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Trabalhar em casa é o sonho de muita gente. Se livrar do trânsito caótico e ter a jornada de trabalho flexível já é possível com o chamado teletrabalho, mas até agora não há nenhuma lei que regulamente a modalidade. E por isso, o Senado Federal abriu uma consulta pública para saber a opinião da população sobre o assunto.

O Projeto de Lei do Senado (PSL) nº 326, de 2013, inclui na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) a possibilidade de o trabalhador exercer suas atividades em casa, substituindo o controle de jornada pela avaliação do cumprimento de metas. A proposta de autoria estabelece duas categorias de trabalho a distância: o regular, que se distingue do trabalho normal unicamente pela localização (fora do estabelecimento do empregador), e o teletrabalho, também distante, mas caracterizado pelo uso de meios telemáticos e informatizados para sua execução. Conforme a proposição, o empregado do teletrabalho deverá respeitar a confidencialidade dos dados da empresa.

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A consulta pública está aberta no site do Senado Federal. Entenda mais sobre o projeto de lei.

A morte do ministro Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, abriu uma discussão sobre a escolha do seu sucessor. O novo membro da Corte será indicado pelo presidente Michel Temer (PMDB), sem prazo determinado, e avaliado pelo Senado Federal. Segundo a Constituição Federal, o novo ministro deve ter “notável saber jurídico e reputação ilibada”. Outro critério é ter, no momento da indicação, entre 35 e 65 anos.

A indicação de Temer deve ser encaminhada ao Senado em forma de mensagem presidencial com o nome e o currículo do candidato. Em seguida, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) fica responsável por escolher um relator que vai elaborar um parecer contendo, além do seu voto, recomendações para que o candidato apresente informações ainda não conhecidas que o relator considerar pertinentes.

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Os membros da comissão receberão vista automática do relatório e em um prazo de até cinco dias úteis após a apresentação do relatório, a CCJ deverá sabatinar o escolhido pelo presidente.

Na sabatina, os senadores perguntam ao postulante sua opinião sobre assuntos relevantes, sem restrição de temas. Todos os membros da comissão têm direito à palavra, por 10 minutos cada, mesmo tempo que o indicado terá para responder a cada pergunta, havendo possibilidade de réplica e tréplica.

De acordo como regimento interno da Casa Alta, o relatório será votado na mesma sessão, logo após a sabatina. Apesar da reunião ser pública, a votação é secreta. O último passo é a decisão do Plenário do Senado, que aprecia o relatório aprovado pela CCJ. A votação do conjunto dos senadores também deverá ser secreta. 

Para se tornar o novo ministro do STF, o indicado precisa receber um mínimo de 41 votos — maioria absoluta da casa. A última nomeação de um ministro do STF foi a de Luiz Edson Fachin, em 2015. Entre a chegada da mensagem presidencial com a indicação (22 de abril) e a aprovação do nome pelo Plenário (19 de maio), foi necessário pouco menos de um mês.

*Com informações da Agência Senado

As regras dos concursos públicos podem passar por alterações em breve. Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC 29/2016) almeja que a quantidade de vagas a serem preenchidas por meio de um certame deverá ser igual ao número de cargos ou empregos vagos no órgão em questão. Para exemplificar o projeto, o Senado Federal divulgou que, caso fosse realizar uma seleção, deveria oferecer 1008 oportunidades, que correspondem ao total de funções ociosas existentes na Casa.

De autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), a proposta também diz que deve ser assegurada a nomeação dos candidatos aprovados em concursos públicos, dentro do número de vagas previsto no edital do processo seletivo. “Assim, propõe que seja explicitada na Constituição o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que em 2011 reconheceu direito subjetivo à nomeação aos candidatos aprovados dentro do número de vagas previstas no edital”, consta na Agência Senado.

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Outra informação da proposta é que quantidade de vagas para formação de cadastro reserva não poderá passar de 20% dos cargos que serão ocupados por meio de seleção pública. Além disso, a PEC proíbe um órgão de abrir novo concurso público enquanto existirem candidatos aprovados no certame anterior. A realização de certame apenas para cadastro de reserva também está vetada.

Para o senador Paim, muitos candidatos se prejudicam quando fazem concursos, mas ocupam as vagas, mesmo com a existência de cargos ociosos. “Não raro, há brasileiros que se deslocam de outros estados para prestarem concursos públicos, despendendo recursos com cursos, inscrições, passagens e hospedagens, mas acabam não sendo nomeados no cargo ou emprego público que almejam, ainda que haja cargos não ocupados", argumentou, conforme informações da Agência Senado. 

A PEC ainda aguarda votação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Se for aprovada no Senado, ela poderá ser sancionada pelo governo federal. 

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, que estabelece um limite para o crescimento dos gastos federais nos próximos 20 anos, deve começar a tramitar no Senado ainda nesta quarta-feira (26), com a leitura do texto aprovado na Câmara dos Deputados nessa terça (25) no Plenário da Casa Alta.

Segundo um acordo de líderes, o texto está previsto para ser votado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) no dia 9 de novembro. Já o exame em primeiro turno no Plenário do Senado está marcado para 29 de novembro e o segundo turno para 13 de dezembro, pouco antes do recesso parlamentar. Para que a PEC do Teto de Gastos seja aprovada é necessário o apoio de 3/5 dos 81 senadores. 

