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Um tubarão provocou um ferimento grave em uma nadadora, no primeiro ataque na baía de Sydney em 15 anos, anunciaram as autoridades nesta terça-feira (30).

O ataque aconteceu na segunda-feira à tarde quando a mulher, identificada pela imprensa como Lauren O'Neill, 29 anos,  nadava perto do cais em Elizabeth Bay, a menos de dois quilômetros da Ópera de Sydney, afirmou a polícia.

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A mulher sofreu um "ferimento grave na perda direita", segundo um comunicado da polícia da região de Nova Gales do Sul.

Este foi o primeiro ataque de tubarão na baía Sydney desde fevereiro de 2009, quando um mergulhador da Marinha australiana foi mordido no braço e na perna.

Michael Porter, morador da região, afirmou à imprensa que ouviu um grito de socorro e viu a mulher tentando subir uma escada para sair das águas da baía.

Um porta-voz do hospital St Vicent's afirmou que a vítima está no CTI, em condição estável.

Uma turista natural de Boston, nos Estados Unidos, morreu após um incidente com tubarão, enquanto praticava stand-up paddle (o "remo em pé") junto a um familiar em uma praia de Nassau, capital das Bahamas, nessa segunda-feira (4). A vítima estava a cerca de um quilômetro da costa quando foi atacada pelo animal marinho. Um salva-vidas de plantão, que avistou o incidente, realizou o resgate da dupla em um barco, de acordo com a Força Policial Real das Bahamas. 

"A vítima recebeu reanimação cardiorrespiratória. No entanto, ela sofreu ferimentos graves no lado direito do corpo, incluindo a região do quadril direito e também o membro superior direito", disse Desiree Ferguson, porta-voz da força. A mulher, que não teve o nome divulgado, foi declarada morta depois que os socorristas determinaram a ausência de sinais vitais. A mulher passava as férias com a família no Caribe.

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Os ataques de tubarão são raros nas Bahamas, mas vários foram relatados nos últimos meses. No mês passado, uma mulher alemã de 47 anos desapareceu durante uma viagem de mergulho no West End, Grand Bahama, após encontrar um tubarão, informou a polícia local. Em junho, uma mulher de Iowa foi atacada por um tubarão enquanto praticava mergulho nas Bahamas, e teve a perna amputada no incidente. 

Em setembro de 2022, outra turista dos Estados Unidos foi morta por um tubarão nas Bahamas enquanto praticava mergulho com snorkel. A mulher, de 58 anos, era da Pensilvânia e passageira do navio de cruzeiro Harmony of the Seas. Ela participava de uma excursão em um local popular perto de Green Cay quando foi atacada por um tubarão-touro.   

Mais de 50 espécies de tubarões são encontradas ao longo da Costa Leste e no Mar do Caribe, incluindo tubarões tigre, martelo e tubarões de recife do Caribe, de acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA). 

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- - > ‘Mãe salva filha e morre em incidente com tubarão no México

 

A jovem María Fernanda Martínez Jiménez, de 26 anos, morreu afogada após um incidente com tubarão na praia de Melaque, no município de Cihuatlán, em Jalisco, no México. O caso é do último sábado (2) e aconteceu durante as férias da mulher na costa mexicana. Ela estava acompanhada da filha de cinco anos, que era o alvo inicial do ataque do animal marinho. Ao salvar a criança, a mulher teve a perna arrancada pelo tubarão. 

Relatos divulgados pela imprensa do país apontam que a mulher conseguiu resgatar a filha a tempo de colocá-la sobre uma boia inflável. No mesmo momento, o tubarão mordeu uma das pernas de María e a puxou para debaixo d'água. A vítima teve o membro amputado imediatamente e acabou sofrendo de uma hemorragia, que a impediu de nadar por conta própria e provocou uma morte por afogamento. O ataque aconteceu a cerca de 20 metros da faixa de areia.  

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Segundo a página do Facebook Proteção Civil e Bombeiros de Cihuatlán, as equipes recuperaram o corpo de uma mulher sem perna após ter sido atacada “aparentemente” por um tubarão. Os policiais realizaram apoio e prevenção no evento de Travessia Aquática na Baía de Melaque, ao receberem relato de uma pessoa com problemas para sair do mar, na área do Parque Aquático” foi indicado. 

O corpo foi resgatado e levado até a areia, mas não apresentava mais sinais vitais. Apesar do susto, a criança de cinco anos escapou ilesa. María Fernanda era bióloga marinha e formada pelo Centro Universitário Litoral Sul. No domingo (3), foi realizada uma cerimônia religiosa em homenagem à vítima. 

A prefeitura da região de La Huerta, onde Cihuatlán está localizada, emitiu um alerta de presença de tubarão. "O Governo Municipal de La Huerta informa: diante dos acontecimentos no município de Cihuatlán Jalisco, pedindo à população que tomem precauções nas praias locais". O animal que atacou a banhista se tratava de um tubarão-touro fêmea, que se beneficia da costa na região para conseguir se reproduzir. 

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O Comitê Estadual de Monitoramento dos Incidentes com Tubarões (Cemit) alerta para os cuidados com o banho de mar no Grande Recife durante o feriadão de Finados, nesta quinta (2). O monitoramento prevê marés altas com picos de amplitude de até 2 metros.

