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Na última sexta-feira (11) morreu Colher de Pau, mascote e símbolo da torcida do Sport. O cachorro conquistou o público rubro-negro ao frequentar a Ilha do Retiro ao lado de seu dono, Kléberson Luiz. 

Nas redes sociais, o Sport lamentou o falecimento do cão. "Nosso aumiguinho e mascotinho estará sempre conosco. Colher de Pau eterno", publicou o clube. 

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O cachorro ficou famoso em 2016, quando repercutiu em uma fotografia ao lado de seu tutor, em um momento de celebração. Desde então, Colher de Pau viralizou nas redes sociais e caiu nas graças da torcida.

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Em 2016, o mascote foi diagnosticado com erliquiose, conhecida popularmente como "doença do carrapato", e teve seu tratamento financiado pelo então diretor do Sport, Lauro Mafra. Três anos depois, o cachorro e seu dono foram agredidos por torcedores do Náutico. 

Após o incidente, o cãozinho e seu dono foram visitados pela torcida do Timbu e receberam presentes. Em 2021, Colher de Pau chegou a ser o modelo dos produtos da linha PET do Leão. 

Nesta quinta-feira (18), a principal criação da Disney completa 93 anos, o Mickey Mouse. O personagem fez sua primeira estreia em 1928 no curta-metragem em preto e branco “O Vapor Willie”, considerado até hoje como um marco para o mundo das animações.

A princípio, o rato se chamaria Mortimer, mas graças à esposa do produtor cinematográfico Walt Disney (1901-1966), Lillian Bounds (1899-1997), o personagem foi nomeado como Mickey Mouse.

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Outra importante figura que também precisa ser creditada na concepção do ratinho, é o artista norte-americano Ub Iwerks (1901-1971), responsável por desenhar o personagem e estar envolvido em diversas produções animadas do Mickey Mouse.

Em suas primeiras animações, Mickey Mouse era dublado pelo próprio Dinsey, mas com o passar do tempo, outros profissionais dubladores emprestaram suas vozes ao ratinho, entre eles James G. McDonald (1886-1964) e Bret Iwan. No Brasil, a figura já teve diversas vozes, como Nizo Neto, Orlando Viggiani, Cleonir dos Santos e Guilherme Briggs.

Desde a sua criação, o personagem recebe diversas produções que vão desde curtas-metragens, longas-metragens e séries para televisão. Além disso, a marca Mickey Mouse se expandiu para outros produtos, como Histórias em Quadrinhos (HQs), videogames, cadernos, canecas, camisetas e mais uma porção de itens.

Atualmente, Mickey Mouse não é apenas o principal personagem da Disney, como também representa o símbolo da empresa, a ponto de que muitos associam automaticamente a imagem do ratinho, quando escutam falar do nome Walt Disney Company.

O vice diretor da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), Alexandre Slivnik, afirma que o Mickey Mouse é um ícone do entretenimento e lembra uma frase dita por Disney, que até hoje ecoa nos bastidores da empresa: “Espero que nunca nos esqueçamos de uma coisa, tudo começou com um rato”.

Embora o primeiro personagem do Disney tenha sido o “Oswaldo, o Coelho Sortudo” (1927), Slivnik explica que Mickey Mouse foi o primeiro personagem do produtor cinematográfico que emplacou e trouxe um expressivo retorno financeiro. “Até hoje eles fazem questão de colocar o Mickey Mouse como o grande responsável, pela criação e perpetuação desta fantástica empresa que hoje é quase centenária”, comenta.

Segundo Slivnik, o Mickey se assemelha a figuras como Papai Noel, pois ele vive na memória e na realidade de pessoas do mundo inteiro. “Isso ocorre porque ele possui uma característica de ser um personagem com toque humano, sensível e que ajuda outras pessoas”, analisa. “Esses atributos humanos em um personagem que é um ratinho, fazem com que ele seja muito bem aceito comercialmente”, complementa.

Outra característica apontada por Slivnik é que a Disney coloca um grande esforço em preservar a imagem do personagem, de modo que nem mesmo os adultos conseguem visualizar o Mickey Mouse sem toda a sua magia e fantasia.

Além disso, por já ter perdido anteriormente os direitos do Oswaldo, o Coelho Sortudo, Slivnik ressalta que com o Mickey Mouse, o seu criador adotou uma postura superprotetora, que visa resguardar a sua obra. “Na minha percepção, o Mickey Mouse é muito além de um personagem, o Walt Disney criou uma lenda, que ao meu ver perpetua o legado de sua carreira profissional”, finaliza.

Nesta terça-feira (14), é celebrado o Dia da Cruz. Está data é considerada uma celebração cristã e homenageia o símbolo da Cruz como um instrumento de salvação, com o objetivo de relembrar a crucificação de Jesus e o exemplo de amor à humanidade. 

O dia pode ter diversos nomes, pois cada crença religiosa possui uma denominação própria para a celebração. Para os anglicanos e luteranos, a data é conhecida como o Santo Dia da Cruz, mas também pode ser conhecida como Festa de Exaltação da Santa Cruz ou Festa da Cruz Gloriosa. Além da celebração conter um significado próprio para cada religião, o símbolo da Cruz também possui.

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Indissociável do Cristianismo, no entanto, a cruz é um dos símbolos mais antigos e amplos. Esculpida em pedra ou madeira, trabalhada em metal ou osso, trata=-se de um símbolo que pode ser encontrado em quase todas as culturas do mundo. Na Alemanha, foi encontrada uma cruz esculpida em uma estatueta de mamute de Vogelherd, estimada, com mais de 300 mil anos de existência.

O significado da Cruz, em sua totalidade, é a intersecção das duas linhas (horizontal e vertical) como a união do princípio masculino (vertical) com o feminino (horizontal). Os dois eixos representam as dimensões de tempo e espaço, matéria e espírito. Além disso, o cruzamento das linhas horizontais e verticais é a base de uma "pessoa feita de linhas" - uma representação básica do ser humano.

 

A cruz também é um símbolo de cura. Por conta de ser associada ao espírito, a cruz está ligada às curas e aos poderes miraculosos. No passado, o símbolo era usado para proteção contra enfermidades, como ataques epiléticos, ou como ferramenta de poder para repelir o sobrenatural. Hoje em dia, a cruz simboliza a medicina e a enfermagem, por meio da Cruz Vermelha.

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No protesto pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Recife, neste sábado (24), a bandeira do Brasil foi erguida com orgulho por manifestantes, que realizaram uma espécie de 'ato reverso' aos apoiadores do chefe do Executivo.

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Enquanto reivindicam a posse do principal símbolo nacional nos atos pró-governo, admiradores de Bolsonaro impõe a cor vermelha aos opositores. Na capital pernambucana, bandeiras do Brasil voltaram a tremular como um ato de resgate.

'Sempre vou usar por que sou brasileira. Eu acho que nós todos somos brasileiros, e a bandeira é nossa. Não é de Bolsonaro", afirmou a aposentada Nilza Barbosa.

 Entre bandanas, faixas, roupas e artigos em verde amarelo, diversos manifestantes fizeram questão de seguir a passeata nas ruas do Centro com representações da nação.

Acompanhe

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O #24J é um movimento de protesto nacional realizado nesse sábado (24) contra a política adotada pelo presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre as capitais e municípios tanto do Brasil, quanto do exterior, 430 atos foram confirmados.