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A PEC 241/2016 estabelece que nos próximos 20 anos os gastos federais só poderão aumentar de acordo com a inflação acumulada conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Assim, a partir de 2018, o limite será o corrigido pela inflação acumulada nos últimos 12 meses até junho do ano anterior. Com isso, a inflação usada será a medida entre julho de 2016 e junho de 2017.

O novo regime fiscal valerá para os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social e para todos os órgãos e Poderes. Dentro de um mesmo Poder, haverá limites por órgão. Existirão, por exemplo, limites individualizados para tribunais, Conselho Nacional de Justiça, Senado, Câmara, Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério Público da União, Conselho Nacional do Ministério Público e Defensoria Pública da União.

Exceções

Algumas despesas não vão ficar sujeitas ao teto. É o caso das transferências de recursos da União para estados e municípios. Também escapam gastos para realização de eleições e verbas para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização do Profissionais da Educação Básica (Fundeb).

Saúde e educação também terão tratamento diferenciado. Esses dois pontos vêm gerando embates entre governistas e oposição desde que a PEC foi anunciada pelo presidente Michel Temer. Para 2017, a saúde terá 15% da Receita Corrente Líquida, que é o somatório arrecadado pelo governo, deduzido das transferências obrigatórias previstas na Constituição.

A educação, por sua vez, ficará com 18% da arrecadação de impostos. A partir de 2018, as duas áreas passarão a seguir o critério da inflação (IPCA).

*Com a Agência Senado

Enquanto o governo discute um limite de gastos públicos, o Senado Federal gasta à vontade com a Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), que custeia despesas com material de escritório, telefone, passagens, combustíveis, entre tantas outras. De janeiro a outubro, os 81 senadores pediram ressarcimento de R$ 12,16 milhões – sem contar o salário de R$ 33,7 mil por mês.

Sozinhos, os três senadores eleitos por Pernambuco e um suplente pediram ressarcimento de R$ 541,87 mil. Há uma aparente redução em relação ao ano passado, quando foram ressarcidos R$ 2,19 milhões aos pernambucanos. Permanecendo o ritmo atual de gastos, o valor será menor neste ano – o que ainda é algo bastante elevado.

Ex-líder do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, o senador Humberto Costa (PT) é o campeão em pedido de devolução de recursos do chamado Cotão: ele recebeu R$ 219, 21 mil, em 2016, e R$ 830,81, em 2015.

O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) aparece na segunda colocação. Ele pediu a devolução de R$ 212,64 mil, em 2016, e R$ 714,03 mil, em 2015. Suplemente de Armando Monteiro (PTB), Douglas Cintra (PTB) foi o terceiro em termos de ressarcimento: R$ 74 mil, em 2016, e R$ 608,95 mil, em 2016.

Monteiro, que reassumiu o mandato no decorrer do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, pediu a devolução, por meio do Cotão, de R$ 36,01 mil, em 2016, e nada no ano passado.  Em 2015, o hoje deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) pediu o ressarcimento de R$ 43,55 mil no mês de janeiro. Em fevereiro, ele assumiu o mandato na Câmara.

Com o chamado cotão, os congressistas não precisam se submeter às regras da Lei de Licitações na hora de comprar, por exemplo, materiais de escritório ou contratar consultoria. O dinheiro é transferido diretamente para a conta do parlamentar como ressarcimento após a apresentação de nota fiscal.

Estendendo a mão - Justifica-se a insistência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em aprovar o projeto que altera a lei de repatriação de recursos no exterior. Maia buscava ajudar o ex-deputado Eduardo Cunha, preso pela Operação Lava Jato e com milhões não declarados no exterior. Trata-se de dívida com o ex-presidente da Câmara, após o democrata abandoná-lo. A pressa não surtiu efeito. Os valores atribuídos ao peemedebista e a sua família foram boqueados por decisão judicial, mas nada foi encontrado nas contas. Será que ainda haverá interesse em aprovar a proposta? A conferir.

Café amargo - Noticias da carceragem da Polícia Federal em Curitiba dão conta de que o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, preso na última terça-feira, passou muito tranquilo a sua primeira noite como hóspede do juiz Sérgio Moro. Gostou muito do banho frio naquele calorão e ainda apreciou o marmitex do jantar com seguidos elogios e pela manhã saboreou com vívido interesse o café com leite de canequinha com pão amanhecido e margarina.

Juros incomodam... agora - Ministra-chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, a responsável pela escalada dos juros altos no Brasil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) subiu o tom contra os percentuais adotados pelo Banco Central. Na terça-feira (19), o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa básica de juros, a Selic, de 14,25% para 14% ao ano. Gleisi definiu a redução como “tímida” e cobrou “mais ousadia” do Banco Central. “Por que ela não cobrou o mesmo na época de Dilma?”, questiona o ex-deputado Roberto Jefferson. Gleisi perdeu ótima oportunidade para mostrar coerência.

Mãe Diná do Congresso - Após a prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Silvio Costa (PTdoB) fez um registro das suas profecias que antecederam a queda do peemedebista. Em discurso, Costa lembrou que foi o primeiro parlamentar a fazer oposição a Cunha, o primeiro a falar da prisão do peemedebista e o primeiro a mencionar que, preso, o ex-todo-poderoso deputado iria fazer delação premiada. “Hoje, estou dizendo ao Brasil que esse é o começo do fim do governo Michel Temer”, disse o profeta.

