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A força-tarefa contra o Aedes aegypti ganha reforço no Recife. A partir desta segunda-feira (6), 200 soldados do Exército ajudarão os agentes de saúde ambiental e controle de endemias (asaces). O mosquito transmite dengue, chikungunya e o zika vírus.

Segundo a Prefeitura do Recife, o serviço deve durar 180 dias; nesse período a expectativa é que sejam visitados cerca de 420 mil imóveis de oito bairros. Os soldados vão trabalhar das 8h às 17h, de segunda-feira a domingo. 

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Nesta primeira semana, os soldados circularão simultaneamente por ruas dos bairros de Santo Amaro, Campo Grande, Alto do Mandu, Iputinga, Areias, Pina, Alto José Bonifácio e Cohab – um por Distrito Sanitário.

Com informações da assessoria

Uma imagem que circula nas redes sociais deixou internautas preocupados sobre que água estão consumindo quando compram o produto com vendedores ambulantes na avenida Agamenon Magalhães. A foto, cujo autor não é identificado, mostra um homem envazando garrafas de água mineral com um outro líquido retirado de um balde com uma lata amassada. Não há como saber quando a imagem foi capturada, mas serve de alerta para motoristas e passageiros que trafegam pela via.

Em conversa com o Portal LeiaJá, a Gerente de Vigilância Sanitária, da Secretaria de Saúde do Recife, Adeílza Ferraz, se mostrou espantada com a atitude. "Que absurdo. Isto é um crime contra a saúde pública. Quem flagrar alguém fazendo isso, pode inclusive acionar a polícia para que prenda o criminoso", afirmou.

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Apesar de não ter a real noção de quando a foto foi tirada, Ferraz disse que pretende ampliar a fiscalização na área nos próximos dias. "Temos equipes de plantão e vamos pedir para que passem pela Agamenon para verificar se isto está sendo feito, para tomar as devidas providências", garantiu.

O Brasil ainda tem 44,3% das crianças e adolescentes até 14 anos de idade crescendo em residências sem esgotamento sanitário ou fossa séptica. Ou seja, quase metade das crianças brasileiras nessa faixa etária vive em condição de maior exposição ao risco de doenças, segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2015 divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira, 4.

O abastecimento de água de rede não chega a 18% das crianças de 0 a 14 anos, enquanto a coleta de lixo ainda não atende a 13,6% delas. O total de crianças e adolescentes dessa idade que vivem sob as três formas de saneamento inadequado simultaneamente - sem esgoto, sem água nem coleta de lixo - é de 9,6%, segundo os dados apurados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2014.

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De acordo com o IBGE, quando as três formas de saneamento (água, esgoto e lixo) são inadequadas no domicílio, há maior exposição dos moradores ao risco de doenças, especialmente as crianças. "Ainda há uma quantidade bastante alta de crianças exportas a essas condições inadequadas no domicílio", disse Cintia Simões Agostinho, pesquisadora da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.

Em relação ao ano anterior, houve ligeiro avanço nas condições de saneamento no total do País. Mas alguns Estados registraram piora. No Maranhão, a proporção de crianças dessa idade em domicílios sem esgoto sanitário passou de 91,2% em 2013 para 92,3% em 2014.

Outros Estados com alta incidência de crianças vivendo sob essas condições foram Piauí (93,8%), Pará (91,3%) e Amapá (89,6%). São Paulo registrou a menor ocorrência de crianças nessas condições, mas houve aumento significativo no período de um ano: a fatia de 7,6% de crianças de 0 a 14 anos sem esgoto em 2013 subiu para 10,0% em 2014.

Segundo a pesquisa, o Brasil tinha ainda 1,8 milhão de domicílios particulares sem banheiro ou sanitário de uso exclusivo em 2014: 634 mil em áreas urbanas e 1,2 milhão em áreas rurais. Os Estados com menor proporção de residências com banheiro de uso exclusivo foram Acre (82,7%), Maranhão (83,6%) e Piauí (85,8%).

As doenças relacionadas à alimentação provocam a cada ano a morte de 420.000 pessoas, incluindo muitas crianças com menos de 5 anos, e afetam cerca de 600 milhões de pessoas, segundo um relatório da OMS publicado nesta quinta-feira.

Um em cada 10 afetados ficou doente por ter consumido alimentos contaminados por bactérias, vírus, parasitas, toxinas ou produtos químicos, segundo o informe, o primeiro da Organização Mundial da Saúde sobre esta questão.

"Até agora, lutávamos contra um inimigo invisível, um fantasma invisível", declarou Kazuaki Miyagishima, diretor do Departamento de Segurança Alimentar da OMS, que também trata de zoonoses (doenças e infecções que são transmitidas dos animais ao homem) e doenças relacionadas com a alimentação.

Cerca de 30% das mortes por essas doenças são crianças menores de cinco anos, um percentual significativo, considerando que representam apenas 9% da população mundial. A OMS estima que os seus dados são uma estimativa "prudente", resultado de 10 anos de pesquisa.

