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Quantas vezes você já olhou para todos os lados, analisou todos os problemas, refletiu sobre as possíveis soluções e, ainda assim, pensou em desistir? Desistir de tudo, desistir dos sonhos, desistir da vida, desistir da felicidade e tudo o mais que faz o seu sangue pulsar? Certamente muitas.

Acontece que somos testados, desafiados, confrontados a todo instante. Seja com situações inesperadas, outras um tanto previstas e até aquelas situações que parecem ser de outro planeta, mas que, ainda sim, surgem para analisar o nosso poder de insistência, a nossa força.

Viver não é uma tarefa fácil ou simples, porém é muito prazerosa. É cheia de encantos, de possibilidades e de grandes aventuras, e é justamente por isso mesmo que, quando nos deparamos com os momentos difíceis, tudo parece perder o sentido e a vontade de recuar surge querendo ganhar tamanho.

Em uma sociedade altamente conectada, ágil, cheia de afazeres e responsabilidades, é normal encarar os prognósticos do dia a dia como dilacerantes. Estão aí as contas para pagar, as questões de saúde, o comportamento dos filhos, os exemplos de violência, os conflitos internos e tantas outras coisas. Mas então vem o questionamento: quem não enfrenta esses dilemas hoje em dia? Todo mundo. Porém, a resolução está na maneira de encarar as situações e como dar a volta por cima.

Desistir, todo mundo vai querer, pelo menos uma vez na vida, mas o seu otimismo precisa ser mais forte e presente, e isso quem diz é a ciência. O nosso cérebro tem a capacidade de elaborar uma estratégia que faz com que nossos neurônios tendenciem ao otimismo, sobretudo para o futuro. Esse mecanismo se chama “viés otimista” e implica na propensão do cérebro humano em enxergar o amanhã como uma grande promessa.

Por isso é preciso compreender que o otimismo gera iniciativas e estas iniciativas farão com que a palavra desistir não ganhe força.

Durante protestos sobre temas diversos sociais, uma onda de “todos juntos” por um ideal toma conta de quem vai às ruas. Não foi diferente o que aconteceu, no final da tarde desta quinta-feira (15), no centro do Recife, durante o ato marcado em manifestação ao assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), que aconteceu na noite dessa quarta (14), no Rio de Janeiro. O protesto, que teve concentração na Câmara Municipal de Vereadores, saiu em caminhada até o Palácio do Campo das Princesas. Em um só tom, os que participaram do ato, em sua maioria jovem, clamavam por justiça e repetiam com insistência a frase “não vão nos calar”. 

No entanto, os militantes, manifestantes e até colegas de Marielle tiveram que durante a caminhada se deparar com o outro lado da história: a apatia. Se, de um lado, o momento era de dor e comoção onde muitos se abraçavam, do outro, não raro, foi visto pessoas que passavam reclamando a começar pelos motoristas que, impedidos de passar, de forma agressiva ressaltavam que travar o trânsito é algo “injusto”. 

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Mais a frente, enquanto caminhavam, muitos dos que passavam a pé também pareciam incomodados. Na hora em que os líderes pediram um minuto de silêncio, um cidadão que provavelmente voltava do trabalho gritou sem pensar: “Isso tudo aqui não resolve nada”. O outro chegou a dizer: "Palhaçada". Os manifestantes calados continuaram como que já conformados com esse tipo de tratamento. 

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No exato momento, uma das que discursaram na hora do silêncio, disse que existe luta enquanto há homens que “planejam” a morte dos que incomodam. “Todos querem o nosso silêncio, o silêncio da nossa liberdade, o silêncio do nosso corpo, mas não nascemos para a dor, não nascemos para o silêncio. O silêncio já não é mais um caminho. Não venha nessa de chamar uma mulher de vagabunda e engole esse assobio”, desabafou uma mulher que se definiu como uma “Marielle Presente”, em referência que todas representam a vereadora. 

No final do ato, que terminou em frente do Palácio do Campo das Princesas, foi mostrado uma outra face: o tumulto gerado pela “ausência” do Estado. Uma fileira de policiais e uma grade separou os manifestantes do palácio, o que gerou revolta por parte de alguns. “Cadê o governador que não vem falar com o povo”, indagou um dos presentes, apesar do horário avançado. “Para que esta grade?”, perguntou outro. Uma confusão iniciou quando alguns tentaram avançar derrubando as grades, mas a reação foi imediata: spray de pimenta contra o grupo. 

O simpático velhinho de roupa vermelha e barba branca que vemos nestes dias com destaque em centros comerciais de todo o mundo, tornou-se um ícone cultural da sociedade de consumo do terceiro milênio.

Apesar de ter se baseado em um bispo que viveu no século IV da nossa era, o sorridente personagem que encanta as crianças foi elaborado nos últimos 17 séculos com elementos de mitos de diversas regiões e países.

O personagem original foi um bispo da cidade de Mira, no antigo reino de Lícia - na atual Turquia - de nome Nicolau, célebre pela generosidade mostrada junto a crianças e pobres, mas que, mesmo assim, foi perseguido e preso pelo imperador Diocleciano.

Com a chegada de Constantino ao trono de Bizâncio, o bispo Nicolau foi libertado e pôde participar do Concílio de Niceia (325). Após a sua morte, foi canonizado pela Igreja Católica como São Nicolau. Surgiram, então, incontáveis histórias de milagres realizados pelo santo em benefício de pobres e desamparados.

Nos primeiros séculos após sua morte, São Nicolau tornou-se padroeiro da Rússia e Grécia, bem como de inúmeras sociedades beneficentes e das crianças, jovens solteiras, marinheiros, mercadores e prestamistas.

A partir do século VI, foram erguidas várias igrejas dedicadas ao santo, mas essa tendência foi interrompida com a Reforma, quando o culto a São Nicolau desapareceu da Europa protestante, com exceção da Holanda, onde era chamado de Sinterklaas.

Na Holanda, a lenda do Sinterklaas fundiu-se com antigas histórias nórdicas sobre um mago mítico que andava em um trenó puxado por renas, premiava com presentes as crianças boas e punia as que se comportavam mal.

No século XI, mercadores italianos que passavam por Mira roubaram relíquias de São Nicolau e as levaram para Bari, a partir do quê essa cidade italiana, onde o santo jamais pôs os pés, tornou-se um centro de devoção e peregrinação.

No século XVII, emigrantes holandeses levaram a tradição de Sinterklaas para os Estados Unidos, cujos habitantes adaptaram o nome para Santa Claus, mais fácil de ser pronunciado, e criaram uma nova lenda, consolidada no século XIX, sobre um velhinho alegre e bonachão que percorria o mundo em seu trenó no Natal, distribuindo presentes.

Enquanto nos Estados Unidos ele era conhecido como Santa Claus, do outro lado do Atlântico, no Reino Unido, chamava-se Father Christmas (Papai Noel). Com um nome ou outro, o certo é que o personagem baseado no bispo Nicolau tornou-se rapidamente o símbolo do Natal - estimulando as fantasias infantis - e, principalmente, um ícone do comércio de presentes de Natal, que envolve anualmente bilhões de dólares.

A tradição não demorou a cruzar novamente o Atlântico, dessa vez renovada, e se estender a vários países europeus, em alguns dos quais Santa Claus mudou de nome. Na França, o Father Christmas dos ingleses virou Père Noël, nome que os espanhóis e os portugueses traduziram para Papá Noel e Pai Noel - e a tradição se estendeu rapidamente à América Latina.

Dizem ainda que o visual moderno do Papai Noel (roupas vermelhas e gorro com barrete branco) teria sido uma invenção da Coca-Cola, que nos anos 30 promoveu uma campanha repaginando o Bom Velhinho com as cores oficiais de seu produto.

