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A falta de estrutura enfrentada pela educação no meio rural do Brasil é o principal motivo que justifica o atraso no acesso às tecnologias. Cerca de 54% das escolas rurais do país não têm acesso a internet e 62% não possui, sequer, computador para uso. É o que aponta a recente pesquisa divulgada esta semana pelo TIC Educação, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), que analisou, em 2018, o uso das tecnologias de informação e comunicação em escolas públicas e privadas de educação básica.

Dentro do percentual de 54% das escolas rurais que não têm internet, 43% alegam não ter estrutura. O segundo maior motivo indicado é o alto custo da conexão. Este representa 24% das escolas entrevistadas.

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A pesquisa mostrou que escolas da zona urbana são as mais beneficiadas com a tecnologia. 99% das escolas têm computador e 98% acessa a internet. Esse resultado reflete na forma de aprendizado dos alunos, que também recorrem a internet para adquirir informação e aprendizados por meio de vídeos e tutoriais. Destes alunos que usam o meio online como complemento de estudos, somam-se 89% dos estudantes do ensino médio.

Há dados detalhados que mostram que 43% dos alunos colégios urbanos acessam a internet com os professores; 81% usa a internet com os amigos; 69% com os familiares e 86% sozinhos.

Professores e alunos aprendem mais sobre tecnologia por conta própria

Assim como os estudantes, maior parte dos educadores brasileiros, buscam aprender sobre tecnologia sozinhos e não por meio de cursos de aprimoramento. O estudo indicou que 92% dos docentes das escolas públicas e 86% dos professores de escolas particulares procuram entender sobre o meio digital na própria internet ou através de amigos e colegas de profissão.

 

 

A maioria das escolas públicas do País (99%) tem computador e acesso à internet (95%), mas a tecnologia ainda não está na sala de aula. Os dados são da pesquisa TIC Educação lançada na noite dessa segunda-feira (10) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI) por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic).

Segundo a pesquisa, feita em 1.125 escolas em áreas urbanas e que ouviu estudantes, professores e diretores, em apenas 6% dos estabelecimentos os computadores estão instalados nas salas de aula e 85% nos laboratórios de informática. “O que é um negócio ainda meio esquisito, que é separado da biblioteca. Então, você passa a ideia que livro é uma coisa e computador é outra. Tudo fora de lugar”, disse o assessor da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco), Guilherme Canela.

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Em 30% das escolas o uso do computador acontece prioritariamente na sala de aula, mas por esforço dos educadores. “Porque ou professor ou a professora gentilmente leva o seu equipamento para a sala de aula”, ressaltou. Diante desse fato, o assessor da Unesco indagou como é possível construir uma escola da chamada educação do século 21 se “o computador está em uma outra sala, trancada com 53 cadeados?”

Para o coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Mário Volpi, ainda faltam estratégias para uso dos avanços tecnológicos no ensino. Segundo ele, a maioria dos estados gastou tempo e dinheiro do poder público para aprovar no Legislativo uma lei que proíbe o celular na sala de aula, quando deveria gastar o tempo “para pensar como potencializar os processos pedagógicos com o uso do celular”. Volpi ressaltou que diversas organizações não governamentais têm projetos para uso do aparelho como ferramental educacional.

“Nós precisamos investir o tempo da repressão a essas tecnologias para otimizá-las, usá-las como recurso pedagógico”, acrescentou ao falar durante o seminário em que foi divulgado o levantamento.

Apesar da disseminação dos computadores e acesso à rede, a velocidade das conexões ainda aparece como um problema. De acordo com a pesquisa, 57% das escolas têm conexões até 2megabits por segundo, velocidade mínima prevista pelo Programa Banda Larga nas Escolas. Essa velocidade só é superada em 19% dos estabelecimentos de ensino. Em 17% dos casos, a velocidade é inferior a 1 megabit por segundo.

Há ainda a disparidade regional. O acesso à internet é universal (100%) nas escolas do Sul e do Sudeste, mas atinge 86% dos estabelecimentos do Norte e Nordeste. Em relação à velocidade, o Nordeste e o Centro-Oeste concentram as conexões mais lentas, com 51% e 61% respectivamente das redes funcionando abaixo de 2 megabits por segundo.

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