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Taiwan fez um apelo nesta segunda-feira (18) para que a China interrompa imediatamente as "ações unilaterais destrutivas", depois que Taipé detectou a presença de mais de 100 aviões e nove embarcações de guerra de Pequim nos arredores da ilha autônoma, um recorde nos últimos meses.

"Entre as manhãs de 17 e 18 de setembro, o Ministério da Defesa Nacional detectou um total de 103 aeronaves chinesas, um recorde recentemente e que representa graves desafios à segurança do Estreito de Taiwan", afirmou a pasta em um comunicado.

"O assédio militar contínuo pode levar facilmente a um aumento repentino da tensão e piorar a segurança regional", acrescentou o ministério, que exige na nota que Pequim "interrompa imediatamente tais ações unilaterais destrutivas".

A China considera a ilha com governo autônomo uma província do país, que aguarda a reunificação com o restante de seu território. Nos últimos anos, Pequim aumentou a pressão diplomática e militar contra Taiwan.

De todas as aeronaves detectadas entre domingo e segunda-feira, 40 cruzaram a linha média do Estreito de Taiwan que separa a ilha da China continental e entraram nas partes sudeste e sudoeste da sua zona de identificação de defesa aérea, informa o comunicado do ministério.

As autoridades taiwanesas também identificaram a presença de nove navios da Marinha chinesa.

No domingo, Taipé anunciou a detecção de 28 aviões de guerra chineses perto da ilha, incluindo 20 que atravessaram a linha média do estreito.

O ministério chinês das Relações Exteriores não fez comentários específicos sobre a situação, mas a porta-voz da pasta, Mao Ning, reafirmou a posição de Pequim de que Taiwan é parte da China.

"O que gostaria de afirmar é que Taiwan é parte do território chinês e que a chamada linha média não existe", declarou.

- Aumento das incursões -

Na semana passada, Taipé denunciou o aumento do número de incursões de aviões navios militares chineses.

O aumento aconteceu depois de Pequim anunciar que suas tropas estavam em "alerta máximo" devido à passagem, no início do mês pelo Estreito de Taiwan, de dois navios pertencentes aos Estados Unidos e Canadá.

O Ministério da Defesa afirmou que 68 aeronaves e 10 embarcações foram detectadas ao redor da ilha entre quarta-feira e quinta-feira.

Alguns aviões e navios de guerra seguiam para uma zona não especificada do Pacífico ocidental para "treinamentos conjuntos marítimos e aéreos" com o porta-aviões chinês "Shandong", segundo a pasta.

O "Shandong" é um dos dois porta-aviões operacionais da frota chinesa. Na semana passada, o navio estava quase 60 milhas náuticas (110 km) ao sudeste de Taiwan, em direção ao Pacífico ocidental, afirmaram as autoridades de Taipé.

O Ministério da Defesa do Japão informou na semana passada que detectou seis navios chineses a 650 quilômetros da ilha de Miyakojima, ao leste de Taiwan.

Também registrou a presença de helicópteros e aviões que decolavam e pousavam no porta-aviões.

A China não fez comentários oficiais sobre os exercícios militares no Pacífico ocidental.

Alguns analisas consideram que a China pode estar exibindo força para contra-atacar a influência dos Estados Unidos na região Ásia-Pacífico, onde vários exercícios militares foram organizados recentemente.

Nos últimos meses, as Forças Armadas dos Estados Unidos realizaram manobras com a Coreia do Sul no Mar Amarelo, outras com Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Japão e Coreia do Sul no Mar da China Oriental, assim como com 19 nações na Indonésia.

"Politicamente, a China quer contra-atacar a capacidade militar dos aliados democráticos liderados pelos Estados Unidos", declarou à AFP Su Tzu-yun, analista do Instituto Nacional de Defesa Nacional e Pesquisa de Segurança de Taiwan.

Em abril, Pequim organizou três dias de exercícios militares que simularam o cerco da ilha em resposta a um encontro da presidente taiwanesa Tsai Ing-wen com o presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, na Califórnia.

Na ocasião, a ilha detectou 71 aeronaves chinesas em um período de 24 horas, igualando o recorde anterior para apenas um dia registrado em dezembro de 2022.

Navios de guerra e aviões chineses continuavam operando ao redor de Taiwan nesta terça-feira (11), informou o ministério taiwanês da Defesa, um dia depois de Pequim declarar o fim de suas grandes manobras militares.

A China "mobilizou aviação militar esta manhã e atravessou a linha mediana a partir do norte, centro e sul", afirmou o ministério, em referência à linha divisória não oficial no Estreito de Taiwan entre a ilha e o continente.

O ministério informou que detectou nove navios de guerra e 26 aeronaves chinesas ao redor da ilha às 11h locais (0h de Brasília).

A China iniciou no sábado (8) três dias de exercícios militares em torno de Taiwan, que incluíram simulações de ataques aéreos e de um cerco marítimo à ilha.

Pequim considera esta ilha de governo democrático e autônomo como parte de seu território e afirma que pretende retomá-la no futuro.

A demonstração de força foi a resposta da China à reunião entre a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, na semana passada.

A governante taiwanesa criticou na segunda-feira os exercícios militares e afirmou que as equipes de segurança "permanecerão em suas posições para defender o país".

Ela também disse que a China utiliza as relações entre Taipé e Washington como uma "desculpa para executar exercícios militares, criando instabilidade em Taiwan e na região".

- "Completado com sucesso" -

Na segunda-feira, o ministério da Defesa de Taiwan detectou 12 navios de guerra e 91 aeronaves chineses ao redor da ilha.

