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Uma criança, de 8 anos, identificada apenas como Laysla, foi internada na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital em Brasília, Distrito Federal, após ser diagnosticada com insuficiência renal provocado por um dos componentes químicos do slime, espécie de geleca colorida que virou febre entre as crianças e pode ser fabricada em casa. Além de dar entrada na unidade de saúde com apenas 40% dos rins funcionando, a menina também foi diagnosticada com dermatite atópica.

Thamires Ximenes, mãe da Laysla, foi quem compartilhou a situação da filha em sua conta do Instagram. No desabafo, Ximenes revela que era a própria garota quem "fabricava" o slime em casa e com muita frequência. "Há muito tempo ela vinha reclamando de dores na barriga e os médicos sempre tratavam como virose ou constipação. Depois que apareceram muitas manchas na pele os médicos diagnosticaram como dermatite atópica", aponta a mãe.

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Thamires lembra que na semana retrasada Laysla foi levada para o hospital "desesperada de dor". A garota precisou passar por vários exames, ficando três dias na UTI a base de morfina; depois da melhora foram necessários mais quatro dias de internação. Os médicos só conseguiram desvendar o que estava causando as dores na criança uma semana depois. Conclusão: Intoxicação por ácido bórico.

Thamires aponta que a filha usava água boricada, que serve para ativar o slime caseiro. "Sempre achamos que nunca vai acontecer com a gente. Só quem é pai e mãe entende o desespero que é ver seu filho gritando de dor e sentir na pele a impotência de não poder fazer nada", pontua Thamires Ximenes. Laysla está melhor e com os rins funcionando dentro da normalidade.

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Brincar com uma massinha feita em casa parece algo bastante inofensivo para os pais, mas até mesmo o slime - uma espécie de massa de modelar que antes era chamada de amoeba ou geleca - pode trazer riscos à saúde das crianças. Conforme a brincadeira se popularizou e novas receitas surgiram, mais relatos de pais apareceram sobre os riscos de infecção, contaminação e até mesmo queimaduras na pele.

Segundo especialistas, exatamente pelo fato de o slime ser feito em casa é que demanda vigilância. As receitas mais populares levam ácido bórico (bórax), apontado pelos médicos como responsável por queimaduras, alergias e infecções.

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No entanto, os médicos explicam que, apesar dos cuidados e da necessidade de supervisão, algumas crianças podem não apresentar nenhum sintoma. É o caso de Laura Bruscato, de 11 anos, que desde os 9 brinca e produz slimes quase que diariamente. Ela nunca teve nenhuma reação negativa.

"Como ela mesma faz, a única recomendação é para que use pouco bórax. Mas ela brinca o tempo todo e nunca apresentou nenhuma reação", conta a mãe, Mia Bruscato, de 43 anos. O filho mais novo, de 3, também brinca com as massinhas feitas pela irmã e nunca teve problemas.

Segundo os médicos, a reação pode depender de predisposição alérgica, sensibilidade, tempo de exposição e da composição do slime.

Em caso de dúvida sobre o uso do brinquedo pelas crianças, a recomendação é que se opte pelos slimes industrializados. "Se é algo feito pela indústria, há uma padronização e um controle do uso de substâncias que podem fazer mal", diz Nelson Cordeiro, alergista e imunologista do Departamento Científico de Dermatite Atópica e de Contato da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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