terceira via" em busca de apoio à sua eventual candidatura. Nos últimos dias, o ex-juiz e dirigentes do Podemos conversaram com Republicanos, Patriota, Novo, Cidadania e União Brasil, legenda que será resultado da fusão do DEM com o PSL.

Ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, o Republicanos integra o Centrão e está na base do governo Bolsonaro, que espera apoio na campanha à reeleição.

Mesmo assim, líderes da sigla não fecham a porta para Moro. O deputado Marcos Pereira (AM), que comanda o partido, e sua colega de Câmara Renata Abreu, presidente do Podemos, são aliados.

Na terça-feira, Moro jantou com a bancada do Cidadania na Câmara. Organizador do encontro, o líder do partido, deputado Alex Manente (SP), fez elogios ao ex-ministro e disse ter "identidade" com as pautas que ele apresenta. "Dialogamos com todas as forças da terceira via, tentando buscar uma unidade capaz de vencer Bolsonaro e o ex-presidente Lula. Moro, na minha opinião, é o pré-candidato mais afirmativo desse campo", disse.

O partido tem o senador Alessandro Vieira (SE) como pré-candidato ao Planalto, mas ele já admitiu abrir mão da disputa em nome de um concorrente com mais chances. Quando questionado sobre Moro, entretanto, o presidente da sigla, Roberto Freire, diz que o ex-juiz é "mais um" entre os nomes apresentados pela terceira via.

Palanque

Moro esteve na quarta-feira (24), em Minas Gerais e participou de um almoço com o governador Romeu Zema (Novo). O líder do Podemos na Câmara, Igor Timo (MG), se mostrou esperançoso com a possibilidade de Zema abrir palanque para o ex-juiz, apesar de o Novo ter lançado o cientista político Luiz Felipe d’Ávila à Presidência. Timo avalia , no entanto, que isso não deve ser empecilho. "Existe uma convergência de bandeiras e ideais. Aos poucos as coisas vão se encaixando".

No começo do mês, Moro e Renata Abreu também estiveram com Ovasco Resende, presidente do Patriota. A exemplo dos outras siglas, Resende não fechou as portas para o ex-juiz, mas também não a abriu.

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, chamou de "ameaça absurda" a afirmação do presidente Jair Bolsonaro sobre não haver eleições em 2022 caso não seja adotado o voto impresso. Ao participar de live organizada pelo grupo Parlatório, na noite desse domingo (11), o militar defendeu ainda uma "reação forte" da sociedade e das instituições contra a ameaça feita pelo chefe do Executivo.

"Algumas ameaças são absurdas, como de o presidente da República dizer que talvez não tenha eleição. Eleição é fundamento básico da democracia", disse Santos Cruz. "Esses pontos sofrem algum desgaste, mas tem de haver reação forte das pessoas e das instituições. Temos algumas instituições muito fracas, seja no Judiciário, seja no Congresso Nacional, que, na minha opinião, tem de ser mais forte", acrescentou.

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O general afirmou que o fanatismo no Brasil pode acabar em violência. Também considerou que há um desrespeito generalizado no País a ser enfrentado pela lei. O ex-ministro disse ainda que a corrupção é um ponto que deve ser combatido por aumentar o risco de ruptura institucional.

Para Santos Cruz, as Forças Armadas estão no centro da discussão política devido à decisão de Bolsonaro de nomear diversos militares para o governo. O general avaliou que o caráter político da CPI da Covid criou um desgaste para as Forças Armadas.

Mesmo assim, ele julga que não contribui para melhorar o cenário a resposta institucional do Ministério da Defesa e dos comandantes das Forças Armadas em repúdio às declarações do senador Omar Aziz, presidente da CPI, a respeito do suposto envolvimento de militares em corrupção.

"Estamos vendo um contexto de manifestações que não contribuem em nada, que trazem alarmismo, prejudicam o ambiente institucional", disse Santos Cruz. "Isso começa com um mau exemplo vindo de cima", completou.

Participam da live do Parlatório, entre outros, o ex-presidente da República Michel Temer, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, o presidente do Google no Brasil, Fábio Coelho, a vice-presidente Executiva do Santander, Patrícia Audi, o presidente da BR Distribuidora, Wilson Ferreira Júnior, e o ex-porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros.

O general Carlos Alberto Santos Cruz publicou, nesta sexta-feira (4), um texto em que se diz envergonhado pela decisão do Exército de não punir o general Eduardo Pazuello por ter participado de um ato político com o presidente da República, Jair Bolsonaro. Santos Cruz escreveu que o ocorrido é uma "desmoralização para todos nós" e que o presidente "procura desrespeitar, desmoralizar pessoas e enfraquecer instituições".

