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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou a chanceler alemã, Angela Merkel, de "estúpida" durante conversas particulares, informou uma investigação realizada pelo jornalista Carl Bernstein da "CNN". O repórter ouviu por quatro meses fontes ligadas ao governo do republicano e autoridades dos serviços de Inteligência para entender a relação de Trump com líderes internacionais e descobriu diversos comportamentos inadequados do mandatário.

Segundo Bernstein, Merkel e a então premier britânica Theresa May eram as duas líderes mais vítimas das tentativas de intimidação de Trump. Para a alemã, inclusive, o presidente chegou a dizer que ela "estava nas mãos dos russos". A informação sobre o quanto as conversas eram "não usuais" para dois chefes políticos foi confirmada por membros do governo de Berlim, que se comprometiam a manter as conversas em segredo.

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Já May foi alvo de diversas posturas intimidatórias, especialmente durante o período mais crítico do "Brexit" - a saída do Reino Unido da União Europeia. "Ele se agitava com alguma coisa com Theresa, depois era desagradável com ela por telefone. Claramente, ele a intimidou e pretendia isso", disse uma das fontes ressaltando que, entre os insultos Trump a chamava de "fraca, cretina e medrosa".

Outro líder internacional que irritava o republicano era o presidente da França, Emmanuel Macron, pela constante tentativa do chefe do Eliseu de mudar as ideias de Trump sobre as mudanças climáticas e o acordo nuclear com o Irã - o republicano tirou os EUA de ambos os acordos.

Segundo Bernstein, Trump tentava submeter o líder francês a "palestras longas e egocêntricas" por telefone e se sentia "frustrado" porque Macron o ignorava em questões como o aumento de gastos financeiros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Merkel nunca disfarçou ter uma boa relação com Trump. Por diversas vezes, ela foi a voz que se opôs ao norte-americano em reuniões internacionais do G7 e do G20 e sempre manteve um relacionamento diplomático apenas com o chefe da Casa Branca - o oposto do que era visto com o antecessor Barack Obama.

Durante o governo de Theresa May, no entanto, as trocas de farpas eram públicas. Em uma postagem no Twitter, Trump chegou a chamar de "desastre" a gestão dela durante o Brexit. A recíproca veio através de um dos embaixadores britânicos nos EUA, Kim Darroch, que à época afirmou que o presidente e sua administração "eram ineptos e excepcionalmente disfuncionais".

Da Ansa

Após ter renunciado ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May resolveu tirar alguns dias de férias na Itália. A ex-premier foi fotografada pelo tabloide The Sun passeando com o marido, Philip, em Desenzano del Garda e Sirmione, cidades situadas na margem do Lago de Garda, no norte do país.

Segundo a imprensa britânica, May deve ficar uma semana na Itália e é esperada em 8 de agosto em Amiens, na França, para um evento comemorativo da Primeira Guerra Mundial.

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A ex-primeira-ministra britânica é presença frequente no Lago de Garda no verão europeu, assim como a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, é visitante assídua da ilha de Ischia, nos arredores de Nápoles.

May renunciou ao cargo por não ter conseguido convencer o Parlamento a aprovar o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia. Ela foi substituída no cargo pelo ex-prefeito de Londres Boris Johnson.

Da Ansa

O presidente Jair Bolsonaro parabenizou nesta terça-feira (23), em sua conta no Twitter, a eleição do ex-ministro do Exterior britânico, Boris Johnson, como sucessor da premiê Theresa May na liderança do Partido Conservador. Por consequência, Johnson será o novo chefe de governo do país.

“Parabéns @BorisJohnson, novo Primeiro-Ministro do Reino Unido, eleito com o compromisso louvável de respeitar os desígnios do povo britânico. Conte com o Brasil na busca por livre comércio, na promoção da prosperidade para nossos povos, e na defesa da liberdade e da democracia”, escreveu Bolsonaro.

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Johnson superou o atual ministro do Exterior, Jeremy Hunt, ao final de uma votação realizada nas últimas quatro semanas, entre 160 mil afiliados da legenda. Durante a campanha, Johnson prometeu obter sucesso nos pontos em que May falhou e levar o Reino Unido para fora da União Europeia (UE) em 31 de outubro, com ou sem acordo.

Vários ministros conservadores do gabinete de May anunciaram preferir a renúncia a colaborar com um governo que vise um chamado Brexit duro, resultado que, segundo economistas, pode levar ao colapso o comércio do Reino Unido e mergulhá-lo numa recessão.

Entre eles, o ministro da Economia, Philip Hammond, e o chefe da pasta da Justiça, David Gauke.

May renunciou em 7 de junho deste ano depois que o parlamento britânico rejeitou repetidamente o acordo de retirada da União Europeia que ela acertou com o bloco europeu.

Johnson insiste que conseguirá levar a UE à renegociação do pacto do Brexit – algo que o bloco insiste que não fará –, caso contrário, ele diz estar disposto a retirar os britânicos da UE "aconteça o que acontecer".

O novo primeiro-ministro presidirá uma Câmara dos Comuns na qual a maioria dos membros se opõe a deixar a UE sem um acordo e onde o Partido Conservador não possui uma maioria absoluta.