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Paz e saúde: essa é mensagem do cartaz do Círio de Nazaré 2021, que será comemorado dia 10 de outubro. A apresentação ocorreu em 31 de maio, último dia da programação de aniversário de 15 anos desde que a Basílica de Nazaré foi elevada ao título de Santuário Mariano da Arquidiocese de Belém. O evento foi transmitido ao vivo e também foi aberto ao público, seguindo as medidas de prevenção contra o novo coronavírus. 

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Pela primeira vez, o cartaz tem a cor branca, que representa o sagrado. A escolha também é uma homenagem aos profissionais de saúde, que com seus jalecos brancos estão na linha de frente do combate à pandemia do novo coronavírus. Além disso, ramos atrás da Virgem de Nazaré lembram o pulmão, um dos órgãos mais afetados pela covid-19, doença que tirou a vida de milhões de pessoas no mundo.

De acordo com o arcebispo dom Alberto Taveira Corrêa, a escolha da cor e símbolos do cartaz foi um tributo ao sofrimento que todos estão passando desde o início da pandemia. “Diferente de todos os cartazes já impressos e distribuídos nos anos anteriores, optamos pela cor da paz que, junto com a saúde, é o que precisamos neste momento”, explicou o religioso em nota publicada com o cartaz.

“Além disso, os ramos que fazem o pano de fundo para a figura de Nossa Senhora de Nazaré nos lembram também a configuração do pulmão, o que nos faz pensar em tantas pessoas que têm sofrido em seu esforço de respirar”, disse.

O evento foi organizado pela Arquidiocese de Belém, Diretoria da Festa de Nazaré, Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré do Desterro e Padres Barnabitas, responsáveis pela administração da Basílica. A fotografia do cartaz foi feita por Walda Marques e a arte, realizada pela Agência Mendes. Essa é a terceira vez que Walda fotografa a imagem: o mesmo trabalho foi feito antes nos anos de 2014 e 2005.

Durante a celebração, os fiéis também acompanharam a cerimônia de Coroação de Nossa Senhora e o retorno da Imagem Original da Virgem de Nazaré ao Glória, nicho na parte superior do Altar-Mor do Santuário, de onde deve ser retirada novamente durante o Círio.

O arcebispo também falou sobre preparativos para a festividade, que deve ocorrer presencialmente, “sem perder a referência a normas de saúde pública que estiverem vigentes daqui até a data prevista”.

Por Sarah Barbosa.

 

 

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O rap tem se evidenciado como parte da identidade cultural do Estado do Pará, principalmente das periferias. O Coletivo Articulado do Tapanã – CARTA, da periferia de Belém, recorre à música para falar de cultura, ciência e história por meio das batalhas de rap que acontecem no bairro.

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Mailson Nogueira Alves, estudante do curso de Psicologia e membro do CARTA, conta que o histórico do rap no Pará remonta à cultura dos povos escravizados. “Com a popularização do rap no Brasil, isso acabou impactando também o Estado, fazendo nascerem diversas batalhas de rap pelos bairros que se mantém firmes até hoje”, explica.

O estudante cita as “guitarradas” e o carimbó como ritmos paraenses que influenciam na maneira de fazer rap, além do samba e do funk. Mailson também afirma que o rap é a voz da periferia e a poesia transformada em denúncia. “É o momento em que o MC bota no papel toda a angústia e a dificuldade que passa sendo preto e morador de periferia”, diz.

Mailson ressalta que para o rap ser ainda conhecido e reconhecido culturalmente no Pará é necessário mais investimento na própria cultura. Segundo ele, as batalhas de rima continuam sendo muito discriminadas. “Muitas vezes até a polícia chega do nada, mandando todo mundo ir embora por causa do estigma de que rap é coisa de bandido. O rap paraense precisa ganhar espaço para que seja valorizado socialmente”, salienta.

O estudante conta que o CARTA contribui para que isso aconteça através da divulgação cultural e dos artistas, da exposição da história do rap e como ele influencia a periferia. Segundo Mailson, o rap dá condições de mudança de vida para as pessoas. “O rap, assim como qualquer outro tipo de arte, tem um mercado que compra. Isso é muito importante porque o dinheiro investido permite que os MCs consigam dar condições melhores de vida para as suas famílias. Muitas vezes investem em ações nos bairros para tirar crianças das ruas quando eles têm o devido reconhecimento pela sua arte”, explica.

Mailson reforça o rap como uma ferramenta importante para a luta social. “É sobre o sofrimento que nós temos quando a polícia chega aqui e mata inocentes. Também é sobre a luta de vários pais que saem todo dia de casa buscando alguma alimentação para a família. Tudo isso você encontra no rap e ele denuncia toda essa opressão do Estado”, complementa.

Crescimento no interior

Conhecido como Pelé do Manifesto, Allan Roosevelt Miranda Conceição começou a trajetória no meio musical quando montou o grupo de rap Manifesto Negro com dois amigos, em 2008. “Minha história no rap se desenrola em 2008 quando eu resolvi montar um grupo de rap com dois amigos da minha rua e um amigo da minha escola, que foi o Manifesto Negro. A partir daí, eu senti aquela emoção de estar cantando pra alguém e nunca mais parei”, relata.

Hoje, aos 29 anos, o rapper tem um negócio, junto com a esposa, fruto do dinheiro ganho na música. Mas essa continua sendo a principal fonte de renda.

Allan percebe que o rap vem se desenvolvendo no Estado, com movimentos não só na capital, mas também no interior. “Parauapebas, Paragominas, Dom Eliseu, Barcarena, Ananindeua, Castanhal, Benevides – são alguns locais a que eu já fui e pude observar de perto o movimento e ver como ele se desenvolve com as batalhas de MCs”, conta.

Ele ainda aponta a importância de mostrar que o rap é versátil ao oferecer cultura e divertimento para o público. “É muito bom porque mostra que o rap é polivalente. A gente consegue estar em cima do palco, mostrando o nosso talento, e ao mesmo tempo a gente consegue estar na rua levando ao público um pouco de cultura com a batalha dos MCs e divertimento”, destaca.

Compositor e intérprete das músicas que canta, Allan acredita na filosofia presente no rap de que cada um deve cantar a própria música, falar da própria vivência. “O rap, mais que um estilo musical, é uma forma de o jovem periférico ser o protagonista da própria história. Já que tu és o protagonista da tua história, tu tens que cantar o que tu vives, o que tu pensaste, o que tu compôs”, explica.

Os temas das músicas são livres. Alguns tratam sobre amor, mas a maioria dos rappers fala sobre a realidade vivenciada, sobre como a sociedade brasileira é. “A maioria dos rappers é negra; então a gente fala muito sobre racismo, violência policial, o que um periférico preto passa, como é a realidade da nossa rua, como é a violência na nossa capital. São temas corriqueiros nas letras de rap e alguns também falam de amor”, conta Pelé do Manifesto.

Em abril do ano passado, Pelé do Manifesto lançou o disco “Gueto Flow, Preto Show”, porém o show de lançamento não ocorreu por causa da pandemia. Durante esse período, O rapper precisou migrar para a internet e trabalhar com lives, devido às proibições de shows e fechamento das casas de festa. Mesmo com todas as dificuldades, não pretende desistir. “A gente não pode desistir, tem que arranjar outros meios de conseguir dinheiro com a música e tocar o barco”, afirma.

Pelé do Manifesto conta que já utilizava as redes sociais, mas a frequência aumentou  no último ano. “Eu e outros artistas ficamos condicionados somente às lives, às apresentações nas redes sociais. Então a gente acabou aprendendo a utilizar todas as ferramentas nas redes e isso foi muito bom para o nosso trabalho nas mídias sociais”, comenta.