Além disso, 54 aviões entraram na zona de identificação de defesa aérea de Taiwan, na maior incursão em apenas um dia desde outubro de 2021.

Durante as manobras, aviões de combate J15 decolaram do porta-aviões Shandong, indicou o ministério.

O exército da China afirmou na segunda-feira que "completou com sucesso" o exercício militar.

O objetivo era simular o "isolamento" da ilha de 23 milhões de habitantes e, sobretudo o "bloqueio aéreo", de acordo com a imprensa estatal.

O governo dos Estados Unidos, que pediu sinais de moderação à China, enviou na segunda-feira o destróier com lança-mísseis USS Milius para uma área em disputa no Mar da China Meridional.

"Esta operação de liberdade de navegação respeitou os direitos, liberdades e usos legítimos do mar", afirmou a marinha americana em um comunicado. O destróier americano navegou perto das ilhas Spratly, um arquipélago situado a 1.300 quilômetros de Taiwan e reivindicado por China, Taiwan, Filipinas, Vietnã, Malásia e Brunei.

A China criticou o que chamou de "invasão ilegal" do USS Milius a suas águas territoriais.

Ao mesmo tempo, Pequim advertiu que a independência de Taiwan e a paz dos dois lados do Estreito são "mutuamente excludentes". Também culpou o governo taiwanês e "forças estrangeiras" - não identificadas - pelas tensões.

"Se queremos proteger a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, devemos devemos nos opor de modo veemente a qualquer forma de separatismo taiwanês", afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin.

O Exército da China declarou nesta segunda-feira, 10, que está "pronto para lutar", após completar três dias de exercícios de combate em larga escala em torno de Taiwan. Os treinamentos simularam o isolamento da ilha em resposta à viagem da presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, aos Estados Unidos na semana passada.

As "patrulhas de prontidão de combate" chamadas de Joint Sword foram concebidas como um aviso para a autogovernada Taiwan, que a China reivindica como sua.

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As tropas "podem lutar a qualquer momento para esmagar resolutamente qualquer forma de tentativa de independência de Taiwan e de interferência estrangeira", afirmou o Exército nesta segunda. Fonte: Associated Press

A China mobilizou nesta quinta-feira (6) navios de guerra e um helicóptero antissubmarino nas águas próximas a Taiwan, após a reunião entre a presidente da ilha, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos.

Depois de ignorar as advertências de Pequim, a líder taiwanesa se encontrou na quarta-feira em Los Angeles com Kevin McCarthy, durante uma escala em seu retorno da Guatemala e de Belize, dois dos últimos aliados da ilha autogovernada.

O ministério das Relações Exteriores da China reagiu e prometeu "medidas firmes e eficazes para salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial".

"Estados Unidos e Taiwan conspiraram para reforçar suas relações, o que mina gravemente a soberania chinesa e envia um mau sinal de apoio aos separatistas taiwaneses", lamentou Mao Ning, porta-voz da diplomacia chinesa.

Horas antes do encontro, a China deslocou um porta-aviões para as proximidades da ilha. O ministério da Defesa de Taiwan anunciou a detecção de três navios de guerra e um helicóptero que atravessaram a zona de identificação de defesa aérea da ilha.

"As Forças Armadas monitoraram a situação e acionaram os aviões da patrulha aérea de combate, navios da Marinha e sistemas de mísseis terrestres para responder às atividades", afirma em comunicado ministerial.

Embora Taiwan seja governado de maneira autônoma há mais de 70 anos, a China considera a ilha parte de seu território e defende a recuperação de seu controle em algum momento, inclusive pela força se considerar necessário.

- "Não estamos isolados" -

Sob o princípio de "uma só China", a princípio reconhecido pelos Estados Unidos, Pequim se opõe a qualquer relação formal entre os governantes de Taiwan e os de outros países.

Em agosto, depois da visita a Taipé da antecessora de McCarthy na presidência da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, a China mobilizou navios de guerra, aviões de combate e disparou mísseis ao redor da ilha.

Para evitar um episódio similar, McCarthy não viajou a Taiwan e optou pelo encontro na Califórnia que, até o momento, provocou uma resposta de menor intensidade da China.

Depois da reunião com McCarthy e líderes dos dois partidos americanos na Biblioteca Presidencial Ronald Reagan, em Simi Valley, Tsai agradeceu a recepção nos Estados Unidos.

"Sua presença e seu apoio inabalável reafirmam ao povo de Taiwan que não estamos isolados e que não estamos sozinhos".

"Taiwan agradece por ter os Estados Unidos a seu lado, enquanto enfrenta desafios únicos em nossa era", acrescentou.

- Fornecimento de de armas -

McCarthy, segunda autoridade na linha de sucessão presidencial e nativo da Califórnia, disse que a "amizade entre o povo de Taiwan e os Estados Unidos é vital para manter a liberdade econômica, a paz e a estabilidade regional".

Os Estados Unidos reconheceram Pequim em 1979, mas são um importante aliado de Taiwan e seu maior fornecedor de armas.

O congressista defendeu o prosseguimento do apoio à ilha porque "sabemos, historicamente, que o melhor é fornecer armas para permitir que as pessoas impeçam a guerra".

"É uma lição vital que aprendemos na Ucrânia, que a simples ideia de sanções não irá deter ninguém", acrescentou.

O novo episódio de tensão acontece no dia da chegada a Taiwan de uma delegação de oito membros do Congresso americano para discutir comércio e segurança.

O apoio à ilha é um dos poucos consensos bipartidários no Congresso americano e, durante o mandato de Tsai, essa relação ganhou força.