Boris Johnson jogou a carta do otimismo e Jeremy Hunt, a da honestidade, no único debate cara a cara previsto entre os dois candidatos ao cargo do primeiro-ministro britânico, que esteve dominado pelo Brexit.

Hunt, ministro das Relações Exteriores, e o ex-prefeito e também ex-chefe do Foreing Office Boris Johnson participam de uma corrida cujo vencedor será conhecido em 23 de julho, depois que os 160 mil militantes do Partido Conservador britânico tiverem eleito nas primárias quem será o futuro primeiro-ministro do Reino Unido.

"Quero saber até que ponto são sólidos os seus compromissos - se não nos tirar da União Europeia em 31 de outubro, você vai se demitir?", disparou Jeremy Hunt a Boris Johnson, que é o favorito, na emissora ITV.

Desde o começo de sua campanha, Johnson reiterou que o Reino Unido sairá da União Europeia em 31 de outubro, com um acordo renegociado do Brexit ou sem ele. A data do divórcio com a UE foi adiada de 29 de março para 31 de outubro, depois que o acordo alcançado por May em novembro foi rechaçado três vezes pelo Parlamento britânico.

Embora inicialmente tenha evitado responder, Johnson, que assegurou que o Reino Unido deixaria o bloco continental em outubro, por fim acabou declarando: "não quero gerar expectativas na UE de que poderiam incentivar minha demissão caso se recusem a fechar um acordo".

"Boris em Downing Street, então isso é a única que coisa qur importa", respondeu Hunt.

Os dois candidatos querem voltar a negociar com a UE o acordo de Theresa May, algo que o bloco descarta.

Durante o debate, Hunt quis destacar seus dotes de negociador como ex-empresário de sucesso, enquanto Johnson enalteceu sua determinação ante Bruxelas para não ceder em nada.

"Não acho que terminemos com uma saída sem acordo", disse Johnson, embora tenha relativizado que os custos de um "no deal" seriam "muito pouco perceptíveis [...] se estivermos preparados".

O Reino Unido "precisa de um pouco de otimismo, francamente", afirmou. "Já demonstramos derrotismo demais", ao que Jeremy Hunt respondeu, acusando-o de ter como único problema um "otimismo cego".

"Se quisermos fazer com que o Brexit seja um êxito, não se trata de mostrar um otimismo cego, mas compreender os detalhes que nos permitam obter o acordo mais bem adaptado ao nosso país", defendeu Hunt, destacando que tinha um plano de dez pontos em caso de uma saída sem acordo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a primeira-ministra britânica, Theresa May, conversaram sobre o Irã por telefone na sexta-feira (5), depois da interceptação de um petroleiro iraniano suspeito de levar cru para a Síria, violando sanções europeias.

Trump e May "falaram da cooperação entre Estados Unidos e Reino Unido para promover seus interesses comuns em termos de segurança nacional, incluindo os esforços para fazer as sanções contra a Síria serem cumpridas, para garantir que o Irã não obtenha arma nuclear e para conseguir a desnuclearização final e totalmente verificada da Coreia do Norte", anunciou a Casa Branca neste sábado.

"Também discutiram o estado das negociações comerciais entre Estados Unidos e China", acrescentou em um comunicado.

O Irã não informou a procedência do petróleo transportado, nem o destino do navio "Grace 1", interceptado na quinta-feira no território britânico de Gibraltar, no extremo sul da península ibérica. A medida teria sido adotada a pedido dos Estados Unidos, segundo o governo espanhol.

A detenção do petroleiro é uma "excelente notícia", comentou na quinta o conselheiro de segurança nacional dos EUA, John Bolton, sem confirmar se o pedido foi feito por Washington.

O navio foi detido alguns dias depois do anúncio de que Teerã havia superado o limite de urânio enriquecido estabelecido pelo acordo internacional sobre seu programa nuclear firmado em 2015. Os EUA deixaram o acordo no ano passado.

O Partido Conservador britânico anunciará em 23 de julho o nome de seu novo líder e, portanto, novo primeiro-ministro, após a renúncia de Theresa May por sua incapacidade de cumprir com o Brexit, informou a formação nesta terça-feira (25).

"O anúncio do próximo líder do Partido Conservador será feito na terça-feira, 23 de julho", afirma um comunicado.

O ex-chanceler Boris Johnson é o grande favorito nesta disputa em que enfrenta o atual ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt.

Theresa May deixa nesta sexta-feira a liderança do Partido Conservador britânico e, embora vá continuar como primeira-ministra até a designação de um sucessor, em julho, abandona a coordenação do Brexit, processo que se tornou um pesadelo, após outra noite eleitoral desastrosa para a sua formação.

Após o referendo de 2016 em que 52% dos britânicos votaram a favor do Brexit, o Reino Unido deveria ter abandonado a União Europeia (UE) no dia 29 de março.

Mas a incapacidade de May para obter a aprovação do Parlamento britânico ao acordo que ela negociou arduamente durante dois anos com Bruxelas a obrigou a solicitar dois adiamentos, o segundo deles até 31 de outubro.

Cada vez mais pressionada pelos eurocéticos dentro de seu partido, que consideram que a premier fez concessões inaceitáveis à UE, May anunciou há duas semanas que renunciaria como líder dos Tories em 7 de junho, após a visita de Estado ao Reino Unido do presidente americano Donald Trump.