O rapper voltou a produzir após bloqueio criativo, em 2020. “Eu tive certo bloqueio criativo em relação à pandemia. Não consegui criar nada durante o ano passado, o que eu lancei era um que tinha sido gravado em 2019. Já vim fazer as coisas esse ano, em 2021 já estou lançando e produzindo umas paradas, fluindo meu trampo”, diz Allan.

No ano passado, além do disco, Pelé do Manifesto lançou a música “Só te digo, vai”, em parceria com Everton MC. Para esse ano traz novidades. “Gravei mais um clipe que ainda não saiu, de uma música com o Afonso Capello, que produzimos e ainda vamos lançar, que é “Uma nova escravidão”, anuncia.

“Fiz esse som com o Afonso Capello, e fechei uma parceria com o MC Ricardinho que é o projeto 'Camisa 10', que vai ter uma pegada totalmente diferente do que eu faço”, revela Pelé do Manifesto em relação a parcerias.

Salvador de vidas

  “O rap chegou para mim como um salvador de vidas”, descreve Maycon Pinheiro, também conhecido como Calangu. Nortista e afro-amazônico, Maycon conta que o rap veio como uma forma de expressar o que estava sentindo. “Eu conheci o rap há uns dez anos, com um álbum da ConeCrew. Esse álbum me tocou com verdades que eu já vivia mas não sabia como expressar. O rap veio como uma forma de expressão para mim. E através disso eu consigo me expressar, botar tudo o que eu sinto e as verdades que eu vejo e tudo que eu passo no dia a dia numa letra”, narra.

MCs como Marechal, Criolo, Emicida, ConeCrew, Don l são influências para Calangu, pois falam de fatos e vivências que acontecem no dia a dia dele. Além do rap, ele também encontra fontes de inspiração no graffiti, jazz, rock, R&B, pop e indie.

Maycon acredita que, assim como o salvou, o rap também muda a vida de muitas pessoas. “O rap fala sobre o que nós vivemos e passamos. Uma poesia marginal com verdades que acontecem no bairro. Assim como me salvou, ele ainda salva muita gente com verdades que vivemos e muitas vezes não queremos ver”, afirma.

Preocupado com as questões sociais, o coletivo de rap “Rua ao Norte”, do qual Maycon faz parte, é responsável pela batalha de rima da t2, no bairro Tapanã 2, e mobiliza a população a arrecadar alimentos para pessoas carente do bairro.

Evolução

O rapper Bruno B.O. revela que sua trajetória no mundo do rap começou cedo, aos 14 anos, com a formação da banda “Carmina Burana”, com o rap que costumava ser feito nos anos 90 por bandas como Biohazard, Rage Against The Machine e Helmet.

“Eu conheci o M.B.G.C (Manos da Baixada de Grosso Calibre) e depois de um tempo comecei a ir atrás dos caras e colar neles. Comecei a aprender sobre o hip-hop puro e diretamente com essa galera, DJ Morcegão, P-Jó, Marcelo Muslim e vários caras que fizeram parte do M.B.G.C e de todo o início do hip-hop. Foi assim a minha entrada no rap, como integrante do M.B.G.C e depois com os meus projetos solos”, conta.

Bruno mora em Conceição do Araguaia há seis anos e por causa disso já não participa diretamente do processo de evolução do rap no Pará, mas acompanha o movimento no Estado pela internet e por meio das redes sociais. “O que eu tenho visto é que o rap paraense está bem em evidência, nomes sendo bastante visualizados e disseminados como Anna Suav e Bruna BG, Pelé do Manifesto, Daniel ADR, enfim, muita gente nova que eu tenho acompanhado. Eu vejo que há uma evolução no rap, no grafitti, em todas as áreas, até no break”, diz.

O rapper revela que suas letras trabalham as espiritualidades africanas e afrobrasileiras e que fala de coisas sem contextos específicos e mostra como encara alguns problemas e situações da vida. “Há muito tempo a minha letra não tem mais relação com temas da periferia, coisas dessa natureza, e que eu realmente não vivo mais”, explica.

Por Carolina Albuquerque e Isabella Cordeiro.

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Três dos manifestantes pró-Trump cujas imagens viralizaram no mundo após a violenta invasão do Capitólio na quarta-feira, incluindo o homem com o chapéu com chifres de bisão, foram presos, anunciaram as autoridades americanas neste sábado (9).

Jacob Anthony Chansley, também conhecido como Jake Angeli, e dois outros ativistas - incluindo um funcionário estadual recém-eleito - foram indiciados no tribunal federal em conexão com a violência, de acordo com o gabinete do procurador do Distrito de Columbia.

Chansley foi acusado de "entrar ou permanecer intencionalmente em um prédio ou terreno restrito sem autoridade legal e por entrada violenta e conduta desordenada nas instalações do Capitólio".

O comunicado indica que Chansley foi "o homem visto na cobertura da mídia que entrou no edifício do Capitólio vestido com chapéu de chifres, um cocar de pele de urso, pintura facial vermelha, branca e azul, sem camisa e calças marrons", enquanto "carregava uma longa lança com a bandeira americana presa."

A semelhança de Chansley com o cantor Jay Kay rapidamente se espalhou pelas redes sociais, levando o líder da banda Jamiroquai a emitir uma declaração esclarecendo que ele não estava nem perto de Washington quando a multidão de apoiadores de Trump invadiu o Capitólio.

Chansley se descreve como um "soldado digital" da teoria da conspiração de extrema direita QAnon, que afirma que Trump está travando uma guerra secreta contra um culto liberal global de pedófilos adoradores de Satanás.

Os outros dois homens presos são Derrick Evans, 35, recém-eleito para a Câmara dos Delegados da Virgínia Ocidental, e Adam Johnson, 36, da Flórida.

Muitos dos invasores não dificultaram suas identificações pelas autoridades. De acordo com o gabinete do promotor, em um dos vídeos Evans pode ser visto gritando ao cruzar a porta do Capitólio: "Estamos dentro, estamos dentro! Derrick Evans está no Capitólio!"

Já Johnson foi identificado pelas fotos que circularam pelo mundo em que é visto sorrindo e acenando para a câmera enquanto caminha pela Rotunda do Capitólio com o púlpito da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, como troféu.

O Departamento de Justiça já anunciou na sexta-feira que outras 15 pessoas foram indiciadas na operação, incluindo um homem acusado de possuir explosivos.

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“Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida com o sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de 12 estrelas.” O versículo 1, do capítulo 12 do livro bíblico do Apocalipse, inspirou o manto que cobre a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré no Círio 2020, apresentado pela Arquidiocese de Belém na sexta-feira (0). O governo do Pará é um dos realizadores da programação, que neste ano sofreu alterações em razão da pandemia de covid-19.

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A apresentação do manto é um dos momentos mais aguardados da festividade em homenagem à padroeira. A Basílica Santuário de Nazaré – que tradicionalmente estaria lotada para o evento - nesta noite ficou com as portas fechadas, apenas com a participação restrita de membros da Diretoria da Festa, vigários episcopais e profissionais de imprensa, responsáveis pela transmissão por internet e televisão.

Após a missa celebrada pelo arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira, as luzes se apagaram e a imagem com o novo manto foi erguida. “Tenho certeza que o manto de Nossa Senhora de Nazaré nos cobriu com seu amor. Os nossos sofrimentos não foram tão grandes como poderiam ser porque o povo daqui se dirigiu a Ela com muita confiança”, afirmou Dom Alberto Taveira, se referindo à curva descendente de casos de Covid-19 no Pará.