A África e o sudeste asiático são as regiões mais afetadas, com a maior taxa de mortalidade no mundo: 320.000 mortes anuais registradas em comparação com 5.000 na Europa e 9.000 na América.

"Até agora, as estimativas sobre este problema eram vagas e imprecisas, e escondiam o custo humano real de alimentos contaminados. O relatório põe as coisas no lugar", afirmou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.

"Estas doenças afetam pessoas em todo o mundo, em particular as crianças com menos de cinco anos e as populações de regiões de baixa renda", disse Migayishima. As doenças diarreicas são responsáveis ​​por mais da metade do total, atingindo 550 milhões de pessoas e causando 230.000 mortes por ano (96 mil delas crianças), indicou a OMS.

A diarreia geralmente é causada pela ingestão de carne crua ou mal cozida, ovos ou produtos lácteos ou frescos contaminados.

Se não bastassem os efeitos da terrível seca, a maior dos últimos 50 anos, que se prolonga há quatro anos, provocando um rastro de destruição e uma crise hídrica sem precedentes no Nordeste, as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti estão levando medo, apreensão e até desespero nos rincões sertanejos.

Tudo porque a estrutura de saúde dos hospitais regionais é muito precária. Em Arcoverde, imagens geradas pela TV-Globo, ontem, mostraram um cenário de horror, com homens, mulheres e crianças sendo atendidas no meio da rua, no pátio do hospital e muitas delas deitadas no chão, por falta de leitos.

O drama não está restrito ao hospital de Arcoverde, que já vem há muito sendo apontado como um dos mais precários. Limoeiro, no Agreste Setentrional, a situação é muito mais grave. Ali, não há nem ambulâncias para transportar doentes, que chegam nas emergências levadas em unidades de propriedades de políticos, a maioria vereadores.

Em Santa Cruz do Capibaribe também está instalado o caos. Notícias que chegam de lá é que o hospital regional está lotado de doentes com dengue, chikungunya e até portadores do vírus Zika, responsável pelos casos de microcefalia, que acendeu a luz vermelha, deixou o Governo Federal em pânico e os Estados sem condições de enfrentar uma possível endemia.

Levantamento do Ministério da Saúde aponta a ocorrência de 1.248 casos de microcefalia notificados em 311 municípios de 14 Estados. Até ontem, Pernambuco registrava o maior número de casos (646), sendo o primeiro a identificar o aumento de diagnóstico de microcefalia na região.

Em seguida aparecem os Estados da Paraíba (248), Rio Grande do Norte (79), Sergipe (77), Alagoas (59), Bahia (37), Piauí (36), Ceará (25), Rio de Janeiro (13), Tocantins (12), Maranhão (12), Goiás (2), Mato Grosso do Sul (1) e Distrito Federal (1). A doença não é, entretanto, exclusividade do Brasil nem dos Estados mais pobres no Norte e Nordeste.

Depois de o Brasil confirmar a relação entre o zika e o surto de microcefalia e da Polinésia Francesa divulgar uma suspeita de 17 casos de microcefalia provocados pelo vírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) emitiram alerta informando que nove países americanos já confirmaram casos autóctones – circulação interna – da doença.

Além do Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Paraguai, Suriname e Venezuela têm casos registrados. As notificações colombianas são de outubro. Outros seis países registraram casos em novembro. O comunicado da Opas e da OMS pede que seja estabelecido um diagnóstico da doença e que essas unidades federativas preparem a rede de assistência para um aumento no número de casos, com reforço no atendimento pré-natal e neurológico. Isso inclui o monitoramento de como o vírus tem se espalhado para outras regiões e identificando os fatores de risco associados ao zika.

O documento mostra dados de 2000 e 2010 para evidenciar que, no Brasil, os casos de microcefalia cresceram 20 vezes. E também reconhece, pela primeira vez, a conexão entre o zika e a microcefalia, mencionando inclusive os resultados laboratoriais do Instituto Evandro Chagas, ligado ao Ministério da Saúde.

Em entrevista à BBC Brasil, o diretor do departamento de doenças comunicáveis da Organização Pan-Americana de Saúde, Marcos Espinal, afirmou ainda que não dá para se ter a real dimensão da epidemia. As organizações internacionais pedem, ainda, que as grávidas se previnam para um eventual contato com o mosquito Aedes aegypti.

GOVERNO CULPADO- O presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arbovirose, Artur Timerman, alerta que os órgãos federais demoraram a agir contra o surto atual de microcefalia. Os números são alarmantes. Em Natal (RN), três bebês por dia são diagnosticados. Pesquisadores avaliam a hipótese de que a ação do vírus ocorre até o terceiro mês de gestação, período de formação sistema nervoso do feto. Fragmentos do vírus já foram encontrados no líquido amniótico de dois fetos com microcefalia.

