Tópicos | tensão

No centro da maioria dos discursos realizados no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) no último ano, o diálogo foi novamente tema das discussões da Casa neste dia 1º de fevereiro, que marca o retorno das atividades parlamentares da assembleia. Atualmente, o Poder Legislativo enfrenta uma nova crise frente ao Executivo estadual, após a governadora Raquel Lyra (PSDB) acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar trechos do texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), protocolado na Alepe. 

Segundo os deputados, o acionamento do Judiciário não foi dialogado ou antecipado à Casa Legislativa. O protocolo em si não é inédito; a Justiça pode oferecer soluções aos poderes quando há impasses políticos. Ainda assim, a decisão soma às indigestões entre Lyra e a Alepe, que perduram desde o início do mandato da governadora, começando com a decisão do secretariado, em 2023. 

##RECOMENDA##

“Foi o espírito de coletividade, valorizando o diálogo e a busca de consensos, que nos permitiu construir a independência vista hoje na Alepe. Esta soberania nos tem fortalecido como Parlamento, como representantes do povo pernambucano”, disse. “Devemos permanecer zelosos e vigilantes para assegurar a preservação do que foi conquistado. Esta conquista, é preciso enfatizar, tem sido e continuará sendo fundamental para a grandeza desta Casa”, disse o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), durante a solenidade de abertura. 

Porto foi o primeiro a discursar. Apesar de ser tucano e – ainda – não ter se declarado como parte do bloco de oposição, o parlamentar não possui uma boa relação com sua governadora. A fala do presidente reforçou a “soberania” da Alepe e a independência da assembleia, apesar da necessidade de atuação conjunta entre os poderes.  

O deputado ressaltou ainda iniciativas adotadas ao longo do primeiro ano da atual Legislatura para fortalecer a relação com a sociedade. Entre elas, a ampliação do programa Alepe Acolhe, que oferece qualificação e estágio remunerado a jovens aptos a adoção, e o lançamento do Alepe Cuida, que leva serviços gratuitos a municípios do interior. Apesar do discurso mais ameno, na saída do evento, o legislador voltou a criticar o Governo Lyra pela postura diante do impasse da LDO, durante uma rápida coletiva com a imprensa.  

Pouco tempo após o encerramento do evento de reabertura, vazou, nas redes sociais, um áudio do presidente Álvaro Porto conversando com um outro parlamentar, na Mesa Diretora. Porto diz que não entendeu o discurso da governadora e que ela "conversou muita m..., mas não disse nada". A repercussão provocou uma nota da Executiva Nacional do PSDB, que considerou os comentários “agressivos” e prestou solidariedade à gestora. 

Governadora Raquel Lyra durante reabertura das atividades legislativas na Alepe. Foto: Vitória Silva/LeiaJá 

Apoio 

Em seu pronunciamento, a governadora Raquel Lyra afirmou que, em 2023, a Casa de Joaquim Nabuco contribuiu decisivamente com medidas do Poder Executivo como a reforma administrativa, as novas alíquotas do IPVA, a criação do programa Pernambuco sem Fome e a construção do Plano Plurianual 2024-2027. 

 De acordo com ela, “o povo tem pressa e não pode ficar à mercê de disputas eleitorais”. A governadora disse ainda contar com o apoio do parlamento para acelerar as transformações em Pernambuco. “Entendo esse Poder Legislativo como protagonista no processo de mudança decidido pela população”, expressou.  

Na avaliação da gestora, o Governo e o Legislativo precisam estar ainda mais alinhados este ano especialmente para concretizar os investimentos possibilitados pelos bons resultados fiscais obtidos pela administração – superávit orçamentário de R$ 1 bilhão e disponibilidade de caixa de R$ 700 milhões.  

Oposição 

Líder da oposição, a deputada Dani Portela (PSOL) fez um balanço dos debates que marcaram o ano de 2023. Entre outros temas, falou do projeto do Governo para o reajuste do piso salarial dos professores do Estado, ao qual a oposição se posicionou contrariamente por não contemplar toda a categoria. Criticou a exoneração em massa de funcionários no início da atual gestão de Raquel Lyra, que afetou as áreas de segurança pública, saúde, educação e atendimento à mulher.  

A parlamentar do PSOL salientou o papel da Alepe de fomentar o diálogo entre os poderes, e a necessidade de construir coletivamente soluções para o Estado. “Esperamos que este seja um ano de um diálogo realmente respeitoso, e que esta Casa não seja surpreendida pela imprensa das notícias vindas do Executivo. O diálogo tem que ser a ponte para estabelecer o melhor para o povo de Pernambuco”, enfatizou.  

Discurso de Joãozinho Tenório  

A importância da colaboração entre a Alepe e a gestão do Estado foi enfatizada pelo vice-líder do governo, deputado Joãozinho Tenório (Patriota). O parlamentar ressaltou projetos de iniciativa do Poder Executivo que receberam aval da Alepe no último ano e defendeu a união dos deputados estaduais para atender as necessidades da população.  

“Tenho certeza de que buscamos durante 2023, e continuaremos até o fim dos nossos mandatos, a cooperação entre o Executivo e o Legislativo a favor do nosso povo”, afirmou. “Discutimos e aprovamos projetos de lei com capacidade para mudar a vida de muita gente”, agregou, mencionando o programa Pernambuco Sem Fome, o reajuste dos benefícios do Chapéu de Palha e a autorização para o Estado contrair empréstimos de até R$ 3,4 bilhões. 

 

Inúmeras pessoas estão vivendo momentos de tensão em Israel desde o ataque que aconteceu no dia 6 de outubro em Re'im, localizado a seis quilômetros da faixa de Gaza. Entre as inúmeras pessoas que estavam no local, estava Juarez Petrillo, o DJ Swarup, pai de Alok.

O artista estava no Supernova Israelense como uma das 16 atrações do evento e também estava responsável pela decoração que atraiu muitos brasileiros que moram no país. Em entrevista ao Fantástico, Juarez detalhou os momentos de tensão que viveu durante o ataque.

##RECOMENDA##

"Eu estava para entrar em 10 minutos. Estava amanhecendo, estava a coisa mais linda. Parecia a pista mais incrível da minha vida. De repente, estourou uma bomba do lado da festa. Foi um grito de susto de todo mundo. Nessa hora, a coisa mudou. As mulheres começaram a entrar em pânico, começaram a chorar", disse.

DJ Swarup foi retirado do local pelos carros da produção do evento e levado para um bunker. Enquanto estava esperando as coisas se acalmarem, o pensamento sobre os três netos lhe deu forças:

"Me deu um caminho, um norte, foi quando eu lembrei dos meus netos, sabe? Não tem nada de DJ mais, não sou produtor, não sou artista não, sou vovô", disse.

No Brasil, Alok não sabia que o pai estava no meio da confusão e só ficou sabendo quando o ataque foi noticiado na televisão e redes sociais.

"Eu vi por causa dos vídeos da internet e aí eu comecei desesperadamente a ligar para ele. A ficha foi caindo no dia seguinte, quando a gente viu que tinha mais de 250 corpos ali perto da área do festival. [...] Meu pai estava preso ainda em um bunker, queria tirar ele de qualquer jeito de lá", falou.

Com milhares de migrantes que chegam diariamente, a fronteira dos Estados Unidos com o México vive momentos de tensão e emoções marcados pela determinação de quem busca viver o sonho americano sem visto.

Na cidade de Eagle Pass, no estado do Texas, o sol mal nascia no domingo (24), quando dezenas de migrantes já lutavam na água para resgatar um bebê de um ano e sua mãe, que foram atingidos por uma correnteza no meio do caminho.

