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A saúde mental tem ganhado, felizmente, mais atenção nos debates sociais e levado as pessoas a procurarem cada vez mais se tratar. Nas terapias as vivências da infância e a fase adulta são avaliadas pelos especialistas. Durante o enfrentamento de dores ou sofrimento intenso na infância, cria-se uma memória do sentimento do momento. Já na fase adulta da vida, os gatilhos emocionais surgem e podem desencadear sentimentos de tristeza profunda. Nesses casos, a terapia com profissionais qualificados ajuda muito no processo de identificação e como lidar com isso. 

De acordo com a psiquiatra, Adriana Figueira, a não identificação desses tais gatilhos, pela maioria dos indivíduos, faz com que ocorra uma #repetição de situações dolorosas num ciclo de #dor quase infinito.

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“Há um sentimento de inadequação ou #incômodo a determinadas situações sem aparentemente uma explicação”, pontuou.  Segundo a psiquiatra, não somos acostumados, nem ensinados a observar nossas emoções durante nossa vida. “Quem é meu paciente já me ouviu falar sobre isso! Mas, sem dúvida alguma, é preciso e, nesse caso, necessário. observar o que dá medo, o que entristece, o que irrita.. Há medo de rejeição, de abandono, de solidão? Há necessidade de aprovação?, observar com cuidado nossas reações a fatos e as emoções que eles trazem”, destacou.

Adriana Figueira ressaltou ainda que a avaliação pode ser o início de um processo de #cura, por isso, é tão importante ter o acompanhamento de um profissional específico nesses casos.

*Da assessoria 

O cantor Lucas Lucco anunciou pelas redes sociais que vai dar uma pausa na carreira para cuidar da sua saúde mental. Em carta para os fãs, o sertanejo disse que foi diagnosticado com Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) e que teve várias crises da doença em 2023.

O TAB é caracterizado pela oscilação do comportamento da pessoa em duas fases: a de depressão e a de mania. Na primeira ligado à tristeza, e na segunda, as funções mentais ficam aceleradas, com muita energia.

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No comunicado, Lucas Lucco disse que desde o dia 7 de novembro deste ano o problema ficou mais intenso e que ele resolveu buscar se tratar com um profissional especialista em TAB.

O artista ainda se desculpou pelos cancelamentos dos próximos shows:

"Eu amo tudo que faço, amo o meu trabalho dentro e fora do palco, mas às vezes o TAB consegue me limitar muito e por isso preciso dessa pequena pausa. Peço desculpas às pessoas que iriam nos shows desse fim de semana, sinto muito, mas eu preciso ficar 100% pro meu filho, pro palco, pras empresas e pra realizar os sonhos e objetivos que ainda tenho a realizar".

Lucas Lucco é pai de Luca, de dois anos de idade, fruto da relação com Lorena Carvalho, com quem o cantor anunciou sua separação em março de 2022.

Na publicação, o cantor ainda refletiu sobre marcas do passado e a importância dos cuidados da saúde mental:

"Tem feridas abertas que são invisíveis aos nossos olhos mas nem por isso deixam de ser muito... muito doloridas. Seja gentil com todo mundo porque você nunca sabe o que que aquela pessoa tá vivendo nos bastidores".

Faltam exatos 41 dias para 2023 acabar e já se pode notar pessoas mais ansiosas, cansadas e até frustradas se algo não saiu conforme o planejado. Neste momento do ano, tudo parece acelerar e ser urgente, por isso, é preciso prestar atenção aos sinais do corpo para a estafa física, mental e emocional. 

Pensando nisso, a terapeuta e mentora sistêmica Isolda Rodrigues listou cinco pequenas ações que podem ser feitas diariamente e vão contribuir bastante para um fim de ano melhor e mais saudável.  

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Incluindo estes pequenos hábitos à rotina pelos próximos dias, é possível terminar 2023 com mais disposição, energia, nitidez mental, melhor qualidade do sono, melhor reparação celular e mais conexão à sua essência. Confira a seguir: 

Pratique o exercício da gratidão: Uma vez por dia, liste coisas pelas quais você é grato e de fato agradeça com intencionalidade; 

Faça o banho de presença: Na hora do banho, use 10 minutos para mentalizar coisas boas, estar verdadeiramente presente e se conectar com a energia da água; 

Tome o suco detox matinal: Compre ou faça um suco detox para tomar pela manhã. Ele ajuda a desinflamar o corpo, eliminar toxinas e o excesso de cortisol, hormônio responsável pelo aumento da ansiedade; 

Use óleo essencial no ritual noturno: Cada óleo essencial tem uma funcionalidade e se usado antes de dormir, quando já estamos mais relaxados e livres do uso de telas, ele nos ajuda a dormir melhor, proporcionando um sono mais profundo e contínuo. 

Encerre ciclos abertos: Aquela situação ou desafio que está postergando para resolver, aquela pessoa que não agrega mais nada à sua vida ou uma conversa difícil que você precisa ter e não tem, para isso, dê o primeiro passo para resolver e encerrar o ciclo. Pendências não resolvidas e ciclos tóxicos abertos, drenam energia e nos desgastam, tanto física quanto emocionalmente. 

 

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sancionou nessa quarta-feira (8) a Lei 14.721, que estabelece a oferta de assistência psicológica a gestantes e puérperas, através do Sistema Único de Saúde (SUS). O texto foi publicado na versão desta quinta-feira (9) do Diário Oficial da União e passará a vigorar em 180 dias. A matéria, aprovada no Senado Federal em 17 de outubro, faz duas alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069, de 1990). 

"A assistência psicológica à gestante, à parturiente e à puérpera deve ser indicada após avaliação do profissional de saúde no pré-natal e no puerpério, com encaminhamento de acordo com o prognóstico", diz o texto da sanção. A lei ainda diz que o sistema de saúde deve "desenvolver atividades de educação, de conscientização e de esclarecimentos a respeito da saúde mental da mulher no período da gravidez e do puerpério". 

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Durante a votação no Senado, a relatora da proposta, a senadora Zenaide Maia (PSD-RN), pontuou que existe previsão legal para o atendimento psicológico a mulheres gestantes, em parto e no pós-parto. No entanto, afirmou que a nova lei esclarece ainda mais esse direito e evita o risco de interpretações contrárias. A justificativa da matéria, que foi inicialmente apresentada à Câmara, pontua ainda que muitas gestantes são menores de idade e carecem de infraestrutura para evitar prejuízos à vida e ao futuro.  

"É consabido que, quando uma menor engravida, pode ocorrer uma grande desestruturação em sua vida. Nesse momento é que, muitas das vezes, a menor necessita de orientação e amparo. O Poder Público pode e deve fornecer terapia em graus diferenciados, conforme a necessidade psíquica da parturiente", afirma a justificativa. 

 

Pouco citada quando se fala no tratamento do câncer de mama, a psicoterapia pode ser o ponto de partida para uma recuperação mais saudável. A campanha Outubro Rosa amplia o debate sobre como o acolhimento psicológico pode ser fundamental para a qualidade de vida dos pacientes.

A psicóloga e integrante da Comissão de Psicologia Clínica do Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco 2ª Região (CRP-PE), Thais de Lima, lamenta que a busca por esse apoio ainda é tímida. "A gente não vêm tanta presença. Querendo ou não, a gente ainda vê muito a questão de ver a psicoterapia e o cuidado com a saúde mental como algo secundário", observa.