A renúncia não tem nenhum ato oficial programado, mas será o tiro de largada oficial no Partido Conservado para designar seu sucessor, um processo que deve seguir até o fim de julho.

Nas próximas semanas, May permanecerá à frente do governo, mas não vai administrar mais a questão do Brexit, que provocou a erosão de seu poder em três anos.

"Ouvi a primeira-ministra falar apaixonadamente sobre alguns temas de política interna que a preocupam. Ela continuará concentrada em trabalhar pelo povo britânico, mas em relação com o Brexit disse que já não corresponde a ele levar o processo adiante, e sim ao sucessor", afirmou o porta-voz de May.

A saída de Theresa May, no entanto, não acaba com os obstáculos para um Brexit que até agora se revelou impossível: a UE se recusa a renegociar o acordo e o Parlamento britânico já expressou sua oposição ao texto, assim como a um Brexit sem acordo.

Para os analistas o único modo de superar o bloqueio em um Parlamento no qual o Partido Conservador não tem maioria absoluta é convocar eleições gerais, mas os Tories não querem nem ouvir falar desta possibilidade após três desastrosos resultados eleitorais em um mês.

- Peterborough, uma triste guinda -

O revés mais recente aconteceu na madrugada desta sexta-feira, com o resultado de uma votação em Peterborough, cidade inglesa que compareceu às urnas para substituir uma deputada trabalhista destituída por mentir à justiça após uma infração de trânsito.

Em uma localidade onde tradicionalmente conservadores e trabalhistas se alternam no poder, os últimos conseguiram manter a cadeira no Parlamento, mas com uma vantagem muito pequena para o eurofóbico Partido do Brexit, fundado há alguns meses pelo populista Nigel Farage, que aspira acabar com o sistema bipartidário e deslocou os Tories para uma inquietante posição.

O analista de pesquisas John Curtice afirmou à BBC que o resultado é a prova de que o país entrou em um "mundo político diferente". E que o Partido do Brexit é uma "força significativamente perturbadora" em qualquer disputa eleitoral após sua grande vitória nas eleições europeias.

"Somos um partido que tem oito semanas de vida e avançamos com força. Acredito que o que começará a acontecer é que os conservadores que desejam sair (da UE) vão votar taticamente no Partido do Brexit, afirmou Farage.

Castigados por sua incapacidade de concretizar o Brexit, os conservadores já perderam 1.330 vereadores e 50 governos municipais nas eleições locais de maio. Poucas semanas depois, o partido ficou em uma humilhante quinta posição, com apenas 9% dos votos, nas eleições europeias.

O novo revés acrescenta ainda mais melancolia à saída de May, que deixa de um partido dividido sobre a complexa questão do Brexit, a decisão política mais importante na história recente do país.

Atualmente 11 conservadores aspiram suceder May na liderança do partido, do governo e da negociação do Brexit. Muitos consideram o ex-ministro das Relações Exteriores Boris Johnson o favorito.

Entre os candidatos existem todas as estratégias possíveis a respeito de um Brexit sem acordo: dois são completamente favoráveis, três firmemente contrários - um deles defende inclusive um segundo referendo - e os outros seis o contemplam com diferentes níveis de aceitação ou reticências.

Os candidatos ao cargo de premier do Reino Unido entram neste sábado na corrida pela vaga dispostos a lidar com a complicada questão do Brexit, depois que Theresa May anunciou sua demissão.

Matt Hancock, ministro da Saúde, anunciou nesta manhã sua candidatura. "Precisamos de um líder para o futuro, não apenas para agora", publicou no Twitter.

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"Implementarei o Brexit. Depois, avançaremos para o futuro radiante que devemos construir para o Reino Unido", afirmou, acompanhando suas declarações da hashtag #LetsMoveForward (#Avancemos).

A dirigente conservadora deixa para seu sucessor a árdua tarefa de implementar a saída da União Europeia (UE) em um país dividido sobre esta questão. O novo líder terá que renegociar um acordo com Bruxelas, depois que os deputados rejeitaram o alcançado por May, ou optar por uma saída sem acordo.

May anunciou ontem que deixará oficialmente o cargo em 7 de junho, e expressou um "profundo pesar" por ter fracassado em concretizar o Brexit. Ela garantirá a transição até que os cerca de 100 mil membros do Partido Conservador elejam, até 20 de julho, um novo líder entre os candidatos selecionados pelos deputados tories, que se tornará o próximo chefe de governo.

- Luta de dois meses -

O anúncio marca o início de uma luta de dois meses pelo poder. Boris Johnson, 54, sequer esperou a declaração da premier para anunciar sua candidatura ao cargo.

Grande favorito das apostas, o ex-chanceler e ex-prefeito de Londres foi um dos responsáveis pela vitória do Brexit em um referendo.

O ministro do Desenvolvimento Internacional, Rory Stewart, e a ex-ministra do Trabalho Esther McVey também anunciaram suas candidaturas. O titular das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, indicou ontem que o faria "no momento oportuno".

Em visita à Suíça ontem, Johnson declarou que, se chegasse a premier, buscaria renegociar o acordo de May com Bruxelas, mas estaria "disposto a sair" sem um acordo.

