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Os combates foram retomados nesta sexta-feira (1) na Faixa de Gaza após o fim da trégua de uma semana entre Israel e Hamas, com quase 30 mortos palestinos até o momento, segundo as autoridades do movimento islamista no território.

"O Hamas violou a pausa operacional e disparou contra o território israelense", afirmou o Exército do país em um comunicado.

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"As FDI (Forças de Defesa Israelenses) retomaram os combates contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza", acrescenta nota.

O anúncio aconteceu depois que as FDI interceptaram um foguete lançado a partir de Gaza, o primeiro desde 24 de novembro, quando começou a trégua.

Uma fonte próxima ao Hamas declarou à AFP que o braço armado da organização recebeu "a ordem de retomar o combate e defender a Faixa de Gaza".

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, anunciou que 29 pessoas morreram na Faixa desde a retomada dos combates.

A pasta citou sete mortes no norte do território - Jabaliya e Cidade de Gaza -, 12 em Khan Yunes e Rafah, no sul, e 10 em Al Maghazi, no centro da Faixa.

O reinício dos combates acabou com a esperança de uma prorrogação da trégua de sete dias que permitiu a libertação de dezenas de reféns em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel, além de ter facilitado a entrada de ajuda na Faixa de Gaza.

Ao mesmo tempo, as negociações entre os dois lados, com mediadores do Catar e Egito, prosseguiam nesta sexta-feira, segundo uma fonte informada sobre as conversações.

Na quinta-feira, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, se reuniu com autoridades palestinas e israelenses. Ele fez um apelo a favor da extensão da trégua e alertou que, em caso de retomada dos combates, os civis palestinos devem ser protegidos.

A trégua representou uma pausa nos combates iniciados em 7 de outubro, quando combatentes do Hamas invadiram o território de Israel. O ataque surpresa deixou 1.200 mortos, a maioria civis, e 240 sequestrados, segundo as autoridades israelenses.

Em resposta, Israel prometeu aniquilar o Hamas e iniciou uma campanha de ataques aéreos e terrestres em Gaza que, segundo o governo do Hamas, deixou mais de 15.000 mortos, a maioria civis.

Durante a trégua mediada pelo Catar, 80 reféns israelenses foram liberados em troca de 240 prisioneiros palestinos.

Mais de 20 estrangeiros, a maioria tailandeses que trabalhavam em Israel, foram liberados à margem do acordo de troca.

Na quinta-feira à noite, seis israelenses foram liberadas, horas depois da saída de duas reféns.

O número de reféns libertados na quinta-feira chegou a oito, menos dos 10 por dia que o Hamas deveria liberar segundo o acordo de trégua. Uma fonte do grupo islamista indicou que foram incluídas na contagem duas mulheres com dupla cidadania, russa e israelense, liberadas na quarta-feira.

A libertação foi um alívio para Keren Shem, cuja filha Mia foi uma das reféns que deixou o cativeiro. A família divulgou imagens de Keren chorando de alegria ao ser informada sobre a liberdade iminente da jovem.

- Prorrogação frustrada -

Pouco depois da chegada dos reféns a Israel, o serviço penitenciário do país anunciou a libertação de mais 30 detentos palestinos, 23 menores de idade e sete mulheres.

Blinken afirmou que Washington desejava o "avanço" do processo e outro dia de trégua.

Uma fonte próxima ao Hamas declarou que o grupo apoiava mais uma prorrogação e os mediadores tentaram estender a pausa, mas o processo parece ter fracassado.

Israel sempre insistiu que a trégua era uma pausa temporária para garantir a libertação de reféns.

"Juramos (...) eliminar o Hamas e nada vai nos impedir", afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um vídeo divulgado por seu gabinete após a reunião com Blinken.

O governo israelense enfrenta uma pressão cada vez maior para explicar como protegerá os civis do território palestino, que enfrentam um bloqueio e não tem como sair da região.

Blinken alertou que a retomada das ações militares israelenses "deve colocar em prática planos que minimizem as mortes de palestinos inocentes" e "delimitar de forma clara e precisa áreas e locais no sul e centro de Gaza onde possam estar seguros e longe da linha de fogo".

Organizações internacionais pediram mais tempo para transportar suprimentos médicos, alimentos e combustível para Gaza, onde 1,7 milhão de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas.

A trégua permitiu que as pessoas retornassem para observar as casas destruídas e tentar recuperar alguns pertences entre os escombros.

"Tememos que a trégua acabe e que os problemas e bombardeios retornem", declarou na quinta-feira à AFP Mohamad Naasan, morador de Gaza. "Espero que a trégua seja retomada para que a paz prevaleça e possamos voltar para casa".

- Violência em Jerusalém e na Cisjordânia -

A trégua não impediu a violência em outras regiões.

Na manhã de quinta-feira, dois homens armados abriram fogo contra um ponto de ônibus em Jerusalém e mataram três pessoas, um ataque reivindicado pelo Hamas. Os dois agressores foram mortos.

Dois soldados israelenses ficaram feridos quando um veículo avançou contra um posto de controle na Cisjordânia ocupada, informou o Exército.

A violência em Gaza também elevou a tensão na Cisjordânia, onde quase 240 palestinos morreram em ações de soldados ou colonos israelenses desde 7 de outubro, segundo a Autoridade Palestina, que tem sede em Ramallah.

O jornal The New York Times publicou na quinta-feira que Israel recebeu informações de que o Hamas estava preparando um grande ataque, antes da incursão de 7 de outubro que desencadeou a guerra, mas ignorou o alerta.

burs-sah/mas/avl/fp

A trégua entre Israel e o Hamas foi prorrogada por um dia, até sexta-feira, anunciaram os dois lados poucos minutos antes do fim da pausa nesta quinta-feira (30), informação confirmada pelo Catar, que atua como país mediador.

Inicialmente acordada para quatro dias e prorrogada por mais 48 horas, a trégua terminava às 7H00 (2H00 de Brasília) desta quinta-feira, mas os países mediadores do conflito pressionaram por conseguir uma extensão, obtida quase no final do prazo.

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Minutos antes do horário programado para o fim da trégua, o Exército de Israel anunciou que, "à luz dos esforços dos mediadores para continuar o processo de libertação dos reféns (...) a pausa operacional continuará".

Em seguida, o movimento islamista Hamas confirmou em um comunicado um acordo para "prorrogar a trégua pelo sétimo dia", mas sem revelar detalhes.

Algumas horas antes, o Hamas havia acusado Israel de rejeitar a extensão da pausa quando o movimento propôs libertar sete reféns e entregar os corpos de três vítimas do conflito.

O Ministério das Relações Exteriores do Catar, principal mediador do conflito, que tem o auxílio dos Estados Unidos e do Egito, confirmou "um acordo para prorrogar a trégua humanitária na Faixa de Gaza por um dia adicional sob as mesmas condições".

O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ratificou a prorrogação depois que recebeu uma nova lista de "mulheres e crianças" reféns que devem ser libertadas nesta quinta-feira, segundo os termos do acordo.

O anúncio aconteceu horas depois da chegada a Israel do secretário de Estado americano, Antony Blinken, que viajou à região para pressionar as partes a prorrogar a pausa.

- Preparados para o combate -

O acordo permitiu uma interrupção dos combates iniciados em 7 de outubro, quando militantes do Hamas atacaram o sul de Israel, assassinaram 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 240, segundo as autoridades do país.

Israel respondeu com uma ofensiva aérea e terrestre contra a Faixa de Gaza, uma operação que matou quase 15.000 pessoas, a maioria civis, segundo o governo do território controlado pelo Hamas.

O acordo de trégua anunciado na semana passada prevê prorrogações caso o movimento islamista liberte 10 reféns por dia, que são trocados por 30 prisioneiros palestinos, mas os dois lados alertaram antes da extensão que estavam prontos para retomar os combates.

O braço militar do Hamas determinou que seus combatentes mantenham a "preparação militar (...) com a previsão de uma retomada dos combates se (a trégua) não for renovada".

O porta-voz das Forças Armadas de Israel, Doron Spielman, disse que as tropas entrarão "em modo operacional muito rapidamente e prosseguirão com os objetivos em Gaza" caso a trégua expire.

Na quarta-feira à noite, o Hamas libertou mais 10 reféns israelenses, além de quatro tailandeses e dois russo-israelenses à margem do acordo.

Entre as pessoas liberadas estava Liat Beinin, que também tem cidadania dos Estados Unidos. O presidente americano Joe Biden declarou estar "profundamente satisfeito" e insistiu que o acordo de trégua "trouxe resultados significativos".

Pouco depois, a autoridade penitenciária de Israel anunciou a libertação de mais 30 detentos palestinos. O Catar informou que o grupo inclui 16 menores de idade e 14 mulheres.