Delação inócua - Em meio à prisão do ex-deputado Eduardo Cunha, a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci, chefe de uma casa no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, regada a jogos e prostituição, volta à luz da Operação Lava Jato. Ao contrário do que tentam vender os petistas de que ele poderia fornecer uma ponte entre o empreiteiro Marcelo Odebrecht e o ex-presidente Lula, a Lava Jato já tem documentação robusta para pegar Lula. O alvoroço é maior por parte dos petistas. Os procuradores da força-tarefa da operação dão pouca importância ao ex-ministro de Lula, que teme ficar longa temporada na cadeia.

CURTAS

Plano de segurança - O Palácio do Planalto lançará na primeira semana de novembro o Plano Nacional de Segurança. O presidente Michel Temer pretende incluir na proposta mudanças no Código Penal para desafogar a Justiça. O lançamento foi adiado por causa de viagem oficial ao Japão.

Joia da coroa - O ex-presidente Lula entrou na comissão de frente da Operação Lava Jato. Com a prisão de Eduardo Cunha, Lula coroará o trabalho do Ministério Público e da Polícia Federal, segundo procuradores da força-tarefa da Lava Jato. Mas a prisão dele não acontecerá antes da conclusão das eleições.

Perguntar não ofende - Com a prisão de Eduardo Cunha, Lula vai dizer que o juiz Sérgio Moro e a Lava Jato querem atingir o projeto político de Cunha?

No seu pronunciamento a favor do impeachment, no Senado Federal, o senador Magno Malta (PR-ES) declarou que Dilma Rousseff (PT) não cometeu crime penal, porém que sabia sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal a se cumprir. “Dilma sabia que precisava, para suplementar seu orçamento, pedir ao Congresso e não fez. Todo mundo que se candidata sabe que há uma lei a se cumprir. Muitos são gente do bem, mas que violaram a lei. O Brasil não é tolo”, disse.

O senador também declarou que "a nação se cansou de ver os dois filhos do ex-presidente de Lula viver com o suor do povo. Este é um momento triste para mim, mas em nome da minha família e dos meus amigos, eu precisava falar dessa forma. Estamos tristes por este velório. Este é o velório mais triste”, disse.

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Magno Malta não poupou críticas a Dilma Rousseff. “Dizem que tudo foi Eduardo Cunha. Ele, simplesmente, recebeu como tantos outros processos e arquivou. Se fala no conjunto da obra, mas se manda todos os processos, é o fim do mundo. No conjunto da obra, também houve inclusão social, mas, os fundamentos da economia foi dada por FHC onde puderam ser feitas as inclusões”, expôs.

“A presidente afastada não será cassada por mim, ela será cassada por Salomão, que escreveu que a arrogância precede a ruína. Ela (Dilma), de fato, é fruto da vontade permissiva de Deus. A bíblia diz que tudo que foi feito no escuro, um dia, virá a luz. Foi a eleição dela que permitiu que as lambanças viessem à luz.  Dilma disse que a história chamaram alguns de golpistas. Podem me chamar de golpista, mas não me chamem de ladrão. O que é ser golpista? É não bater palma para essa lambança?”, indagou Malta. 

Em defesa de Dilma Rousseff (PT), no final da tarde desta terça (30), no Senado Federal, a senadora Gleise Hoffmann (PT) utilizou um discurso de que os sentimentos machistas afloram e endossam o coro contra a presidente afastada. “Dilma, uma mulher, sem marido, e a primeira presidente mulher eleita. Mesmo que não confessem, isso incomoda muita gente. Querem mandar a mulher de volta para casa, de preferência, para a cozinha com a pauta midiática da mulher bela, recatada e do lar”, disparou.

A senadora continuou. “Ao longo das sessões, todas as teses de que há crimes foram pulverizadas, as mesmas argumentações foram repetidas mil vezes. Falas, às vezes, agressivas e irônicas. Não teria sido diferente, ao invés, de julgar uma mulher fosse aqui julgado um presidente? Sou tentada a dizer que sim. Será o maior desastre se o interino se transformar em efetivo. É assombrosa essa tendência de recuar, de voltar no tempo, de não aceitar qualquer avanço”, acrescentou.

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Ela também usou seu tempo no plenário para exalar as trajetórias de Dilma e do ex-presidente Lula. “Minha indignação com este momento pífio do parlamento brasileiro. Quis o destino que a primeira presidente fosse uma mulher com a história de vida de Dilma, que chegou ao poder após um retirante que, com todas as probabilidades, ascendeu até a presidência”, declarou Gleise, em referência a Lula.

“Dilma também não veio da política tradicional, do berço dos trinta e quatro presidentes que antecederam Lula. O nordestino marcado para morrer substituído pela mulher marcada para morrer. Ambos, ainda que torturados, venceram a morte. Dilma, presa em 1970, nada garantia a sua vida. Eles tiraram da miséria milhares de pessoas. Inacreditável um país tão rico como o nosso, até outro dia, terem brasileiro que morriam de fome. Eu desafio os senhores a dizer, em qual outro momento, a miséria foi enfrentadas como nos governos de Dilma e de Lula? Aqui estão as raízes da poderosa campanha desencadeada contra eles”, declarou 

Homffmann ainda declarou que o processo de impeachment terá um preço. “Os golpistas tentam burlar da opinião pública. Nada se compara com a mídia brasileira produz, nos dias de hoje, em termo de distorções de opiniões. Isso terá um preço porque essa ditadura dos meios de comunicação não dura para sempre. Podem até passar momentaneamente, mas estão com os dias contados. O povo não vai voltar ao chicote”, advertiu a senadora.