Rory Stewart, em troca, declarou à rádio BBC4 que "não poderia servir um governo cuja política é empurrar o país para um Brexit sem acordo".

O deputado trabalhista Chris Bryant estimou que se o futuro premier optar por um divórcio duro da UE, "terá o mesmo destino de May, mas seria uma questão de semanas ou meses, não de anos".

- Renegociação? -

O próximo chefe de governo enfrentará as mesmas lutas de poder na Câmara dos Comuns, com os trabalhistas como principais opositores, já que sua chegada não está condicionada a novas eleições legislativas.

"A questão é se um novo premier poderá se encontrar com os 27 da União Europeia e obter um acordo diferente, mais atraente para o Parlamento", disse o professor de política pública na London School of Economics Tony Travers.

A Comissão Europeia antecipou que a saída de May não mudará em nada a posição dos 27 sobre o acordo do Brexit. "O acordo de retirada não está aberto a renegociação", afirmou o premier holandês, Mark Rutte.

A dirigente alemã, Angela Merkel, mostrou-se mais flexível e prometeu trabalhar por um "Brexit ordenado".

Após a renúncia, nesta sexta-feira, da primeira-ministra britânica, Theresa May, que desistiu de apresentar novamente aos deputados o acordo de retirada da União Europeia que concluiu com Bruxelas, quais os possíveis cenários para o Brexit?

- Novo adiamento do Brexit -

O sucessor de Theresa May só será conhecido dentro de algumas semanas. Ele ou ela provavelmente desejará negociar novamente com a UE as condições da partida, uma vez que Theresa May não conseguiu endossar seu plano de retirada.

Bruxelas, contudo, já afirmou que o único acordo possível é o concluído com Theresa May.

Para uma eventual renegociação, o Reino Unido poderia pedir à UE um novo adiamento, especialmente porque nem os parlamentares britânicos nem os europeus querem uma saída sem acordo.

O Reino Unido obteve uma prorrogação até 31 de outubro para deixar a UE, enquanto o Brexit seria realizado em 29 de março.

- "No deal" -

Este cenário, temido pelos círculos econômicos, significaria uma saída sem transição.

As relações entre o Reino Unido e a UE seriam então regidas pelas regras da Organização Internacional do Comércio, com o país abandonando do dia para noite o mercado único e a união aduaneira.

O sucessor de Theresa May, que sem dúvida será um Brexiter, poderia se pronunciar em favor de um Brexit duro, permitindo que o país estabeleça seus próprios acordos comerciais, conforme destacado por seus apoiadores.

A UE e o Reino Unido intensificaram os preparativos para um eventual 'no deal' nos últimos meses, que parece cada vez mais possível, uma vez que o favorito à sucessão de May é o grande apóstolo de Brexit Boris Johnson, ex-ministro das Relações Exteriores.

- Cancelamento do Brexit -

Esse cenário não pode ser excluído em face do caos político no Reino Unido.

Segundo o Tribunal de Justiça Europeu, o Reino Unido pode decidir voltar atrás e não deixar a UE, sem a necessidade da autorização dos outros Estados-membros.

Mas essa guinada imprevista "não é possível politicamente" sem a organização de novas eleições ou um novo referendo, segundo um membro independente da Câmara dos Lordes, John Kerr.

Theresa May incluiu esta possibilidade em sua última versão do projeto de saída da UE, provocando a ira dos eurocéticos e precipitando sua queda.

E esta opção já foi rejeitada pelos deputados durante uma série de votações em março.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta sexta-feira (24) que vai deixar, no dia 7 de junho, a liderança do Partido Conservador e que o processo de escolha de um novo líder vai começar na próxima semana. "Continuarei a servir como primeira-ministra até que o processo esteja concluído", disse Theresa May, em entrevista em sua residência oficial.

Ela argumentou que é dever dos políticos "implementar o que [o povo] decidiu",  referindo-se ao Brexit, aprovado há três anos. “Fiz tudo o que podia para convencer os deputados a apoiar o acordo de saída. Infelizmente, não consegui. É agora claro para mim que é do interesse do país que seja um novo primeiro-ministro a liderar esse esforço. Por isso, anuncio que irei me demitir do cargo de líder do Partido Conservador na sexta-feira, 7 de junho”, concluiu a primeira-ministra”.

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“Será sempre uma matéria de grande arrependimento que não tenha conseguido cumprir o Brexit. Será função do meu sucessor procurar um caminho que honre o resultado do referendo. Para ser bem-sucedido, ele ou ela terá de encontrar um consenso no Parlamento, que eu não consegui. Esse consenso só pode ser atingido se ambas as partes em debate estiverem disponíveis para o compromisso”, afirmou May.

Visivelmente emocionada, ela acrescentou que foi a maior honra de sua vida vida ter sido a segunda mulher primeira-ministra no Reino Unido, “mas, certamente, não a última”, e ter servido ao país que ama.

As discussões entre o governo britânico e a oposição trabalhista para encontrar um compromisso com o Brexit continuarão na próxima semana com o objetivo de "fazer um balanço" depois do feriado da Semana Santa, afirmou o vice-primeiro-ministro David Lidington.

As discussões, que começaram no início do mês, "certamente continuarão na próxima semana", declarou Lidington à BBC.