Os migrantes haviam juntado seus cintos para usá-los como corda, mas a corrente de água os rompeu.

O resgate foi feito pelos próprios migrantes, que se mobilizaram enquanto a pequena Olga chorava e os militares na costa americana observavam.

A onda de aplausos e alívio ao chegarem ao solo logo foi sucedida por um último obstáculo: um emaranhado de arame farpado que as autoridades do Texas reforçam diariamente e que impede a passagem em regiões como esta, que não possuem muros, ao longo dos mais de 3.000 quilômetros de fronteira.

Voltar não é uma opção, então os migrantes seguem o caminho.

Mais abaixo, Yonder Urbina, que salvou Olga, e seu primo, Oskeivys González, encontraram uma parede de contêineres que escalaram para chegar aos EUA.

Enquanto a patrulha da fronteira resgatava o restante do grupo preso na água, outros na orla de Piedras Negras começaram a cruzar até o lado americano da costa.

- "Conseguimos" -

Após os momentos de tensão no rio, onde os agentes comumente intervêm com um barco salva-vidas, centenas de pessoas se reuniram em frente à intimidante parede de arame farpado.

Quando a sensação términa ultrapassou os 40ºC, a patrulha da fronteira precisou cortar parte deste arame para resgatar os migrantes da temperatura insuportável.

"Só queremos pegar nossos filhos e seguir em frente", disse a venezuelana Yusmayra Pirel, de 38 anos.

A maioria dos migrantes estava apenas com a roupa do corpo, além de seus celulares danificados pela travessia, documentos e dados de seus familiares nos EUA.

Ana Hernández pediu água para derramar na cabeça de seu bebê de 10 meses.

"Eles queriam roubar nossos bebês de um supermercado [no México], então corremos", disse ela.

Após o meio-dia, quando mais de 300 pessoas já haviam atravessado, outra mãe com três filhos chegou à costa americana. Seus filhos ficaram feridos ao passarem pelo arame farpado à beira do Rio Grande, mas foram resgatados pela patrulha.

"Graças a Deus conseguimos", disse o venezuelano Leonel Fernández.

Enquanto os militares da Operação Lone Star - lançada pelo governador do Texas, Greg Abbott - cobriam os buracos da grade de arame farpado com fios novos, mais migrantes continuavam a entrar no rio.

"Este é um lugar quente. Hoje foi tenso, mas para nós é mais um dia na fronteira", admitiu um dos agentes.

A tensão era menor neste domingo (4) no Senegal, onde confrontos de menor intensidade deixaram mais um morto no sábado (3), o que aumenta para 16 o balanço de vítimas fatais nos distúrbios após a condenação, na quinta-feira (1º), do opositor Usman Sonko a dois anos de prisão.

No sábado, foram registrados incidentes na região de Dakar, mas em outras localidades a calma retornou, disse o ministro do Interior, Antoine Diome.

Ele também anunciou "quase 500 detenções" desde o início dos protestos. Entre os detidos estão militantes de partidos políticos, mas a maioria não tem vínculos com partidos, informou o ministro.

Usman Sonko, que ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais de 2019, foi condenado, na quinta-feira, por um tribunal a dois anos de prisão por "corromper" uma menor de 21 anos.

O tribunal o absolveu, no entanto, das acusações de estupro e ameaças de morte contra esta empregada de um salão de beleza onde fazia massagens entre 2020 e 2021.

Sonko nega as acusações e alega que o governo do atual presidente, Macky Sall, está conspirando para deixá-lo de fora das eleições de 2024.

Um ano depois da operação que dispersou a concentração de pessoas em situação de rua e que usam drogas, conhecida como Cracolândia, na Praça Princesa Isabel, o centro da capital paulista vive um aumento do medo e das tensões por todos os lados. As pessoas que dormem nas calçadas e militantes reclamam do aumento da violência policial e desmonte de políticas públicas. Moradores e comerciantes dizem sofrer com o aumento da insegurança na região central da cidade.

Logo após ação policial, à época como parte da chamada Operação Caronte, comandada pela Polícia Civil, a concentração de pessoas se espalhou por diversos pontos dos bairros da República, Santa Ifigênia, Santa Cecília e Campos Elíseos. Levantamento realizado em julho de 2022, pelo Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (LabCidade), da Universidade de São Paulo, apontou 16 locais de concentração de pessoas. Atualmente, existem duas maiores concentrações, em cada lado da Avenida Rio Branco, uma mais próxima à Santa Ifigênia e a outra na região da República, além de alguns grupos menores.

##RECOMENDA##

Pior momento

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) força a movimentação constante das pessoas para que a concentração não permaneça por muito tempo em um único lugar. Também são feitas ações periódicas de limpeza das ruas. Nesse momento, os guardas municipais também promovem a abordagem e revista das pessoas que estão no local. São formadas longas filas para que sejam submetidas a busca pessoal. Alguns objetos, considerados proibidos pela prefeitura, são confiscados.

“Quando a gente pensa sobre a situação das pessoas, é uma condição muito, mas muito desesperadora. Elas estão há um ano circulando sem parar e gerando uma série de conflitos com outros atores da Cracolândia, que antes não havia”, diz a antropóloga Amanda Amparo, que pesquisa a Cracolândia pelo ponto de vista das relações raciais.

A partir dos dados preliminares de um levantamento que ouviu 100 pessoas em situação de rua, Amanda afirma que a população que dorme nas calçadas da região, em sua grande maioria vê a situação atual como um dos piores momentos. “É o mais violento, a polícia é a mais violenta e essa estratégia, de fazer as pessoas circularem, não vai funcionar do ponto de vista de acabar com a Cracolândia”.

Histórico de violência

A defensora pública Fernanda Balera vê uma continuidade de políticas que já se provaram ineficazes no sentido de melhorar as condições de vida da população. “E, mais uma vez, a gente está vendo a GCM na linha de frente da Cracolândia, o que já causou inúmeros problemas. Esse histórico da atuação da guarda civil no território da Luz está, inclusive, na Justiça, em uma ação civil pública que discute o que ocorre por causa dessa prática. E isso voltou”, diz em referência a uma ação movida pelo Ministério Público de São Paulo questionando a atuação da guarda na região.

Segundo Balera, além de inúmeros relatos colhidos pela defensoria, a ação está embasada pela série de vídeos feitos com câmera escondida pelo movimento A Craco Resiste, que mostram agentes da GCM promovendo agressões com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta de surpresa, contra pessoas em situação de rua distraídas ou até sentadas. Na última segunda-feira (8), a TV Brasil flagrou o momento em que um homem foi sufocado por quatro guardas até ficar desacordado e ser levado em uma viatura.

Desmonte dos serviços

Para Fernanda, o governo do estado e a prefeitura fizeram “uma ação completamente ineficiente, super violenta” e não demonstram preocupação real em trazer soluções. “Porque a questão continua lá da mesma forma que era antes”, enfatiza. A defensora alerta ainda para uma desestruturação dos serviços de atendimento de saúde mental.

“Uma completa desestruturação dos Caps [Centros de Atenção Psicossocial] e serviços que estão dentro da previsão legal da rede de atenção psicossocial. A criação de novos serviços e novas estratégias completamente à margem da legislação e sem nenhuma evidência científica de que essa seja a melhor abordagem”, diz. A crítica de Fernanda diz respeito aos novos serviços criados pelo governo estadual, o HUB, inaugurado em abril, e o Centro de Cuidado Prolongado, criado em fevereiro.

