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O ex-astro da NBA, Charles Barkley, detonou mais uma vez os estadunidenses que estão boicotando a cerveja Bud Light depois que a marca fez parceria com Dylan Mulvaney, uma influenciadora digital transgênero. O ex-jogador do Phoenix Suns xingou os transfóbicos que provocaram uma queda nas vendas da bebida.

“Ei, deixa eu te contar uma coisa. Todos vocês, caipiras ou idiotas que não querem beber Bud Light, fodam-se todos vocês. Não estou preocupado em ser cancelado porque, deixe-me dizer uma coisa, se vocês me demitirem e me derem todo esse dinheiro, vou jogar golfe todos os dias”, disse ele. “Então ouça, como eu disse ontem à noite, se você é gay, Deus o abençoe. Se você é trans, Deus te abençoe. E se você tiver um problema com eles – foda-se”, disparou Barkley.

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Segundo o Daily Wire, a Bud Light enfrentou meses de boicotes e perdeu dezenas de bilhões de dólares em valor de mercado depois que a parceria com Mulvaney foi revelada nas redes sociais.

Foto: Reprodução/Instagram

Uma mulher transgênero condenada à morte por homicídio, com aplicação da pena prevista para esta terça-feira (3), no estado do Missouri, no centro dos Estados Unidos, seria a primeira pessoa trans executada no país.

A menos que o governador do Missouri lhe conceda o indulto, Amber McLaughlin se tornará a primeira pessoa transgênero de qualquer sexo a morrer pela pena capital no país, e também a primeira pessoa executada em 2023.

McLaughlin, de 49 anos, deve receber uma injeção letal por um assassinato cometido antes de sua transição de gênero. Ela foi declarada culpada de matar uma ex-namorada em 2003 em um subúrbio da cidade de Saint Louis, no Missouri.

Sem aceitar a separação, McLaughlin já havia assediado sua ex-companheira até o ponto em que ela, chamada Beverly Guenther, precisou recorrer a medidas de proteção na Justiça.

No dia do crime, McLaughlin a esperou na saída do trabalho com uma faca de cozinha. Guenther foi estuprada e esfaqueada e seu corpo foi lançado no rio Mississippi.

Ao final do julgamento em 2006, um júri considerou McLaughlin culpada de homicídio, mas não conseguiu chegar a um consenso sobre a sentença. O juiz de primeira instância interveio e impôs a pena de morte, o que é permitido nos estados de Missouri e Indiana.

Sob a alegação de que o júri não a condenou à morte, a defesa pediu ao governador Mike Parson que comutasse sua sentença para prisão perpétua.

"A pena de morte considerada aqui não reflete a consciência da comunidade, mas de apenas um juiz", argumentaram os advogados em seu pedido de clemência, que também aponta que McLaughlin teve uma infância difícil e apresenta transtornos psiquiátricos.

Sua solicitação obteve o apoio de pessoas de alto perfil, incluídos dois integrantes do Missouri na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Cori Bush e Emanuel Cleaver.

Em uma carta ao governador, os advogados disseram que o pai adotivo de McLaughlin costumava espancá-la com um porrete e também a eletrocutava. "Além desses abusos horríveis, ela lidou em silêncio com questões de identidade de gênero", escreveram.

Segundo reportagens da imprensa, McLaughlin começou sua transição de gênero nos últimos anos, mas permaneceu reclusa na seção masculina do corredor da morte no Missouri.

De acordo com o Centro de Informação sobre a Pena de Morte (DPIC, na sigla em inglês), que busca abolir essa punição nos Estados Unidos, não há registro de execução de uma pessoa abertamente transgênero no país.

No entanto, o tema tem chamado mais a atenção nos últimos meses: a Suprema Corte de Ohio confirmou uma sentença de morte contra uma mulher transgênero e o estado de Oregon comutou outra, segundo o DPIC.

Desde que assumiu o cargo em 2018, o governador Parson jamais concedeu um pedido de clemência.

O presidente do Conselho Mundial de Boxe, Mauricio Sulaiman, afirmou em entrevista ao The Telegraph que a entidade fará uma chamada global em 2023 para que atletas trans se apresentem com o objetivo de criar uma liga separada das demais.

Segundo Sulaiman, atletas trans não poderão competir contra pugilistas não trans. Há a possibilidade de a regra adotada ser a de que um lutador trans nascido homem só poderá competir com outro lutador trans nascido homem, por exemplo.

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“É a hora de fazer isso, e estamos fazendo isso por segurança e inclusão. Temos sido os líderes em regras para o boxe feminino - então os perigos de um homem lutando contra uma mulher nunca vão acontecer por causa do que vamos implementar”, afirmou.

"No boxe, um homem lutando contra uma mulher nunca deve ser aceito independentemente da mudança de gênero. Não deve haver uma área cinzenta em torno disso, e queremos entrar nisso com transparência e com decisões corretas”, completou.