A democrata Nancy Pelosi elogiou a reunião na Califórnia como "louvável por sua liderança, participação bipartidária e sua distinta e histórica sede".

No poder desde 2016, Tsai encerra o mandato presidencial em 2024 e seu partido enfrenta a oposição de rivais considerados mais próximos a Pequim.

Ela se posicionou como defensora do 'status quo', uma independência de fato mas não reconhecida abertamente, enquanto a China pressiona para isolar e e retirar aliados da ilha.

De fato, após uma mudança diplomática de Honduras, Taiwan conta apenas com 13 países que reconhecem a ilha oficialmente.

Uma invasão da ilha de Taiwan pela China nunca pareceu tão perto de ocorrer. Em Pequim, Xi Jinping moderniza suas Forças Armadas. Do outro lado do Pacífico, americanos estimam que uma ação armada pode ocorrer até 2025. E, em meio a essa crescente tensão, Taiwan trata de se proteger.

No dia 14, a ilha apresentou a um grupo de jornalistas internacionais novos modelos de drones militares, exibindo como preparam suas defesas para caso sejam invadidos. O plano é inspirado no sucesso da Ucrânia no uso de drones em ataques contra a Rússia e conta com a experiência de ponta de Taiwan na produção de semicondutores para controlar essas armas.

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Os equipamentos foram desenvolvidos em meio à tensão crescente das relações políticas no Estreito de Taiwan nos últimos anos e acompanham os investimentos na área militar feitos em toda a região do Indo-Pacífico, incluindo a China.

O esforço da ilha autônoma de Taiwan em fortalecer a segurança começou em 2019, com a apresentação de diretrizes da presidente Tsai Ing-wen após o governo chinês - que reivindica a ilha como parte de seu território - propor o modelo "Um país, dois sistemas", usado em Hong Kong e Macau, para integrá-la à República Popular da China. Após a guerra na Ucrânia, esse esforço se intensificou, apesar de especialistas considerarem que o risco de um conflito não é iminente.

Oito tipos de drones desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Chung-Shan foram apresentados. Desses, cinco são modelos exibidos ao público pela primeira vez. Segundo o diretor da Divisão de Pesquisa de Sistemas Aeronáuticos do instituto, Eric Chi, os modelos têm funções de combate ou vigilância e foram projetados para diferentes áreas das Forças Armadas de Taiwan.

A ilha deve produzir cerca de 3 mil drones em parcerias com empresas no próximo ano e deixa claro que a produção é "em resposta às novas tendências de guerra global". "Nossos militares têm construído ativamente capacidades de guerra assimétrica (quando um dos lados em conflito tem superioridade militar evidente)", disse Chi, segundo a CNN.

Os detalhes técnicos dos drones não foram revelados por questões de segurança, mas os equipamentos foram construídos com a tecnologia de Taiwan, que produz os semicondutores mais avançados do mundo. Eles têm o objetivo de tornar as forças militares mais ágeis e difíceis de se atacar.

Alguns dos drones exibidos têm capacidade de atacar outros veículos que estejam no céu; outros possuem capacidade de vigilância para rastrear navios de guerra, por exemplo. Essas duas características são respostas a táticas utilizadas no ano passado pela China, que enviou drones para áreas próximas da ilha e aumentou a atividade da Marinha no Estreito de Taiwan após a visita da então presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi. A visita foi vista por Pequim como violação da política internacional de "Uma só China".

Para o analista David Sacks, do centro de estudos americano Conselho de Relações Exteriores, o desenvolvimento dos drones tem um papel crucial para Taiwan se tornar menos dependente dos EUA na área militar em um momento em que a indústria de defesa americana está sobrecarregada por causa da guerra na Ucrânia. "Está muito difícil para nós (americanos) fornecermos à Ucrânia o que ela precisa, aos militares dos EUA o que eles precisam e garantir que Taiwan tenha o que precisa", afirmou.

DESAFIO LOGÍSTICO. Além de ser o maior fornecedor de armas para Taiwan, os EUA se comprometem desde 1954 em defender a ilha caso ela seja atacada por Pequim, que também investe em seu Exército em um grande projeto de modernização. Um eventual conflito no estreito, no entanto, demandaria questões logísticas difíceis para os americanos. "Taiwan é uma ilha, enquanto a Ucrânia está cercada por países da Otan que fazem o transporte (de equipamento militar) até suas fronteiras", disse Sacks.

Além do desenvolvimento de drones de vigilância e de ataque, outros movimentos de Taiwan para fortalecer suas forças militares são o investimento, que resultou em um aumento de 13,9% no orçamento de defesa para este ano, e a extensão do serviço militar obrigatório, que vai passar de quatro meses para um ano a partir de 2024. Neste mês, o governo de Taiwan também obteve o aval do governo Joe Biden para realizar uma compra de US$ 619 milhões (R$ 3,2 bilhões) em equipamentos militares, incluindo mísseis para os caças F-16.

O que um conflito bélico com a China significaria para a sociedade de Taiwan e como ela responderia, no entanto, é desconhecido. Apesar das tensões políticas, a relação da ilha com o território continental chinês é forte, com grande fluxo econômico e de pessoas entre os dois lugares. Uma guerra no Estreito não teria um custo alto somente para Taiwan, mas também para a China.

"A elite econômica de Taiwan é muito consciente do que significaria uma guerra. A China é o maior importador de produtos da ilha e um conflito teria um impacto significativo", avaliou o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e pesquisador da China, Marcos Cordeiro Pires.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A China realizou neste domingo (25) exercícios militares perto de Taiwan, uma ilha que Pequim reivindica como parte de seu território, em resposta às "provocações" dos Estados Unidos.