"Mais um movimento coerente com a conduta do Presidente da República e com seu projeto pessoal de poder", disse o militar, que foi ministro-chefe da Secretaria de Governo de Bolsonaro. "A cada dia ele avança mais um passo na erosão das instituições."

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Santos Cruz chamou a decisão de não punir Pazuello de "subversão da ordem, da hierarquia e da disciplina no Exército, instituição que construiu seu prestígio ao longo da história com trabalho e dedicação de muitos".

O militar lembrou ainda que Bolsonaro já se referiu à instituição como "meu Exército". "O 'seu Exército' não é o Exército Brasileiro. Este é de todos os brasileiros. É da nação brasileira", escreveu ele.

O general terminou o texto pedindo que a politização das Forças Armadas seja combatida "pela raiz". "Independente de qualquer consideração, a união de todos os militares com seus comandantes continua sendo a grande arma para não deixar a política partidária, a politicagem e o populismo entrarem nos quartéis", concluiu.

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Santos Cruz foi secretário nacional de Segurança Pública de Michel Temer. Ele apoiou a candidatura de Bolsonaro em 2018, e chegou a chamar o candidato opositor, Fernando Haddad (PT), de "fascista".

O general se tornou ministro-chefe da Secretaria de Governo de Bolsonaro, mas foi demitido em 2019.

Desde então, o militar assumiu uma postura crítica ao governo. Em março deste ano, ele publicou uma carta em que pedia a união do centro contra Lula e Bolsonaro. Na ocasião, escreveu que "o Brasil não merece ter que optar entre dois extremos já conhecidos, viciados e desgastados".

Ex-ministro da Secretaria de Governo, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz usou o Twitter para disparar contra a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a necessidade do Brasil deixar de ser um "país de maricas" diante do combate à Covid-19.

Usando letras garrafais, Santos Cruz subiu o tom contra o seu ex-aliado e disse que os eleitores votaram por equilíbrio e união e não para "shows" constantes. 

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"CANSADO DE SHOW", começou o ex-auxiliar de Bolsonaro. "O Brasil não é um país de maricas. É tolerante demais com a desigualdade social, corrupção, privilégios. Votou contra extremismos e corrupção. Votou por equilíbrio e união.  Precisa de  seriedade e não de show, espetáculo, embuste, fanfarronice e desrespeito", emendou o general, que chegou a estar entre os assuntos mais comentados do Twitter após a fala.

A avaliação mais crítica do ex-ministro não foi a primeira exposta nesta semana. Há dois dias ele também comentou sobre a polêmica envolvendo a CoronaVac. "GANHOU DE QUEM? Vacina, qualquer que seja, é saúde pública. É para a população. Não é assunto particular. O trato tem ser técnico e dentro da lei. Fora disso é irresponsabilidade, falta de noção mínima das obrigações, desrespeito pela saúde dos cidadãos. Vergonha! Sem classificação!", observou Santos Cruz.

Em depoimento à Polícia Federal, o deputado Alexandre Frota afirmou que o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, à época que este chefiava a Secretaria de Governo da Presidência da República, teria lhe confidenciado que estava 'sofrendo pressão de pessoas ligadas ao governo para que ele de alguma forma auxiliasse, financiasse ou contratasse de alguma forma canais que operassem portais de apoio ao presidente Bolsonaro'. Segundo Santos Cruz teria relatado a Frota à época, 'diversas vezes foi levado a ele propostas de contratação de serviços' que seriam prestados pela empresa do blogueiro Allan dos Santos.

O parlamentar afirmou à PF que a resistência de Santos Cruz frente a tais demandas acabou fazendo com que ele passasse a ser vítima do 'linchamento virtual' coordenado pelo 'gabinete do ódio'. Em depoimento, Frota disse ainda que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Fake News inclusive identificou diversos conteúdos de ataque a Santos Cruz, tendo rastreado contas e IPs relacionados à estrutura que, segundo ele, foi montada para 'linchar' opositores do governo Bolsonaro.

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As informações foram apresentadas por Frota no depoimento prestado à Polícia Federal no último dia 29 no inquérito que apura o financiamento e divulgação de atos antidemocráticos. Os detalhes sobre o depoimento do parlamentar foram divulgados pela Folha de S.Paulo e pelo Jornal Nacional e confirmadas pelo Estadão, que também teve acesso ao depoimento.

As indicações de Frota quanto a Santos Cruz se deram em resposta a um questionamento da Polícia Federal. A corporação perguntou se o deputado tinha conhecimento de que o então Ministro Santos Cruz teve de agir para evitar que 'algo imoral ou ilegal' acontecesse na utilização de recursos da área de comunicação do governo.

