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Kemla Baptista é idealizadora da iniciativa 'Caçando Estórias'. Foto: Raphael de Faria

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Ao longo da história, os saberes ancestrais da população negra, que tradicionalmente são passados de forma oral, vem ganhando novas formas de registros por meio da literatura e também nas plataformas de interações sociais na internet. Educadoras e escritoras negras de Pernambuco movimentam esses acessos, promovendo educação antirracista no cotidiano da sociedade, em especial no das crianças, adolescentes e adultos afro-brasileiros. Neste sábado (25), Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, o LeiaJá compartilha ações de educadoras que fazem a diferença entre alunos e famílias.

A caçadora de estórias 

“Eu não construí um modelo pedagógico! Eu me valho de referências pedagógicas relevantes. Com isso, a gente pensa o construtivismo, na pedagogia de Freinet; a gente pensa em educação popular, considerando aquela referência de movimento de Paulo Freire; pensamos em tantas outras referências importantes, mas nós temos que considerar que todas elas foram criadas, pensadas e experimentadas por pessoas brancas”. É a partir da fala concedida pela educadora e contadora de estórias Kemla Baptista que exploramos outras possibilidades de entender a educação e seus processos diversos que, além de ensinar o básico, tem a pretensão de conduzir “crianças ao patamar de desbravadora do universo das tradições afro-brasileiras e agente criadora de arte”.

Kemla é a idealizadora e realizadora da proposta de educação social 'Caçando Estórias', que há 12 anos compartilha saberes ancestrais por meio de ações multidisciplinares que envolvem contação de estórias, literatura, audiovisual, criação de conteúdo para a internet, teatro de objetos, música e dança sempre atravessada pelas africanidades. Para ela, “ouvir estórias é alimento para a alma e faz bem à pessoa de qualquer idade”.

Em entrevista ao LeiaJá, a psicoterapeuta com abordagem psicanalítica, Maria de Jesus Moura, analisa que é necessário que as crianças possam se ver representadas em diversos espaços e, através desse reconhecimento, fortalecer a autoestima não só de crianças negras, como também de adolescentes e adultos. “Uma atividade de contação de estórias pode ser extremamente importante, pois dá acesso às crianças a determinadas realidades positivas, saudáveis, de força, de elevação de autoestima”, enfatiza a psicoterapeuta, que também é mestra em psicologia social com estudos no campo racial e de gêneros.

Seguindo essa lógica, o Caçando Estórias, que iniciou sua trajetória nas periferias do Rio de Janeiro, dissemina em Recife a mesma dinâmica educacional. Assim como no Rio, Kemla dá seguimento às atividades - antes presenciais e agora virtual - como um processo que interrompe uma movimentação de pessoas não negras fazendo apropriação de símbolos pertencentes à diáspora negra para repassar os conhecimentos, sem a devida propriedade desses saberes.

I Caçando Estórias, que tem a oralidade como principal ferramenta de comunicação, teve início dentro dos terreiros de candomblé. Kemla afirma que há necessidade de ampliar a popularização do conhecimento ancestral, em outros espaços, sendo eles formais ou não. Nesse sentido, ela enfatiza que “prefere usar como referências quem vive e quem pertence” aos lugares de axé - nomenclatura dada às pessoas que fazem parte do candomblé - para traduzir as histórias contadas por ela. Essa atividade está ligada à educação antirracista, que vem criando espaços para promover debates e demandas de ensino acerca das filosofias e artistas que fazem parte da negritude.

Devido à necessidade de transmitir os valores e ensinamentos assimilados no terreiro, somada a algumas técnicas adquirida na academia, Kemla tornou-se voz para mediar rodas de diálogo e de contos tradicionais africanos em uma versão lúdica, pensados para facilitar a compreensão. Em 2017, motivada principalmente pela chegada da sua filha, Kemla passa a promover o seu trabalho no ambiente virtual, além das ações presenciais. Dessa forma, a iniciativa ficou mais próxima de crianças e adultos, negros e não negros, por meio de uma forma de educar que não está ligada ao capitalismo e nem ao neoliberalismo, segundo Kemla.

Foto: Raphael Faria

“São outras possibilidades de pensar um mundo de outra forma. E vai para a internet com essa bagagem de axé, para dar esse nova perspectiva de educação que quebra com a lógica dos pensamentos e ensinamentos eurocêntricos”, destaca Kemla.

Antes da pandemia, esse trabalho era feito em comunidades periféricas da capital de Pernambuco, como no Alto do Páscoal, localizado na Zona Norte de Recife. Além do Caçando Estórias, Kemla coordena outras três ações afirmativas, intituladas 'Nos Terreiros do Brasil' - contação de histórias, espetáculos e oficinas com base em técnicas de arteterapia para crianças -; 'Balaio de Leituras' - ação de mediação de leitura nas escolas públicas, particulares, bibliotecas e museus que trazem personagens negros em papéis socialmente valorizados -; e o 'Aguerézinho - evento anual que festeja os contos, tradições e vivências afro-brasileiras -.

Agora, durante o isolamento social em razão da pandemia do novo coronavírus, as atividades presenciais promovidas pela Kemla foram adaptadas para a produção de novos conteúdos nas redes sociais, com agenda de lives, por exemplo. Nos encontros virtuais, são realizadas contações de estórias e outras ações adaptadas para a plataforma, incluindo o incentivo para que as crianças e seus responsáveis pratiquem as recomendações de prevenção ao contágio do coronavírus, como lavar as mãos e usar máscara.

Com as novas rotinas na web, também surgiram novas reflexões quanto ao papel social que o Caçando Estórias tem desempenhado para com a população mais vulnerável. Diante desse dilema, outras ações foram realizadas por Kemla, como a arrecadação e entrega de cestas básicas e a produção de livro 'O Vovô Treloso Mais Treloso do Mundo', de forma gratuita e on-line para crianças periféricas. O conto infantil fala das vivências de seu avô Gentil.

Feito de forma autônoma, o projeto do livro foi abraçado pela marca de biscoito 'Treloso', da empresa Vitarella, que financia a confecção de mil exemplares. O lançamento será neste domingo (26), pelo perfil Caçando Estórias no Instagram.

Todas as produções de viés educativo e cultural de autoria da pernambucana deixam marcas positivas por onde passa, chegando a impactar mais de 25 mil pessoas, seja no recebimento dos saberes traduzidos em palavras ou pela entrega de cestas básicas, que servem de alento às famílias em situação de vulnerabilidade social.

Cores - Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os negros (pretos e pardos) representam 56% da população brasileira. Em Pernambuco, estima-se uma população de 9.557.071 pessoas, em que dessas, 60,4% são autodeclaradas pardas e 7,2% se dizem pretas. Os dados são de 2019. 

Das escrevivências 

Por meio das poesias, escritoras negras possibilitam que vivências e conhecimentos em comum na população possam ser documentados em linhas que aqui chamarei de ‘escrevivências’. Vinda de uma família humilde, a educadora e escritora Odailta Alves, que nasceu e foi criada na favela de Santo Amaro, no Recife, foi a primeira - entre os nove irmãos - a aprender a ler. Hoje, em razão da projeção a nível nacional do seu trabalho literário, Odailta lança virtualmente um novo livro chamado 'Pretos Prazeres'.

Odailta Alves é autora de cinco livros. Foto: Mayara Barbosa

A publicação conta com 75% das vendas totais pela internet. “Os livros ganharam voo e isso é também um processo de reconhecimento de trabalho que a gente vem fazendo há um tempo. Meu eu lírico é o lírico homem preto e mulher preta, principalmente mulher preta. Então, eu acho que as pessoas negras se veem representadas nessa literatura, porque a literatura sempre foi um espaço muito brancocentrado, um espaço de idealização da mulher branca e hipersexualização da mulher preta ou em lugar de serviços braçais”, enfatiza Odailta Alves, em entrevista ao LeiaJá.