 

 

 

 

A sessão do julgamento de Dilma Rousseff (PT) no Senado Federal já ultrapassa oito horas e até o momento ouviu 27 dos 51 senadores inscritos para arguir a presidente afastada. Opositores e aliados da petista a questionam desde as 09h32 desta segunda-feira (29) e a previsão inicial do dirigente do julgamento, o ministro do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski é de que o encerramento da sessão ocorra às 23h. 

Durante o depoimento, os parlamentares têm cinco minutos para fazerem suas perguntas a presidente afastada e em seguida ela responde. No entanto, ao contrário das sessões plenárias habituais da Casa está vedada a opção de ser formulada réplica e tréplica. 

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O depoimento de Dilma está transcorrendo sem tumultos e em obediência as determinações feitas por Ricardo Lewandowski. As ocorrências registradas foram as palmas de aliados de Dilma em alguns momentos em que foram feitas defesas a sua gestão e biografia. Mas ao sair para o intervalo do jantar, Dilma foi aplaudida e vaiada por senadores e pessoas que acompanham a sessão das galerias. 

Ao voltar do intervalo, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) teve a palavra concedida criticou a “maquiagem nas contas da presidente” e disse que ali não estava sendo julgada pela “mulher que foi torturada na ditadura”. 

A senadora do PT, Gleisi Hoffmann disse ao discursar no Senado Federal que não tinha o prazer de receber Dilma Rousseff no plenário da Casa. A petista ao elencar as obras e realizações do governo Dilma, fez questão de destacar que o processo de impeachment é uma tortura a qual a presidente afastada está sendo submetida. 

No julgamento do impeachment, Gleisi traçou um paralelo ao que a correligionária sofreu durante a ditadura militar, pontuando que os “algozes do passado escondiam seus rostos”. Mas ao se referir aos seus pares como carrascos da presidente, a parlamentar disse que estes não cobriam seus rostos, no entanto, estavam evitando aparecer na TV para “ficarem invisíveis” ao julgamento de impeachment. 

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“Pelo legado que a senhora deixou a esse país, eu não posso dizer que é um prazer tê-la aqui. É triste vê-la aí sentada nesse Senado hoje. Não pensei que como senadora tivesse que vê-la aí nesta condição”, frisou. E deu sequência as críticas: “O que seus algozes de hoje estão lhe fazendo é tortura emocional, psicológica e política. A política não veste saia, ainda. Seu governo cometeu erros, mas não é isso que nos dá o direito de julgá-la. A crise política tem muita responsabilidade dos senadores e partidos que aqui estão”, cravou. 

Ao falar do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, Gleisi disse que o peemedebista é responsável pelo processo que chamou de “conluio” e assim como Vanessa Grazziotin destacou que a ação foi “paga pelo PSDB”. 

A parlamentar petista citou nomes de antigos aliados e que hoje estão decididos a votar pelo impeachment, bem como as obras que beneficiaram as regiões das quais eles e os demais senadores foram eleitos. Alguns dos citados foram os senadores Cristovam Buarque e Fernando Bezerra Coelho (PSB), que foram aliados do PT durante anos e inclusive fizeram parte das gestões Lula e Dilma. “Eles sabem da importância do PAC, Minha Casa Minha Vida e demais programas realizados pela senhora”. 

Ao encerrar sua fala, Gleisi fez críticas a política econômica que está sendo implementada pelo governo interino de Michel Temer (PMDB) e avaliou que “esse processo é marcado por traições e grande ingratidão”.

“Eu tenho certeza que nesses anos que nós estivemos no governo, tivemos muitas realizações. Metrôs, VLTs  e demais obras de mobilidade urbanas realizadas em todas as regiões do país”.

Em resposta a senadora, Dilma também destacou as obras e programas implementados durante a sua gestão. Ao pontuar os programas para os atletas de rendimento do país que  disputaram os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. “No Brasil nunca houveram programas dessa envergadura nesse país”, disse sobre o Bolsa Atleta e Bolsa Pódio. “Quando nesse país fizeram 2 milhões e 600 mil moradias?, questionou. Ela emendou lembrando outros programas que criou. “Nós tiramos o Brasil do mapa da fome. Eu tenho muito orgulho de ter tirado o Brasil do mapa da miséria. O Bolsa Família que foi chamado de bolsa esmola. Eu me lembro que o programa Minha Casa Minha Vida era chamado de Minha Casa Minha Dilma como forma de desmerecer o programa”. 

O consultor jurídico Geraldo Prado, chamado pela defesa de Dilma, como testemunha na tarde desta quinta (26), no plenário do Senado Federal, chegou a comparar o processo de impeachment a uma pena de homicídio sem provas. “Se não há o corpo, se não há cadáver, não há crime. O que há é uma discussão sobre um mau governo”, disse.

Geraldo Prado argumentou que o comportamento, de quem quer que seja, não pode ser considerada ilegal, após ser praticada. “Tem que acontecer anteriormente a sua prática para orientar a pessoa se ela quer ou não cometer a ilegalidade. A própria conclusão final do Tribunal de Contas da União reconhece a originalidade dessa interpretação”.

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“O crime de impeachment interrompe um ato presidencial e isso não se pode permitir porque não está previsto em um regime presidencialista”, acrescentou Prado.

Sobre o atraso de pagamento dos subsídios do Plano Safra, um plano que oferece crédito subsidiado pelo governo para agricultores, Geraldo Prado afirmou que “as subvenções foram transferidas para um contexto completo. Também não houve violação da meta fiscal. Ao longo de um ano, a situação mundial pode de deteriorar, assim, a meta pode ser alterada”.