A simbologia do manto foi materializada em uma peça de cetim de seda pura italiana, branco, ornamentada com renda francesa, vidrilhos, cristais, pérolas e outros materiais. O dourado e o azul remetem ao céu e ao brilho do sol. A coroa rodeada de 12 estrelas está na parte de trás, sobre dois anjos e a lua. As pontas do manto se conectam a um broche em formato de cruz, em prata e ouro branco cravejado.  Como ocorre todos os anos, o manto foi doado por um casal voluntário.

O arquiteto Sandoval Ferreira recebeu um texto base para orientar o projeto de criação. “As minhas mãos apenas representaram algumas figuras, e a Kátia Novelino, com o seu talento, fez suas adequações para que coubessem todas as nossas ideias dentro do manto. A minha vida se transformou quando fui convidado a integrar a Diretoria do Círio, e depois para ajudar na criação do manto. Estou há oito meses tentando encontrar uma palavra que descreva o que sinto. Em todo o dicionário e todas as línguas não consigo descrever a emoção”, admitiu o arquiteto. 

Para a estilista Kátia Novelino não há coincidências. “É a coroação de Nossa Senhora. Coroa é também o significado de corona. Apesar de não ter sido algo pensado, lá em janeiro, quando a pandemia ainda não estava aqui, parece que foi feito para o momento. Não teve relação, mas parece que Nossa Senhora enviou uma mensagem”, disse Kátia, que utilizou materiais de que já dispunha em casa, devido ao fechamento do comércio durante vários meses.

Da Agência Pará.

 

"Quando um cristão carrega a cruz no cordão, coloca na parede de casa, usa estampada na camiseta ou em uma tatuagem, não carrega apenas a recordação do assassinato de Jesus, carrega um ideal". É assim que o teólogo e editor da Revista Vozes, Welder Lancieri Marchini, analisa um dos maiores símbolos do cristianismo.

Tanto no catolicismo romano quanto no ortodoxo, a cruz representa a vida e a morte de Jesus Cristo e também o estilo de vida por ele propagado. "Seja com a imagem de Jesus, que chamamos de crucifixo, ou sem a presença do Cristo, a cruz que habita os altares, o alto das torres ou mesmo a parede de nossas casas nos lembra que o cristianismo não é apenas uma teoria um uma ideia, mas é um projeto de vida, um ideal que foi vivenciado com doação total pelos credores do homem de Nazaré", explica Marchini.

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A pedagoga Suely Batista Rios, 51 anos, é católica e afirma que a cruz sempre esteve presente em sua casa. "Cresci ouvindo as histórias por meio de minha mãe, que sempre foi muito religiosa. Carrego um crucifixo, assim como o uso do escapulário em todos os lugares que vou. É meu amuleto", comenta.

Hoje utilizado como um objeto de proteção, a cruz já foi sinônimo de tortura, humilhação, fracasso e morte. "Povos antigos como os romanos e até os judeus utilizavam a cruz para expor pessoas condenadas por grandes crimes, como uma forma levá-las a vergonha pública", explica o doutorando em teologia Valdecir Ferreira.

Ao longo do tempo, a cruz foi ressignificada diversas vezes. "A cruz ganhou espaço pelas obras de arte. Foi pintada, esculpida, poetizada, escrita, teatralizada, tocada e cantada. São muitas as formas de representação da cruz. Ora popularizada pela via artística, ora revivida nas muitas cruzes do nosso povo, esse objeto se atualiza e é mostrado de inúmeras vias: em pessoas passando fome, morrendo sem assistência e dignidade, nas mães, nos trabalhos desumanos, na falta de dignidade, nas guerras, nas doenças incuráveis e em tantas outras formas de sofrimentos que se atualizam todos dos dias", comenta Valdecir, que considera a cruz também como um símbolo de renovação. "O adereço ou o enfeite cederá espaço para a memória contínua daquele que nos garante que a morte não é o fim e que o sofrimento é uma passagem que nos insere na dinâmica do mistério do próprio Jesus Cristo", finaliza.

 

Uma cena inusitada acabou viralizando na internet e se tornando símbolo dos protestos antirracistas que tomam os Estados Unidos há alguns dias. Um casal de noivos, que realizava a cerimônia do matrimônio próximo ao local da manifestação, no centro da Filadélfia, no último sábado (6), decidiu unir-se ao movimento logo após a troca de votos. Para eles, essa foi uma forma de manifestar seu orgulho e o amor negro em um momento tão decisivo da história do país em que vivem. 

Kerry Anne e MIchael Gordon casaram-se em uma pequena cerimônia no Logan Hotel exatamente no dia dos protestos. A direção do local havia informado aos noivos sobre as manifestações mas eles fizeram questão de manter a data e aproveitaram para também participar do movimento. Sua aparição no protesto, no entanto, acabou se transformando em um momento bastante simbólico. Ainda com os trajes do casamento, os dois foram ovacionados pelos manifestantes e as imagens do momento viralizaram nas redes sociais. 

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Em sua conta no Instagram, a noiva, Kerry Anne, falou da emoção de viver um momento tão importante de sua vida pessoal em meio a um evento histórico. “Nunca, em nossos sonhos mais loucos, pensamos que nossa história de amor capturaria o coração de tantas pessoas. ⁣⁣Somos gratos por compartilhar nosso dia especial com um momento tão crucial na história, e estamos honrados por ser uma representação positiva do amor negro e por que vidas negras importam”. O noivo, Michael, também falou a respeito em entrevista à revista Vogue. “A narrativa do amor negro nem sempre é divulgada. Mas é disso que trata o movimento, é isso o que estamos procurando. O amor negro é uma coisa linda. O amor negro existe. O amor negro é poderoso”.

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O casal acabou criando um perfil conjunto, no Instagram, para dividir sua história com o resto do mundo. Nela, além de um link para uma campanha de doação para o movimento #blacklivematters, o público pode ver fotos do casal e alguns dos momentos do protesto que os deixaram famosos em todo o mundo. 

O quadrinista Matt Wilson se pronunciou no Twitter na última quarta-feira (3) a respeito da doação de US$ 5 milhões que a Disney fará para organizações focadas no combate ao racismo. De acordo com Wilson, a empresa deveria processar os policiais que usam o símbolo do anti-herói Justiceiro, uma das propriedades intelectuais da companhia.

A Disney arrecadou US$ 70 bilhões em 2019 e a quantia doada representa 0,007% do valor. "Se a Disney e a Marvel realmente querem fazer um gesto grande agora, eles poderiam exigir que a polícia deixasse de utilizar o logo do Justiceiro imediatamente e processar departamentos que continuarem o uso", comentou Wilson.

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Outros quadrinistas como Mags Visaggio (Kim & Kim, Vagrant Queen) e Kat Verhoeven (Meat and Bone), apoiaram a iniciativa de Wilson. Segundo Verhoeven, a Disney deveria observar o uso do emblema em manifestações de ódio.

A campanha repercutiu nas redes sociais e o público começou a cobrar uma postura da Disney, relembrando situações em que a empresa multou escolas por exibirem seus filmes ou obrigaram as creches a apagar de seus muros o desenho de seus personagens.

Todas essas questões começaram a ser abordadas após policiais brancos matarem o ex-segurança negro George Floyd. A ação gerou uma onda de protestos nos Estados Unidos, repercutiu nas redes sociais e fez com que diversas empresas do entretenimento se pronunciassem sobre o ocorrido.