Os picos das marés cheias entre os dias 2 e 4 de novembro serão entre 1,6 m e 2 m, enquanto as baixas ficarão entre 0,5 m e 1 m. No horário da manhã, quando mais pessoas estão nas praias, os níveis de água estarão mais altos e devem começar a baixar só à tarde. As condições devem se manter no domingo (5).

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Ataques de tubarão

Também haverá a incidência das conhecidas marés mortas - ou marés de quadratura - ao longo do feriadão. Elas ocorrem quando as variações dos níveis de água são menos aparentes. Por isso, o Cemit reforça que o nível não diminui o suficiente para formar piscinas naturais e, como a água ainda recobre os recifes, os tubarões podem se aproximar de áreas mais rasas.

Vale lembrar que ainda vigora o decreto municipal de Jaboatão dos Guararapes que proíbe o banho de mar na Praia de Piedade, entre a Igrejinha e o Hotel Barramares.

O Cemit orienta que a população evite o banho de mar nas seguintes condições:

• Em áreas com placas de advertência de riscos de incidentes com tubarões;

• Em áreas sem proteção dos recifes, sem formação de piscinas naturais;

• Nos horários iniciais da manhã ou final da tarde, pois os tubarões são mais ativos nesses períodos crepusculares;

• Se estiver com algum tipo de ferida ou sangramento, pois fluidos sanguíneos podem ativar o olfato dos animais;

• Durante períodos chuvosos, que aumentam a turbidez da água, fazendo com que os animais não diferenciem bem suas presas naturais dos seres humanos;

• Em locais próximos às desembocaduras de rios, pois os rios deságuam grandes quantidades de sedimentos e matéria orgânica no mar que, além de deixar a água turva, tende a atrair animais marinhos que podem oferecer riscos de incidentes;

• Durante as marés altas, especialmente nas luas nova e cheia;

• Se tiver consumido bebida alcoólica;

• Se estiver sozinho(a);

• Se possuir objetivos brilhantes ou chamativos, que podem aguçar os sentidos dos animais.

Confira os horários das marés durante o feriadão:

Dia 02/11 (quinta-feira)

00h26 – 0.5 m

06h38 – 2.0 m

12h39 – 0.7 m

18h51 – 2.0 m

Dia 03/11 (sexta-feira)

01h17 – 0.6 m

07h28 – 1.8 m

13h30 – 0.9 m

19h47 – 1.8 m

Dia 04/11 (sábado)

02h26 – 0.8 m

08h36 – 1.6 m

14h45 – 1.0 m

20h58 – 1.7 m

Dia 05/11 (domingo)

03h56 – 0.9 m

10h00 – 1.6 m

16h23 – 1.0 m

22h23 – 1.7 m

Não houve, nesta terça-feira (5), um novo incidente com tubarão na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR). A informação falsa começou a circular em grupos de WhatsApp, recuperando um vídeo registrado em 10 de julho de 2021, quando um homem de 51 anos morreu após ser atacado por um tubarão, próximo à Igrejinha do bairro, ponto já conhecido pelo histórico de incidentes com animais marinhos.

A ocorrência foi descartada tanto pelo Corpo de Bombeiros, como pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No vídeo que é compartilhado nas redes sociais com a sinalização de "Encaminhada com frequência" é possível ver um grupo de pessoas cercando um homem deitado de bruços na areia, despido, já sem vida e com uma lesão gravíssima na perna direita. 

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A vítima foi da ocorrência em 2021 foi Marcelo Rocha dos Santos, de 51 anos, que estava bebendo com os amigos na faixa de areia, pouco antes do ataque. Ele entrou no mar por volta das 14h, sob tempo nublado e maré enchendo, e foi atacado em poucos segundos. No local, há posto de guarda-vidas e sinalização de perigos. 

A Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha de Pernambuco (Semas-PE) também desmentiu a informação de ataque nesta manhã. A pasta orienta que, antes de compartilhar uma inmformação, imagem ou vídeo, o internauta se certifique que a notícia é verdadeira. A secretaria reforça que o banho de mar no trecho de 2,2 km em frente à Igrejinha de Piedade é proibido através do decreto municipal 79/2021, de Jaboatão dos Guararapes.

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Um vídeo gravado no Golfo da Califórnia, nos Estados Unidos, mostra um grupo de baleias orcas (Orcinus orca), também chamadas baleias assassinas, atacando um tubarão-baleia, a maior espécie conhecida de tubarão. A vítima aparentemente morre depois de ser atacada na barriga.

A filmagem foi feita em abril por James Moskito, presidente da operadora de turismo oceânico Ocean Safaris, que promove o encontro entre humanos e animais marinhos. Ele só divulgou as imagens no Youtube em 29 de junho.

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Em entrevista ao site de divulgação científica Live Science, Moskito narrou o episódio, ocorrido durante uma expedição aquática. Ele contou ter visto um tubarão-baleia de 8 metros de comprimento logo abaixo dele, a cerca de 1,8 metro de distância.

"As baleias assassinas começaram a chegar e, de repente, elas começaram a morder a parte de baixo (do tubarão)", disse Moskito ao site. "Acabou literalmente em questão de segundos", definiu o empresário.