Ministro cara-de-pau– O Ministério da Saúde também é apontado como o principal responsável pelo crescimento dos casos de dengue, chikungunya e zika no País, especialmente no Nordeste pelo fato de atrasar em seis meses a remessa dos valores para compra do larvicida que combate as larvas do mosquito e reduzir em mais de 50% dos agentes de combate às endemias, transferindo a responsabilidade aos municípios. Forçado a falar sobre o assunto na sua passagem por Gravatá, segunda-feira passado, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, reconheceu a falha e disse que houve um problema de logística. É muita cara-de-pau!

Fechando o cerco – Tribunais de contas de todo o Brasil assinaram termo de cooperação para aperfeiçoar a fiscalização de estados e municípios que não estão cumprindo a Lei de Acesso à Informação (LAI). Os municípios e estados que não cumprirem a legislação referente à transparência das contas públicas terão recursos de convênios celebrados com o governo federa imediatamente suspensos. O acordo foi assinado durante a realização do Congresso dos Tribunais de Contas do Brasil no Cabo e ratificado pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas (Atricon), Controladoria Geral da União (CGU), Ministério do Planejamento e Instituto Rui Barbosa.

Ação voluntariosa– O teólogo Waldir Benevides quer uma ampla ação de voluntários no combate ao mosquito da dengue. Em carta ao governador Paulo Câmara, propôs uma campanha educacional preventiva com uma força tarefa de voluntários, coordenada pelo gabinete do governador, composta por Gabinete de Projetos Estratégicos, Secretaria de Saúde, Secretaria das Cidades, Secretaria de Educação, e representantes dos grupos religiosos sem restrição. “Esta força tarefa seria composta por voluntários dos grupos religiosos, que serão treinados pela Secretária de Saúde e Educação, para em uma ação urgente orientar a população sobre as medidas que devem ser adotadas. A campanha funcionaria enquanto os números não forem reduzidos satisfatoriamente”, sugeriu.

Patrimônio nebuloso – Um relatório da Receita Federal apontou que há indícios de que três filhos do pecuarista José Carlos Bumlai, preso na 21ª fase da Operação Lava Jato, têm “variação patrimonial a descoberto” que supera R$ 160 milhões. Isso significa que o patrimônio não condiz com a renda declarada. O pecuarista tem um quarto filho, que não faz parte deste relatório. O advogado Ricardo Berenguer, que representa os filhos do Bumlai, afirmou que tudo foi declarado e que não há irregularidades. Ele mencionou que boa parte deste do dinheiro teve origem na venda de uma fazenda, que era o grande patrimônio da família. É mole?

CURTAS

ATÉ PELA AMAMENTAÇÃO– A comprovação de que o zika aumenta os riscos de microcefalia em fetos e de Síndrome de Guillain-Barré em quem contrai o vírus acendeu o alerta para outras três possíveis formas de transmissão da doença, além da picada do Aedes aegypti: pelo sêmen, por transfusão de sangue e por leite materno.

ALÔ, GARANHUNS! – Hoje, estarei em Garanhuns, na Câmara de Vereadores, às 19 horas, para lançar meus livros e fazer palestra sobre a conjuntura nacional. Amanhã, será a vez de Ouricuri, na sede do consórcio do Araripe, às 19 horas, e no sábado, em Itapetim, às 19 horas, na Câmara.

Perguntar não ofende: O Conselho de Ética vai fazer o jogo sujo de Eduardo Cunha?

Em entrevista a um canal de televisão, o governador Paulo Câmara alertou que muitos Estados estão “sub-notificados” em relação ao vírus zika, causador do aumento dos casos de microcefalia. “Pernambuco foi o primeiro Estado a identificar e a discutir publicamente o problema. É absolutamente alarmante”, afirmou.

Na matéria que vai ao ar à 0h15 de hoje no Canal Livre (BAND), o governador lembrou que o vírus zika já atingiu 18 estados e não demorará a chegar aos demais. O gestor se reúne nesta segunda-feira (30), em Gravatá, com todos os prefeitos pernambucanos para tratar do Plano Estadual de Enfrentamento das Doenças Transmitidas pelo Aedes Aegypti (Dengue, Chikungunya e Zika) com a presença dos ministros da Saúde, Marcelo Castro, e da Integração Nacional, Gilberto Occhi. 

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Para o governador Paulo, ocorreu um “relaxamento” do poder público e da sociedade com o mosquito Aedes Aegypti. Na avaliação dele, com a crise econômica, iniciada ainda em 2014, os cortes nas despesas terminaram também por atingir a saúde pública e o problema se agravou. 

Outros assuntos

Durante a entrevista, o governador também fala ainda sobre a polêmica volta da CPMF, único “plano” do Governo Federal para ajudar a financiar a saúde pública. Entre outros temas, Paulo respondeu sobre seca, transposição, segurança pública, crise econômica, impeachment de Dilma Rousseff, sua relação com a presidente, os rumos do PSB e os últimos acontecimentos da Operação Lava Jato.

Com informações da assessoria

Familiares e pacientes com câncer fizeram um ato neste domingo (29) em São Carlos, interior de São Paulo, para cobrar rapidez na produção e distribuição da fosfoetanolamina sintética, também conhecida como 'pílula do câncer'. O grupo, com 60 pessoas, se dirigiu à frente do Instituto de Química, no campus da Universidade de São Paulo (USP), com faixas e cartazes.