A escritora também atua na Unidade de Educação para as Relações Étnicos-Raciais (Unera), que é gerenciada pela Gerência de Políticas Educacionais, Educação Inclusiva, Direitos Humanos e Cidadania (GEIDH), da Secretaria de Educação e Esportes do Estado de Pernambuco (SEE-PE). Em suas atribuições, estão as elaborações de estratégias que efetivam a aplicabilidade da Lei 10.639/2003, que trata inclusão no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade do ensino da história, da cultura, da luta afro-brasileira, além da contribuição do negro na formação da sociedade nacional; bem como da Lei 11.645/2008, que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena”.

É por meio da literatura que Odailta traz a idealização da mulher negra em espaço de afetividade, retratando-a como uma mulher de força, poder e de luta, mas não a imposta pela sociedade e sim uma força que emana das raízes fincadas de um povo que historicamente é colocado à margem. Mesmo com grande público negro, a escritora explica que há pessoas brancas que consomem as suas produções. “[Pessoas não negras] que tentem ler essa pessoa negra pelo seu lugar de fala e não pela voz do colonizador como tem sido historicamente e, nesse sentido, acaba sendo sim uma literatura que ajuda a promover uma educação antirracista. Porque vai quebrar com o imaginário racista, vai denunciar um processo histórico de escravidão que não encerrou em 1988, e vai denunciar as nuances do racismo que vai se reinventando; precisamos criar estratégias com relação a esse racismo”, enfatiza.

Odailta comemora os livros lançados. Foto: Priscilla Buhr

Até então, a escritora conta com cinco livros publicados, sendo o primeiro de nome 'Clamor Negro', em 2016, seguidos de Escrevivências' e 'Cativeiro de Versos', em 2018; 'Letras Pretas, em 2019; e 'Pretos Prazeres', lançado em 2020. O 'Escrevivências' está na segunda edição pela editora independente chamada Castanha Mecânica. 

“É muito bom ver esse quantitativo de livros saindo, sabe? Sem vínculos à editora nenhuma”, comemora. Enquanto produtora de arte, a escritora pernambucana diz que recebe feedbacks positivos sobre suas produções. Indo de uma geração à outra, Odailta inspira outras mulheres pretos por todo país, sendo escritoras ou não.

Educadoras explicam que, quando há espelhos, é possível construir novas narrativas para educar. Mesmo com esse fato apontado, a psicoterapeuta Maria Jesus Moura fala que em diversos setores ainda é possível identificar o racismo como estruturador de abordagens. Ela avalia que todo esse contexto de escravização e invisibilização histórica, “incidem naturalmente na saúde mental da população negra, mais ou menos, com ou sem resposta patológica, algumas ansiedades e depressões são bem frequentes”.

Na percepção da psicoterapeuta, em primeiro momento, é necessária uma admissão do racismo na esfera educacional. “A instituição educacional é atravessada por um conjunto de invisibilidades das populações negra e indígenas. Isso acontece fortemente quando não se vê representações delas em outros lugares, a não ser em outras crianças que pertencem ao ambiente escolar”, aponta. Contudo, diante de todas as dificuldades, como a falta ou pouca internet, poucos recursos financeiros, e mesmo com os novos obstáculos impostos pela pandemia da Covid-19, educadoras negras buscam caminhos para oferecer educação.

Por fim, basta olhar ao redor, que percebemos que as palavras verbalizadas ou redigidas por mulheres negras, como Kemla Baptista e Odailta Alves, servem de referências para diversos poetas e produtores de arte, dentro e fora do Estado. É importante ressaltar que os esforços para manter a educação antirracista fluida, estendem-se aos espaços educacionais formais, por meio de atividades similares aos trazidos nesta reportagem do LeiaJá. Essas atividades alcançam os pequenos e suas famílias.

LeiaJá também

--> Do próprio bolso, professora produz conteúdo afrocentrado

Medo, ansiedade, notícias ruins, crise política, problemas econômicos, desemprego. A pandemia do novo coronavírus ocasionou uma série de dificuldades que estão castigando a rotina da sociedade. Pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), realizada por meio do professor Alberto Figueiras, da Instituto de Psicologia da entidade, apontou que incertezas e as mudanças impostas pelo isolamento social vêm provocando sofrimento psíquico: casos de depressão praticamente dobraram entre os brasileiros entrevistados, enquanto os registros de ansiedade e estresse demonstraram crescimento de 80%.

A partir desse cenário preocupante, o programa “Quando passar... Como será o mundo após a pandemia?” debate, nesta terça-feira (23), às 16h30, o tema “Fé X angústias: como resistir em tempos difíceis e acreditar no futuro?”. A live será exibida no Youtube do LeiaJá, por meio do Instagram @leiaja e no canal no YouTube Vai Cair No Enem.

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Participam da transmissão a psicóloga Silvia Regina Rodrigues, o sacerdote juremeiro e mestre em ciências da religião Alexandre L’Omi L’Odò, o psicólogo Dino Rangel, além do padre e pároco da Paróquia Nossa Senhora da Luz, Davi Gonçalves. A apresentação fica por conta do jornalista Nathan Santos. O programa será exibido excepcionalmente nesta terça-feira em virtude do feriado de São João, celebrado quarta-feira (24) em Pernambuco.

O ‘Quando passar... Como será o mundo após a pandemia?’ é uma idealização do LeiaJá em parceria com o projeto Vai Cair No Enem. O programa é exibido todas as quartas-feiras, às 16h30, no YouTube do LeiaJá, bem como por meio do Instagram.

Proposta - Os convidados do programa não apresentam “verdades absolutas” sobre a futura sociedade do período pós-pandemia, uma vez que há muitas dúvidas acerca de como os países se recuperarão das consequências causadas pela proliferação do vírus em diferentes áreas. Porém, eles revelam projeções, a partir das suas vivências pessoais e principalmente profissionais, que possam nos apresentar possíveis panoramas. As temáticas abordadas nas lives serão diversas, permeando áreas como educação, mercado de trabalho, esportes, política, medicina, ciência, tecnologia, cultura, entre outras.

Serviço

Programa 'Quando passar... Como será o mundo após a pandemia?'

Quando: nesta terça-feira (23)

Horário: 16h30

Tema: Fé X angústias: como resistir em tempos difíceis e acreditar no futuro?

Convidados: Silvia Regina Rodrigues (psicóloga); Alexandre L’Omi L’Odò (sacerdote juremeiro e mestre em ciências da religião); Dino Rangel (psicólogo); e Davi Gonçalves (padre e pároco da Paróquia Nossa Senhora da Luz).

Onde assistir:

youtube.com/leiajaonline

Instagram @leiaja

youtube.com/vaicairnoenem

Há diferentes formas de adquirir conhecimentos de maneira mais descontraída. Uma delas é assistindo filmes, séries ou documentários que abordam assuntos que estimulam a reflexão para questões sociais como o racismo. Para isso, o LeiaJá entrou em contato com os  professores Hilton Rosas (história), Felipe Rodrigues (redação) e Cristiane Pantoja (história e sociologia). Os docentes indicam obras presentes na Netflix que abordam essa questão e comentam de que maneira o assunto pode ser cobrado nas disciplinas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). 

O professor de história, Hilton Rosas, indica o filme Moonlight: Sob a luz do luar (2016), que traz em seu enredo a história de um homem que além de sofrer com o racismo e a vulnerabilidade social, também sofre com o preconceito por ser gay. Rosas ainda aponta, em relação ao tema, o documentário A 13º emenda (2016), que reconstrói historicamente como os Estados Unidos trata o racismo por parte das autoridades e a explosão demográfica nas prisões estadunidenses.

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Por fim, para ajudar os estudantes a buscarem mais conteúdo para o Enem por meio de filmes, o docente indica uma obra baseada em fatos reais Olhos que Condenam (2019). A minissérie mostra a história de jovens negros que foram acusados injustamente de estuprar uma mulher branca no Central Park e de como enfrentaram a tormenta até serem inocentados e o Estado de Nova York processado. 