"Elas chegaram, morderam a parte de baixo do tubarão-baleia. Parece que comeram o fígado e, então, o tubarão-baleia simplesmente caiu e desceu, sem se movimentar - presumo que estivesse morto", narrou.

Devido ao trabalho, Moskito conhece os animais que vivem na região, e identificou uma das baleias que participaram do ataque ao tubarão. Ele chama o animal de Montezuma.

"Ele é uma baleia assassina conhecida e, desta vez, estava com um grupo diferente", contou. "Ele não estava com seu grupinho de sempre. Ele foi meio que o instigador das coisas, embora o vídeo mostre uma fêmea mordendo (o tubarão-baleia), não o macho."

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O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou nesta segunda-feira, 19, que apreendeu a quantidade recorde de 28,7 toneladas de barbatanas de tubarão, em Santa Catarina e em São Paulo, que seriam exportadas de forma ilegal para a Ásia. De acordo com o órgão, a quantidade de material confiscado, tratado como iguaria de alto valor no mercado internacional, é a maior registrada em todo mundo.

Pelos cálculos do Ibama, cerca de 10 mil tubarões morreram em razão desta pesca irregular, sendo 4.400 da espécie Azul (Prionace glauca) e 5.600 da espécie Anequim (Isurus oxyrinchus) - também conhecida como Mako (foto abaixo). Esta segunda entrou recentemente na lista nacional de animais ameaçados de extinção.

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Do total de barbatanas apreendidas, 27,6 toneladas foram confiscadas em uma empresa de exportação localizadas em Santa Catarina, e 1,1 tonelada no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, onde outra companhia tentava exportar as iguarias para o continente asiático. As apreensões foram realizadas por meio da operação Makaira.

"Essas apreensões de forma integrada representam a maior registrada no mundo, principalmente considerando se tratar de uma apreensão na origem, onde os tubarões são capturados", informou o Ibama em nota.

A pesca direcionada para tubarões não é permitida no Brasil. Para driblar a fiscalização, as embarcações usavam licenças de captura de outras espécies de peixe. De acordo com o instituto, os caçadores ainda atuavam com índices acima de 80% da carga permitida, e não apresentavam a documentação necessária para praticar a pesca do animal.

"A partir de minuciosas análises das origens destas barbatanas, em especial de sua captura, constatou-se várias irregularidades cometidas pelas embarcações, que vão desde a captura com ausência de licença para àquela modalidade de pesca, captura direcionada para tubarões em desacordo com a licença de pesca e pesca proibida com o uso de equipamentos de pesca em desacordo com a legislação", disse o Ibama.

"As embarcações também deixaram de utilizar medidas obrigatórias para evitar a captura e morte de aves marinhas, o que causou milhares de mortes de aves, sendo algumas de espécies consideradas ameaçadas de extinção", completou a autarquia, que enfatizou que a pesca irregular tem provocado a diminuição das populações de tubarões em todo mundo.

De acordo com um estudo publicado na última quinta-feira, 15, na revista Science, que coletou mais de 20 mil horas de imagens de vídeo de recifes em 67 países da África, Oriente Médio, Ásia, Australásia e América, cinco espécies de tubarões de recifes mais comuns (cinzento-dos-recifes, lixa, caribenho, pontas-negras-do-recife e galha-branca-oceânico) tiveram uma queda de população de 60% a 70% nos três anos de imagens coletadas - o que se traduz em alto risco de extinção.

A preservação dessas espécies é importante, uma vez que, por estarem no topo da cadeia alimentar, atuam como administradoras de seus ecossistemas marinhos e ajudam a manter as redes alimentares equilibradas das quais dependem centenas de milhões de pessoas.

Da assessoria do Ibama

O Parque de Dois Irmãos, localizado na zona oeste do Recife, recebe nesta semana a exposição “Mar do Conhecimento”, promovida pela Secretaria estadual de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha. Inaugurada na última segunda-feira (5), e aberta para visitação até domingo (11), a mostra celebra o Dia Mundial do Oceano, e está inserida na programação da Semana do Meio Ambiente de Pernambuco.

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A exposição apresenta características e informações sobre a vida marinha de forma educativa, sendo possível conhecer a estrutura física de diversos seres, como tubarões, tartarugas-marinhas, corais e peixe-leão. Dos tubarões estão as espécies o o cabeça-chata (Carcharhinus leucas), o tigre (Galeocerdo cuvier) e o martelo (Sphyrna spp).

Outras espécies em destaque são as dos animais invasores, como o peixe-leão e o coral-sol. Eles vêm avançando e ocupando território marítimo no litoral do estado, porém são venenosos e causam mal à biodiversidade marinha e à vida humana.

A exposição fica aberta das 9h às 17h, no museu do Parque Dois Irmãos, na Praça Farias Neves.

Fotos: Juliana Barreto/PEDI

Dois ataques de tubarão assustaram a Flórida, nos Estados Unidos, no final da semana passada. Em um dos ataques, segundo testemunhas, o animal teria saído da água para abocanhar a vítima. Duas pessoas foram socorridas, mas autoridades não informaram o estado de saúde das mesmas. 

Na sexta-feira, dia 19, um homem de 35 anos pescava em uma doca, em Summerland Key, quando foi mordido no pé por um tubarão que pulou para mordê-lo. O incidente teria ocorrido por volta das 20h.