Um carro de som relatava depoimentos de pacientes que tomaram a substância. Os manifestantes se deitaram no asfalto, na avenida em frente ao instituto, para homenagear as pessoas que morreram com a doença. Entre os presentes, estavam pacientes que já obtiveram liminares da Justiça para obter a substância, mas ainda não receberam as cápsulas. Um protesto semelhante foi realizado em Rio Claro, cidade vizinha.

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A fosfoetanolamina sintética foi desenvolvida por pesquisadores da USP e vinha sendo usada para combater o câncer, mas não passou por testes clínicos e não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Justiça suspendeu a distribuição por considerar que os efeitos nos pacientes são desconhecidos.

Na sexta-feira, 27, o governador Geraldo Alckmin se reuniu com o ministro da Saúde, Marcelo Castro, para debater o uso da fosfoetanolamina em pacientes com câncer. O governador entregou ao ministro ofício solicitando seja liberado o uso compassivo da substância, conforme prevê a legislação no caso de medicamentos ainda não aprovados. O governo paulista pretende dar sequência aos testes com a substância em hospitais da rede pública estadual.

O Instituto Evandro Chagas (IEC) de Belém confirmou, na manhã de ontem, o primeiro caso de morte por zika vírus no Brasil. A vítima é um homem, morador do Maranhão. Ele também tinha lúpus, o que teria complicado a sua situação, uma vez que a doença afeta o sistema imunológico do paciente.

"Essa fraqueza no sistema imunológico precipitou sua morte", explicou o médico Pedro Vasconcelos, do Instituto Evandro Chagas. Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor do vírus da dengue e da chikungunya, o zika estaria relacionado a um surto de microcefalia no Nordeste e ao crescimento de casos da síndrome de Guillain-Barré (SDG) na região.

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De acordo com os especialistas do setor de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do IEC, a primeira morte ligada ao zika aconteceu em junho deste ano, mas a certeza do diagnostico só foi possível depois de estudos de amostras do sangue do homem, que começaram a ser analisadas em julho. Em razão da dificuldade de isolar o vírus, somente agora a presença do organismo foi confirmada.

A equipe do IEC que trabalhou no caso - formada pelos médicos Pedro Vasconcelos e Socorro Azevedo e pela farmacêutica Suely Rodrigues - informou que o instituto vai passar a analisar agora as amostras de outros casos que não tiveram diagnostico de dengue nem de chikungunya, em busca de novos casos de zika vírus. Por isso, eles acreditam que o número de mortes provocadas pelo vírus pode aumentar.

Ainda segundo os pesquisadores, a forma de contágio do vírus não se daria somente pelo mosquito. Eles garantem que o zika pode também ser transmitido por meio de relação sexual, transfusão de sangue e transplante de órgãos.

De acordo com o grupo, o Ministério da Saúde foi notificado e deve se pronunciar sobre a morte. Uma equipe do ministério está investigando os casos de forma integrada com as secretarias estaduais e municipais de saúde. Segundo os pesquisadores, o maior desafio neste momento é neutralizar a proliferação do mosquito, evitando lixo acumulado e recipientes com água parada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Seis casos de problemas neurológicos em Pernambuco foram causados por zika vírus. A confirmação foi feita nesta sexta-feira (27) pela Doutora Lúcia Brito, chefe de neurologia do Hospital da Restauração (HR) e representante no Nordeste da Academia Brasileira de Neurologia. O estudo sobre os efeitos neurológicos do zika é considerado pioneiro no mundo.

De janeiro a junho, Pernambuco registrou 131 casos de complicações neurológicas, contra só nove casos em 2014. Foram convocados 69 dos 131 pacientes para serem reavaliados. Desses, 42 foram confirmados com a Síndrome de Guillain-Barré (SGB), que afeta o sistema nervoso, causando fraqueza nos membros e pode ocasionar problemas respiratórios. Os demais 27 apresentam outras seis doenças neurológicas.

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Os testes ainda estão em andamento, mas seis deles que já foram concluídos e apontam a origem das manifestações neurológicas como sendo zika vírus. Quatro casos são da Síndrome de Guillain-Barré e dois de encefalomielite aguda disseminada, que é muito mais grave, causando, entre outros sintomas, alteração da consciência e déficit motor. Segundo a Dra. Lúcia Brito, dois pacientes foram totalmente recuperados, três sofreram sequelas moderadas e uma sequela grave.

“Eles geralmente respondem bem ao tratamento clínico e têm uma recuperação completa. Cerca de 20% dos casos têm sequelas mais graves, com o paciente podendo vir a ter insuficiência respiratória”, explica a especialista. O grupo mais suscetível a ter complicações é o de crianças e idosos. “Provavelmente porque o sistema imunológico não responde tão rápido”, comenta Brito.

O número de pessoas com doenças neurológicas devido ao zika vírus em 2015 pode ser muito maior, visto que ainda não foi divulgada a quantidade de ocorrências de julho até o momento. Os reavaliados são de 16 municípios, sendo nove são do Recife, 12 de Jaboatão dos Guararapes e cinco de Olinda. 