"Esses três títulos constroem, em diferentes perspectivas, a prospecção do racismo, assunto que não é de hoje que é abordado, e que para muitos só se trata da escravidão que para os leigos é algo que já passou e com isso o racismo também é sepultado com a abolição dos escravos africanos nos inúmeros países americanos”, explica Hilton Rosas. Ele ainda acrescenta que “existem outras obras como 12 Anos de Escravidão e À Espera de um Milagre, que são clássicos ou comoventes como a meritocracia árdua para os de pele negra, tal como vista no Em Busca da Felicidade, com Will Smith. Porém, classifiquei os três que nos levam a uma compreensão mais ampla do que ocorre especificamente nos EUA como o recente levante por conta do assassinato de George Floyd.

Em relação ao filme 12 Anos de Escravidão (2013), a professora de história e sociologia Cristiane Pantoja diz que o assunto abordado na obra pode ser cobrado no Enem de diversas maneiras. “Pode ser cobrado analisando a sociedade hierárquica, o subjugo dos negros que são feitos de escravos, porque ser escravo é uma condição não é quem a pessoa é, soldada por um sistema escravocrata. Pode cair também sobre o tráfico negreiro, e um dos que eu mais acho importante: a ação do próprio negro em se revelar contra a supremacia branca, então trabalhar as lutas contra a escravidão, na visão deles mesmos. Esses pontos podem ser cobrados nas disciplinas de história e sociologia, analisada de uma condição social”, reforça Pantoja.

 A docente ainda menciona que pode ser cobrado no exame a ideia da mão açucareira ser diferente da mineração. "São obras de mão diferentes, e a questão da imposição da Inglaterra trabalhar a abolição das escravaturas, essas são especificamentes questões históricas”, acrescenta. “Um outro filme que indico para os feras é o Pantera Negra, que traz como protagonista empoderado, tanto o homem, quanto as mulheres, Você tem o rei, mas tem como chefe militar uma mulher, então, é um filme que aborda esse universo de empoderamento negro, e que pode ser cobrada a questão da força entre eles”, diz Pantoja.

Cristiane Pantoja também reforça um documentário importante. "Já em uma visão voltada para o documentário Panteras Negras: Vanguarda da Revolução, pode ser abordado no Enem de forma que menciona as permanências e rupturas da luta negra, que ela continua e é permanente, e que a conquista existe, mas ela acontece em passos lentos e com muitas mortes. Além de formas de combate ao racismo e, principalmente na disciplina de sociologia, racismo e violência, comparando com a violência policial de hoje em dia", finaliza. 

O assunto do racismo não se limita apenas nas disciplinas de história, filosofia e sociologia. Os feras precisam consumir o conteúdo e aplicar em diferentes contextos. Para isso, o professor de redação Felipe Rodrigues mencionou os filmes Corra (2017), O menino que descobriu o vento (2019) e a série Cara gente branca, e exemplificou como as abordagens presentes nas obras podem ser cobrados no Enem, confira:

Corra - “O filme traz o racismo de forma contextualizada, sabiamente, num viés de terror e suspense. É relatado a história de um fotógrafo negro, que se relaciona com uma mulher branca, é escarnecida ao aceitar o convite de um final de semana de apresentação, ilustre, na casa da família de sua namorada. Muitos tópicos são exaltados, desde a erotização do corpo deste protagonista até às funções dos únicos pretos pertences àquele lugar desconfortante, confuso e padronizado. O modo de acolhimento, trazendo a enorme metáfora de inserção numa sociedade racista também deve pontuado à análise crítica”, analisa Felipe.  

O menino que descobriu o vento - “Baseado em fatos reais, traduz e ressignifica o poder da superação e reinvenção da população negra. O protagonista, que sofre os entraves financeiros decorrentes da realidade social a qual vive, é negligenciado até na escola, mas consegue se sobressair à realidade auferida. Emocionante, exemplar. A fome é um dos elementos centrais da narrativa, para além das condições de sobrevivência, um recorte claro que essa população estratificada sofre, em contextos distintos, mas cotidianos”, comenta.

Cara gente branca - “A série, baseada em um filme, conta a história de Sam White e outros jovens, numa universidade paulatinamente branca dos EUA. São diversos temas raciais, caracterizados, cujos são expostos em sequência, a cada episódio. Racismo reverso, solidão, feminismo negro, colorismo, “blackface”, inclusive a realidade que os negros não são os únicos grupos a sofrerem racismo. A importância de ocupar espaços de fala, trabalho e dentre outros é notada, numa narrativa leve e dinâmica”, relata o professor de português. 

Felipe Rodrigues diz que “na disciplina de redação, quando falado em Enem, as temáticas de racismo e intolerância religiosa, uma das ramificações, já foram propostas do Exame. Entretanto, não se deve haver um distanciamento da pauta, ora enraizada em inúmeros temas redacionais”.

Assim, o docente listou temas de redação propícios para abordar o assunto. Confira:

-->  Violência urbana e sistema carcerário;

--> Sistema de cotas raciais;

--> Estratificação social;

--> Saúde mental;

-->  Taxas de mortalidade;

-->  Politização das minorias sociais;

--> Ativismo e juventude;

--> Alteridades e o exercício da empatia.

Veja, abaixo, os trailers das obras:

A 13ª Emenda

12 Anos de Escravidão

Moonlight: Sob a Luz do Luar

Olhos que Condendam

Pantera Negra

Panteras Negras: Vanguardas da Revolução

O Menino que Descobriu o Vento

Corra!

Cara Gente Branca

À Espera de um Milagre

“O que mudará no planeta após a propagação da Covid-19?”. Essa reflexão tem influenciado os diálogos de cidadãos brasileiros e do exterior, desde o momento em que a pandemia do novo coronavírus impactou drasticamente a rotina das pessoas; criaram, inclusive, o termo “novo normal”, ao imaginarem o futuro da terra. Economia, educação, política, esportes e principalmente a saúde sofrem consequências antes vistas apenas em obras de ficção cinematográfica. Partindo de vários questionamentos, o LeiaJá idealizou uma série de lives que promete revelar as projeções de especialistas acerca da sociedade pós-pandemia.

Nesta quarta-feira (27), às 16h30, em parceria com o projeto Vai Cair No Enem, o LeiaJá estreia o programa “Quando passar... Como será o mundo após a pandemia?”. Na primeira edição, especialistas debatem, ao vivo, o tema “As pessoas serão mais solidárias?”, em uma live transmitida de maneira simultânea nos seguintes canais:

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youtube.com/leiajaonline

youtube.com/vaicairnoenem

Instagram @vaicairnoenem

Participam da live o professor de filosofia Salviano Feitoza, o docente de história e sociologia José Carlos Mardock e a dirigente da ONG Ação Solidária no Sertão, Lau Gomes. O papo será mediado pelo editor do LeiaJá Nathan Santos.

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Os especialistas convidados do programa não apresentarão “verdades absolutas” sobre a futura sociedade do período pós-pandemia, uma vez que há muitas dúvidas acerca de como os países se recuperação das consequências causadas pela proliferação do vírus em diferentes áreas. No entanto, os convidados traçarão projeções, a partir das suas vivências pessoais e principalmente profissionais, que possam nos apresentar possíveis panoramas. As temáticas abordadas nas lives serão diversas, permeando áreas como educação, mercado de trabalho, esportes, política, medicina, ciência, tecnologia, cultura, entre outras.

“De maneira simultânea, os convidados ajudarão os internautas do LeiaJá a entenderem as tendências para o mundo depois da propagação da Covid-19, assim como estudantes do Exame Nacional do Ensino Médio acompanharão explicações sobre assuntos que podem ser cobrados na prova em disciplinas como sociologia, biologia, filosofia, atualidades, português e principalmente a redação. Os internautas terão um grande espaço, por meio das redes sociais do LeiaJá e do Vai Cair No Enem, para enviar perguntas antes e durante a transmissão, já que uma das propostas do ‘Quando passar...’ é esclarecer questionamentos dos nossos leitores”, destacou o jornalista Nathan Santos.

O programa será exibido todas as quartas-feiras, às 16h30. Após cada transmissão, o conteúdo poderá ser revisto no canal do YouTube do LeiaJá.