As autoridades chinesas não revelaram o local exato das manobras nem os equipamentos utilizados.

A China considera Taiwan, com 24 milhões de habitantes, uma de suas províncias, que ainda não conseguiu reunificar com o restante de seu território após o fim da guerra civil em 1949.

O país asiático observa com desconfiança a aproximação dos últimos anos entre as autoridades taiwanesas e o governo dos Estados Unidos, que proporciona apoio militar à ilha há várias décadas.

O Exército Popular de Libertação da China (EPL) "efetuou exercícios conjuntos de preparação aos combates que reúnem vários serviços" no mar e no espaço aéreo ao redor da ilha de Taiwan, assim como "exercícios de conjuntos de ataque", afirmou Shi Yi, porta-voz do Centro de Operações do Leste.

"Esta é uma resposta firme ao conluio crescente e às provocações das autoridades dos Estados Unidos e de Taiwan", acrescentou em um comunicado.

O EPL também divulgou fotos de um bombardeiro, um navio de guerra e uma imagem feita da cabine de um avião que mostra o que é apresentado como uma cordilheira em Taiwan.

A reaproximação entre Estados Unidos e Taiwan, que começou no mandato do ex-presidente americano Donald Trump, agravou as tensões já existentes entre Pequim e Washington.

Em agosto, o exército chinês organizou grandes exercícios militares ao redor da ilha, em resposta a uma visita a Taiwan da presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.

Um terremoto de 6,9 graus de magnitude afetou o sudeste de Taiwan neste domingo (18) e provocou o desabamento de pelo menos três edifícios e danos em rodovias, mas os meteorologistas descartaram a ameaça de tsunami na região.

O terremoto aconteceu às 6H44 GMT (3H44 de Brasília), 50 quilômetros ao norte da cidade de Taitung e a uma profundidade de 10 quilômetros.

A intensidade inicial foi calculada em 7,2 graus, mas o Centro Geológico dos Estados Unidos (USGS) revisou algumas horas depois para 6,9. Também foram registrados vários tremores secundários.

A Agência Meteorológica do Japão e o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico emitiram alertas de tsunamis pouco depois do terremoto, mas ambos retiraram as advertências de ameaças algumas horas mais tarde.

Na cidade taiwanesa de Yuli, um prédio de dois andares com uma loja de conveniência no térreo desabou durante o terremoto.

O departamento de bombeiros informou que as quatro pessoas que estavam nos escombros foram resgatadas.

Outros dois edifícios da cidade desabaram, mas estavam vazios, segundo os bombeiros.

Duas pontes desabaram e duas foram danificadas.

A Administração de Ferrovias de Taiwan (TRA) informou que um trem descarrilou na estação de Dongli, em Hualien. Os passageiros foram retirados e ninguém ficou ferido.

O tremor também foi sentido na capital, Taipé, e na cidade de Kaohsiung.

Um terremoto de magnitude 6,6 atingiu o sudeste de Taiwan neste sábado (17). Não houve relatos imediatos de danos ou ferimentos.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos disse que o terremoto ocorreu a uma profundidade de 10 quilômetros. O epicentro foi perto do município de Guanshan, no condado de Taitung, um terreno plano e área de cultivo de arroz, com uma população de cerca de 8.500 pessoas.

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Taiwan e China trocaram críticas por uma série de voos de drones sobre as Ilhas Kinmen taiwanesas, alguns deles para monitorar postos militares.

Fotos e vídeos de drones voando neste arquipélago, localizado a poucos quilômetros da cidade chinesa de Xiamen, circulam nas redes sociais chinesas e taiwanesas.

Um dos vídeos mostra soldados taiwaneses jogando pedras em um dos drones na tentativa de afastá-lo.

Quando perguntado sobre os vídeos na segunda-feira, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse que não era um "caso digno de alarido" porque os drones "voam pelo território chinês".

Essa resposta desencadeou a fúria de Taiwan, que comparou o assédio dos drones ao comportamento de um "ladrão".

"Aqueles que não são convidados são chamados de ladrões, sejam eles invadindo à força ou espionando do ar, o povo de Taiwan não recebe tais ladrões", disse o ministério das Relações Exteriores de Taiwan em comunicado.

As tensões no Estreito de Taiwan estão em seu nível mais alto em anos após a visita da presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, à ilha no início de agosto.

Por uma semana, a China decidiu, em retaliação, realizar manobras militares em terra e mar não vistas desde meados da década de 1990, incluindo voos de drones sobre as Ilhas Kinmen.

A China anunciou nesta quinta-feira (4) o início de exercícios militares envolvendo Marinha, Força Aérea e outros departamentos em seis áreas ao redor de Taiwan. As manobras foram provocadas pela visita à ilha da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, nesta semana.

A agência de notícias oficial da China Xinhua disse que os exercícios são operações conjuntas com foco em "bloqueios, ataque a alvos marítimos, ataque a alvos terrestres e controle do espaço aéreo". Taiwan colocou seus militares em alerta e realizou exercícios de defesa civil, enquanto os Estados Unidos têm vários recursos navais na área.

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Os exercícios estão programados para terminar no domingo e incluem ataques com mísseis a alvos nas águas ao norte e ao sul da ilha, uma reminiscência das últimas grandes manobras com as quais Pequim tentou intimidar líderes e eleitores em Taiwan em 1995 e 1996.

Na operação desta quinta-feira participaram tropas da Marinha, Aeronáutica, Força de Mísseis, Força de Apoio Estratégico e Força de Apoio Logístico dependentes do Comando Leste. Fonte: Associated Press.