O braço direito da primeira-ministra Theresa May explicou que estabeleceu com um dos dirigentes trabalhistas, John McDonnell, "um programa de reuniões na próxima semana" entre membros do governo e líderes do Partido Trabalhista "para discutir temas como normas ambientais, direitos dos trabalhadores, as relações de segurança entre Reino Unido e UE".

Lidington disse que espera "fazer um balanço sobre nossa situação assim que o Parlamento retornar após o feriado da Semana Santa".

"A questão não pode se arrastar mais", completou.

Theresa May fez um apelo por cooperação na quinta-feira aos deputados britânicos para alcançar um consenso que permita ao Reino Unido abandonar a UE antes das eleições europeias de maio, sem precisar chegar ao prazo de adiamento até 31 de outubro obtido com Bruxelas.

O referendo no qual 52% dos britânicos votaram a favor do Brexit aconteceu há quase três anos.

Mas diante do bloqueio no Parlamento, que rejeitou três vezes o Tratado de Retirada assinado por May com os 27 em novembro, o Reino Unido ainda procura a porta de saída do bloco.

Theresa May pediu nesta quinta-feira aos deputados britânicos que cooperem para chegar a um consenso que permita ao Reino Unido deixar a UE antes das eleições europeias de maio, sem esgotar a prorrogação até 31 de outubro obtida no dia anterior em Bruxelas.

"Agora devemos continuar nossos esforços para chegar a um consenso sobre o acordo", disse o líder conservador na Câmara dos Comuns, em referência às negociações em curso entre o governo e a oposição de esquerda para tentar desbloquear a situação.

"Assim, poderemos deixar a União Europeia com um acordo o mais rápido possível e evitar participar das eleições para o Parlamento Europeu", acrescentou.

As eleições estão agendadas de 23 a 26 de maio.

Nas véspera, May aceitou a proposta feita por seus 27 parceiros da UE de prorrogar a data do Brexit para 31 de outubro, mas não descarta uma saída do bloco antes das eleições europeias.

"Isto significa seis meses adicionais para que o Reino Unido encontre a melhor solução possível", disse o chefe do Conselho Europeu, Donald Tusk, ao anunciar o acordo com May, na madrugada desta quinta-feira.

"Esta prorrogação é tão flexível quanto se previa e mais curta do que se esperava, mas suficiente para se encontrar a melhor solução possível. Por favor, não percam o tempo", declarou Tusk.

May, que está em discussões com a oposição trabalhista para obter uma maioria parlamentar em seu país a favor do divórcio fechado, insiste que é preciso obter um acordo para evitar as eleições europeias.

No entanto, as conversas entre as duas equipes não funcionaram até agora e teme-se que elas não chegarão a um bom termo.

Os defensores do Brexit ficaram exasperados na quinta-feira com essa nova extensão de uma saída inicialmente prevista para 29 de março de 2019.

"Parece que isso nunca vai terminar", declarou Tom Dwyer, 63 anos e um aposentado de Tilbury, 40 km a leste de Londres, que votou pelo Brexit há três anos.

"Os políticos são como galinhas sem cabeça, não sabem o que estão fazendo. Nunca vi um primeira-ministra mais incompetente", acrescentou.

- Bloco preocupado -

A UE também está preocupada pelo bom funcionamento do bloco se o Reino Unido continuar sendo membro para além de 1º de julho, quando se formar o novo Parlamento Europeu, egresso das eleições de maio.

Por isso, uma de suas linhas vermelhas é que se os britânicos continuarem sendo membros do bloco depois de 22 de maio, terão que participar das eleições europeias.

Quase três anos depois de 52% dos britânicos votarem a favor de sair da UE, em junho de 2016, o Reino Unido continua na porta de saída, mas bloqueado para ultrapassá-la, após mais de quatro décadas de pertencimento ao projeto europeu.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, elogiou a prisão do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, e agradeceu ao Equador por sua cooperação.

"No Reino Unido, ninguém está acima da lei", disse ela aos deputados, agradecendo também à polícia britânica por demonstrar "grande profissionalismo".

O Equador revogou o asilo diplomático concedido em 2012 ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, preso nesta quinta-feira (11) na embaixada de Quito, em Londres, por violar "repetidamente as regras" que regeram sua permanência na sede diplomática.

Quito também decidiu retirar a nacionalidade equatoriana concedida ao hacker.

Na semana em que o Reino Unido deveria ter deixado a União Europeia, Theresa May ainda trabalha nesta segunda-feira (25) em sua estratégia sobre o Brexit, com a ameaça de que o Parlamento assuma o controle e termine com seus dias de primeira-ministra pairando sobre sua cabeça.

Antes do início de um conselho extraordinário de ministros, os membros de um governo visivelmente dividido teriam sido convidados, segundo um jornalista do Daily Telegrapah, a ler relatórios sobre diferentes estratégias relativas ao Brexit.

Estas iriam da aprovação do acordo de May com Bruxelas à anulação pura e simples do Brexit, através da convocação de um segundo referendo sobre a permanência ou não no bloco.

Estas são algumas das opções sobre as quais o próprio Parlamento poderá decidir esta semana, em uma série de votações indicativas e não vinculativas, se a primeira-ministra for afastada do caótico processo.

May manteve conversações de crise no final de semana com seus colegas conservadores para tentar recuperar o controle das negociações.