Moradores em conflito

O clima tenso afeta também quem vive sob um teto na região. “Com a dispersão [da Cracolândia], acho que aumenta muito mais a sensação de insegurança, principalmente quando tem ação da polícia, seja da GCM ou da Polícia Civil”, diz Pâmela Vaz, estudante que mora com os pais em um apartamento na Santa Ifigênia. “Se eles [policiais] não tratam o usuário de uma forma digna e com respeito, eles também não tratam os moradores aqui dessa forma. É sempre muito chato e desgastante ter que pedir à polícia para a gente poder passar. Ter que mostrar documento, falar para onde vai”, conta sobre a situação quando as ruas ficam fechadas pelas operações policiais.

Por outro lado, Pâmela enfrenta dificuldades por ter em parte do dia uma aglomeração com centenas de pessoas na porta de casa. “Após a dispersão da Praça Princesa Isabel, aqui é tomado pelo fluxo. E não vou falar que não atrapalha a gente de dormir ou  descansar”, desabafa. Mesmo assim, a jovem diz que tenta manter boa relação com as pessoas socialmente desprotegidas. “Eu tento não criar nenhum tipo de conflito com essas pessoas, até porque são as nossas vizinhas”, comenta.

Mas não são todos os moradores da região que têm essa visão do problema. Na sexta-feira da semana passada (5), foi organizada uma manifestação em frente à delegacia dos Campos Elíseos. “Bom, como todos sabem, a situação da nossa rua está cada dia pior”, dizia um dos textos que chamava para o ato pelas redes sociais. “Só queremos direito a uma rua segura e limpa!”, acrescentava a convocação.

Mais crimes

A revolta de parte das pessoas que vive e trabalha na região está ligada a um significativo aumento dos furtos e roubos e dos eventuais casos em que lojas são invadidas em arrastões. Segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública, em maio de 2022 as delegacias de Campos Elíseos e Santa Cecília registraram aumento de 110% no número de roubos. Em todos os meses seguintes, os índices continuaram em alta, com crescimento de 74% nos furtos em fevereiro deste ano e 38% nos roubos, na comparação com o mesmo mês de 2022. Em abril, entretanto, foi divulgada queda de 24% nos furtos e 13% nos roubos, em relação ao ano passado.

Na opinião do artista e educador social Raphael Escobar, as operações acirram esse conflito. “Tem que ver o que está acontecendo antes [dos arrastões], que está tendo ação policial todo santo dia, tirando tudo das pessoas, as únicas coisas que elas têm com valor afetivo. Então, [a violência] é uma resposta do fluxo para essa situação. O que está acontecendo ali é criar um caos social”, diz.

A circulação constante também dificulta, segundo Escobar, ação dos projetos da sociedade civil que prestam atendimento a essa população. “Com ação policial diária, essas pessoas ficam mudando e fica muito difícil para a gente, trabalhador do território, conseguir achar o pessoal com quem a gente tem vínculo. Ou seja, se você tem um projeto de cuidado, fica muito difícil encontrar e continuar o projeto”.

O psiquiatra Flávio Falcone, que também atua em projetos sociais na região, acredita que há ação deliberada para instaurar o conflito entre pessoas “com CEP e sem CEP”. “Depois da deflagração da Operação Caronte, a Cracolândia passou a incomodar três bairros”, disse em entrevista à TV Brasil. “Do ponto de vista de saúde, essa operação é completamente ineficaz. Não tem nada na ciência que justifique tortura para fazer com que as pessoas se motivem para o tratamento. O que está em jogo é tirar essas pessoas, a maior parte pretas e pobres, daqui. E a burguesia branca não quer conviver com elas”, acrescenta.

Governo do estado

A Secretaria estadual de Saúde informou que o Hub, serviço que ocupou o lugar do antigo Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas, próximo ao Parque da Luz, realizou 3,5 mil atendimentos e 535 encaminhamentos para tratamento entre 6 e 30 de abril. De acordo com a pasta, o novo serviço “superou em 10,4% os atendimentos que o antigo Cratod prestou em todo mês de abril do ano passado e em 254,3% os encaminhamentos de pacientes para a realização do tratamento”.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública disse que tem realizado a integração das polícias Civil e Militar e vê, neste momento, “início de reversão do cenário local que degradou, por décadas, a segurança local”. A pasta diz ainda que tem agido para “sufocar o tráfico de entorpecentes” e coibir os crimes patrimoniais. De acordo com a secretaria, de janeiro a 7 de maio, foram presas 142 pessoas e apreendidos 345 quilos de drogas.

O Exército da China declarou nesta segunda-feira, 10, que está "pronto para lutar", após completar três dias de exercícios de combate em larga escala em torno de Taiwan. Os treinamentos simularam o isolamento da ilha em resposta à viagem da presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, aos Estados Unidos na semana passada.

As "patrulhas de prontidão de combate" chamadas de Joint Sword foram concebidas como um aviso para a autogovernada Taiwan, que a China reivindica como sua.

##RECOMENDA##

As tropas "podem lutar a qualquer momento para esmagar resolutamente qualquer forma de tentativa de independência de Taiwan e de interferência estrangeira", afirmou o Exército nesta segunda. Fonte: Associated Press

Os Estados Unidos e a China acreditavam ter uma janela para melhorar as relações que agora parece ter se fechado.

Semanas depois de os Estados Unidos terem descoberto um suposto balão espião chinês em seu território, as tensões que haviam diminuído aumentaram novamente, com poucos sinais de que qualquer um dos lados esteja pronto para tentar buscar a paz novamente.

O presidente chinês, Xi Jinping, que um mês antes do incidente se preparava para receber o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em Pequim, em uma visita oficial que foi cancelada, alertou esta semana que os Estados Unidos estão buscando "conter, cercar e reprimir a China".

O governo do presidente Joe Biden irritou Pequim ao limitar o comércio de chips semicondutores com a China, citando os riscos de seu uso militar, e o tom em Washington deve endurecer com a aproximação da eleição presidencial de 2024.

Os Estados Unidos também alertaram sobre novas sanções ao pressionar publicamente a China sobre relatórios de inteligência de que Pequim estaria considerando ajudar militarmente a Rússia na guerra da Ucrânia.

Avril Haines, diretora de inteligência nacional dos EUA, disse em uma audiência no Senado na quarta-feira que o discurso de Xi foi "a crítica mais pública e direta que vimos dele até hoje".

"Isso provavelmente reflete o crescente pessimismo em Pequim sobre o relacionamento com os Estados Unidos, bem como as crescentes preocupações de Xi sobre a trajetória do desenvolvimento econômico doméstico da China e da tecnologia nativa, desafios de inovação pelos quais ele agora culpa os Estados Unidos", analisou.

Haines afirmou que os políticos chineses estão cada vez mais convencidos de que só podem promover a visão de Xi de uma China poderosa "às custas do poder e influência dos Estados Unidos".

Ela também indicou que o presidente chinês estava determinado a reafirmar sua influência sobre Taiwan, uma democracia autônoma, cujas eleições no ano que vem levantam preocupações sobre uma possível forte reação chinesa.

No entanto, Haines avaliou que a China "ainda acredita que mais se beneficia ao evitar uma espiral de tensões e ao preservar a estabilidade em seu relacionamento com os Estados Unidos".

- "Ciclo olho por olho" -

Algumas autoridades americanas afirmam em conversas particulares que a comoção política e da mídia sobre o balão chinês, muito menos tecnológico do que a espionagem rotineira dos EUA na China, foi exagerada, embora Blinken não tivesse escolha a não ser cancelar sua viagem, que teria sido ofuscada pelo assunto.