Serviço

Programa “Quando passar... Como será o mundo após a pandemia?”

Quando: nesta quarta-feira (27)

Horário: às 16h30

Tema da semana: “As pessoas serão mais solidárias?”

Convidados: Salviano Feitoza (professor de filosofia); José Carlos Mardock (professor de história e sociologia); Lau Gomes (dirigente da ONG Ação Solidária no Sertão)

Onde assistir:

youtube.com/leiajaonline

youtube.com/vaicairnoenem

Instagram @vaicairnoenem

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, classificou nesta quinta-feira(20) o massacre de Hanau, que deixou ao menos 11 mortos, incluindo o agressor e sua mãe, como "um crime arrepiante" provocado pelo ódio, xenofobia e racismo.

"O racismo é um veneno, o ódio é um veneno que existe em nossa sociedade", afirmou a política ao comentar o ataque, que é investigado como um ato terrorista. "É um dia muito triste para a Alemanha", acrescentou.

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O crime também foi comentado pelo alto representante da União Europeia (UE), Joseph Borrell. "A melhor maneira de expressar solidariedade com famílias e vítimas dos terríveis tiroteios em Hanau é agir contra o ódio, o racismo e a violência, dentro e fora da UE", escreveu. 

Da Ansa

Nesta segunda-feira (9), é celebrado o Dia Internacional contra a Corrupção, cuja data foi instituída pela Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, assinada pelo Brasil e mais de 100 países em 2003. No Brasil, país que está entre as 100 nações mais corruptas do mundo, segundo o ranking Índice de Percepção de Corrupção (CPI – Corruption Perceptions Index), publicado em janeiro deste ano pela ONG Transparência Internacional. A prática de corrupção é associada pelos brasileiros ao campo campo político. Atualmente, dez leis anticorrupção vigoram no país.

A corrupção na sua essência, trata-se das ações de suborno ou qualquer outra em que o objetivo é tirar vantagem em benefício de si próprio ou de outras pessoas. Tal ato, não implica bem-estar da sociedade, afetando setores importantes como a economia, a educação, saúde e segurança. Um exemplo são os “famosos” desvios de verba pública, que independem se o país é democrático ou não. 

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Ainda no caso dos políticos, corromper faz gerar nos povos uma descrença geral nos três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário. De acordo com o Barômetro Global da Corrupção -operado pela ONG Transparência Internacional-, mais da metade dos brasileiros acreditam que a corrupção aumentou no país e cerca de 90% avalia a corrupção como um problema muito maior do que se imagina. Contudo, quando o assunto é a corrupção realizada por pessoas comuns, os dados mostram que se corromper não é característica só dos políticos. 40% da população já recebeu propina em troca de votos e 11% já admitiu ter pagado para poder utilizar serviços públicos.

Na opinião do professor e cientista político Antônio Henrique Lucena, a corrupção, seja feita por políticos ou pelos cidadãos, interfere nas relações de confiança. Há países, segundo ele, cujo nível de corrupção é tão baixo que as pessoas realmente confiam umas nas outras. "Existe um termo técnico chamado 'social trust', que é a confiança social. Um exemplo: aqui no Brasil e outros países da América Latina, é muito comum nos supermercados terem sistemas eletrônicos para evitar furtos e tudo mais. Nos país de alto nível de social trust, como a Noruega, não há absolutamente nada que regule isso, porque o nível de corrupção é muito baixo. É uma sociedade que respeita as regras, que respeita as normas", explica.

A corrupção vai além dos lugares de poder. Pequenos atos do dia a dia como: furar filas de banco, subornar um vendedor, entrar no transporte público sem pagar são todos exemplos de corrupção, os quais as pessoas comuns ou não identificam como sendo corrupção ou se sabem, não admitem que pratica.

Confira o vídeo:

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Uma consulta pública online promovida nesta quarta-feira (25), pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), vai abordar um projeto de lei para ampliar o número de ônibus climatizados no Grande Recife. Até o dia 10 de outubro, os cidadãos podem opinar e enviar sugestões ao Governo.

Caso a maioria se posicione favoravelmente, o projeto será encaminhado -em regime de urgência- à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O debate visa definir parâmetros de investimento referentes a renovação da frota do Sistema Estrutural Integrado (SEI), entre 2020 e 2023. Atualmente, 85 linhas são refrigeradas, de acordo com a Seduh.

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Neste período, as empresas de transporte deverão renovar os veículos que ultrapassarem oito anos. A intenção é que, no mínimo 70% dos veículos renovados anualmente sejam equipados com ar-condicionado. Ao fim do prazo, o estimado é que cerca de 39% a 51% da frota esteja refrigerada. O endereço para participar da consulta pública é o www.consultapublica.pe.gov.br.

Responsável por aprovar a concessão de uma fábrica de remédios à iniciativa privada, o ex-secretário Giovanni Guido Cerri é hoje sócio do mesmo grupo que venceu a concorrência durante sua gestão na Secretaria Estadual de Saúde paulista. O contrato de concessão resultou em uma dívida de R$ 74 milhões para o governo e agora é alvo de investigação do Ministério Público e da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

O caso envolve a Fundação para o Remédio Popular (Furp), ligada à secretaria, que é foco de denúncias de corrupção desde 2017 e motivou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no início deste ano. Os deputados apuram suspeita de pagamento de propina na construção da fábrica. Há também o diagnóstico de que os termos da Parceria Público-Privada (PPP) para administrar a unidade tenham dobrado o custo dos remédios comprados pelo Estado e criado a dívida milionária.

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A CPI chegou à sociedade do ex-secretário com o Grupo NC, que controla o consórcio ganhador da licitação. Cerri saiu da secretaria em setembro de 2013, cerca de 15 dias após assinar o contrato que concedeu a fábrica de Américo Brasiliense, no interior paulista, a uma concessionária controlada pelo laboratório EMS. A empresa foi a única a participar da concorrência.

Em 2016, Cerri montou a empresa Clintech Participações S/A. O Grupo NC, dono da EMS, se tornou sócio meses depois e fez um aporte de R$ 1,5 milhão na Clintech - que, até então, tinha capital social de R$ 1 mil. Segundo registros da Junta Comercial de São Paulo (Jucesp), também são sócios do ex-secretário um dirigente do Grupo NC, Leonardo Sanchez Secundino, e o executivo da EMS Julio Cesar Borges.

Cerri diz que a empresa presta serviços de diagnóstico por imagem. Segundo o ex-secretário, o investimento de R$ 1,5 milhão seria para a compra de equipamentos. "São investimentos em equipamentos de diagnóstico (de imagem) na Santa Casa de São José do Rio Preto", disse Cerri, sobre o aporte. "A empresa está funcionando lá."

A ficha cadastral na Jucesp diz que a Clintech é uma "holding de instituições não financeiras". O documento também registra que o grupo fez novos aportes de R$ 1,5 milhão e R$ 7,1 milhões no ano de 2018.

O ex-secretário e o Grupo NC se tornaram parceiros novamente em janeiro deste ano. Eles foram admitidos, no mesmo dia, como sócios da empresa Criva, que trabalha na área de diagnóstico por imagem. Além deles, entraram outros cinco sócios na empresa, que passou a oferecer também os serviços de vacinação, laboratório clínico, anatomia patológica e citologia.

Os dados foram levantados pelo gabinete do presidente da CPI, deputado Edmir Chedid (DEM). Ele diz que a comissão pode encaminhar o caso para o Ministério Público. "Acho que a CPI tem de se debruçar em cima das respostas que ele deu, de como se deu esse negócio, para saber se não tem uma influência."

Sem relação

Questionado, o ex-secretário disse que não há relação entre a PPP e suas parcerias atuais com o grupo. "Isso não tem nada a ver com a época em que estive na secretaria, foi um fato recente, e é um grupo que faz investimentos no setor privado. É uma parceria que foi feita muito tempo depois que eu já tinha sido secretário", disse.

"Eles (laboratório EMS) foram os únicos que apresentaram proposta e a PPP correu por causa disso. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Eu não tinha relação com eles na época em que era secretário."

