Entre idas e vindas diárias no transporte público, é comum esquecer carteira, celular, guarda-chuva, sacola de compras ou até mesmo prótese de perna, dentadura e urna funerária. Sim, alguns desses objetivos considerados menos prováveis também são esquecidos com frequência, segundo informações dos Terminais Rodoviários de São Paulo, Metrô e Aeroportos.
Entre os objetos mais inusitados que o LeiaJá apurou com as empresas para esta reportagem estão prótese de olho, dentadura, cadeira de rodas, carrinho de bebê, cocar indígena, disco de vinil, instrumento musical, estatuetas, penico, aparelho ortopédico, vestido de noiva, máquina de escrever e até uma urna funerária com os restos mortais de um homem que participou da Revolução de 32, que foi devolvida aos familiares em julho de 2002.
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Todos esses objetos são cadastrado no sistema de achados e perdidos de cada uma das empresas e ficam à disposição dos usuários por até 60 dias. Após esse período, os objetos são doados para instituições filantrópicas e os documentos encaminhados para o local de emissão.
"Esses bens são tratados com muito cuidado e respeito, independente da importância, do tamanho ou do fim. Tratamos com a mesma importância tanto um anel de criança como uma prótese. Não é nosso, mas está sob nossa guarda", afirma o Coordenador de Atendimento e Serviço ao Passageiro do Metrô de São Paulo, Marcos Borges.
Em 2018, a Central de Achados e Perdidos do Metrô (CAP) registrou um recorde de 91.367 itens cadastrados pelos funcionários, sendo a maioria (62%) documentos perdidos pelos usuários e 38% objetos dos mais variados possíveis.
Para devolver os objetos, os responsáveis pelo setor verificam se as características descritas batem como da maneira que foi encontrado e só depois é devolvido ao dono.
Borges afirma que os usuários devem procurar pelos objetos perdidos. "Muitas vezes as pessoas que perdem algo não vão procurar por não acreditar no próximo, o que é uma bobagem. Nós somos testemunhas de que as pessoas são boas e a rede de solidariedade funciona, pois as pessoas encontram e entregam. Aquela história de que achado não é roubado, isso não existe mais, pois o que é achado é devolvido. As pessoas precisam ir atrás daquilo que perderam para que possamos devolver."