Todos ainda estão chocados com o acidente ocorrido neste domingo último em um bairro da zona norte do Recife. A irresponsabilidade de um bandido que estava usando como arma um carro terminou por destruir a vida de muitas famílias, a ação marginal deste cabala por nome de João Victor Ribeiro de Oliveira, de 25 anos, informou que era usuário de maconha e que tinha problemas com bebidas alcoólica, claro que isso é uma tática para se livrar de uma punição, aliás quem foi punido de maneira severa sem direito a nada foram as famílias vitimadas por esse bandido. O problema maior está na falta de punição para estes tipos de delitos no Brasil. O presidente da Comissão de Direito Viário da OAB/SP, Maurício Januzzi Santos, destacou que a pena prevista hoje para o motorista embriagado que provoca acidentes com morte é irrisória, com previsão de apenas dois a quatro anos de reclusão. Segundo ele, muitas vezes essa pena é trocada por serviços a comunidade, o que, na sua opinião, seria “um tapa na cara” na família da vítima de acidente de trânsito. O advogado também defendeu, como fizeram outros especialistas a instituição do crime doloso para os motoristas embriagados que provoquem acidentes, com pena de reclusão de 5 a 8 anos. O presidente da Associação Brasileira de Criminalística, Bruno Telles, apresentou uma análise dos sinistros de trânsito no DF em 2012, que mostra que em cerca de 75% das coalizões pelo um dos motoristas usou álcool e, em 12%, houve uso de drogas ilícitas. “Consideramos fundamental a previsão na legislação que o pessoal que faz a fiscalização possa aplicar exame para outras drogas também”, disse. Ele também defendeu o teste de bafômetro para todo motorista envolvido em coalizão, independentemente se é culpado ou vítima; e aumentar a pena para motoristas que transitam sob o efeito de drogas. Para um criminoso desses 30 anos é pouco para ficar preso, me desculpem a força das palavras mas  o melhor seria a pena de morte.
 
Os bandidos da Brasília querem mesmo acabar com a lava Jato
Pasmem os queridos leitores, o  senador Renan Calheiros (PMDB-AL) não tem dúvida de que a Operação Lava Jato, em sua avaliação, tem cunho político partidário, um dos maiores marginais da política brasileira disse isso  ao avaliar a declaração de procuradores da República, como Deltan Dallagnol, de que em 2018, ano de eleição presidencial, se dará a "batalha final". 
Querem mesmo abafar tudo
 
"A declaração de que "a batalha final será em 2018", confirma que muitas investigações são políticas, sem provas, com delações encomendadas e objetivos pré-determinados. Daí os arquivamentos",  acreditem mas quem disse isso acima entre aspas foi o homem de bem, político correto e homem sério  Renan Calheiros. O nobre  senador publicou o texto  em seu perfil no Twitter. Então estamos mesmo perdidos com esse tipo de gente mandando no Brasil.
Os motivos da revolta de Renan
Os procuradores  federais disseram em carta nesta segunda-feira que que o futuro da operação depende da composição do próximo Congresso Nacional e exortaram a população a fazer boas escolhas, de preferência, candidatos ficha limpa, sem histórico de corrupção e que pretendem se eleger para apoiar a Lava Jato.
PSDB  se arrumando
 
Finalmente após jantar com Marconi Perillo e Tasso Jereissati, o governador Geraldo Alckmin disse que aceita mesmo  presidir o PSDB para fortalecer a legenda que está jogada nas mãos de Aécio e companhia.
A fala

Se o meu nome puder unir o partido, fortalecer o partido, como vigoroso instrumento de mudança para o Brasil, é nosso dever", afirmou o governador de São Paulo já de olho na presidência do Brasil no ano que vem.
Reunião
O PSDB  ainda tem marcada convenção no dia 9 para eleger sua nova Executiva.  Marcone Perillo, governador de Goiás, e Tasso Jereissati , senador pelo Ceará, retiraram suas candidaturas a presidente do partido em acordo com Alckmin.
 
O escolhido
Geraldo Alkmin é mesmo o favorito entre tucanos para disputar o Planalto, o governador paulista evitou comentar como se comportará, caso assuma o PSDB, em relação ao PMDB e ao governo Michel Temer. Enquanto isso o senador projeto de mafioso Aécio Neves continua calado e chupando dedo.
 
De olho na cadeira de Temer
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa conversou por mais de uma vez com o presidente do PSB, Carlos Siqueira. Barbosa se filiará ao partido apenas para concorrer à Presidência.
 
Criticas a Aécio Neves
 
O ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a decisão da Suprema Corte de dar ao Senado o aval para decidir sobre a prisão e as medidas cautelares impostas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) vai entrar para a "antologia de erros" do STF. Mais um ministro assumindo a porcaria feita pelo STF.
 

No dia 20 de novembro de 1695 morria Zumbi, o último dos líderes do maior quilombo do período colonial brasileiro, o Quilombo dos Palmares. Zumbi foi vítima de uma emboscada armada por um companheiro, em combate, enquanto defendia sua comunidade. O líder dos Palmares teve a cabeça cortada e exposta em praça pública, na cidade de Recife, para servir de exemplo a outros escravos.

O Dia da Consciência Negra foi estabelecido pelo projeto de lei número 10.639, de 2003. Foi escolhida a data da morte de Zumbi dos Palmares para representar o dia. A ocasião é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. Para celebrar a data, a Universidade da Amazônia (Unama), a partir do Núcleo de Responsabilidade Social, promoveu durante a semana vários debates e discussões sobre o tema.

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Na tarde de terça-feira, dia 21, uma mesa-redonda discutiu a visibilidade negra na atualidade, no auditório David Mufarrej, localizado na unidade Alcindo Cacela da Unama. No evento foi exibido o curta-metragem “Pretas”, grande vencedor do Festival Osga de Vídeos Universitários 2016, premiado em seis categorias, incluindo a de melhor filme.

A atriz, roteirista e estudante de Comunicação Social Joyce Cursino participou da mesa-redonda. Ela afirmou que é muito importante levar esse debate para a universidade e discutir como os estudantes negros conseguiram chegar nesse espaço e a partir de que medidas eles conseguem exercer sua cidadania. “Quando a gente fala de consciência negra, estamos falando de uma luta diária para exercer a cidadania, e de direitos que foram historicamente tomados de nós. A todo o momento vemos uma sociedade patriarcal e racista tentando restringir esses direitos”, disse.

Rodrigo Souza, jornalista do Portal Cultura e estudante de letras – Língua Brasileira de Sinais pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), participou da mesa de debates. O jornalista disse que a universidade é um espaço para se discutir temas não discutidos na escola. Ele também relatou que se reconheceu como negro dentro da universidade. “A universidade tem esse papel social de levar conhecimento. É fundamental que a universidade promova debates, principalmente sobre a questão racial”, afirmou Rodrigo.

Durante o evento, um grupo de estudantes surdos assistia ao debate. Enquanto a intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) não chegava ao auditório, Rodrigo desceu do palco e traduziu para Libras as falas dos convidados. O jornalista contou que produz conteúdos acessíveis a pessoas surdas, com janelas de Libras e legenda. “É muito importante levar informação pra essas pessoas. É preciso olhar para o surdo e o enxergar como consumidor de informação. Porém, esse consumo só é possível através da acessibilidade”, finalizou.

Outros debates e discussões ocorreram durante a semana. Ainda no dia 21, foi promovida a mesa-redonda “Conexões entre a África e o Pará – Do tráfico às comunidades remanescentes de quilombo”, com participação do mestre em História Social Benedito Carlos Costa Barbosa, além de uma palestra sobre “Redes coloniais do comércio de escravos na Amazônia pós-companhia de comércio do Grão Pará e Maranhão (1778-1815)”, com participação de Diego Pereira Santos, também Mestre em História Social.

Por João Paulo Jussara.

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A youtuber Nikki Perkins e o fotógrafo Jamie Perkins poderiam passar como um casal normal, caso não usassem as suas redes sociais para combater o racismo. Ela é negra e ele branco, e, como várias pessoas em relações interraciais, eles sofrem comentários racistas na internet.

Ao falar um pouco sobre a sua história, o casal conta que tiveram que lutar pelo direito de serem respeitados. “E nós ainda, infelizmente, lutamos contra o racismo e a negatividade devido ao nosso amor”, dizem em uma das postagens.

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Jamie também expôs que uma das maiores razões pela qual decidiram produzir vídeos para o Youtube foi para compartilhar a diversidade da família. “Foi para mostrar ao mundo como os casais interrraciais são, porque sentimos que estamos tão mal representados nos meios de comunicação social”, desabafou.

E uma das formas de combate ao preconceito mais usadas pelos dois são as declarações de amor nas postagens. “Tão incrivelmente orgulhoso desse homem. Eu tenho o melhor marido do mundo, ele tem um espírito tão amável”, se declarou.

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Jamie também retribui em seu Instagram. Ao homenagear Nikki pelo seu aniversário, ele escreveu: “Nós estivemos em tantas aventuras. Eu sou tão abençoado por ter uma incrível esposa e melhor amiga”, escreveu.

Os brasileiros que fazem uso do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que consiste na renda de um salário-mínimo mensal para idosos acima de 65 anos ou deficientes que não se mantem ou não são mantidos pelos familiares, devem se inscrever no Cadastro Único até o dia 31 de dezembro deste ano. Após a data, as pessoas que não estiverem cadastradas perderão o direito de receber o benefício.