'Negócio é independente'

Em nota, o Grupo NC afirmou que seus investimentos nas empresas Clintech e Criva "fazem parte da sua estratégia de diversificação em algumas frentes de atuação, incluindo a área de diagnóstico de imagem, em que o dr. Giovanni Guido Cerri, professor de medicina e presidente de instituições médicas, é um dos grandes especialistas".

"O capital investido foi destinado à compra de equipamentos, ampliação da estrutura física e expansão das empresas. Esse negócio é independente, não tem nenhuma relação com a Furp", acrescentou.

A Fundação para Remédio Popular (Furp) está na lista de entidades que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), cogita encerrar, segundo o atual secretário de Saúde, José Henrique Germann Ferreira, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o caso na Assembleia.

Maior fabricante pública de remédios no País, a fundação produz quase 530 milhões de medicamentos por ano para a rede pública e tem quase mil funcionários. Um dos motivos para o plano de extinção, a dívida da fundação é quase toda devida à concessionária controlada pela EMS e, indiretamente, pelo Grupo NC - são R$ 74 milhões de pagamentos devidos e outros R$ 20 milhões em juros, que representam cerca de 94% do total do passivo da Furp.

Entre maio de 2015 e julho de 2016, a Furp pagou à concessionária o mesmo valor de atas de registro de preço das compras de remédios feitas pelo governo com outros fabricantes do mercado. Na média, o valor era 53% menor do que o previsto no contrato da PPP.

Após ser cobrada pela concessionária, a secretaria passou a fazer, em 2016, repasses fixos à empresa, no valor de R$ 7,5 milhões por mês, independentemente da produção. A fábrica atualmente funciona com 25% da sua capacidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta sexta-feira (12), Edson Viana, repórter esportivo da TV Globo, resolveu fazer um desabafo no seu perfil do Instagram. Na publicação, Edson afirmou que socorreu sua vizinha que havia sido agredida pelo marido durante uma discussão no condomínio.

"A violência doméstica é uma praga brasileira. Nessa noite os gritos de socorro com voz de mulher chamaram atenção onde moro. Um machão covarde a ofendia também aos gritos. Batia portas, gritava na rua. Os vizinhos chegaram para intervir. Chamei a segurança do condomínio. Nada controlava o sujeito, que continuava as ofensas na frente de todos", contou Viana.

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Em um outro momento da postagem, o jornalista disse que teve o seu celular quebrado pelo agressor. "Comecei a gravar e ele atirou meu celular longe. Ele partiu para cima de mim. Mas covarde é assim: muito valente com quem está indefeso e afina quando alguém fala grosso com ele. Até que foi embora acelerando o carrão. [...] A sociedade não pode se omitir. Essa praga tem que acabar", completou.

Seguidores de Edson Viana o parabenizaram pela atitude. "Tem que meter a colher, sim!", escreveu uma internauta. "Esse tipo de sujeito tem que acabar!", comentou outra pessoa na rede social.

Confira:

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O papa Francisco fez um alerta neste domingo (3) dizendo que líderes, como políticos, pastores, autoridades públicas, professores e até mesmo os pais, precisam "ter sabedoria para guiar alguém porque, caso contrário, correm risco de causar danos às pessoas que confiam neles". "Pode um homem cego guiar outro cego?", questionou o Pontífice durante o Angelus, na praça São Pedro. Em seguida, o líder argentino respondeu falando que "um guia não pode ser cego, mas deve ver bem, estar consciente de seu papel delicado e sempre discernir o caminho certo para liderar pessoas".

Ele ainda insistiu para que os fiéis evitem fofocas que podem prejudicar os outros e não sejam presunçosos e hipócritas. "Quem é mau traz o mau fazendo o exercício mais prejudicial: murmurando". "Isso destrói famílias, destrói escola, destrói empregos, destrói o bairro, gera guerras", explicou.

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"Por que você olha para o cisco no olho de seu irmão e não se lembra do que está no seu?", questionou Francisco ressaltando que "é mais fácil e confortável condenar os defeitos dos outros, sem ser capaz de se ver com a mesma lucidez".

O líder da Igreja Católica lembrou que enquanto tentamos observar e corrigir as falhas do próximo devemos recordar que também temos falhas. "Se eu não penso que tenho, eu não posso condenar ou corrigir os outros. Todos nós temos defeitos e devemos estar cientes de que antes de condenar o próximo, precisamos olhar para dentro de nós mesmos".

Segundo o Papa, "é sempre útil ajudar os outros com conselhos sábios", mas é preciso ter discernimento, porque só assim "seremos críveis, agiremos com humildade, testemunhando a caridade".

"Não há árvore boa que produz frutos ruins, nem árvore ruim que produz bons frutos. De fato, cada árvore é reconhecida por seus frutos", finalizou. 

Da Ansa

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“Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso. Amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade”. É assim que o próprio Paulo Freire se descreve, em uma das suas tantas frases famosas. Desde 2012, o educador é considerado o patrono da educação brasileira. Acusado de ser um "doutrinador comunista" por membros do atual governo Bolsonaro, o pedagogo é o único brasileiro a estar entre os 100 mais citados no Google Scholar - ferramenta de pesquisa para literatura acadêmica, na língua inglesa. Mas afinal, quem foi Paulo Freire? 

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Para Agostinho da Silva Rosas, professor da Universidade de Pernambuco (UPE) e ex-presidente do Centro Paulo Freire de Estudos e Pesquisas, Freire foi um homem a frente de seu tempo. “Paulo Freire foi um homem que pensou a sociedade em um tempo de censura e que se arrasta com uma perspectiva profunda de libertação dos povos. Eu estou cada vez mais convencido que Paulo Freire é uma referência mundial para a paz, para aprendermos a viver na diferença”, exalta o docente.

Nascido em Pernambuco, no ano de 1921, Paulo Freire e sua obra são mundialmente conhecidos por seu método alternativo de educação e alfabetização de jovens e adultos. O prestígio mundial veio por meio do seu método aplicado na cidade de Angicos, interior do Rio Grande do Norte. No ano de 1962, Freire alfabetizou, em menos 40 horas, 300 pessoas entre iletrados jovens e adultos. Segundo ele, os homens aprenderam a ler, escrever e a discutir os “problemas brasileiros”.

Na ocasião, que ficou conhecida como “40 horas em Angicos”, Freire utilizou de “palavras geradoras”, baseadas na experiência de vida dos alunos para acelerar o processo de alfabetização. Por exemplo, um pedreiro tem mais familiaridade com palavras como ‘tijolo’, ‘casa’ e ‘obra’. A partir disso, o estudante começava a decodificar a fonética das palavras e a ampliar seu repertório.

“A perspectiva freiriana, quando ele trabalha com a educação de adultos incrementando o estudo político, possibilita pensar a dinâmica do processo de alfabetização muito à frente do domínio da palavra, seja ela falada ou escrita”, explica Agostinho.

Com o feito, Freire foi indicado ao posto de Coordenador do Plano Nacional de Alfabetização, pelo então presidente João Goulart, em 1964. Porém, o decreto teve vida curta. A intervenção militar realizada no mês de abril daquele mesmo ano, porém, extinguiu o plano e deixou o educador preso. Tempos depois, ele decide se exilar, retornando ao Brasil só em 1980. "A Embaixada da Bolívia foi a única que o aceitou como refugiado político. Em setembro de 1964, Paulo Freire deixa o Brasil rumo ao exílio", afirma, em nota, o Instituto Paulo Freire. Durante o período do regime militar, seus ensinamentos foram amplamente combatidos e censurados, sobre acusações de serem subversivos e de origem comunista.

 Segundo Agostinho, o fato explica o motivo pelo qual certa parcela da população, atualmente, o acusar de querer implementar uma suposta doutrina ideológica de esquerda nas escolas. Para o docente, as acusações são feitas por falta de conhecimento da vida e obra do autor. “A ideia de acusar Paulo Freire de um retrógado ou de qualquer tema nesse sentido é um atestado a falta de conhecimento, de uma leitura autêntica, autônoma e inadequada da vida e obra dele”, afirma.

