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A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) seguiu o entendimento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e defende que a vacinação contra a Covid-19 para adolescentes sem comorbidades seja mantida. A posição foi apresentada em comunicado nesta sexta-feira (17).

"A Sociedade Brasileira de Infectologia recomenda que a vacinação de adolescentes seja retomada, sem que haja prejuízo de outros grupos prioritários, como idosos, indivíduos com doenças crônicas e imunossuprimidos", concluiu a entidade em um trecho da nota. Secretarias Estaduais também compartilham do entendimento.

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Para rebater a decisão do Ministério da Saúde, que pediu a suspensão das aplicações à faixa etária, a SBI se embasou em seis argumentos:

1. A eficácia vacina da Pfizer foi aprovada pela Anvisa para o público devido aos bons resultados clínicos;

2. O Brasil contabilizou 1.545 eventos adversos entre 3.538.052 adolescentes vacinados. Não houve divulgação da gravidade e ainda não se pode afirmar que os efeitos foram causados pela vacina;

3. A morte do adolescente de 16 anos que recebeu dose da Pfizer segue em investigação e ainda não pode ser considerada uma eventual relação com a substância;

4. Os benefícios da imunização ao público são bem maiores que os riscos;

5. Outros países já vacinam seus adolescentes com o imunizante e em nenhum local houve recomendação de suspensão;

6. A redução de novos casos e mortes por Covid-19 nos últimos três meses deve-se ao avanço da vacinação.

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) acentuou nesta segunda-feira (10), a importância da vacinação dos trabalhadores de áreas essenciais para o adequado funcionamento da sociedade, tais como profissionais da educação, das forças de segurança, do transporte público sobre trilhos e sobre rodas.

Além disso, a SBI alerta que alguns desses profissionais têm uma significativa exposição ao vírus na sua jornada de trabalho e o afastamento desses pode levar à aglomeração no transporte público, por exemplo, por redução de composições de trens e ônibus. 

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"Vacinas eficazes e seguras estão disponíveis para a população. Não é possível afirmar que uma seja melhor do que a outra, mas que todas protegem contra as formas graves e críticas da doença", diz a entidade.

Para que a proteção seja completa, as vacinas oferecidas no Brasil devem ser tomadas em duas doses para que a proteção seja completa. "Caso haja atraso na segunda dose, por qualquer razão, não se perde o efeito da primeira e a pessoa deve ser vacinada tão logo esteja disponível", alerta a SBI. 

Até o momento, já foram vacinados no país os grupos prioritários iniciais do Programa Nacional de Imunização (PNI). Em várias cidades brasileiras já foi iniciado a fase de imunização dos portadores de deficiência permanentes e de comorbidades. 

"Também estamos no período de Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza (gripe). Mesmo nesse momento de pandemia, deve-se tomar a vacina, para prevenir complicações decorrentes da doença, óbitos, internações e a sobrecarga nos serviços de saúde, além de reduzir os sintomas que podem ser confundidos com os da COVID-19", pontua a SBI. 

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A Sociedade Brasileira de Infectologia emitiu uma nota se mostrando preocupada com o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no qual condenou as medidas restritivas adotadas pelos Estados diante da pandemia do novo coronavírus. A fala do presidente, na noite dessa terça-feira (24), tem repercutido negativamente em todo o país.  

No texto, a sociedade considerou que as declarações de Bolsonaro podem dar a falsa impressão de que as medidas de contenção social são inadequadas. 

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“Tais mensagens podem dar a falsa impressão à população que as medidas de contenção social são inadequadas e que a COVID-19 é semelhante ao resfriado comum, esta sim uma doença com baixa letalidade. É também temerário dizer que as cerca de 800 mortes diárias que estão ocorrendo na Itália, realmente a maioria entre idosos, seja relacionada apenas ao clima frio do inverno europeu. A pandemia é grave, pois até hoje já foram registrados mais de 420 mil casos confirmados no mundo e quase 19 mil óbitos, sendo 46 no Brasil”, escrevem os infectologistas.

Além disso, a nota pede para que a população siga em casa e alerta: “O Brasil está numa curva crescente de casos, com transmissão comunitária do vírus e o número de infectados está dobrando a cada três dias”.

Veja a nota na íntegra:

"Neste difícil momento da pandemia de COVID-19 em todo o mundo e no Brasil, trouxe-nos preocupação o pronunciamento oficial do Presidente da República Jair Bolsonaro, ao ser contra o fechamento de escolas e ao se referir a essa nova doença infecciosa como “um resfriadinho”.

Tais mensagens podem dar a falsa impressão à população que as medidas de contenção social são inadequadas e que a COVID-19 é semelhante ao resfriado comum, esta sim uma doença com baixa letalidade. É também temerário dizer que as cerca de 800 mortes diárias que estão ocorrendo na Itália, realmente a maioria entre idosos, seja relacionada apenas ao clima frio do inverno europeu. A pandemia é grave, pois até hoje já foram registrados mais de 420 mil casos confirmados no mundo e quase 19 mil óbitos, sendo 46 no Brasil.

O Brasil está numa curva crescente de casos, com transmissão comunitária do vírus e o número de infectados está dobrando a cada três dias.