Mas as autoridades americanas ficaram frustradas com o fato de as autoridades chinesas continuamente negarem que o balão era para fins de espionagem. Blinken teve uma reunião tensa em 18 de fevereiro com o chefe de política externa chinesa, Wang Yi, à margem da Conferência de Segurança de Munique, onde o chefe de diplomacia americana levantou a questão do balão e da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Biden teve uma conversa muito mais calorosa com Xi em novembro passado em Bali, na Indonésia, onde os dois líderes disseram concordar em evitar que as divergências se transformassem em um conflito entre as duas superpotências.

A reunião à margem de uma cúpula do G20 ocorreu três meses depois que a China realizou grandes exercícios militares, irritada com a visita desafiadora da então presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, a Taiwan.

"Acho que houve um momento em que parecia que a deterioração estava diminuindo ou talvez até parando, que poderíamos colocar um ponto final no relacionamento", analisou Jacob Stokes, membro do Centro para a Nova Segurança Americana.

"Isso parece cada vez menos possível, pelo menos no curto prazo, sem uma diplomacia muito criativa e se não houver mudança de pontos de vista, principalmente de Pequim, mas também de alguns em Washington", opinou.

- Atrito no horizonte -

Existem algumas tentativas de reduzir os riscos. O sucessor republicano de Pelosi na Presidência da Câmara, Kevin McCarthy, planeja se encontrar com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, na Califórnia, evitando assim uma possível viagem a Taipé, supostamente a pedido de autoridades taiwanesas que temiam grandes represálias chinesas.

Biden, que acredita na diplomacia pessoal, disse que planeja ter outra conversa com Xi.

Mas há muitos problemas no horizonte, incluindo uma possível proibição do aplicativo de compartilhamento de vídeos TikTok, de propriedade chinesa, e as atividades de um novo comitê da Câmara sobre a China.

Biden, por exemplo, se reunirá na próxima segunda-feira com os primeiros-ministros de Austrália e Reino Unido para consolidar um acordo de venda de submarinos nucleares que certamente será visto pela China como uma ameaça.

O presidente Joe Biden disse nesta terça-feira (21) que a Ucrânia nunca será uma vitória para a Rússia e prometeu que os Estados Unidos e seus aliados continuarão apoiando Kiev no conflito.

As declarações foram dadas durante um discurso para uma multidão no Castelo de Varsóvia, na Polônia, por ocasião do primeiro aniversário da invasão, em 24 de fevereiro.

##RECOMENDA##

"Acabei de voltar de uma visita a Kiev e posso dizer que ela continua forte. Está de pé e, o mais importante, continua livre", afirmou Biden, que fez uma viagem surpresa à capital ucraniana na última segunda (20).

"A Ucrânia jamais será derrotada pela Rússia, jamais", ressaltou o líder americano, acrescentando que os "autocratas devem ser combatidos", em referência a seu homólogo Vladimir Putin.

De acordo com Biden, os EUA e seus aliados continuarão "defendendo a democracia a qualquer custo". "Putin ainda duvida de nossa capacidade de resistir, mas jamais nos cansaremos", prometeu.

O democrata ainda acusou Moscou de cometer "crimes contra a humanidade sem vergonha ou remorso" na Ucrânia, de "alvejar civis com morte e destruição" e de usar o "estupro como arma de guerra". "Ninguém consegue tirar os olhos das atrocidades que a Rússia está cometendo", destacou.

Biden também negou que os EUA queiram "destruir a Rússia", rebatendo uma declaração de Putin em seu discurso sobre o estado da nação, realizado horas antes. "Os EUA e os países da Europa não querem controlar ou destruir a Rússia. O Ocidente não conspirava para atacar a Rússia, como Putin disse hoje", enfatizou.

Além disso, alertou Moscou sobre eventuais ataques contra membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). "Não duvide: o compromisso dos EUA com a aliança é sólido como uma rocha. Todo membro da Otan sabe disso, e a Rússia sabe disso. Um ataque a um é um ataque a todos. É um juramento sagrado", disse ele.

Da Ansa

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira (21) a suspensão do "New Start", último tratado sobre a redução de arsenais nucleares ainda em vigor com os Estados Unidos.

Esse acordo foi assinado em abril de 2010, pelos então presidentes Dmitri Medvedev e Barack Obama, e foi prorrogado pela última vez em fevereiro de 2021, limitando a 1,55 mil o número de ogivas nucleares de cada país.

##RECOMENDA##

O tratado também previa inspeções diretas e troca de informações entre as duas potências, mas Putin afirmou que não pode permitir que técnicos americanos visitem as instalações nucleares russas enquanto os EUA tentam "impor uma derrota estratégica" a Moscou na Ucrânia.

"Vamos suspender o tratado, mas não nos retiramos", declarou o presidente em seu discurso sobre o estado da nação. Putin também pediu que o Ministério da Defesa fique de prontidão para eventuais testes de armas nucleares, porém prometeu não usá-las primeiro.

"Mas se os Estados Unidos o fizerem, precisamos estar prontos", acrescentou. Ao longo de 1h45 - um de seus discursos mais longos ao Parlamento -, o chefe de Estado garantiu que a Rússia atingirá seus objetivos na Ucrânia, voltou a acusar o presidente Volodymyr Zelensky de encabeçar um regime "neonazista" e denunciou que Kiev queria se armar com bombas nucleares.

"Não tínhamos dúvidas de que eles tinham operações prontas para o Donbass em fevereiro [de 2022]. Eles fizeram a guerra começar, nós apenas usamos a força para frear a guerra", justificou Putin.

O presidente ainda afirmou que a Rússia queria uma "solução pacífica", mas foi "enganada" pelo Ocidente. "O objetivo do Ocidente é levar a Rússia a uma derrota estratégica, querem nos eliminar para sempre. Não percebem que a própria existência da Rússia está em jogo", salientou.

Putin também disse que é "impossível" derrotar o país no campo de batalha e que Moscou "não está em guerra contra o povo da Ucrânia".

Em reação ao discurso, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, declarou que é "absurda" a ideia de que a Rússia esteja sujeita a "qualquer forma de ameaça militar da parte da Ucrânia ou de quem quer que seja".

Já Mikhailo Podolyak, conselheiro de Zelensky, disse que Putin demonstrou "sua irrelevância e sua confusão". "Ele não tem soluções e não as terá", acrescentou. Por sua vez, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou que "ninguém atacou a Rússia". "Eles são os agressores", ressaltou.

Da Ansa

Após o tom considerado mais amistoso da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo aconselhado por ministros a amenizar o tom no confronto com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Os interlocutores alertaram que esse confronto só tem contribuído para aumentar o chamado prêmio de risco pedido por quem compra os papéis do Tesouro e financia o governo, impactando a curva de juros (quando o mercado precifica uma alta de juros para os contratos futuros) e pressionando o câmbio. O dólar mais alto, por sua vez, realimenta a inflação e pode retardar a queda de juros.

##RECOMENDA##

Só ontem, a taxa nos contratos DI com vencimento em janeiro de 2029 chegou a bater na máxima de 13,41% (ante 13,24% no dia anterior). Já o dólar fechou pelo terceiro dia consecutivo em alta, a R$ 5,19. Só em fevereiro, a moeda acumula alta de 2,42%.

Um desses interlocutores do presidente diz que o caminho é diminuir a tensão para evitar que os dois lados - Lula e BC - fiquem sem saída mais adiante. Ele reconheceu, porém, que Lula pode não atender aos conselhos se houver um aumento do conflito. Em seus dois mandatos anteriores, Lula terceirizava os ataques, ora por meio do então vice-presidente José Alencar, ora por meio de Guido Mantega, que comandava a Fazenda. Agora, Lula vem, ele mesmo, tomando a iniciativa.