A presidente da Câmara de Representantes (Deputados) dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, chegou a Taiwan nesta terça-feira (2), ignorando as advertências da China, que denunciou as ações "extremamente perigosas" de Washington e ameaçou adotar ataques "seletivos" de represália.

Imagens de televisão mostraram a representante democrata, de 82 anos, em sua chegada ao aeroporto Songshan de Taipei, onde foi recebida pelo ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu.

A visita mostra o "apoio incondicional" dos Estados Unidos à ilha, embora "não contradiga" a política de Washington em relação à China, disse um comunicado do gabinete de Pelosi, que pertence ao mesmo partido do presidente Joe Biden e é a segunda na linha de sucessão presidencial.

A Chancelaria de Taiwan também assegurou que a visita mostra o apoio "sólido" de Washington à ilha de 23 milhões de habitantes.

A China, que considera Taiwan uma província rebelde, anunciou pouco antes que seus aviões caça cruzaram o Estreito de Taiwan e prometeu “ações militares seletivas” de represália.

O governo de Pequim afirmou que os Estados Unidos estão fazendo ações "extremamente perigosas" e advertiu que "quem brinca com fogo morre queimado".

O Exército taiwanês negou que aviões chineses tivessem atravessado o estreito.

EUA "pagará o preço"

China e Taiwan estão separados desde 1949, quando as tropas comunistas de Mao Tsé-Tung derrotaram os nacionalistas, que se refugiaram na ilha.

Em 1979, os Estados Unidos reconheceram o governo de Pequim como representante da China, embora continuassem a dar apoio militar a Taiwan.

Pelosi, que chegou à ilha como parte de uma viagem pela Ásia. É a mais alta autoridade americana a visitar Taiwan desde seu antecessor Newt Gingrich, em 1997.

A possibilidade dessa escala atiçou as tensões regionais. "Os Estados Unidos vão assumir a responsabilidade e pagarão o preço por minar a soberania e a segurança da China", disse uma porta-voz diplomática chinesa algumas horas antes.

Nesta terça, a Rússia expressou sua "solidariedade absoluta" com seu aliado chinês, em um gesto de convergência com a recusa de Pequim em condenar a invasão russa da Ucrânia.

A "reunificação" da China é uma meta prioritária para o presidente chinês, Xi Jinping, que, na semana passada, disse formalmente a Biden por telefone que evite "brincar com fogo".

Para respaldar sua mensagem, o Exército chinês divulgou ontem, on-line, um vídeo de tom marcial. Nele, soldados gritam prontos para lutar, combatentes decolam, paraquedistas saltam de um avião, uma chuva de mísseis aniquila vários alvos.

"Direito" de visitar a ilha

Nos últimos dias, a visita de Pelosi a Taiwan foi objeto de todo o tipo de conjectura, e o governo taiwanês não a incluiu em sua agenda.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse na segunda-feira que Pelosi tem o "direito" de viajar para a ilha.

"Não há razão para Pequim transformar uma possível visita, coerente com a política americana de longa data, em um tipo de crise", acrescentou.

Kirby alertou para a possibilidade de a China realizar demonstrações de força que podem incluir o disparo de mísseis no Estreito de Taiwan, ou incursões de "grande escala" no espaço aéreo de Taiwan.

O Ministério da Defesa de Taiwan declarou hoje que o território tem "decisão, capacidade e confiança" para proteger a ilha.

Uma pessoa morreu e quatro ficaram gravemente feridas em um ataque a tiros no domingo (15) em uma igreja perto de Los Angeles, um dia após um atirador matar 10 pessoas em um supermercado no estado de Nova York.

Todas as vítimas são de origem taiwanesa, afirmou nesta segunda-feira (16) em Taipé o ministério das Relações Exteriores de Taiwan.

"O escritório de nossa representação em Los Angeles verificou imediatamente com a polícia local e outras autoridades que a pessoa morta e os cinco feridos são de origem taiwanesa", afirma um comunicado do ministério.

Os fiéis participavam em uma refeição após o culto matinal quando o atirador começou o ataque em uma igreja de Orange County, a 70 quilômetros de Los Angeles, segundo as autoridades.

As pessoas presentes conseguiram deter o agressor, "amarraram suas pernas com um cabo e retiraram pelo menos duas armas dele" antes que os policiais chegassem ao local para prendê-lo, disse o subcomandante do condado de Orange, Jeff Hallock.

"Esse grupo de fiéis mostrou heroísmo e coragem excepcionais", disse Hallock. "Eles certamente evitaram ferimentos e mortes adicionais".

Os investigadores ainda tentam determinar a motivação do ataque, disse o subcomandante, antes de informar que suposto agressor, que não ficou ferido, seria um adulto de origem asiática na casa dos 60 anos.

"Uma pessoa morreu no local", disse Hallock. "Outras quatro vítimas ficaram gravemente feridas e uma teve ferimentos leves. Todos adultos".

As autoridades disseram que receberam uma ligação de emergência da igreja presbiteriana Geneva às 13h26 (17h26 no horário de Brasília) de domingo.

O gabinete do governador da Califórnia, Gavin Newsom, afirmou que trabalha com as autoridades locais para monitorar a situação.

"Ninguém deveria ter medo de ir ao seu local de culto. Nossos pensamentos estão com as vítimas", tuitou a conta do governo estadual.

A congressista democrata Katie Porter, que representa o condado de Orange em Washington, descreveu o ataque como uma "notícia terrível e perturbadora, especialmente menos de um dia depois de um tiroteio em massa em Buffalo".