De acordo com a imprensa britânica, em uma tentativa de fechar as fileiras, a primeira-ministra programou uma reunião na residência rural de Checkers com vários deputados conservadores, entre eles alguns eurocéticos veementes como o influente Jacob Rees-Mogg e o ex-ministro das Relações Exteriores Boris Johnson, que muitos acreditam que aspiram substituí-la na chefia de Governo.

A reunião versou sobre "materializar o Brexit. No encontro foi discutida uma ampla lista de temas, incluindo se há apoio suficiente nos Comuns" para voltar a votar o acordo de divórcio pactuado entre a UE e May, explicou um porta-voz de Downing Street que confirmou à AFP que May mantém conversas com os colegas.

- UE preparada -

A Comissão Europeia, por sua vez, anunciou nesta segunda que a União Europeia (UE) concluiu seus preparativos para um Brexit sem acordo.

"Dado que é cada vez mais provável que o Reino Unido abandone a UE sem chegar a um acordo em 12 de abril, a Comissão Europeia completou hoje seus preparativos para o Brexit sem acordo", declarou o Executivo comunitário em um comunicado.

A data de 12 de abril foi a prorrogação do Brexit dada aos presidentes europeus à sua colega britânica caso a Câmara dos Comuns rejeite pela terceira vez esta semana o acordo de divórcio negociado.

E, enquanto paira a incerteza no Reino Unido sobre se a premiê britânica voltará a submeter o acordo do Brexit à votação nos próximos dias, a UE aumenta a pressão sobre os britânicos.

Bruxelas destaca que, se o Reino Unido se retirar sem conseguir um acordo com a UE, não haverá um período de transição e o Direito Internacional, como o da Organização Mundial do Comércio (OMC), vai ser aplicado a partir do momento da saída.

"A UE deverá imediatamente aplicar suas regras e seus direitos de aduana em suas fronteiras com o Reino Unido, incluindo os controles aduaneiros, sanitários e fitossanitários", aponta a Comissão, que adverte para "atrasos nas fronteiras".

As medidas para enfrentar um Brexit sem acordo englobam, assim, âmbitos como o setor pesqueiro, a segurança aérea, os transportes com o Reino Unido, o programa de intercâmbio Erasmus, ou a reciprocidade de vistos, entre outros.

Nesta segunda, a Comissão publicou também uma série de orientações para cidadãos e empresas e implantou o número de telefone gratuito 00 800 67 89 10 11 para informar sobre como se preparar para um Brexit sem acordo.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, declarou nesta quarta-feira que continua "determinada" a concretizar o Brexit, horas depois de solicitar a seus sócios da União Europeia um adiamento de três meses para alcançá-lo.

Espero "que os deputados encontrem uma maneira de respaldar o acordo que negociei com a UE", afirmou em pronunciamento especial televisionado, referindo-se à proposta que os membros do Parlamento já rejeitaram em duas ocasiões.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou nesta segunda-feira (11) ter obtido "mudanças legalmente vinculantes" no acordo do Brexit, após uma negociação de última hora com o presidente da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker, em Estrasburgo, que a oposição britânica ameaça vetar.

"Os deputados tinham claro que eram necessárias mudanças legais na salvaguarda [irlandesa]. Hoje, conseguimos mudanças legais", disse May em coletiva de imprensa conjunta com Juncker.

O presidente da CE advertiu que a retirada do Reino Unido do bloco pode não acontecer, se o acordo de divórcio negociado com May não for aprovado em Londres.

"É este acordo ou o Brexit poderá não acontecer", afirmou Juncker na coletiva após a reunião com May, ao apresentar as garantias negociadas sobre o acordo de divórcio entre Londres e a União Europeia, na véspera de uma votação crucial no Parlamento britânico sobre o acordo de divórcio com as salvaguardas alcançadas, que a oposição a May ameaça vetar.

Enquanto May e Juncker falavam à imprensa em Estrasburgo, em Londres, o líder do opositor Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, pediu ao Parlamento que rejeite na terça-feira o acordo proposto por May para o divórcio, apesar das concessões negociadas em última hora.

"O acordo alcançado esta noite com a Comissão Europeia não contém nada que se aproxime das mudanças que Theresa May prometeu ao Parlamento", afirmou Corbyn em um comunicado.

"É por isso que os legisladores devem rejeitar este acordo", acrescentou.

Em um último esforço para salvar seu acordo do Brexit, a primeira-ministra britânica viajou nesta segunda-feira a Estrasburgo para se reunir com o presidente da Comissão Europeia, na véspera de uma votação crucial no Parlamento de Londres.

Após a retumbante rejeição de um texto prévio pelos deputados britânicos em janeiro, May prometeu renegociar com Bruxelas e reapresentar o acordo ao Parlamento nesta terça-feira.

Depois de dias de idas e vindas de ministros e funcionários entre Londres e Bruxelas, as negociações ficaram totalmente bloqueadas. Então, depois de muita hesitação, May decidiu arriscar uma última cartada.

O cenário de um Brexit com acordo está em um beco sem saída desde que Westminster rejeitou o acordo concluído entre Londres e a UE e exigiu que a primeira-ministra britânica, Theresa May, negociasse novas garantias.