Duas "senhas" foram consideradas centrais para tentar esfriar a crise nesse primeiro momento. A primeira foi o teor da ata do Copom. Divulgada no início da manhã, ela mostra que parte dos integrantes do Copom enxerga potencial de sucesso no pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo no mês passado.

A outra foi a declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que a ata foi mais "amigável" do que o comunicado divulgado após a reunião do Copom na semana passada - que manteve a taxa Selic em 13,75%. O que mais irritou o governo na primeira mensagem foi a posição do BC de que poderia manter o atual nível da Selic por um período maior de tempo.

Em encontro com integrantes da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e Indústria, Geraldo Alckmin, negou animosidade contra Campos Neto, segundo relato do presidente da frente, Marco Bertaiolli (PSD-SP). O deputado disse que Alckmin comparou a situação a uma "divergência de entendimento" e que não há críticas a Campos Neto na figura de pessoa física.

Na tarde de ontem, o Planalto divulgou gravação de entrevista feita em café da manhã com veículos alinhados ao governo - antes da divulgação da ata - em que Lula voltou a fazer ataques a Campos Neto e disse que ele devia "explicações" sobre os juros.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A tensão segue aumentando entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos, que tiveram trocas de acusações particularmente duras nesta quinta-feira (13) sobre a produção de petróleo e, em termos mais gerais, sobre a atitude de Riade em relação a Moscou.

Em uma declaração incomum, os sauditas responderam às críticas dos Estados Unidos, que os acusaram de reduzir a produção de petróleo para "se alinharem" aos interesses do presidente russo, Vladimir Putin.

"A Arábia Saudita viu as declarações [...] que descreveram a decisão como uma tomada de posição do reino em conflitos internacionais e como politicamente motivada contra os Estados Unidos", reagiu, em nota, o Ministério de Relações Exteriores da Arábia Saudita.

Riade manifestou "repúdio total" às acusações americanas e garantiu que as decisões do cartel de exportadores de petróleo e de seus aliados "basearam-se puramente em considerações econômicas".

A Opep+, que reúne os 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), liderados pela Arábia Saudita, e outros dez parceiros produtores liderados pela Rússia, decidiram reduzir suas cotas de produção na semana passada para manter os preços do combustível em patamares elevados.

- 'Direção errada' -

O presidente americano, Joe Biden, advertiu para as "consequências" resultantes desta decisão, que poderia favorecer a Rússia ao manter ou impulsionar os preços. Moscou precisa das receitas do petróleo para financiar sua guerra na Ucrânia.

Riade, por sua vez, disse que os Estados Unidos "sugeriram" adiar por um mês a decisão da Opep+, que também poderia elevar o preço da gasolina e, por fim, incomodar os eleitores americanos.

Em resumo, a Arábia Saudita está dizendo que a Casa Branca lhe pediu que esperasse até a conclusão das eleições legislativas de meio de mandato nos EUA, que acontecem em 8 de novembro e são decisivas para determinar o controle do Congresso e, consequentemente, o restante do mandato de Biden.

A resposta de Washington à declaração da Arábia Saudita foi rápida e especialmente forte.

"A chancelaria saudita pode tentar tergiversar ou desviar [a atenção], mas os fatos são simples", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

"Nas últimas semanas, os sauditas deixaram claro para nós, em particular e em público, que tinham a intenção de reduzir a produção de petróleo, sabendo que isso aumentaria as receitas da Rússia e atenuaria o impacto das sanções [contra Moscou pela guerra]. Esta é a direção errada", afirmou.

E frisou: "[Os sauditas] poderiam facilmente ter esperado a próxima reunião da Opep para ver como as coisas evoluiriam".

Perguntado sobre a postura de Riade, Biden declarou hoje a jornalistas em Los Angeles: "Vamos conversar com eles".

- 'Forçados a apoiar' -

"Outros países da Opep nos disseram, em particular, que também se opunham à decisão saudita, mas que se sentiram forçados a apoiar" a estratégia de Riade, acusou Kirby, ao acrescentar que Washington "continuará monitorando qualquer sinal sobre a posição [de Riade] em resposta à agressão russa" contra a Ucrânia.

Biden prometeu recentemente que "vai reavaliar" a longa relação estratégica entre os dois países, que se baseia em um princípio simples: a Arábia Saudita alimenta o mercado de petróleo e, em troca, os Estados Unidos garantem sua segurança, particularmente através de vendas maciças de armamentos.

O presidente americano visitou a Arábia Saudita em julho para reafirmar esse princípio, e a Casa Branca, portanto, viu a decisão da Opep+ como uma afronta diplomática.

Essa visita e o cumprimento de "soquinho" com o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman vêm se mostrando como uma aposta política cada vez mais desastrosa para o presidente democrata de 79 anos, que, durante sua campanha eleitoral, prometeu reduzir a Arábia Saudita à categoria de "pária" após o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.

Nesse sentido, muitos legisladores democratas reivindicam o congelamento das vendas maciças de armas para a Arábia Saudita. A Casa Branca, contudo, não detalhou até o momento quais seriam as "consequências" mencionadas por Biden.

Existem muitas comédias que foram transmitidas pela Rede Globo por anos que fizeram grande sucesso, o que é o caso de Sai de Baixo e até mesmo A Grande Família. Durante uma entrevista para o PodPah, Lúcio Mauro Filho que viveu o Tuco nas 14 temporadas da série, revelou que começou a se cansar de ficar preso ao personagem e foi até o primeiro a mencionar a possibilidade da trama chegar ao fim.

"Fazíamos sempre uma reunião anual no início do ano. Eu nunca falava nada, mas, na reunião de dez anos, falei: estamos pensando em terminar alguma hora? Fiz a pergunta proibida. Ficou um clima! Aí o [Marco] Nanini virou e disse: acho que ainda tem lenha para queimar. Fiquei muito sem graça", disse.

##RECOMENDA##

Mas mesmo assim, o ator acabou ganhando apoio de Marieta Severo que vivia a Dona Nenê na comédia.

"Saindo dali [reunião], liguei para a Marieta e perguntei: falei alguma coisa errada? Ela falou: meu filho, você tocou no assunto proibido! [Mas] acho que concordo com você", contou.

Em uma outra oportunidade, os dois conversaram ainda mais e até que a atriz voltou a falar sobre o assunto em uma nova reunião.

"Durante o ano, fomos conversando eu e ela e, no ano seguinte, eu toquei de novo no assunto. Aí a Marieta falou assim:' gente, se o Lucinho, que está fazendo 40, está um pouco agoniado com o que vai fazer depois disso aqui, eu, que estou fazendo 70, fiquei pensando e, realmente, quero fazer outras coisas. Não quero virar vovó pra sempre'", detalhou.

E apenas dois anos se passaram até que o programa de fato chegasse ao fim após 13 anos de exibição. Lúcio Mauro Filho deixou bem claro durante a entrevista que mesmo após a situação complicada dos último anos e todo aquele climão entre eles, a sensação no fim foi que A Grande Família foi de dever cumprido.

"Nós escrevemos um belo capítulo da história da TV Brasileira e a prova disso é eu chegar, abrir essa porta [do estúdio] e vocês falarem: Tuquinho! Um carinho eterno [dos fãs]. Nós lutamos pela qualidade daquele programa do primeiro ao último dia. A gente sempre lutou muito, nada era de graça, tudo que ofendesse a gente cortava. Depois da redação final, a gente ainda contava com o bom senso do grupo", avaliou.