O tiroteio na Califórnia aconteceu depois que, no sábado, um homem branco de 18 anos abriu fogo e matou 10 pessoas e feriu outras três - quase todos afro-americanos - em um supermercado em Buffalo, Nova York, no que as autoridades chamaram de ataque racista.

Tiroteios em massa viraram algo frequente nos Estados Unidos, onde os esforços para regulamentar a posse de armas não conseguiram superar o poderoso lobby da indústria, mesmo após massacres.

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, condenou a Rússia, nesta quarta-feira (23), por seu apoio às regiões controladas pelos separatistas na Ucrânia, afirmando que a crise está sendo usada para prejudicar o moral nesta ilha, há tempos sob ameaça de invasão por parte da China.

Esta ilha governada democraticamente acompanha de perto a situação na Ucrânia, já que a China reivindica soberania sobre Taiwan e prometeu que um dia retomará esse território - à força, se necessário.

A China aumentou a pressão militar, diplomática e econômica sobre Taiwan desde que Tsai Ing-wen chegou ao poder, em 2016, por sua rejeição à posição da China de que a ilha faz parte de seu território.

"Nosso governo condena a violação, por parte da Rússia, da soberania da Ucrânia (...) e convoca todas as partes a continuarem a resolver suas disputas por meios pacíficos e racionais", declarou a presidente.

Tsai destacou que Taiwan e Ucrânia são "fundamentalmente diferentes em termos geoestratégicos, entorno geográfico e na importância que têm na cadeia global de abastecimento", em alusão à posição da ilha na economia mundial por seu papel na indústria de semicondutores.

"No entanto, frente a forças externas que tentam manipular a situação na Ucrânia e afetar o moral da sociedade taiwanesa, todas as unidades do governo devem ficar mais vigilantes", frisou.

No último trimestre de 2021, registrou-se um aumento significativo nas incursões de caças chineses na zona de identificação de defesa aérea de Taiwan.

No ano passado, 969 aviões de guerra chineses penetraram nesta área, mais do que o dobro dos 380 caças que entraram em 2020, segundo um banco de dados compilado pela AFP.

A China tem sido cautelosa a respeito da crise na Ucrânia, mas vem demonstrando um crescente apoio ao presidente russo, Vladimir Putin.

Equipes de resgate de Taiwan encontraram, nesta quarta-feira (12), os destroços de um avião F-16V que caiu um dia antes no mar, menos de dois meses depois de a ilha lançar seu primeiro esquadrão de aeronaves de combate avançadas.

O avião desapareceu dos radares na terça-feira, meia hora depois de decolar de sua base no sudoeste de Taiwan, para um voo de treinamento.

A Força Aérea relatou que o F-16V caiu no mar, e não há sinais de que o piloto, de 28 anos, tenha conseguido se ejetar a tempo.

O centro nacional de resgate disse que os restos da fuselagem foram encontrados, mas sem sinal do piloto, após uma busca durante toda noite com helicópteros, navios da guarda costeira e mais de 60 militares.

Depois deste episódio, a Força Aérea determinou que toda sua frota de F-16Vs permaneça no solo.

Este acidente ocorre menos de dois meses depois de ser posto em operação, por parte de Taiwan, o primeiro esquadrão de F-16V, de concepção americana. Segundo as autoridades locais, o objetivo é melhorar sua frota aérea, em um contexto de crescentes tensões com a China.

Território onde as tropas nacionalistas se refugiaram em 1949 após sua derrota para os comunistas, Taiwan é considerada por Pequim como uma província rebelde que deve ser reunificada ao continente - inclusive à força, se necessário.

Taiwan "não tem o direito de ingressar na ONU", afirmou nesta quarta-feira (27) o governo chinês, depois que o secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu uma inclusão maior de Taipé nas instituições da ONU.

"A ONU é uma organização intergovernamental composta por Estados soberanos", declarou Ma Xiaoguang, porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan em Pequim. "Taiwan é parte da China", acrescentou.

Blinken lamentou que Taiwan esteja cada vez mais excluído do cenário mundial e defendeu uma participação da ilha no "sistema da ONU", em uma declaração para marcar o aniversário de 50 anos da votação da Assembleia Geral sobre a admissão da China na organização, marginalizando Taiwan.

Pequim considera Taiwan - para onde fugiram os nacionalistas chineses após sua derrota para os comunistas em 1949 - uma província que deve ser reunificada, inclusive pela força se necessário.

Ma declarou que a República Popular da China é "o único governo que representa legalmente toda a China" e fez um apelo para que os dirigentes de Taiwan abandonem a ideia de depender de Washington para alcançar a independência.

Blinken disse na terça-feira que "uma participação significativa de Taiwan no sistema da ONU não é um tema político, e sim pragmático".

Ele acrescentou que a comunidade internacional enfrenta um número sem precedentes de temas mundiais complexos e que é crucial que todos ajudem a enfrentá-los, incluindo as 24 milhões de pessoas que moram em Taiwan.

Um terremoto de 6,5 graus de magnitude foi registrado neste domingo (24) na região nordeste de Taiwan, segundo a agência de meteorologia, e as autoridades anunciaram que uma mulher ficou ferida, mas o fenômeno não provocou danos materiais importantes.

O centro de operações de emergências de Taiwan informou que a vítima sofreu ferimentos durante a queda de pedras na área montanhosa do condado de Hualien.

A agência meteorológica de Taiwan calculou o tremor com magnitude de 6,5 graus, enquanto o Centro Geológico dos Estados Unidos (USGS) informou um sismo de 6,2 graus.