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou na quinta-feira (26) a liberação dos primeiros R$ 2 milhões destinados a acelerar as pesquisas com fosfoetanolamina sintética, a polêmica substância desenvolvida no Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo, que ficou conhecida como "pílula do câncer".

O dinheiro faz parte de uma verba de R$ 10 milhões que será destinada até 2017 a três centros de pesquisa, responsáveis por testar a eficácia e a segurança da substância em ratos e camundongos.

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O ministério solicitou 500 gramas de fosfoetanolamina à USP para serem encaminhadas aos laboratórios. A expectativa da pasta é que essa primeira fase de testes, chamada de ensaios pré-clínicos, dure "ao menos sete meses".

Os laboratórios que participarão da pesquisa são o Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos (CIEnP), de Florianópolis; o Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), de Fortaleza, ligado à Universidade Federal do Ceará; e o Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias Bioativas (LassBio), ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O ministério planeja investir R$ 10 milhões no estudo da fosfoetanolamina até 2017 - desde que esses resultados iniciais justifiquem a continuidade da pesquisa. "O que nós queremos mostrar para a população brasileira, principalmente as famílias que possuem doentes, é que o MCTI está agindo com rigor, mas também com muita agilidade, porque existe uma comoção nacional, existe um anseio das famílias por uma resposta", diz o ministro Celso Pansera, em um comunicado da pasta.

A fosfoetanolamina sintética foi desenvolvida nos anos 1990 pelo químico e professor do IQSC Gilberto Chierice, hoje aposentado. Acreditando ter achado uma cura para o câncer, ele distribuiu pílulas da substância gratuitamente para pacientes durante anos, sem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), até que o IQSC determinou a interrupção da produção, em 2014.

Base científica

Alguns estudos chegaram a ser publicados, mostrando uma ação antitumoral da substância em células in vitro e em camundongos. Mas muito longe, ainda, de comprovar a eficácia ou a segurança da fosfoetanolamina como uma droga anticâncer, segundo o bioquímico Adilson Kleber Ferreira, responsável pela maior parte dos experimentos.

"Os dados indicam que a fosfoetanolamina é um candidato a fármaco; mas é tudo preliminar", disse Ferreira. "Nenhum dos dados justifica a aplicação clínica." Hoje no Instituto de Ciências Biomédicas da USP, ele foi orientado nas pesquisas pelo imunologista Durvanei Maria, do Instituto Butantã. Chierice é coautor dos trabalhos.

Ferreira diz que sempre foi contra a distribuição da substância e a segurança da molécula não está comprovada. "Não há relatos de efeitos nocivos, mas isso não é comprovação de que ela não é nociva. Há muito a ser respondido."

"Pode até ser que tenha algum efeito, mas não espero que seja uma molécula milagrosa. O que mais preocupa é a segurança", diz o especialista João Calixto, diretor do CIEnP.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ano de 2014 marcou um recorde de infecções pelo vírus da aids (HIV) na Europa e Ásia central, anunciaram a União Europeia e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC, com sede em Estocolmo) e a OMS anunciaram 142.000 novos diagnósticos, o maior número desde o surgimento da doença no continente nos anos 1980.

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A Rússia concentra 60% dos diagnósticos. Os 28 países da UE e os outros três que completam o Espaço Econômico Europeu (Islândia, Liechtenstein e Noruega) representam 21%, com uma tendência de queda na Europa ocidental.

De acordo com os números, 31% das pessoas afetadas nasceram fora do país no qual foram diagnosticadas. Esta proporção é mais forte nos países ricos do norte da Europa (Islândia, Suécia, Luxemburgo, Noruega e Irlanda).

Segundo a OMS e a UE, o número de migrantes que chegam ao continente com o HIV caiu 41% nos últimos 10 anos, mas os países europeus também têm que avançar em termos de prevenção.

"Quando os refugiados e migrantes são vítimas de exclusão social em seu país de recepção, se tornam mais suscetíveis de contrair o HIV e isto pode levá-los a adotar comportamentos arriscados", afirma em um comunicado a diretora da OMS para a Europa, Zsuzsanna Jakab.

Os modos de transmissão diferem de acordo com os países.

"A transmissão heterossexual é responsável pelo aumento no leste da Europa e a transmissão por drogas injetáveis continua sendo importante. Nos países da UE e do Espaço Econômico Europeu, as relações sexuais entre homens são o modo de transmissão predominante do HIV", destacam as instituições.

Os testes para comprovar a eficácia da fosfoetanolamina sintética, substância que teria suposta capacidade de curar o câncer, devem ser realizados em cinco hospitais da rede estadual de São Paulo, com a participação de até 1 mil pacientes na pesquisa, segundo o secretário estadual da Saúde, David Uip.

Os detalhes sobre o trabalho, que será encabeçado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), foram apresentados após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciar que ofereceria a rede hospitalar e os laboratórios do Estado para a realização de testes clínicos.