Um homem foi preso em flagrante por fazer apologia ao nazismo ao pendurar uma camiseta com o símbolo nazista na porta de sua casa. O caso aconteceu no último domingo (19), em São José, na Grande Florianópolis, Santa Catarina. Cumprindo mandado de busca e apreensão, a Polícia Civil encontrou materiais com a suástica do movimento liderado por Adolf Hitler.

A polícia confirma que, ao ser questionado sobre a camiseta, o homem disse que tinha "liberdade de expressão e usava e pendurava o que bem entendesse". O  caso foi encaminhado ao Judiciário e o nome do acusado não foi divulgado oficialmente. 

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O site NSC lembra que, pela lei 7.716, o ato de fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo é crime. A pena é de dois a cinco anos de prisão e multa.

 

De acordo com o Ibama, até o dia 19 de outubro, duzentas praias nordestinas já haviam sido atingidas pelas manchas de óleo que se alastram pelo litoral da região desde, pelo menos, o dia 2 de setembro. Apesar do esforço da população, cartões postais de Pernambuco como a Ilha de Itamaracá e as praias de Maracaípe e Itapuama foram comprometidos pela chegada do material. Agora, com a chegada das manchas de óleo à Região Metropolitana do Recife, o Rio Capibaribe, símbolo da cidade, também pode ser atingido, segundo a professora de ecologia da Universidade de Pernambuco (UPE), Mariana Guenther. O LeiaJá entrevistou a pesquisadora sobre a possibilidade e suas consequências. Leia na íntegra:

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LeiaJá: Existe a possibilidade de contaminação do Rio Capibaribe pelo óleo que se alastra pelo litoral nordestino?

Professora Mariana Guenther: Sim, nas marés de enchente a água do mar entra pelo Capibaribe ali no Porto do Recife e chega até além do Parque dos Manguezais, dependendo da fase da lua.

LeiaJá: Na água doce, as condições de disseminação do óleo são diferentes? Em termos das propriedades da água doce, correntes...

Guenther: Na água doce, por ser menos densa, a tendência do óleo é afundar mais (flutuar menos), como temos visto na entrada de alguns estuários. E isso dificulta a ação das barreiras de contenção (o óleo acaba passando por baixo). Em relação ao fluxo, vai depender das correntes de maré, nas marés de enchente o óleo pode avançar bastante uma vez dentro do estuário.

LeiaJá: Quais seriam as consequências a curto prazo de uma contaminação do Capibaribe? E a longo prazo? Sentiríamos outros efeitos daqui a, por exemplo, uma década?

Guenther: Basicamente as mesmas consequências da contaminação do mar. A curto prazo temos o efeito que chamamos agudo, onde os organismos sofrem com o sufocamento pela cobertura do óleo, tanto nas margens quanto no fundo. A longo prazo, temos o problema das substâncias presentes no óleo que são altamente tóxicas que vão sendo liberadas e incorporadas pelos organismos. Infelizmente não temos como precisar a duração desses efeitos. Por isso temos que fazer monitoramentos constantes na água, no sedimento e nos organismos para avaliar o grau de contaminação.

Área da bacia do Capibaribe é de 5.880 km². (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

LeiaJá: Estamos acompanhando o trabalho dos voluntários, municípios e prefeituras, observando a dificuldade e o esforço necessário para remover o óleo das praias. A limpeza de um rio da dimensão do Capibaribe seria mais fácil ou mais difícil? Demandaria algum tipo de tecnologia específica?

Guenther: A limpeza que estamos conseguindo é uma limpeza superficial. Extremamente necessária e urgente e o trabalho dos voluntários tem sido espetacular. No entanto, há todo o óleo que se depositou nos corais, nos manguezais, no sedimento, antes de chegar à praia. Além daquele que vai se depositando na areia quando a mancha chega. É um trabalho difícil, tanto no rio quanto no mar. No caso do rio, como eu havia dito antes, como esse tipo de óleo que estamos lidando tente a afundar mais, torna-se ainda mais difícil a contenção. E a limpeza das margens seria muito mais difícil do que a limpeza da areia.

LeiaJá: Caso exista a possibilidade de contaminação do Capibaribe, há alguma estratégia que o estado possa utilizar para evitar seu contato com os poluentes?

Guenther: A melhor estratégia é a contenção, da mesma forma que nas praias, a melhor estratégia seria evitar que o óleo chegasse ao litoral, realizando a contenção em alto mar.

Trajes de dança dos cubaneiros sempre incluem chapéu, calça de tecido e sapatos de dança. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

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Camisas estampadas, sapatos personalizados e muita simpatia. Podemos arriscar que esses três ingredientes ajudam a explicar a magia que se forma no caldeirão da pista de dança da “Noite Cubana” do Clube Bela Vista, localizado no Alto Santa Terezinha, na Zona Norte do Recife. Lá, em dois domingos alternados a cada mês, aposentados, militares e trabalhadores em geral desconstroem a sisudez da masculinidade e transformam-se em artistas graciosos. Pouco antes que uma nova semana se inicie, trazendo consigo as obrigações da vida cotidiana, os “cubaneiros”- conforme se autodenominam os frequentadores mais assíduos do baile- se apressam em circular entre as mesas em busca de uma parceira para a salsa, bolero ou guaracha. Símbolos da Zona Norte do Recife, eles são o maior dos atrativos de um dos eventos mais tradicionais da cidade.

“A gente, dançarino, é que nem jogador de futebol. Se ele não jogar, não teve um lazer. Quando tiver uma cubana, eu estiver trabalhando ou fazendo alguma ‘ôia’, fica faltando alguma coisa para completar”, descreve o aposentado Francisco Nascimento, conhecido entre os demais frequentadores da Noite Cubana como Chocolate. Em suas palavras, “um dos dez melhores dançarinos de Pernambuco, porque não vou dizer que sou o melhor”, Chocolate dispensa a modéstia e se orgulha de ter sido um dos responsáveis pela fundação do Clube Bela Vista, na data de 24 de outubro de 1980. “Antes aqui era um cinema, o Cine Bela Vista, que não deu certo. Foi quando um grupo de doze pessoas, que já dançava muito os ritmos latinos, disse: ‘vamo inventar uma cubana? Aí a gente fez a primeira, parecia o Galo da Madrugada”, brinca.

Afeito à dança dos gêneros cubanos desde os 14 anos, ele não sabe explicar a forte relação das comunidades da Zona Norte do Recife com a música caribenha. “O ritmo cubano é quase igual a um frevo: se mexeu, tá dançando. Agora tem o dançarino mesmo, o ‘cubaneiro’, e eu sou do original. Para mim é primeiramente Deus, minha família e a cubana, porque sem ela a gente não tem uma alegria”, frisa.

Calças de tecido, sapatos estilizados e chapéu elegante. Quem vê Nilvan José Damasceno na pista de dança do Clube Bela Vista dificilmente concluirá que está diante um sargento da polícia militar. Um dos mais elegantes frequentadores da Noite Cubana, ele sempre cruza os portões por volta das 19h, acompanhado pela esposa, a dona de casa Gildete Nascimento. “Danço com ela há 39 anos. Fica mais fácil, porque não são todas as damas que podemos conduzir, algumas não acertam. Hoje em dia tenha muita coreografia e não é meu forte, eu danço muito ‘peito’ e conduzo a dama com os pés”, comenta. Afiado nos passos curtos, o casal logo chama atenção dos frequentadores mais tímidos, que se acomodam nas laterais da pista de dança para assistir à festa. “O charme do cavalheiro está na roupa, principalmente na camisa que ele veste. A gente sempre tem que estar muito bem alinhado, tenho meus figurinos só para dançar”, confessa.