Como mostrou o Estadão, a Polícia Federal investiga, no âmbito do inquérito sobre os atos antidemocráticos, se o governo Bolsonaro direcionou verbas de publicidade para financiar páginas na internet dedicadas a promover manifestações contra a democracia. A relação do grupo investigado com o governo chegou às autoridades justamente através da CPMI das Fake News, que repassou informações sobre anúncios da Secretaria de Comunicação da Presidência da República em sites e páginas ligadas aos investigados.

Quem controla a Secom desde o início do governo Bolsonaro é o chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, mas a chave do cofre do órgão e consequentemente o controle da liberação de recursos fica nas mãos do Secretário Geral da Presidência, atualmente o ministro Eduardo Ramos. Santos Cruz foi seu antecessor na pasta, tendo deixado o governo em junho de 2019, sob desgaste, após ser criticado pela rede bolsonarista.

À época, a queda de Santos Cruz, primeiro ministro militar a deixar o governo Bolsonaro, representou uma vitória para a ala olavista do governo, dos filhos do presidente e de Wajngarten. Como mostrou o Estadão, a posição de Santos Cruz, considerada 'linha dura' com a distribuição da verba incomodava tanto os políticos como a equipe econômica.

'Grande influência' de Allan dos Santos junto a Bolsonaro e trânsito livre no Planalto

O nome de Allan do Santos não foi citado por Alexandre Frota somente ao tratar das supostas propostas de contratações do blogueiro. O deputado disse não ter relação com o representante do site bolsonarista Terça Livre, mas indicou que, após as eleições 2018, 'percebeu que o mesmo tinha uma grande influência junto ao Presidente da República, tanto que antes da aproximação do governo federal com o chamado Centrão fazia parte do núcleo duro ideológico e possuía transito livre dentro do Palácio'.

O parlamentar também foi indagado pelos investigadores se pertencia a um grupo do Whatsapp chamado Genis House/QG Estado Maior. Frota respondeu que não, mas disse que sabia da realização de reuniões na casa do blogueiro por meio de um assessor parlamentar do deputado Felipe Lerça.

Como mostrou o Estadão, Allan dos Santos mantinha um grupo de WhatsApp com deputados bolsonaristas e 'outras pessoas de baixo escalão do governo', sendo que as conversas resultavam em reuniões na residência do blogueiro, no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. Um dos integrantes do grupo era o assessor parlamentar Tércio Arnaud Tomaz, apontado como integrante do 'Gabinete do Ódio.

Em depoimento, o assessor especial disse que o blogueiro o adicionou em um grupo criado 'para que pudesse se reunir' semanalmente na residência do blogueiro 'para discutir temas relacionados ao governo federal com pessoas que estão dentro do governo'. Tércio Tomaz afirmou que 'nunca' participou dos encontros, mas que continuou no grupo 'como forma de se informar de temas de interesse'.

COM A PALAVRA, O MINISTRO SANTOS CRUZ

Até reportagem busca contato com o ministro. O espaço está aberto para manifestações.

Ex-ministro da Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro (sem partido), o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz acionou o Tribunal de Justiça do Distrito Federal contra o escritor Olavo de Carvalho. Santos Cruz pede indenização por ofensas expostas nas redes sociais. 

Entre as afirmativas contra o general publicadas por Olavo no Twitter, a ação trata diretamente sobre o momento em que o guru bolsonarista chamou o general de "bosta engomada", "bandidinho" e "gente sem caráter". "O Santos Cruz é a última esperança que os petistas têm de continuar mamando dinheiro do governo", chegou a escrever o filósofo.

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Além de Olavo, outros dois bolsonaristas também são alvo da ação: Maria Tereza Zappi e Manoel Magalhães dos Santo Gontijo. Segundo o Uol, Maria Tereza disse que o general é um "louco", que "não consegue ser homem sem uma farda por trás lhe dirigindo". Já Gontijo chamou o general de "vagabundo" e de "figura grotesca do passado". O ex-ministro cobra um total de R$ 140 mil pelas ofensas.

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo do presidente Jair Bolsonaro, é uma das mais importantes vítimas das fake news. Ele teve diálogos de WhatsApp fraudados para indispô-lo com o presidente. Santos Cruz defende a investigação e punição dos criminosos. O general afirma ainda que o Exército não tomará decisão fora da lei, como pretende quem quer fechar o Supremo Tribunal Federal e o Congresso. Apela para a pacificação do País e se diz contrariado com a aproximação do governo com o Centrão. Eis a entrevista dada pelo general ao Estadão.