Uma das hipóteses apontadas pelo instituto para a acusação de "comunismo" é o fato de que uma das ideias de Paulo Freire era de que a educação transformava as pessoas e as pessoas transformadas, por consequência, tinham o poder de transformar o mundo. "Se a população começar a ter acesso a uma educação problematizadora, que questiona a desigualdade social e econômica, os privilégios das elites, que questiona a ausência de mecanismos de controle social, por exemplo, sobre a mídia e sobre o sistema financeiro, que questiona a injustiça social e todas as formas de preconceito e de discriminação", salienta o instituto.

Agostinho é ainda mais duro na hora de descrever quem profere tais críticas. “Quem acusa Paulo Freire desta maneira tem medo. Tem medo da liberdade, da diversidade, do diálogo, da autonomia, da libertação dos povos. É a única coisa que eu posso especular”, finaliza.     

Com o fim da ditadura militar no Brasil, em 1980, Freire volta ao País e começa a lecionar na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Neste mesmo ano, o autor publicou sua obra mais emblemática, escrita nos tempos de exílio. Na “Pedagogia do Oprimido”, um dos livros mais citados em obras acadêmicas no mundo, Freire critica o então modelo vigente de ensino, o chamando de “Educação Bancária”. Segundo ele, por sua posição privilegiada, os professores acabam por oprimir os estudantes. Ele salienta, ainda, que os professores tratam os alunos como simples depósitos de informação, que por sua vez absorvem dócilmente os assuntos abordados.

A pedagogia desenvolvida por ele vai na contramão disso. Segundo o escritor, a pedagogia do oprimido tem como “tônica incentivar nos educandos a curiosidade, o espírito investigador, a criatividade”. Para Socorro Vital, coordenadora pedagógica da UNINASSAU Fortaleza, a obra promove uma forma de ensino na qual todos os envolvidos no processo de educação aprendem.     

“Na hora que ele prega essa nova filosofia, ele tira o poder do professor. O professor deixa de ser o detentor do saber, do conhecimento, da verdade absoluta. A partir disso, é proposta uma educação onde ambos aprendem. Tanto professor vai aprender com o aluno, quanto o aluno vai aprender com o professor”, explica a pedagoga. 

  Para a Socorro, além de otimizar o sistema educacional, o estudo tem como objetivo tornar os alunos um ser político consciente e ativo. “No livro, ele fala que existe o opressor e existe o oprimido. E até que ponto esse oprimido se deixa oprimir realmente. O que fazer para sair dessa opressão, para que esse oprimido passe ter vez e voz dentro da sociedade”, explica a especialista.   

Paulo Freire faleceu em 1997, no estado de São Paulo, aos 75 anos. Quase 21 anos depois de sua morte, o educador continua sendo homenageado e questionado durantes os anos. Para Agostinho, as críticas, soam com certa normalidade. “Eu vejo como normal, Paulo Freire não era implacável nos acertos. Era uma pessoa comum, como qualquer outra. Uma pessoa humana, não livre de erros”, pondera.

Legado no Exterior    

Paulo Freire é um dos acadêmicos brasileiros mais prestigiados no mundo. O pedagogo ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades estrangeiras, como Havard, Oxford, Cambridge, Genebra, Estocolmo e Lisboa. O livro Pedagogia do Oprimido é o terceiro mais citado em trabalhos acadêmicos do mundo na área das ciências humanas, segundo levantamento feito pelo pesquisador Elliott Green, educador da Escola de Economia e Ciência Política de Londres (ING).   

A Finlândia, considerada como um dos países com melhor qualidade educacional do mundo, conta com um instituto exclusivo para discutir a obra do escritor. Em seu site, a iniciativa disponibiliza três livros com artigos do educador traduzidos para o finlandês. Ao total, a publicação obteve cerca de 17 mil downloads. Institutos semelhantes ao encontrado na Filândia podem ser encontrados na Suécia, Inglaterra, África do Sul, entre outros países de todo o mundo. 

Na Suécia, Freire aparece em um monumento público. A obra “Depois do Banho” é feite em uma peça de pedra-sabão esculpida entre 1971 e 1976, pela artista Pye Engström. Ao lado de Freire, aparecem outras personalidades políticas, como Pablo Neruda, Sara Lidman e Elise Ottesen-Jensen.   

Porém, assim como no Brasil, a obra Freiriana está longe de ser unanimidade. Em 1970, John L. Elias, então pedagogo da Universidade de Nova Jersey, nos Estados Unidos, questionou o sentido da obra de Freire. “A teoria da aprendizagem de Freire está subordinada a propósitos políticos e sociais. Tal teoria se abre para acusações de doutrinação e manipulação. A teoria de Freire da aprendizagem é doutrinária e manipuladora?", questionou Elias.   

Ainda segundo o pedagogo norte-americano, Freire observava os sistemas educacionais da época como “principal meio que as elites opressoras usam para dominar as massas". "Conhecimento e aprendizado são políticos para Freire, porque eles são o poder para aqueles que os geram, como são para aqueles que os usam”, provoca.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a criticar, nesta quarta-feira (2), a demarcação das terras indígenas e quilombolas no país. Depois de transferir a questão para ser cuidada pelo Ministério da Agricultura, sob a tutela da ministra Tereza Cristina (DEM), ele publicou, no Twitter, que a gestão dele vai integrar índios e descendentes de escravos à sociedade.

Na ótica de Bolsonaro, essa população está isolada “do Brasil de verdade” e manipulada por entidades sociais.

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"Mais de 15% do território nacional é demarcado como terra indígena e quilombolas. Menos de um milhão de pessoas vivem nestes lugares isolados do Brasil de verdade, exploradas e manipuladas por ONGs. Vamos juntos integrar estes cidadãos e valorizar a todos os brasileiros”, escreveu no microblog mais cedo.

De acordo com uma Medida Provisória publicada nessa terça-feira (1º), que trata da reorganização dos ministérios no governo Bolsonaro, o novo presidente retira a atribuição de identificar, delimitar e demarcar as áreas quilombolas e indígenas da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Ministério da Agricultura, o que gerou polêmicas, uma vez que esses povos travam constantes brigas com fazendeiros e agropecuários sobre as terras reservadas para eles pela legislação.

Ninguém é de ferro, e todo mundo faz alguma coisa quando está sozinho que gostaria de esconder, pelos mais diversos motivos, e não adianta dizer que não. Será que sua mania está na lista abaixo? Vamos checar.

1) Vestir roupa velha

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Sabe aquela roupa que já de tão velha tem buracos? Ou pior, aquela blusa com rosto de deputado que você ganhou nas eleições passadas e que já deveria ter virado pano de chão há tempos? Serve boné também. Pois é, não dá muito para ser capa da Vogue, mas é uma sensação muito boa andar que nem mendigo pela casa, e de repende é por isso a gente ainda insiste.

2) Chorar

Bem, tem quem chore sem cerimônia na frente dos outros ou quando assistindo aquele filminho romântico, mas estamos falando daqueles choros homéricos, de soluçar, às vezes até mesmo se jogar no chão, aquele digno de quem levou o maior toco e já está no terceiro pacote de chocolate. Esses são dignos de serem vistos por poucas pessoas ou nenhuma. Até porque, mesmo quando chorando na frente de algumas pessoas mais próximas, tem aquele choro que só o seu travesseiro conhece!

3) Cheirar as axilas para saber se é hora do banho

Que jogue a primeira pedra quem nunca fez isso. Sim, cheirar a axila é quase um clássico, principalmente naqueles dias em que por algum motivo, seja por estar atrasado ou simplesmente distraído, você saiu de casa e esqueceu de usar o desodorante. Aí então é uma observação constante, e no menor indício de suor, lá vai aquela discreta checada.

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4) Navegar na internet no trabalho quando ninguém está olhando

Você pode ser o melhor funcionário, mas com certeza já usou a internet para checar aquela notícia sobre uma celebridade, fazer aposta Betfair, abrir as mídias sociais, etc. Na verdade, isso é até saudável, pois todos nós precisamos relaxar um pouco, e estimula a concentração na volta das tarefas. Mas, por via das dúvidas, melhor seu chefe não saber.