Para se cadastrar, o responsável familiar deve ter mais de 16 anos. Não é preciso que ele seja beneficiário direto do BPC, basta morar na mesma casa em que vive o beneficiário e dividir as responsabilidades com despesas e renda.

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O responsável deve procurar um dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) mais próximo, de preferência, no mês de aniversário do beneficiário. Caso a data do aniversário já tenha passado, a família deve fazer o cadastro o mais rápido possível.

A inscrição no Cadastro Único também permite que o beneficiário tenha acesso a outros programas sociais, como a Tarifa Social de Energia Elétrica e a Carteira do Idoso, entre outros.

Famílias de beneficiários do BPC já inscritas no Cadastro Único devem atualizar dados sempre que houver modificações, como mudança de endereço, alteração na composição familiar, ou, ainda, no prazo máximo de até dois anos. A desatualização do cadastro poderá levar à suspensão do benefício. 

Apesar das críticas que permeiam a sociedade com relação às famílias nas quais pais políticos influenciam os seus filhos a também seguirem a mesma caminhada, a maioria que segue essa carreira pública garante que apesar de confessar que existe uma facilidade para entrar no meio quando se tem alguém na família, apenas conseguem se consolidar os que possuem competência. Em entrevista ao LeiaJá, o deputado estadual Silvio Costa Filho (PRB) é um dos que defendem que são coisas distintas. 

Ele, que é filho do deputado federal Silvio Costa (PTdoB), contou que se formou em Pedagogia e, desde cedo, trabalhou na área educacional, mas que de tanto acompanhar o pai “nas caminhadas políticas” começou a tomar gosto e disse que “se apaixonou” pela vida pública quando se tornou presidente do Diretório Acadêmico da sua universidade. “Procurei ele para conversar dizendo meu interesse em disputar uma eleição. Ele naturalmente fez uma reflexão comigo para saber se de fato era isso que eu queria para a minha vida. Na hora que eu disse que sim, ele me deu todo o apoio e todo o incentivo para que disputássemos a campanha para vereador em 2004”. 

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O deputado estadual disse que é preciso desmistificar a carreira política. “Meu pai foi um espelho porque admirava a garra que ele sempre teve na política e a coragem de enfrentar os desafios e sua seriedade, mas Dr. Arraes [ex-governador de Pernambuco] dizia que não existe herança na democracia. Para disputar uma eleição você tem que ir para o voto e, graças a Deus, estou no meu terceiro mandato. Cada um tem trabalhado no seu estilho e acho que cada um está conseguindo ter a sua performance eleitoral, cada um com o seu perfil”, frisou. 

O vereador do Recife Eriberto Rafael (PTC), filho do deputado Eriberto Medeiros (PTC), tem a mesma linha de raciocínio de Silvio Costa Filho. “Existe sempre esse preconceito. Eu acho que a ligação familiar, pai, tio, avô, faz com que você tenha um vislumbre, que você seja mordido por essa mosca, quando você vê já está dentro dele e você não consegue mais sair. No entanto, a família pode até levar para o caminho da política, mas você só consegue trilhar uma carreira vitoriosa com a sua marca pessoal”, disse. 

O parlamanetar recifense conta que desde que o pai iniciou sua primeira disputa, em 1996, quando tinha sete anos e já o acompanhava. Ao longo dos anos, começou a participar ativamente. “Mas, eu sempre tive a vontade muito grande de me formar primeiro. Terminei faculdade de Biomedicina e o mestrado, mas sempre com aquela influência presente. As pessoas falavam bem do meu pai e via esse exemplo positivo que ele dava, a gente vai se contagiando. A política é uma coisa que é muito dinâmica, uma coisa que você se contagia tendo um exemplo bom e positivo. Ele é um exemplo vitorioso, que sempre prezou pela verdade e que ajudou a construir o meu caráter”, assegurou. 

Os exemplos de filhos que se inspiraram nos seus pais são muitos. Outro caso é o do chefe do gabinete do governador Paulo Câmara (PSB), João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos, que faleceu em tragédia aérea em 2014. De lá para cá, é notório que ele vem construindo uma trajetória em busca de alçar voos maiores na disputa eleitoral de 2018, embora não fale sobre o assunto. 

O herdeiro político do líder socialista vira e mexe toca no nome do pai em eventos e entrevistas. No mês passado, por exemplo, em entrevista ao LeiaJá, pediu que o trabalho iniciado por Eduardo continuasse em Pernambuco. Também disse que ele e aliados podem, juntos, dar continuidade a esse trabalho. “Eles [Eduardo e Miguel Arraes] sempre lutaram para que as desigualdades sociais fossem diminuídas”, disse. 

Em outra conversa, o chefe de gabinete falou que a falta do seu genitor era grande. “Ele era uma pessoa presente, mas a união da nossa família e o amor que temos nos faz superar isso”. Nesta semana, em uma publicação no Instagram, João Campos fez uma homenagem com uma foto no qual aparece pequeno ao lado de Eduardo. “É sobre sentir saudade. Te amo mais do que tudo”. 

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A deputada estadual Priscila Krause (DEM) é mais uma que não nega a influência do seu pai, o ex-governador de Pernambuco Gustavo Krause para ingressar na política. “Ele foi minha maior referência. Não tenho a menor dúvida da influência que o meu pai teve na minha vida inteira, em todas as minhas escolhas. Quando decidi ingressar na política, ele pediu para que eu fizesse uma reflexão sobre o caminho da política e minha vocação. Ele teve essa preocupação como pai, mas quando eu disse que o que realmente era seguir a vida pública, a partir daí ele pediu para me preparar e exigir de mim uma postura muito profissional e madura. Ele respeitou a minha escolha. É uma pessoa única e sua sempre esteve nos momentos mais cruciais”, contou. 

Krause também acredita que exista um preconceito ou pré-conceito sobre essa relação de pais e filhos na mesma carreira quando se trata de políticos. “Por conta disso tudo que estamos passando e que não é de agora, apesar de estarmos no pior momento. Veja que tem filho de médico que é médico, o filho de engenheiro que é engenheiro, jornalistas que é filho de jornalistas e muitas vezes você vê até como um motivo da sociedade achar algo muito bom seguir a tradição do pai. Mas, por conta desse pré-conceito que existe em relação à política, que é uma crescente, existem essas críticas”, lamentou. 

“Eu fico me perguntando como é que alguém que não tem vocação se mantém na política. Te garanto que não aguenta não. A gente vê o lado do glamour ou o lado podre, mas na verdade existe um lado de muita renúncia, de muito sacrifício, talvez fique mais evidente quando tem mulheres fazendo parte da política porque ainda existe uma cobrança maior da mulher em seu papel doméstico, mas homem também tem muita renúncia”, disse. 

Sobre esse contexto, no entanto, a parlamentar disse que é preciso prestar atenção no risco de formação de oligarquias. “É algo real. Então, você tem de fato posturas oligárquicas em qual a questão hereditária está muito forte, mas ela não é exclusiva. Voce poder ter oligarquias que não são da mesma família, mas que fazem parte de uma oligarquia, então isso tem que olhar mesmo prestando mais atenção e, de fato, perceber quem tem e quem não tem vocação”, destacou. 

O servidor público que acredita na tese de que terá estabilidade durante toda a vida, após passar em um concurso público, deve ficar atento ao projeto de lei da senadora Maria do Carmo (DEM). Pela proposta, caso aprovada, o funcionário pode perder o cargo após ser avaliado quatro vezes consecutivas com notas abaixo de 30 em uma pontuação que vai até 100. 

A parlamentar diz que o objetivo não é "punir os servidores", mas fiscalizar o serviço que é prestado à sociedade. "Protegendo a sociedade dos maus funcionários, que se aproveitam da estabilidade para prestar um mau serviço", justificou. 

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O relator do projeto, o senador gaúcho Lasier Martins (PSD), contou que na próxima terça-feira (15) será realizada uma audiência pública e, posteriormente, mais uma. Logo após os dois encontros, apresentará o seu relatório. Ele contou que a avaliação será feita por meio de uma comissão formada por três pessoas: o chefe imediato do servidos, um colega de trabalho a ser sorteado e um representante do setor de Recursos Humanos, o que ele acredita que impedirá de acontecer uma "retaliação". 

Para Lasier, não há o que temer porque se um servidor não conseguir atinir a nota mínima, ele não merece credibilidade. "Ter passado em um concurso já é um sinal de qualidade (...) se não conseguir galgar a nota [mínima], ora, isso é impossível e eu acho que um funcionário nessas condições não merece a credibilidade e a remuneração do dinheiro do contribuinte". 