O novo rei britânico, Charles III, deu continuidade nesta terça-feira (13) a sua viagem pelas quatro nações que compõem o Reino Unido, visitando a Irlanda do Norte onde enfrenta o desafio de estabelecer uma complicada reconciliação e evitar a ameaça secessionista.

O governo da Escócia, que o monarca visitou na segunda-feira, pretende convocar um novo referendo de independência, mas a resistência armada à Coroa terminou há séculos.

##RECOMENDA##

Em contraste, na Irlanda do Norte a paz remonta apenas a 1998 e continua frágil.

Os unionistas norte-irlandeses professam uma devoção reverente à falecida rainha Elizabeth II, a base de seu profundo apego à coroa britânica. Um pertencimento que desde o Brexit sentem que está mais ameaçado do que nunca.

Marina Reid, de 54 anos, moradora de Shankill Road, um bairro unionista em Belfast, aponta os relatos que provocaram raiva em sua comunidade sobre um grupo de republicanos que comemorou a morte de Elizabeth II com fogos de artifício e músicas na quinta-feira aos 96 anos.

"Isso diz tudo sobre o respeito que recebemos nestes tempos de luto", comentou à AFP.

Tais informações, que estão sendo investigadas pela polícia da Irlanda do Norte, não representam, porém, a resposta geral da comunidade republicana.

- "Corajosa" -

"Reconheço que ela foi uma líder corajosa", disse a vice-presidente do Sinn Fein, Michelle O'Neill, que deve se tornar a nova primeira-ministra da região, sobre a falecida rainha.

E elogiou "a importante contribuição que a rainha Elizabeth deu para alcançar a paz e a reconciliação entre as diferentes tradições da nossa ilha e entre a Irlanda e o Reino Unido durante os anos do processo de paz".

Unionistas protestantes e republicanos católicos se enfrentaram por três décadas em um conflito violento que deixou cerca de 3.500 mortos e envolveu grupos armados de ambos os lados, bem como o exército britânico.

Após o Acordo de Paz da Sexta-feira Santa de 1998, o Sinn Fein, o antigo braço político do Exército Republicano Irlandês (IRA), ganhou legitimidade política e nas últimas eleições regionais conquistou a maioria no parlamento regional autônomo pela primeira vez na história.

O acordo de paz exige que unionistas e republicanos compartilhem o poder, de modo que o vice-primeiro-ministro deve pertencer ao Partido Unionista Democrático (DUP).

No entanto, irritado com as disposições especiais negociadas entre Londres e Bruxelas sob o Brexit, que impõem controles alfandegários entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido, o DUP vem bloqueando a formação de um governo há meses.

Charles III reuniu-se com os líderes políticos da região no Castelo de Hillsborough, no sul de Belfast.

Ele recebeu respeitosas condolências de unionistas e republicanos.

Mas, com a ascensão ao trono, estes veem um pouco mais perto o sonho de deixar o Reino Unido para se reunificar com a vizinha República da Irlanda.

O rei também assistiu a um serviço religioso, destinado a protestantes e católicos, bem como a outras denominações, em que também participaram o presidente, o primeiro-ministro e o chanceler da República da Irlanda.

Pela primeira vez em seus 101 anos de história, a população de uma região que foi historicamente um reduto protestante está se movendo em direção a uma maioria católica, como o próximo censo deve mostrar.

O Sinn Fein se recusa a reconhecer a autoridade da monarquia britânica na Irlanda do Norte e O'Neill esteve ausente do ato de proclamação do novo rei em Hillsborough no domingo.

Por sua vez, "os unionistas se sentem desestabilizados em termos de identidade, em relação ao seu lugar no Reino Unido após o Brexit", comentou à AFP Dierdre Heenan, cientista político da Universidade de Ulster.

Taiwan e China trocaram críticas por uma série de voos de drones sobre as Ilhas Kinmen taiwanesas, alguns deles para monitorar postos militares.

Fotos e vídeos de drones voando neste arquipélago, localizado a poucos quilômetros da cidade chinesa de Xiamen, circulam nas redes sociais chinesas e taiwanesas.

Um dos vídeos mostra soldados taiwaneses jogando pedras em um dos drones na tentativa de afastá-lo.

Quando perguntado sobre os vídeos na segunda-feira, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse que não era um "caso digno de alarido" porque os drones "voam pelo território chinês".

Essa resposta desencadeou a fúria de Taiwan, que comparou o assédio dos drones ao comportamento de um "ladrão".

"Aqueles que não são convidados são chamados de ladrões, sejam eles invadindo à força ou espionando do ar, o povo de Taiwan não recebe tais ladrões", disse o ministério das Relações Exteriores de Taiwan em comunicado.

As tensões no Estreito de Taiwan estão em seu nível mais alto em anos após a visita da presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, à ilha no início de agosto.

Por uma semana, a China decidiu, em retaliação, realizar manobras militares em terra e mar não vistas desde meados da década de 1990, incluindo voos de drones sobre as Ilhas Kinmen.

O desenvolvimento de uma carreira nem sempre é linear. Por mais que no passado fosse comum um funcionário seguir por décadas em uma única empresa, nos tempos atuais, com o crescimento de novas áreas de atuação e com as facilidades digitais, se torna cada vez mais interessante para o profissional a busca por novos desafios. Segundo pesquisa da empresa de recrutamento PageGroup quatro em cada dez brasileiros querem mudar de emprego.

Entre as motivações para esse desejo, existem contextos variados. Algumas pessoas se sentem insatisfeitas com o cargo atual, outras não encontram perspectiva de crescimento na empresa ou, como no caso do atual analista de qualidade de software, Vinícius Renovato, o desejo de aprender novas habilidades e seguir uma nova carreira se torna o grande encorajador para essa tomada de decisão.

##RECOMENDA##

“Eu trabalhava na área hospitalar, porém com foco em eletrônica e gases medicinais. Porém, apesar de gostar do emprego e ajudar a salvar vidas de forma indireta, eu nunca senti paixão por aquilo, então fui atrás de algo que me desse esse prazer em trabalhar. Assim, eu cheguei até o setor de TI, por meio de um amigo que falou sobre a área de Qualidade de Software, e aquilo despertou o meu interesse, pois sempre gostei de tecnologia e já havia estudado um pouco de programação no curso de Automação Industrial”, conta Vinícius.

Para mudar de carreira, Vinícius conta que precisou antes se dedicar aos estudos em tecnologia por dois anos. O profissional ingressou na graduação de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, além de buscar cursos adicionais, como linguagem de programação e bancos de dados, para atingir um mínimo de maturidade nas habilidades importantes para sua área. Só após adquirir esse repertório, ele começou a enviar currículos para outras empresas.

“Levei cerca de seis meses para me convencer que deixaria de lado uma carreira legal que estava construindo no hospital. Decidi mudar de área apenas apostando no futuro, pois sabia e sei até hoje que a área de tecnologia está apenas engatinhando e que muitas oportunidades sempre se abrirão para quem se dedicar e estudar”, garante.

Em relação à empresa atual, Vinícius conta que não teve muitas complicações em comunicar aos seus superiores sobre a proposta de trabalho. Pelo contrário, recebeu bastante incentivo. “Foi extremamente tranquilo. Comuniquei apenas após tomar a decisão que faria a migração de área. Meu superior foi tão bacana comigo que até começou a me passar algumas atribuições ligadas a área de TI dentro da Engenharia Clínica, aos poucos fui me sentindo 'o cara do TI'".

A respeito da melhor forma de comunicar essa mudança a empresa, o Vinícius destaca a importância de manter a honestidade. “É preciso ser honesto e claro. O funcionário não deve buscar alternativas ou fazer corpo mole para ser desligado. Agir com honestidade, educação e simpatia até o último dia na atual empresa é fundamental para uma carreira de sucesso no seu próximo desafio. Termine o seu último dia na atual empresa tão bem quanto irá começar o primeiro na nova", aconselha.