Concordamos com o Presidente quando elogia o trabalho do Ministro da Saúde, Dr. Luiz Henrique Mandetta, e sua equipe, cujas ações têm sido de grande gestor na mais grave epidemia que o Brasil já enfrentou em sua história recente. Desde o início da epidemia, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estão trabalhando em conjunto com várias sociedades médicas científicas, em especial com a Sociedade Brasileira de Infectologia, com várias reuniões presenciais, teleconferências e trocas de informações quase que diariamente.

Também concordamos que devemos ter enorme preocupação com o impacto socioeconômico desta pandemia e a preocupação com os empregos e sustento das famílias. Entretanto, do ponto de vista científico-epidemiológico, o distanciamento social é fundamental para conter a disseminação do novo coronavírus, quando ele atinge a fase de transmissão comunitária. Essa medida deve ser associada ao isolamento respiratório dos pacientes que apresentam a doença, ao uso de equipamentos de proteção individual (EPI) pelos profissionais de saúde e à higienização frequente das mãos por toda a população. As medidas de maior ou menor restrição social vão depender da evolução da epidemia no Brasil e, nas próximas semanas, poderemos ter diferentes medidas para regiões que apresentem fases distantes da sua disseminação.

Quando a COVID-19 chega à fase de franca disseminação comunitária, a maior restrição social, com fechamento do comércio e da indústria não essencial, além de não permitir aglomerações humanas, se impõe. Por isso, ela está sendo tomada em países europeus desenvolvidos e nos Estados Unidos da América.

Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e todos os demais profissionais de saúde estão trabalhando arduamente nos hospitais e unidades de saúde em todo o país. A epidemia é dinâmica, assim como devem ser as medidas para minimizar sua disseminação. “Ficar em casa” é a resposta mais adequada para a maioria das cidades brasileiras neste momento, principalmente as mais populosas."

A ampla divulgação de que a aids é uma doença que tem tratamento eficaz dá às pessoas, principalmente aos jovens, a falsa sensação de proteção e faz com que elas não se protejam corretamente contra essa e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). A afirmação é da infectologista do Comitê de HIV/Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Tânia Vergara.

A especialista alerta que essa percepção de “pouco risco de morte” por aids é equivocada e não pode ser confundida com uma segurança de exposição indiscriminada ao vírus. “A cura da aids não é uma realidade ainda. E se não se trata corretamente essa doença, que tem um potencial alto de mortalidade, ela vai ocorrer. O desenvolvimento natural da doença sem controle é para a morte”.

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Segundo dados do Ministério da Saúde, de 2007 a junho de 2016 foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 136.945 casos de infecção pelo HIV no Brasil. A maioria (52,3%) dos casos ocorre em pessoas na faixa etária de 20 a 34 anos. Nos últimos cinco anos, o Brasil tem registrado uma média anual de 41,1 mil casos de aids.

A infectologista da SBI explica que, embora os tratamentos para aids sejam eficazes, a pessoa infectada fica dependente do uso diário de medicação. “Então, é uma falsa noção de que se tratar ele vai ficar bem”, disse. Segundo Tânia Vergara, o tratamento exige acompanhamento médico regular e tem efeitos colaterais.

Sífilis e hepatites

A única forma segura e eficaz de se prevenir contra as ISTs é com o uso da camisinha, segundo a especialista, que ressalta que as pessoas lembram da aids, mas se esquecem de outras doenças como sífilis e hepatites virais. “Estamos em uma grande epidemia de sífilis há dois anos”, destacou. Segundo Tânia, mesmo contraindo a sífilis várias vezes, manifestada por feridas, corrimentos ou verrugas ano genitais, as pessoas continuam se expondo à infecção por não se protegerem.

No período de 2010 a junho de 2016 foram notificados no Sinan 227.663 casos de sífilis adquirida. Entre 2014 e 2015, houve um aumento de 32,7% nos registros da doença. Em 2015, o número total de casos notificados de sífilis adquirida no Brasil foi de 65.878. Naquele ano, observou-se que 55,6% desses casos eram da faixa etária de 20 a 39 anos.

Segundo Tânia Vergara, a desproteção também está relacionada à ideia de que o prazer é a coisa mais importante. “O sexo é muito ligado à emoção, tem muito instinto ligado a isso. E não aprendemos que linguagem usar para as pessoas entenderem [a importância da prevenção contra as ISTs]”, disse. Ao mesmo tempo, segundo ela, se fala muito pouco sobre sexualidade com os jovens. “Está cada vez mais na escura. Estamos precisando falar o que está acontecendo”, ressaltou.

No caso das hepatites virais, de 1999 a 2015, foram notificados no Sinan 514.678 casos confirmados no Brasil. Destes, 161.605 (31,4%) são referentes à hepatite A; 196.701 (38,2%) de hepatite B; 152.712 (29,7%) de hepatite C; e 3.660 (0,7%) de hepatite D.

No Brasil, a taxa de incidência da hepatite A foi maior nos anos de 2004 e 2005. A taxa de detecção das hepatites B e C apresenta tendência de aumento, sendo que a hepatite B apresentou maiores taxas em relação à hepatite C em todo o período. As menores taxas são observadas para a hepatite D.

Testes

A orientação da infectologista é que pessoas que não têm o hábito de usar preservativos nas relações sexuais façam exames regularmente para identificar eventuais infecções e impedir sua disseminação. “Mas o exame não é curativo. O exame só diagnostica a doença, não previne que se pegue. A importância do exame é para se tratar mais cedo e reduzir a cadeia de transmissão”, alerta.

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