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O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) concedeu direito de resposta ao governador Paulo Câmara (PSB) e candidato à reeleição no tempo de campanha do candidato Armando Monteiro (PTB). A decisão foi tomada nessa quinta-feira (27), mesmo dia em que a Corte Eleitoral condenou Paulo a pagar uma multa de R$ 100 mil por "fake news" contra o petebista e também concedeu a ele o direito de resposta na campanha do governador. 

No processo, movido pela coligação Frente Popular de Pernambuco, o Tribunal decidiu proibir "em definitivo a veiculação de propaganda eleitoral específica veiculada em desfavor de Paulo Câmara, fazendo o uso de trucagem e montagem, com referência a diligências realizadas pela Polícia Federal da sede do Governo de Pernambuco".

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A propaganda mencionada foi o guia de Armando que foi ao ar na última segunda-feira (24), no qual ele remete o governo pessebista, capitaneado por Paulo Câmara, às operações Lava Jato e Torrentes, da Polícia Federal. 

O tom crítico da campanha de Armando Monteiro (PTB) contra o governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB) tem se elevado ainda mais com a proximidade da eleição. Um retrato disso foi o guia desta segunda-feira (24), no qual o tema foi o envolvimento do governo pessebista nas operações Lava Jato e Torrentes, da Polícia Federal.

Inicialmente o programa eleitoral de Armando relembra o ano de 1964, mostrando que o Palácio do Campo das Princesas é um “local dos grandes acontecimentos” políticos do Estado, com a resistência do ex-governador Miguel Arraes à ditadura militar. Logo depois, lembra que no governo de Paulo Câmara o local foi alvo da operação Torrentes, que investiga o desvio de verbas que deveriam ter sido utilizados para ajudar as vítimas da enchente que aconteceu em junho de 2010 e maio de 2017, na Mata Sul.

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Além disso, o guia aponta também que a Operação Lava Jato também investigou Paulo e o PSB, uma vez que o ex-diretor da JBS, o delator Ricardo Saud, afirmou ao Ministério Público que negociou pagamento de propina para a campanha do governador em 2014. E relembra que Paulo é investigado ainda em outro braço da Lava Jato, a Operação Fair Play, que apura irregularidades na construção da Arena de Pernambuco.

O governador já se pronunciou sobre todas as investigações e tem reforçado que não realizou atos ilícitos ou contribuiu para que integrantes da sua gestão o fizessem.

Por fim, o programa ainda reforça a tese de campanha de Armando sobre as promessas não cumpridas por Paulo. “Tanta mentira levou Pernambuco a andar para trás. O problema não é o nosso Estado, é o governador. Mais uma vez é você que vai decidir o futuro de Pernambuco. Pernambuco merece mais, com humildade  eu peço a você uma chance, para governar Pernambuco, para dar o máximo de mim e fazer um governo muito melhor, que chegue mais perto das pessoas. Eu quero merecer sua confiança, para melhorar a vida do nosso povo, porque se a gente não mudar, fica tudo como está”, afirma Armando, na exibição.

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A Polícia Federal em Pernambuco (PF-PE) lançou a segunda fase da Operação Torrentes, denominada Círculo de Fogo, nesta quinta-feira (8). Desta vez, está sendo investigado um desvio de recursos públicos federais e corrupção envolvendo oficiais do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão.

Segundo a PF-PE, os documentos apreendidos na primeira fase revelaram que um dos grupos empresariais favorecidos também foi beneficiado com contratos firmados com o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão nos anos de 2013 e 2014. Os contratos estavam relacionados com auxílio às vítimas de forte seca que atingia o estado naqueles anos. 

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Chamou a atenção dos investigadores que tão logo os valores eram creditados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão na conta da empresa fornecedora investigada, parte era repassada diretamente para as contas bancárias de oficiais da corporação, inclusive da alta cúpula, ou para as contas de um operador, que se encarregava de transferir a vantagem indevida. 

Os indícios também apontam superfaturamento nos contratos em virtude de preço quase 30% superior ao de mercado e também do não fornecimento integral do objeto pactuado. O prejuízo pode ser de mais de R$ 10 milhões aos cofres públicos.

Estão sendo cumpridos sete mandados de prisão preventiva e nove mandados de busca e apreensão em Pernambuco e Maranhão. Também foi determinado o sequestro dos bens de todos os investigados, como forma de garantir o ressarcimento dos prejuízos causados aos cofres públicos. 

Os presos de Pernambuco serão trazidos para a sede da Polícia Federal, onde serão interrogados e poderão ser autuados por corrupção passiva por parte dos funcionários do Corpo de Bombeiros e corrupção ativa por parte de empresários que estavam na condição de verdadeiros proprietários da empresa JFW Empresarial. Todos passarão por audiência de custódia, podendo, em seguida, seguir ao Centro de Observação e Triagem (Cotel), Colônia Penal Feminina e, no caso dos militares, para uma instituição designada pelo Comando da Polícia Militar de Pernambuco.