Fonte das Fotos: Pexels

5) Comer a comida que caiu no chão

Bem, não são todas as pessoas que fazem isso, e sinceramente não é recomendável para a sua saúde, mas tem muita gente que faz dependendo de alguns fatores, como se for algo seco e que caiu não tem nem 2 segundos, como chocolate, biscoito, nozes, e dependendo de onde caiu: foi no chão da cozinha ou no chão da rua? E, ainda que você diga que não come de jeito nenhum, não importa o que foi ou onde caiu, admita: nunca sequer pensou?

6) Dançar na frente do espelho com a sua roupa mais chamativa

Aquele momento em que você coloca a música no último volume e liberta a Cher que existe em você. Ou não; tem quem goste de fazer poses sensuais ou ensaiar um olhar sedutor para o próximo encontro. Seja lá o que você de fato prefere,sempre tem aquele momento em que o espelho é a única testemunha dos seus olhares/movimentos/atitudes mais loucas e espontâneas.

E então? Você se identificou com algum item da lista? E ainda que não, ninguém foge de algum hábito secreto! Que tal compartilhar algumas histórias em nossos comentários? 

Um país sem corrupção e com emprego deve ser um dos grandes desejos da maioria dos brasileiros. Nesta segunda-feira (19), por meio do Twitter, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) expressou essa vontade ao ressaltar que é hora de agir pensando. 

“Sentimentos contarão mais que partidos. Estes devem refazer-se juntos com os movimentos. Alianças novas, corrupção zero, emprego e decência. Criar [o] futuro”, ressaltou também avisando que, com base na Constituição, a oposição e a sociedade de forma geral “filtrarão” as ações do governo Bolsonaro pensando no interesse do país. 

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Recentemente, FHC expôs que não votou no capitão da reserva, mas que deseja que ele atue para o bem do Brasil. “Sem rancores, com grandeza e dentro da Constituição. Quem discorda de suas ideias também é patriota. Divergir é direito nas democracias”, enfatizou. 

Em entrevista concedida ao El País, na semana passada, o ex-presidente foi questionado como o Brasil pôde votar em um político como Bolsonaro, que possui um histórico de homofobia e de apologia à tortura. FHC respondeu indagando como foi possível alguém votar em Trump, presidente dos Estados Unidos.

“O voto no Bolsonaro não expressa um sentimento diretamente antidemocrático. Expressa a ilusão de que alguém que vem impor a ordem, seja como for, vai melhorar a situação. Não apostaram em alguém considerado, por quem votou nele, como antidemocrático, mas como alguém capaz de por fim a essa situação de desorganização. Esse é o fenômeno”, respondeu.

Ocorreu nos dias 25, 26 e 27 de outubro no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém, o 3° Congresso de Ciências Exatas e Tecnologias, realizado pela UNAMA – Universidade da Amazônia, com o apoio da UNINASSAU, da Univeritas, UnG, e Faculdade Joaquim Nabuco. O tema principal do evento foi "Amazônia Globalizada e o Futuro das Cidades’’.

No dia 26, houve várias palestras sobre Arquitetura e Urbanismo e Design de Interiores. Dentre elas, "A Inovação e Cidades: Repensando Espaços Públicos’’, ministrada pelo arquiteto e urbanista Lucas Nassar. Ele falou sobre o processo de inovação em espaços públicos e criação de soluções para os problemas das cidades por meio da colaboração entre agentes públicos e sociedade.

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Lucas Nassar é diretor executivo do Laboratório da Cidade, que é uma organização sem fins lucrativos que tem a missão de pensar e propor soluções a problemas urbanos, através de intervenções estratégicas. "Uma das estratégias que nós utilizamos é o urbanismo tático, a possibilidade de a comunidade escolher o seu destino, sem esperar o Estado ou a iniciativa privada, trazer uma transformação imediata’’, explicou Lucas.

De acordo com o urbanista, o projeto surgiu de durante um curso nos Estados Unidos que o fez pensar em como contribuir pra sua comunidade. "O Laboratório da Cidade foi um trabalho de conclusão desses estudos fora, tentar desenhar como uma organização da sociedade civil poderia funcionar em Belém partindo do princípio da inovação e da colaboração, que adapta-se à realidade da Amazônia’’, disse.

Lucas Nassar explicou como utiliza a estratégia do urbanismo tático, que é uma forma de planejar a cidade, de pensar em espaços públicos de forma inovadora, colaborativa, barata, leve, rápida e flexível de se construir a cidade. O urbanista falou sobre quais meios utiliza na orientação da população. "A parte primordial é a capacitação da sociedade, fazer com que ela possa entender como a cidade funciona, para que possa agir nela. Primeiro, ajudar a sociedade a entender qual é o seu problema. Técnicas que façam com que a visualização desse problema fique mais fácil. Tentar diagnosticar o problema a partir do ponto de vista da comunidade. O outro é começar a atacar esses problemas que eles mesmo identificaram. Então não é o arquiteto, o urbanista, o político, que vai dizer qual é o problema, qual é a solução. Nós queremos ser facilitadores para que a sociedade diga qual é a pergunta, qual a resposta pra aquela pergunta’’, concluiu.

Por Amanda Lima.

 

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Alunos e professores da UNAMA - Universidade da Amazônia participam do III Encontro de Patrimônio Cultural e Sociedade, que começou na terça-feira (16), no auditório David Mufarrej, campus Alcindo Cacela, em Belém. O evento valoriza o diálogo entre academia e sociedade.

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O encontro vai até o dia 20 e levanta questões sobre a importância do patrimônio cultural na vida da sociedade. Durante todo o evento serão abordados temas como patrimônio cultural, paisagem e literatura; economia criativa, afetos e paisagens; patrimônio cultural e processos de musealização.

Segundo o professor Diego Santos, coordenador do curso de História da UNAMA, o evento possibilita o diálogo entre estudantes, profissionais e sociedade em geral. “O encontro possibilita um diálogo para além do circuito acadêmico. Possibilita pensar questões que envolvem a sociedade civil, no momento em que precisamos falar cada vez mais do patrimônio, no momento em que precisamos falar cada vez mais de história, um evento oportuno”, afirmou o coordenador.

A ideia de organizar o encontro surgiu de um diálogo entre o Departamento de Patrimônio do Estado do Pará (DEPHAC) e a UNAMA. “A partir dali se somaram esforços no sentido de se fazer, aqui na UNAMA, o principal locutor desse projeto que passou, a partir do ano passado, a congregar também outras instituições que também abraçam o projeto e que servem para que a gente sirva a sociedade com essas discussões que nós consideramos tão importantes”, disse Diego Santos.

Jefferson Bacelar, pró-reitor da UNAMA, disse que envolver história e patrimônio cultural é fundamental para Belém e para o Estado do Pará e que a UNAMA recebeu o evento com muita felicidade. “A UNAMA recebe o evento com muita felicidade, parabenizando o coordenador do curso de História, professor Diego, todos os palestrantes e aqueles que colaborarão no evento, que já chega na 3ª edição, e que tem tudo para seguir a diante”, disse o pró-reitor.

Para o professor Edgar Chagas, eventos como esse fortalecem e asseguram a importância do patrimônio cultural para o Brasil e, principalmente, para a região Amazônica. “Toda a oportunidade que você tem para discutir patrimônio, nesse momento difícil por que passa o Brasil, é de fundamental importância para manter uma sociedade identificada pelos costumes, suas tradições e suas heranças. Nós temos, na verdade, a oportunidade de que os alunos possam assistir, absorver, debater e acima de tudo entender do que se trata a importância de assegurar o patrimônio cultural para o Brasil e, principalmente, para a região Amazônica”, disse o professor.

Por Rosiane Rodrigues.