Entre as pessoas liberadas estava Ahed Tamimi, uma ativista de 22 anos que virou símbolo da causa palestina contra a ocupação israelense.

- "Verdadeiro cessar-fogo" -

Desde 24 de novembro, o acordo de trégua permitiu a libertação de 70 reféns israelenses e de 210 detentos palestinos (mulheres ou menores de 19 anos).

Além disso, quase 30 reféns estrangeiros, em sua maioria tailandeses que vivem em Israel, foram liberados à margem do acordo.

A comunidade internacional pressiona por uma trégua duradoura.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu um "verdadeiro cessar-fogo humanitário" e disse que os moradores de Gaza sofrem uma "catástrofe humanitária épica". A China fez um apelo por uma "trégua humanitária prolongada e duradoura", assim como um "cessar-fogo integral" e a "libertação de todos os civis e reféns".

A trégua permitiu aumentar consideravelmente o envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, que enfrenta um "cerco total" de Israel, que cortou o fornecimento de alimentos, água, energia elétrica e combustível.

A ONU afirma que 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza foram deslocados pela guerra e mais da metade das casas foram danificadas ou destruídas.

- Ataque em Jerusalém -

Na manhã desta quinta-feira, três pessoas morreram e seis ficaram feridas, três delas em estado grave em um ataque com armas de fogo contra um ponto de ônibus em Jerusalém Ocidental.

O ataque, executado segundo a polícia por "dois residentes de Jerusalém Oriental" ocupada e anexada por Israel, aconteceu pouco depois do anúncio da prorrogação da trégua entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza pelo sétimo dia.

"Dois terroristas em um carro, um armado com um M-16 e o outro com uma pistola, abriram fogo por volta das 7H40" (2H40 de Brasília), afirmou o chefe de polícia de Jerusalém, Doron Torgeman.

O Magen David Adom (Mada), equivalente israelense da Cruz Vermelha, identificou um dos três mortos como "uma jovem de 24 anos".

Os dois agressores "foram neutralizados" no local, afirmou a polícia em um comunicado.

burs-sah/kma/dbh/zm/fp

O Hamas está disposto a prolongar por mais quatro dias a trégua com Israel e a libertar mais reféns em troca de prisioneiros palestinos, anunciou nesta quarta-feira (29) uma fonte próxima ao movimento islamista, enquanto aumentam as pressões dos mediadores internacionais para conseguir um cessar-fogo duradouro no conflito.

A trégua entre Israel e Hamas entrou no sexto dia nesta quarta-feira, com a previsão de uma nova troca de reféns israelenses e presos palestinos.

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Iniciada na sexta-feira (24) e com um prazo inicial de quatro dias, a trégua foi prorrogada por 48 horas, até quinta-feira às 7H00 locais (2H00 de Brasília), para permitir a troca de 20 reféns do Hamas por 60 prisioneiros palestinos, informou o governo do Catar, principal mediador da guerra.

A prorrogação permitiu a entrega na terça-feira à noite de 12 reféns que estavam sob poder do grupo islamista (10 israelenses e dois tailandeses) e de 30 presos palestinos, incluindo um adolescente de 14 anos.

A imprensa israelense informou que o governo já recebeu a lista dos reféns que serão liberados pelo Hamas nas próximas horas, mas nenhuma fonte oficial confirmou a notícia.

Na manhã desta quarta-feira, uma fonte próxima ao Hamas afirmou que o movimento islamista "concorda" em prologar a atual trégua por mais quatro dias.

"O Hamas informou aos mediadores que deseja estender a trégua por outros quatro dias e que, durante este período, está em condições de libertar prisioneiros israelenses que tem em seu poder em conjunto com outros movimentos da resistência e outras partes, nos mesmos termos da atual trégua", afirmou a fonte.

Até o momento, a trégua, que também foi negociada com o apoio do Egito e dos Estados Unidos, permitiu a libertação de 60 reféns israelenses - assim como de 20 tailandeses, um filipino e um russo-israelense à margem do acordo.

Israel liberou 180 presos de suas penitenciárias, em uma proporção de três palestinos para cada refém israelense.

As autoridades israelenses calculam que 240 pessoas foram sequestradas e levadas para Gaza durante o ataque sem precedentes do Hamas em 7 de outubro, que deixou 1.200 mortos, a maioria civis - o número também inclui mais de 300 militares.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e iniciou uma ofensiva contra a Faixa de Gaza, com bombardeios constantes e uma operação terrestre desde 27 de outubro, ações que deixaram 14.854 mortos, incluindo 6.150 menores de idade, segundo o governo de Gaza controlado pelo movimento islamista.

- "Trégua duradoura" -

Ao relatar as condições de vida dos reféns em Gaza, a avó de Eitan Yahalomi, um menino de 12 anos liberado na segunda-feira, disse que o neto ficou isolado por 16 dias.

"Os dias em que ele ficou sozinho foram horríveis", disse Esther Yaeli ao site de notícias israelense Walla. "Agora, Eitan parece muito reservado".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu na terça-feira "libertar todos os reféns" do Hamas, uma organização considerada terrorista por Estados Unidos, União Europeia e Israel.

"Destruiremos essa organização terrorista e nos vamos assegurar de que Gaza deixe de ser uma ameaça para o Estado de Israel", acrescentou.

O comandante do Estado-Maior, Herzi Halevi, seguiu a mesma linha e declarou: "O Exército israelense está preparado para retomar os combates. Aproveitamos os dias de pausa (...) para reforçar nossa preparação".

Nos bastidores, no entanto, os mediadores tentam prorrogar a trégua.

"Nosso principal objetivo agora, e nossa esperança, é conseguir uma trégua duradoura que levará a novas negociações e, finalmente, ao fim da guerra", declarou o porta-voz da diplomacia do Catar, Majed al Ansari.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, visitará esta semana Israel e a Cisjordânia ocupada.

Uma fonte a par das negociações informou que os diretores dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e de Israel estão em Doha, capital do Catar, para discutir a "próxima fase" do acordo.

- "Risco de fome" -

A extensão da trégua permitiu a entrada de caminhões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, cercada e bombardeada durante sete semanas pelo Exército israelense.

Mas a situação continua sendo "catastrófica", afirmou o Programa Mundial de Alimentos (PAM), que alertou para o "risco de fome".

"Não temos água, comida ou farinha há 10 dias. A situação é muito difícil", afirmou Ashraf Selim, morador de Gaza, à AFP.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) constatou um "aumento expressivo" das doenças contagiosas, com 45 casos a mais de diarreia em crianças que o habitual, no momento em que muitos hospitais de Gaza estão sem condições de funcionamento.

Uma fonte do governo americano afirmou que a quantidade de ajuda humanitária enviada à Faixa de Gaza alcançou 2.000 caminhões, com um "ritmo de 240 caminhões por dia".

Submetido a um bloqueio terrestre, marítimo e aéreo desde 2007, este pequeno território densamente povoado está sob cerco total de Israel, que cortou o fornecimento de água, alimentos e energia elétrica.

Mais de metade das casas do território foram danificadas ou destruídas pela guerra, que provocou o deslocamento de 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa, segundo a ONU.

Milhares de palestinos deslocados para o sul da Faixa aproveitaram a trégua para voltar para suas casas no setor norte devastado, apesar da proibição anunciada pelo Exército israelense.

"Tento encontrar lembranças da minha casa", disse um palestino de Al Zahra, mostrando as montanhas de escombros onde antes ficava sua residência, destruída pelos bombardeios israelenses.

A trégua entre Israel e Hamas foi prorrogada nesta terça-feira (28) para permitir a libertação de mais reféns israelenses e detentos palestinos, assim como a entrada de ajuda adicional na Faixa de Gaza, onde a situação humanitária é considerada "catastrófica".

Em vigor desde a madrugada de sexta-feira (24), o acordo negociado pelo Catar, com apoio do Egito e dos Estados Unidos, permitiu até o momento a libertação de 50 reféns que estavam sob poder do Hamas na Faixa de Gaza e de 150 palestinos presos em Israel.

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Além disso, outros 19 reféns, em sua maioria trabalhadores estrangeiros em Israel, foram libertados pelo Hamas à margem do acordo que, a princípio, teria duração de quatro dias, até a madrugada desta terça-feira.

Poucas horas antes do fim do prazo, Estados Unidos e Catar anunciaram a extensão da trégua por mais dois dias, até a quinta-feira às 7H00 de Gaza (2H00 de Brasília). No prazo adicional devem ser libertados quase 20 reféns e 60 presos palestinos.

"As partes palestina e israelense alcançaram um acordo para prolongar a pausa humanitária em Gaza por mais dois dias", anunciou em um comunicado o porta-voz da diplomacia do Catar, Majed al Ansari.

A imprensa israelense informou que o governo do país já recebeu a lista com os nomes dos 10 reféns que o grupo islamista pretende liberar durante o dia, mas não revelou suas identidades.