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"A decisão é que vamos fazer um trabalho multicêntrico envolvendo centros e hospitais de oncologia que tenham expertise em pesquisa clínica. Pesquisadores estão desenhando esse trabalho que será apresentado nas comissões de ética dos hospitais selecionados. Quando aprovado, começará a pesquisa", explica Uip. Além do Icesp, está prevista a participação do Hospital do Câncer de Jaú.

Autorização

O secretário informou que, paralelamente à elaboração dos padrões da pesquisa, será solicitada a autorização do responsável pela substância, o professor aposentado Gilberto Chierice, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, e da própria universidade, pois a droga é patenteada.

O número de pessoas que devem participar dos testes também já foi estabelecido, de acordo com Uip, mas os critérios de escolha ainda não foram definidos. "Os critérios de inclusão e exclusão serão feitos dentro do desenho que ainda não está pronto. A ideia inicial é de que vários braços (da doença) serão pesquisados, como câncer de pulmão, de bexiga, leucemia. Provavelmente, serão sete braços", afirmou o secretário.

Anvisa

Uip não detalhou o pedido que o governador fará à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por uma autorização especial para que alguns pacientes façam uso da substância antes da realização dos testes. "Ainda temos de estudar como fazer. Vou conversar com o governador. É um detalhe técnico. Temos de saber como será, porque o uso é individualizado, analisado paciente por paciente", disse.

A fórmula ainda não foi testada em humanos e não tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para ser distribuída como um medicamento comum. Uip disse que o objetivo do Estado é oferecer suporte para a realização da pesquisa. "Sou professor de Medicina e pesquisador. Então, defendo a pesquisa clínica. Vamos fazer uma pesquisa nos moldes daquilo que há de mais refinado na área", concluiu.

Nesta quarta-feira (25), a Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) discutiu e votou a Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2016. Em sua relatoria, o deputado Júlio Cavalcanti (PTB) propôs que fosse remanejado um montante de R$ 57 milhões da Secretaria de Administração do Estado para a área da Saúde. A verba sairia de rubricas como contratação de consultorias, investimentos em tecnologia da informação e reforma de prédios públicos, por exemplo, e seriam destinadas para hospitais, como o Regional de Arcoverde e outros.

O parlamentar destacou que durante as visitas feitas pelo Pernambuco de Verdade, os deputados da oposição tiveram a oportunidade de conhecer a realidade de alguns dos Hospitais Regionais do Estado e conferir o caos no qual eles se encontram. Quando indagado sobre a importância do investimento em TI para o bom funcionamento da máquina administrativa do Estado, o deputado Júlio respondeu com um questionamento aos pares: “me respondam os senhores a essa pergunta: é melhor esperar um ou dois meses para receber um documento do Estado, ou esperar o mesmo tempo para poder ser atendido por um médico, fazer uma cirurgia ou um exame de saúde?”, questionou.

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Diante dos argumentos apresentados pelo deputado Júlio Cavalcanti, o relatório foi aprovado por cinco votos favoráveis. Apenas dois parlamentares foram contrários ao remanejamento proposto. “É preciso investir nas áreas que realmente são importantes, como saúde, educação e segurança. A crise está grande, então vamos usar o dinheiro público no que faz a diferença para a população. Essa é a hora de mostrar ao povo que realmente sabe fazer mais com menos e gastar racionalmente, da forma mais eficaz para o povo”, concluiu.

 

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta terça-feira (24), que irá solicitar à Anvisa a liberação do uso, no regime compassivo, da substância fosfoetanolamina por pacientes com câncer. "Queremos que a Anvisa, baseada em lei federal, autorize o regime chamado compassivo, isto é, permitir que uma substância seja disponibilizada para que as pessoas possam utilizá-la antes da aprovação pela Anvisa", disse Alckmin, em conversa com jornalistas. "Isso pode ser feito em caráter excepcional. Imagine um doente grave, em estado terminal. Ele não pode esperar por anos uma aprovação. A lei federal permite que a Anvisa dê o regime compassivo para o uso da substancia".

Segundo o governador, o medicamento é barato, com custo estimado em R$ 9 por mês. "Não há interesse econômico, é um ato humanitário". Alckmin ainda destacou que, com a medida, o governo de São Paulo quer ajudar a completar os estudos relacionados com a fosfoetanolamina de modo a obter uma aprovação definitiva da Anvisa. "Antes dos estudos, temos uma substância. Mas depois dos estudos podemos ter um remédio. São Paulo vai ajudar na aprovação".

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Amália Stringhini, esposa do jornalista e apresentador Evaristo Costa, passou por um grande susto no último dia 18 de novembro. Ela sofreu três AVCs (Acidente Vascular Cerebral) e foi internada em um hospital em São Paulo.

Segundo o site da revista Caras, Amália passou mal ao buscar as duas filhas na escola. Ela conseguiu ligar para o marido a tempo e ele solicitou socorro médico. Levada ao hospital, Amália foi internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) onde permaneceu nos primeiros dias. Agora ela já se recupera em um quarto normal e seu estado de saúde é considerado estável.