Anunciar uma outra proposta não precisa ser um problema

Em entrevista ao LeiaJá, a analista de recursos humanos da UNINASSAU, Camila Rocha afirma que antes de comunicar essa nova proposta na empresa atual, é necessário que o profissional se certifique de que está seguro do que realmente será o melhor para sua carreira.

“É fundamental que o profissional não foque apenas em remuneração, benefícios e cargos. Primeiramente, é preciso ter clareza dos seus objetivos de carreira, suas ambições profissionais, seus pontos fortes e fracos, qual sua perspectiva para o futuro, valores e propósito. Assim, então, ele poderá avaliar se a nova empresa irá compactuar com suas pretensões e se realmente encontrará espaço para crescer neste novo emprego”, explica Camila.

Após decidir essa mudança, Camila conta algumas dicas para se expressar da melhor forma. “O diálogo deve ser transparente e objetivo. Ao chamar os gestores para conversar, o profissional deve pontuar os aspectos positivos da sua trajetória na empresa, agradecer pelas oportunidades, confiança e desafios, assim como destacar as lacunas que te levaram a considerar uma nova proposta. Também deve se colocar à disposição para manter os laços construídos independente do desligamento”, explica.

O LeiaJá também conversou com o consultor de recursos humanos, Jessé Barbosa, que orienta o funcionário em transição. “É preciso ser assertivo e comunicar o motivo da mudança sem gerar pessoalidade. Na hora de falar, é importante demonstrar que analisou o mercado e compreendeu que era o momento de uma transição na carreira, porém, que o emprego atual foi uma grande oportunidade de aprendizado em que ambas as partes puderam crescer juntas", salienta.

Jessé ainda ressalta que é interessante para o profissional se dispor a entrar em acordo com a empresa sobre um período de adaptação até o desligamento. “Ao topar um novo desafio em outra empresa, o funcionário pode verificar a possibilidade de ter um tempo antes da demissão, para que não deixe seu atual empregador na mão. O acordo e o diálogo aqui são o pontos mais importantes para que não haja conflitos de interesses e o profissional saia com uma boa imagem da empresa”, conclui.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira (8) a proibição da compra de petróleo e gás da Rússia por conta da invasão na Ucrânia, confirmando as especulações divulgadas pela imprensa norte-americana.

"Essa é uma decisão bipartidária e nós não vamos mais subsidiar o governo de [Vladimir] Putin", disse Biden em pronunciamento afirmando que a decisão foi tomada em "estreita consulta" com os países aliados.

##RECOMENDA##

No entanto, o presidente reconheceu que algumas nações europeias "não podem tomar a mesma decisão" no momento e que continua a apoiar que todos façam as melhores escolhas para punir a Rússia.

"Os Estados Unidos sozinhos conseguem produzir mais petróleo do que todos os europeus juntos", acrescentou, reafirmando que a união dos governos internacionais continua a existir mesmo com a impossibilidade de aplicação das mesmas regras.

Além disso, Biden confirmou que os EUA vão liberar 60 milhões de barris de petróleo que estão em estoque para "garantir que o fornecimento de energia global continue" e que metade desse montante vai ficar para o país conseguir manter preços.

“Putin já está afetando a vida dos norte-americanos com o preço dos combustíveis", pontuou ainda, dizendo que o governo vai fazer de tudo para ajudar a conter os valores e negando a história de que Washington está freando a produção nacional de petróleo para focar em outras matrizes energéticas mais sustentáveis.

"Os Estados Unidos produziram mais petróleo no meu primeiro ano do que no primeiro ano do meu antecessor e 90% do petróleo produzido aqui não é de propriedade do governo. [...] Mas, eu não vou voltar atrás nas medidas de energia mais limpa. Vamos usar o dinheiro do contribuinte substituindo o que ele usa, por exemplo, nos carros elétricos. Daqui a algum tempo, ninguém mais vai se preocupar com o preço da gasolina", disse ainda.

Boa parte do discurso de Biden foi usada para relembrar as sanções já aplicadas por norte-americanos e europeus contra o governo de Putin, classificadas por Biden como "o maior pacote de sanções da história" contra um único país.

O democrata lembrou do derretimento do valor do rublo, "que hoje vale menos que um centavo de dólar"; das punições contra oligarcas que tiveram "barcos, iates e apartamentos de centenas de milhões de dólares apreendidos, como vocês viram em matérias da TV"; e das empresas que optaram por deixar a Rússia desde que o conflito começou "sem que nem precisássemos pedir por isso".

"A Ucrânia não vai ser uma vitória para Putin. Ele pode conseguir tomar uma cidade, mas nunca vai tomar um país. Faço um apelo ainda para que o Congresso aprove rapidamente o nosso pacote bilionário para ajudar o povo ucraniano. Preciso elogiar mais uma vez a bravura do povo ucraniano defendendo sua liberdade", afirmou ainda ressaltando que a "Ucrânia vem inspirando o mundo com sua coragem e com sua bravura pra defender a liberdade nessa guerra de Putin".

Lamentando as mortes de civis e os ataques contra escolas, hospitais e apartamentos residenciais, Biden pontuou que "estão morrendo russos também", mas "Putin parece determinado de seguir no caminho da morte".

Reações e ações anteriores - Já com as especulações de que os EUA tomariam essa medida, o preço do barril de petróleo brent disparou e estava na faixa dos US$ 130 antes do pronunciamento, em valor que deve continuar a subir.

A gigante britânica Shell anunciou nesta terça-feira que também planeja se retirar da Rússia "gradualmente". A União Europeia também devem anunciar medidas mais duras nesse sentido.

Já o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, quase ao mesmo tempo do discurso de Biden, anunciou que o governo vai se empenhar em "reduzir para zero" o fornecimento de gás e petróleo russos até o fim de 2022.

Diferentemente de outros países continentais da Europa, a ilha britânica importa pouco combustível fóssil russo porque consegue suprir quase toda a sua necessidade com petróleo e gás local.

Por outro lado, a Rússia, maior produtora de petróleo no mundo, ameaçou cortar o fornecimento para a Europa via o gasoduto Nord Stream 1 - cerca de 40% do petróleo consumido pelos europeus vem dos russos e 30% do gás natural. Já o plano do Nord Stream 2, que dobraria a capacidade de fornecimento de gás do país para o Velho Continente, virou pó.

O novo pacote de punições por conta da invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro, atinge uma área especialmente estratégica de Moscou, que depende muito financeiramente dos combustíveis fósseis para manter sua economia forte.

Os pacotes anteriores miraram mais no congelamento de bens e dinheiro do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de seu chanceler, Sergei Lavrov, e de oligarcas e empresas ligadas ao mandatário e ao governo. Além disso, focaram em afetar as negociações dos bancos russos no sistema internacional Swift, e no congelamento dos montantes do Banco Central do país no exterior.

Com isso, diversas grandes empresas multinacionais anunciaram sua saída temporária ou definitiva da Rússia.

As medidas, além de isolarem Moscou de maneira aguda, afetaram duramente a vida dos civis, que saíram correndo para sacar dinheiro dos bancos. O rublo se desvaloriza em patamares recordes - chegando a bater 154 rublos por dólar - e o poder de compra também diminuiu com as principais bandeiras de cartão de crédito encerrando operações no país.

No entanto, essas medidas têm também efeito contrário, derrubando as bolsas de valores pelo mundo e fazendo aumentar ainda mais o preço dos combustíveis de maneira global.