Durante a noite de segunda-feira, 11 reféns israelenses foram libertados na Faixa de Gaza, incluindo seis de famílias argentinas: uma mãe e as duas filhas adolescentes e a mulher de um argentino que permanece sequestrado e suas duas filhas gêmeas de três anos.

O Ministério das Relações Exteriores da Argentina, que identificou pelo menos 21 cidadãos desaparecidos ou sequestrados no ataque de 7 de outubro do Hamas, comemorou a libertação do grupo, mas pediu "a libertação imediata e incondicional de todos os reféns".

- "Alegria indescritível" -

Pouco depois, Israel libertou 33 palestinos de suas prisões, incluindo Mohamed Abu al Humus, que abraçou a mãe ao retornar para casa em Jerusalém Oriental.

"Não posso descrever o que sinto. É uma alegria indescritível", declarou aos correspondentes da AFP.

Em Beitunia, na Cisjordânia ocupada, a recepção aos presos liberados terminou em confrontos com as forças de segurança de Israel. Um jovem palestino morreu ao ser atingido por tiros, informou o Ministério da Saúde palestino.

Antes da extensão da trégua, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aprovou a inclusão de "50 prisioneiros" na lista de pessoas que podem ser liberadas, entre elas Ahed Tamimi, uma jovem que virou símbolo da causa palestina.

Os mediadores trabalham para prolongar a trégua além das 48 horas adicionais. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, viajará no fim de semana para Israel e Cisjordânia ocupada para reuniões com Netanyahu e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.

Apesar da pressão da sociedade civil para conseguir o retorno de mais reféns, tanto o Exército como o governo de Israel reiteraram nos últimos dias que pretendem retomar os combates para "eliminar" o Hamas.

O governo de Netanyahu solicitou ao Parlamento um orçamento "de guerra" de 30,3 bilhões de shekels (8 bilhões de dólares, 39 bilhões de reais).

Israel iniciou a ofensiva contra a Faixa de Gaza após o ataque do Hamas em 7 de outubro, quando 1.200 pessoas foram assassinadas por combatentes islamistas e outras 240 foram sequestradas, segundo as autoridades israelenses. Entre os mortos estão mais de 300 militares ou integrantes das forças de segurança.

Em Gaza, alvo de bombardeios incessantes e de uma ofensiva terrestre desde 27 de outubro, a operação israelense deixou 14.854 mortos, incluindo 6.150 menores de idade, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.

- "Catastrófica" -

A extensão da trégua deve permitir a entrada de mais caminhões com ajuda para a Faixa de Gaza, cercada e devastada por sete semanas de ofensiva israelense.

"A situação humanitária em Gaza continua sendo catastrófica e o território precisa da entrada urgente de ajuda adicional de forma fluida, previsível e contínua para aliviar o sofrimento insuportável dos palestinos em Gaza", afirmou o emissário da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland.

Mais de metade das residências do território foi danificada ou destruída pela guerra, que provocou o deslocamento de 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes, segundo a ONU.

A trégua ofereceu um alívio aos moradores de Gaza, mas a situação humanitária continua "perigosa" e as necessidades "sem precedentes", afirmou a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA).

"Sofremos porque não temos comida, água, não nos trazem nenhuma ajuda", lamentou Fouad Hara, um palestino pai de cinco filhos, deslocado pelos combates na Cidade de Gaza para o sul do território.

A trégua entre Israel e Hamas entra no último dia nesta segunda-feira (27), com negociações em curso para tentar prolongar o acordo que permitiu a libertação de reféns e prisioneiros, assim como entrada de ajuda humanitária de emergência na Faixa de Gaza.

O movimento islamista palestino afirmou em um comunicado que busca "prolongar a trégua além dos quatro dias", com o objetivo de "aumentar o número de prisioneiros liberados" como estava previsto no acordo.

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Uma fonte próxima ao Hamas declarou à AFP que o grupo informou aos mediadores que é partidário de uma extensão de "dois a quatro dias".

O acordo, negociado pelo Catar com o apoio dos Estados Unidos e do Egito e que entrou em vigor na sexta-feira (24), prevê quatro dias de trégua, a entrada de ajuda humanitária em Gaza, a libertação de 50 reféns dos mais de 200 mantidos em Gaza e a saída de 150 detentos palestinos das prisões israelenses.

Desde sexta-feira, 39 reféns e 117 presos palestinos foram liberados devido ao acordo.

Outros 24 reféns, a maioria tailandeses que trabalhavam em Israel, foram liberados à margem do acordo.

Uma cláusula do acordo permite a ampliação do mesmo para a libertação diária de 10 reféns do Hamas em troca de 30 presos palestinos em Israel.

- "Voltaremos ao nosso objetivo" -

Entre os reféns liberados no domingo está uma menina de quatro anos de nacionalidade americana, Abigail, que ficou órfã no ataque dos Hamas contra Israel em 7 de outubro.

Uma fonte do governo dos Estados Unidos afirmou que a mãe morreu diante da criança e o pai foi assassinado quando tentava proteger a menina. Abigail, que completou quatro anos no cativeiro, buscou refúgio na casa dos vizinhos, onde foi sequestrada.

"Ela sofreu um trauma terrível", disse o presidente americano, Joe Biden, que defendeu a prorrogação da trégua.

"Meu objetivo e o nosso é garantir que esta pausa continue além de amanhã (segunda-feira) para que possamos ver mais reféns liberados e mais ajuda humanitária", declarou o presidente dos Estados Unidos.

O primeiro--ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se mostrou ambíguo sobre a questão.

"Os dispositivos preveem a libertação de mais 10 reféns a cada dia e é uma bênção. Mas também disse ao presidente que depois do acordo voltaremos ao nosso objetivo: eliminar o Hamas", declarou a respeito de uma conversa com Biden.

O chefe de Governo de Israel, que solicitará nesta segunda-feira um "orçamento de guerra" de 30 bilhões de shekels (quase 8 bilhões de dólares, 39 bilhões de reais), afirmou na sexta-feira em Gaza que a ofensiva continuará "até a vitória".

Israel iniciou a ofensiva contra o território após o ataque do Hamas em 7 de outubro, de violência e dimensão sem precedentes desde a fundação do país em 1948.

As autoridades israelenses afirmam que 1.200 pessoas morreram no ataque dos combatentes do Hamas e que quase 240 foram sequestradas e levadas para a Faixa de Gaza.

Entre os mortos estão mais de 300 militares ou integrantes das forças de segurança israelenses.

No território palestino, alvo de bombardeios incessantes e de uma ofensiva terrestre desde 27 de outubro, a ofensiva israelense deixou 14.854 mortos, incluindo 6.150 menores de idade, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas. Além disso, a Defensa Civil de Gaza calcula que 7.000 pessoas estão desaparecidas.

- "200 caminhões por dia" -

A trégua ofereceu um alívio aos moradores de Gaza, mas a situação humanitária continua "perigosa" e as necessidades "sem precedentes", afirmou a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA).

A ONU informou que 248 caminhões de ajuda entraram desde sexta-feira na Faixa de Gaza, onde Israel aplica desde 9 de outubro um "cerco total", que impede o abastecimento de água, comida, energia elétrica e remédios.

"Deveríamos enviar 200 caminhões por dia durante pelo menos dois meses para responder às necessidades", declarou à AFP Adnan Abu Hasna, porta-voz da UNRWA, antes de informar que em algumas áreas não há "água potável, nem comida".

"Falam sobre fornecer ajuda e combustível, mas estou no posto de gasolina há nove horas e ainda está fechado", disse Bilal Diab, um palestino entrevistado pela AFP em Khan Yunes (sul) no domingo.

O Exército israelense, que considera o terço norte da Faixa uma zona de guerra, ordenou à população que abandonasse a área e proibiu o retorno de civis durante a trégua.

Apesar da ordem, milhares de moradores de Gaza aproveitaram a pausa no conflito para tentar retornar para suas casas no norte.

Na Cidade de Gaza, que virou um campo em ruína, os habitantes caminham entre pilhas de escombros, por ruas de edifícios destruídos.

Mais da metade das residências do território foram danificadas ou destruídas pela guerra, que provocou o deslocamento de 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes, segundo a ONU.

Os hospitais do sul da Faixa continuam recebendo muitos feridos retirados do norte, onde quase todos os centros médicos estão sem condições de funcionamento.

A trégua entre Israel e Hamas vai começar na manhã de sexta-feira e um primeiro grupo de 13 reféns nas mãos do grupo islamista palestino será libertado à tarde, anunciou, nesta quinta (23), um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar.

"A pausa humanitária começará às 7h de sexta-feira [02h00 no horário de Brasília] (...) e o primeiro grupo de reféns civis será entregue aproximadamente às 16h do mesmo dia", informou Majed al Ansari, especificando que treze mulheres e crianças serão libertadas.