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Já na última quinta-feira (18), um jovem de 20 anos foi atacado em Marathon, também na região de Flórida Keys. O animal, que segundo a vítima era da espécie tubarão-touro, mordeu sua perna enquanto ele pescava com outras duas pessoas, dentro da água.

A vítima, identificada pela CBS Miami como Kevin Blanco, disse que foi mordido duas vezes.

"Eu apenas vi uma grande figura cinza e vejo isso toda vez que fecho meus olhos. Provavelmente tinha cerca de nove a dez pés (3 metros) e cerca de 500 libras (mais de 225kg*)."

*Os tubarões-touro podem pesar, no máximo, 158,8kg, relativo ao maior animal já catalogado. (FONTE: Fishbase)

O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarão (Cemit) emitiu um alerta para os banhistas que optarem por frequentar as praias do Grande Recife nos feriadões de abril, a Semana Santa (entre 2 e 8 de abril) e o Dia de Tiradentes (21 de abril). De acordo com o colegiado, caso queira entrar no mar, a população deve optar por áreas com proteção de recifes, maré baixa e águas claras, priorizando dias de sol.

O comunicado se estende para a primeira semana de maio, que também possui um feriado, o Dia do Trabalhador (1º dia do mês). Além dos riscos de afogamento, pela maré alta, se intensifica o perigo de incidentes com tubarão. O feriado da Semana Santa será marcado pelo pico de lua cheia, que eleva o nível das marés altas. Se houver chuva, também pode aumentar a turbidez (água mais turva) da água do mar. 

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“Existe um trecho de 33km de praia no grande Recife, que vai dos coqueirais da Praia do Paiva até a Praia do Farol, em Olinda, considerado pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) como um trecho de atenção com maior probabilidade de ocorrer incidentes com tubarões, especialmente na conjunção de condições que se darão no período da Semana Santa”, informou o comitê.

Os banhistas também devem evitar banhos ao amanhecer ou entardecer, em áreas abertas sem a proteção dos recifes, em dias chuvosos e com águas turvas. Há 24 anos, Pernambuco possui um decreto (21.402/1999) que proíbe a prática de atividades náuticas nesses 33 quilômetros de litoral, mas não proíbe o banho de mar.

O único ponto proibido legalmente para banho é um trecho de 2,2 quilômetros da Praia de Piedade, entre a Igrejinha de Piedade e o Hotel Barramares, localizado ao lado do Hospital da Aeronáutica do Recife. Essa proibição foi estabelecida por decreto municipal de Jaboatão dos Guararapes.

Mesmo não havendo a proibição expressa nos outros trechos entre a Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, e a Praia do Farol, em Olinda, dê preferência a banhos de mar nas condições mencionadas acima.

Um helicóptero da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco fez voos rasantes na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife, na tarde do sábado (1º), para tentar afastar banhistas das áreas de risco de ataques de tubarão. 

De acordo com o governo de Pernambuco ao g1, o helicóptero do Grupo Tático Aéreo (GTA) fez um voo preventivo que “se aproximou da faixa de praia para determinar a saída de banhistas que estavam em áreas impróprias para banho”. 

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O voo rasante da aeronave acabou danificando vários guarda-sóis de comerciantes locais, que voaram com a forte ventania. Alguns tiveram a estrutura quebrada, e outros tiveram os tecidos rasgados. Os comerciantes informaram  que não é a primeira vez que helicópteros voaram baixo na praia ao ponto de causar prejuízo aos trabalhadores do local. A SDS afirmou que apurações foram abertas para investigar os prejuízos causados aos comerciantes.

Ainda segundo o órgão, além do patrulhamento aéreo, o Corpo de Bombeiros também lança, diariamente, efetivos nos postos, “pontos de observação e concentração de banhistas na orla, sempre com material de salvamento aquático e primeiros-socorros”. O serviço tem o reforço de militares especializados de outras unidades da corporação. 

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) recebeu o convite oficial para integrar o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) e já está tomando medidas em curto, médio e longo prazos para ajudar o Estado a lidar com os incidentes envolvendo tubarões nas praias da Região Metropolitana do Recife (RMR).

Na última sexta-feira (24), uma reunião foi realizada no Centro de Estudos e Ensaios em Risco e Modelagem Ambiental (Ceerma), no Campus Recife da UFPE, com o objetivo de reunir os diversos grupos da Universidade que têm ligação com o tema. A participação de diferentes áreas de conhecimento, como Antropologia, Engenharia Cartográfica, Oceanografia, Zoologia, entre outras, é crucial para entender melhor os incidentes com tubarões e desenvolver estratégias eficazes para reduzir os riscos para a população.

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O Cemit é um órgão que tem como objetivo monitorar e desenvolver estratégias para lidar com os incidentes relacionados aos tubarões no litoral pernambucano. É é um colegiado, que existe desde 2004, composto pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Secretaria de Ciência e Tecnologia e Inovação (SCTI) e Secretaria de Defesa Social (SDS), todos na qualidade de membros efetivos.

Além desses membros, também participam do comitê, na qualidade de convidados, as seguintes instituições: UFPE, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade de Pernambuco (UPE), prefeituras, dentre outros.

O vice-reitor Moacyr Araújo, docente do Departamento de Oceanografia, destacou a importância da educação ambiental e de conviver com os tubarões, respeitando o seu habitat natural.

“Não existe ex-lugar de ataque de tubarão. Uma vez que existe ataque naquele determinado lugar, ele nunca deixou de existir, isso em todo lugar do mundo. O que nos leva a ter a percepção de que nós precisamos conviver com isso. A coincidência de fatores [que causam os ataques] pode até ser minimizada pela ação do homem. Por isso que, se existe uma baía, em qualquer lugar do mundo, onde sempre teve ataque, sempre teve e sempre vai ter. Assim como sempre teve ataque e sempre vai ter na costa da Região Metropolitana do Recife. Em vez de lutar contra o fator natural de termos tubarões, deveríamos montar um super oceanário pra mostrar esses animais, estudá-los e ser uma atração turística muito legal. Assim, poderíamos difundir como são belos, interessantes os tubarões e o que podemos fazer para conviver com eles”, disse.

Para a professora Tereza Araújo, também do Departamento de Oceanografia, e coordenadora das ações da UFPE relacionadas ao Cemit, a primeira e mais urgente questão é também a da educação ambiental, pois a população precisa se conscientizar que não pode entrar nas águas das praias da RMR.

“A primeira e urgente é a questão da educação ambiental. Temos que divulgar, divulgar e divulgar, usando a linguagem correta (baseada na ciência), e que a população entenda (popularização da ciência). Essa parte já está acontecendo, participamos de reuniões que estão sendo encabeçadas pela CPRH [Agência Estadual do Meio Ambiente] e Semas [Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Governo de Pernambuco] e ações de conscientização já começaram a ser implementadas nas praias”, afirmou.

AÇÕES

Entre as ações que a UFPE está tomando em curto prazo estão a integração ao Cemit, ajudar nas ações de educação ambiental por meio do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema) e do Projeto EducaOcean, e contribuir com a Popularização da Ciência, também por meio deste último projeto citado.

No médio prazo, a Universidade pretende montar um grupo de trabalho envolvendo diversas áreas de conhecimento (Oceanografia, Cartografia, Biologia, Geologia, Modelagem de Ecossistemas, Tomada de Decisão, Políticas Púbicas, Educação Ambiental, Saúde, Comportamento Humano ligado à Exposição a Riscos etc.); completar o mapeamento do relevo da plataforma continental interna da RMR – principalmente na lacuna que existe na região entre a praia de Itapuama e o Porto de Suape –; e realizar pesquisas para entender a questão trófica da área, padrão das correntes, temperatura, salinidade etc.

Também objetiva implementar Unidades de Conservação (UCs) com seus planos de manejo aprovados nos estuários da RMR, visto que os mesmos são berçários da cadeia alimentar dos tubarões; entender a questão dos estoques pesqueiros, como evoluíram nos últimos tempos; e desenvolver metodologias para que se conviva com a presença dos tubarões na área.

Já no longo prazo, a UFPE planeja mapear o relevo de toda a plataforma continental de Pernambuco; implementar UCs com planos de manejo aprovados nos demais estuários do estado; desenvolver modelos com dados oceanográficos para analisar padrões de correntes na área, se houve mudanças ao longo do tempo (nos parâmetros oceanográficos); e realizar pesquisas sobre a produtividade primária, que possam ter causado mudanças nos peixes que servem de alimentação para os tubarões. 

Além disso, a instituição objetiva desenvolver estudos sobre o comportamento dos tubarões, fazendo conexão com o padrão global do comportamento dos mesmos e investigar possíveis mudanças ao longo do tempo. Para isso, parcerias com outras instituições nacionais, como a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), e internacionais, que tenham expertise no assunto, serão fundamentais.

Da assessoria da UFPE

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O mês de março marca um período de preocupação para os barraqueiros de praia no litoral do Grande Recife. Antecedendo a baixa temporada, que se inicia em abril e vai até julho, em virtude das chuvas de outono-inverno, março também foi cenário de incidentes com tubarões nas praias urbanas da metrópole e que repercutiram a nível nacional.

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Com os banhistas locais e estrangeiros receosos de voltar ao mar da região, mesmo em áreas sem registros de ataques, comerciantes expressam medo de que seus negócios fechem, após semanas já difíceis e com atendimento expressivamente reduzido.

O primeiro incidente do ano ocorreu na praia Del Chifre, que pertence ao bairro do Varadouro, em Olinda. O trecho, que foi uma promessa turística entre duas e três décadas atrás, atualmente é um pedaço abandonado entre Olinda e Recife, sem suporte para receber turistas, com acesso limitado e bastante lixo. Além disso, é famoso pelo mar aberto, correntes fortes e principalmente pela presença de tubarões. 

As áreas mais afetadas 

Desconhecida por muitos, Del Chifre tem 2,3 quilômetros e começa na altura do Parque Memorial, mas termina na Praia dos Milagres. A praia em si não costuma receber banhistas, nem barraqueiros ou vendedores ambulantes. É ali do lado, no pequeno trecho de areia dos Milagres, após a Ilha do Maruim (comunidade que cerca Del Chifre), onde está o comércio da praia, que costuma receber cerca de 100 vendedores ambulantes aos finais de semana. 

Desde o ataque, em 20 de fevereiro, o movimento caiu consideravelmente. Durante a visita do LeiaJá ao local, havia apenas um barraqueiro com bar aberto na prainha dos Milagres. Geraldo, que é cadeirante, cuida do negócio da família há quatro anos, mas o estabelecimento existe ali há mais de uma década. 

Segundo ele, tem sido difícil pagar as contas e também foi preciso reduzir o número de ajudantes, já que os garçons e garçonetes recebem por diária trabalhada e, ultimamente, não tem sido possível tirar do negócio nem mesmo o dinheiro para pagar a mão de obra necessária para subir e descer a carga do bar diariamente.

“O movimento caiu uns 60%. Tem mais ninguém, a turma está com medo de tomar banho de mar. O prefeito não coloca uma rede de proteção, não faz nada, o governo também não colocou equipe aqui. A população de tubarão vai crescer por aqui e se expandir, em vez de ficar em um canto só. Eles não têm mais alimentação, o manguezal daqui acabou. O pessoal vai entrar e ser atacado”, disse o comerciante Geraldo Gonçalves, de 44 anos, que trabalhava ao lado da mulher, Josi, e do garçom e amigo, Márcio. 

O autônomo continuou: “Essa é minha única fonte de renda. Durante a semana, a gente coloca umas 20 mesas aqui, hoje só tem três e não adianta colocar tudo pra enfeitar, chamar atenção, porque dá trabalho para arrumar de volta. Sou cadeirante, não coloco nada sozinho”.

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De todas as praias do Grande Recife, a mais impactada pelos incidentes com tubarão, não apenas esse ano, é a de Piedade. O trecho da Igrejinha já ganhou a alcunha há muitas décadas, mas o segundo ataque registrado em Jaboatão dos Guararapes este ano ocorreu a poucos metros do ponto turístico, em uma área antes considerada segura para banho. Assim, a faixa litorânea do município vai ficando cada vez mais reduzida e os banhistas, sem opções. 

“Eu nunca vi a praia nessas condições. A cada vez que acontece um ataque, não tem movimento na praia e a gente depende disso. Pra eu armar o bar, tenho que ter dois homens pra puxar o material. Sem dinheiro, não pago a eles. A tendência é fechar o bar. O garçom que vem trabalhar quer receber, porque eles vêm buscar a diária e levam pra casa, pro filho poder comer. E eu dependo disso aqui pra comer também. Se não houver gente no bar, como eu vou conseguir armar e pagar funcionário? Eu não quero bolsa, esmola, auxílio, nada. Eu quero trabalhar”, desabafou a comerciante Marli Gonçalves, de 58 anos, barraqueira na Igrejinha há 17 anos. 

Na área, há 61 barraqueiros registrados pelo município. No dia da visita do LeiaJá, apenas três estavam lá, com dois clientes na areia, um em cada uma das duas barracas à esquerda. No estabelecimento mais distante, não havia movimentação. 

A Igrejinha é o trecho com o maior histórico de incidentes com tubarão em todo o estado: desde 1992, quando o monitoramento do Governo de Pernambuco foi iniciado, um em cada cinco incidentes registrados no estado aconteceram lá.  

Desde 2021, o lugar está proibido para banho, por ordem decretada no município. A decisão foi do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) e da prefeitura de Jaboatão, e foi publicada, à época, no Diário Municipal Oficial. 

A interdição abrange uma área de 2,2 quilômetros, que vai desde a Igrejinha de Piedade até o Hotel Barramares, localizado ao lado do Hospital da Aeronáutica do Recife, no limite com a capital pernambucana, onde começa a praia de Boa Viagem. A reportagem também visitou as praias de Boa Viagem e Pina para acompanhar o impacto dos incidentes na praia vizinha. 

“A partir da terça-feira [um dia após o último ataque em Piedade] a gente já viu a queda do movimento. Durante a semana, decaiu mais. A gente liga a televisão e só ouve falar em ataques de tubarão, a prefeitura está passando com uns panfletos avisando sobre as normas e cuidados, porém, mesmo que o ataque não tenha sido aqui, a gente não tem nenhum apoio. Os clientes chegam e perguntam 'e aí, como está a situação, pode entrar', e a gente faz as orientações com base na maré do dia”, informa a comerciante Suellen Patrícia, de 38 anos, que trabalha na altura do Acaiaca. 

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- - > ‘Após incidentes com tubarão, fiscalização sobe nas praias’ 

Um filhote de tubarão, conhecido popularmente como cação, foi capturado por pescadores esportivos na praia de Boa Viagem, em frente ao Parque Dona Lindu, na Zona Sul do Recife. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que o animal é retirado do mar. 

O biólogo André Maia explicou em seu perfil que o tubarão é um galha-preta e que a espécie sofre vulnerabilidade de extinção. Portanto, os pescadores teriam cometido crime ambiental se não devolveram o animal ao mar. 

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Nas imagens, que teriam sido feitas na noite dessa terça-feira (21), o grupo utiliza anzol e uma rede para retirar o tubarão da água, mas não registraram a soltura. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Meio Ambiente, mas não obteve resposta até a publicação. 

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As comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) promovem, nesta terça-feira (21), às 10h, uma audiência pública para debater sobre os ataques de tubarão nas praias do Estado. O debate foi sugerido pelo deputado Rodrigo Novaes (PSB) e será realizado no auditório Sérgio Guerra no prédio sede da Alepe.

A audiência pública será aberta ao público e tem como objetivo discutir mecanismos para garantir a segurança dos banhistas diante dos últimos incidentes.

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O encontro reunirá representantes do Governo do Estado e das prefeituras do Recife e Jaboatão dos Guararapes, da Universidade Rural, Defensoria Pública, Procuradoria Geral de Justiça do Ministério Público, Comando Geral do Corpo de Bombeiros, Ibama e do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões.

Há um mês, em 20 de fevereiro, um banhista foi atacado por um tubarão na praia Del Chifre, em Olinda, e sofreu ferimentos na perna esquerda. No dia 5 de março, outro jovem de 14 anos teve a perna amputada após ser mordido na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes.

No dia seguinte, uma adolescente de 15 anos perdeu parte do braço esquerdo enquanto nadava na mesma praia. Segundo dados do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) já são 77 ataques registrados desde 1992.

*Da assessoria de imprensa

Em um vídeo dirigido aos diretores dos presídios de Pernambuco, o deputado estadual Joel da Harpa (PL) sugere que os presos entrem no mar próximo à Igrejinha, em Piedade, para "um dia de lazer".  A área é proibida para banho por ter a maior incidência de ataques de tubarão.

No conteúdo publicado nas redes sociais, nesse domingo (19), Joel menciona levar "o pessoal que estuprou, que matou, que dá em mulher" para tomar um banho de mar e fazer um "dia de lazer". 

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Conforme o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), desde 1992, foram registrados 77 incidentes envolvendo tubarão em Pernambuco, sendo 67 no continente e 10 na Ilha de Fernando de Noronha. No último mês, três pessoas foram atacadas no mar de Pernambuco, as duas últimas na praia de Piedade. 

Um filhote de tubarão foi encontrado morto na praia de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, na manhã desta quarta-feira (15), segundo o perfil no Instagram do Curta Candeias. A espécie do filhote e a causa da morte não foram identificadas.

De acordo com o seguidor que encontrou o animal, identificado como Paulo Lemos, “tudo indica que foi trazido por pescadores em rede de pesca e descartado na beira da praia. Não foi capturado no local que foi encontrado”, disse. 

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A jovem Kaylanne Timóteo Freitas, de 15 anos, vítima em um incidente com tubarão no último dia 6 de março na praia de Piedade, no Grande Recife, criou uma “vaquinha” virtual para conseguir custear uma prótese para o braço e os remédios utilizados durante a recuperação. A adolescente teve o braço arrancado pelo animal enquanto nadava em um trecho permitido para banho, mas próximo de pontos famosos pelos ataques, como a Igrejinha de Piedade. 

O Instagram de Kaylanne, através do qual ela atualizava o público sobre seu estado de saúde, foi desativado esta semana, após um spam de comentários maldosos contra a vítima. Antes de indisponibilizar o perfil, ela desabafou sobre a repercussão do caso, no último domingo (12), e disse se ver como uma sobrevivente que sofreu o ataque não por imprudência, mas por acaso. 

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“Fizeram comentários maldosos, e muitas piadas sobre isso. Sinceramente, nos primeiros dias isso me afetou muito, mas graças a Deus, agora eu entendo que metade dessas pessoas que fizeram esse tipo de coisa não aguentariam nem metade da metade de toda angústia, medo, aflição e dor que eu tive”, desabafou a jovem. 

Na postagem, ela também lembra que não queria que imagens do incidente fossem divulgadas. “No dia do meu incidente muitos vídeos acabaram sendo divulgados mesmo sendo a coisa que eu mais pedi pra não fazerem”, afirmou Kaylanne, que fez um apelo sobre uma vaquinha virtual criada pela família. “Espalhem isso igual espalharam o vídeo, só que agora por uma boa causa”, pediu a adolescente. 

Após o ataque, circularam rumores de que o Governo do Estado se responsabilizaria pela compra de uma prótese de braço funcional para Kaylanne e outras vítimas de incidentes recentes. Porém, segundo atualizações da família, responsável pela arrecadação virtual, a compra ainda não aconteceu. 

Para a vakinha de Kaylanne Timóteo, foi estimada a necessidade de R$ 30 mil. Até o fechamento desta reportagem, o valor arrecadado era de R$ 7.150,00. É possível acessar a vakinha neste link.

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A adolescente de 15 anos, mordida por um tubarão na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, (RMR) no último dia 6, recebeu alta do Hospital da Restauração (HR), no centro da capital, nesta segunda-feira (13).

Ela estava internada desde o dia do incidente, quando passou por uma cirurgia para reparar a perda do braço esquerdo, que foi amputado. Segundo a assessoria do HR, ela continuará sendo acompanhada pela equipe do ambulatório.

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O HR ainda informa que o jovem de 14 anos, que foi vítima de outro incidente no dia 5, continua hospitalizado com quadro estável, sem previsão de alta.