"Então é isso: o plano B de Theresa May é tentar convencer os deputados a votar no Plano A." Foi com essa definição que a deputada opositora Stella Creasy resumiu, no Twitter, como o Parlamento britânico recebeu as propostas apresentadas nestas segunda-feira (21) pela primeira-ministra, seis dias após ela ter seu acordo sobre o Brexit rejeitado pela diferença histórica de 230 votos.

A piada da deputada trabalhista é uma referência à falta de propostas de May para que um novo plano seja votado. Na semana passada, May sofreu a pior derrota de um governo britânico no Parlamento em quase 100 anos quando tentou aprovar o acordo que tinha feito com a União Europeia.

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Apesar do resultado, a premiê conseguiu, no dia seguinte, garantir o voto de confiança dos deputados, se mantendo no comando do governo, mas travando uma batalha política com a oposição trabalhista e com integrantes do próprio partido que são favoráveis a uma saída sem acordo da UE.

Em discurso no Parlamento nesta segunda, May se comprometeu a "renegociar os termos do pacto", sem dar detalhes específicos. A única proposta foi abolir uma taxa de £ 65 (R$ 315) que seria cobrada de cidadãos europeus que queiram continuar morando no Reino Unido após a retirada do país da UE.

May descartou a possibilidade de um adiamento do prazo final para a saída do Reino Unido da UE e a convocação de um novo referendo sobre o Brexit, o que muitos defensores da permanência na UE pedem.

Ela também disse que continuará dialogando com políticos e setores da sociedade civil para costurar um novo acordo que impeça o Reino Unido de deixar a União Europeia sem período de transição, o chamado Brexit duro. Se nenhuma proposta de saída for aprovada pelo Parlamento, o Reino Unido sairá da UE em 29 de março sem acordo e sem período de transição.

A primeira-ministra pediu aos parlamentares, até mesmo os de oposição, que apresentem a ela projetos e propostas. Ela afirmou ainda que conversará com parlamentares da Irlanda do Norte, que temem as novas regras para o trânsito de pessoas e de mercadorias na fronteira com a República da Irlanda após o Brexit.

O mecanismo projetado para impedir o restabelecimento de uma fronteira física entre a Irlanda, país-membro da UE, e o território britânico da Irlanda do Norte, chamado de "backstop", é um dos pontos mais controvertidos do acordo. May não deu nenhuma solução para o problema, além de prometer "criar um comitê" para manter o diálogo e fornecer "garantias sobre padrões ambientais e direitos dos trabalhadores".

A fala foi vista como uma tentativa de sensibilizar membros do Partido Conservador, o mesmo de May, favoráveis à saída do país da UE sem acordo, e o Partido Unionista Democrático (DUP, na sigla em inglês) da Irlanda do Norte, que tem expressado preocupação a respeito do futuro da fronteira.

Os membros do Parlamento britânico não chegaram ainda a um acordo sobre como manter as fronteiras livres quando o Reino Unido estiver formalmente fora do mercado único e da união aduaneira da Europa. May negociou com a UE regras alfandegárias especiais, que valeriam apenas para a fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte.

No entanto, o DUP, que defende os laços da Irlanda do Norte com o Reino Unido, rejeitou o acordo por temer que regras diferenciadas enfraqueçam esses laços, pondo em risco a integridade do reino. Ainda assim, o partido votou para que a primeira-ministra permanecesse no cargo.

Parlamentares do Partido Conservador também se manifestaram contra as regras especiais na fronteira das Irlandas, temendo que uma parte do Reino Unido continue sujeita a regras da UE por tempo indeterminado. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, vai discursar nesta segunda-feira (21) ao Parlamento para apresentar o chamado "plano B" para o Brexit, após seu acordo original para o Reino Unido sair da União Europeia (UE) ser rejeitado em votação.

Nos últimos dias, ela intensificou as conversas com os parlamentares em busca de consenso para aprovar a alternativa. As negociações ocorrem logo depois de o Parlamento reprovar a primeira proposta para o Brexit na semana passada, provocando uma derrota histórica a May.

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No entanto, o "plano B" ainda é um mistério e ninguém sabe detalhes do que May irá propor. Segundo fontes locais, o plano não foi apresentado à Comissão Europeia.

Da Ansa

A primeira-ministra britânica, Theresa May, sobreviveu nesta quarta-feira (16) a uma moção de desconfiança no Parlamento e manteve-se no cargo, apesar da histórica derrota de seu acordo para o Brexit, na terça-feira (15). Sem dar sinais de que pretende fazer concessões, ela negocia agora com uma oposição fortalecida, que pressiona pelo adiamento da data de saída do Reino Unido do bloco, marcada para 29 de março.

May manteve sua coalizão de governo unida, apesar das críticas de membros do Partido Conservador e de unionistas da Irlanda do Norte, que não concordam com o acordo negociado por ela com a UE, por considerá-lo muito favorável aos europeus. Mas, por temer a volta dos trabalhistas ao poder, eles respaldaram nesta quarta a premiê.

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A oposição, fortalecida pela derrota da premiê na terça-feira, deve ter mais força para negociar emendas ao acordo e fazer com que May peça às autoridades continentais mais tempo para sair do bloco.