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O braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedin al Qassam, confirmou a "interrupção de todas as operações militares" durante quatro dias a partir de sexta-feira e a troca de um total de 50 reféns, incluindo mulheres e crianças, pela libertação de três presos palestinos por cada pessoa sequestrada.

Israel confirmou que recebeu uma "primeira lista de nomes" de reféns e que está "em contato com todas as famílias".

O Catar, que atua como mediador no conflito, havia anunciado na quarta uma trégua de quatro dias, acompanhada de uma troca de reféns mantidos em Gaza por presos palestinos detidos em Israel.

O acordo prevê uma "troca de 10 reféns por 30 prisioneiros" no primeiro dia da trégua, e um total de 50 reféns civis libertados em quatro dias por 150 palestinos.

Israel divulgou uma lista de 300 prisioneiros palestinos que podem ser libertados: 33 mulheres e 267 jovens com menos de 19 anos.

A comunidade internacional recebeu a notícia do acordo com otimismo, por considerá-lo um primeiro passo para um cessar-fogo duradouro.

A ONU considerou o acordo um "passo importante", mas observou que "ainda há muito a ser feito".

- Bombardeios em Khan Yunis -

O acordo foi anunciado após quase sete semanas de uma guerra desencadeada por um ataque, em 7 de outubro, do Hamas em território israelense que deixou 1.200 mortos, a maioria civis.

Além disso, 240 pessoas foram sequestradas no dia da agressão do movimento islamista palestino e levadas para a Faixa de Gaza.

Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva contra Gaza que, segundo o Hamas, deixou quase 15.000 mortos no território palestino, incluindo mais de 5.000 crianças.

Os combates prosseguiram durante toda a noite no pequeno território de 360 quilômetros quadrados, sobre o qual Israel impõe desde 9 de outubro um "cerco total", cortando o fornecimento de água, comida, energia elétrica e combustível.

Durante a madrugada de quinta-feira, a agência palestina Wafa relatou bombardeios israelenses que deixaram "dezenas" de mortos em diferentes setores de Gaza.

A Jihad Islâmica Palestina, que participa nos combates, citou confrontos no coração da Cidade de Gaza, no norte da Faixa. No sul, os ataques atingiram a localidade de Khan Yunis.

"Calculo que há cerca de 20 pessoas embaixo dos escombros", contou à AFP um palestino que buscava sobreviventes em um prédio destruído nesta cidade.

O diretor do Hospital Al Shifa, o maior de Gaza, foi detido ao lado de outros dirigentes, segundo um funcionário do hospital.

O médico Mohamed Abu Salmiya foi "levado para ser interrogado", o que foi confirmado nesta quinta-feira pelo Exército israelense, que controla o hospital, onde inspeciona a infraestrutura militar subterrânea utilizada, segundo ele, pelo Hamas.

- "Uma decisão difícil" -

O governo israelense aceitou o acordo de trégua, apesar da oposição interna.

"Cidadãos de Israel, muitas vezes tenho que optar entre uma decisão difícil e outra ainda mais difícil, e este é particularmente o caso dos reféns", disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

O presidente do Irã, Ebrahim Raissi, que apoia o Hamas e cujo país não reconhece Israel, afirmou que "o cessar-fogo temporário é uma grande vitória para o movimento islamista".

"Isto me dá esperança de que minhas filhas voltem", declarou Maayan Zin, mãe de duas meninas sequestradas em Gaza.

- Trégua insuficiente -

O acordo, mediado por Catar, Estados Unidos e Egito, deve proporcionar um alívio para a população e facilitar a entrada de ajuda humanitária, que tem chegado de forma limitada em caminhões procedentes do Egito.

Entre 200 e 300 caminhões entrarão em Gaza, oito deles com combustível e gás, segundo Taher al Nunu, funcionário do Hamas.

Várias ONGs internacionais afirmaram que o cessar-fogo não será suficiente para que a ajuda necessária chegue, além de "não ser suficiente em termos de direitos humanos".

Apesar do acordo, Israel afirmou que continuará a guerra para "eliminar o Hamas e garantir que não haja ameaça ao Estado de Israel vinda de Gaza".

"Confirmamos que nossos dedos permanecerão no gatilho", alertou, por sua vez, o movimento islamista, classificado como organização terrorista por Estados Unidos e União Europeia.

"Falam de trégua, mas... que trégua? Uma trégua com feridos, mortos e casas destruídas? Não queremos trégua se não pudermos voltar para nossas casas, não queremos trégua por um pouco de comida", afirmou Maysara al Sabbagh, refugiado em Khan Yunis.

A guerra também provoca o temor de um conflito regional, em particular entre Israel e o grupo libanês Hezbollah.

O Egito sedia neste sábado (21), na capital Cairo, uma cúpula de paz sobre o conflito no Oriente Médio, evento que reúne líderes de diversos países, mas não conta com a presença de Israel nem de representantes de alto escalão dos Estados Unidos.

A reunião acontece no dia da abertura da fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito em Rafah para a entrada das primeiras ajudas humanitárias à população palestina desde o início da guerra, porém enquanto o número de mortos segue crescendo.

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Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, 4.385 pessoas já morreram em bombardeios de Israel, sendo 1.756 menores de idade e 976 mulheres, enquanto outras 13.561 ficaram feridas.

O governo israelense, por sua vez, reporta que mais de 1,4 mil indivíduos - em sua maioria civis - foram assassinados durante a incursão sem precedentes deflagrada pelo Hamas em 7 de outubro, ataque que deu início ao atual conflito.

"Além da fronteira, há 2 milhões de pessoas que precisam de ajuda. Sou grato ao Egito pelo papel que teve e lanço um apelo por uma trégua humanitária", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante a cúpula do Cairo. "É hora de colocar fim a esse pesadelo que ameaça as crianças, é preciso aplicar o direito internacional e evitar ataques contra civis, escolas e hospitais", acrescentou.

Por sua vez, o presidente do Conselho Europeu (principal órgão político da União Europeia), Charles Michel, cobrou esforços para interromper o conflito e proteger os civis, porém reiterou o "direito de defesa de Israel, que deve ser exercido no quadro do direito internacional". "É nossa responsabilidade trabalhar sem descanso para evitar a disseminação desse conflito", disse.

Já a premiê da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que o "terrível ataque do Hamas atingiu civis indefesos com uma brutalidade sem precedentes" e deve ser condenado "sem ambiguidade".

"A impressão que eu tenho é que o objetivo do Hamas fosse obrigar Israel a uma reação contra Gaza para criar um abismo intransponível entre países árabes, Israel e o Ocidente, comprometendo a paz para todos os cidadãos envolvidos, inclusive aqueles que ele diz defender. Os alvos somos todos nós, e cair nessa armadilha seria muito, muito estúpido", acrescentou.

Meloni também pediu a libertação imediata dos 210 reféns mantidos pelo Hamas, incluindo italianos, e defendeu esforços para evitar a escalada da crise e promover a solução dos dois Estados.

Além disso, alertou que um país pode sempre reivindicar o "próprio direito a se defender", mas "não pode jamais ser motivado por sentimentos de vingança". "Um Estado funda sua reação em precisas razões de segurança, e estou confiante de que essa seja a vontade de Israel", ressaltou.

Durante a cúpula, a premiê da Itália se reuniu com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. Em seguida, Meloni irá a Israel para se encontrar com o premiê Benjamin Netanyahu e o presidente Isaac Herzog.

O Brasil também foi convidado para a cúpula e enviou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que condenou os "ataques terroristas do Hamas", mas também cobrou de Israel o "respeito ao direito internacional". 

*Da Ansa

Às vésperas do Dia Mundial Humanitário e do 20º aniversário do atentado contra a sede da ONU em Bagdá, que matou várias pessoas, incluindo o diretor da missão, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, a Organização das Nações Unidas informou que mais 60 trabalhadores humanitários morreram desde o início de 2023.

O Dia Mundial Humanitário, celebrado em 19 de agosto, será mais uma vez marcado pelo luto: 62 trabalhadores humanitários morreram nas crises que abalam o planeta, 84 ficaram feridos e 34 foram sequestrados, segundo os dados provisórios do relatório "Aid Worker Security Database", da Humanitarian Outcomes.

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O Sudão do Sul é considerado, há vários anos, o país mais inseguro para esta profissão de alto risco. Até 10 de agosto foram registrados 40 ataques contra funcionários do setor humanitário, com 22 trabalhadores mortos, informou o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitário (OCHA).

Em segundo lugar apare o vizinho do norte, Sudão, com 17 ataques trabalhadores humanitários e 19 vítimas fatais desde o início do ano, um número que não era registrado desde o pior momento do conflito de Darfur, entre 2006 e 2009.

