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Um dos painéis que abriu a tarde desta sexta (7), na Semana Internacional de Música de São Paulo (Sim), tratou sobre os festivais que estão movimentando as cenas país afora. A fila de pessoas que se formou na porta da sala Jardel Filho, no Centro Cultural São Paulo, era uma das provas do crescimento exponencial dessa ferramenta de fomento da música, sobretudo, a independente.

Mediado pelo produtor Anderson Foca, do Festival do Sol (RN), o painel reuniu outros 11 realizadores de diferentes estados do país. Anderson comemorou o crescimento dos festivais em solo brasileiro. Atualmente, são cerca de dois mil acontecendo anualmente, segundo pesquisa da Sympla. “A gente até achou que a curva seria descendente, há uns sete anos, mas veio aí uma nova geração e a cena vem aumentando”, disse.

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Os demais participantes compartillharam suas experiências e ‘cases de sucesso’, além de darem um mapa do caminho das pedras para os iniciantes na área. Um desses foi Victor Diniz, realizador do Sensacional (MG): “A gente começou vendendo cerveja pra pagar o festival. A conta só fechou agora, quase oito anos depois”, disse. Todos concordaram com a necessidade de driblar a falta de apoio e incentivo por parte do poder público mas elencaram os benefícios em se fazer festivais como a ocupação de espaços nas cidades, promoção de artistas independentes e fomento da cena musical.

Começa nesta quarta-feira (4), e vai até o dia 8 a primeira SIM (Semana Internacional de Música) de São Paulo, um evento inspirado em conferências internacionais como o MaMA Festival de Pigalle e Montmartre, em Paris; o South By Southwest (Austin, Texas); e o The Great Escape (Brighton, Inglaterra), entre outros. Idealizado para fomentar o debate, o evento tem 20 painéis de palestras e debates, 12 horas de rodadas de negócios, workshops, exposições, mostras audiovisuais e cerca de 50 shows pela cidade, em locais como Praça das Artes, Galeria Olido, Cine Joia, Riviera, Baixo, Da Leoni, Red Bull Station e Anexo B.

Uma das grandes estrelas do evento é o produtor, músico francês Philippe Cohen-Solal, cérebro do grupo franco-argentino Gotan Project. Cohen-Solal vai fazer um DJ set no Da Leoni no dia 6, sexta, às 2h da manhã. Amanhã, o francês participa de um debate gratuito no Cine Olido, às 15h, ao lado de VJ Spetto, Pedro Zaz, Marcos Hermes e sob mediação de Gaia Passarelli. O tema é A Contribuição da Estética Visual na Constituição da Identidade Musical.

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"O Gotan Project não seria o que é sem a parte visual. É indissociável de nossa proposta musical, é a partir daí que nós comunicamos as emoções para as pessoas. É como um filme ao vivo", disse Cohen-Solal à reportagem, falando por telefone desde Paris. Segundo ele, sua palestra focará na convocação dos recursos audiovisuais e da cenografia "para trazer a plateia para um tipo de viagem sensorial".

Claro que, para uma banda famosa, é muito mais fácil do que para os novos grupos, e isso também deve ser abordado no debate. Não só o sistema de produção e distribuição de música mudou radicalmente no mundo. O próprio universo do vídeo musical, que teve seu auge industrial com a MTV nos anos 1990, praticamente migrou para a internet, onde o artista da música tem dificuldade em captar recursos para produzir e filmar seu trabalho.

SEMANA INTERNACIONAL DE MÚSICA - Cine Joia. Da Leoni; Baixo; Riviera; Anexo B; Praça das Artes; Galeria Olido; Red Bull Station. De 4 a 8/12. www.simsaopaulo.com

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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