Elegância e tradição: desde 1992, Nilvan frequenta Noite Cubana com a esposa, Gildete. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Afinidade antiga

Morro da Conceição, 1975. Disputando espaço com artistas nacionais como Roberto Carlos e Reginaldo Rossi, os ritmos cubanos já eram febre nas comunidades da Zona Norte, motivo pelo qual um importante clube recreativo do bairro resolveu contratar o jovem Valdir Marques de Oliveira - conhecido por “Valdir Português” - devido à ascendência paterna - como DJ -. Fã da música caribenha, o rapaz costumava renovar o repertório nas disputadas feiras de troca de discos do bairro de Casa Amarela. “Ninguém dava disco a ninguém não, era muito disputado, tinha gente que roubava do outro, dava até briga. Já teve muita má querência. Antigamente, a música cubana era mal vista, como coisa de ‘maloqueiro’”, conta Valdir. Foi neste universo, no entanto, que o DJ conheceu a potência agregadora da música, com aquele que seria um fiel parceiro na empreitada mais importante de sua vida. “Em 1992, conheci o DJ Edinho Jacaré na feira do troca, só que a Peixinhos. Ele me falou que havia feito uma programação de música cubana muito bonita, no Bela Vista. Depois disso, os diretores do Clube foram na minha casa e me convidaram para participar”, lembra.

Se aos 11 anos de idade, Valdir era o garoto que vendia doces para comprar discos de salsa e bolero, na vida adulta, tornou-se uma das referências em música cubana no Recife. “O ritmo cubano que boto pra tocar não é pra todo mundo não, é para aquele que vai gostando, porque trabalho todos os ritmos. Chega uma hora que vou fazendo um revezamento: uma hora guaguancó, outra guaracha, pregón e por aí vai”, relata. A habilidade de colocar a música certa “para fazer aquele casal sentado se levantar e ir dançar”, conforme gosta de dizer, levou Valdir Português a, por exemplo, apresentar-se ao lado de Edinho Jacaré na Virada Cultural de São Paulo, nos anos 2000. “Depois, o Buena Vista Social Club (um dos mais relevantes grupos de música cubana do mundo) veio ao Recife e visitou o Bela Vista. Fizeram uma festa linda, foi muito emocionante pra gente”, relata Valdir.

De sua cabine, Valdir Português comanda a festa mesclando artistas caribenhos e africanos. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Encontro de classes 

Àquela altura, contudo, o Clube já não era frequentado apenas pelos moradores das comunidades circundantes. “Antes eu trabalhava com público pobre, quando dava dez horas da noite, o pessoal ia embora, porque não tinha dinheiro para gastar durante uma programação de oito horas como a minha. Foi quando conhecemos Roger de Renor e a banda Academia da Berlinda, que fizeram eventos aqui. Aquele povo deles, de Olinda, Boa Viagem se adptou ao Clube e ficou como um novo ‘habitué’” explica Valdir. Com a invasão dos jovens de classe média, a Noite Cubana passou durar até a madrugada. interessado em interagir e dançar com os tradicionais cavalheiros do Bela Vista, uma atração à parte, o novo público costuma se acomodar, curiosamente, à direita da pista de dança. “Isso daí é feito por eles. Esse lado daqui (esquerdo) é do povo humilde e do lado de lá é o novo público. Isso daí é feito por eles e eu não sei o porquê, afinal a ‘turma de Olinda’ gosta tanto do povo daqui, porque o povo daqui sabe dançar...As ‘meninas da Academia da Berlinda querem dançar com os cubaneiros”, coloca o DJ.

Um dos diretores do Bela Vista, Romildo Andrade garante que o clube está atento ao fenômeno e não pretende elitizar a festa. “A gente faz a distribuição de cerca de 300 e a prioridade da casa é a região que a gente está. O resto das pessoas que comparecem são as que vêm de diferentes partes da cidade e do país, elas entram pela bilheteria normalmente, pagando o valor de R$ 10. Nossa comunidade está satisfeita com a Noite Cubana e acaba lucrando com ela, porque as pessoas gastam muito do lado de fora do clube”, defende. Por isso, Romildo gosta de dizer que a festa é universal. “Porque não existe uma festa cubana que a gente não receba alguém de outras países. Além disso, vem pessoas de ‘nível elevadíssimo’, como políticos, atrizes e jogadores de futebol”, acrescenta o diretor.

Evento reúne jovens e idosos. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Para o cubaneiro Sérgio Martins Pereira, a organização do clube é uma das razões de seu sucesso. “Ela é uma terapia que você faz e esquece de tudo, dos problemas todos, porque sai de casa para se divertir. Aqui tem uma boa discoteca, um bom atendimento e segurança. Graças a Deus aqui nunca teve problema de briga”, garante.

Futuro animador

Nascido em 1996, Reginaldo Vieira Júnior tinha apenas nove meses de vida quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). “Fiquei com tudo fora do lugar por dentro, fiz nove cirurgias, mas não conseguia andar, falar ou escutar. Na época, médico me deu dois meses de vida, mas graças a Deus hoje eu estou aqui contando a história”, conta. Algumas sequelas, contudo, permaneceram. “Se eu ficar sem remédio e estiver muito nervoso ou com raiva, tenho convulsões. Além disso, há dois anos, eu estava escutando as cubanas no banheiro, brincando, quando escorreguei na cerâmica, caí e quebrei o fêmur. Aí hoje tenho tenho três pinos na perna e um problema de mobilidade”, completa.

Reginaldo Júnior supera deficiência motora e brilha na pista de dança. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

A dificuldade motora não impede que Reginaldo seja presença certa na noite cubana. “No bairro de Dois Unidos, fui vizinho do DJ Valdir Português, comecei vindo com ele. Gosto da música cubana desde criança, quando ouvi os merengues de Célia Cruz e seus boleros com Bienvenido Granda”, afirma. Constantemente um dos primeiros a chegar e últimos a sair do evento, Reginaldo sempre circula pelo Bela Vista com figurino alinhado e um pequeno lenço vermelho pendurado na calça, que diz ser sua homenagem à Cuba. Gentil, circula sorridente entre as mesas e dificulta a negativa das damas a uma dança. “Elas ficam à vontade comigo e me pergunto se posso ensiná-las a dançar, para mim é um prazer”, derrete-se.

Com os estudos no ensino médio concluídos, durante o resto da semana, Reginaldo garante que dedica-se quase que integralmente ao estudo do repertório da música cubana, através de canções gravadas em um celular e discos comprados a Valdir Português. “Meu sonho é ser DJ da Noite Cubana, sempre chego antes da festa, ajudo o DJ a carregar as coisas para dentro e fico ouvindo as músicas. Quando não conheço algo, pergunto pra ele o que é e anoto num caderninho. A Cubana pra mim é tudo: aqui eu danço, brinco dou risado e faço todo mundo feliz”, comemora.

Uma ave desperta preocupação na capital federal. "Águia se aproxima", diz um segurança do Planalto para os colegas pelo sistema de rádio. "Águia vai sair agora", informa outro. O grupo de agentes que faz a escolta do presidente Jair Bolsonaro só relaxa quando ele entra no Alvorada, residência oficial, para descansar: "Águia no ninho. Missão cumprida. Ok?"

Codinome de Bolsonaro usado pelos seguranças, a águia já foi símbolo da Presidência quando os chefes do Executivo despachavam no Palácio do Catete, no Rio, uma construção com estátuas da ave no telhado.