Também foram registradas vítimas na República Centro-Africana, Mali, Somália, Ucrânia e Iêmen.

Um total de 444 trabalhadores humanitários foram vítimas de ataques no ano passado, com 116 mortos, contra 460 ataques e 141 vítimas fatais em 2021.

"Os riscos que enfrentamos vão além da compreensão humana", afirmaram as ONGs Médicos Do Mundo, Ação Contra a Fome e Handicap International em um relatório financiado com ajuda da União Europeia.

Mais de 90% das vítimas de atentados são cidadãos locais, segundo a Organização Internacional para a Segurança (INSO).

Em 2023, o Dia Mundial Humanitário recorda os 20 anos do atentado suicida de 2003 contra a sede da ONU no Hotel Canal de Bagdá, Iraque, que matou 22 funcionários da organização.

Quase 150 pessoas - funcionários locais e estrangeiros que ajudavam nas ações de reconstrução do Iraque - ficaram feridas em um dos ataques mais violentos contra a ONU.

"O Dia Mundial Humanitário e o atentado contra o Hotel Canal sempre serão, para mim e para muitos outros, uma ocasião para emoções confusas e ainda cruas", disse Martin Griffiths, secretário de Assuntos Humanitários da ONU.

"A cada ano morrem no cumprimento do dever quase seis vezes mais trabalhadores humanitários que os que faleceram naquele dia sombrio em Bagdá, e em sua grande maioria são trabalhadores humanitários locais", lamentou Griffiths, para quem "a impunidade por estes crimes é uma cicatriz" na consciência coletiva.

Apesar dos desafios de segurança e de acesso aos locais, os trabalhadores humanitários iniciaram uma campanha para destacar seu compromisso permanente e ajudar as comunidades.

Com o aumento das crises no planeta e o crescimento das necessidades humanitárias, a ONU e seus parceiros tentam ajudar quase 250 milhões de pessoas em situação de risco, 10 vezes mais do que em 2003, lembra a organização.

Os dois generais que disputam o poder no Sudão concordaram, neste sábado (17), com uma nova trégua de 72 horas que entrará em vigor no domingo, anunciaram os mediadores sauditas e americanos, em meio a uma intensificação dos combates.

"O reino da Arábia Saudita e os Estados Unidos anunciam o acordo dos representantes das Forças Armadas sudanesas e das Forças de Apoio Rápido (FAR) para um cessar-fogo no Sudão por um período de 72 horas a partir de domingo", informou, em nota, o Ministério de Relações Exteriores.

A trégua vai entrar em vigor às 06h locais (01h de Brasília), acrescentou a mesma fonte. As anteriores foram quase sempre violadas.

O anúncio de cessar-fogo ocorre após uma intensificação dos confrontos em Cartum, capital do país, onde houve bombardeios e explosões.

Os intensos combates também aceleraram o êxodo na região de Darfur (oeste), uma das mais afetadas pelo conflito neste país do leste da África, um dos mais pobres do mundo.

Os combates, que começaram em abril, opõem o chefe do Exército, general Fattah al-Burhan, e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR) comandadas pelo general Mohamed Hamdan Daglo.

Os bombardeios aéreos se intensificaram nos últimos dois dias em Cartum e os deste sábado deixaram "17 civis mortos, incluindo cinco crianças, e 11 feridos", disse o comitê de resistência local, uma célula militante que organiza ajuda à população da cidade.

Este balanço não pôde ser confirmado pela AFP com fontes independentes.

As FAR, que acusam o Exército de concentrar seus bombardeios em áreas residenciais, afirmaram que derrubaram um avião de combate das forças regulares.

Vários bairros de Cartum estão privados de água potável e a rede elétrica funciona apenas algumas horas por semana.

A situação é igualmente preocupante em Darfur, "presa da violência", alertou a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Os relatos de ataques em massa contra civis se multiplicam nessa região, de onde cerca de 149 mil pessoas fugiram para o Chade desde o início dos combates em 15 de abril, segundo dados da ONU.

Darfur, que foi devastada por uma guerra civil no começo dos anos 2000, se encaminha para um novo "desastre humanitário", alertou na quinta-feira o secretário-geral adjunto de assuntos humanitários da ONU, Martin Griffiths.

Cerca de duas mil pessoas morreram no Sudão devido ao conflito, segundo a ONG Acled.

A ONU estima em 2,2 milhões o número de deslocados em todo o país.

Cerca de 25 milhões dos 45 milhões de habitantes do Sudão sobrevivem atualmente graças à ajuda humanitária.

Novos combates foram registrados neste domingo (21) em Cartum, a capital do Sudão, horas depois do anúncio de uma trégua de uma semana que deve começar na segunda-feira e foi aceita pelo Exército e os paramilitares, que estão engalfinhados em uma luta pelo poder.

Os mediadores americanos e sauditas anunciaram que, após duas semanas de negociações em Jidá, na Arábia Saudita, as partes adversárias chegaram a um acordo de cessar-fogo de sete dias, "que entrará em vigor às 21h45 de Cartum [16h45 em Brasília] de 22 de maio".

Entretanto, dezenas de tréguas já foram violadas desde que o conflito começou há cinco semanas.

"Não confiamos neles: toda vez que anunciam uma trégua, retomam os combates imediatamente", explicou Adam Issa, comerciante de Darfur, região do leste do país e a mais afetada pelos enfrentamentos junto com a capital Cartum.

Desde que os confrontos começaram em 15 de abril entre o Exército, comandado pelo general Abdel Fattah al Burhan, e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), do general Mohamed Hamdan Daglo, cerca de mil pessoas morreram e mais de um milhão tiveram que abandonar suas casas.

A infraestrutura deste país da África Oriental, um dos mais pobres do mundo, também pagou um alto preço.

Quase todos os hospitais de Cartum e Darfur já não podem funcionar, e os médicos denunciam que há bombardeios aéreos e de artilharia contra os centros de saúde.

A maior parte dos cinco milhões de habitantes da capital está trancada em suas casas, sem água ou eletricidade, e os grupos humanitários pedem o estabelecimento de corredores para levar mantimentos, medicamentos e combustível.

Em Cartum, muitos moradores relataram que suas casas foram saqueadas e ocupadas por paramilitares.

- 'Levar minha mãe ao médico' -

"Ao contrário de tréguas anteriores, o acordo alcançado em Jidá foi firmado pelas partes e apoiado por um mecanismo internacional de monitoramento americano-saudita", asseguraram Riade e Washington.

Hussein Mohamed, morador de Cartum, espera que a trégua seja respeitada. "Assim poderei levar minha mãe ao médico: ela precisa vê-lo toda semana, mas não conseguimos ir desde o dia 13 de abril", contou ele à AFP.

Burhan e Daglo deram um golpe de Estado em 2021 para expulsar os civis do poder, mas a luta recente entre ambos pelo controle do país afundou o Sudão no caos.

Na sexta-feira, o general Burhan destituiu o general Daglo de seu posto de adjunto no Conselho de Soberania, e o substituiu por Malik Agar, um antigo rebelde. Também nomeou três de seus apoiadores mais leais no alto comando do Exército.

Ontem, Agar anunciou em uma nota que deseja "parar a guerra e sentar-se à mesa de negociações", mas exige a integração das FAR ao Exército regular, o ponto de discórdia que desembocou na guerra.

"A estabilidade do Sudão só poderá ser restabelecida por um exército profissional unificado", assinalou.

No Sudão, mais da metade da população necessita de ajuda humanitária, um número jamais visto nesse país de 45 milhões de habitantes.

A ONU calcula que, se a guerra continuar, mais um milhão de sudaneses podem buscar refúgio nos países vizinhos, que temem um efeito de contágio.

O exército e os paramilitares continuam lutando no Sudão, com explosões e confrontos nas ruas de Cartum nesta sexta-feira (21), apesar dos pedidos de trégua devido ao fim do Ramadã.

Antes do nascer do sol, como acontece desde 15 de abril, a capital sudanesa foi abalada por disparos e ataques aéreos entre as forças dos dois generais que disputam o poder no país.

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"Durante a noite (...), vários bairros de Cartum foram e ainda estão sendo bombardeados entre o exército e as Forças de Apoio Rápido (FAR) paramilitares", disse o sindicato dos médicos nesta sexta-feira.

Soldados e paramilitares lutavam ferozmente nas ruas nesta sexta-feira em áreas residenciais densamente povoadas no centro e norte de Cartum, disseram testemunhas à AFP.

No dia anterior, a ONU e os Estados Unidos solicitaram uma trégua de "pelo menos" três dias para permitir que civis celebrassem o Eid al Fitr, que marca o fim do mês de jejum muçulmano do Ramadã.

No entanto, o chefe do exército Abdel Fatah al-Burhan descartou na quinta-feira negociar com seu ex-número dois, Mohamed Hamdan Daglo, chefe das Forças de Apoio Rápido (FAR) paramilitares.

As FAR anunciaram às 4h00 GMT (01h00 em Brasília) de sexta-feira "seu acordo de trégua de 72 horas" para dar uma pausa aos sudaneses presos neste fogo cruzado, que segundo a Organização Mundial da Saúde deixou mais de 400 mortos e 3.500 feridos.

Ao mesmo tempo, o general Burhan apareceu na televisão estatal pela primeira vez desde o início dos confrontos para um discurso por ocasião do Eid, no qual não mencionou nenhuma trégua.

- "Nosso país sangra" -

“No Eid deste ano, nosso país sangra: a destruição, a desolação e o barulho das balas prevalecem sobre a alegria”, disse.

"Esperamos sair desta prova mais unidos (...), um só exército, um só povo", disse, vestindo uniforme militar, entre duas bandeiras sudanesas.

"Gostaríamos que os combates parassem devido ao Eid, mas sabemos que isso não acontecerá", disse Abdallah, morador da capital, à AFP na quinta-feira.

Em entrevista por telefone à Al Jazeera, Burhan disse na quinta-feira que não havia espaço "para negociações políticas" com seu rival.

Se o general Daglo, apelidado de "Hemedti", não desistir de sua tentativa de "querer controlar o país", será "esmagado militarmente", alertou.

Durante o dia, Burhan recebeu ligações do secretário-geral da ONU, dos presidentes do Sudão do Sul e da Turquia, do primeiro-ministro etíope e dos chefes da diplomacia dos Estados Unidos, Arábia Saudita e Catar.

Washington anunciou o envio de militares para a região caso tenha que evacuar sua embaixada. O aeroporto de Cartum está fechado desde sábado e as embaixadas pedem aos cidadãos que fiquem seguros.

Na capital, muitas famílias estão sem seus últimos suprimentos e não têm eletricidade ou água encanada. As linhas telefônicas funcionam apenas de forma intermitente. Muitos tentam fugir entre postos de controle de ambos os lados e corpos espalhados pelas ruas.

Muitos civis também fugiram para o exterior para escapar da violência, concentrada principalmente em Cartum e na região oeste de Darfur.

Entre 10.000 e 20.000 pessoas, a maioria mulheres e crianças, cruzaram a fronteira para o Chade, de acordo com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR).

Ambos os lados continuam anunciando vitórias e fazendo acusações mútuas que são impossíveis de verificar no terreno.

A queda de braço entre o governo e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi tema de conversas no jantar de aniversário do PT, terça-feira (14), em Brasília. Lideranças petistas relataram à reportagem que fizeram chegar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a avaliação de que seria o momento de deixar as críticas ao presidente do BC com os parlamentares da base e "despersonificar" o ataque aos juros altos.

A preocupação do PT é de, na ânsia de criticar Campos Neto, acabar dando impulso político a ele. O alerta foi ligado após a comunicação do partido identificar um salto de buscas no Google por "quem é Campos Neto". Outra avaliação é de que, na entrevista dada na segunda-feira no programa Roda Viva, da TV Cultura, Campos Neto conseguiu se defender das críticas, reduziu as tensões com o governo e fez acenos de diálogo a Lula.

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Israel reabriu nesta segunda-feira (8) a fronteira com a Faixa de Gaza e a única central de energia elétrica do território palestino retomou as operações após a trégua estabelecida entre o Estado hebreu e o grupo armado Jihad Islâmica, anunciada depois de três dias de hostilidades que deixaram dezenas de palestinos mortos, incluindo crianças.

As passagens de fronteira entre o Estado hebreu e a Faixa de Gaza, fechadas por Israel na terça-feira (2), reabriram nesta segunda-feira "por razões humanitárias", anunciou em um comunicado o Cogat, o serviço do ministério da Defesa de Israel que monitora as atividades civis nos territórios palestinos.

"O retorno à rotina dependerá da evolução da situação e do respeito à segurança", completa a nota.

Caminhões-tanque entraram pela passagem de fronteira de Kerem Shalom, no sul do território palestino, que está sob bloqueio israelense há mais de 15 anos.

Pouco depois, a única central do pequeno território, que interrompeu as atividades no sábado por falta de combustível, voltou a "gerar energia elétrica", anunciou um porta-voz da empresa.

A trégua, alcançada graças à mediação do Egito, entrou em vigor no fim do domingo, mas Israel e a Jihad Islâmica se reservaram o direito de responder em caso de futuras agressões.

- "Trágica" -

"A situação é trágica e difícil em Gaza", declarou à AFP Mohamed Alai, um morador do enclave de 362 quilômetros quadrados, onde vivem 2,3 milhões de palestinos. "Há muitos mortos e feridos, muita destruição e devastação, mas Gaza está curando suas feridas", acrescentou.

Suhail al Bauab, morador de Gaza de 56 anos, passou três dias com medo. "Não queremos uma guerra a cada seis meses e, quando tomamos conhecimento da trégua, ficamos felizes, apesar do luto pelos mártires", disse.

Do o início da operação israelense na sexta-feira e até a noite de domingo, 44 palestinos morreram, incluindo 15 crianças, e 360 ficaram feridos", segundo o boletim mais recente divulgado pelo ministério da Saúde do território, governado pelo grupo islamita Hamas.

No sul de Israel, Davit Shitrit, habitante da cidade de Ashkelon, disse que "não confia" na Jihad Islâmica. "Sempre promete, mas atacam novamente (...). Espero que desta vez (a trégua) seja mantida".

"A Jihad Islâmica sofreu um duro golpe que a fará recuar por décadas", declarou à imprensa um diplomata israelense.

O acordo de trégua inclui, entre outras coisas, "o compromisso do Egito de trabalhar pela libertação de dois prisioneiros" da Jihad Islâmica detidos por Israel, afirmou o grupo palestino.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou a trégua e pediu uma investigação sobre as circunstâncias das mortes de vítimas civis.

Em Israel, três pessoas ficaram feridas por disparos de foguetes desde sexta-feira. O exército afirmou que centenas de projéteis foram lançados contra o país a partir de Gaza, mas a grande maioria foi interceptada.

As autoridades israelenses afirmaram que alguns palestinos faleceram durante tentativas frustradas de lançamentos de foguetes por parte da Jihad Islâmica contra o território do Estado hebreu.

- "Ataque preventivo" -

Israel apresentou os primeiros ataques de sexta-feira como uma operação "preventiva" contra a Jihad Islâmica, que, segundo o governo, estava planejando um atentado iminente.

Em resposta aos bombardeios, o grupo armado, apoiado pelo Irã e incluído nas listas de organizações terroristas dos Estados Unidos e da União Europeia, disparou centenas de foguetes contra Israel.

Os principais comandantes militares da Jihad Islâmica em Gaza, Taysir al Jabari e Khaled Mansur, morreram, assim como diversos combatentes do grupo.

O braço militar da Jihad Islâmica informou em um comunicado que 12 integrantes do grupo morreram nos ataques israelenses.

Israel também prendeu 40 integrantes do grupo armado nos últimos dias na Cisjordânia ocupada.

Este confronto foi o mais violento no território desde o conflito de maio de 2021 entre Israel e o Hamas - movimento islamita que governa Gaza desde 2007.

Na guerra de 11 dias do ano passado, o balanço de mortos foi de 260 palestinos, incluindo combatentes, e 14 israelenses, entre eles um soldado.

O Hamas, que já travou diversas guerras contra Israel, permaneceu à margem das hostilidades do fim de semana.

O grupo Jihad Islâmica confirmou neste domingo (7) que chegou a um acordo para uma trégua com Israel graças à mediação do Egito, após três dias de confrontos sangrentos na Faixa de Gaza que deixaram pelo menos 41 palestinos mortos.

"Foi concluído há pouco um acordo de trégua egípcio, que inclui o compromisso do Egito de agir em favor da libertação de dois prisioneiros, (Basem) Al Saadi e (Khalil) Awawdeh", disse em um comunicado Mohamed Al Hindi, chefe do braço político da Jihad Islâmica.

Foi a detenção de Saadi, um líder da Jihad na Cisjordânia ocupada, que desencadeou essa escalada de violência.

Israel justificou seus primeiros ataques na sexta-feira com temores de possíveis represálias da Jihad por essa prisão a partir da Faixa de Gaza, enclave de 362 km2 onde vivem 2,3 milhões de pessoas e que está sob bloqueio israelense há mais de 15 anos.

Em resposta aos bombardeios, o grupo armado, apoiado pelo Irã e incluído na lista de organizações terroristas dos Estados Unidos e da União Europeia, disparou centenas de foguetes contra Israel.

Essa é a pior escalada de violência em Gaza desde a guerra de onze dias em maio de 2021, que deixou 260 mortos no lado palestino e 14 no lado israelense.

Uma "trégua" na pandemia que pode levar a uma "paz duradoura". Foi assim que a OMS descreveu, nesta quinta-feira (3), a situação sanitária na Europa, onde vários países começaram a suspender suas restrições, graças à alta taxa de vacinação e à baixa virulência da variante ômicron.

Dois anos após o surgimento da pandemia de Covid-19, a Europa poderá entrar em breve "num longo período de tranquilidade", disse Hans Kluge, diretor para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS). É "uma 'trégua' que pode nos trazer uma paz duradoura", ressaltou o funcionário.

A organização argumenta que, graças ao alto número de pessoas vacinadas, à menor gravidade da variante ômicron e ao fim do inverno, a região pode se defender contra qualquer ressurgimento do vírus melhor do que em 2020. Há "uma oportunidade única de assumir o controle da transmissão", disse Kluge.

Mas essa situação só vai durar se a imunidade for preservada, ou seja, se as campanhas de vacinação continuarem e o aparecimento de novas variantes for monitorado, acrescentou o especialista, pedindo aos governos que continuem protegendo a população mais vulnerável, principalmente.

A região Europa da OMS inclui 53 países, alguns deles localizados na Ásia Central. Em todos eles, as infecções dispararam devido à variante ômicron. Na semana passada, a região registrou quase 12 milhões de novos casos, segundo dados da OMS, o número mais alto desde o início da pandemia, há dois anos.

A Europa, de acordo com uma contagem da AFP baseada em números oficiais, está prestes a atingir 150 milhões de infecções desde o início da pandemia.

Suécia e Finlândia suspendem restrições

Apesar dos números impressionantes, vários países como Dinamarca, Noruega, Suécia ou França reduziram suas restrições. Decisões que a OMS considera adequadas, como comentou Kluge nesta quinta-feira. "Penso que é possível responder às novas variantes, que inevitavelmente surgirão, sem repor o tipo de medidas de que precisávamos antes", insistiu o responsável.

Na terça-feira, a Dinamarca se tornou o primeiro país europeu a suspender quase todas as restrições sanitárias e voltar "à vida como antes". Apesar de ter a maior taxa de infecção por 100.000 habitantes na Europa (5.476), o governo considera que 80% da população está protegida contra formas graves da doença graças à vacinação ou por ter tido a doença.

A Noruega também flexibilizou as regras de saúde na terça-feira, com o primeiro-ministro Jonas Gahr Store declarando que a sociedade tinha que “viver com” o vírus.

A Suécia, país vizinho, fará o mesmo a partir de 9 de fevereiro. O governo defende que com a variante ômicron, a pandemia entrou numa "nova fase" que não se traduz num aumento de internações. E a Finlândia os imitará em 14 de fevereiro, levantando boa parte das restrições, embora as autoridades continuem recomendando o uso de máscara.

Na Inglaterra, o uso da máscara deixou de ser obrigatório no final de janeiro em locais fechados e o certificado de saúde não é mais necessário para entrar em boates ou estádios esportivos. Na França também já não é obrigatório o uso de máscara na rua desde terça-feira, mas o país mantém o passe de vacinação para locais de lazer e cultura.

Desigualdade

A pandemia de Covid-19 deixou pelo menos 5.698.322 mortos desde que o escritório da OMS na China informou o aparecimento da doença em dezembro de 2019, segundo balanço estabelecido pela AFP a partir de fontes oficiais nesta quinta-feira.

O Brasil é, depois dos Estados Unidos, o país que mais registrou mortes em números absolutos desde janeiro de 2020, com 628.960 óbitos. Em relação ao número de mortes por 100.000 habitantes, o Peru lidera a lista, com 625.

Na quarta-feira, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) destacou que um em cada quatro habitantes das Américas não recebeu uma única dose de vacinação anticovid.

Cerca de 63% dos habitantes da América Latina e do Caribe foram vacinados contra a covid-19, mas a região continua sendo a mais desigual do mundo em termos de acesso a vacinas, disse a diretora da OPAS, Carissa Etienne.

Nos países de baixa e média renda "mais de 54% das pessoas ainda não receberam uma única dose".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comunicou ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira (17) que é a favor de um cessar-fogo no confronto s entre israelenses e palestinos, mas se absteve de exigir abertamente uma trégua.

No telefonema com o primeiro-ministro israelense, "o presidente expressou seu apoio a um cessar-fogo e discutiu o compromisso dos Estados Unidos com o Egito e outros parceiros com esse objetivo", informou a Casa Branca.

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Biden tem resistido a se juntar a outros líderes mundiais e a grande parte de seu próprio partido democrata para pedir publicamente um cessar-fogo imediato em Israel.

Em um comunicado, a Casa Branca informou que o presidente reiterou o que tem sido sua mensagem principal até agora: "seu forte apoio ao direito de Israel de se defender de ataques indiscriminados com foguetes".

O presidente americano "encorajou Israel a fazer todos os esforços para garantir a proteção de civis inocentes", segundo o comunicado.

A Casa Branca, no entanto, evitou condenar qualquer aspecto dos ataques militares israelenses em andamento, afirmando que o aliado próximo dos Estados Unidos tem o direito de responder pela força aos foguetes lançados pelo Hamas, que governa a Faixa de Gaza.

Algumas autoridades americanas sugeriram que opiniões mais críticas estão sendo transmitidas em privado.

A internet resolveu dar uma folga para o casal Luísa Sonza e Vitão e deu-se início a uma campanha para deixá-los em paz. Nesta segunda (12), a hashtag #VitãoMereceRespeito ganhou rapidamente um dos primeiros lugares entre os assuntos mais falados do Twitter. Através dela, fãs e até os não tão fãs assim pediam que as pessoas respeitassem o rapaz e parassem de tecer comentários maldosos a respeito dele. 

Desde que assumiu o namoro com Luísa, ex-esposa de Whindersson Nunes, Vitão vem sendo alvo de críticas, além de ter gerado muito memes. A dúvida quanto ao início de seu relacionamento com a cantora - muitos acreditam ter se tratado de uma traição durante o casamento dela, - lhe rendeu a alcunha de ‘talarico’ e muitos memes pipocaram nas redes sociais. Recentemente, em entrevista, o artista admitiu que tal repercussão negativa atinge a ele e à namorada e que a internet está cheia de “ódio”. 

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Sendo assim, nesta segunda (12), o público resolveu aliviar pro lado do cantor. A Hashtag #VitãoMereceRespeito ficou entre as primeiras nos TT’s com muitos apelos a seu favor. Alguns ainda insistiam em criticá-lo, mas a maioria dos comentários pedia que o rapaz fosse deixado em paz. “Como podem ser tão cruéis com um serzinho desse?”; “Qual é a graça de acabar com um sorriso?”; “Que nossa senhora te proteja de todo o mal”; “Eu sempre vou defender ele, pq eu não conheci ele por causa de polêmica não. eu sei da essência dele, eu sei quem ele é”.   

O mundo superou nesta quinta-feira (13) 750.000 mortes provocadas pelo novo coronavírus, com um forte avanço na América Latina, que tem cinco países na lista das nações com mais casos de Covid-19, enquanto aumentam as medidas de todo tipo para tentar frear a pandemia.

Com mais de 20,6 milhões de casos desde o surgimento em dezembro na China, a Covid-19 atravessou uma nova barreira ao alcançar 750.003 mortes nesta quinta-feira às 12H10 GMT (9H10 de Brasília), segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais.

América Latina e Caribe permanecem como a região com o maior número de contágios (5.822.258) e mortes (228.572).

Cinco países latino-americanos estão entre os 10 mais afetados do planeta: Brasil (2º, com 3.164.785 casos e 104.201 mortos), Peru (7º, 498.555 casos e 21.713 óbitos), México (8º, com 498.380 contágios e 54.666 vítimas fatais), Colômbia (9º, 422.519 casos e 13.837 mortos) e Chile (10º, 378.168 infecções e 10.205 óbitos).

Estados Unidos lideram a lista com 166.038 mortos e 5.197.748 casos.

Os números globais não param de aumentar e o mundo se movimenta de acordo com as flutuações da pandemia, que avança, retrocede e retorna a locais de onde havia desaparecido, sem permitir o relaxamento das autoridades.

A Itália, por exemplo, proibiu a entrada de pessoas procedentes da Colômbia por temer novos contágios.

Além disso, as pessoas que desejam entrar na Itália procedentes da Espanha, Croácia, Grécia e Malta devem fazer obrigatoriamente o teste de coronavírus.

Na Espanha, país da Europa Ocidental com mais contágios (quase 330.000), os moradores da região da Galícia não podem mais fumar nas ruas e áreas abertas de bares se não observam o distanciamento de segurança.