O advogado da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), José Eduardo Cardozo, na tarde desta sexta-feira (26), no Senado Federal, durante o julgamento do processo de impeachment da presidente declarou que “às vezes, temos a prepotência de falar sobre o que não conhecemos quando na verdade é preciso trazer doutores e especialistas sobre crimes de responsabilidade". Ele ainda ressaltou que "quem não tem profundidade, não é correto falar”, declarou.

O advogado de Dilma afirmou que as chamadas “pedaladas fiscais” foram artificiosamente construídas. “Com a finalidade de condenar a presidente da República. Fica claro que foi a construção de uma tese que não havia sido levantada”, acrescentou.

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Para Cardozo, todo o cenário montado tem como justificativa a condenação política da petista. “Me parece importante frisar esse trabalho de construir teses políticas. Vende-se que a presidente é culpada por crimes de responsabilidade. Sei que a econômica não é uma ciência exata, que é uma ciência humana e, por isso, é legítimo que se tenham divergências, mas é injusta a condenação. Quem tem razão nisso? A história dirá, mas não pode ser a sanção que se quer aplicar. Ela foi eleita por 54 milhões de votos num sistema presidencialista”, argumentou.

Nesta quinta-feira (25), primeiro dia de julgamento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), Humberto Costa (PT) pediu que os senadores que integram a base do presidente interino Michel Temer (PMDB) não promovam “baixarias” diante do povo brasileiro. Humberto teria feito o pedido após um “bate-boca” que teria iniciado pelo líder do DEM, senador Ronaldo Caiada (GO), que fez com que o presidente da sessão, ministro Ricardo Lewandowski, suspendesse as atividades por alguns minutos.  

O senador não poupou críticas a Ronaldo Caiada. “Não é possível que este senhor, que tem um comportamento destemperado e que se repete há muito tempo nesta Casa, manche ainda mais essa sessão da vergonha que pretende punir uma presidenta legitimamente eleita”, disparou Humberto. 

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O líder do PT no Senado ainda disse que o senador Magno Malta (PR-ES) também se manifesta de forma agressiva em alguns momentos. “Eles deveriam se preocupar com a imagem que transmitem aos eleitores e elevar o nível do debate, principalmente, diante de um momento tão histórico para o país. Espero que o constrangimento criado hoje faça com que essas pessoas ajam de forma diferente em outros momentos”, criticou.

“Não vamos transformar o Senado na Câmara dos Deputados, que protagonizou um circo de horrores na sessão de abertura do impeachment. Sabemos que os trabalhos aqui serão longos, irá fim de semana adentro e só devem se encerrar no começo da semana que vem. É preciso acalmar os ânimos e se ater aos fatos que constam da denúncia contra a presidenta (sic)”, finalizou.

O deputado federal Silvio Costa (PTdoB), nesta quinta-feira (18), se manifestou sobre o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. O parlamentar declarou que, no próximo dia 29, quando Dilma irá ao Senado Federal realiza sua defesa, “os opositores e detentores de ódio” não irão poupar críticas. Ele destacou: “Ela irá se expor como presidente da República e como mulher , ao escracho, deboche e zombaria”.

Silvio Costa ressaltou que a história não perdoará “os traidores e hipócritas, que são os algozes da presidente Dilma. "O mais vergonhoso é que alguns desses senadores que executarão o golpe estiveram com a presidente em seu governo eram ministros e são testemunhas de que ela nunca aceitaria uma conversa não-republicana”, acrescentou. 

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Assim como Dilma em sua carta direcionado ao Senado Federal e à população, Sílvio argumentou que nada se provou contra a presidente. “É inocente, não cometeu nenhum crime. Os senadores estão sendo cruéis, estão consolidando um golpe parlamentar contra Dilma e contra 54 milhões de votos. Os senadores irão tomar o mandato e tornar a presidente Dilma inelegível por oito anos”.

Costa ainda comparou a Ditadura Militar de 1964 com o processo atual de impeachment. Ele disse que a Ditadura deixou sequelas até hoje não superadas pela sociedade brasileira. “Familiares de mortos, vítimas que sobreviveram, presos, torturados, exilados e desaparecidos não enterraram esse passado. Uma página que não foi virada na história do Brasil. Cinquenta e dois anos depois, um novo golpe está para se materializar no país. Agora, não mais pelas armas, mas, pelo Parlamento. Um golpe parlamentar contra uma presidente legitimamente eleita por 54 milhões de brasileiros. Um golpe parlamentarista sobre o nosso presidencialismo. Como disse Karl Marx, a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”, finalizou parafraseando Karl Marx. 

 

 

 

 

 

 

 

No comando da sessão do Senado em que será votada a pronúncia da presidente Dilma Rousseff por crime de responsabilidade, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, afirmou que vai se concentrar na coordenação e "não irá intervir nas discussões nem tampouco emitir opinião ou juízo de valor sobre o mérito”. A sessão teve início às 9h45 e está na fase de apresentação das questões de ordem.

Logo que assumiu a sessão, Lewandowski relembrou as regras acordadas em reunião na semana passada. Após questionamento da oposição sobre como as questões de ordem serão respondidas, ele afirmou que adotará um "meio-termo", respondendo as mais simples logo após serem feitas e as mais complexas assim que for oportuno. O presidente do Supremo disse também que a decisão dos senadores sobre o impeachment deve ser pautada na Lei. "[Os senadores] deverão agir com coragem e independência pautando-se exclusivamente pelo ditame das respectivas consciências e pelas normais constitucionais e legais que regem a matéria”, frisou ele.