Como deve ser o comportamento dos atores desta crise para se preservar as instituições?

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As pessoas públicas, que fazem parte dos Poderes, têm de cumprir a legislação, independentemente de suas características. Educação, harmonia e trato das diferenças de maneira educada devem ser regra. O bom exemplo é obrigação de todos.

O presidente compareceu a manifestação em frente ao quartel do Exército. O que o sr. achou dessa manifestação?

Eu acho imprópria pelo objetivo da manifestação (fechar o Supremo e o Congresso). Não tem ilegalidade, as pessoas que estavam na manifestação podem ir até lá, mas daí achar que o Exército vai se envolver tem uma distância muito grande. Tinha gente ali com placas AI-5, fora STF, uma variedade de objetivos. São manifestações manipuladas e estimuladas por alguém. Mas, para pressionar o Exército a tomar uma decisão fora da legislação, não tem como. O Exército não funciona baseado nesse tipo de pressão.

O sr. foi vítima do submundo das fake news. Agora, Congresso, via CPI, e STF, por um inquérito polêmico, buscam os responsáveis por esses esquemas. Como sr. vê as investigações?

Espero que cheguem à autoria. Liberdade de expressão não é injúria, calúnia e difamação. Ninguém é livre para fazer isso. Os recursos da mídia social não eliminaram o Código Penal. Deve-se ter toda liberdade, assim como deve ser responsabilizado se infringir a lei, atacar a honra com notícias falsas. Linchamento virtual, assassinato de reputação e mentira não têm nada a ver com defesa da liberdade. Alguns falam que se trata de liberdade de expressão, que ela está sendo cerceada. Ninguém está cerceando nada disso. Tem de ser penalizado quem é criminoso.

Há suspeita do uso de dinheiro público para financiar esses esquemas. O que o sr. acha disso?

É absurdo. Dinheiro público não pode ser usado para financiar notícias falsas. Tem de ver se tem pessoas que são pagas, recebem salários do setor público ou veículos que recebem dinheiro público.

Pela sua história, o sr. crê que as pessoas têm ideia da importância de combater as mentiras para preservar a democracia?

O problema não é isso me afetar, não é pessoal. Esse tipo de atividade ilegal, de mentiras e calúnias, de baixíssimo padrão de palavreado, atrapalha a educação, atrapalha o desenvolvimento da sociedade e o próprio governo, quando é feito em defesa do governo, pois a sociedade não gosta disso, ela gosta de paz social e informação válida. O ambiente fica prejudicado por esse tipo de ação.

O sr. reafirma a importância de se buscar dentro da lei os aperfeiçoamentos necessários às instituições. Ou seja, não existe saída possível fora da Constituição?

Não se pode decidir as coisas na força, no peito, na arrogância, no conflito. Você pode ter discordâncias, mas tem a legislação, em que há mecanismos para alterar as leis. Tem de ser feito tudo dentro desse sistema. Não se pode querer fazer pela força o que depende do consenso social, da convivência política. Se um Poder não está funcionando bem, sugira aperfeiçoá-lo. O que não pode é, antes de fazer isso, já partir para o conflito, o que perturba a sociedade e não leva a nada. A harmonia é obrigação do servidor público. Os Poderes têm obrigação de procurar essa harmonia.

O sr. afirma que o militar da ativa deve guardar distância do varejo da política. Como fazer isso se há cinco oficiais generais da ativa autorizados pelos comandos em cargos do governo?

Os militares, normalmente, têm preferência política e candidato. Mas, quando põem a farda e representam a instituição, têm a cultura de seguir. Isso é disciplina interna. Ninguém discute política partidária no quartel. As coisas são separadas e bem orientadas pelos comandantes. Quanto ao número de militares da ativa, isso pode trazer alguma confusão de imagem. Quem é da ativa e está prestando serviço em altos postos da administração tem a obrigação de estar alinhado com assuntos de governo. E (isso) causa confusão.

Esses oficiais, que dizem ter aceitado uma missão, deviam passar para a reserva?

Em primeiro lugar, as tarefas que estão desempenhando não são missões militares. Não têm nada a ver com as Forças. Não está cumprindo missão coisa nenhuma, está em função na qual empenhou sua responsabilidade individual, não institucional. Isso aí tem normas e os comandantes e o ministro da Defesa são responsáveis pela interpretação. É sempre conveniente a separação para não fazer confusão de imagem.

Colegas do sr. criticam as decisões monocráticas do STF contra o governo. O que o sr. acha?