A decisão, inédita até agora no país e aparentemente na Europa, é parte de um conjunto de medidas que várias regiões espanholas adotam ante um retorno de casos Covid-19.

- Confinamento prolongado em Auckland? -

Da Grécia veio nesta quinta-feira a preocupante notícia de um primeiro caso do novo coronavírus em um dos campos de migrantes superlotados.

A pessoa infectada com o novo coronavírus é um iemenita de 35 anos que está no campo de Vial, na ilha de Chios. Ele foi colocado em quarentena no hospital local. Trinta pessoas estão sendo submetidas a testes, informou o ministério da Migração.

Do outro lado do mundo, a Nova Zelândia era um dos poucos países países que parecia ter superado o vírus, com 102 dias sem casos de transmissão local até terça-feira, quando um foco detectado em Auckland provocou o confinamento da maior cidade da nação.

O diretor geral de Saúde, Ashley Bloomfield, anunciou que 13 novos casos foram registrados, todos vinculados às quatro pessoas da mesma família que apresentaram resultados positivos para o coronavírus na terça-feira. Agora a Nova Zelândia planeja prolongar o confinamento de três dias em vigor atualmente.

- Argentina e México produzirão vacina -

Na América Latina, o presidente do Peru, Martín Vizcarra, anunciou o retorno do toque de recolher dominical e a proibição de reuniões sociais ou familiares, que se tornaram o maior foco de contágio desde o início de uma flexibilização do confinamento há seis semanas.

"Temos que recuar um passo nas medidas que estávamos liberando. A partir de domingo retorna a imobilização obrigatória a nível nacional", anunciou Vizcarra na quarta-feira, quando o Peru registrou o recorde de 8.875 novos contágios.

Com 653 falecimentos por milhão de habitantes, o Peru (32,9 milhões de habitantes) é o país latino-americano mais atingido pela pandemia em números proporcionais

Para contrabalançar um pouco as notícias ruins na região, Argentina e México anunciaram que serão responsáveis pela produção e distribuição de uma futura vacina contra a Covid-19 na América Latina.

Argentina e México produzirão milhões de doses para a região, exceto o Brasil - que tem um acordo separado -, da futura vacina desenvolvida pela aliança da Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca, que devem estar disponíveis no primeiro semestre de 2021.

- Frangos brasileiros na China -

O novo coronavírus se propaga de múltiplas formas e aparece nos locais mais surpreendentes.

As autoridades chinesas anunciaram nesta quinta-feira que detectaram o coronavírus em um controle de rotina de frango importado do Brasil, o maior produtor mundial, e pela segunda vez em camarões procedentes do Equador.

O vírus estava presente em mostras coletadas na terça-feira de asas de frango congeladas brasileiras, informou em um comunicado a prefeitura de Shenzhen (sul), perto de Hong Kong.

Na província de Anhui (leste) a prefeitura da cidade de Wuhu anunciou que detectou a presença do coronavírus em embalagens de camarões procedentes do Equador. Os pacotes estavam conservados no congelador de um restaurante da cidade

A economia mundial acumula notícias ruins. A Agência Internacional de Energia (AIE) anunciou uma redução na estimativa da demanda mundial de petróleo para 2020 e 2021 devido à persistente fragilidade do setor do transporte, especialmente aéreo.

A demanda de petróleo cairá a 91,9 milhões de barris diários (mbd) em 2020, o que significa 140.000 barris diários a menos do que a previsão anterior.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, defendeu nesta segunda-feira (22) que, com "paz e harmonia" entre os Poderes e foco no "bem-estar" da população, o Brasil será colocado em local de destaque que merece. A declaração ocorre em meio à tensão com o Supremo Tribunal Federal (STF), que nos últimos dias determinou uma série de medidas que afetam o governo e seus aliados. Bolsonaro admitiu ainda que a imagem do Brasil no exterior "não está muito boa", mas atribui à "desinformação".

"E nós, em paz e harmonia, com bom entendimento entre os Poderes, todos focados realmente no bem-estar da nossa população e nos anseios da mesma temos certeza que colocaremos o Brasil no local de destaque que ele bem merece", disse Bolsonaro na estreia do canal Agro+, da Band TV, em cerimônia na sede da emissora em Brasília.

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes estava presente. Na fala, o presidente ainda fez um afago a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Em tom de brincadeira, disse que a ministra ainda ficaria mais 20 anos no cargo. "Nossa garota do agronegócio, se Gilmar (Mendes) permitir, ela vai ter estabilidade no ministério", disse.

Congresso

O presidente afirmou acreditar que o Executivo acertou na relação com o Congresso nos últimos dois meses. O período marca justamente a aproximação do Planalto com partidos do bloco conhecido como Centrão, que tem conseguido emplacar nomes para cargos no Executivo. "Passamos a conversar com praticamente todos os partidos", afirmou.

No evento também estava presente o novo ministro das Comunicações, deputado Fábio Faria (PSD-RN). A pasta foi recriada por Bolsonaro após a divisão da pasta comandada por Marcos Pontes, militar da reserva.

Intensos combates entre as forças do regime sírio e combatentes jihadistas e rebeldes na província de Idlib, no noroeste do país, deixaram 39 mortos entre a noite de quarta e a madrugada desta quinta-feira (16), de acordo com uma ONG, o que parece encerrar uma trégua anunciada por Moscou.

Marcados por ataques aéreos, tiros de artilharia e combates terrestres, esses confrontos acontecem no dia seguinte à morte de 18 civis em bombardeios lançados pela aviação do regime na cidade de Idlib.

Eles violam a trégua anunciada em 9 de janeiro por Moscou, grande aliado do governo Bashar al-Assad, uma iniciativa confirmada pela Turquia - patrocinadora de certos grupos rebeldes - e que deveria ter começado no domingo.

"Os combates começaram por volta da meia-noite de quarta-feira ao sul da cidade de Maaret al-Nooman, junto com bombardeios, apesar da trégua russo-turca", disse à AFP o diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman.

O governo e seus aliados assumiram o controle de dois vilarejos no caminho de Maaret al-Nooman e agora estão a sete quilômetros desta cidade estratégica, completou o OSDH.

Dos 39 mortos, 22 combatiam nas fileiras de grupos jihadistas e rebeldes que se opõem ao regime sírio. A maioria deles fazia parte do Hayat Tahrir al-Sham (HTS, antiga facção síria da Al-Qaeda), de acordo com o OSDH.

Os outros 17 combatentes eram membros do Exército do regime e de milícias aliadas, disse Rahman.

- "Sem lugar para ir" -

Os ataques aéreos do regime mataram 18 civis na quarta-feira na cidade de Idlib, cuja província ainda foge ao controle de Damasco, segundo balanço do OSDH.

Jornalistas da AFP no local viram cenas de caos após os ataques, que destruíram vários edifícios em uma área industrial. Em meio aos escombros, sírios tentavam encontrar possíveis vítimas.

Os bombardeios pulverizaram várias oficinas, incluindo mecânicas, e entre as vítimas havia motoristas, presos em seus veículos.

À frente de uma dessas oficinas, Mustapha sobreviveu, mas seu negócio foi reduzido a pó. Quatro de seus funcionários morreram. "Este não é o bairro que deixei há apenas dois minutos", lamentou, com o rosto banhado em lágrimas.

Os ataques e os combates à noite parecem enterrar o cessar-fogo.

"Vivemos aqui sem saber se a trégua é real, ou se existe apenas na mídia. No terreno, não há trégua. As pessoas têm medo, os mercados estão desertos", resumiu, em conversa com a AFP, Sari Bitar, um engenheiro de 32 anos que vive em Idlib.

"Como todo o mundo aqui, não posso ficar em uma área onde o regime, as forças russas e as milícias iranianas vão avançar", confidenciou. "A única preocupação é que não temos para onde ir", completou.

Composta em grande parte pela província de mesmo nome e de segmentos das províncias vizinhas de Aleppo e Latakia, a região de Idlib já foi palco de uma grande ofensiva entre abril e agosto. Nela, milhares de pessoas morreram, e mais de 400.000 tiveram de fugir.

O regime, que agora controla mais de 70% do território, afirma que está determinado a reconquistar essa província, dominada pelos extremistas do HTS.

Outros grupos jihadistas e rebeldes estão presentes na região, que abriga cerca de três milhões de pessoas. Metade foi deslocada de outras regiões recuperadas por Damasco.

Deflagrado pela repressão a protestos pró-democracia por Damasco, o conflito na Síria deixou mais de 380.000 mortos, incluindo mais de 115.000 civis e milhões de deslocados e refugiados.

O Crescente Vermelho Curdo disse na terça-feira que mais de 500 pessoas, principalmente crianças, morreram na Síria em 2019 no campo de Al-Hol. Nesse local, vivem milhares de pessoas deslocadas.

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