Questionado se os que obtiverem uma nota acima da média teria alguma vantagem, ele disse que não. "Ele está fazendo a obrigação. Será um funcionário respeitado e admirado", destacou. 

Martins é autor de um projeto que acaba com o sigilo no BNDES de forma a garantir mais "transparência" e reduzir a corrupção."É a finalidade: dar transparência porque é dinheiro público e dinheiro do tesouro nacional, que foi gasto, esbanjado, em uma orgia inadmissível com obras no exterior", disse. 

Promover o bem é um dos principais objetivos da Legião da Boa Vontade (LBV). Com o intuito de ajudar, desde crianças até pessoas da terceira idade, muitos serviços são oferecidos de forma gratuita e voluntária pelos membros da organização. 

No Recife, a sede da instituição fica localizada nos Coelhos e atende aos demais bairros da região, como as comunidades do Coque e Joana Bezerra. Diariamente, cerca de 500 famílias são beneficiadas com atendimentos promovidos pelos projetos sociais da LBV. 

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A equipe da TV LeiaJá marcou presença na celebração da data e você confere os detalhes no vídeo a seguir:

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Dos dias 25 a 28 de maio e 1º a 4 de junho o espetáculo ‘Grito’ se apresenta no Teatro Hermilo Borba Filho trazendo uma discussão sobre o lugar da mulher na sociedade contemporânea. A montagem questiona os limites que engessam o comportamento social do sexo feminino.

‘Grito’ é resultado de uma pesquisa começada há alguns anos e que ouviu mulheres de diferentes idades, classes sociais e bairros do Recife, feita pelo Coletivo Soma. A pesquisa 'Ver-ter: Um olhar sobre os sentimentos periféricos', incentivada também pelo Funcultura, reuniu relatos sobre violência sexual, agressões diárias e nas diversas vivências das recifenses. 

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Todas essas histórias foram transformadas em coreografia e agora constituem no primeiro espetáculo do Coletivo Soma, formado pelas bailarinas Anne Costa, Marta Guimarães e pela fotógrafa Dani Neves, com direção da atriz e bailarina Lilli Rocha.

Os ingressos antecipados já podem ser adquiridos pela internet e estarão à venda no local, nos dias das apresentações.

Serviço

Espetáculo 'Grito'

25, 26, 27 e 28 de maio e 1, 2, 3 e 4 de junho| 20h de quinta a sábado e 19h no domingo

Teatro Hermilo Borba Filho (Avenida Cais do Apolo, s/n, Recife Antigo)

R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira)

Informações: 3355-3320

A Universidade da Amazônia (Unama) realizou nos dias 15 e 16 de maio o primeiro Fórum de Inclusão, no campus Alcindo Cacela. O evento “Ser Inclusivo: Tornando direitos em práticas cotidianas” foi promovido pelo Núcleo de Atendimento ao Educando Especial (NAEE) e contou com uma programação voltada para minicursos em sala de aula sobre a iniciação em Libras, especificidades das deficiências, elaboração de materiais adaptáveis para pessoas especiais, acessibilidade e outros temas.

O objetivo do fórum foi discutir a diversidade social e os direitos fundamentais voltados para a igualdade e coparticipação de toda a sociedade. Durante o evento, a vice-reitora da Unama, Betânia Fidalgo, entregou o prêmio de melhor aluna para Karlena Magno, estudante de Arquitetura e Urbanismo. A estudante, que foi homenageada, é deficiente auditiva e faz acompanhamento através do NAEE da instituição.

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Para a acadêmica do 7° semestre de Pedagogia Mayara Sena, que participou de um minicurso sobre Atendimento Educacional Especializado (AEE), é muito importante garantir os direitos dos alunos que possuem algum tipo de deficiência. “Essa questão da integração desses alunos com deficiência na sociedade e saber assegurar que eles têm direitos que devem ser cumpridos e estou muito satisfeita de estar em uma universidade que promove um evento tão especial como este”, contou.

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é um serviço da educação especial que identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem qualquer barreira de inclusão, tornando plena a participação de todos os alunos, considerando suas necessidades específicas.

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Para os entrevistados pelo Instituto de Pesquisa Uninassau, a maioria da população e dos políticos são corruptos. O balanço divulgado, neste domingo (25), foi encomendado pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio.  

De acordo com os dados do Instituto Uninassau, 97,6% declaram que concordam com a afirmação “os políticos em sua maioria são corruptos”. Apenas 1,4% discordam e 1% não soube ou não quis responder. 94,1% dos entrevistados também acredita que “parte da sociedade brasileira é corrupta”, 4,8% discordaram e 1,1% não souberam ou não quiseram responder. 

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A confiança nas instituições brasileiras também é pequena. O Instituto Uninassau perguntou qual era o órgão em que mais se confiava. A maioria disse que nenhuma (45,9%) e 16,3% não souberam ou não quiseram responder totalizando 62,2%. 

A Polícia Federal (PF) é a mais bem vista com 14% seguido pelas igrejas e instituições religiosas (8,5%), exército e Forças Armadas (4,7%), Corpo de Bombeiros (4,2%), Ministério Público (1,8%) e outras (4,7%). Para o coordenador do Instituto de Pesquisa Uninassau, Adriano Oliveira, a PF é a mais aceita porque a população associa o órgão à Operação Lava Jato. 

Se preferem a democracia ou a Ditadura Militar, 84,2% afirmaram que preferem a primeira opção enquanto 8.5% escolheram a ditadura. 7,2% não souberam ou não quiseram responder. 

Foram entrevistadas 624 pessoas no período de 13 a 14 de dezembro de 2016. O nível estimado é de 95% de confiança e uma margem de erro estimada em 4 pontos percentuais para mais ou para menos.

 

 

Em mais um capítulo criminoso que está impondo medo na população pernambucana, a cidade de Gameleira, na Mata Sul de Pernambuco, foi alvo de criminosos, nesta quarta-feira (2). Violência que levou a Polícia Civil a convocar uma coletiva de imprensa para tentar acalmar a sociedade, por meio do detalhamento de ações policiais integradas que prometem combater investidas contra agências bancárias. Segundo as autoridades, os grupos criminosos são muito bem articulados e fazem investidas utilizando armas de guerra. 

“A sociedade está precisando de uma resposta emergencial. Eles não estão mais atacando só agências bancárias. Estão começando a atacar comércio, farmácias, supermercados. A sociedade está ficando refém. Não posso falar que eles estão mais bem armados que a Polícia, mas realmente são armas de guerra. Usam calibre 762, mesmo que o exército brasileiro utiliza. Você colhe também capsula do calibre 556, mesmo que o exército americano usa em seus fuzis”, declarou o chefe de polícia Antônio Barros.

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Barros garante que a Polícia Civil de Pernambuco está preparada para enfrentar as equipes criminosas. “A Polícia também tem seu armamento de guerra através das suas unidades táticas, como o Core. Vamos enfrentar com o que há de melhor”, prometeu, reforçando que serão realizadas investigações interligadas para combater os criminosos. 

Neste mês de novembro, novas equipes direcionadas para prevenção, repressão e investigações de roubos e furtos entram em ação. Quatro grupos, contando com agentes e delegados, atuarão no interior do Estado, principalmente com foco no Agreste e Sertão de Pernambuco. 

A Faculdade Joaquim Nabuco, unidade de Paulista, sediará na próxima segunda-feira (29), a palestra “O Desafio do Educador no Século XXI: a inclusão em foco”. O evento é gratuito e será realizado das 19h às 21h, no Bloco C da unidade, situado na Rodovia PE-15, ao lado do Shopping North Way. 

Para participarem, é necessário que os interessados façam uma inscrição prévia que pode ser acessada pela internet. Estão sendo disponibilizadas 240 vagas. Além de dialogar com a comunidade acadêmica sobre os obstáculos encontrados pelo educador frente à educação inclusiva na atualidade, a atividade também tem o objetivo de promover uma discussão sobre a educação inclusiva, debater as dificuldades de aprendizagem e discutir a importância da formação continuada do educador, para atender às novas necessidades dessa educação. Apesar do foco ser para os professores que já atuam na docência, o evento é aberto ao público.

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A palestra será ministrada pela professora da Nabuco Paulista, Lauricéia Tomaz, graduada em Pedagogia pela UFPE, com especialização em Educação Especial e mestrado em Educação na Linha de Estudos Culturais pela UFPB. Quem também conduzirá o encontro é a coordenadora do curso de pedagogia da Joaquim Nabuco, Simone Silva.