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Ao abrir a sessão e antes de passar o comando para Lewandowski, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu que os senadores sejam responsáveis no trabalho desta terça. "Apenas quero lembrar a gravidade da decisão que tomaremos logo mais e que a façamos tanto quanto possível, despidos de nossas convicções político-partidárias e imbuídos da responsabilidade advinda do papel de juízes que a Constituição Federal nos outorga".

A sessão

A reunião já teve início e os senadores estão apresentando questões de ordem. Após essa parte, Anastasia fará a leitura do parecer. A partir daí, cada senador terá até dez minutos para discursar no plenário. Já há 55 senadores inscritos para essas considerações. Se todos eles utilizarem o tempo máximo para a fala, mais de nove horas serão utilizadas apenas para que eles se pronunciem. Outros senadores ainda podem se inscrever. Depois deles, a acusação e a defesa farão as considerações finais, tendo 30 minutos cada para isso. Então, a votação será iniciada.

Os senadores irão votar pelo painel eletrônico do Senado e cada partido poderá apresentar até quatro destaques para serem votados separadamente. Nesse caso, as sugestões de mudanças são deliberadas após o texto principal.

A cada quatro horas de sessão haverá um descanso de uma hora para os parlamentares, conforme acertado na última semana entre Lewandowski, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e líderes partidários.

Uns chamam de doutrinação, outros de debate. Os projetos de lei número 823/2016, apresentado na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe); número 867/2015, em tramitação na Câmara dos Deputados; e número 193/2016, com consulta pública aberta no Senado Federal, tratam da forma que os professores apresentam os conteúdos em sala de aula dividem opiniões sobre suas intenções.

Os projetos que correm na Câmara e no Senado visam implementar, entre as diretrizes e bases da educação nacional, o Programa Escola sem Partido. Já na Alepe, o projeto estabelece normas aos professores, como “não abusar da inexperiência, da falta de conhecimento e/ou da imaturidade do aluno com a finalidade de cooptá-lo para determinada corrente político-partidária”.

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Esse estabelecimento, de acordo com quem é a favor do projeto, é um fator determinante para o que é chamado de “doutrinação”. “É o abuso da liberdade de ensinar do professor em prejuízo da liberdade de aprender e da liberdade de consciência e de crença dos alunos”, explica o coordenador do Movimento Escola sem Partido, o advogado Miguel Nagib, em entrevista ao Portal LeiaJá.

De acordo com Nagib, o movimento surgiu em 2004, como resposta à “doutrinação e a propaganda ideológica, política e partidária nas escolas e universidades, e à usurpação ‒ pelo governo, pelas escolas e pelos professores ‒ do direito dos pais sobre a educação religiosa e moral dos seus filhos”.

Outra corrente que representa o movimento tem no livro 'Professor não é educador', escrito pelo Mestre em filosofia Armindo Moreira, sua referência. De acordo com o editor da obra, o empresário Edésio Reichert, os docentes ocupam um espaço que não lhes pertence. “O professor ultrapassa a linha de sua responsabilidade, que é a da instrução, ao querer ‘educar’ seus alunos, ‘dando conselhos’, ‘se colocando como exemplo’, e deixando de lado os conteúdos do currículo, deixando de lado a efetiva instrução”, afirma ao LeiaJá.

Abaixo, em vídeo enviado por Edésio, o editor fala do Escola sem Partido:

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No lado de quem é contra a implementação da lei que visa a regulação da forma como os docentes devem lecionar está o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe). O presidente, Fernando Melo, considera que o projeto Escola sem Partido tem uma visão política por trás de suas intenções explicitadas.

De acordo com Melo, caso os projetos sejam aprovados, como aconteceu em Alagoas, os profissionais da educação poderão sofrer censura. “Professores que ousaram discutir esse tema da questão da cidadania, questão da política, a questão do processo democrático em si, esse professores passam a sofrer ameaças (...). Então nós [Sintepe] achamos que essa pressão que é feita utilizando-se a legislação para prejudicar o professor traz um problema de ordem moral, como também afeta a categoria”, explica.

Doutor em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco e professor de filosofia da instituição, Flávio Brayner é um especialista contra o Escola Sem Partido. “O modelo que se quer criar é de um professor que apenas transmita conteúdo sem que ele mesmo nem sequer saiba porque é que são aqueles conteúdos e não outros”, aponta.

Segundo o especialista, o Programa Escola sem Partido, se aprovado, terá como consequência vetar direitos. “Se a gente faz um programa de escolas em que a criticidade deixa de fazer parte do dia a dia de nossas vidas, nós estamos suprimindo das pessoas a capacidade de elas avaliarem e examinarem as experiências que elas têm”, pontua.

Uma questão apontada por educadores é de que é impossível uma educação voltada à cidadania sem o estímulo à capacidade crítica e ao debate, bem como a abordagem das diferenças e contradições sociais existentes. E que não se tem como estimular uma visão crítica do mundo em seus alunos sem que o professor tenha também a liberdade para essa crítica. Muitos apontam também que a origem dos projetos de lei está em grupos religiosos, nunca de educadores, pedagogos ou especialistas em educação.