Nos últimos anos, o Boxe internacional teve um caso de atleta trans que obteve sucesso dentro do esporte. Patricio "Pat" Manuel começou o tratamento hormonal em 2014 e estreou no boxe masculino em 2018. Na ocasião, Pat derrotou Hugo Aguilar, em Indio, na Califórnia. Antes da transição, ele foi pentacampeão amador feminino nos EUA.

Um posto de combustível em Belo Horizonte-MG foi condenado a pagar uma indenização de R$ 5 mil por danos morais ao trabalhador que teria sido discriminado no processo seletivo da empresa por ser transgênero. A decisão definitiva aconteceu na última quarta-feira (29), no Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG).

Segundo o candidato, ele foi aprovado na seleção para a vaga de frentista em outubro de 2021. Mas, após entregar a documentação na empresa e informar ser transgênero, foi descartado da seleção, sem chegar à entrevista final.  

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Para o juiz Henrique de Souza Mota, que decidiu em primeira instância, ficou provada a discriminação de gênero. “A liberdade de contratar encontra limites na preservação da dignidade humana, na vedação à discriminação e na função social do contrato (artigo 421 do CC). Essa liberdade não autoriza a adoção de critérios discriminatórios, diretos ou indiretos, na escolha dos candidatos às vagas”. 

A empresa negou o tratamento discriminatório e alegou ter expectativa de elevação das vendas, porém, em razão do agravamento da pandemia e da alta dos preços dos combustíveis, teve queda de faturamento, afetando a contratação de colaboradores. Além disso, informou que o candidato foi submetido apenas a uma entrevista inicial, sem garantia de contratação. 

O magistrado ressalta em sua decisão o fato de o trabalhador ter sido orientado pelo representante da empresa a não comentar mais que era transgênero. No documento da sentença há um destaque ainda para um vídeo onde outro representante fala ao trabalhador que “a empresa não contrata mulher” e que isso é uma “norma da empresa”. E ainda que, “se soubesse que o candidato era mulher, ele nem sequer teria passado por processo de seleção”. 

Para o juiz, o único fator que impediu a contratação do profissional foi o fato de constar o nome feminino em seus registros, “deixando certo o preconceito de gênero, afastando-se, novamente, a questão econômica levantada em defesa”. Segundo o trabalhador, ainda não foi possível alterar o registro civil, motivo pelo qual consta nos documentos o nome feminino de nascimento. 

Dessa forma, o magistrado condenou a empresa a pagar ao trabalhador a indenização por danos morais no valor de R$ 5 mil. Ele considerou, na decisão, a gravidade da conduta, o caráter pedagógico e os limites da petição inicial. 

A empresa interpôs recurso, negando as acusações. No julgamento, os desembargadores da Sétima Turma do TRT-MG mantiveram a condenação. “O valor determinado mostra-se apto a cumprir a finalidade de compensar a vítima e estimular uma mudança de postura quanto ao ofensor”, concluíram. 

 

Juninho Bill que ficou conhecido por fazer parte do grupo Trem da Alegria, que fez sucesso em 1980, acabou dando uma entrevista para o programa Muito mais que uma infância, de Rê Agapito e comentou sore o filho transgênero e que ainda está acostumando a tratá-lo pelo pronome correto.

- Tenho uma filha trans. A Manu… A Manu, não, o Manu. É um menino trans. Meu filho. Eu tenho que me acostumar a falar filho. Ela é uma mulher.. Nasceu menino em corpo de menina. É menino trans, né? Tenho que me acostumar, eu juro. Eu esqueço… Vou dar bronca nela e falo: Manuela! E ela: Manu. Eu falo: Isso, desculpa, Manu! Para aí eu dar a bronca.

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O cantor que está atualmente com os seus 44 anos de idade revelou que o adolescente tem 13 anos de idade.

A exclusão de certos grupos na sociedade aparece até em coisas muito simples, como comprar roupa íntima. Se você é uma pessoa cisgênero (que se identifica com o gênero que lhe foi atribuído ao nascimento), você vai em uma loja e compra calcinha ou cueca em poucos minutos. Mas para travestis e mulheres e homens transgêneros até uma atividade tão simples quanto essa é cheia de obstáculos. Essas dificuldades, aliadas ao potencial de mercado e à preocupação com a saúde, motivam empreendedores a criar negócios mirando esse público.

No ano passado, a Pantys, marca de calcinhas absorventes para menstruação, lançou a cueca menstrual, voltada para homens transgêneros e pessoas não binárias (que não se identificam nem com o gênero masculino nem com o feminino). Oito meses após o lançamento, a cueca está entre os 10 produtos mais vendidos da marca ao redor do mundo e teve um crescimento médio de 190% por trimestre desde junho de 2021.

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A dificuldade em encontrar produtos que a atendessem como mulher trans fez a estilista Sandy Mel criar uma empresa especializada em calcinhas e biquínis, em Itajaí (SC). Com produtos que variam entre R$ 25 e R$ 150, além de mulheres trans e travestis, a empresa ainda atende mulheres cisgênero e homens crossdresses (que gostam de se vestir e de se portar de acordo com o gênero oposto), ainda que em menor quantidade.