Serviço

“O Desafio do Educador no Século XXI: a inclusão em foco”

Faculdade Joaquim Nabuco Paulista, Bloco C - Rodovia PE-15, ao lado do Shopping North Way

segunda-feira (29), das 19h às 21h

Entrada gratuita

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Quem necessita cumprir funções que envolvem o setor da economia, como declaração do Imposto de Renda (IR), por exemplo, sabe das dificuldades e especificidades do processo. Segundo uma pesquisa realizada pela empresa DeclareCerto IOB, em 2011, uma em cada cinco pessoas não sabia fazer corretamente a declaração para o “Leão”, o que aumenta o risco da prestação incorreta de contas, podendo acarretar prejuízos futuros.

Pensando nesta dificuldade, a Faculdade Estádio do Recife, localizada no bairro do Bongi, na Zona Oeste da cidade, oferece o Núcleo de Práticas Contábeis, com o intuito de auxiliar a população em relação às questões financeiras com consultorias contábeis gratuitas. Em contrapartida, os alunos das graduações da instituição de ensino têm a oportunidade de ver, na prática, o mercado de trabalho a partir desta oferta de estágio.

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O trabalho do núcleo do projeto de extensão fica mais agitado entre os meses de março e abril. Isso porque esse é o período utilizado pelo Governo Federal para receber os acertos de contas da população brasileira, por meio do IR. Por isso, a praticidade de ter auxílio na hora de realizar a declaração faz com que o momento seja o de maior fluxo de atendimentos.

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De segunda a quinta-feira, das 16h às 22h, o Núcleo abre as portas para receber a sociedade, dentro das instalações na sede da instituição de ensino superior. “A ideia da iniciativa é tanto dar suporte aos alunos quanto oferecer à população um serviço de contabilidade”, explica o coordenador do Núcleo de Práticas Contábeis e professor da Estácio, Marcos Lima. 

Ainda segundo o docente, o projeto é uma forma que o estudante tem de realizar as práticas aprendidas em sala de aula. Além disso, Marcos afirma que o aluno pode ingressar no Núcleo como voluntário ou como estagiário. “Para conclusão do curso, é necessário que o discente passe por um período de estágio curricular obrigatório. Se ele estiver finalizando a graduação, ou seja, no sétimo ou oitavo período, e não conseguir esse estágio, ele é incorporado ao projeto”, explica. 

Porém, o benefício de se apresentar como estagiário ou voluntário não rende apenas a prática aprendida dentro do projeto. O estudante precisa, necessariamente, realizar um estudo de caso e redirecioná-lo para a sala de aula. “Quando o aluno vem para o Núcleo, o que se capta aqui não fica somente para ele. Existe, também, um debate em sala de aula, exponto para os demais colegas as situações que são passadas aqui”, garante Marcos.

Além do auxílio trazido junto à população, o Núcleo também faz a consultoria contábil e financeira de Organizações Não Governamentais (ONGs). “Não cobramos nada pelo trabalho e oferecemos o serviço no que ONG precisa na questão fiscal e contábil”, conta Marcos. 

Satisfeito com as atividades oferecidas aos universitários através do projeto, Marcos também se sente realizado em contribuir com a sociedade. “Eu acho maravilhoso você saber que está ajudando as pessoas, contribuindo. Muitas vezes elas chegam aqui preocupadas porque o CPF foi bloqueado ou o dinheiro na conta não pode ser retirado por algum motivo. Então, elas estão tendo que recorrer a empréstimos para conseguir um auxílio financeiro e, só em saber que a partir daquela ajuda ela vai poder sair dessa situação e ter uma vida mais tranquila, a gente se sente muito feliz”, relata o docente. Em um ano de funcionamento, o Núcleo de Práticas Contábeis atendeu 107 pessoas, graças ao trabalho de 80 alunos já integrados e três estagiários. 

Lado discente

Fabíola Cadente da Silva, 28, está no quarto período de ciências contábeis da Faculdade Estácio do Recife. A estudante ingressou no Núcleo de Práticas Contábeis para ter um espelho do que é o mercado de trabalho. “Eu estou à procura de um estágio e o Núcleo está me dando uma oportunidade de conhecer como é lá fora”, diz. A estudante comenta como é fazer parte do projeto e como o trabalhado desempenhado contribuirá para sua formação acadêmica:

Além da oportunidade de ter uma visão de como é o trabalho do contador na prática, Fabíola ainda afirma que é um prazer poder ajudar quem necessita. “É um privilégio, porque além de ensinar, de passar um pouco do conhecimento que eu tenho, eu também aprendo com elas, já que trazem dúvidas e eu vou ter que pesquisar para poder solucionar as questões”, comenta.

Confiança conquistada desde o primeiro contato

Com 65 anos de idade, o bancário Arnaldo Francisco da Silva utilizou o serviço oferecido no Núcleo pela primeira vez e aprovou o projeto. “Eu achei muito bom. O atendimento é excelente e consegui fazer a declaração do meu Imposto de Renda em pouco tempo”, garante.

Custo dos serviços no mercado

O projeto da Estácio, além de oferecer o benefício de auxiliar quem não sabe fazer uma declaração de Imposto de Renda, também ajuda a população a economizar dinheiro. Quem não pode pagar um contador garante que o serviço universitário passa a ser ainda mais importante para os beneficiados. De acordo com a empresa “Marcar Gestão e Contabilidade”, o preço estabelecido em Pernambuco para elaborar e declarar o acerto de contas com o “Leão” é de, no mínimo, R$ 100. “O valor ainda pode aumentar de acordo com o grau de dificuldade de declaração”, complementa o contador Ricardo Gaston.

Gaston também explica que os procedimentos para “Pessoa Jurídica” não devem custar menos de um salário mínimo, atualmente no valor R$ 880, o que se torna, em muitos casos, um investimento inviável para alguns empresários, principalmente neste período de crise que afeta o Brasil. “Isso não acontece na prática porque as pequenas empresas não conseguem arcar com esses custos”, admite. O Núcleo de Práticas Contábeis está aberto para qualquer cidadão que necessite do atendimento, sem nenhuma cobrança financeira.

Serviço

Núcleo de Práticas Contábeis

Local: Faculdade Estácio do Recife

Endereço: Avenida Engenheiro Abdias de Carvalho, 1678 – Madalena

Telefone: (81) 3226-8880

Horário de atendimento: Segundas e terça-feiras (20h30 às 22h); quarta-feira (17h30 às 22h) e quinta-feira (17h às 18h30).

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Ingressar no ensino superior pode ser o momento de contribuir com a sociedade. Entre as diversas atividades acadêmicas que podem ser exploradas para auxiliar a população, os projetos de extensão universitária são algumas das ações que trazem resultados significativos. Tais iniciativas são caracterizadas por serem um “conjunto de ações processuais contínuas, de caráter educativo, social, cultural ou tecnológico, com objetivo específico e prazo determinado”. A definição consta no edital de abertura de captação de novos projetos divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), em 2015.

Segundo a pró-reitora em Extensão e Cultura da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Maria Christina de Medeiros Nunes, a produção de conhecimento, principalmente em uma universidade pública, deve ser disponibilizada para a sociedade. Porém, também é papel do ensino superior privado promover ações que, de diversas maneiras, contribuam com serviços em prol da população. “A extensão tem esse papel em que o aluno tem uma prática daqueles conhecimentos que estão sendo aprendidos enquanto ele está fazendo a formação e isso deve ser passado para a sociedade”, ressalta.

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Maria Christina ainda comenta que os alunos participantes de projetos de extensão saem da universidade com uma visão diferente daqueles que não se predispõem às ações. “O fato de eles terem contato com a realidade e não só com conteúdos teóricos, em que devem vivenciar e experimentar o conhecimento na prática, é o maior ganho que os estudantes podem ter, pois eles se formam com olhares diferenciados”, opina a docente.

Apesar da atividade de extensão ser considerada um complemento da carga horária das graduações, a pró-reitora Maria Christina garante que existe um trabalho junto à Pró-Reitoria Acadêmica da UFPE e com outras instituições de ensino, para que todos os projetos sejam inclusos como atividades obrigatórias dentro da grade curricular estudantil. Nesse caso, de toda a carga horária de um determinado curso, 10% seriam destinados à extensão, como está previsto no Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado em 2014. “Não é um caminho fácil. Os planos pedagógicos de muitos cursos já estão prontos e isso requer uma rediscussão conceitual sobre a estrutura dorsal [do curso] para incluir a extensão dentro dela”, comenta.