Projeto

Com a iminência de se tornar uma lei nacional, a justificativa do Programa Escola sem Partido apresenta argumentações que sugerem que professores cometem crimes dentro das instituições de ensino. Entre eles, infrações de artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

“Não há dúvida de que os estudantes que se encontram em tal situação estão sendo manipulados e explorados politicamente, o que ofende o art. 5º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), segundo o qual ‘nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de exploração’, apresenta a justificativa do projeto. A possível lei ainda prevê que será afixado nas paredes de salas de aula e deprofessores um cartaz explicando os termos da lei.

O projeto prevê ainda que as regras seriam aplicadas "às avaliações para o ingresso no ensino superior" e "às provas de concurso para o ingresso na carreira docente".

Procurados pela reportagem do Portal LeiaJá, o deputado Izalci Lucas Ferreira e o senador Magno Malta não se pronunciaram sobre seus projetos. O deputado Pastor Cleiton Collins não foi encontrado para comentar sua participação.

O LeiaJá ainda identificou que projetos de lei que tramitam na Câmara dos Deputados e no Senado Federal são iguais, têm o mesmo texto. 

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Mais uma vez, a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado Federal adiou a análise do Projeto de Lei (PL 174/2016), do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que quer alterar o Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014) para vetar os planos de franquia de dados na banda larga fixa. A votação marcada para esta terça-feira (12) já havia sido postergada uma vez, por falta de quórum. As informações são do site Convergência Digital.

Desta vez, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) pediu vista para que a proposta passe a tramitar, também, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Como pedido foi concedido, o projeto deverá voltar a ser discutido apenas na próxima semana. Com a decisão, o texto perde o caráter de urgência para a tramitação.

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O projeto é um dos mais de 20 que tem como o objetivo proibir a limitação da dos na banda larga fixa. Segundo o senador Ricardo Ferraço, diversos aspectos do exercício da cidadania dependem da internet, como ensino a distância, declaração do imposto de renda e pagamento de obrigações tributárias. Nesta perspectiva, não seria razoável limitar o tráfego de dados na rede.

A estratégia de impor limites à banda larga fixa começou em 2008, nos EUA, com a Comcast. Nos primeiros anos, clientes eram raramente acionados pelo uso. Atualmente, porém, há número crescente de reclamações de consumidores que atingem o limite e são obrigados a pagar mais. A também norte-americana AT&T adotou igual estratégia em 2011. 

Após meses de embates entre as entidades de defesa aos consumidores e as operadoras, uma novo dado traz novamente à tona a polêmica sobre a limitação de dados na internet de banda larga fixa. Uma pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado mostra que 99% dos 608.470 internautas que participaram de enquete promovida no site do Senado Federal são contra a medida.

A participação recorde, o maior número da história desse tipo de sondagem, foi registrada depois que as operadoras de internet anunciaram a intenção de cortar ou reduzir a velocidade de acesso dos clientes que esgotarem a franquia de dados contratada. Os internautas responderam perguntas sobre a limitação dos dados relacionados à qualidade dos serviços, ao bloqueio de aplicativos, além do lucro das empresas prestadoras.

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A maioria dos participantes (64%) acredita que a limitação pode diminuir a qualidade dos serviços, 32% opinam que permanecerá igual e 2% acham que pode melhorar. A enquete ainda perguntou sobre os custos dos clientes, que para 89% dos internautas vão aumentar devido ao novo modelo de cobrança.

Ao opinar sobre o impacto da limitação de dados no lucro das empresas prestadoras deste serviço, 83% dos respondentes acreditam que a receita das operadoras vai aumentar. Em contrapartida, 95% dos respondentes apontam que a satisfação dos clientes irá diminuir.

Além disso, 91% dos internautas creem que a limitação da banda larga fixa não está de acordo com o Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014) – regulamentação que versa sobre o uso da rede no Brasil. Apenas 3% apontaram 'sim'. Também na enquete, 87% dos participantes manifestaram rejeição aos bloqueios coletivos de aplicativos de comunicação, como o WhatsApp, por decisões judiciais.

A estratégia de impor limites na banda larga fixa começou em 2008, nos EUA, com a Comcast. Nos primeiros anos, clientes eram raramente acionados pelo uso. Atualmente, porém, há número crescente de reclamações de consumidores que atingem o limite e são obrigados a pagar mais. A também norte-americana AT&T adotou igual estratégia em 2011.

O Senado Federal quer saber a opinião dos internautas brasileiros sobre a limitação da banda larga fixa, proposta pelas principais operadoras de telefonia móvel. Até o próximo dia 15, qualquer pessoa pode dizer se é a favor ou contra esse novo tipo de cobrança. Para participar da enquete, basta acessar este link.

Além de dizerem se são a favor ou contra sobre o limite de banda larga, os consumidores podem opinar sobre quem, de fato, será beneficiado com uma possível limitação dos dados. A enquete ainda versa sobre o bloqueio de aplicativos de comunicação por decisões judiciais, como já aconteceu com o WhatsApp duas vezes.

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Atualmente, o consumo de internet é ilimitado. As empresas de telefonia que oferecem o serviço defendem que haja uma limitação. De acordo com as operadoras, isso permitirá a cobrança de acordo com os níveis de consumo e maior qualidade do serviço.

Em abril, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) decidiu examinar o tema das franquias na banda larga fixa, com base nas manifestações recebidas pelo órgão. Até a conclusão desse processo, sem prazo determinado, as operadoras continuarão proibidas de reduzir a velocidade, suspender o serviço ou cobrar pelo tráfego excedente, ainda que tais ações estejam previstas em contrato de adesão ou plano de serviço.