O terremoto, que aconteceu às 13H11 (2H11 de Brasília a uma profundidade de 67 quilômetros, teve como epicentro o condado de Yilan.

O tremor durou quase 30 segundos. As autoridades descartaram danos generalizados, pois o terremoto teve origem muito profunda.

"Os cidadãos não precisam ficar preocupados", declarou Chen Kuo-chang, diretor do Centro Sismológico da Agência Central de Meteorologia.

"O terremoto foi profundo e a intensidade não foi tão grande. Teria provocado danos imprevisíveis se não fosse tão profundo", afirmou Chen Kuo-chang.

Um tremor secundário de 5,4 graus foi registrado e o sistema de metrô de Taipé permaneceu fechado como medida de precaução por pouco menos de uma hora.

Os terremotos são frequentes em Taiwan, pois a ilha está localizada na união de duas placas tectônicas.

Hualien, um local turístico, foi atingido em 2018 por um terremoto de 6,4 graus que deixou 17 mortos e quase 300 feridos.

Em setembro de 1999, um terremoto de 7,6 graus matou quase 2.400 pessoas, na maior catástrofe natural da história da ilha.

Um tremor de 6,2 graus foi registrado em dezembro de 2020, mas não deixou feridos nem provocou danos importantes.

Os Estados Unidos diminuíram a tensão com a China sobre Taiwan nesta sexta-feira (22), ao garantirem que seu posicionamento sobre a ilha não sofreu alterações, mesmo que tenham afirmado no dia anterior que a defenderiam em caso de um ataque de Pequim.

Questionado na quinta-feira (21) sobre a possibilidade de uma intervenção militar americana para socorrer Taiwan, o presidente democrata Biden respondeu de maneira afirmativa.

"Sim. Estamos comprometidos com isso", declarou ao canal CNN, durante um encontro com seus eleitores em Baltimore.

Os comentários de Biden vão na contramão da antiga política americana de "ambiguidade estratégica", com a qual Washington ajudava Taiwan a construir suas defesas, mas sem se comprometer a sair em apoio da ilha.

A China pediu nesta sexta-feira que Biden aja "com prudência" após suas declarações de ontem.

Algumas horas depois, Washington se retificou e afirmou que sua política com Taiwan não sofreu alterações.

"O presidente não estava anunciando nenhuma mudança na nossa política, nossa política se mantém inalterada", disse um porta-voz da Casa Branca.

Atualmente, Taiwan tem um sistema político democrático.

Desde 1945, este pequeno território insular é governado por um regime que se instalou após a vitória dos comunistas na China continental em 1949, na esteira da guerra civil no país asiático.

A "República Popular da China", que tem Pequim como capital e é governada pelo Partido Comunista, considera a ilha uma pequena parte de seu território.

As autoridades chinesas ameaçam usar a força, caso Taipé declare formalmente sua independência.

O secretário da Defesa americano Lloyd Austin evitou responder nesta sexta-feira se os Estados Unidos apoiarão Taiwan no caso de uma hipotética intervenção militar do gigante asiático.

"Não me pronunciarei sobre hipótese alguma" sobre a ilha, declarou à imprensa, mas afirmou que "continuaremos ajudando Taiwan com as competências que precisar para se defender".

"Sinais equivocados"

Ao comentar as declarações de Biden, o governo de Pequim pediu ao presidente americano que "não interfira em seus assuntos internos".

"Sobre as questões relacionadas com seus interesses fundamentais, como soberania e integridade territorial, a China não tem espaço para compromissos", afirmou o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin.

"Pedimos à parte americana (...) para atuar com prudência sobre o tema de Taiwan e se abster de enviar sinais equivocados aos ativistas separatistas taiwaneses para não prejudicar gravemente as relações China-EUA", completou o porta-voz.

"Suspeito de que Biden não pretendia anunciar nenhuma mudança", declarou à AFP Richard McGregor, pesquisador do instituto australiano Lowy.

"Ou não se importava com o que estava dizendo ou, talvez, estivesse decidido a adotar deliberadamente um tom mais duro, devido a como Pequim intensificou o assédio militar a Taiwan nos últimos tempos", completou.

Biden fez uma promessa semelhante em agosto, quando declarou que os Estados Unidos assumiram o "compromisso sagrado" de defender os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Canadá e na Europa, e "o mesmo vale para Japão, Coreia do Sul e Taiwan".

Incursões

Ao ser questionado sobre se os Estados Unidos também poderiam enfrentar o desenvolvimento de programas militares na China, Biden também respondeu de maneira afirmativa.

"China, Rússia e o resto do mundo sabem que temos a capacidade militar mais poderosa do mundo", disse o presidente americano.

Ao mesmo tempo, Biden reiterou o desejo de não participar de uma nova Guerra Fria com a China.

Pequim e Washington divergem em muitos temas, mas a questão de Taiwan é considerada, com frequência, como o único problema que provavelmente provocaria um confronto armado.

O próximo embaixador na capital chinesa, Nicholas Burns, destacou na quarta-feira que não é conveniente confiar na China na questão de Taiwan. Nesse sentido, recomendou vender mais armas para esta pequena ilha, de modo a fortalecer sua defesa.

O diplomata, que falou na Comissão de Relações Exteriores do Senado - que deve confirmar sua nomeação -, também denunciou as recentes incursões de aviões chineses na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ), as quais chamou de "repreensíveis".

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Foxconn, gigante tecnológico de Taiwan, apresentou nesta segunda-feira (18) três modelos de carros elétricos, reforçando assim sua aposta em obter um papel importante no mercado deste tipo de veículo em rápida expansão, ao mesmo tempo em que busca empresas, com as quais se associar.