Maria Christina ainda detalha que características básicas são essenciais aos projetos de extensão. “Em primeiro lugar, deve ser aplicado fora de sala de aula, prioritariamente. Tem que ter uma relação com a sociedade, necessariamente, porque extensão não se entende endogâmica (sic). A extensão tem que ter relação social e a missão de um curso ou de uma universidade é formar o aluno para a sociedade”, salienta.

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O pró-reitor de extensão da Universidade de Pernambuco (UPE), Renato Medeiros, ressalta que a função da entidade de ensino superior privada ou pública, enquanto agente de transformação social, não é fazer algo de caráter estatal. “Os projetos de extensão dentro da universidade, a nível nacional, tem o objetivo de desenvolvimento da instituição junto à sociedade para melhorar a qualidade de vida dela. A função dessas ações não é substituir o Estado, mas fazer parte desta melhoria ao lado dele”, afirma.

Renato Medeiros ainda ratifica que a principal função das atividades é mostrar a realidade social e aplicar a prática do conteúdo programático aos discentes extensionistas. “O objetivo não é mostrar a desgraça ou uma situação ruim que aquela sociedade ou comunidade esteja passando. O ideal é que ele sinta, enquanto profissional, o que vai encontrar na sociedade e como ele pode ajudar aquele grupo de trabalhadores que ali se encontra”, explica.

A curricularização do projeto de extensão não é exclusividade das universidades, faculdades e centro universitários de Pernambuco. O Plano Nacional de Extensão Universitária, inclusive, propõe a inclusão das ações que envolvem a universidade e a sociedade na grade curricular dos cursos.  Na prática, devem ocorrer contato e troca de conhecimento entre as esferas.

Submissão de projetos

Quem deseja ingressar em um projeto de extensão universitária deve submeter as ações aos editais anualmente divulgados pelas universidades, com suporte do MEC. Segundo o Ministério, as instituições de ensino superior públicas e privadas têm autonomia de realização das práticas extensionistas, portanto, não existe uma contabilidade oficial de quantos projetos existem no Brasil. “Os professores submetem projetos e podem também ganhar bolsistas, que passam por uma seleção feita pelo próprio docente”, explica Maria Christina. No caso da UFPE, os estudantes que são bolsistas em extensão não recebem a carga horária complementar. No áudio a seguir, a docente traz mais detalhes sobre os registros de projetos de extensão:

Após a submissão dos projetos, o MEC realiza o repasse das verbas para cada instituição. De acordo com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), levando em consideração o último edital de atividades de extensão supervisionadas pelo Ministério da Educação, cada entidade de ensino superior pode concorrer com até 81 propostas, divididas entre 41 projetos e 40 programas de extensão (conjunto de projetos extensionistas). As escolhidas receberão um financiamento de até R$ 100 mil por projeto e até R$ 300 mil por programa.

Ainda segundo o pró-reitor de extensão da UPE, Renato Medeiros, os recursos disponibilizados pelo MEC não são direcionados à universidade. “A verba vai diretamente para o pesquisador e para o extensionista. O dinheiro não vem para a universidade, pois segue direto para o projeto deles”, ressalta. Além disso, a aprovação dos recursos pode, até mesmo, não ser completa, ou seja, do valor total requisitado, podem ser liberadas apenas porcentagens para a manutenção da ação.

Em 2015, no que diz respeito ao investimento em projetos de extensão, por meio do programa de Educação Superior – Graduação, Pós-Graduação, Ensino, Pesquisa e Extensão, o corte orçamentário foi de R$ 35,5 milhões (dos R$ 301,1 milhões, de 2014, o valor caiu para R$ 265,6 milhões no ano passado). Em um dos exemplos de investimentos, de acordo com Renato Medeiros, neste ano, a UPE aplicou quantia própria de R$ 280 mil, conseguindo financiar 86 projetos, enquanto 120 propostas não foram patrocinadas. “Os projetos não financiados foram aprovados, mas não tínhamos recursos”, admite. 

O que o estudante ganha academicamente

Como os projetos de extensão universitária são propostas para os universitários em forma de atividades fora da grade curricular do curso de graduação, os discentes podem contar com as horas extraclasses oriundas do tempo de prática extensionista. Nas instituições de ensino superior, para que o discente conclua a graduação, são necessárias horas de atividades extracurriculares, que variam entre os cursos.

Edital do MEC

Segundo o MEC, entende-se como extensão o “processo interdisciplinar educativo, cultural, científico e político que promove a interação transformadora entre a universidade e outros setores da sociedade, mediado por alunos de graduação orientados por um ou mais professores, dentro do princípio constitucional da indissociabilidade com o ensino e a pesquisa". O conjunto das atividades extensionistas é caracterizado como “programas” e têm caráter orgânico-institucional, de integração em grupos populacionais e/ou em territórios. Isso significa que as pesquisas feitas pelos estudantes devem ser realizadas em contato com a sociedade.

De acordo com o edital disponibilizado pelo MEC, podem participar da seleção os projetos fomentados em universidades públicas federais, estaduais e municipais; institutos federais de educação, ciência e tecnologia (IFs), além de Centros de Educação Tecnológica (Cefets). Além disso, as instituições de ensino superior reconhecidas pelo MEC também podem concorrer, desde que apresentem o Certificado de Qualificação.

Entre as condições de participação, está definido que as propostas devem apresentar, necessariamente, “programas ou projetos afins com atuais políticas públicas, em especial com as políticas sociais”. O edital ainda salienta que as atividades estudantis de extensão devem, obrigatoriamente, ser vinculadas a um curso específico, acompanhadas por, pelo menos, um professor. Além disso, as extensões devem contar créditos para os alunos e constar em seus currículos acadêmicos.

Estudantes de instituições diferentes daquelas em que o projeto seja oriundo também podem participar das atividades extensionistas. Porém, apenas os alunos da instituição proponente poderão estar na condição de bolsistas. Além disso, “as equipes responsáveis pelo desenvolvimento dos programas e projetos deverão ter na sua composição, necessariamente, professores e estudantes da graduação da própria instituição”.

Por fim, o edital também reitera ser necessário que o projeto cumpra a ideia de indissociabilidade entre ensino, extensão e pesquisa, bem como haja impacto na formação do estudante. É especificado na publicação que a iniciativa deve apresentar impacto social, pela ação de superação de problemas sociais; relação multilateral com os outros setores da sociedade; contribuição na formulação, implementação e acompanhamento de políticas públicas, como também atendimento à comunidade. Na edição 2016 do edital, o MEC informa que os projetos e os programas poderão ter vigência estabelecida até 31 de dezembro de 2017, sendo que este último com duração mínima de 18 meses. 

Saiba mais

Os projetos de extensão universitária devem ser submetidos a algumas grandes áreas. São elas: Educação; Cultura e Arte; Pesca e Aquicultura; Promoção da saúde; Desenvolvimento urbano; Desenvolvimento rural; Estágios interdisciplinares de vivência; Redução das desigualdades sociais e combate à extrema pobreza; Geração de trabalho e renda por meio do apoio e fortalecimento de empreendimentos econômicos solidários; Preservação do patrimônio cultural Brasileiro; Direitos humanos; Promoção de igualdade racial; Mulheres de relações de gêneros; Esporte e lazer; Comunicação; Desenvolvimento regional: inclusão produtiva, defesa civil e acesso à água; Justiça e direito do indivíduo privado de liberdade; Ciência, tecnologia e inovação para a inclusão social; Ciência, tecnologia e inovação para a inclusão social; Meio ambiente e recursos naturais; Relação entre Estado e Sociedade, Promoção da participação social e políticas para a Juventude; além de Modernização da gestão pública.

Balanço - Em 2015, o edital do MEC buscou disponibilizar verba para, no máximo, 39 projetos de extensão e 38 programas por instituição. Já para as propostas deste ano, a expectativa é que 41 recebam aporte financeiro, bem como 40 programas poderão ganhar recursos.

Para descrever a essência dos projetos universitários de extensão, o LeiaJá foi atrás de histórias nascidas dentro das instituições de ensino, que revelam o quanto a sociedade é beneficiada a partir do momento que a academia ultrapassa os muros e chega ao povo. Com atuações nas mais diversas áreas do conhecimento, os estudantes e professores que vivenciam a função social da universidade são os personagens do especial “Universidade na rua”. As próximas reportagens revelam como as extensões ocorrem na prática e de que forma elas levam bem estar para a populão, além de enriquecer a formação superior dos universitários.

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Longo, difícil e concorrido, o caminho até à universidade exige dedicação. O contato com os livros, muito mais do que um simples prazer pela leitura, se torna obrigatório para quem sonha em chegar ao ensino superior, assim como as aulas e resolução de questionários. Em todo o Brasil, jovens enfrentam a rotina dos estudos e focam na preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), considerado hoje o principal meio de ingresso na academia e nos principais programas públicos voltados para a educação. Todo esse é contexto é o combustível de um projeto de extensão formado por estudantes de licenciaturas que, relembrando seus passados, compartilham conhecimento com alunos do ensino médio que também sonham estampar em suas vidas o status de universitários.

Criado em 2005 pelo professor Valteir Silva, o Projeto Interação é realizado por alunos de licenciatura da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e também conta com voluntários e professores formados de outras instituições de ensino. No Campus Recife da UFPE, a iniciativa prepara jovens carentes que sonham em chegar à universidade através do Enem. A grande maioria dos beneficiados não reúne condições financeiras para arcar com um cursinho privado, mas encontraram no Interação a chance de ouvir histórias de professores que, assim como eles, um dia sonharam em alcançar o ensino superior. Todas as aulas são promovidas de forma gratuita e os docentes participantes não recebem nenhum salário.

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Com aulas de segunda a sábado, sempre no período da tarde ou em alguns casos no turno da manhã, o projeto de extensão oferece, anualmente, cerca de 80 vagas. Neste ano, o processo seleção recebeu mais de 300 inscrições. O que justifica o sucesso do número de inscritos, segundo a coordenadora do projeto, Natacha Freire, é o trabalho bem feito dos professores e alunos envolvidos, assim como a “propaganda” promovida pelos centenas de feras que chegaram ao ensino superior graças ao apoio do interação. Por mais que as aprovações sejam importantes, entretanto, a formação do cidadão enquanto futuro universitário é um dos principais objetivos da extensão. De acordo com Natacha, além de estudarem para o Enem, os alunos são preparados para a vida acadêmica que vão enfrentar entre os muros da universidade. O combate ao preconceito é um dos grandes desafios dos jovens.

“O aluno de universidade tem um papel diferente do estudante do ensino médio. Existe também o fato que a maioria dos nossos estudantes é carente e, quanto a gente fala do ensino não só para a prova, é que também buscamos preparar o aluno para a vivência universitária. Há o risco de alguns encontrarem preconceito por serem carentes ou cotistas. Não consideramos cotas um privilégio, porque elas têm uma função de inclusão, e por isso tentamos fazer com que eles reflitam e saibam se posicionar se de repente forem vítimas de olhares preconceituosos”, explica Natacha Freire.

Antes de ser coordenadora do Interação, Natacha, que é formada em geografia, também atuou como professora. E mesmo antes de ser docente da extensão, ela sentou nas mesmas cadeiras onde os feras se acomodam para assistir às aulas. Com 27 anos, Natacha é um dos exemplos de luta pelo ingresso na universidade e faz questão de mostrar aos alunos que eles também são capazes. 

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Aluno professor

Em uma das salas do Campus Recife da UFPE, alunos e professores mergulham no universo da educação e trocam conhecimentos. Não existe ensino unilateral, pois no Interação, o estudante aprende com o professor e o docente conhece novas histórias contadas pelos seus alunos. Os benefícios também são inúmeros, tanto para quem conduz a aula, como para quem assiste.

Ao todo, o Interação conta com 32 professores, boa parte ainda cursando licenciatura. Para a maioria deles, o projeto de extensão é a primeira experiência no contato com a sala de aula, como no caso de Renato Ribeiro. Ele foi aluno do projeto em 2005, depois conseguiu chegar à graduação, se formou em história e voltou ao preparatório, agora como professor. As justificativas para o retorno são inúmeras. Confira no vídeo a seguir:

O amor pela educação, na ótica dos integrantes do Interação, sempre tem lugar cativo. É esse sentimento que inspira muitos professores a deixarem de lado alguns compromissos, até mesmo profissionais, para se dedicar de forma voluntária ao projeto. André Luiz Barbosa da Silva, formado em química, viu um anúncio do Interação convocando candidatos para a seleção de ingresso. O professor procurou o projeto, mas não para se inscrever: “Em 2014, mandei um e-mail para o coordenador da época, demonstrei interesse e encontrei as portas abertas para ter minha primeira experiência como professor”, conta o docente. No áudio a seguir, André Luiz descreve como é o seu dia a dia no projeto:

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Personagens fundamentais no Interação, os alunos, mesmo jovens, começam a construir uma responsabilidade de dedicação e ao mesmo tempo cobrança pelo ingresso na universidade – muitas vezes vinda dos próprios pais -. Horas de lazer e brincadeiras são trocadas pelos rostos colados nos livros e abdicações de finais de semana e feriados, por causa do compromisso de compreender os conteúdos trabalhados em sala de aula. Ainda há peso da concorrência.

Com 18 anos de idade, Ramon Rodrigues, morador do bairro de Cavaleiro, município de Jaboatão dos Guararapes, não troca suas tardes no Interação por qualquer outro programa. Esforço, segundo ele, alimentado pela vontade de chegar à universidade. O sonho é compartilhado com sua companheira de classe, Debora da Silva, 17 anos, moradora de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. Os feras almejam aprovação nos cursos fisioterapia e gastronomia, respectivamente. Pensando em uma graduação bem mais concorrida, Jecislayne Hellen Freitas, de 17 anos, dedica horas do seu dia ao estudo com o objetivo de passar em medicina. Mas o que os três estudantes têm em comum é a coragem para disputar de igual para igual com outros candidatos, além do sentimento de agradecimento ao Interação. 

O Projeto Interação conta com o apoio físico da sala da UFPE, mas não recebe incentivo financeiro oriundo da Universidade. No período de abertura das inscrições para novos alunos, geralmente no começo do ano, são recolhidas taxas de participação no valor de R$ 10, que segundo a coordenação da extensão servem para manter os custos da iniciativa durante todo o ano. Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas no site do Interação

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Sobre os tons predominantemente cinzas do setor de oncologia do Hospital Oswaldo Cruz, no bairro de Santo Amaro, na área central do Recife, as roupas coloridas, extravagantes e fora dos padrões de vestimenta de três jovens se destoam. As estudantes de medicina da Universidade de Pernambuco (UPE), Maria Eduarda Bizarro, 19, Thatyana Maranhão, 24, e Lia Schmitt, 21, são três dos 25 discentes do curso que participam do projeto “Entrelaçados”, que promove a chamada “palhaçoterapia” em setores hospitalares.

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Pelos corredores das recepções do setor de oncologia, o Portal LeiaJá acompanhou o que, na prática, é o projeto de extensão em palhaçoterapia da UPE. Com brincadeiras entre si e com os pacientes que esperam atendimento, as palhaças “colorem” o ambiente onde circulam. Os olhares curiosos observam as três jovens que caminham, em tom de brincadeira, pela unidade hospitalar.

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Os ‘Palhaçopacientes’

A contribuição da palhaçoterapia para a vida de quem aguarda nos leitos e nas filas de espera de hospitais vai além do que os olhos podem enxergar. Diagnosticada com um câncer de mama em 2013, a dona de casa Maria José da Silva, de 62 anos, lembrava-se dos tempos de juventude e da persistência em continuar a seguir uma vida feliz. “Vendo as meninas aqui, eu me lembrei do que eu faço. Eu sou cirandeira, brinco, faço festa e gosto dessa animação”, conta a paciente.

Maria José ainda diz que a participação das “palhaças” na recepção é uma forma de tirar o peso da doença. “Os palhaços chegam aqui e veem os ‘doentinhos’ todos tristes, então eles vêm conversar e fazer uma graça. Imagine... A pessoa doente, triste, se anima e fica pensando, refletindo: ‘tem muita gente pior do que eu’”, diz a senhora.

Acompanhando a mãe, dona Conceição, em uma consulta, Judite da Silva, 59, veio de São Paulo para o Recife em busca de tratamento médico e aprova o projeto. “Elas trazem alegria para as pessoas que estão doente! Quando eu vejo a cena dos pacientes sorrindo, por conta delas, fico muito feliz por elas estarem transmitindo felicidade para os doentes”, relata.

Benefícios

Coordenadora do projeto Entrelaçados, a médica Patrícia Moura explica que os benefícios trazidos pela Palhaçoterapia vão além do alívio do momento de tensão nos hospitais. “Pesquisas mostram que esse tipo de projeto proporciona vários benefícios, como para a condição respiratória, ou até mesmo para o estresse que existe entre os enfermeiros e médicos do local que recebe o serviço”, afirma.