Da Ansa

A terceira rodada de negociações entre representantes russos e ucranianos terminou na tarde desta segunda-feira (7) com "pequenos desenvolvimentos positivos" em relação à melhoria da logística dos corredores humanitários.

A informação foi confirmada pelo conselheiro do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Mykhailo Podolyak, em sua conta no Twitter. "Continuamos com as consultas intensivas sobre o bloco político básico dos regulamentos, juntamente com um cessar-fogo e garantias de segurança", disse ele em um vídeo.

##RECOMENDA##

Segundo o negociador de Moscou, Vladimir Medinsky, citado pela agência Tass, a Rússia espera que "amanhã os corredores humanitários funcionarão".

Uma imagem divulgada pelo governo de Belarus, aliado de Moscou, mostrou mais cedo as delegações dos dois países. Uma quarta rodada de negociações será realizada em breve no território bielorrusso.

"Nossas expectativas não foram atendidas, mas as negociações vão continuar", disse o principal negociador russo, Vladimir Medinsky, citado pela TASS.

Já Leonid Slutksy, outro negociador russo, explicou à Interfax que os representantes do presidente Vladimir Putin não acreditam que serão alcançados "resultados definitivos na próxima rodada de negociações", porque "é um trabalho difícil".

Antes do encontro, um porta-voz russo explicou que as demandas da Rússia são que a Ucrânia não faça parte em nenhum momento da Otan; reconheça a separação da Crimeia; e faça o reconhecimento da independência das repúblicas separatistas de Donbass.

Iniciada em 24 de fevereiro, a ofensiva russa provocou a fuga de mais de 1,5 milhão de pessoas da Ucrânia e a morte de centenas de civis.

Da Ansa

Quase 7.000 cientistas, matemáticos e acadêmicos russos enviaram nesta quinta-feira(3) uma carta aberta ao presidente Vladimir Putin para protestar "energicamente" contra a guerra na Ucrânia.

"Nós, cientistas e jornalistas científicos que trabalham na Rússia, protestamos energicamente contra a invasão militar da Ucrânia lançada pelo exército russo há uma semana", escreveram em uma carta publicada pelo site de notícias trv-science.ru.

Os mais de 6.900 signatários da carta enfrentam multas ou penas de prisão sob a legislação aprovada há alguns anos, que permite que as autoridades russas processem qualquer cidadão que critique o governo.

Esta semana, o parlamento russo iniciou discussões sobre um projeto de lei que deve endurecer as sanções contra aqueles que se opõem à guerra na Ucrânia.

"Os valores humanísticos são a base sobre a qual a ciência é construída. Os muitos anos dedicados a consolidar a reputação da Rússia como um importante centro matemático foram completamente frustrados pela agressão militar sem precedentes realizada por nosso país", lamentam os cientistas.

O Congresso Internacional de Matemáticos, a "conferência de matemática mais prestigiosa do mundo", que aconteceria na Rússia em julho, foi cancelado, denunciam.

Em sua opinião, o objetivo de se tornar uma grande nação científica "não pode ser alcançado quando as vidas de nossos colegas mais próximos - cientistas ucranianos - estão em perigo pelo exército russo".

"Estamos convencidos de que nenhum interesse geopolítico pode justificar as mortes e o banho de sangue. A guerra só levará à perda total do nosso país, pelo qual trabalhamos", acrescentaram.

O presidente francês chegou à conclusão de que "o pior ainda está por vir" no conflito na Ucrânia, após uma conversa telefônica com o presidente russo, que expressou sua determinação em continuar a ofensiva e que poderia "assumir o controle" de todo o país, informou a presidência francesa.

Numa conversa que durou uma hora e meia, o presidente russo, Vladimir Putin, disse ao francês, Emmanuel Macron, que a operação russa se desenvolve "de acordo com os planos" e que poderá "intensificar-se" se os ucranianos não aceitarem as suas condições, informou nesta quinta-feira (3) o gabinete do presidente francês.

"A previsão do presidente (Macron) é que o pior ainda está por vir, por conta do que o presidente Putin lhe disse", explicou um assessor do presidente francês que preferiu permanecer anônimo.

O Palácio do Eliseu, residência da presidência francesa, indicou que a iniciativa para a troca telefônica entre os dois líderes (a terceira desde o início da invasão em 24 de fevereiro) foi de Putin, que quis "informar" Macron "da situação e intenções, no âmbito de um diálogo sincero" entre estes dirigentes.

Macron respondeu às acusações de Putin sobre a Ucrânia afirmando que "ele cometeu um grave erro com o regime ucraniano", que "ele não é nazista". "Você inventa histórias, procura pretextos", teria lhe dito o presidente francês, segundo o Eliseu.

"Esta entrevista permitiu revisitar as divergências, dizer a verdade ao presidente Putin", mas também, "infelizmente", confirmar "a sua determinação em seguir com a operação militar até ao fim".

"Os ucranianos estão lutando com coragem. Nada está garantido, mas a relação de forças é muito desequilibrada", disse o Eliseu, ao apontar o "pessimismo" de Macron ao final da discussão.

O presidente francês reafirmou sua intenção de "apertar as sanções" contra a Rússia, já que é "uma ferramenta muito poderosa, como se viu com a queda do rublo".

O presidente da Rússia, Vladimir Putin afirmou em um encontro com empresários russos, no início da noite desta quinta-feira (24), em Moscou, que "Rússia foi deixada sem opções", ao se referir às operações especiais militares na Ucrânia.

De acordo com Putin, a Rússia estava se preparando para esta situação envolvendo a Ucrânia, analisando os riscos.

##RECOMENDA##

Sobre as sanções econômicas que continuam sendo impostas ao país e ações futuras para o setor empresarial, o presidente destacou que a Rússia faz parte da economia mundial e não vai prejudicar esse sistema.

"Os parceiros econômicos da Rússia não devem expulsar o país do sistema financeiro internacional, mas de certeza, haverá restrições", disse Putin.

Levando-se em conta a atual crise geopolítica, os empresários devem procurar novos instrumentos junto ao governo do país para garantir investimentos e linhas de crédito.

"O que está acontecendo é uma medida forçada. Não nos deixaram chances para agir de outra forma. Criaram tais riscos na esfera de segurança que não era possível reagir com outros meios", disse Putin.

Segundo o chefe da União Russa de Industriais e Empresários (RUIE, na sigla em inglês), Alexander Shokhin, as empresas russas terão de trabalhar em condições difíceis.

"Não apenas o Estado, a economia como um todo, aprendeu a sobreviver à crise, mas também os negócios russos. Desde 2014, aprendi a me adaptar aos fenômenos de crise e, além disso, aprendi a resolver problemas de desenvolvimento", afirmou Shokhin.

Para o líder da RUIE, será necessário implementar uma estratégia de substituição de importações e avaliar quais parceiros estão prontos para continuar a cooperação a depender da oportunidade e sucesso das ações do Kremlin.

Na última segunda-feira (21), após o reconhecimento de Moscou das duas repúblicas do Donbass, EUA, Reino Unido e Austrália impuseram uma "primeira parcela" de fortes sanções contra a economia russa atingindo diretamente bancos de desenvolvimento estatais e transações com a dívida soberana do país, bem como líderes do governo e figuras sociais.

Ainda nesta quinta-feira (24), o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, pediram que a Rússia fosse cortada do sistema de transações bancárias da Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (SWIFT, na sigla em inglês), com sede em Bruxelas. No entanto, o presidente dos EUA, Joe Biden, já rejeitou esses pedidos anteriormente.

Da Sputnik Brasil

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando