Tópicos | Tropa de Choque

Instalada na entrada do Palácio do Planalto, uma das câmeras de segurança liberadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) mostra que a Tropa de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal tenta proteger o acesso principal do prédio por apenas 16 minutos. As imagens também confirmam que o portão de pedestres, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia dito, não foi arrombado.

Os primeiros invasores surgem no Planalto às 15h19. Neste horário, os policiais estavam agrupados do lado de fora. A barreira é formada às 15h11, mas desfeita às 15h27, após o lançamento de uma série de bombas de gás. Também é possível observar quando um dos vigias encosta a porta principal, mas deixa um vão aberto que, mais tarde, é ampliado por radicais.

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Imagens de outras câmeras ainda mostram PMs evacuando o quarto andar em ação acompanhada pelo coronel do Exército Wanderli Baptista da Silva Junior. Ao deixar o local, porém, nenhum policial manteve guarda no local, que, quatro minutos depois, foi novamente ocupado. Procurada, a PM-DF não respondeu.

Vídeos captados pelas câmeras externas do Supremo Tribunal Federal (STF) flagraram o momento em que a Tropa de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) desmontou um bloqueio tático posicionado próximo ao Congresso Nacional, no último dia 8, que servia para impedir a invasão dos golpistas aos demais prédios públicos localizados na praça dos Três Poderes. As imagens acessadas pelo Estadão mostram que o recuo dos agentes da PM facilitou o acesso dos extremistas ao edifício sede da Suprema Corte.

O bloqueio foi montado a 500 metros do STF e era composto por seis viaturas da Tropa de Choque, um ônibus, um blindado modelo centurion (caminhão com jato de água para conter grandes multidões) e dezenas de agentes. Os vídeos mostram que nenhum dos policiais posicionados na barreira chegou a disparar armas não letais com o objetivo de dispersar a multidão bolsonarista.

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O cordão de isolamento foi posicionado no topo da rampa de acesso que faz a ligação entre o Congresso e o STF. Naquele momento, os prédios da Câmara e do Senado já haviam sido tomados pelos golpistas, assim como o topo das estruturas onde ficam as cúpulas de cada Casa. Nos 30 minutos em que o bloqueio aparece nas imagens funcionando, nenhum bolsonarista conseguir furar a proteção policial.

As filmagens do circuito externo do STF mostram o momento em que um carro comum da PM do Distrito Federal se aproxima do cordão de isolamento montado pela Tropa de Choque e um agente sai da viatura para falar com os policiais. Depois de uma rápida conversa, as viaturas do Choque abandonam a posição, deixando para trás poucos agentes com a responsabilidade de conter a multidão de extremistas.

Sem o poderio ostensivo e a barreira física criada pelas viaturas, os bolsonaristas conseguiram romper com facilidade a barreira policial e acessar a Praça dos Três Poderes rumo ao STF. O Centurion, que ainda estava no local, não chegou a ser usado para dificultar a locomoção dos extremistas.

Para a equipe técnica do STF, os vídeos são fortes indicações de que o ato da PM teria sido feito a partir de alguma orientação superior. O bloqueio próximo ao Congresso exercia a função de contenção e protegia a Praça dos Três Poderes, onde estão o Palácio Planalto e o prédio do STF.

Às 15h25 do dia 8, os bolsonaristas já cercavam o prédio do STF. Agentes da PM chegaram a ajudar no cercamento da Corte, mas a Polícia Judicial precisou emprestar equipamentos de proteção aos policiais do DF, que não contavam com munições e roupas próprias para a contenção de crises envolvendo multidões.

Pouco mais de vinte minutos após a mobilização da Tropa de Choque, a Polícia Judicial reconhece que o edifício sede foi tomado. Às 15h44, o comando da Corte ordenou que os agentes recuassem para impedir qualquer tentativa de acesso aos anexos, onde ficam os gabinetes dos ministros.

As imagens captadas pelo STF foram encaminhadas à Polícia Federal (PF). A corporação coordena as diligências do inquérito, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que busca identificar os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) envolvidos na tentativa de golpe.

No dia 8, a reportagem do Estadão entrou na Corte, por volta das 16h, e encontrou o cenário de destruição causado pelos golpistas. As imagens gravadas naquele dia mostram o plenário completamente depredado e as paredes externas do STF pichadas. Um dos vídeos da área interna da Corte mostra que os extremistas chegaram a se sentar nas cadeiras dos ministros, como se encenassem a tomada do poder.

No caminho até o tribunal foi possível identificar a inação de agentes da PM, que chegaram a abandonar suas posições para comprar água de coco em meio à crise instalada na Praça dos Três Poderes.

O STF agora estuda medidas para fortificar as barreiras de segurança, como a troca dos vidros antivandalismo do edifício sede por películas com blindagem. A Corte não descarta comprar veículos blindados, como o Centurion da PM, para se precaver de ataques realizados por multidões.

ENTENDA O PASSO A PASSO DA INVASÃO AO STF:

1º Viaturas da Tropa de Choque desmontam bloqueio montado no Congresso

2º Golpistas avançam sobre agentes da Tropa de Choque e marcham rumo ao STF

3º Na chegada à Praça dos Três Poderes, Polícia Judicial contém parte dos golpistas com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo

4º Golpistas cercam o prédio do STF e realizam ataque "multidirecional", com investidas pela frente, pelo lado direito e por trás

5 º Bolsonaristas invadem o STF pela lateral e acessam o Salão Branco

6º STF é tomado pelos golpistas

7º Polícia Judicial, Comando de Operações Táticas (COT) da Polícia Federal e Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM bloqueio o acesso aos anexos, onde fica os gabinetes dos ministros

8º Polícia Judicial prendeu oito golpistas que tentaram acessar os anexos pela passagem subterrânea

Uma vertente de apoio empresarial a Jair Bolsonaro (PSL) ergueu-se fora das rodas paulistanas, incentivada pela decisão do deputado de abraçar o ideário liberal. De família do ramo petroquímico no Rio Grande do Sul, Winston Ling, que mora na China, uniu-se ao movimento logo no início e acabou tendo papel importante na campanha.

Ele ajudou a aproximar Bolsonaro do economista Paulo Guedes, futuro superministro da Economia e fiador do plano econômico do próximo governo. Guedes e Ling se conheciam da militância liberal, dos encontros do Instituto Millenium e do Fórum da Liberdade de Porto Alegre. "Saí do Brasil em 1991 para investir nos Estados Unidos e desde então moro fora por conta desse pessimismo todo com a situação do País. Agora, com vitória de Bolsonaro e a ida de Paulo Guedes para o governo, estou avaliando investimentos no País e até morar no Brasil", afirma Ling.

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Dono de fintechs, Ling defende um governo menos protecionista e a redução de regulamentação e impostos para que as empresas brasileira fiquem mais competitivas. É entusiasta da plataforma econômica de Bolsonaro, mas não entrará no governo PSL.

Pela afinidade de ideias, logo foi arregimentado ao grupo bolsonarista o mineiro Salim Mattar, fundador e sócio da Localiza. O empresário apoiou no primeiro turno João Amôedo, do Novo, mas migrou para o barco de Bolsonaro. Após a eleição, Guedes o convenceu a ir além: em janeiro, assumirá a secretaria de privatizações, área estratégica do novo governo.

Mais pirotécnico dos apoiadores de Bolsonaro no meio empresarial, Luciano Hang, dono da varejista catarinense Havan, tornou-se a cara do bolsonarismo nas redes sociais com vídeos entusiasmados, tuítes diários em prol de Bolsonaro e campanha dentro de sua empresa. "Entrei na discussão política para ser um ativista. O Brasil está virado de cabeça para baixo."

A militância deu visibilidade ao empresário e à sua rede, mas também rendeu uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina, que o acusa de ter intimidado seus funcionários a votar no candidato Jair Bolsonaro. O MPT cobra multa que pode chegar a R$ 100 milhões. Hang nega que tenha coagido os funcionários. Apoiador do presidente, ele diz que é a favor "de menos Brasília e mais Brasil".

Esse movimento de empresários como Mattar, Ling e o grupo capitaneado por Meyer Nigri em São Paulo, emerge como referências que serão ouvidas no Palácio do Planalto em 2019. Substituem um grupo de industriais parrudos que, por anos, teve entrada e influência sobre decisões do governo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de bancar a indicação de Edison Lobão (PMDB-MA), que é investigado no STF, para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Renan Calheiros nomeou uma "tropa de choque" para compor o restante da comissão. O colegiado irá fazer a sabatina de Alexandre de Moraes para o cargo de ministro do Supremo, além de votar os principais projetos que revisam a Constituição.

Como líder do PMDB, Renan indicou sete senadores para titulares para compor o colegiado: Lobão, Jader Barbalho (PMDB-PA), Eduardo Braga (PMDB-AM), Simone Tebet (PMDB-MS), Valdir Raupp (PMDB-RO), Marta Suplicy (PMDB-SP) e José Maranhão (PMDB-PB).

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Com exceção de Marta e Simone, todos os demais senadores são ligados ao grupo do ex-presidente José Sarney, que inclusive orientou a indicação de Lobão para a presidência do colegiado. O senador Eduardo Braga, que figurava independente, também tem se aproximado de Renan Calheiros.

O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), e o próprio Renan estão na lista de suplentes, senadores que podem participar e votar nas sessões em que houver titulares do PMDB ausentes. O senador Raimundo Lira (PMDB-PB), que tentou disputar a presidência da CCJ, não vai nem mesmo participar da comissão. Depois de constrangimento interno na bancada em insistir na candidatura sob pressão dos caciques do partido, Lira preferiu abandonar a vaga alegando "ingerências externas".

Aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preparam uma série de manobras protelatórias no Conselho de Ética para não votar nesta quarta-feira, 9, o parecer prévio do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) sugerindo a continuidade do processo por quebra de decoro parlamentar contra o peemedebista.

Três parlamentares da "tropa de choque" de Cunha já apresentaram três pedidos para adiar a votação da tarde desta quarta. Manoel Júnior (PMDB-PB) solicita que a sessão seja adiada por cinco dias úteis. João Carlos Bacelar (PR-BA) pediu o adiamento para quatro dias úteis e Sérgio Moraes (PTB-RS) - conhecido como o deputado que "se lixa para a opinião pública" - pediu que o relatório seja votado em três dias úteis. A votação do parecer só pode começar após a apreciação destes requerimentos.

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Na terça-feira, 8, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) negou liminar à defesa de Cunha pedindo o afastamento do relator. Interlocutores de Cunha, no entanto, dizem que não se tratou de uma derrota, mas de uma estratégia bem sucedida da defesa do presidente da Câmara.

Com a decisão de Barroso de que a questão é "interna corporis que só pode encontrar solução no âmbito do Poder Legislativo", ficará a cargo do primeiro-vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), decidir sobre o recurso apresentado pelo advogado Marcelo Nobre antes da sessão de terça. Como já existe uma decisão do STF, a defesa de Cunha entende que não há espaço para recursos à Justiça.

Assim como o presidente da Câmara, Waldir Maranhão também é investigado pela Operação Lava Jato e seu partido tem uma série de integrantes supostamente envolvidos com o esquema de corrupção da Petrobras. A tendência é que Maranhão despache favoravelmente à defesa do peemedebista.

A reintegração de posse do Parque Augusta, na Consolação, região central da capital paulista, teve princípio de confusão e ao menos uma pessoa ficou ferida. O tumulto aconteceu no momento em que a Tropa de Choque da Polícia Militar se preparava para entrar no terreno ocupado, onde poucos manifestantes permaneciam, por volta das 7h20 desta quarta-feira, 4.

Usando escudos, a Tropa de Choque se dirigiu para entrada do parque pela calçada da Rua Marquês de Paranaguá. "Eu estava parada perto da porta, e o Choque entrou dando porrada", conta Isabela Alzira, que sofreu ferimentos na perna direita.

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Houve um princípio de tumulto e a maior parte dos manifestantes, que já estava do lado de fora do terreno, passou a gritar: "Sem violência! Sem violência!". Durante a varredura, a PM encontrou quatro manifestantes em cima de uma árvore, dentro do parque. Por volta das 8h, eles estavam cercados por dezenas de policiais que negociavam a saída.

Acampados há 47 dias no terreno de 23,7 mil metros quadrados, entre a Rua Caio Prado e a Marquês de Paranaguá, os ativistas prometerem deixar o local pacificamente. Ainda de madrugada, quando houve programação cultural, parte do grupo, que segundo organizadores chegou a 3 mil pessoas, já havia saído.

Por volta das 5h30, quando chegaram o oficial de Justiça e policiais militares, um grupo remanescente, de cerca de 300 pessoas, permanecia na ocupação - ou "vigília criativa", como preferem os manifestantes. Desses, a maioria foi para a rua, onde houve protesto.

Em faixas penduradas, era possível ler: "Por um Parque Augusta 100% público, 0% prédio". O grupo também cantou músicas de protesto, como a paródia "Funk da especulação". "Eu vou molhar a sua mão/Vou te botar lá de patrão/Vou bancar sua eleição/Então, aprova, aprova, aprova a construção", diz a letra.

"A maior violência que a Polícia Militar poderia cometer é essa: fechar os portões do parque", afirmou o músico Daniel Scandurra, de 26 anos, integrante do Organismo Parque Augusta.

Mais de um mês após o início dos protestos no Rio, o chefe de Planejamento e Instrução do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Giancarlo Sanches, disse nesta sexta-feira que "é uma questão muito complicada diferenciar o baderneiro da pessoa que está legitimamente se manifestando". No Centro de Comando e Controle da Secretaria de Segurança, interrompida pelo porta-voz da PM, Sanches reconheceu que a tropa não atuou para impedir depredações após a manifestação de quarta-feira, 17, nas imediações da rua onde mora o governador Sérgio Cabral (PMDB), no Leblon, zona sul, que terminou em confronto.

"Estávamos esperando que houvesse realmente uma depredação do local para que pudéssemos agir", declarou. Quando perguntado por que isso só ocorreu cerca de duas horas depois, o porta-voz da PM, Frederico Caldas, interrompeu a entrevista dizendo que Sanches "não é a pessoa adequada para responder". Caldas havia indicado o capitão para falar sobre o encontro que ocorreu no local para avaliar o treinamento da tropa de Choque.

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Na quarta-feira, o batalhão recuou após o primeiro enfrentamento e só protegeu das depredações e saques o quarteirão do prédio onde mora o governador. A atuação do Choque já foi criticada pela Anistia Internacional por realizar ataques indiscriminados contra manifestantes, moradores, frequentadores de bares e até casas de saúde na repressão a manifestantes.

A mudança de atitude da PM no Leblon ocorreu após encontro de entidades de defesa de direitos humanos. Depois das depredações na zona sul, a corporação informou que a estratégia seria "reavaliada". O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou nesta sexta-feira que "não se pode prometer uma cidade totalmente limpa". Ele voltou a dizer que está "buscando um caminho intermediário entre a prevaricação e o abuso de autoridade, um ajuste".

A Polícia Civil autuou esta semana dois homens acusados de incitação à violência durante manifestações. Um deles, responsável pela página Anonymous Zona Norte, havia postado um tutorial para fabricação de bombas de tinta, classificando-as como "terror das viseiras da tropa de choque".

Ele também compartilhou imagens de PMs sem identificação nas manifestações, o que é proibido. O outro foi acusado de incitar a prática de incêndio no Palácio Guanabara e na Assembleia Legislativa, por ter escrito "temos que atear fogo nesses merdas". Ele também compartilhou imagens de supostos policiais infiltrados nos protestos. Os dois assinaram um termo se comprometendo a comparecer à Justiça e foram liberados.

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