Uma pesquisa realizada por universidades federais brasileiras para a revista digital argentina EFDeportes, com crianças internadas em hospitais, identificou que atividades lúdicas com caracterização de palhaços contribuem para amenizar o sofrimento dos pequenos. De acordo com os dados, 57,5% das crianças que fizeram parte do estudo identificaram melhoras na dor. A pesquisa utilizou a escala de Wong-Baker Faces Pain Scale.

Em 2005, o estudo “Clown Doctors as a Treatment for Preoperative Anxiety in Children: A Randomized, Prospective Study” observou os níveis de ansiedade em crianças que iriam fazer cirurgia. O resultado da pesquisa concluiu que a presença de palhaços durante a aplicação da anestesia reduzia os níveis de estresse tanto da criança quanto da família.

Como funciona

Originária dos Estados Unidos e com fortalecimento após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, a palhaçoterapia (ou clowntherapy) tem a função de auxiliar no tratamento de pessoas que frequentam hospitais. “A Clown Therapy foi desenvolvida como uma ação para melhorar o ambiente hospitalar, que é muito pesado e difícil muitas vezes”, comenta a coordenadora do projeto Entrelaçados, Patrícia Moura.

O projeto de extensão Entrelaçados existe desde 2008 e funciona como uma formação artística para os alunos de medicina da UPE atuarem como palhaços em hospitais. “A gente trabalha tanto vendo que isso é um benefício para quem está recebendo a ação como também para os alunos”, explica Patrícia.

Os 25 estudantes que fazem parte da equipe de palhaços da UPE atuam, diariamente, nos leitos e recepções do Hospital Oswaldo Cruz, dentro do campus Santo Amaro na Universidade. Os discentes trabalham fora do horário de aulas teóricas, por se tratar de um projeto de extensão, e percorrem os corredores hospitalares com o objetivo de levar alegria aos pacientes e acompanhantes.  Diariamente, segundo informações dadas pela coordenação do Entrelaçados, em média, 30 leitos são atendidos. 

Os alunos praticam a extensão em grupos e todos os dias, um trio diferente é formado para incorporar a atuação de palhaço. Os estudantes se juntam levando em consideração o período acadêmico: o aluno de um período inicial visita os pacientes ao lado de universitários mais próximos da formação.

Para Patrícia Moura, o projeto de extensão é uma forma de substituir, em suas medidas, a ausência de disciplinas específicas no curso de medicina da UPE. “A Faculdade de Ciências Médicas não tem no currículo uma disciplina que fale sobre comunicação com o paciente, e o projeto traz essa parte da troca de informações, como também procura trabalhar a humanização”, declara.

Formação 

Além do claro benefício do projeto para os pacientes, a palhaçoterapia também pode trazer benefícios para a formação do graduando. Aline Gomes, aluna do oitavo período do curso de medicina da UPE, concorda que o projeto traz algo essencial para o futuro médico: a humanização. “Eu acredito que participar de qualquer trabalho de humanização dentro da universidade vai ser melhor para o profissional médico, porque a gente vivencia diversos momentos de toque, de sentir, de querer estar presente ao lado do paciente”, conta a estudante.

Porém, para ingressar na palhaçoterapia é necessário um processo de admissão. O universitário é submetido a uma seleção artística, bem como investe em um curso de clown coordenado por um instrutor artístico. Só depois desses procedimentos ele está apto para iniciar a extensão. Os grupos do projeto recebem novos integrantes todos os anos.

A estudante Aline Gomes ainda explica que o processo de ingresso é composto por três etapas. Primeiro, o estudante realiza uma entrevista, em que envia material de intenção na participação, seja através de carta, áudio, vídeo ou até mesmo mensagem de texto, explicando o porquê do interesse em atuar no projeto. “Na segunda parte, que é a entrevista, cerca de 30 pessoas são selecionadas para a ‘vivência’, que é onde a gente passa um dia inteiro fazendo atividades, jogos, se conhecendo melhor. A partir daí, são selecionadas aproximadamente 25 pessoas para a oficina [curso de clown], que é a terceira etapa”, explica.

Aline também explica que os estudantes, assim como ela, podem ocupar outras atividades do projeto, como no setor administrativo. Também é possível alternar o tempo de realização do projeto. “No primeiro ano, atuamos em duplas ou trios dentro dos hospitais. No segundo ano, como o tempo de atuação da palhaçoterapia é equivalente ao número de atividades acadêmicas que a gente vai recebendo na faculdade, as atuações da extensão são diminuídas pela metade”, diz a universitária. 

Verba

As verbas recebidas pelo projeto são oriundas de editais exclusivos para extensão, promovidos pelo Ministério da Educação (MEC). Segundo a coordenação do Entrelaçados, há dois anos o projeto não recebe verbas para novas bolsas. “Ficamos vivendo de doações dos próprios alunos e de outros estudantes que já participaram do projeto e que hoje já são médicos, porque precisamos comprar maquiagem e alugar local para realização das nossas atividades, bem como necessitamos auxiliar alguns alunos que não têm condições financeiras de pagar pela oficina de orientação artística”, finaliza a estudante. 

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--> O caminho até a universidade

A produção e a troca do conhecimento são alguns dos pilares do ensino superior. Mas a universidade também deve seguir o rumo da função social, em que a partir dos ensinamentos em sala de aula e da prática da graduação, a sociedade recebe contribuições graças ao trabalho conjunto de alunos e professores. É nesse contexto que os projetos de extensão mostram seu valor e nos fazem refletir sobre o verdadeiro papel das instituições de ensino.

O novo especial produzido pelo Portal LeiaJá, “Universidade para o povo”, destrincha os benefícios para a sociedade dos projetos de extensão realizados em universidades públicas e privadas. Neles, além do desejo dos universitários de alcançar espaço no mercado de trabalho, a busca pelo bem estar social também está na pauta universitária. Estudantes e docentes saem dos muros das salas de aula e se lançam entre o povo para minimizar problemas sociais, bem como a população retribui enriquecendo de maneira prática a formação acadêmica dos discentes. Clique nos links a seguir e confira as reportagens:

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“Projetos de extensão: ensino superior aliado ao benefício social” faz um ‘raio-x’ da essência e das características das atividades extensionistas desenvolvidas nas universidades, tanto públicas, quanto privadas. Existem regras e objetivos para que os trabalhos ocorram com a participação de estudantes e professores.

Na reportagem “Palhaçoterapia em busca da humanização de futuros médicos”, estudantes de medicina saem das salas de aula e ganham os corredores e alas dos hospitais, compartilhando alegria e humanizando o tratamento dos pacientes. Pesquisas apontam que o método é eficaz nas busca pela cura das doenças.

Quebrando barreiras e preconceitos, universitários de direito usam o conhecimento adquirido para lutar pelos direitos das pessoas privadas de liberdade. Na matéria "A universidade chegou ao sistema carcerário", conheça o projeto “Além das grades”.

O ensino básico brasileiro ainda sofre com baixo desempenho. Despertar o desejo pelos estudos entre as crianças é um passo importante para mudar essa situação. Veja como isso é possível na reportagem “Educação para crianças carentes dentro da universidade”.

Por muito tempo, pessoas diagnosticadas com hanseníase viveram isoladas compulsoriamente do restante da sociedade. Um projeto de extensão desenvolvido em Pernambuco luta pelos direitos dos ex-pacientes segregados nos leprosários. Saiba mais na matéria “União pelas vítimas de hanseníase”

Nem sempre o sistema público de saúde disponibiliza tratamento adequado para o povo. Por isso, a própria universidade pode ser um refúgio em prol de quem precisa de cuidados. No Recife, uma atividade de extensão exemplifica a função social da graduação: “Quando a prática vai além da formação”.

Ter o controle da própria situação financeira é fundamental para cada cidadão, principalmente em um período de crise econômica. Por meio da universidade, muita gente ganha consultorias contábeis sem precisar botar a mão no bolso. Confira: “Gratuita e útil: prática contábil para auxiliar a população”.

O próprio ensino superior pode traçar o caminho de quem sonha chegar à graduação. Todos os anos, milhões de candidatos dedicam suas vidas aos livros em busca de um lugar na formação dos seus sonhos. Na reportagem “O caminho até a universidade”, veja como um projeto gratuito alimenta os objetivos de estudantes carentes.

As reportagens são de Nathan Santos e Camilla de Assis, com edição de Thiago Graf. Os registros fotográficos e vídeos são de Líbia Florentino, Paulo Uchôa e Chico Peixoto. As edições de vídeo são de Bruno Araújo, Jr Oliveira, Paulo Guimarães e Caio César; enquanto as artes informativas ficam por conta de Raphael Sagatio.

        

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