Há espaço para aperfeiçoar. Alguns desacertos não são só por falta de previsão legal. Precisa haver disposição para o entendimento e para o respeito. Estamos em um processo longo de crítica e de acusação que criou um clima ruim para tratar as diferenças. É preciso aperfeiçoar o sistema.

Quais os papéis do ministro Augusto Heleno e do general Mourão na crise e no governo?

Tudo o que fazem e falam têm reflexos. Nessa conjuntura de muita disputa, os comentários deles têm grande repercussão, mas eles têm cultura e nível para gerenciar isso. Penso que o fim do filme será todo mundo se acertando, como é obrigatório pela Constituição. Vão encontrar uma solução.

Qual o significado da saída de Sérgio Moro do governo?

A saída foi uma perda grande. Ele representava mais do que a capacidade técnica dele, representava ser possível combater a corrupção.

O que o sr. acha de uma candidatura Moro em 2022?

Seria uma opção importante, que carrega a esperança de melhoria em uma área crucial, o combate à corrupção.

O sr. acredita, pelo vídeo da reunião de 22 de abril, que Bolsonaro quis interferir na PF?

Não é possível, para um espectador, chegar a essa conclusão.

O sr. participou de reuniões no Planalto. O presidente sempre se comportava daquela forma?

Até o momento que estive no governo não era daquela forma. Mesmo com as características do presidente, essa reunião me pareceu mais tensa, atípica.

O governo está nomeando indicados do Centrão para cargos. O que acha dessas negociações?

Houve mudança de postura, pois havia várias acusações e disposição de não negociar com o Centrão. Agora, o governo decidiu fazer essas negociações. É questão de momento político. Fica incoerente e sujeito a escrutínio do espectador. Como eleitor, e fui eleitor do presidente Bolsonaro, lembro de comentários de que o objetivo não era fazer esse tipo de negociação e agora está fazendo. Acho que está havendo uma discrepância.

O sr. acredita que o governo chega a 2022, que não corre o risco de sofrer impeachment?

Acho que as coisas vão se acomodar. Tem todas as condições para terminar o governo, mas precisa construir a paz social e o ambiente político. Há previsão legal do impeachment, mas procedimentos previstos, no entanto, não podem ser transgredidos. Não se pode fazer impeachment fora da lei.

O presidente se diz vítimas de uma conspiração. Concorda?

Não há conspiração nenhuma. Tem um ambiente tumultuado que precisa ser pacificado.

Há quem diga que Mourão seria um melhor presidente do que Bolsonaro. O sr. Concorda?

Não se deve fazer essa comparação e agravar o ambiente político. Não é construtivo. Críticas ao presidente são válidas, mas não esse tipo de comparação.

Presença de militar na política é fenômeno que veio para ficar?

Sem dúvida. É uma transformação. Há uma quantidade significativa de candidatos militares. É normal. A apresentação como candidato é válida, legal e o eleitor decide. É mais uma opção.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Exonerado em junho do comando da Secretaria de Governo, o general Carlos Alberto Santos Cruz avaliou o primeiro ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro. O ex-ministro criticou o envolvimento dos filhos do presidente na gestão e a inconstância com seu discurso de campanha. Na visão do general, o combate à corrupção trouxe 'desilusão para muita gente'.

Junto com o antipetismo, o combate à corrupção foi o ponto que elevou Jair Bolsonaro à cadeira presidencial. Contudo, Santos Cruz destaca que apenas um ganhou visibilidade. "O combate à corrupção não ficou tão caracterizado e acho até que em alguns pontos se afastou, se afastou disso aí. E isso aí eu acho que trouxe desilusão para muita gente", avaliou à BBC Brasil.

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Ele criticou a interferência dos filhos no Governo e propõe que os ministros mais próximos - general Augusto Heleno, Jorge Antônio Oliveira, Onyx Lorenzoni e o general Eduardo Ramos- devem alertá-lo sobre tal participação. "O que não é normal é o que está acontecendo aqui quando você vê a interferência, familiares se metendo no Twitter, dando opinião sobre conduta de ministro”, descreveu.

Tido como o responsável por sua demissão, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) atacou Santos Cruz nas redes sociais e divulgou uma suposta conversa no WhatsApp onde criticava Jair Bolsonaro. Ele se defende e garante que as imagens são ‘coisa falsa’. “Coisa falsa sendo entregue para o presidente, mas o presidente não quer dizer quem é que entregou a falsidade para ele. Então, esse tipo de atitude são coisas que saem da normalidade", afirmou.