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A assessora de Amália informou que ela está bem e não ficará com sequelas, mas deve ficar em repouso pelo máximo de tempo possível. Enquanto ela se recupera, Evaristo cuida das filhas do casal. Amália tem 38 anos e é mãe de Francesca (4) e Antonella (2). 

A criação de um plano de ação de combate às causas da microcefalia foi tema de reunião entre o governador Paulo Câmara e integrantes da Comissão de Saúde da Câmara Federal e da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), no Palácio do Campo das Princesas, na segunda-feira (23). Em todo o Brasil, o Ministério da Saúde já contabiliza mais de 500 casos de microcefalia.

O presidente da Frente Parlamentar de Saúde, o deputado federal Osmar Terra (PMDB), durante o encontro, destacou que é possível pautar o Legislativo para incluir novas emendas no orçamento para 2016. "O orçamento para 2016 vai ser votado e nós queremos que nesse documento tenha uma rubrica específica para ajudar os municípios em estado de emergência" pontuou.

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Na última divulgação de dados oficiais, na terça-feira (17), Pernambuco contabilizava 300 notificações de casos de microcefalia, com 102 desses já confirmados. As causas no aumento de casos de microcefalia ainda não foram confirmadas, mas há evidências de que haja relação com zika, dengue e chikungunya, doenças transmissíveis pelo mosquito Aedes aegypti. 

Com informações da assessoria

A solidão pode aumentar em 14% o risco de morte prematura em adultos mais velhos, revelou um estudo publicado nesta segunda-feira (23), que postula uma base fisiológica para este fenômeno.

Os riscos do isolamento social são conhecidos há tempos, mas não se entendia até o momento com exatidão quais eram seus efeitos no corpo, destacou uma pesquisa publicada nas Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS).

A equipe de pesquisadores, chefiada por John Cacioppo, psicólogo da Universidade de Chicago, já tinha identificado um vínculo entre a solidão e um aumento de atividade dos genes envolvidos nas inflamações e uma diminuição da atividade de outros genes que cumprem um papel crucial nas respostas antivirais do corpo.

O resultado é um sistema imunológico debilitado, que torna as pessoas mais vulneráveis à doença. Em sua última, os cientistas analisaram os leucócitos, células brancas do sangue, utilizadas pelo sistema imunológico para proteger o corpo de vírus e bactérias.

Eles encontraram esta mesma alteração de expressão genética nos leucócitos de pessoas que vivem sozinhas e isoladas socialmente. Também descobriram que a solidão antecipou o comportamento genético com mais de um ano de antecipação.

"A expressão genética dos leucócitos e a solidão parecem ter uma relação recíproca, o que sugere que cada uma pode ajudar a propagar a outra ao longo do tempo", destacaram os pesquisadores. "Estes resultados foram específicos sobre solidão e não podem ser explicados pela depressão, o estresse ou o apoio social", afirmaram os pesquisadores.

Os cientistas estudaram o macaco rhesus, um primata muito sociável e encontraram um processo celular similar vinculado às suas experiências sociais. A expressão genética dos macacos que estavam sozinhos abrangeu mais inflamações e menos defesas antivirais.

Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) quer avaliar a eficácia de um novo tratamento para prevenir o parto prematuro. Os pesquisadores da instituição avaliam se a associação entre o tratamento com hormônios e um anel de silicone reduz as chances de parto prematuro entre as mulheres que tenham encurtamento do colo do útero.

A prematuridade é quando o bebê nasce antes de ter completado 37 semanas de gestação. No Brasil, 340 mil bebês nascem prematuros todo ano. Mais de 12% dos nascimentos no país ocorrem antes da gestação completar 37 semanas. Um prematuro precisa de cuidados especiais, geralmente em Unidades de Terapia Intensiva, o que aumenta em três vezes o risco de morte e sequelas futuras para sua vida adulta.

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Segundo o professor responsável pela pesquisa, Rodolfo de Carvalho Pacagnella, uma das principais causas do parto prematuro espontâneo (quando não há problemas com a mãe ou o bebê), é o encurtamento do colo do útero.

Normalmente, quando isso é detectado, por meio de ultrassom, a gestante é submetida a um tratamento com progesterona, um hormônio que a mulher já produz naturalmente. Estudos recentes demostraram, no entanto, que um anel de silicone, que serve para fechar o colo, também pode ajudar a diminuir a possibilidade de um nascimento antes da hora.

“O que nunca foi testado é essa associação do hormônio com anel de silicone. A gente está associado as duas vias de tratamento distintas com a possibilidade de potencializar os dois tratamentos. Esperamos que isso seja muito mais eficaz que os tratamentos sozinhos”, afirma Pacagnella.

As coletas de dados para o estudo começaram em julho. Em 17 centros médicos, de todas as regiões do Brasil, pesquisadores convidam grávidas para fazer a medida do colo do útero. Isso ocorre no momento que a mulher faz o ultrassom, geralmente na metade da gestação.