Mas por que uma calcinha para mulheres trans e travestis precisa ser pensada especificamente para esse público? Entre essas pessoas, há muitas que não fizeram a cirurgia de redesignação sexual, ou seja, elas possuem um pênis. Assim, o tecido e a modelagem da calcinha precisam ser diferentes para conseguir acomodar o órgão.

Outro fator que interfere na modelagem é a "aquendação", técnica que consiste em esconder o pênis para que ele não fique ressaltado na calcinha. Esse método é muito utilizado por mulheres trans e travestis e por drag queens quando estão no personagem. Para "aquendar", é comum usar fita adesiva e cola no órgão genital, o que pode ser prejudicial à saúde. Nesse ponto, entram as calcinhas pensadas para esse público, que evitam o uso de substâncias que fazem mal ao corpo.

Na empresa de Sandy é ela, com sua experiência pessoal, quem desenha os produtos, faz os cortes, compra os tecidos, pensa nos modelos e conduz as vendas pelas redes sociais e marketplaces. Para confeccionar as peças, ela conta com uma equipe de costureiras.

"O maior desafio hoje é manter o padrão de qualidade, mesmo com o aumento do preço dos tecidos e dos aviamentos, sem aumentar o preço final. O público é muito exigente, sempre quer novidades, então eu renovo as opções de estampa a cada 15 dias. Tem loja que não vende tecido em pequena quantidade, então a compra mais básica que eu faço não fica por menos de R$ 1.500", explica.

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Victor Alves e Everton Torres perceberam que havia uma demanda no mercado e, em 2018, criaram a TGW, que fabrica e comercializa moda íntima, praia e fitness para mulheres trans e travestis em Blumenau (SC).

"Blumenau se tornou uma referência para pessoas trans com uma clínica voltada para esse público, que é reconhecida mundialmente. Então, percebemos a falta de oferta, porém uma grande demanda - não em termos de mercado, mas de necessidade. A mulher trans e travesti precisa poder comprar uma roupa íntima feita para o corpo dela, para que ela se sinta inserida na sociedade", explica Everton.

Por serem dois homens cisgênero, eles precisaram de ajuda para confeccionar os produtos. "Tivemos uma ajuda dessa clínica que atende pessoas trans para fazermos peças que se adequam ao órgão. Dependendo da qualidade da calcinha, acaba machucando e inflamando", conta Victor.

Hoje, na empresa, trabalham os dois sócios e uma revendedora que comercializa as peças nos Estados Unidos, além de um investidor anônimo. As vendas são feitas pelas redes sociais, e-commerce, Whatsapp e marketplaces. O carro-chefe, a calcinha, custa R$ 49,90. A dupla vende, em média, 100 pedidos por mês.

De olho na saúde

A saúde também é uma questão importante para o surgimento desses negócios. Em 2016, a empreendedora Silvana Bento criou a sua empresa, a Trucss, em São Paulo, a partir de um problema detectado no trabalho como técnica em hemoterapia. Observando as pacientes trans e travestis que chegavam aos hospitais, percebeu que muitas eram internadas para fazer cirurgia nos rins. Foi atrás de respostas e entendeu que o problema acontecia porque elas seguram a urina por muito tempo.

O motivo é explicado pela técnica da "aquendação". Como geralmente ela é feita com cola ou fita, só se retira no banho, o que faz com que a pessoa passe muito tempo sem fazer xixi, e isso gera doenças do trato urinário.

Diante desse cenário, Silvana pegou tecido, linha e agulha e desenhou um protótipo de calcinha que, com um funil entre as pernas, simula a técnica da 'aquendação'. Assim, a pessoa pode ir ao banheiro quando der vontade, sem grandes transtornos. Silvana entrou com o processo de patente em 2016, mas a aprovação pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) leva em média seis anos para a concessão. Há casos em que os inventores tiveram que esperar mais de 10 anos.

A partir do modelo da calcinha, que custa em média R$ 70, ela desenvolveu também uma linha praia. Uma de suas clientes é a cantora Linn da Quebrada, atualmente participante do Big Brother Brasil 22. A BBB, inclusive, levou os produtos para usar durante o confinamento.

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As vendas da Trucss são feitas por um site - que conseguiu colocar de pé após sua participação no programa Shark Tank - pelo Instagram e pelo Whatsapp. No fim de 2020, Silvana acreditou que, com a chegada da vacina no próximo ano, a economia iria melhorar, e abriu uma loja física em São Paulo. Mas, com a fase vermelha da pandemia, que veio logo depois, teve que fechar após seis meses.

"Nossas vendas caíram 70% durante a pandemia. Eu tinha uma equipe, mas precisei dispensá-los e fiquei sozinha na marca, apenas com a pessoa terceirizada que fabrica as peças para mim", conta. Por ser um negócio pequeno e sem capital de giro, as vendas são feitas por encomenda, o que, para Silvana, é o maior desafio da empresa.

"Quando a pessoa compra, geralmente, ela precisa do produto com urgência. E eu demoro de dois a 20 dias úteis para entregar. Acaba sendo até constrangedor falar isso para uma cliente. Se eu conseguir fazer um estoque e ter os produtos na pronta-entrega, vai facilitar a conclusão da venda. Como eu terceirizo a fabricação, eu não tenho a costureira só para mim, então eu disputo com outras pessoas."

A halterofilista Laurel Hubbard vai ser a primeira atleta transgênero a competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, depois de ter sido selecionada nesta segunda-feira pela Nova Zelândia para a competição no Japão. A atleta de 43 anos, que nasceu Gavin Hubbard e foi homem até os 35, em 2013, vai competir na categoria 87 quilos e será também a mais velha levantadora de peso na Olimpíada.

Antes da mudança de gênero, Hubbard tinha competido em provas masculinas. "Estou grata e honrada pela gentileza e pelo apoio que me foi dado por tantos neozelandeses. Quando fraturei o braço há três anos, me aconselharam a parar a carreira esportiva. Os últimos 18 meses mostraram a todos que há força na irmandade, na comunidade, e em trabalhar em conjunto para um objetivo comum", disse a atleta, em um comunicado oficial do Comitê Olímpico da Nova Zelândia (NZOC, na sigla em inglês).

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Hubbard se tornou elegível para competir nos Jogos Olímpicos em 2015, quando o Comitê Olímpico Internacional (COI) emitiu diretrizes que permitem a qualquer atleta transgênero competir como mulher, desde que os seus níveis de testosterona estejam abaixo de 10 nanomoles por litro por pelo menos um ano antes da primeira competição.

O líder máximo da NZOC, Kereyn Smith, disse que Hubbard estava dentro dos critérios de seleção do COI e da Federação Internacional de Halterofilismo. "Reconhecemos que a identidade de gênero no esporte é uma questão altamente sensível e complexa e que requer um equilíbrio entre os direitos humanos e a justiça no jogo", expressou.

Também o governo neozelandês se pronunciou, deixando o apoio à atleta. "A Laurel é um membro da equipe olímpica da Nova Zelândia. Estamos orgulhosos dela, como estamos de todos os nossos atletas", afirmou o ministro do Esporte e da Recreação, Grant Robertson, em um comunicado oficial.

A Pixar está desenvolvendo um novo projeto com espaço para representatividade LGBTQIA+. O estúdio procura uma adolescente transgênero para dublar a personagem Jess, que estará em seu próximo filme. A convocatória foi compartilhada pelo Twitter da Trans March, organização de ativismo trans em San Francisco (EUA).

O tweet trazia uma imagem com o chamado da Pixar para o teste que escolherá a dubadora. Ela deverá ter entre 14 e 17 anos e ser uma garota transgênero, bem como a personagem, Jess, uma menina trans “compassiva, engraçada, e que sempre apoia seus amigos”. O comunicado não especifica mais detalhes sobre o projeto no qual Jess será inserida.

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Esta será a terceira vez que a Pixar coloca um personagem LGBTQIA+ em seus filmes. Em Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica, o público conheceu a policial homossexual Specter; já no curta Out, a história girava em torno dos dilemas de Greg que desejava assumir sua sexualidade. 

Jessica Alves está ansiosa em perder a virgindade após a cirurgia de redesignação sexual e, ao que tudo indica, esse momento não é esperado somente por ela. Em entrevista, ela revelou estar recebendo milhares de mensagens de homens interessados em viver esse marco com ela. Alguns já lhe fizeram até propostas financeiras, oferecendo quantias como 15 mil euros (o equivalente a R$ 117 mil) para passar uma noite com ela.

A brasileira Jessica Alves ficou conhecida mundialmente como ‘Ken Humano’. Ela também fez fama apresentando programas de TV ao redor do mundo e trabalhando como influenciadora digital. Após decidir passar pela transição de gênero, a apresentadora também optou pela cirurgia de readequação sexual, realizada no início deste ano.

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Agora, ela se diz realizada e pronta para perder sua ‘nova’ virgindade. Em entrevista ao Daily Mail, ela revelou que tem sido muito procurada nesse sentido e que alguns homens já lhe ofereceram até dinheiro. “Um deles me ofereceu £15 mil (euros)! Eu jamais venderia o meu corpo, estou em busca de um amor e não de dinheiro”, esclareceu a apresentadora.

Jessica também disse, dessa vez em entrevista à revista New! que espera que o público não faça adaptações ao seu antigo apelido. “Eu odiava o apelido de 'Ken Humano'. Acho que aconteceu quando eu estava exagerando (nas cirurgias). Espero que as pessoas não me chamem de 'Barbie'"

O ator Elliot Page publicou, em seu Instagram, a primeira selfie desde que fez uma declaração revelando ser um homem transgênero. Elliot, que antes se identificava como Ellen Page, compartilhou a foto e escreveu a seguinte legenda:

"Do fundo do meu coração, obrigado. O amor e apoio de vocês tem sido o maior presente. Fiquem seguros. Estejam lá um para o outro. Vejo vocês em 2021".

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Elliot declarou ser um homem transgênero no início de dezembro de 2020, também através de uma publicação no Instagram. O ator ganhou destaque quando participou da série The Umbrella Academy e do filme Juno.

Depois da revelação, Elliot recebeu o apoio, nas redes sociais, de alguns atores com quem contracenou em The Umbrella Academy. Elliot Page também recebeu mensagens de apoio da esposa, Emma Portner.

O ator Elliot Page não terá alteração em seu personagem na série 'The Umbrella Academy', da Netflix. O ator irá continuar a interpretar a personagem Vanya Hargreeves/Número Sete no seriado, segundo informações da revista Variety. 

Elliot assumiu a identidade transgênero na última terça-feira (1°), quando também anunciou a mudança em seu nome de Ellen para Elliot Page.

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Apesar da alteração da identidade, o papel dele na série da Netflix se manterá o mesmo, sem qualquer alteração, mas o serviço de streaming fez questão de já incluir novos créditos na produção com o nome escolhido pelo ator.

 

A World Rúgby, a federação mundial da modalidade, publicou um novo guia às associações nacionais do esporte em que recomenda que mulheres transgêneros sejam excluídas do esporte. As razões para a diretriz seriam "motivos de segurança", segundo publicou a BBC. O documento foi criticado por organizações que defendem os direitos LGBT.

"Essa proposta foi baseada em um hipotético modelo de dados que tem pequena relevância em questões como justiça e segurança no rúgbi. Políticas importantes como essa deveriam ser baseadas em robustas e relevantes evidencias e trabalhadas próximas de pessoas trans praticantes de esporte", afirmou Nancy Kelley, chefe-executiva da Stonewall, organização britânica que luta contra a homofobia e a transfobia.

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Bill Beaumont, presidente da federação de rúgbi, ouviu as críticas e disse que mudanças nas recomendações podem ocorrer no futuro. "Nós reconhecemos que a ciência continua evoluindo e nos comprometemos a rever regularmente essas recomendações, sempre tentando ser inclusivos", comentou o mandatário.

O documento da World Rugby traz apenas recomendações, e não cria novas regras; as federações nacionais tem autonomia para tomar as decisões sobre seus próprios torneios locais. Quanto aos atletas trans masculinos, nenhuma recomendação para limitar a prática do esporte foi feita.

No Brasil, o debate sobre a presença de atletas trans no esporte se fortaleceu após o sucesso de Tiffany, jogadora de vôlei, na Superliga Feminina. Um projeto de lei para proibir que os atletas trans possam atuar profissionalmente nas ligas do gênero com o qual se identificam foi apresentado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo pelo deputado Altair Moraes (Republicanos) em 2019, mas ainda não foi votado por conta de sucessivos adiamentos.

A Sétima Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP) condenou a Associação Beneficente Portuguesa de Bauru a pagar R$ 20 mil de indenização por danos morais a uma auxiliar de enfermagem transgênero, vítima de tratamento indigno por parte da empresa, e de prática de atos preconceituosos por parte dos colegas de trabalho, por sua postura pessoal.

De acordo com os autos, a trabalhadora, que embora tenha nascido com sexo masculino, assumiu a condição de transgênero, portando-se como mulher, tendo, até mesmo, adotado nome social feminino. Ela afirma que, ao ser contratada como auxiliar de enfermagem, porém, recebeu crachá com o seu nome de registro, o que desde o início lhe causou desconforto.

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Além disso, não tinha autorização para usar os banheiros femininos, sendo obrigada a utilizar uma cabine reservada dentro do banheiro masculino, onde sofria “chacotas e vilipêndios” dos colegas.

Segundo a testemunha da trabalhadora, ela sempre se apresentou ao trabalho “vestida como mulher, tinha unhas e cabelos compridos, tinha prótese de silicone nos seios, usava maquiagem”. Quanto ao crachá, essa testemunha afirmou que a empresa tinha negado a substituição do nome e a colega, “por causa dos transtornos, colocou um adesivo sobre o nome para corrigi-lo”.

Ainda para essa testemunha, a demissão da colega se deu por “sua condição de transgênero” e com os fatos daí decorrentes, que a empresa “não soube lidar”, já que “não se comprovou qualquer fato, quanto ao seu perfil profissional, que a desabonasse”.

Constrangimento

A relatora do acórdão, desembargadora Luciane Storel, afirmou que ficou comprovado “o malefício moral” sofrido pela trabalhadora, o que justifica a indenização.

Quanto ao valor, arbitrado originalmente em R$ 20 mil pelo juízo da 4ª Vara do Trabalho de Bauru, o colegiado entendeu que estava “consentâneo com os casos julgados” pelo TRT 15, e que “atende aos parâmetros de arbitramento com moderação e razoabilidade; proporcional ao grau de culpa; proporcional ao nível socioeconômico da vítima; proporcional ao porte econômico da empresa; e, por fim, à realidade e às circunstâncias do caso concreto, valendo-se da experiência e do bom senso”.

O acórdão ressaltou, especialmente, a gravidade do fato praticado pela Associação Beneficente Portuguesa de Bauru, que “agiu com total despreparo, com uma profunda insensibilidade e desrespeito ao ser humano que estava trazendo para dentro das suas dependências”. A decisão salientou que a empregada já havia se apresentado para a contratação “como mulher”, e que “apresentou documentos civis alusivos ao seu sexo de nascimento e nome de registro e, ainda assim, não foram tomadas providências para o devido acolhimento dela”.

Para o colegiado, o “fato de lhe atribuir um crachá com nome masculino, determinar-lhe o uso de um compartimento restrito, dentro do banheiro masculino, por óbvio, resultaria em constrangimento” e afirmou que a empresa, “pelo motivo que fosse, se não concordasse com a condição pessoal assumida pela profissional, não deveria tê-la contratado, o que, por certo, frustraria as desagradáveis ocorrências narradas nestes autos”.

Uma determinação publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) passa a obrigar as 135 unidades da Delegacia da Mulher (DDM) de São Paulo a prestarem atendimento ao público transgênero. Antes da medida, a assistência dos servidores a quem procurava os distritos policiais poderia ser restrita ao sexo biológico.

De acordo com a deliberação, as DDMs deverão prestar apoio à pessoa transexual em casos de violência doméstica, familiar, crimes de assédio ou contra a dignidade sexual. A diligência reformula o decreto estadual publicado no ano de 1989, que não se assegurava atendimento por identidade de gênero. As denúncias podem ser realizadas pelo número 180.

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Em entrevista ao portal G1, a delegada Jamila Ferrari, coordenadora das DDMs paulistas, esclareceu que o público transgênero era atendido nos distritos, mas terão mais assertividade ao procurar a Polícia Civil. Segundo ela, a vítima será atendida não conforme o sexo biológico, mas pela maneira como se identifica.

Até a próxima quarta-feira (19), o Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo (Cate) oferece 470 vagas de emprego para o público transgênero. Com salários que variam entre R$ 1.045 e R$ 1,6 mil, as chances estão dispostas nos segmentos do comércio e serviços na capital e região metropolitana de São Paulo. Em alguns casos, não são exigidas experiências anteriores.

O maior número de vagas está na função de operador de telemarketing. São 280 postos de trabalho para os quais são exigidas noções básicas de informática, além do grau de escolaridade entre o ensino fundamental e médio completo. Os ganhos são de até um salário mínimo (R$ 1.065) mensal.

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Para atuar com vendas, há 140 chances com salário de R$ 1.045, que pode ser acrescido do valor de comissão. Embora não exija prática na atividade, a contratante requer que os profissionais cursem ou tenham concluído o ensino médio completo.

As 50 oportunidades remanescentes são para profissionais que executam serviços domésticos. Para a função, é necessário apresentar carta de referência, além de ser exigida a prática em atividades como limpar a casa, engomar roupas e cozinhar. Os salários variam entre R$ 1,2 mil e R$ 1,6 mil mensais. Os selecionados vão atuar na região oeste da capital paulista e na cidade de Osasco, na Grande São Paulo.

As inscrições para a primeira parte do processo seletivo serão aceitas até às 20h da próxima quarta-feira, 19. Para acessar, clique aqui. Já a segunda etapa requer a presença dos aprovados na unidade central do Cate (Avenida Rio Branco, 252, Centro, São Paulo - SP), munidas de documentos pessoais (RG e CPF) e currículo atualizado.

Jessica Alves, que ficou mundialmente conhecida como o Ken humano, está aos poucos dando outros passos em sua nova vida. Após passar pela transição de gênero, ela agora quer encontrar um companheiro com quem possa realizar o sonho de ser mãe. Para isso, a modelo vai estrelar o reality Love me gender: everyone deserves a bit of love in life, no qual percorrerá diversos países testando candidatos para o posto. 

O programa ainda está em fase de divulgação,  mas Jessica já se mostra muito animada com o projeto. Em seu Instagram, ela compartilhou um cartaz da atração que não tem plataforma de exibição definida por enquanto. Em breve, um site com o formulário de inscrição para os interessados será divulgado. Além de encontrar sua alma gêmea, ela também pretende passar uma mensagem com a atração. “Quero mostrar ao mundo que uma mulher trans como eu é capaz de sair com homens heterossexuais que não se importam com o gênero em que nasci”, disse em entrevista ao Daily Mail. 

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No reality, os selecionados conhecerão Jessica e ela vai escolher, entre eles, o que mais se aproximar ao “homem dos seus sonhos”. Ela explicou o que espera com a atração: “Todo mundo merece ter amor em sua vida e eu preciso de uma ajudinha nesse departamento. É diferente namorar como mulher. Eu falo seis idiomas e estarei viajando para diferentes países onde posso falar o idioma, incluindo Reino Unido, Itália, Espanha, Alemanha, França, Estados Unidos, Brasil e Holanda. Não descartarei o casamento no programa se conhecer o homem dos meus sonhos e espero que ele tenha os mesmos sonhos de começar uma família”. 

 A formatura do dia 9 de julho do curso de psicologia entrou para a história da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Pela primeira vez, a instituição concedeu láurea a uma estudante transgênero. Aos 29 anos, a recém-formada Verônica Valente recebeu o reconhecimento com emoção.

“É muito importante para mim pela representatividade, para ser um espelho para outras pessoas trans e mostrar que, além de estarmos em uma universidade federal, também podemos ser destaque”, afirma Verônica, que obteve média geral de 9,4 durante a graduação.

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Natural de Orobó, no interior de Pernambuco, ela morou na Casa do Estudante Mista durante todo o curso. “A UFPE foi meu quintal”, conta. De acordo com Verônica, a vida acadêmica abriu muitas portas, mas também a obrigou a encarar situações de preconceito no campus. “Apesar de a UFPE contar com uma Política LGBT, o preconceito é estrutural”, coloca ela, que também é técnica em enfermagem.

Vale lembrar que quando Verônica entrou na UFPE, no ano de 2015, em que surgiu a Diretoria LGBT, ainda não existia a portaria que regulamenta a política de utilização do nome social para pessoas que se autodenominam travestis, transexuais, transgêneros e intersexuais, aprovada apenas em 2016. Assim, a recém-formada conta que pediu aos professores para ser chamada de Verônica, mas um deles se recusou. Na aula seguinte, todos os alunos da turma usaram roupas femininas e as alunas, roupas masculinas, em protesto contra o docente. “Naquela hora, soube que estava, sim, no lugar certo”, comenta.

A transfobia também acompanhou Verônica nos estágios curriculares. “O processo foi bem sofrido. A láurea é simbólica e serve para mostrar a outras pessoas que é possível”, destaca Verônica, que se sente à vontade identificando-se tanto como “mulher trans” quanto como “travesti”. “Durante muito tempo ser mulher trans foi um lugar de marginalidade, tanto que muitas ainda acham que o espaço acadêmico não é para elas. Travesti para mim é orgulho”, frisa.

A professora Umbelina do Rego Leite, coordenadora do bacharelado em psicologia, ressalta que a conquista de Verônica pode encorajar outras pessoas transgênero a buscarem ingressar no ensino superior. “Há um ataque muito forte contra as minorias atualmente e é preciso naturalizar que as pessoas trans podem estar onde quiserem”, ressalta.

Já diretora da Diretoria LGBT da UFPE, Geovana Borges, acredita que conquista é um marco para quem lida com as políticas afirmativas e luta pela permanência da população trans nas universidades, que, por vezes, abandonam os estudos quando se deparam com a transfobia nesses espaços.“Recebi a notícia com muita felicidade, pois é uma motivação para continuar nosso trabalho”, comemora.

Com informações da UFPE

A escritora britânica J.K. Rowling, autora da saga de Harry Potter, criou polêmica na internet ao fazer um comentário considerado transfóbico no Twitter. Rowling comparou o tratamento hormonal para pessoas transgênero aos tratamentos de conversão sexual conhecidos como “cura gay”. “Estamos assistindo a um novo tipo de terapia de conversão para jovens gays”, publicou a escritora em seu perfil do Twitter, fazendo alusão às prescrições hormonais para jovens que questionam sua identidade de gênero. A escritora classificou o tratamento hormonal como os “novos antidepressivos”. 

Para justificar sua opinião, Rowling citou artigos e estudos que afirmam a existência de efeitos colaterais após o tratamento, como problemas de ‘’fertilidade e/ou função sexual completa’’.  Ao finalizar sua postagem, ela afirmou que “se o sexo não é real, não há atração pelo mesmo sexo”.

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Ativistas da causa LGBT logo se manifestaram contra a declaração da autora, entre eles Christine Burns, advogada norte-americana que faz campanha por direitos trans desde os anos 90. “A sugestão de que alguém submeta uma criança a um tratamento de mudança de gênero para evitar que ‘cresça gay ou lésbica’ é uma calúnia para todos os pais que cuidam destas crianças”, afirmou Burns.

Essa não foi a primeira vez que J.K. Rowling atacou a comunidade trans. No mês passado, a autora se mostrou incomodada com um artigo do site de desenvolvimento global da Devex, onde eles diziam estar “criando um mundo mais igualitário pós-Covid-19 para pessoas que menstruam”. A criadora de Harry Potter disse, na ocasião, que as pessoas que menstruam são chamadas de mulheres. O comentário não agradou por excluir propositalmente outras pessoas que também menstruam mas que não se identificam como mulheres, como é o caso de homens trans e pessoas não binárias.

Dentro de campo se sentem completos. Ao fim de um árduo caminho, Mara e Marcos somam à energia e à alegria que lhes dá o futebol a satisfação de saberem que são pioneiros na integração de jogadores transgênero nos clubes argentinos.

Alta, magra, com o cabelo longo preso em um rabo de cavalo, Mara Gómez joga na equipe Villa San Carlos de La Plata, sediado 60 km ao sul de Buenos Aires. Aos 23 anos, ela aspira se tornar a primeira jogadora trans contratada na incipiente liga profissional feminina de futebol na Argentina.

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"Eu sofria muito com a descriminação, a exclusão, o maltrato verbal que tinha na rua e na escola. Eu me apeguei ao futebol como terapia", relatou Mara à AFP.

Mara começou a jogar aos 15 anos, incentivada pelas vizinhas. "Havia momentos em que eram organizados torneios no bairro e equipes rivais se enfrentavam. Então minhas colegas me apoiavam e diziam que se eu não jogasse, elas também não jogariam", lembrou a atleta, que atua como centroavante.

Na liga feminina de La Plata, Mara se destacou como a artilheira das últimas duas temporadas. O fato chamou a atenção do Villa San Carlos, último colocado do futebol profissional feminino.

"É rápida e tem ótima finalização. Ao contrário do que as pessoas pensam, ela não é tão forte. Tenho várias meninas que são muito mais fortes e, mesmo sendo rápida, tenho meninas que são mais rápidas. É inteligente, aprende rápido. E ela faz gol, que é o que nos falta", descreveu o técnico do clube, Juan Cruz Vitale.

O clube aguarda a retomada das atividades, suspensas devido à pandemia do coronavírus, para apresentar um pedido de contratação de Mara à Federação de futebol da Argentina (AFA).

"Há uma lei de identidade de gênero que não podem ignorar. Estamos convencidos de que ela vai poder estar com a gente", afirmou o técnico.

A Argentina foi pioneira na América Latina em aprovar uma lei de identidade de gênero, em 2012, graças à qual Mara pôde corrigir os dados em sua identidade quando fez 18 anos.

"Me sinto muito feliz de saber que, como sociedade, estamos fazendo um pouco mais, estamos abrindo mentes", declarou a atleta diante da perspectiva de se tornar profissional em um dos países que mais revela jogadores de futebol no mundo e de onde saíram ídolos históricos como Diego Maradona e Lionel Messi.

- "Jogar com os homens" -

Marcos Rojo, 20 anos, ingressou neste ano como atacante do clube Unión del Suburbio, em Gualeguaychú (nordeste da Argentina), a primeira equipe masculina na qual joga.

Há dois anos, ele corrigiu seu nome e gênero na identidade e a equipe não hesitou em contratá-lo. A liga da província de Entre Ríos deverá entregar a Marcos a autorização para jogar assim que o futebol voltar.

Na sala de sua casa, é possível ver uma foto de Marcos, ainda mulher, comemorando o aniversário de 15 anos. Sua transição foi apoiada por toda a família.

"Eu quis fazer a mudança do documento, porque sempre gostei de jogar com os homens. Desde pequeno sentia fazer parte deles. O futebol foi um grande passo para mim, porque era o que eu estava buscando, o que queria. Poder mostrar o que se sabe é muito bom. O apoio de uma equipe para uma mudança desse nível é muito importante", explicou à AFP Marcos, que torce pelo tradicional Boca Juniors.

Marcos participa dos treinos e já disputou vários amistosos. Ao fim das sessões de treinamento, vai por conta própria à academia.

Atualmente cursando o último ano do ensino médio, Marcos pretende se dedicar plenamente ao futebol após se formar.

O futebol masculino "é muito mais exigente. Todos os rapazes chutam bem. Para mim será uma conquista se conseguir jogar na primeira divisão em algum momento", admitiu.

- Desafio e dilema -

Sebastián Rajoy, presidente do Unión del Suburbio, afirmou categoricamente que "o direito ao esporte pertence a todos e todas".

"Os clubes mais modestos são os que estão dando a oportunidade. Alguém precisa começar, e neste caso somos nós", completou, embora alerte que Marcos "tem agora o desafio de encarar o futebol competitivo".

Alem de suas habilidades e dedicação, nestes primeiros passos da incorporação de atletas transgênero ao futebol, tanto Mara como Marcos têm consciência de que poderão eventualmente ser obrigados a apresentar exames hormonais para poderem jogar profissionalmente.

"O debate que existe está vinculado ao dilema entre o biológico e o respeito aos direitos", ressaltou Ayelén Pujol, especialista em esportes e temas de gênero.

A Universidade Federal do ABC, em São Paulo, divulgou em seu edital de adesão ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que no semestre 2020.1 irá reservar vagas para pessoas transgêneras. A instituição, que já tinha instituído a reserva de vagas para a população transgênero em 2019, ofertará 1988 vagas no Sisu 2020.1. 

Ao todo, serão 20 vagas reservadas para transgêneros e outras 20 para pessoas trans em situação de vulnerabilidade social. A reserva, no entanto, não interfere nas ações afirmativas da instituição, que já reserva vagas para pessoas com deficiência e refugiados. 

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Além disso, há ainda o sistema de cotas determinado pela Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, determinando que metade das vagas sejam para estudantes egressos de escolas públicas, com um percentual reservado também por renda, etnia e para pessoas com deficiência. 

Para obter a classificação na universidade, em qualquer modalidade de concorrência, os estudantes precisam obter no mínimo 450 pontos em cada um dos quatro eixos do conhecimento avaliados no Enem, além de pelo menos 500 pontos na redação. 

Vale ressaltar que, no ato de matrícula, candidatos e candidatas transgênero precisam de atenção extra no que diz respeito à documentação. Para mais detalhes, acesse o edital completo

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