Após a vitória de quarta, no entanto, May não demonstrou sinais de que pretende recuar em nenhuma de suas posições. Ela rejeita a possibilidade de um Brexit sem acordo e a manutenção da união aduaneira com a UE, como querem os trabalhistas. Pouco depois da votação, uma porta-voz da premiê rechaçou os dois cenários.

O impasse é preocupante, uma vez que a premiê precisa apresentar um novo plano para aprovar o Brexit até segunda-feira. "Nada parece abalar Theresa May", disse o analista político Anand Menon, do centro de estudos UK in a Changing Europe. "Ela segue em frente com seu plano."

Essa determinação - ou teimosia, para seus críticos - ajuda em uma situação que exige uma correção de rota. Muitos deputados, principalmente do Partido Trabalhista, acreditam que a manutenção de uma união aduaneira com a UE possibilitaria a aprovação do acordo.

May, no entanto, não admite esse cenário, porque significaria dar uma contrapartida aos europeus: permitir o livre fluxo de pessoas dos dois lados do Canal da Mancha - justamente uma das bandeiras do Brexit.

Sem acordo, a saída desordenada da UE - solução preferida dos eurocéticos dentro do próprio Partido Conservador - pode provocar caos econômico. "Ela está em estado de negação", afirmou o deputado trabalhista Ben Bradshaw, a respeito de May.

Diante da mistura de inflexibilidade e de falta de apoio político, analistas acreditam que o trabalhista Jeremy Corbyn agora está em posição mais confortável de pressionar May e influenciar possíveis mudanças no acordo. No entanto, para conseguir fazê-lo, ele terá de superar algumas divisões dentro de seu partido.

Entre os trabalhistas, há divisões entre os que apoiam o Brexit, por considerar a União Europeia nociva à classe trabalhadora britânica, e os que apoiam a permanência no bloco. "Em toda a Europa, os partidos de esquerda enfrentam esse dilema", disse Tim Bale, professor de ciência política da Universidade de Londres.

Prazos

Nesta quarta, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que ainda há tempo para um acordo sobre o Brexit, e o presidente francês, Emmanuel Macron, admitiu que há margem para mudar alguns pontos do pacto.

Em carta publicada na quarta, mais de 70 deputados do Partido Trabalhista defenderam a organização de uma segunda consulta popular, rejeitada por May, mas que Corbyn deve apoiar se não conseguir provocar eleições antecipadas.

Os nacionalistas escoceses, que fazem parte da oposição, também apoiam uma nova consulta popular. Durante o referendo que rejeitou a independência da Escócia, em 2014, o governo britânico - então liderado pelo conservador David Cameron - dizia que os escoceses deveriam votar contra a independência, que significaria a saída da Escócia da UE. Agora os escoceses reclamar que terão de sair do bloco de qualquer forma, mesmo a maioria da Escócia tendo vota. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, fez fortes críticas contra o líder do Partido Trabalhista Jeremy Corbyn em artigo publicado neste domingo no jornal Mail Online, afirmando que ele se quer "leu o acordo do Brexit" antes de rejeitá-lo. "Sua política é cínica e incoerente", afirmou em texto replicado também em sua página no Facebook.

Em dezembro, Corbyn submeteu uma moção de desconfiança contra a primeira-ministra. Diferente de uma moção de desconfiança contra o governo britânico, o movimento, direcionado apenas à May, tem caráter simbólico.

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"A visão deles [de Corbyn e do Partido Trabalhista] para o Brexit é um exemplo cínico de incoerência, desenhada para evitar decisões difíceis. Ele nem mesmo se deu ao trabalho de ler o acordo fechado e já se posicionou contra. Ele diz a um grupo que irá manter o Reino Unido em um mercado único, enquanto promete a outro o fim da livre movimentação. A todo o momento, ele se mostrou o oposto de um líder, servindo não ao interesse nacional, mas sempre ao seu próprio interesse político".

Ao defender que o Reino Unido se encontra em um momento decisivo, May defende que "quando os deputados votarem a saída da UE, determinarão o rumo do país para o futuro".

Três perguntas

Na avaliação de May, neste momento os deputados devem se fazer três perguntas. "O acordo que negociei prevê o resultado do plebiscito da União Europeia (UE), retirando-nos da UE e restabelecendo o controle soberano sobre as nossas fronteiras, leis e dinheiro? Protege os empregos em que nossos cidadãos confiam para colocar comida na mesa para suas famílias e a cooperação de segurança que mantém cada um de nós seguro? Proporciona a certeza de que cidadãos e empresas têm todo o direito de esperar daqueles que os governam e representam? Eu acredito que meu acordo faz todas essas coisas".

A primeira-ministra afirma ainda que ninguém mais tem um plano alternativo que passe por esses três testes. "Há alguns no Parlamento que, apesar de votarem a favor da realização do referendo, agora querem nos impedir de realizar outro referendo. Há outros tão concentrados em sua visão particular do Brexit que correm o risco de transformar um ideal perfeito no inimigo de um bom negócio", afirma.

May encerra o artigo com um apelo "para o meu partido", o Parlamento e o país: "Neste ano vamos descobrir o novo espírito do propósito comum. Vamos concordar com um acordo do Brexit que nos mova rumo a um futuro brilhante com confiança. Vamos garantir o futuro de nosso Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês). E façamos de 2019 um ano para nos orgulhar".

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