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Na sua visão, a falta de reflexão sobre os benefícios do acolhimento psicológico influenciam na baixa procura. "Por o câncer ser uma doença muito agressiva, que traz um certo tabu, as pessoas costumam não querer falar sobre e isso cria uma dificuldade muito maior", apontou.

A nova rotina imposta pela doença deixa o paciente fragilizado e, em alguns casos, cria o sentimento de solidão. Nesse sentido, a psicoterapia se apresenta como um suporte para ajudar a lidar com os sentimentos de medo e incerteza causados por um tratamento tão desafiador.

"Nossa saúde mental também pode vir a alterar ou influenciar qualquer doença que a gente possa ter. É totalmente interligado", ressalta Thais. "Prestar atenção na saúde mental, principalmente quando a gente tá enfrentando uma doença muito agressiva, pode dar espaço para um tratamento menos danoso", complementou.

Para 2023, o Ministério da Saúde prevê 73.610 casos novos de câncer de mama no Brasil, com um risco estimado de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. Esse tipo de câncer é o que mais mata mulheres no país.

O objetivo do Outubro Rosa 2023 é divulgar informações sobre o câncer de mama e fortalecer as recomendações do Ministério da Saúde para prevenção, diagnóstico precoce e rastreamento da doença. O período é celebrado no Brasil e no exterior com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização para contribuir na redução da incidência e da mortalidade pela doença.

Luísa Sonza abriu o coração sobre os ataques que sofre na Internet devido sua vida amorosa ou até escolhas na carreira. Em entrevista para a Billboard, na qual é capa no mês de outubro, a cantora conta que os comentários online chegaram a afetar drasticamente sua saúde mental.

Mesmo antes das polêmicas relacionadas ao seu novo álbum, Escândalo Indecente, a cantora já sentia o gosto amargo dos comentários maldosos nas redes sociais. Em 2021, quando o filho de Whindersson Nunes, seu ex-marido, morreu após nascer prematuro, Luísa chegou a ser chamada de assassina.

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"Comecei a tomar muito remédio para dormir, a ter medo da realidade. Fui me tratar com um psiquiatra até eu me recompor e fui levando tudo para um lugar um pouco mais racional", conta ela.

Luísa ainda revela que começou a ter pesadelos, muitas vezes violentos:

"Às vezes, eu sonho com um assassinato, às vezes com as pessoas me torturando. Sonho, por exemplo, com um quarto de hotel onde tem um monte de gente me olhando. Às vezes, as pessoas estão tentando me matar, às vezes, eu estou com a mão cheia de sangue. É um monte de sonho assim, é bem pesado mesmo".

A polêmica mais recente envolvendo o nome de Sonza foi o relacionamento dela com Chico Veiga. Depois de dedicar uma música para ele em seu novo álbum, a cantora revelou que foi traída pelo rapaz.

No Dia Internacional da Saúde Mental, celebrado nesta terça-feira (10), a Câmara aprovou por unanimidade o Projeto de Lei 4.358, de autoria da deputada federal Maria Arraes (SD-PE), que institui o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental.

A iniciativa visa reconhecer companhias que adotam medidas efetivas para promover o bem-estar dos funcionários, proporcionando um ambiente de trabalho mais saudável e inclusivo. "O cenário contemporâneo, exacerbado pelas adversidades da pandemia de covid-19, evidenciou a urgência de promover políticas públicas que rompam o silêncio e quebrem o estigma em torno do sofrimento psíquico. A aprovação desse projeto é uma vitória coletiva", destaca Maria Arraes.

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A parlamentar citou dados alarmantes do Ministério da Previdência Social, apontando que os afastamentos do trabalho por esgotamento profissional causados pela Síndrome de Burnout  aumentaram cerca de 73% em 2022 em comparação com o ano de 2019, antes da pandemia. "Ao investir em saúde mental, a empresa protege os seus trabalhadores e também evita licenças médicas, obtém maior produtividade e retorno financeiro. Todos ganham!", reforça.

Os critérios para a certificação das empresas englobam desde a implementação de programas de promoção da saúde mental, capacitação de lideranças e oferta de recursos de apoio psicológico e psiquiátrico até incentivos ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional e estímulo à alimentação saudável.

A concessão do Certificado será realizada por comissão nomeada pelo Ministério da Saúde, responsável por atestar a conformidade das práticas desenvolvidas com as exigências da lei. O Certificado terá validade de dois anos, após os quais será necessário passar por nova avaliação para renová-lo.

As empresas que atenderem aos critérios poderão ostentar o certificado em suas comunicações, demonstrando ao mercado e à sociedade seu compromisso com a saúde mental. "Ao incentivar que as empresas divulguem o reconhecimento recebido pelo poder público, garantimos também ao consumidor mais um instrumento para balizar suas decisões de consumo. Dessa forma, criamos um círculo virtuoso de estímulo para que mais empresas busquem desenvolver estratégias de promoção do bem-estar de seus colaboradores", enfatiza Maria Arraes.

O projeto segue agora para o Senado e, se for aprovado sem modificações, vai à sanção presidencial.

*Da assessoria 

Uma pesquisa realizada pela Conexa indicou que saúde mental é o principal desafio nas empresas, apontada por 51% dos gestores de RH em 767 empresas brasileiras. Em segundo lugar, vem o clima e cultura organizacional (27%), seguido pela atração e retenção de talentos (22%).

A pesquisa também destaca que cerca de 80% dos entrevistados consideram essencial dar acesso a médicos e psicólogos para colaboradores. Apenas 4% não veem isso como prioridade, enquanto 1% considera pouco importante.

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Do total de respondentes, 87% relatam afastamentos devido a problemas de saúde mental, sendo ansiedade (51%), depressão (17%), estresse (16%), e síndrome de burnout (14%) os principais transtornos identificados.

Além disso, 48% acreditam que pelo menos 10% dos colaboradores podem ter doenças mentais não diagnosticadas, enquanto 19% pensam que esse número pode chegar a 20%. Essa situação alarmante no ambiente de trabalho foi alertada pela OMS em 2022, que destacou o aumento de diagnósticos de depressão e ansiedade. No Brasil, que conta com o maior número na América Latina, são cerca de 11,5 milhões de pessoas diagnósticas com esses quadros de saúde.

 

O Grupo Nosso Lar Educação está promovendo, junto com o Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-USP), o curso de “Boas Práticas no Atendimento de Transtornos Psicóticos e Esquizofrenia” para o ensino no setor de saúde mental no Brasil.

O curso é voltado para estudantes e profissionais da área da saúde, profissionais da educação, da segurança pública, do sistema penitenciário, de Centros de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Fundação CASA) e Oficineiro, membros de instituições de acolhimento e pessoas que atuam ou pretendem atuar na área.

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O curso acontece nos dias 9 e 10 de outubro, no formato remoto e ao vivo, com direito a certificação do IPq-USP no final da capacitação. Os professores irão ensinar como identificar transtornos psicóticos e desenvolver estratégias de manejo e abordagem com os pacientes.

A iniciativa também serve como uma atualização e crescimento na carreira de saúde mental. Os participantes que concluírem o curso terão certificado de título de especialistas no manejo de pacientes psicóticos e com esquizofrenia. 

As aulas serão ministradas por dois professores facilitadores conhecedores da área e, os inscritos que desejarem, podem participar de uma aula bônus com uma visita técnica exclusiva no Nosso Lar Hospital, em Fortaleza (CE). As inscrições estão abertas no site do Grupo Nosso Lar.

Mês dedicado à prevenção do suicídio, o ‘Setembro Amarelo’ terá programação especial na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), promovida pela Superintendência de Saúde e Medicina Ocupacional. As atividades começam na terça-feira (19) com o lançamento da campanha ‘Estamos com Você’. A iniciativa visa chamar a atenção de servidores e da população em geral para o problema e a necessidade de cuidar da saúde mental.

A programação inclui palestras, oficinas voltadas para motivação pessoal e profissional e de combate à ansiedade, além de práticas integrativas para promoção do bem-estar. Atividades de integração aplicadas por uma equipe multidisciplinar da Superintendência de Saúde, formada por psicólogos, fonoaudiólogos e fisioterapeutas, darão início à programação, na terça-feira (19). A ideia é mobilizar todos os setores da Alepe em torno da participação e importância do evento.

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Para o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto, é preciso a união de todos para tratar de um tema desafiador, mas necessário como o das doenças mentais. “Trata-se de um tema delicado, mas urgente, que exige o estímulo ao autocuidado e ao cuidado com o outro. As ações do Setembro Amarelo desenvolvidas pela Superintendência de Saúde da Casa, voltadas para a prevenção ao suicídio e ao adoecimento mental, contam com total apoio da Mesa Diretora. É fundamental que as pessoas que enfrentam algum tipo de angústia e conflitos de ordem emocional compreendam que é importante pedir ajuda para que sejam acolhidas e tenham acompanhamento profissional”, afirmou Porto.

Segundo o primeiro secretário da Casa, deputado Gustavo Gouveia, o Setembro Amarelo é necessário para falar sobre a saúde mental e os sinais que podem ser lidos quando alguém precisa de ajuda. “Por isso, devemos respeitar a dor do outro, escutar e acolher. Nessas situações, agir pode salvar vidas. Seguiremos engajados, não só durante o mês de setembro, mas no restante do ano, em direcionar políticas públicas de combate ao suicídio”, informou Gouveia.

Trabalho e prevenção

Ainda na terça-feira (19), a campanha segue com a palestra “A Importância de um Ambiente de Trabalho Emocionalmente Cuidado”, proferida pela psicóloga e professora Ana Cristina Fonseca, coordenadora geral da graduação da UNIFAFIRE (Centro Universitário Paula Frassinetti). Ela é especialista em psicologia da educação e em psicologia clínica.

O trabalho será direcionado para os superintendentes e chefes de gabinete dos deputados.

Em paralelo à palestra, será realizado um circuito de práticas integrativas com equipes de fonoaudiólogos e fisioterapeutas da Alepe. Trata-se de recursos terapêuticos que buscam a prevenção de doenças e recuperação da saúde. Serão oferecidas sessões de fonoaudiologia, estética e motricidade orofacial; práticas de medicina chinesa como auriculoterapia não invasiva, shiatsuterapia, aromaterapia associada a exercícios respiratórios, entre outras. As sessões acontecerão no hall da Biblioteca da Alepe e serão direcionadas aos servidores da Casa.

Aberto ao público

Na quinta-feira (21), a programação segue com duas palestras. Um dos momentos mais aguardados será a proferida pela suicidologista Fernanda Luma sobre “O Mundo Pede Saúde Mental”. Aberta ao público, a palestra acontece às 10h30 no auditório Sérgio Guerra. Na ocasião, Fernanda Luma lançará o livro ‘Suicídio, O Que Sabemos e o Que Há Para Além do Discurso Hegemônico’.

Assistente social e doutora em saúde mental, Fernanda coordena um grupo que desenvolve ações de promoção de saúde, prevenção do suicídio e acolhimento de enlutados. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), 100% dos casos de mortes provocadas por suicídios estão relacionados a transtornos mentais, principalmente as doenças não diagnosticadas ou tratadas incorretamente

Fechando a programação na quinta-feira (21), haverá a palestra da psicóloga Inês Rocha sobre “A importância de um ambiente de trabalho emocionalmente cuidado”, às 15 horas, no auditório Enio Guerra. Inês é pós-graduada em intervenções psicossociais com grupos em situação de risco e vulnerabilidade social.

*Da assessoria de imprensa

Maria Arraes apresenta projeto de lei para certificar empresas que promovem saúde mental  Em vez do silêncio e do estigma, a empatia e a ação. No contexto do Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção ao suicídio, a deputada federal Maria Arraes (SD-PE) apresentou o Projeto de Lei 4.358/2023, que busca transformar o cenário corporativo brasileiro, incentivando empresas a priorizarem a saúde mental de seus colaboradores.

A iniciativa visa instituir o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, reconhecendo companhias que adotam medidas concretas em prol do bem-estar dos funcionários para promover um ambiente de trabalho mais saudável e integrativo. "O grande propósito deste PL é prevenir o adoecimento do trabalhador e trabalhadora, assim como potencializar ações de inclusão. Um ambiente de trabalho saudável cria um espaço seguro de diálogo, o que se reflete em estabilidade no âmbito pessoal e familiar das pessoas", aponta Maria Arraes.

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O projeto surge em meio a um cenário alarmante. Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 18 milhões de brasileiros sofrem com distúrbios relacionados à ansiedade, sendo que o Brasil detém o terceiro pior índice de saúde mental do mundo entre 64 países, conforme o relatório Estado Mental do Mundo 2022, da Sapiens Labs.

Os critérios para a certificação englobam desde a implementação de programas de promoção da saúde mental, capacitação de lideranças e oferta de recursos de apoio psicológico e psiquiátrico até incentivos ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional e estímulo à alimentação saudável.

Maria Arraes enfatiza o impacto positivo que a valorização da saúde mental pode trazer para o universo empresarial: "Investir nisso não só diminui afastamentos, mas também potencializa a produtividade e o desenvolvimento saudável das atividades profissionais". 

As empresas interessadas passarão por uma avaliação de uma comissão designada pelo Ministério da Saúde. Aquelas que atenderem aos critérios poderão ostentar o certificado em suas comunicações, demonstrando ao mercado e à sociedade seu compromisso com a saúde mental.

*Da assessoria 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, por ano, mais de 700 mil pessoas tirem a própria vida em todo o mundo. Segundo a organização, o número pode chegar a 1 milhão se forem considerados os casos não registrados. No Brasil, são aproximadamente 14 mil suicídios todos os anos — uma média de 38 pessoas por dia. Neste domingo (10), é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Especialistas apontam que a maioria dos casos é relacionada a transtornos mentais, como depressão, e alertam que esses problemas têm se manifestado cada vez mais cedo.

Segundo o psiquiatra Rodrigo Bressan, presidente do Instituto Ame Sua Mente, pesquisas indicam que 75% dos transtornos mentais do adulto começam antes dos 24 anos. No caso dos adolescentes, metade tem início antes dos 14 anos. “A gente acaba vendo o indivíduo que está deprimido com 20, com 30 anos, mas na verdade a doença, a maioria, começou muito mais cedo”, diz.

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Um dos problemas que têm se apresentado cada vez mais cedo é a autolesão. Um estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF), financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), analisou casos de 61 alunos de 10 a 16 anos. Além de mostrar que 83% dos casos parecem ocorrer por causa de conflitos familiares não resolvidos, revelou ainda que a maioria está associada à depressão. “Nós encontramos um índice de correlação 65%”, afirma o doutor em psicologia Antonio Augusto Pinto Junior, coordenador do Estudo sobre a Estruturação do Ego e da Personalidade de Adolescentes que se Automutilam. Ele avalia ser necessário outra pesquisa justamente para compreender melhor essa associação entre a depressão e os quadros de autolesão.

Esse tipo de comportamento, segundo Antonio Augusto, começa a se apresentar cada vez mais cedo, por volta dos 10 anos. Foi o caso de Clara, filha de Gabriela (nome fictício). A jovem começou a apresentar o comportamento por volta dos 10, 11 anos. “Começou a me chamar a atenção o uso de moletom, e foi aí que eu vi que ela estava se automutilando e fiquei muito preocupada . Ela apresentou ainda o comportamento de querer tirar a própria vida, que tudo estava muito difícil para ela, que as pessoas não a entendiam”, conta Gabriela, que encaminhou a filha para atendimento médico. O diagnóstico foi depressão. Hoje Clara tem acompanhamento, está medicada e vive feliz, segundo a mãe.

Assim como Clara, quem se autolesiona costuma cobrir braços e pernas com roupas de mangas compridas como moletons. Mas pode também utilizar outros artifícios, como pulseiras. Foi o caso de uma aluna de uma escola em Santos, em São Paulo, atendida pela psicóloga orientadora Helena Maria Fernandes Martins, que trabalha em unidades de ensino do litoral paulista. O fato foi descoberto por um colega da menina, como conta Helena. “Ela se cortou na sala de aula, debaixo da carteira. Outro aluno viu e veio conversar comigo. A menina usava esse artificio, de ter várias pulseiras no pulso.“ Helena ressalta a importância de alunos e professores terem treinamento em saúde mental para reconhecerem quem precisa de ajuda.

Segundo o estudo da UFF, as partes do corpo escolhidas para a autolesão, na maior parte dos casos, são braços, mãos ou pulsos: 94,1%. Em 88,5% dos casos, são utilizados objetos cortantes, como gilete, apontador e estilete.

Para a psicóloga Karen Scavacini, do Instituto Vita Alere, de prevenção do suicídio, na maioria das vezes, a autolesão é um pedido de ajuda. Segundo ela, existem alguns jovens que vão experimentar esse comportamento por curiosidade, o que também exige atenção. Se isso acontecer repetidamente, o alerta tem que ser ligado.

Nesse casos, diz ela, o jovem pode estar sofrendo bullying, cyberbullying, abuso físico, sexual ou de substância. Karen Scavacini ressalta que o adolescente pode estar ainda com alguma questão psiquiátrica não identificada ou não tratada como alteração de humor, personalidade, alimentar, a própria ansiedade, depressão, ou mesmo questões relativas à sexualidade, vulnerabilidade social e a conflitos familiares.

"O que a gente tem visto é uma baixa tolerância às frustrações. E a autolesão é vista como uma forma de alívio”, explica a psicóloga.

Rodrigo Bressan diz que, quando o sofrimento é muito intenso, pode haver uma relação entre autolesão e suicídio. Normalmente, esses casos estão associados à depressão. “Alguém que está fazendo autolesão está em um sofrimento emocional muito grande. A gente tem que lembrar que  90% dos casos estão associados a um diagnóstico psiquiátrico, em especial a depressão, e o mais importante que a gente tem que tratar o que está por detrás."

Mudança de comportamento, queda no rendimento escolar, isolamento constante, no grupo de amizade, aparecimento de corte, queimadura, machucado, uso de mangas longas mesmo no calor podem ser sinais. 

Papel de pais e professores

Na maioria dos casos, quem diagnostica ou identifica a prática da autolesão é o professor. “Isso sinaliza uma demanda de capacitação, de treinamento, de formação dos professores, entendendo a escola como porta de entrada para a identificação precoce de várias modalidades de sofrimento psíquico na infância e na adolescência”, destaca Antonio Augusto.

Ricardo Oliveira tinha 19 anos quando sobreviveu a duas tentativas de suicídio. Hoje, ele é psicólogo e voluntário na Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata). Ricardo acredita que uma conversa sobre o assunto na juventude poderia ter ajudado. “Com certeza a relação com o tratamento seria diferente, até a visão porque tinha uma visão com preconceito. Eu acho que [se tivesse] alguém explicando e conversando, com certeza, as ações seriam ser diferentes”, diz ele.

Rodrigo Bressan diz que a conversa com o adolescente, em situações como essas, é sempre delicada. Não se pode ter uma postura arrogante, nem com rótulos. Também não se deve dizer que  a pessoa está fazendo algo errado ou que é “maluca”.  Não se pode criar barreiras, mas, sim, mostrar a percepção de um comportamento diferente.

“Você dá a autoria da conversa para o adolescente. Quando ele tem autoria, a chance de ele se abrir para conversar aumenta”. Bressan avalia que “todo o comentário, mesmo que nas entrelinhas, de julgamento afasta o adolescente”.

Para Karen Scavacini, o Setembro Amarelo, mês que marca a campanha de conscientização sobre prevenção ao suicídio, é uma oportunidade para escolas e pais debaterem a questão da saúde mental. De acordo com a psicóloga, pode ser feita uma conversa em torno de um filme ou de uma série. “Caso perceba que esse jovem precisa de ajuda, [o ideal é] oferecer escuta, acolher”, diz.

O apoio psicológico às crianças e aos adolescentes nas escolas é também uma das pautas prioritárias nas ações desenvolvidas pelo Departamento de Saúde Mental, que foi criado nesta gestão do Ministério da Saúde, segundo o psiquiatra Marcelo Kimati, assessor técnico da pasta, que ressalta a expansão da rede de saúde mental no país: “Desobstruindo uma fila que estava obstruída ao longo do último ano no qual nós não tivemos a habilitação de novos serviços para criança e adolescente.”

O Ministério da Saúde ampliou o orçamento da Rede de Atenção Psicossocial com investimento de mais de R$ 200 milhões em 2023. Os recursos destinados a estados e Distrito Federal somam R$ 414 milhões no período de um ano.

Rodrigo Bressan também defende a parceria entre pais e a escola. ”Os professores são um dos agentes que podem contribuir, e muito, para a prevenção dos transtornos. Lógico que em contato com os pais.”

Onde obter ajuda

Para quem precisa de ajuda, o site mapasaudemental.com.br traz um mapeamento de locais, em todo o país, que oferecem atendimento em saúde mental.

O Instituto Ame Sua Mente tem, por exemplo, o projeto Bússola, para auxiliar os professores a lidar com problemas de saúde mental. O Vita Alere também oferece diversas atividades que incluem atendimentos, cursos, consultorias e palestras.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) atende pelo telefone 188 ou no site cvv.org.br.

Em caso de necessidade, também é possível conseguir ajuda em centros de Atenção Psicossocial (CAPs), unidades básicas de Saúde (UBSs), unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atende pelo número 192.

 

 

De acordo com uma pesquisa realizada pela Ticket, com mais de 500 pessoas, mais da metade dos trabalhadores brasileiros, 56%, nunca contou com apoio psicológico ou psiquiátrico. Entre os 44% que já se consultaram com especialistas, 22% o fizeram no último ano, 5% nos últimos 24 meses, 4% recorreram à ajuda nos últimos 36 meses e 13% há mais de três anos.

Nas justificativas para recorrerem ao apoio especializado, 35% disseram não ter certeza se precisam de apoio psicológico, 18% apontam que o plano de saúde não cobre sessão de terapia ou consulta com psiquiatra e outros 18% têm receio de sofrer preconceito no trabalho. Já 30% afirmam não precisar de qualquer apoio.

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Ainda segundo o levantamento, apesar da grande porcentagem de pessoas que nunca recorreram a algum tipo de suporte emocional, quando questionados sobre como têm gerenciado o tempo para promover um equilíbrio físico e mental, 40% mencionaram que procuraram por apoio de um psicólogo ou psiquiatra.

Gastos pessoais e apoio das empresas

O levantamento também revelou que 55% das empresas não oferecem benefícios de saúde mental aos funcionários. Esse fator faz com que 25% dos trabalhadores cheguem a desembolsar até R$ 500,00 em tratamento psicológico.

Ao serem questionados sobre quais benefícios gostariam de receber visando aumentar o bem-estar e a saúde mental, 53% escolheriam os voltados para cuidados com a saúde, como o convênio, e 50% mencionaram as sessões de terapia.

Ao serem perguntados sobre os fatores mais importantes para garantir o bem-estar e a saúde mental no trabalho, a maioria (58%) respondeu o equilíbrio entre vida pessoal e profissional; 48% mencionaram o equilíbrio entre volume de trabalho e salário recebido; 34% disseram a boa relação com colegas de trabalho; e 31% responderam a boa relação com o gestor imediato.

Nesta segunda-feira, 28 de agosto, é comemorado o Dia Nacional dos Bancários, e segundo levantamento feito pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), 57,1% dos afastamentos entre a categoria no ano passado ocorreram em virtude de problemas de saúde comportamental e mental. Há dez anos, essa era a razão de 30% das licenças.  

Na Caixa, 75,4% dos afastamentos foram motivados por doenças mentais no ano passado, segundo a Fenae. Em relação às cobranças para as metas, 68% das pessoas afirmaram ter preocupação constante com o trabalho e 61% possuem fadiga e cansaço. No total, 52% pontuaram estarem desanimados e sem vontade de ir ao trabalho, 46% têm crises de ansiedade e pânico, e 42% estão com problemas para dormir até nos fins de semana.

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“Eu fiquei trabalhando como bancário durante anos na minha carreira e isso estava me gerando ansiedade. Depois de algumas semanas, quando descobri o diagnóstico, me afastei do trabalho e comecei a fazer algo que realmente gosto, que é cuidar da minha filha”, conta o ex-bancário da Caixa, Antônio Carlos. 

O número de funcionários afastados da Caixa Econômica Federal por acidente em 2022 foi o maior já registrado desde 2012, aponta também um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a pedido da Fenae. A entidade destaca que os episódios na Caixa ultrapassaram até mesmo o índice de adoecimento mental em toda a categoria bancária no ano passado, segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Segue para a Câmara dos Deputados o projeto de lei que estende a todos os motoristas a exigência de avaliação psicológica para renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). De autoria do senador Davi Alcolumbre (União-AP), a matéria recebeu parecer favorável do relator, senador Fabiano Contarato (PT-ES).  

O PLS 98/2015 altera o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503, de 1997) e torna a avaliação psicológica obrigatória em todas as vezes que a habilitação for renovada. Atualmente, a avaliação é realizada apenas quando a pessoa tenta obter a primeira CNH. Somente motoristas que usam o veículo para atividades remuneradas passam pelo teste mais de uma vez, durante as renovações da carteira.

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Para justitificar a aprovação do texto, Davi Alcolumbre afirmou que muitas doenças psicológicas podem comprometer a ação dos motoristas. Ele acredita que o quadro mental de um candidato à primeira habilitação — de quem sempre é exigido o teste psicológico — também pode mudar até a data da renovação da carteira. 

O relator, que já foi delegado na Delegacia de Delitos de Trânsito do Estado do Espírito Santo, reconheceu a importância da matéria para se somar a outras ações na busca de melhorar as condições de segurança no trânsito, sejam educativas ou punitivas, evitando perdas de vidas ao volante.  

— O que nós estamos fazendo é porque, hoje, como a legislação está, o exame psicológico é vitalício. Você faz a habilitação não faz mais o exame, a avaliação psicológica. E nós temos aqui uma realidade, no caótico sistema do trânsito brasileiro, de ansiedade, depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, transtornos relacionados ao uso de substâncias psicoativas; nós temos estresse pós-traumático, transtorno obsessivo-depressivo. Então, nós estamos aqui efetivamente falando que esse projeto é de suma importância para exigir essa avaliação psicológica apenas quando for renovar — disse Contarato. 

Dados apresentados por Contarato revelam que o Brasil vivenciou uma diminuição de 30% das mortes no trânsito entre 2011 e 2020. Apesar disso, os acidentes ainda matam mais de 33 mil pessoas por ano no país.

Prevenção 

A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), vítima de um grave acidente de trânsito que a deixou tetraplégica, elogiou o projeto. Para ela, a inciativa vai ajudar a diminuir o alto número de mortes que poderiam ser evitadas, além de prevenir inúmeras sequelas ocasionadas por acidentes provocados por motoristas sem as condições necessárias para assumir o volante.

— O meu acidente foi fruto de violência. O motorista, que era meu namorado, andava muito violento, ele estava bêbado, além de tudo, o que já era uma constância, ele acelerava o carro, para me deixar irritada. Ele acelerou o carro na Serra de Taubaté, que quem conhece sabe que é uma serra horrorosa, e a gente caiu 15 metros de altura. Ele não teve um arranhão, e eu fiquei paralisada, sem falar, sem respirar e sem me mexer.

Violência no trânsito

A senadora também apresentou dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), de 2020, de acordo com os quais, por hora, 20 pessoas deram entrada nos hospitais da rede pública de saúde com ferimentos gravíssimos decorrentes de acidentes de trânsito. Ainda de acordo com o CFM, nos últimos 10 anos, os acidentes deixaram mais de 1,6 milhão de brasileiros feridos, com sequelas irreversíveis, como a minha, a um custo de mais de R$ 3 bilhões para o Sistema Único de Saúde (SUS). 

Entre as vítimas, salientou a senadora, 60% tem idade entre 15 e 39 anos, que é a idade em que as pessoas estão mais produtivas para o mercado de trabalho. 

Fonte: Agência Senado

Ricky Rubio anunciou nesse sábado que vai dar uma pausa em sua carreira profissional de basquete. Campeão mundial com a Espanha em 2019, o armador de 32 anos está atualmente no Cleveland Cavaliers, da NBA.

"Decidi parar minha atividade profissional para cuidar da minha saúde mental. Quero agradecer todo o apoio que recebi da FEB (Federação Espanhola de Basquete) por entender minha situação. Hoje #LaFamilia tem mais sentido que nunca. Obrigado. Peço que respeitem minha privacidade. Darei mais informações quando for o momento", escreveu o jogador, que estava convocado para defender o seu país no Mundial, que começa dia 25 de agosto.

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Rubio despontou no basquete mundial quando defendeu o Barcelona, de 2009 a 2011. Depois, foi para o Minnesota Timberwolves. Na NBA defendeu também o Utah Jazz e o Phoenix Suns. Além do Mundial, o espanhol tem na carreira duas medalhas olímpicas: prata (Pequim-2008) e bronze (Rio-2016).

O jogador recebeu bastante mensagens de apoio. "A comunidade do basquete está com você, Ricky Rubio", escreveu a Federação Internacional de Basquete (FIBA). Amigo e ex-companheiro de seleção, Pau Gasol também escreveu ao jogador. "Sempre em sua equipe, Ricky. Estamos todos contigo." Os jogadores José Manuel Calderón e Willy Hernangómez também se solidarizaram.

Nos últimos anos vem crescendo o número de atletas de ponta que dão uma pausa na carreira por conta de saúde mental. Entre eles estão o surfista brasileiro Gabriel Medina, a ginasta americana Simone Biles e a tenista japonesa Naomi Osaka.

Um índice inédito, que vai medir a saúde mental dos brasileiros, identificou, em sua primeira edição, lançada nesta sexta-feira (4), que a sanidade mental é mais atingida em mulheres, pessoas trans, jovens e entre os desempregados. “Esses foram alguns dos destaques dos indicadores associados com taxas demográficas e hábitos de vida”, disse à Agência Brasil a gerente executiva do Instituto Cactus, Luciana Barrancos.

O Índice Instituto Cactus - Atlas de Saúde Mental (iCASM) investiga diferentes aspectos, hábitos e situações que refletem a saúde mental dos brasileiros pelos lados positivo e negativo. Os fatores que apresentaram maior associação com a saúde mental dos entrevistados foram gênero, orientação sexual, renda, situação profissional, relações familiares e prática de esportes.

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Foram realizadas pesquisas, com base em questionários usados internacionalmente, com 2.248 pessoas, de 746 municípios de todas as regiões do país, nos meses de janeiro e fevereiro deste ano. Luciana Barrancos explicou que o 1º iCASM vale para o primeiro semestre deste ano. Em setembro e outubro, o Instituto Cactus fará coleta de informações referentes ao segundo semestre do ano, visando a divulgação das respostas em dezembro.

“A ideia é que o índice se repita semestralmente, para a gente ter essa série histórica da saúde mental e poder, de fato, comparar ao longo do tempo, acompanhar a evolução e, também entre os grupos, como se manifestam essas diferenças”. O intuito do Instituto Cactus é que o índice sirva como referência de dados sobre saúde mental para a sociedade como um todo, gestores públicos, pesquisadores, e para a formulação de políticas públicas.

Módulos

O iCASM é uma ferramenta que mede de zero a mil pontos. Nesta primeira edição, ele ficou em 635 pontos. As respostas foram divididas em três áreas: confiança, foco e vitalidade. Elas consideram confiança como autoestima e autoconfiança sobre o papel da pessoa na sociedade; foco como a habilidade de relacionamento com seu entorno de forma produtiva para tomar decisões e realizar atividades do dia a dia; e vitalidade englobando disposição e capacidade para superar desafios. “Com base nisso, a gente criou esse indicador que é um parâmetro que vai de zero a mil”, explicou a gerente executiva. O indicador para confiança atingiu 733 pontos, enquanto os de vitalidade e foco obtiveram, respectivamente, 637 e 535 pontos.

A pesquisa foi composta por um módulo fixo e um módulo variável. O módulo fixo se baseia em dois questionários internacionalmente validados, que são o Questionário de Saúde Geral (QSG-12, ou GHQ-12, do inglês General Health Questionnaire’) e o Teste Online de Depressão PHQ-9 (Patient Health Questionnaire-9). Já o módulo variável terá o tema substituído a cada coleta. A ideia é conseguir investigar e aprofundar questões de interesse. Para o primeiro iCASM, o tema escolhido para o módulo variável foram o uso e acesso a serviço mental no Brasil.

“Nesse tema, a gente conseguiu ver que somente 5% dos brasileiros fazem psicoterapia, o que representa um terço dos que relataram fazer uso de medicação. Outros 62,5% disseram não fazer uso de serviços de apoio à saúde mental, enquanto 20,9% utilizam serviços privados e 16,6% usam serviços públicos”. Por outro lado, 41% disseram estar insatisfeitos com serviços de saúde de modo geral, contra 30% que se declararam satisfeitos ou muito satisfeitos.

Parcela de 16,6% da população relatou tomar medicação de uso contínuo para problemas emocionais, comportamentais ou relacionados ao uso de substâncias, sendo que a grande maioria (77%) vem fazendo uso desses remédios há mais de um ano. Além do tratamento médico ou psicológico, 11,9% da população afirmaram fazer algum outro tipo de terapia, como, por exemplo, meditação, ioga, fitoterapia, massagem.

Finanças e gênero

Segundo expôs Luciana Barrancos, a condição financeira é motivo de grande inquietude para os brasileiros. Nove em cada dez consultados relataram ter se preocupado com essa questão muitas vezes ao longo das duas últimas semanas. Os que se preocuparam três vezes ou mais somaram 58% dos respondentes, contra 30% que se preocuparam uma ou duas vezes, e 12% que não se preocuparam nenhuma vez.

Entre as pessoas desempregadas, o índice foi de 494 pontos, 186 pontos abaixo dos assalariados (680) e 141 pontos abaixo da média populacional. Em termos de renda, as pessoas com menor renda, de até R$ 2 mil, marcaram 576 pontos, contra 737 pontos daquelas com renda acima de R$ 10 mil.

Um relação a gênero e identidade de gênero, o iCASM revela que as mulheres e as pessoas trans detêm as pontuações mais baixas. As mulheres obtiveram iCASM de 600 pontos, 72 pontos abaixo do iCASM para homens (672 pontos) e 35 pontos abaixo da média populacional. Para a população trans, o iCASM foi de 445, 193 pontos abaixo dos Cisgêneros (638) e 190 pontos abaixo da média populacional. Aqueles que se declararam heterossexuais atingiram 665 pontos, contra 576 pontos do grupo que se identifica como homossexual. Para os bissexuais, a média foi de 488 pontos.

O iCASM aponta que os mais jovens, entre 16 e 24 anos de idade, apresentam a pontuação mais baixa de sanidade mental: 534 pontos, enquanto nos mais velhos, de 60 a 100 anos, a pontuação é mais elevada: 757 pontos.

Relações sociais

O Instituto Cactus apurou também o que acontece em relações sociais, envolvendo encontros com amigos e brigas com familiares. “Foram perguntas que revelaram resultados importantes”, disse a gerente executiva. Os entrevistados que não relataram brigas com familiares nas últimas duas semanas apresentaram iCASM de 715 pontos, contra 370 entre aqueles que reportaram três ou mais episódios de brigas nesse período. Sobre encontros com amigos, a pesquisa indicou que aqueles que se encontraram com amigos três ou mais vezes nas últimas duas semanas alcançaram iCASM de 734 pontos. Já entre aqueles que não tiveram encontros com amigos em igual período, o iCASM foi de 508 pontos.

Luciana destacou também questões de autoestima, que tiveram resultados mais baixos, quando as perguntas abordavam se a pessoa se sentia feia e pouco atraente: o iCASM foi de 384 pontos, contra 776 para aqueles que não tinham esse sentimento. Entre os que se julgavam pouco inteligentes, o iCASM ficou em 326 pontos, contra 752 daqueles que não tinham essa preocupação. Entre os consultados que reportaram ter sofrido bullying três vezes ou mais nas últimas semanas, o indicador alcançou 486 pontos, contra 659 para aqueles que não relataram nenhum episódio.

O Instituto Cactus constatou também que a prática de esportes está associada a um índice de saúde mental mais alto. O iCASM de quem se exercita três ou mais vezes na semana atingiu 722, enquanto o grupo que não pratica atividade física teve índice de 580.

Do total de entrevistados, 68% relataram se sentir cansados ou com pouca energia para fazer as atividades diárias, abrangendo 58% das mulheres e 69% das pessoas trans. “Também é um número bem relevante que chama a atenção”, comentou Luciana. Outros 54% afirmaram sentir pouco prazer ou interesse em fazer as coisas no cotidiano. Já 49% afirmaram não se sentir deprimidos, ao passo que 51% responderam de forma afirmativa.

Quinze por cento dos brasileiros revelaram ter consumido álcool três vezes ou mais nas últimas duas semanas, sendo que 40% dos entrevistados confessaram ter sentido necessidade de reduzir o consumo de bebidas alcoólicas ou mesmo parar de beber; já 16% consumiram cigarros no mesmo período.

O iCASM é uma iniciativa do Instituto Cactus, entidade filantrópica de direitos humanos que se dedica à promoção da saúde mental no Brasil, em parceria com a AtlasIntel, empresa especializada em pesquisas e inteligência. O estudo contou com a supervisão de um comitê científico independente e a aprovação de um comitê de ética.

Os principais problemas de saúde mental de jovens têm origem na pobreza, na violência e nas normas de gênero, revela estudo que ouviu adolescentes no Brasil, na Índia e no Quênia. A pesquisa foi feita pela organização não governamental (ONG) Plan International, que defende os direitos das crianças e a igualdade para as meninas.

O estudo destacou alguns dos motivos das preocupações com a saúde mental de adolescentes e possíveis soluções, além da relação entre saúde mental e doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). 

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“O dado mais relevante da pesquisa é que os fatores externos que afetam a saúde mental e o bem-estar de jovens estão significativamente relacionados ao gênero. Jovens de ambos os sexos ouvidos pela pesquisa afirmam que meninas são particularmente afetadas pelo baixo status na sociedade, pela falta de autonomia e pelo risco de sofrer violência baseada em gênero. A pressão e as expectativas relacionadas aos meninos também são fontes de sofrimento quando eles não correspondem ao padrão esperado da sociedade”, diz a coordenadora do Programa Adolescente Saudável na Plan International Brasil, Angélica Duarte. 

O Estudo sobre Saúde Mental e Bem-estar de Adolescentes ouviu 67 adolescentes em grupos focais, sendo 19 no Brasil, 25 na Índia e 23 no Quênia. Entre os jovens de 10 a 19 anos, 15 foram selecionados para fazer entrevistas em profundidade. A pesquisa é parte do Programa Adolescente Saudável, uma iniciativa de investimento comunitário global da AstraZeneca desenvolvida em parceria com a Plan International. 

Jovens que responderam à pesquisa disseram que os principais fatores que levam ao sofrimento emocional são externos, causados pelo ambiente em que vivem. Entre os causadores de estresse estão a pobreza, a violência física e/ou sexual e as normas de gênero, que impedem as meninas de alcançar suas aspirações, e os meninos, de expressar emoções ou buscar apoio.

Entre as meninas, as restrições enfrentadas pela falta dificuldade de gerenciar o período menstrual, sobretudo pela falta de acesso a produtos para esse ciclo, também contribuem para que elas se sintam isoladas e deprimidas. 

“Com os meninos, há uma demanda para serem ‘machos’. Desde que são crianças, há essa exigência. Apesar de eu ainda ser criança e ser normal ter a voz fina, as pessoas diziam: ‘engrosse essa voz, fale como um homem! Seja homem’. Eles estimulam os meninos assim. Os meninos não podem chorar ou expressar emoções. E isso afeta sua vida adulta. Eu vi pesquisas que dizem que uma grande porcentagem de homens têm dificuldade para expressar suas emoções”, diz um dos brasileiros ouvidos na pesquisa.

Segundo Angélica Duarte, apesar das diferenças entre os países, todos os entrevistados disseram que questões externas como pobreza e violência baseada em gênero têm forte impacto na saúde mental e no bem-estar dos jovens. “Ainda que as violências e desigualdades se manifestem de maneiras diferentes em cada país e cultura, estes são fatores externos que desempenham papel significativo na saúde mental dos jovens.” 

Apoio

A pesquisa também apontou que os jovens não conseguem alcançar uma saúde mental positiva sem o apoio dos adultos que são importantes em sua vida. O estudo destaca que jovens adolescentes não sentem que têm os recursos necessários para lidar com problemas de saúde mental por conta própria. Dependendo do contexto, o apoio vem de pessoas importantes, como mães, pais e professores, além de líderes comunitários.

Um dos participantes da pesquisa lamentou a falta de diálogo em casa. “É difícil. Você pode até sentir vontade de falar, mas os jovens não querem falar. Dizem que você é ‘maricas’, se quiser conversar. Não tenho com quem conversar, apenas um amigo, que uma vez impediu que eu me matasse. Eu não falo muito com meus pais, porque eles não aceitam muito. Então, eu não falo nada, para a gente não brigar”, afirma outro menino participante. 

“Muitos jovens falaram sobre a falta de adultos confiáveis para compartilhar problemas, destacando que muitos são incapazes de ouvir sem recorrer ao julgamento ou à violência” ressalta a coordenadora do Programa Adolescente Saudável.

“Pais e responsáveis têm papel fundamental na criação de um ambiente seguro para que os jovens possam expressar sentimentos, problemas e inquietações sem se sentirem julgados ou ameaçados. Familiares também podem procurar apoio em serviços de saúde e orientar os próprios jovens a usar esses recursos, mas estabelecer um espaço de diálogo e acolhimento familiar é igualmente importante na promoção do bem-estar dos jovens”, afirma Angélica.

Álcool e drogas

A pesquisa revela que comportamentos de risco para as DCNTs, como tabagismo, uso excessivo de álcool, sedentarismo e alimentação pouco saudável, são estratégias para controlar o estresse, a ansiedade, a depressão, a insatisfação e o tédio. Para os adolescentes que responderam à pesquisa, tais comportamentos levam a uma espiral emocional descendente da qual é difícil sair. “Eles fazem isso para desviar a tristeza para outras coisas. Acham que vai ajudar”, disse um dos participantes.

As normas de gênero também impactam a saúde mental de adolescentes, revelou a pesquisa. Na prática, as meninas têm menos liberdade para fazer o que querem e os meninos não compartilham seus sentimentos, nem buscam ajuda de outros jovens, parentes e profissionais. Há ainda o medo de que uma fraqueza compartilhada com outras pessoas possa ser usada como arma contra eles. 

“O estudo mostrou que adolescentes do Brasil classificam a saúde mental positiva como sendo a sensação de se ‘sentirem leves’ e a saúde mental precária, como os momentos ‘em que a pessoa não está se sentindo equilibrada ou quando não consegue lidar com os problemas da vida’. Assim, reconhecem que as pessoas têm problemas diferentes e a forma como lidam com eles lhes trará uma qualidade de vida melhor ou pior”, afirma Angélica.

Adolescente Saudável

Para abordar a saúde mental e a saúde em geral de jovens, desde 2010, o Programa Adolescente Saudável já treinou mais de mil educadores pares no Brasil, divulgando informações de saúde sobre a prevenção de DCNTs e fatores de risco. 