Ele reafirma a inocência ao relatar que viajava de avião no momento da conversa ‘forjada’. "Uns criminosos vagabundos de baixo nível fazem aquilo, entregam para o presidente [a imagem], incrivelmente ele acredita naquilo e incrivelmente ele até hoje se nega a dizer quem levou aquilo para ele. São coisas que não se pode esperar de uma autoridade que tem essa responsabilidade", disparou.

Com dois dos três filhos investigados, além da suspeita de seu antigo gabinete ter admitido familiares como funcionários fantasmas no período em que era deputado, o general da reserva preferiu não tomar partido sobre a corrupção envolvendo o clã Bolsonaro, mas entende que "a partir da hora que se incorre nesse erro que seja cumprida a lei. Não acho que são cidadãos acima da lei".

Para o general, Bolsonaro largou o PSL pela confusão interna para deter o controle das verbas dos fundos partidários e eleitoral. "Eu vejo uma disputa de liderança principalmente por controle de recursos, o fundo partidário é muito forte no Brasil e no ano que vem o fundo eleitoral é outro valor grande (serão R$ 2 bilhões, dos quais cerca de R$ 185 milhões devem ir para o PSL). Então, eu vejo essa divisão, essa briga toda, mais vinculada a controle de recursos de fundo partidário, de fundo eleitoral, do que de discordância em filosofia", declarou.

Santos Cruz reforça o compromisso com a política e revela que recebeu convites de partidos, dentre eles o PSDB. Contudo ainda analisa propostas e cravou que não voltará a formar parceria como presidente. "Eu não entraria em um partido hoje do presidente Bolsonaro de jeito nenhum. Ele tem valores que não coincidem com os meus; ele tem atitudes que eu acho que não têm cabimento", explicou sobre a possibilidade de filiar-se ao Aliança pelo Brasil.

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, classificou nessa terça-feira (26) o escritor Olavo de Carvalho como “um vigarista profissional”. Em depoimento à CPI das Fake News, o militar repudiou comentários publicados por ele em redes sociais sobre a atuação de oficiais do Exército no governo do presidente da República, Jair Bolsonaro. Em uma das publicações, em maio passado, Olavo de Carvalho chamou Santos Cruz de “politiqueiro e fofoqueiro de merda”.

"A pessoa fala que é escritor e filósofo, dá sugestões na área de educação e parte para um palavreado que não dá para repetir aqui. Quando eu era criança, se você falasse palavrão, passava pimenta na boca. Nunca li e não pretendo ler a obra dele. Acho que ele não tem padrão nem para se expressar. Pode ser que tenha até algumas ideias boas para o público dele em termos políticos. Mas o comportamento é um comportamento de vigarista. É um vigarista profissional que conseguiu influência em cima de algumas personalidades", afirmou.

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O general Santos Cruz esteve à frente da Secretaria de Governo até o dia 13 de junho. Durante a audiência pública na CPI das Fake News, o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) lembrou que, dias antes de deixar o governo, o militar sofreu mais de três mil ataques nas redes sociais. Segundo o parlamentar, os comentários foram orientados por Olavo de Carvalho.

"O general foi tratado como traidor da pátria, vagabundo, covarde. Foi colocado como defensor de negociatas escusas e acusado de não possuir preparo intelectual para o cargo de ministro. Olavo de Carvalho planejou o ataque [ao general Santos Cruz] como representante simbólico do poder militar próximo ao presidente. Aquele charlatão místico procurou destruir os símbolos do Exército Brasileiro, ao qual o general serviu por tantos anos e com tanta honra", disse Frota.

Olavo de Carvalho mora nos Estados Unidos desde 2005. Em março deste ano, integrou a comitiva de Jair Bolsonaro durante um jantar oferecido pela embaixada do Brasil em Washington. Questionado por senadores e deputados, o ex-ministro evitou críticas diretas ao presidente da República ou aos filhos dele — o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).

"Eu não vou falar de filho do presidente da República, nem como ministro e nem como cidadão. Eu tenho meu conceito sobre cada um deles. Tenho meu conceito sobre o próprio presidente. Mas acho completamente deselegante e, falta de educação, o ataque pessoal. Então, não vou fazer isso", disse o ex-ministro.

A defesa de Olavo de Carvalho durante a audiência pública coube ao deputado Marco Feliciano (Podemos-SP).

"Às pessoas que falam em tom pejorativo sobre o professor Olavo de Carvalho, que estudem um pouquinho suas obras. Vocês vão ver que ele é de fato uma pessoa extremamente preparada, habilidosa e não pode sofrer aqui depreciação", disse Feliciano. 