1ª Fase – Em sua primeira fase, a Operação Torrentes investigava desvios de verbas destinadas pelo Governo Federal para atender as vítimas das enchentes na Zona da Mata Sul de Pernambuco em 2010 e 2017. Foram denunciados o ex-chefe da Casa Militar e ex-interventor de Gravatá, coronel Mário Cavalcanti; o tenente-coronel Laurinaldo Félix Nascimento; o coronel aposentado Waldemir José Vasconcelos Araújo e o coronel Roberto Gomes de Melo Filho - todos da Polícia Militar, além dos empresários Ricardo José Carício Padilha, Rafaela Carrazone Padilha, Italo Henrique Silva Jaques e Taciana Santos Costa.

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O deputado estadual Silvio Costa Filho (PRB), criticou a postura adotada pelo governador Paulo Câmara (PSB), após o início da Operação Torrentes, deflagrada nessa quinta-feira (9), que visa desarticular um esquema de desvio de verba pública envolvendo fraudes em licitações e corrupção de servidores vinculados à Secretaria da Casa Militar de Pernambuco. O parlamentar falou que, ao invés de enviar nota, o pessebista deveria ter enfrentado a situação e, por meio de uma coletiva de imprensa, dar “explicações convincentes”. 

“O governo tenta blindá-lo [Paulo Câmara] como chefe maior, mas ele como gestor deveria convocar coletiva de imprensa, chamar o staff e apresentar o que aconteceu. A nota que foi enviada, na minha avaliação, não explica o que de fato ocorreu. Queremos que possa ser esclarecido e queremos explicações convincentes”, declarou em entrevista ao LeiaJá nesta sexta-feira (10). 

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Silvio falou que a operação visa algo muito grave: o desvio de recursos públicos que seriam destinados às vítimas das enchentes da Mata Sul, na tragédia do ano 2010. “Todos nós ficamos estarrecidos com a operação da Polícia Federal, que foi até o Palácio. É uma coisa muito grave e lembrando que é a sexta operação em cima do PSB em Pernambuco. Não é a oposição que está falando, são palavras da Polícia Federal”. 

O deputado falou que agora está explicado porque tantas obras estavam paradas como creches e habitacionais. É algo que agora está muito claro. Na minha opinião, o governo cada vez se fragiliza mais”. 

O deputado estadual Edilson Silva (PSOL) ao comentar a Operação Torrentes, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (9), disse que o  sentimento é de indignação em saber que quase meio milhão de reais podem ter sido desviados de recursos públicos, que seriam destinados à Operação Reconstrução visando reconstruir moradias e outros equipamentos destruídos com as enchentes que atingiram diversos municípios da Mata Sul de Pernambuco no ano de 2010.

O deputado, no entanto, declarou que já sabia o que estava por vir porque, segundo ele, seu mandato tem ouvido a população da Mata Sul e o panorama encontrado é de que muito do que foi prometido para a região não foi cumprido. "E daí vem outra enchente agora há pouco e a história se repete. Muitos recursos que deveriam chegar não chegarão e já vínhamos denunciando", disse em entrevista ao LeiaJá

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"Imagina quantas obras, casas, quantas ruas e esgotamento não poderiam ter sido feitas com esse quase meio milhão de reais? Nós assistimos tristes a vida das famílias que foram penalizadas. O sofrimento dessa população é fruto desse desmando", declarou.

O psolista ressaltou que a Operação Torrentes foi muito “bem-vinda”. “Existia uma reclamação geral quanto aos efeitos da operação Reconstrução e espero, agora, que as investigações corram da forma mais esclarecedora possível e que os responsáveis pelos desmandos sejam devidamente responsabilizados”, cobrou. 

Ele lamentou todo o cenário. “A sociedade brasileira vem assistindo estarrecida a uma novela que já começou com a Lava Jato. Esse é mais um caso lamentável, caso de polícia. A gente espera que haja impunidade para que se coíba novas práticas semelhantes porque essa cultura da impunidade, da corrupção que está em todo lugar, no setor privado e também no manuseio de verbas públicas, onde as pessoas se sentem no direito de retirar esses recursos, tem que acabar. As pessoas envolvidas têm o seu amplo direito de defesa, mas há fortes indícios”, frisou. 

Edilson minimizou em relação a Paulo Câmara (PSB) ressaltando que a operação Reconstrução iniciou, em 2010, quando ele ainda não era governador. “Ele era um secretário, então não tem responsabilidade especificamente. Agora, tem que se investigar se a sua secretaria, por ventura, teve alguma relação”, ponderou. 

 

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