Maior fabricante de produtos eletrônicos por contrato do mundo, a Foxconn já desempenha um papel fundamental na montagem dos iPhones da Apple, assim como dos dispositivos de uma grande variedade das principais marcas internacionais.

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Rapidamente, vem diversificando suas áreas de atuação para além da fabricação de eletrônicos e investiu em veículos elétricos. Neste segmento, estabeleceu uma joint venture com a montadora local Yulon Motor e comproou uma fábrica de automóveis em dificuldades, em Ohio.

Os modelos apresentados nesta segunda-feira - um sedã, um SUV e um ônibus - são veículos-conceito que a Foxconn espera poder construir com outros fabricantes.

"A Foxconn não é mais o novato na cidade", declarou o presidente Young Liu na cerimônia de apresentação, em Taipei.

O fundador da Foxconn, Terry Gou, dirigiu seu sedã "Modelo E" até o local da cerimônia. Segundo ele, os veículos elétricos da empresa "demonstram a força industrial geral de Taiwan".

A expectativa é que um veículo utilitário esportivo branco, o "Modelo C", chegue ao mercado de Taiwan em 2023 com um preço em torno de 1 milhão de dólares taiwaneses (cerca de US$ 357.000), disse a empresa.

Seu ônibus elétrico "Modelo T" pode começar a operar no sul da cidade de Kaohsiung no ano que vem, se receber autorização do Ministério dos Transportes, anunciou o vice-primeiro-ministro, Shen Jong-chin.

A Foxconn investiu 10 bilhões de dólares taiwaneses (cerca de US$ 355 milhões) para desenvolver carros elétricos em 2020 e aumentará seu investimento nos próximos dois anos.

Liu disse que a empresa "construiu, de maneira gradual, uma cadeia de abastecimento e uma rede de distribuição de veículos elétricos".

Um incêndio que destruiu um edifício na cidade de Kaohsiung, sul de Taiwan, deixou 46 mortos e dezenas de feridos, informaram nesta quinta-feira (14) as autoridades.

O incêndio começou durante a madrugada no edifício de 13 andares e destruiu uma grande parte do imóvel antes que os bombeiros conseguissem controlar as chamas.

"O incêndio deixou 41 feridos e provocou 46 mortes", afirmou o departamento de bombeiros de Kaohsiung em um comunicado.

Imagens publicadas pela agência oficial de notícias mostram a fumaça nas janelas do prédio, enquanto os bombeiros tentavam conter as chamas.

A maioria das mortes aconteceu entre os andares 7 e 11, de uso residencial, destacaram os bombeiros. Os primeiros cinco andares são de uso comercial e estavam vazios no momento do incêndio.

O presidente chinês, Xi Jinping, prometeu neste sábado (9) uma "reunificação" inevitável com Taiwan por meios "pacíficos", enquanto a ilha relatou nos últimos dias um número recorde de incursões de aviões militares de Pequim.

O chefe de Estado chinês falou por ocasião das comemorações do 110º aniversário da Revolução de 1911, que derrubou a última dinastia chinesa.

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O evento, que é celebrado hoje na China Comunista, também será recordado no domingo (10) em Taiwan, onde Sun Yat-sen, o primeiro e efêmero presidente chinês, é considerado o pai da nação.

A ilha de Taiwan, que goza de um sistema democrático, é governada por um poder independente de Pequim desde a vitória dos comunistas sobre o continente em 1949.

A China considera este território como uma de suas províncias. E ameaça usar a força no caso de uma proclamação formal de independência da ilha.

"Alcançar a reunificação da pátria por meios pacíficos é do interesse geral da nação chinesa, incluindo dos compatriotas de Taiwan", declarou Xi Jinping no enorme Palácio do Povo em Pequim, com um retrato de Sun Yat-sen ao fundo.

Apesar de sua rivalidade política e histórica, Pequim e Taipé derivam sua legitimidade da Revolução de 1911.

"A reunificação de nosso país pode e será alcançada", garantiu Xi Jinping, alertando contra qualquer interferência estrangeira.

"A questão de Taiwan é um assunto puramente interno da China", insistiu, enquanto Washington admitiu na sexta-feira (8) que treinava em segredo o Exército taiwanês há meses.

Um contingente de cerca de 20 membros das operações especiais e forças convencionais americanas vem conduzindo o treinamento há menos de um ano, segundo informou à AFP um funcionário do Pentágono, sob anonimato.

Os Estados Unidos fornecem armas a Taiwan, incluindo mísseis de defesa e caças, em meio à ameaça de Pequim de retomar o controle da ilha à força e reintegrá-la à China.

Os americanos também têm um compromisso ambíguo de defender Taiwan, que Pequim considera uma província rebelde.

"Ninguém deve subestimar a forte determinação (...) do povo chinês em defender a soberania nacional e a integridade territorial", advertiu Xi neste sábado.

A comemoração da Revolução é um dos poucos eventos que unem a China e Taiwan.

A líder da ilha, Tsai Ing-wen, inimiga dos comunistas por suas tendências separatistas, também deve fazer um discurso no domingo por conta do aniversário.

"Aqueles que traem a pátria e dividem o país nunca terminam bem", ameaçou Xi Jinping a respeito dos separatistas taiwaneses.

As comemorações dos acontecimentos de 1911 ocorrem em meio a tensões no Estreito de Taiwan, após a maior incursão nos últimos dias por aviões militares chineses na zona de identificação de defesa aérea da ilha.

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