"Gangues de rua"

O general Santos Cruz lembrou que as disputas eleitorais no Brasil sempre foram marcadas por acusações de parte a parte. Mas, segundo ele, o advento das redes sociais criou condições para que “grupos pequenos” perpetuem um “ambiente extremamente complicado e nocivo”.

"O presidente Bolsonaro foi eleito por pessoas que simpatizam com ele, por pessoas que queriam mudança e por pequenos grupos que pensam que o Brasil é um país ideológico. Às vezes, esse pequeno grupo ideológico quer manter um clima de conflito permanente, o que não é bom. Infelizmente, vejo radicalismo dos dois lados. Dos dois lados, grupos radicais não conseguem ter um comportamento democrático. Os extremos são negativos em qualquer ambiente", cravou.

Para o ex-ministro, a atuação de grupos extremistas nas redes sociais se assemelha a “gangues de rua”, que agem contra os adversários com “estardalhaço e ataques”. De acordo com Santos Cruz, as condutas ilegais devem ser reprimidas pela Justiça.

"Há comportamentos semelhantes a gangues de rua: xingamentos, condutas marginais. É a tentativa de humilhação, de intimidação. Temos que separar o que é liberdade de expressão. A liberdade de expressão não significa que você pode xingar indiscriminadamente, humilhar, intimidar, destruir reputações. A liberdade de expressão com toda essa tecnologia disponível não eliminou o Código Penal. Tem condutas que podem ser criminosas? Tem, sem dúvida nenhuma. A calúnia, a difamação e a injúria continuam no Código Penal", observou.

Durante a audiência pública, o militar tentou caracterizar a atuação das milícias digitais. Segundo ele, são grupos que adotam “comportamento de seita”, não questionam as orientações do líder e manipulam o debate de temas púbicos para manter “um estado de conflito permanente”.

"'Eu sigo um líder', e o líder é incontestável. Quando o líder fala, aquilo é uma coisa divina e todo mundo vai atrás e defende. Se você falar alguma coisa contra, você é expulso do grupo e é inimigo. Por quê? Porque o raciocínio é binário. Ele é amigo ou inimigo. Não preciso ser totalmente contra você para ser seu inimigo. Se eu fizer qualquer coisa contra, já sou inimigo. Qualquer coisa, é traidor. Quando a coisa é binária, é muito fácil organizar grupos extremistas de qualquer natureza", disse Santos Cruz.

"Gabinete do ódio" 

Parlamentares de oposição questionaram o ex-ministro sobre a atuação do chamado “gabinete do ódio”. De acordo com senadores e deputados, três servidores lotados no Palácio do Planalto teriam sido contratados para criar e divulgar conteúdos falsos na internet e estimular a radicalização política nas redes sociais. A CPI das Fake News aprovou um requerimento para ouvir os servidores Tercio Arnaud Tomaz, José Matheus Salles Gomes e Mateus Matos Diniz, assessores da Presidência da República. Ainda não há data marcada.

"Eles vieram das redes sociais, das ruas, trabalharam na campanha do presidente Jair Bolsonaro, que trouxe esses três elementos para dentro do Palácio do Planalto. Eles atuam atacando, humilhando as pessoas, promovendo uma série de ataques covardes. Não é uma turminha de colégio. É uma turma muito séria que sabe o que está fazendo, está coordenada nos ataques, é covarde e se esconde atrás de pseudônimos", disse o deputado Alexandre Frota.

Santos Cruz confirmou que os três servidores trabalham no gabinete de Jair Bolsonaro. Mas disse não saber se eles integram ou se de fato existe a suposta central de boatos.

"Seria leviandade falar uma coisa sem nenhum amparo comprobatório. Seria leviandade dar o nome de uma pessoa. Esse é o trabalho da comissão: chegar lá. O que posso é mostrar o que aconteceu comigo. Existem convergências: uma pessoa puxa e outras vão atrás. Tem alguém que é o estimulador, que monta a hashtag e dá a ideia inicial. Aí, o restante segue", salientou.

Central de boatos

Para Santos Cruz, a existência de uma central de boatos seria “perfeitamente identificável” pela CPI das Fake News. Ele sugeriu que a comissão de inquérito busque o apoio de empresas especializadas em rastrear a origem e a disseminação das notícias falsas.

"Mas tem que ver a independência dessa empresa quando é paga por um órgão governamental qualquer. Tem que ser absolutamente independente. A comissão tem que saber o que encomendar. Pegar os dez perfis mais envolvidos em fake news em cada tema e solicitar que seja feita uma análise daquilo. Existem programas que fazem esse tipo de análise e vão pegar todas as conexões, inclusive perfis falsos. Não existe perfil falso que não seja detectável. Vai montando as conexões e as redes e vai aparecer direitinho onde começa e onde prossegue. Por isso que não falo o nome de ninguém. Tem que ser utilizada a tecnologia e, a partir da detecção, tem a ação policial. O final do trabalho técnico dá origem às ações legais", sugeriu.