 

 

 

Rafael Bandeira/LeiaJáImagens 

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A Usina Dois Irmãos, no bairro de Apipucos, no histórico e badalado edifício datado de 1887, foi o local escolhido para que o candidato a deputado federal João Campos (PSB) promovesse, na noite dessa segunda-feira (1º), um encontro com a militância e aliados como o governador Paulo Câmara (PSB). O filho do ex-governador Eduardo Campos, que vem sendo a “promessa” da legenda em Pernambuco, foi recebido aos gritos de "deputado" pelos presentes. 

O local ostentador para a realização de mais um evento de campanha abriu também portas para João responder, durante coletiva de imprensa, como avaliava o fato de ter recebido cinco vezes mais recursos do que outros candidatos novatos. Ele justificou esclarecendo que a distribuição dos recursos foi definida após uma reunião da Executiva Nacional sobre quais seriam os critérios. 

A divisão maior ficou, segundo Campos, para os que tinham a possibilidade de lograr mais êxito na eleição, o que consequentemente também ajudaria o partido. “A decisão da quantidade de recursos que iria para cada candidato foi uma decisão da direção nacional do partido. Assim com eu vários companheiros receberam recursos do partido sendo candidato à reeleição ou não como aqui no Estado temos o companheiro Milton Coelho, por exemplo, que não tem mandato e recebeu a mesma quantidade de recursos que eu recebi do partido”.  

Ele também falou que a estratégia de campanha nessa reta final é continuar dialogando com as pessoas e percorrendo Pernambuco. “Dizer o que a gente pensa, no que a gente acredita, o que a gente deseja lutar lá em Brasília. Eu tenho feito isso e não é de hoje. Já faz algum tempo que eu faço política, que eu percorro as ruas de Pernambuco e agora é manter o mesmo ritmo e dizendo a verdade às pessoas”. 

No Recife, nesta segunda-feira (27), o procurador do Ministério Público Federal Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato também afirmou que a Operação Lava Jato é aprovada por 90% dos brasileiros. A declaração aconteceu, durante coletiva de imprensa, ao ser questionado como convencer os petistas e aliados de Lula de que o Ministério Público Federal (MPF) não é seletivo. 

“Nós vemos que mais de 90% da sociedade brasileira manifestou já apoio à Lava Jato e querem que a Lava Jato vá até o final. A Lava Jato está fazendo a parte dela, nós estamos fazendo o nosso melhor, mas sozinhos nós não vamos conseguir. Nós precisamos que o eleitor brasileiro faça sua parte e selecione candidatos que tenham passado limpos e mais ainda que tenham compromisso com a agenda anticorrupção”, respondeu. 

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Ao ser perguntado o motivo de nenhum dos caciques tucanos terem sido presos, Dallagnol repetiu. “O que eu vejo é que mais de 90% das pessoas declaram apoio à Lava Jato e querem que ela vá até as últimas consequências, isso segundo pesquisas recentes”. 

Também falou que o Supremo Tribunal Federal (STF) também passou a “fatear” a Lava Jato ressaltando que várias investigações contra pessoas, por exemplo, do PSDB estão tramitando com foro privilegiado. “O caminho mais curto para isso é que essas pessoas não sejam eleitas para que possa perder o foro privilegiada e responder como todos os mortais”, enfatizou. 

Ele salientou que se as pessoas querem uma “postura firme” contra a corrupção, é preciso eleger candidatos que tenham um passado limpo. Para ele, há um problema exposto sem o tratamento adequado. “Esse tratamento deve vir necessariamente do Congresso Nacional com a aprovação de leis e reformas que fechem as brechas por onde o dinheiro público escorre. Nós temos nas mãos da sociedade a possibilidade de fazer isso acontecer por meio da eleição de pessoas comprometidas com essa reforma anticorrupção que queremos no país”. 

Uma mulher que se apresentou como "D" acabara de denunciar à polícia que foi estuprada, mas seu agressor a contra-atacou com uma série de acusações. As rígidas leis contra a difamação podem fazer uma queixa de estupro virar um delito na Coreia do Sul.

"Apresentou queixa atrás de queixa contra mim, acusando-me de difamação, de insultos, de perjúrio, de intimidação e inclusive de assédio sexual", explica esta mulher, que pede para ser identificada apenas com a letra "D" por temer por sua segurança pessoal.

"Durante meses, não consegui comer", conta à AFP. "Não conseguia dormir, tinha a impressão de estar mergulhada em um pântano do qual não sairia nunca".

Seu agressor acabou sendo condenado a dois anos de prisão por estupro e todas as queixas contra D. foram arquivadas.

Mas estes calvários judiciais não são incomuns na Coreia do Sul, onde uma pessoa pode ser julgada, inclusive se disser a verdade, por manchar a reputação de outra.

Um número crescente de supostos agressores sexuais usam o sistema para calar as vítimas ou obrigá-las a se retratarem.

Apresentar uma denúncia na delegacia não é em si motivo de queixa por difamação, mas se a vítima falar em público pode ser julgada penalmente.

E se a polícia ou a promotoria arquivarem o caso, ou o acusado for exonerado pela justiça, a denunciante pode ser julgada por falsa acusação.

"Todo o sistema tem um efeito paralisador sobre as mulheres", diz Seo Hye-Jin, da Associação de Advogadas Coreanas. "Muitos agressores usam abertamente a ameaça de queixa para intimidar", acrescenta.

Apesar do progresso econômico e tecnológico da Coreia do Sul, sua sociedade continua sendo profundamente patriarcal. O país fica regularmente nas últimas posições da classificação da OCDE sobre desigualdade.

Segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, 52% das vítimas de assassinato são mulheres. Muito mais que nos Estados Unidos e China (cerca de 22%) e que na Índia (41%).

- "Não resistiram o suficiente" -

As séries de televisão sul-coreanas, muito populares na Ásia, mostram personagens homens que dominam fisicamente as mulheres como demonstração de seu amor.

Mas desde 2017, a campanha mundial #MeToo contra a violência machista também se faz presente na Coreia do Sul, onde um número crescente de mulheres acusou poderosas figuras do mundo da política, da arte, da educação e da religião.

No caso de D., um investigador lhe fez um grande número de perguntas sobre "suas intenções" de "destruir a vida de um jovem promissor" e pediu à promotoria que não aceitasse processar o estuprador.

D. deixou seu trabalho, apresentou queixas contra a polícia, a promotoria e o mediador do governo encarregado dos direitos humanos para conseguir que seu caso prosperasse diante das muitas denúncias do agressor e do contínuo assédio deste e de seus familiares.

Cho Jae-Yeon, que trabalha para o Telefone Vermelho das Coreanas, assegura que muitas vítimas não denunciam. "Muitas dizem que não poderiam suportar ser alvo de uma investigação e se arriscar a uma eventual condenação, como se já não tivessem sofrido o suficiente".

As falhas do sistema judicial não afetam apenas os casos de agressão sexual: o funcionário de um escritório de arquitetura foi condenado a uma multa por denunciar na internet atrasos no pagamento de salários e outras irregularidades.

Em 2016, foram arquivadas 55% das denúncias de agressão sexual, muito mais que nos casos de assassinato (22%) e roubo (26%), segundo o Instituto da Justiça.

E se o caso chega ao tribunal, a vítima deve demonstrar que opôs resistência porque o estupro é definido como o resultado "da violência ou da intimidação" e não da ausência de consentimento.

No passado, vários julgamentos por estupro foram rejeitados porque as vítimas "não resistiram o suficiente".

Um painel da ONU sobre a igualdade entre sexos chamou recentemente o governo a revisar sua definição de estupro e a proteger as vítimas de falsas denúncias de difamação.

O agressor de D. continuou assediando-a quando saiu da prisão, até que em 2014 foi condenado por intimidação e assédio, pondo fim a quatro anos de pesadelo.

Samara Felippo usou seu Instagram na última terça-feira, dia 3 para publicar uma foto de suas filhas com um texto falando sobre como o racismo surge na sociedade.

Nele, Samara começa dizendo que as crianças não nascem racistas, mas a sociedade vai aos poucos introduzindo este pensamento a elas. A atriz defende que é possível combater o racismo por meio de luta e mudanças de opinião, com cada um fazendo a sua parte.

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