“Quando ela tem a medida do colo alterada, a gente oferece um tratamento. O tratamento pode ser o hormônio natural, produzido pelo organismo, que a gente dá uma dose maior. Ou a associação do hormônio com o anel de silicone, que fecha o colo do útero”, explica o pesquisador. As participantes receberão acompanhamento regular da equipe até o parto.

O ultrassom leva cerca de cinco minutos e a gestante sai do centro já com o resultado. Se nenhuma alteração for identificada, ela é aconselhada a seguir com o pré-natal regular. Até agora, 5% das gestantes apresentaram encurtamento do colo, um número alto, segundo o professor.

Ao final da gestação, vai ser verificado quais as mulheres que tiveram o parto no tempo normal ou de forma prematura, e avaliar se um tratamento é mais eficaz que o outro. Pelo menos 25 mil mulheres participarão do estudo. “A ideia é reduzir em cerca de 50%, entre as mulheres que tenham encurtamento do colo, as chances de ter parto prematuro”, acrescenta o professor. Isoladamente, cada tratamento reduz em 30% as chances de parto prematuro.

O estudo dos pesquisadores brasileiros é feito em associação com estudos internacionais. Eles esperam, em um prazo de cinco anos, ter o resultado definitivo: qual o tratamento é mais eficaz (ou a junção de ambos) e quando deve ser usado.

Mulheres entre a 18ª e 23ª semana de gestação podem participar da pesquisa. Basta agendar o exame por meio do site www.prevenindopartoprematuro.com.br.

Em um escritório nos Estados Unidos, 14 especialistas em estatística investigam cerca de 2 milhões de brasileiros. Eles querem saber quantas vezes essas pessoas foram ao médico recentemente, quais remédios estão tomando, seus hábitos de vida e, principalmente, qual é a chance de cada um deles apresentar um problema sério de saúde em breve.

A investigação minuciosa, que até parece uma ação de espionagem, faz parte de uma estratégia que tem se tornado cada vez mais comum entre os convênios médicos: monitorar de perto seus clientes para evitar que eles tenham problemas de saúde graves e, consequentemente, gerem mais custos.

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Uma das operadoras que ampliaram o investimento nesse tipo de medida é a SulAmérica. No início do ano, a companhia se associou à Healthways, gigante americana no setor de gestão de saúde. São os estatísticos da empresa estrangeira os responsáveis por monitorar os 2 milhões de clientes da SulAmérica e indicar quais estão em risco e precisam de marcação cerrada.

"Chegamos a um grupo de cerca de 10 mil beneficiários que estão numa fase que chamamos de pré-crônica, ou seja, que podem apresentar problemas de saúde no curtíssimo prazo. Com eles começamos um serviço de coaching", explica Maurício Lopes, vice-presidente de Saúde e Odontologia da empresa.

Os clientes do grupo de risco passaram, então, a receber telefonemas e, em alguns casos, até visitas de funcionários da operadora. O objetivo é estimular essas pessoas a melhorar seus hábitos e levar uma vida mais saudável. O serviço vai desde a criação de uma dieta personalizada até o monitoramento de quem não está tomando os remédios necessários. A operadora diz ter economizado até 20% em cuidados com pacientes.

O empresário Nicolau Kietzmann, de 40 anos, recebeu a ligação da SulAmérica com surpresa. "Tinha entrado no portal deles e preenchido meus dados. Na época, tinha engordado muito, estava com 105 quilos, o colesterol e os triglicérides estavam altos. Aí sugeriram que eu fosse à clínica do Márcio Atalla para fazer um acompanhamento com nutricionista, médico e preparador físico", conta ele, referindo-se ao consultor que ficou famoso ao participar do quadro Medida Certa, do Fantástico.

Depois de melhorar a alimentação e entrar numa rotina pesada de exercícios, Kietzmann perdeu 30 quilos e hoje faz natação, musculação, corrida e jiu-jítsu. "Acho que o principal é a pessoa ter comprometimento com o plano, mas toda a estrutura profissional facilita", diz.

Gestantes

Outra empresa que tem investido no monitoramento dos clientes de risco é a Hapvida, maior operadora das regiões Norte e Nordeste, com 1,8 milhão de clientes. Como mais de 80% dos atendimentos são feitos na sua rede, a operadora monitora os passos dos beneficiários. Neste ano, passou a acompanhar as gestantes.

"A maioria dos testes de gravidez é feita em nossos laboratórios. Um teste positivo cria um alerta para a central de medicina preventiva e entramos em contato com a gestante", diz Ana Luiza Augusto Shoji, gerente de Medicina Preventiva da operadora. O objetivo é garantir um pré-natal adequado e diminuir o risco de complicações no parto ou o uso de UTI neonatal, procedimento custoso.

Segundo Ana Luiza, em menos de um ano, a operadora aumentou de 15% para 25% a taxa de partos normais, e reduziu os bebês com problemas graves. A vendedora Elizângela Mendes Vieira de Freitas, de 35 anos, foi uma das grávidas acompanhadas. "Como só tinha tido um filho antes, e que nasceu há 15 anos, estava me sentindo mãe de primeira viagem." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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