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Neste primeiro fim de semana após os incidentes com tubarão no Grande Recife, o LeiaJá realizou uma ronda entre as praias de Piedade, Boa Viagem e Pina para verificar a fiscalização e orientações prestadas nesses locais. As ocorrências com mordidas de tubarão já registradas este ano não resultaram em morte, mas em lesões graves e perdas irreparáveis, como a amputação de membros das vítimas.

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Nos trechos do Dorisol-Golden Beach, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, onde houve um incidente com tubarão na última segunda-feira (6), ainda não há placas sinalizando perigo de ataque.

Apesar de estar a menos de um quilômetro da Igrejinha de Piedade, local com maior número de ocorrências com tubarão em todo o estado de Pernambuco desde 1992, a região dos tradicionais hóteis na orla de Piedade não possui histórico de ocorrências até a última semana. Marcada pelos arrecifes e piscinas naturais, a área ter sido cenário de um caso grave chocou os frequentadores.

"Só tomo banho na frente dos arrecifes. Quando a maré está cheia, não entro na água. Moro aqui há mais de 20 anos e meu procedimento sempre foi esse. Fiquei surpresa porque os ataques sempre aconteciam na área da Igrejinha, então fiquei sem entender o que houve. Ainda tenho receio de entrar na água, porque sempre tive. Se a água está turva eu não entro de forma alguma, mesmo com os arrecifes. A sensação aumenta depois dos ocorridos recentes, mas não deixo de molhar meus pés e nem de sentar na beira do mar", disse a banhista Adriana Reis, de 56 anos, que estava acompanhada do marido, Paulo Tavares, de 53.

O casal é natural de Salvador, na Bahia, mas mora em Pernambuco desde 2001, sempre no bairro de Piedade. Paulo acredita que a população tende sempre a confrontar as medidas implementadas pelos governos, mas que os gestores deixam a desejar tanto em orientação e conscientização, como ao fiscalizar os locais.

“O maior problema é a população, que sabe que existe uma questão na praia. Tudo bem que o último caso foi algo que a gente nunca tinha visto aqui e nem ouvido falar, só lá na Igrejinha. Mas lá a população sabe a afronta. Porém, há muitas coisas que podem ser feitas pelo poder público para melhorar os acessos e colocar redes de proteção, como fazem em outros países com problemas com tubarão. É um misto de mais consciência da população com mais ação dos governos. A gente está no habitat natural dos peixes, algo tem que ser feito para não promover mais desequilíbrio ambiental”, acrescentou Paulo. 

Perguntado sobre a ausência de placas no local, o casal confessou esperar que, após os últimos incidentes, a região já estivesse sinalizada. Durante a visita, também não havia salva-vidas ou fiscalização da Guarda Municipal na área. Paulo e Adriana também acreditam que conscientizar e proibir poderia funcionar melhor do que punir. Já o vendedor ambulante Valdir Batista, de 34 anos, acredita que a multa deveria ser o caminho. Ele é do Recife, mas trabalha vendendo caldinhos em Jaboatão há quatro anos.

"Isolar a área eu já acho demais, porque vai atrapalhar a gente que trabalha com o comércio na praia, mas poderia haver mais fiscalização. Essa área não é perigosa como a da igreja, então fiquei um pouco surpreso, porque aqui não tem tanto mar aberto. Há erro dos dois lados, da população e prefeitura. Era para ter multa, porque quando mexe no bolso, o pessoal leva mais a sério e se conscientiza", disse o trabalhador.

LeiaJá também: mais sobre a ronda do sábado (11)

- - > 'Piedade: banhista é preso após ser retirado do mar três vezes'

A Igrejinha de Piedade

Na manhã deste sábado (11), a fiscalização na Igreja de Nossa Senhora da Piedade foi intensa. O trecho tem o maior histórico de incidentes com tubarão em todo o estado: desde 1992, quando o monitoramento do Governo de Pernambuco foi iniciado, um em cada cinco incidentes registrados no estado aconteceram na Igrejinha. O pico já foi o mais frequentado de Jaboatão entre os anos 1990 e 2000, mas aumento de ataques e violência nos arredores assustaram banhistas.

Desde 2021, o trecho está proibido para banho, por ordem decretada no município. A decisão foi do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) e da prefeitura de Jaboatão, e foi publicada, à época, no Diário Municipal Oficial. A interdição abrange uma área de 2,2 quilômetros, que vai desde a Igrejinha de Piedade até o Hotel Barramares, localizado ao lado do Hospital da Aeronáutica do Recife, no limite com a capital pernambucana. 

Boa Viagem e Pina

O decreto encerra no limite entre as cidades por questões territoriais, já que é uma decisão municipal, mas isso não significa que o perigo acaba ali. Do Hotel Barramares em diante, já na praia de Boa Viagem, a sinalização é intensa e já antiga. O risco não é apenas de incidentes com tubarão, mas também de afogamento, devido às fortes correntezas em mar aberto. Apesar disso, banhistas ainda frequentam o local, que está quase sempre deserto.

Da Praça de Boa Viagem em diante, a movimentação começa a crescer. Durante a visita neste sábado (11), o LeiaJá presenciou uma visitação usual para os fins de semana. Muitas bandeiras vermelhas estavam marcando a areia em trechos de mar aberto lotados de banhista. A sinalização significa risco alto de afogamento, ainda que a área seja marcada sobretudo pelas visitas de grupos grandes e famílias.

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