Segundo a entidade reguladora, as operadoras devem oferecer aos clientes ferramentas que permitam o acompanhamento do consumo do serviço. Também deverão oferecer histórico detalhado de sua utilização e notificar o consumidor quando o esgotamento do plano estiver próximo.

A estratégia de impor limites começou em 2008, nos EUA, com a Comcast. Nos primeiros anos, clientes eram raramente acionados pelo uso. Atualmente, porém, há número crescente de reclamações de consumidores que atingem o limite e são obrigados a pagar mais. A também norte-americana AT&T adotou igual estratégia em 2011. 

As redes digitais foram tomadas pelos memes envolvendo o impeachment da presidente Dilma Rousseff, nesta terça-feira (11) - dia de votação do Senado Federal para a saída ou permanência da líder do Governo. Sátiras políticas, sociais e de entretenimento estão se destacando, durante a votação dos senadores. 

Os principais meios que reuniram várias hashtags foram o Twitter e o WhatsApp, que reuniu milhares de postagens dos internautas com destaques para, ‘TchauQueridaDay’, ‘globogolpista’, ‘SeEuFosseADilma’, ‘ByeDemocracyDay’ e ‘GolpeDay’. 

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O plenário do Senado Federal vai ser palco, pela segunda vez na história, de uma votação que pode afastar um presidente da República do cargo por um processo de impeachment. Dos atuais 81 senadores que participam da análise do processo de impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal, 14 vivenciam pela segunda vez em suas carreiras políticas essa experiência, já que também estavam presentes em alguma das fases do processo que declarou o impedimento do ex-presidente Fernando Collor, em 1992. O grupo representa pouco mais de 17% do total de parlamentares da Casa.

Isso sem falar no próprio ex-presidente condenado, Fernando Collor de Mello, que agora, como senador reeleito pelo estado de Alagoas em 2015, passa da posição de réu, para julgador.

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À época, apenas dois políticos desse grupo de parlamentares ocupavam a cadeira de senadores: Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) e Raimundo Lira (PMDB-PB), o último, inclusive, preside agora a comissão especial de impeachment, tendo sido eleito nesta terça-feira (26). Em 1992, ambos votaram contra Collor, ou seja, a favor do impeachment.

Os outros 12 senadores que repetem a participação em um processo de  impeachment eram deputados federais quando votaram no caso Collor. Dentre eles, apenas um apoiou o ex-presidente, o então deputado e hoje senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). Na ocasião, o parlamentar goiano era deputado pelo hoje extinto PFL.

Caiado, à época, afirmou que “estavam impedindo o direito de defesa do Presidente da República e montando todo esse teatro, esse pano de fundo da moralidade para poder dividir o poder e ocupá-lo”. Os outros 11 então deputados, hoje senadores, votaram a favor do impeachment de Collor. Os discursos de 1992 estão registrados no Diário Oficial da época e também trazem palavras repetidas no debate de hoje, como "golpe", "democracia" e "corrupção".

Confira quem são os 14 senadores que votaram o impeachment em 1992 e o que alguns deles disseram ao defender suas posições relativas ao processo de Collor.

Eram senadores em 1992 e ocupam o mesmo cargo em 2016:

 

Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

Raimundo Lira (PFL-PB)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

Eram deputados em 1992 e ocupam o a cadeira de senador em 2016:

 

Aécio Neves (PSDB-MG)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

“Cada cidadão, por mais humilde que seja, aguarda que a Câmara dos Deputados seja hoje a caixa de ressonância do que sente o nosso povo. A população brasileira espera que esta Casa referende a decisão que já foi tomada nas ruas do Brasil inteiro: a destituição do Presidente da República”.

“Trago meu voto para que possamos, daqui para frente, viver num País onde haja respeito ao dinheiro público e, acima de tudo, vontade de trabalhar pelo povo e não por meia dúzia de homens”.

 

Eduardo Braga (PDC-AM)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

Fernando Bezerra Coelho (PMDB-PE)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

José Maranhão (PMDB-PB)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

José Serra (PSDB-SP)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

“Dizem: mas, se este não é o primeiro Governo desonesto da nossa história, por que deve ser punido? É verdade - infelizmente, não é o primeiro - mas deverá, sim, ser o primeiro a ser punido para que todos os outros o sejam no futuro. Ou nós aprendemos hoje novamente a ser uma nação digna, ou num dia próximo deixaremos de ser uma nação”.

 

Lúcia Vânia (PMDB- GO)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

Paulo Bauer (PSDB-SC)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

Paulo Paim (PT-RS)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

“Seria por demais lamentável para este País se votarem ao lado da corrupção, mostrando à nação que faltaram com a palavra já empenhada” (referindo-se à lista com deputados que já haviam declarado que votariam favoravelmente ao processo de impeachment de Collor).

 

Paulo Rocha (PT-PA)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

Ronaldo Caiado (PFL-GO)

Como votou: não ao processo de impeachment de Collor

 

“Cidadão simples lá do interior sabe muito bem que há uma montagem, uma farsa que não convence ninguém. Isso nada mais é do que um golpe pela tomada ao poder, que parte de quem não teve competência para ganhar na urna e não se curvou diante da decisão maior em 1989”.

 

Rose de Freitas (PSDB-ES)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

 

Wellington Fagundes (PL-MT)

Como votou: sim ao processo de impeachment de Collor

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