O general Santos Cruz disse que a demissão da Secretaria de Governo não deixou “ferida nenhuma”. Ele reconheceu que a substituição de ministros é uma prerrogativa do presidente da República. Mas afirmou que, às vezes, é possível criticar “a maneira” como uma demissão é conduzida.

"Troca de ministro ocorre em qualquer governo. É a coisa mais simples do mundo trocar um ministro. É só ter coragem moral. Chama o ministro e fala: 'Não dá para eu segurar por causa da pressão que tenho aqui'. Não tem problema nenhum. Não tem trauma nenhum. Agora, quando falta ética e começa uma coisa de baixíssimo padrão que se chama 'fritura', isso é coisa de gente covarde, desqualificada e que não sabe administrar a política e o relacionamento humano. Esse é que é o xis da questão. A 'fritura' é escória do comportamento político", declarou.

*Da Agência Senado

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga as fake news (CPMI das Fake News) vai ouvir, na próxima terça-feira (26), o ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência Carlos Alberto dos Santos Cruz.

O depoimento foi pedido pelo deputado Marcelo Ramos (PL-AM) e pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE). “Em recente entrevista, o ex-ministro afirmou que sua saída do Ministério foi o resultado de ataques de ‘uma milícia digital, uma gangue de rua que se transfere para dentro da internet’, ligada a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro”, disse Carvalho.

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“As afirmações do general vêm ao encontro do tema debatido nesta CPMI”, acrescenta Ramos. O depoimento de Santos Cruz está marcado para as 13h.

*Da Agência Câmara

O general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, disse nesta quinta-feira, 27, que está "analisando" processar quem o ofendeu. Santos Cruz era questionado por jornalistas se estudava entrar com processo por calúnia contra o escritor Olavo de Carvalho, que disse que o ex-ministro "não prestava" e usou outros termos pejorativos.

O militar, no entanto, evitou em falar se está em contato com advogados para tratar do caso e não citou o nome de Carvalho. As falas de Santos Cruz foram feitas após participação dele no 14º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em São Paulo.

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Durante sua fala no evento, o ex-ministro classificou como criminosa uma mensagem atribuída a ele com críticas a Bolsonaro e elogios ao vice-presidente Hamilton Mourão. A mensagem teria sido uma das justificativas para sua demissão, há duas semanas.

O general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, criticou nesta quinta-feira, 27, durante evento em São Paulo o desperdício de recursos públicos no Executivo Federal.

"Nestes meus seis meses de governo, o que vi de dinheiro desperdiçado e dinheiro jogado no ralo é impressionante", afirmou Santos Cruz durante o 14º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), sem entrar em detalhes sobre quais setores do governo fazem este desperdício.

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Santos Cruz foi demitido em 13 de junho pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele disse não saber os motivos que levaram ele a sair do governo, mas afirmou ver como normal trocas em ministérios e empresas estatais.

"Como diz o Reginaldo (Rossi), meu caso é mais um que é banal", disse, arrancando risos da plateia de jornalistas. "Eu não vou criticar a forma para não ser antiético. Eu acho absolutamente normal, eu não sei os motivos, eu não perguntei."

Santos Cruz evitou ainda criticar a ala ideológica do governo. "Teria de baixar muito o nível do palavreado ao falar destas pessoas", disse. Ele negou, no entanto, que tenha no governo uma ala militar. "A sociedade tem esta impressão, mas é só uma impressão."

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) parece não ter ficado muito satisfeito com as afirmações feitas pelo general da reserva do exército Carlos Alberto dos Santos Cruz, que era responsável pela Secretaria de Governo da Presidência da República durante quase seis meses.

Nesta semana Santos Cruz disse que o governo de Bolsonaro é um “show de besteiras”. Nesta quinta-feira (20), após participar da Marcha para Jesus, em São Paulo, o presidente repercutiu a afirmação de Santos Cruz.

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"Ele integrou o governo por seis meses e nunca disse que tinha bobagem lá dentro", disparou o presidente. Durante entrevista coletiva, Bolsonaro seguiu sendo questionado sobre Santos Cruz, que respondeu: "vamos falar de Brasil. Façam pergunta inteligente".

Santos Cruz foi o primeiro ministro militar a sair do governo e ele foi intensamente criticado pela rede bolsonarista. O substituto dele é outro militar, o general Luiz Eduardo Ramos Baptista.

 

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