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Uma foto de Juscelino Kubitschek (1956-1961) no heliponto do prédio e na frente das asas de uma das aves do telhado do palácio marcou o governo do presidente "voador". Com a transferência da capital para Brasília, as emas do Alvorada desbancaram a temida ave de rapina. Depois de generais "sisudos" e civis "espontâneos" ocuparem o poder, a águia está de volta à simbologia da Presidência da República.

Não há uma regra para a escolha do apelido pelos seguranças do palácio. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era o "Eclipse" - "o tempo fechava sempre", relataram antigos agentes que atuam no Planalto. Já a presidente cassada Dilma Rousseff era chamada de "Cristal" - "se cair, quebra", lembraram.

No Planalto, o comportamento da "Águia" tem sido motivo de apreensão. A preocupação, segundo auxiliares, é com o que consideram "excesso de informalidade" do presidente e com questões de segurança.

Embora seja oriundo do Exército e tenha redobrado o cuidado com sua proteção pessoal após o atentado a faca que sofreu durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG), em setembro passado, Bolsonaro não suportou muitos dias o ostensivo sistema de segurança ao chegar a Brasília.

Ainda no governo de transição, ele mandou dispensar os batedores da Polícia Militar que abriam o trânsito para sua comitiva e diminuir o número de agentes da Polícia Federal na sua escolta. Assim que assumiu o poder, a guarda dele, por norma antiga, passou para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), sendo feita por militares do Exército.

Um amigo do presidente disse à reportagem que a equipe de segurança não esconde a preocupação quando Bolsonaro para na portaria do Alvorada para cumprimentar simpatizantes ou, nos aeroportos, ao entrar ou sair do carro, dar a mão para os batedores ou para o "cara do tratorzinho do avião". "Ele está tentando manter a autenticidade dele", avaliou. "Vai acabar entendendo que terá de chegar a um meio-termo, mas não vai ser amarrado."

As quebras de protocolo na Presidência, comuns nos governos de Itamar Franco (1992-1994) e, principalmente, de Lula, foram interpretadas neste início de governo - até por aliados próximos de Bolsonaro - como quebra da "liturgia do cargo", termo usado por José Sarney (1985-1990) para se referir às regras do cerimonial e do comportamento de um titular da Presidência da República.

Chinelo e camiseta. Na semana passada, auxiliares pediram à exaustão que Bolsonaro "reavaliasse" sua postura. Ele foi aconselhado a evitar o uso de chinelo e camisa de futebol em cerimônia oficial - o presidente vestiu uma camisa do Palmeiras no evento de apresentação da reforma da Previdência -, a abandonar de vez o Twitter e a separar questões familiares de assuntos de governo.

Para esses auxiliares, Bolsonaro "é um presidente que insiste em não se adaptar à estrutura do palácio" - batizada por políticos e jornalistas, ainda nos anos 1970, como a "máquina de fazer presidentes". Ao ocupar nos primeiros dias de janeiro o gabinete do terceiro andar do Planalto, Bolsonaro não aceitou, por exemplo, o telefone criptografado entregue pelo GSI. Quando tentou usá-lo, percebeu que o modelo só permitia ligações para quem tinha um outro igual.

Até agora, ele também reluta em deixar as redes sociais. Há poucas semanas, assinou decreto que passa a movimentação de suas contas no Twitter e no Facebook para uma Assessoria Especial do palácio. O grupo, como mostrou o Estado, era formado por indicados de seu filho Carlos Bolsonaro, que, na campanha, foi responsável pela área digital e, agora, exerce influência na Secretaria de Comunicação (Secom), dirigida pelo publicitário Floriano Barbosa de Amorim, homem de confiança da família.

Telefone

Interceptações e divulgação de conversas telefônicas causam temor no governo. As primeiras crises do mandato de Bolsonaro ocorreram após telefonemas particulares virem a público. A equipe do general Augusto Heleno, chefe do GSI, pouco poderia fazer, observaram assessores do Planalto, já que, em um dos episódios, foi Carlos quem divulgou áudio da conversa do pai com o então ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno. Depois da exoneração de Bebianno, outros áudios vazaram.

Nos últimos dias, Bolsonaro indicou que vai usar apenas o telefone criptografado cedido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para conversar com alguns ministros e o entorno palaciano. Mas continuará, vez ou outra, recorrendo ao telefone aberto.

O esforço de tentar "moldar" o presidente opõe assessores que conhecem a estrutura do Planalto e a família Bolsonaro. O que é considerado defeito para os conhecedores da vida palaciana é "compromisso de campanha" para o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). "Os áudios vazados só comprovaram que @jairbolsonaro é o mesmo em público e na vida particular", escreveu no Twitter na sexta-feira passada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em Porto Alegre, mais um caso de violência por conta de questões políticas foi registrado. Uma jovem de 19 anos, que não quis se identificar por medo, relata ter sido agredida por três homens ao descer do ônibus quando ia para a sua casa. Os agressores a abordaram porque ela estava usando uma camiseta com a hashtag Ele Não, em referência a uma mobilização liderada pelas mulheres contra o candidato Jair Bolsonaro.

Os fatos foram relatados pela jovem no Boletim de Ocorrência (BO). Conforme a denúncia, os homens teriam questionado a vítima sobre o motivo de estar usando tal camiseta e a atingiram com socos. A jovem ainda foi segurada por dois dos suspeitos enquanto o terceiro envolvido desenhava, com um canivete, uma suástica - utilizada no regime nazista alemão - na região da barriga da vítima.

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A jovem foi orientada a realizar o exame de lesão corporal e, por conta do susto, está tomando calmantes. O caso está sendo investigado pela polícia.

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O pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) não esconde que, caso vença a disputa presidencial, irá liberar no que depender dele o porte de arma de fogo para os cidadãos brasileiros. No entanto, pegou mal um vídeo no qual o presidenciável aparece em cima de um trio elétrico, durante um evento em Goiânia, ensinando a uma criança a imitar uma arma com as mãos. 

As imagens foram gravadas na tarde dessa quinta-feira (19) e mostra Bolsonaro confortável e com um sorriso largo segurando a menina no colo. Nesse momento, ele usa os dedos polegar e indicador para fingir que segura uma arma em suas mãos e faz o mesmo no da garota. 

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Ao jornal O Globo, o deputado delegado Waldir (PSL), que estava com Bolsonaro cumprindo agenda em Goiânia por ser seu reduto eleitoral, negou que o pré-candidato estivesse fazendo o sinal de uma arma de fogo. “Uso os dedos, é uma marca registrada minha. É um símbolo de ser cristão, de ser patriota, mas se alguém está tentando traduzir isso como uma arma, as pessoas estão equivocadas”, explicou.  

 

O Santa Cruz sofreu uma grande perda nesta quarta-feira (4). Jairo Mariano da Silva, mais conhecido como Bacalhau, torcedor-símbolo do clube coral, faleceu nesta manhã, por volta das 6h. O torcedor tinha 77 anos e estava internado há quase um ano por sofrer de Alzheimer e depressão.

Bacalhau era morador de Garanhuns, e a informação foi confirmada pelo filho, Jadson. O torcedor chegou a ser liberado do hospital há dois meses, mas sofria bastante com diversas dificuldades. Na noite da última terça-feira (3), ele chegou a ser levado para um hospital, mas já chegou sem vida.

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Em abril deste ano, o LeiaJá fez uma matéria especial com a ex-esposa de Bacalhau, que revelou a luta para preservar o acervo do torcedor. Na entrevista, a ex-companheira de José contou sobre as dificuldades que ele estava passando.

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O Google está removendo o ovo de seu emoji de salada como parte de uma campanha para torná-lo mais inclusivo para veganos. O caractere será editado na atualização de software do Android P, que atualmente está em fase beta e só deve ser liberado para todos os usuários em setembro.