Os educadores pares treinados multiplicaram seus conhecimentos para mais de 130 mil jovens com informações de saúde, contribuindo para mudanças comportamentais sustentáveis. O programa também alcançou mais de 4 milhões de jovens por meio de conteúdos em redes sociais e campanhas de conscientização.

O Programa Adolescente Saudável (chamado de PAS no Brasil e de YHP no resto do mundo) é uma iniciativa de investimento comunitário global desenvolvida em ambientes urbanos com foco em jovens de 10 a 24 anos na prevenção das DCNTs mais comuns: câncer, diabetes, doenças cardíacas e respiratórias e saúde mental.

Executado em parceria pela Plan International e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) com base em pesquisas da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, o programa combina ações de âmbito local, pesquisa e advocacy direcionadas aos fatores de risco, como tabagismo, uso nocivo do álcool, sedentarismo, dietas pouco saudáveis e exposição à poluição do ar, que podem levar a DCNTs na vida adulta.

Desde 2010, a Plan International implementa o PAS no Brasil, na Colômbia, no Egito, na Índia, na Indonésia, em Mianmar, no Quênia, no Reino Unido, na Tailândia, no Vietnã e na Zâmbia. 

Recomendações

Com base nos problemas citados, a pesquisa da Plan International Brasil diz o que os jovens precisam fazer para melhorar a saúde mental: 

. Buscar e receber o apoio necessário, sem estigma e sem vergonha. Os problemas emocionais são comuns e muito debilitantes. 

· Promover discussões abertas sobre saúde mental e bem-estar nas famílias, escolas, instituições religiosas e outros lugares onde jovens se reúnem. 

· Acesso a serviços de apoio, que precisam incluir uma ampla gama de serviços, como planejamento familiar ou tratamento de acne.

  · Proporcionar aos jovens formas saudáveis de lidar com o estresse, como a zumba, para que assim possam fazer mais exercícios, se divertir e fugir do tédio e da tristeza, diz uma das participantes do estudo. 

· Reconhecer que a adolescência e a fase de crescimento são momentos muito estressantes para jovens.

Vivemos dias estranhos, nebulosos. De uma hora para outra, uma enxurrada de notícias sobre ataques a escolas e creches, em vários locais do país, nos impacta e a principal pergunta é: o que leva a esses atos? É certo que hipóteses existem aos montes, mas respostas definitivas ainda não há. O que cabe aqui é questionar: será que isso tudo começou “de uma hora para outra” mesmo?

Os casos recorrentes de violência ou ameaça tem alarmado estudantes, professores e familiares. Soube que já há centros educacionais em que os próprios alunos, muitos deles ainda pré-adolescentes, já estão pesquisando e compartilhando entre si informações sobre como se proteger de um ataque. Chega a ser surreal saber que crianças estão preocupadas com a própria segurança dentro da escola, quando deveriam atentar apenas aos estudos e ao lazer na hora do recreio. O que está acontecendo de errado?

Quero aqui focar na questão da saúde mental. É possível dizer que quase todos os casos de ataques têm alguma origem em um problema de saúde mental, direta ou indiretamente. E que fique claro: dizer que alguém tem problemas mentais não exime ou atenua a violência. É preciso punir severamente quem atenta contra a vida de pessoas inocentes, especialmente crianças. No entanto, apenas o trabalho de repressão não é suficiente. É preciso atuar na prevenção, e é aí que o cuidado com a mente se faz mais importante.

No ambiente escolar, o bullying é sabidamente presente, e gestores e professores, muitas vezes, parecem ignorar as agressões. No entanto, são as pequenas “brincadeiras inocentes” que podem desencadear problemas graves e acabar em tragédia. Desta forma, faz-se necessária maior atenção aos estudantes e seu convívio nos colégios. Há pequenas violências que vão, aos poucos, causando efeitos nocivos em quem as sofre, que podem transbordar na forma das ações que temos visto. Mais do que isso, é preciso também ter atenção à saúde mental dos adultos, para que estes também não realizem atos extremos. E, claro, o reforço na segurança em locais potencialmente ameaçados é imprescindível.

Os atentados em escolas não podem ser reduzidos apenas a problemas de mentalidade, mas creio que parte deles poderiam ser evitados se cuidássemos mais da mente. Ainda há um longo caminho a se caminhar para que o respeito e o cuidado sejam mais presentes na sociedade. Por ora, fiquemos vigilantes.

Antes mesmo da caipirinha, a bebida que levava a fama do Brasil pelo mundo era o café. Importante no processo de construção do país e, por anos, principal produto de exportação, a bebida coleciona amantes e é amplamente consumida por todas as camadas sociais. Entretanto, costuma trazer problemas de saúde e pode causar dependência para quem exagerar. 

O dia 14 de abril marca o Dia Mundial do Café e exalta esse fruto que carrega as sementes usadas para a infusão. Por outro lado, a data também serve como conscientização sobre o consumo da sua principal substância, a cafeína.  

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"A cafeína é a substância psicoativa mais consumida no mundo. Ela age diretamente na química cerebral, alterando sensações, estado de emoção, estado de vigília e de consciência", descreveu a psiquiatra e médica do sono Aline Borges. 

Insônia e transtornos mentais

Quem abusa das xícaras ao longo do dia tem mais chances de sofrer com sensações de taquicardia, irritabilidade e sudorese, considerados fatores que podem piorar sintomas pré-existentes de quadros de ansiedade, depressão, bipolaridade, paranoia e pânico.  

Contudo, a psiquiatra ressalta que não podemos traçar uma relação de causa e efeito entre transtornos e a bebida, já que a saúde mental se baseia em um quesito multifatorial, associado a questões genéticas, hábitos de vida, consumo de cigarro, sedentarismo, situação social e outros. 

Por ser um estimulante, a cafeína impacta diretamente na qualidade do sono. "A insônia por si é uma importante causa de descompensação dos quadros mentais", pontuou Aline. Ela também está presente em energéticos, refrigerantes de cola e em chocolates, mas em menor concentração. 

Com atuação média de 4h a 6h no organismo, a médica orienta que a bebida seja evitada após às 16h ou que seja substituída pela opção descafeinada. Ao longo do dia, a recomendação é consumir 400ml, equivalente a cerca de quatro xícaras, a depender do tipo do café. "O expresso tem mais concentração", adverte. 

Potencial viciante

Conforme o corpo se acostuma com a quantidade ingerida, ele passa a depender de mais doses. Aline explicou que a cafeína age diretamente na inibição da adenosina, responsável pela sensação de fadiga. No entanto, o bloqueio de seus receptores causado pela cafeína é limitado e, em determinado momento, o corpo começa a produzir mais adenosina e acaba exigindo uma dose maior de café para continuar em alerta. 

Essa exigência do organismo significa que é hora de ficar atento, pois as propriedades da cafeína podem levar ao vício. "Quando o paciente está adaptado a tomar em horários específicos, quando ele não consome, ele vai perceber dor de cabeça e um aumento da irritabilidade e da fadiga. Isso por si é um indicativo de que a pessoa já está desenvolvendo uma dependência", afirmou a psiquiatra, que traz outros comentários sobre a temática no perfil @psiquiatria_sem_preconceito. 

Os sintomas mais severos dessa abstinência tendem a aparecer em torno de 12h à 24h do último consumo. Nos dias seguintes, geralmente eles se arrefecem, mas as dores de cabeça podem persistir e podem ser controladas com analgésico, complementou a médica. 

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