Tópicos | As Tartarugas Ninja

Na última terça-feira (30), a Nickelodeon revelou ao portal Deadline que está desenvolvendo um filme em computação gráfica de "As Tartarugas Ninja", em parceria com a Point Grey Pictures.

A nova aventura do quarteto será escrita por Brendan O’Brian, responsável pelo filme "Vizinhos" (2014), e dirigida por Jeff Rowe, que também está trabalhando na animação "Super Conectados", prevista para setembro de 2020.

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O novo filme contará as aventuras dos mutantes Leonardo, Rafael, Michelangelo e Donatello, que tentam proteger a cidade de New York do vilão Destruidor. A Nickelodeon ainda não divulgou a data de estreia do filme.

Os heróis foram criados em 1980 pelo ilustrador Kevin Eastman, em parceria com Peter Laird. Após o sucesso dos quadrinhos, as Tartarugas Ninjas ganharam uma versão animada para TV em 1987.

Tiveram a primeira estreia nos cinemas em 1990, com "As Tartarugas Ninja", e recebeu duas sequências, sendo elas "As Tartarugas Ninja 2: O Segredo do Ooze" (1991) e "As Tartarugas Ninja 3" (1993).

A última aparição dos heróis no cinema foi em 2016, com "As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras", dirigido por Dave Green.

Cada encarnação das Tartarugas Mutantes Ninja é um fruto de seu tempo. Quando Kevin Eastman e Peter Laird criaram os personagens nos anos 80, eles eram uma sátira do estado do meio na época. Enquanto o Demolidor, da Marvel, lutava contra os ninjas da 'mão', as Tartarugas enfrentavam o 'Clã do Pé'. Quando o primeiro desenho animado saiu, já era mais infantil, se adaptando à possibilidade de gerar lucro em brinquedos. A trilogia de filmes dos anos 90 abraçou cada tendência da década e não se envergonhava de ser divertida e besta.

Nos anos 2000, uma nova série animada e o longa em animação tentaram - com sucesso - balancear seriedade e diversão. Assim como o desenho atual, que diga-se de passagem é uma das melhores versões dos personagens, As Tartarugas Ninja apresenta o quarteto de forma moderna, com piadinhas do século 21 mas, apesar de acertar muito bem a personalidade de cada um, deixa a desejar em praticamente tudo.

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Divulgação/Paramount Pictures

Quem estava preocupado com a chance do produtor Michael Bay - que dirige os filmes da série Transformers - manchar mais um ícone da infância pode respirar tranquilo. Cada uma das quatro tartarugas é exatamente como sempre foram, e sempre devem ser. Leonardo (captura de movimentos de Pete Ploszek, com Johnny Knoxville na voz) continua o líder e o mais calmo, Raphael (Alan Ritchson) é nervoso e cabeça quente, Michelangelo (Noel Fisher) é o piadista e Donatello (Jeremy Howard) é o inteligente. As personalidades continuam intactas e bem representadas pelo filme, a interação entre os irmãos é divertida e o humor está na medida certa. Há uma cena, divulgada em comercial, que mostra os quatro fazendo beatboxing num elevador, e é um dos momentos mais naturais e verdadeiros do filme. Infelizmente, isso não se repete muitas vezes.

É fácil traçar paralelos com os Transformers, porque ambos os filmes sofrem de um problema em comum: eles esquecem o que deve estar no holofote. O título do longa é As Tartarugas Ninja, mas na verdade quem não sai da tela é April O'Neil (Megan Fox). Um medo que se tornou realidade, já que Fox é uma atriz popular que consegue atrair pessoas para o cinema. Tartarugas prova que ela não é capaz de liderar um filme por si só, já que sua performasse é repetitiva e superficial. Durante a narrativa, o roteiro nos diz várias vezes que April O'Neil é uma repórter talentosa e esforçada, mas Fox não consegue transmitir isso, passando uma personagem sem sal, experiência ou humor. Seria mais interessante descobrir mais sobre as histórias particulares de Leonardo, Raphael, Michelangelo e Donatello, do que saber sobre a relação de April com o vilão do filme. Fica a dica para a sequência, que chega nos cinemas em junho de 2016. 

Falando no roteiro, ele é provavelmente o maior defeito de As Tartarugas Ninja. O filme cai na armadilha de querer conectar a origem das Tartarugas, e seu pai Splinter (captura de movimentos de Danny Woodburn, com Tony Shalhoub na voz), com a vida de April e seu pai. O resultado é forçado e previsível, com as grandes 'revelações' falhando em surpreender. A história progride de uma forma bem óbvia, e alguns clichês como 'sangue especial de personagens' e 'bomba relógio que vai atacar a cidade' estão presentes, firmes e fortes. Há claros buracos no enredo e o plano dos vilões do filme, Eric Sacks (William Fichtner) e o Destruidor (Tohoru Masamune) faz pouco sentido. Pelo menos a ação é legal, a sequência das Tartarugas deslizando na montanha que apareceu em todos os trailers é absolutamente sensacional, divertida e bem estruturada. O tipo de coisa que devia aparecer mais. 

Divulgação/Paramount Pictures

Também é estranho como As Tartarugas Ninja sofre uma crise de identidade. Os primeiros 30 minutos do filme tentam ser mais sérios, mas esse tom logo desaparece, retornando apenas em algumas cenas. A verdade é que este filme tem uma audiência clara na mente: crianças. E elas vão adorar. Afinal são Tartarugas Ninja, adolescentes, pizza, humor e pancadaria. Se esse era o objetivo do diretor Jonathan Liebesman, ele acertou mais do que errou, mas se tem algo que o atual desenho da Nickelodeon e outras tantas versões da franquia mostraram é que existe uma forma de balancear a diversão para crianças com uma história que vai agradar a todos.

As Tartarugas Ninja estreia nesta quinta (14) no Brasil.

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