A alteração foi comentada por Jennifer Daniel, gerente de experiência do Google. Ele anunciou a mudança no Twitter como uma prova de que a empresa está ornando a diversidade e a inclusão uma prioridade.

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"Há uma grande conversa sobre inclusão e diversidade no Google, então, se você precisar de alguma evidência de que o Google está fazendo disso uma prioridade, peço que preste atenção no emoji de salada", disse o executivo, no Twitter.

Os adeptos ao veganismo não consomem qualquer alimento ou produto que tenha origem animal, como o ovo, por exemplo. Em abril, a Apple substituiu o emoji universal que representava uma arma de fogo por uma pistola de água, e o Twitter, o Google e a Microsoft fizeram o mesmo.

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Cada tragédia deixa suas lições, seu rastro de dor e amargura, mas também gera seus símbolos que nunca mais serão esquecidos, que se eternizam. A garota Rivânia Rogéria dos Ramos Silva, de apenas oito anos, é, sem a menor dúvida, o símbolo das enchentes de 2017 em Pernambuco. Ao ser socorrido em São José da Coroa Grande, em meio à agonia das águas torrenciais que matavam e inundavam cidades, na correria entre brinquedos e roupas, ela preferiu salvar os seus livros.

A foto em que aparece segurada a uma mochila colorida num barco, com seus livros, na travessia entre a sua casa inundada até o Corpo de Bombeiros, ganhou o mundo, cortou corações. Repercutiu tanto que o governador Paulo Câmara (PSB) agendou, hoje, uma visita a São José da Coroa Grande apenas com o intuito de conhecer a salvadora de livros e lhe prestar uma justa homenagem.

A garota é de uma família extremamente pobre, que perdeu a sua casa, arrastada pelas correntezas das enchentes. Ela estuda na Escola Municipal Várzea do Uma, distrito de São José da Coroa Grande. “Rivânia é um símbolo e um exemplo para todos nós. É uma história edificadora no meio de tanta dificuldade, de tanta tragédia”, disse o governador.

Rivânia inspirou o Governo a entregar kits de livros a todas as escolas municipais e estaduais dos municípios castigados pelas chuvas. “Outras tantas Rivânias estão espalhadas por Pernambuco e pelo Brasil. São elas, com uma educação de qualidade, com a atenção do poder público que vão mudar a realidade da gente”, disse o governador, para acrescentar: “Rivânia simboliza o trabalho incansável que estamos realizando agora, pensando no futuro, para que episódios como esse não voltem a se repetir".

Na verdade, o simbolismo de Rivânia serve para despertar jovens que não dão tanta importância para o estudo, muitas vezes tendo tudo ao seu alcance, diferente da pobre criança de São José da Coroa Grande. A poetisa Cora Coralina dizia que o saber a gente aprende com os mestres e os livros. Machado de Assis disse, num poema, que seus olhos eram seus livros.

Marques de Maricá também se imortalizou pelo seu amor aos livros. “A companhia dos livros dispensa com grande vantagem a dos homens”, disse, certa vez. Na solidão da sua Várzea do Uma, Rivânia, depois da homenagem que receberá, hoje, do Estado, poderá com o tempo constatar uma máxima de Mário Quintana: “O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado”.

EMERGÊNCIA– A partir das novas informações coletadas pela Defesa Civil do Estado, o Governo decretou, ontem, estado de emergência em mais três cidades: São José da Coroa Grande, Bonito e Escada. Com isso, agora são 27 municípios em emergência, contando com os 24 já divulgados anteriormente. Até o momento, o número de desalojados chegou a 43.605 e o de desabrigados em 3.252. Após a avaliação do cenário e conclusão da necessidade do decreto, equipes técnicas da Defesa Civil Estadual e do Corpo de Bombeiros serão, agora, enviadas às novas cidades para a execução das primeiras medidas de assistência à população em cada uma dessas localidades.

Botando os pés na lama – Para o ministro do Exército, Raul Jungmann, o fim de semana foi de muito trabalho nas áreas afetadas pelas chuvas no Estado. Em Palmares, onde foi recebido pelo prefeito Altair Júnior (PMDB), percorreu os mais bairros mais atingidos da cidade e prometeu, ao final da caminhada, ajudar o município na recuperação do patrimônio público que sofreu maior deterioração. O prefeito entregou ao ministro um levantamento dos prejuízos sofridos e pediu atenção especialmente em relação às famílias que ainda estão desabrigadas ou desalojadas.

Itaíba na ação solidária– A prefeita de Itaíba, Regina Cunha (PTB), mobilizou a sociedade para uma campanha de arrecadação de donativos para famílias atingidas pelas enchentes no Estado. Funcionários da prefeitura participaram da coleta acompanhando o carro e pegando os donativos nas casas e lojas. Alunos das escolas municipais também se integraram à campanha. Toda a equipe da prefeitura está empenhada na ação solidária. “Graças a Deus e ao espírito solidário de nossa gente, vamos enviar alimentos, água, roupas e outros itens para ajudar nossos irmãos na cidade de Tamandaré. Isso não só nos gratifica como nos dar orgulho de poder ajudar a esses nossos irmãos” disse a prefeita.

Tucanada na base– Ministros do PSDB estiveram de ontem com o presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu, para garantir ao peemedebista que o partido, por ora, vai continuar na base aliada. A permanência do PSDB no Governo dá uma sobrevida a Temer, que enfrenta nesta semana o início do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode levar à cassação do seu mandato. A decisão dos tucanos é vista como um referencial para os demais partidos da base, que poderiam acompanhar a debandada. Participaram do encontro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Bruno Araújo (Cidades), que chegou a ameaçar entregar o cargo no dia em que a delação dos empresários do grupo J&F veio a público.

Balanço geral– O governador Paulo Câmara e a primeira-dama Ana Luiza reuniram, ontem, no Palácio das Princesas, os coordenadores dos Gabinetes de Crise instalados nos municípios em estado de emergência. Coordenador do Gabinete de Crise Central, o secretário de Planejamento e Gestão, Márcio Stefanni, disse que o encontro resultou em encaminhamentos que contribuirão na assistência à população impactada e na reestruturação das áreas atingidas. "A reunião foi um relato do que era necessário para os próximos dias. Foi muito produtiva, saímos com vários encaminhamentos que serão tomados à partir de amanhã, uma vez que o Gabinete de Crise Central continua funcionando, para que a gente atenda bem aos pernambucanos que foram atingidos pelas cheias", afirmou.

CURTAS

DELAÇÃO– Acusado por Joesley Batista em sua delação premiada de ter recebido R$ 3 milhões em propina da JBS na campanha de 2010 e outros R$ 300 mil em espécie em 2016 a pedido do presidente Michel Temer, o publicitário Elsinho Mouco disse ao Estadão que o empresário o contratou com dois objetivos: eleger o irmão José Batista Júnior em Goiás e “derrubar” a presidente Dilma Rousseff na esteira do movimento pelo impeachment.

EM BRASÍLIA– Embarco logo cedo, hoje, para Brasília. Na pauta, a crise que tem como ponto principal, amanhã, a retomada do julgamento das contas de campanha de Dilma e Temer por uso abusivo do caixa dois. Mas é muito provável que seja pedido visto do processo e com isso adiada a decisão do TSE que, segundo confidenciam ministros em off, tende a ser pela cassação de Temer.

Perguntar não ofende: Com o pedido de vistas do processo no TSE quando a corte volta a julgas as contas de Dilma-Temer?

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