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Quase 800 migrantes que tentavam chegar à Europa ilegalmente morreram afogados na costa da Tunísia durante os primeiros seis meses do ano, disse à AFP o porta-voz da Guarda Nacional tunisiana, Houcem Eddine Jebabli.

O porta-voz afirmou que "789 corpos de migrantes foram recuperados do mar, incluindo 102 tunisianos, os outros eram estrangeiros e pessoas não identificadas".

De 1º de janeiro a 20 de junho, 34.290 migrantes foram interceptados e resgatados, incluindo 30.587 "estrangeiros", principalmente da África subsaariana, em comparação com 9.217 pessoas interceptadas ou resgatadas no mesmo período de 2022 (incluindo 6.597 estrangeiros), especificou Jebabli.

As unidades da Guarda Costeira realizaram 1.310 operações nos primeiros seis meses de 2023, mais que o dobro do número (607) registrado em 2022, afirmou.

Algumas zonas do litoral tunisiano estendem-se a menos de 150 quilômetros da ilha italiana de Lampedusa, razão pela qual se registra regularmente a saída de imigrantes, principalmente da África subsariana.

Segundo Roma, mais de 80 mil pessoas cruzaram o Mediterrâneo e chegaram às costas da península italiana desde o início do ano, contra 33 mil no mesmo período do ano passado, a maioria vinda das costas da Tunísia e da Líbia.

O Mediterrâneo central - entre o norte da África e a Itália - é a rota migratória mais perigosa do mundo em 2023, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), que registrou mais de 20 mil mortes desde 2014.

Em 22 de junho, uma semana depois que uma embarcação de pesca da Líbia virou perto do Peloponeso, deixando pelo menos 82 mortos e centenas de desaparecidos, um barco cheio de migrantes de Sfax (Tunísia) virou perto de Lampedusa, deixando cerca de quarenta pessoas desaparecidas.

Um clima crescente e abertamente xenófobo se espalha na Tunísia desde que o presidente, Kais Saied, que assumiu o poder em julho de 2021, decidiu combater a migração ilegal em fevereiro.

Centenas de imigrantes foram expulsos de Sfax (leste), a segunda maior cidade da Tunísia, após confrontos que mataram um tunisiano em 3 de julho.

Desde o golpe de Estado do presidente Saied, as tentativas de saída dos tunisianos, desesperados devido à crise econômica que afeta este país do norte da África, continuam em ritmo constante.

Apesar da surpreendente vitória da Tunísia em cima da França, a Austrália também aprontou contra a Dinamarca e avançou às oitavas de final da Copa do Mundo do Catar.

Graças ao gol de Mathew Lechie na etapa final, os australianos superaram os dinamarqueses por 1 a 0 e chegaram aos seis pontos no grupo D, tendo dois de vantagem sobre os tunisianos.

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Em sua sexta Copa do Mundo, a Austrália se classificou para as oitavas de final pela segunda vez na história. A primeira aconteceu em 2006, quando tinha em seu elenco Mark Viduka, Mark Schwarzer, Harry Kewell e Tim Cahill.

Em Al Rayyan, a Tunísia foi muito valente ao fazer um grande jogo contra o mistão da França, que sofreu diante dos africanos. A equipe liderada por Jalel Kadri venceu com um gol de Wahbi Khazri, um dos melhores em campo.

Apesar dos esforços dos tunisianos, o país chegou aos quatro pontos e não conseguiu se classificar para as oitavas em virtude da vitória da Austrália no estádio Al Janoub.

A chave E foi finalizada com a França na liderança e a Austrália na segunda colocação. A Tunísia conseguiu fechar sua participação na Copa em terceiro, enquanto a Dinamarca decepcionou ao ficar na lanterna.

Da ANSA

A Austrália se reabilitou na Copa do Mundo do Catar e, de quebra, complicou a vida da Tunísia. Neste sábado (26), os Socceroos venceram as Águias do Cártago por 1 a 0, no Estádio Al Janoub, em Al Wakrah. A seleção que representa o continente asiático, mas geograficamente fica na Oceania, não ganhava um jogo pela competição desde 2010, na África do Sul.

Derrotados pela atual campeã, a França, na estreia, por 4 a 1, os australianos foram a três pontos e assumiram, provisoriamente, o segundo lugar do Grupo D. Os tunisianos seguem com o ponto somado no empate sem gols com a Dinamarca e não dependem mais só de si para chegar às oitavas de final pela primeira vez. Os dois primeiros colocados avançam de fase.

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Ainda neste sábado, às 13h (horário de Brasília), franceses e dinamarqueses completam a segunda rodada do grupo no Estádio 974, em Doha. Em caso de vitória, os Bleus já garantem classificação antecipada às oitavas.

As partidas da última rodada do Grupo D ocorrem nesta quarta-feira (30), às 12h (horário de Brasília). Os australianos jogam novamente no Al Janoub contra a Dinamarca, enquanto os tunisianos enfrentam a França no Estádio Cidade da Educação, em Doha.

Eficácia autraliana

As equipes foram a campo com somente uma alteração cada em relação à estreia. Na Tunísia, o técnico Jalel Kadri promoveu uma mudança no ataque, com Naim Sliti no lugar de Anis Ben Slimane, mantendo a formação com três zagueiros adotada contra a Dinamarca. Já o treinador da Austrália, Graham Arnold, repetiu quase toda a escalação da goleada sofrida para os franceses, com a exceção do lateral Nathaniel Atkinson, contundido, que deu espaço a Fran Karacic.

A Tunísia começou a partida provando do próprio veneno, tendo a saída de bola pressionada da mesma forma que eles mesmos fizeram contra os dinamarqueses. Apesar do maior volume, os australianos demoraram a finalizar. Quando conseguiram, chegaram ao gol. Aos 24 minutos, Craig Goodwin recebeu do meia Riley McGree pela esquerda e cruzou. A bola desviou na marcação do lateral Mohamed Dräger e o também atacante Mitch Duke - que deu início à jogada no meio-campo - escorou de cabeça, encobrindo o goleiro Aymen Dahmen para abrir o placar.

A forte marcação da Austrália impediu que as Águias do Cártago dessem um único chute em direção ao goleiro Mathew Ryan no primeiro tempo. Ainda assim, nos minutos finais, os tunisianos conseguiram assustar. Aos 40, Youssef Msakni ficou com a sobra de uma bola dividida pelo também atacante Issam Jebali quase na marca de pênalti e rolou na direita para Dräger, que bateu de primeira, travado na hora pelo zagueiro Harry Souttar. Nos acréscimos, Jebali apareceu na área pela direita e cruzou rasteiro para Msakni chutar de primeira, rente à trave esquerda.

Os africanos retornaram do intervalo reforçando o meio-campo com o volante Fernaji Sassi no lugar de Dräger, passando do 3-4-3 para o 4-3-3, além de adiantarem a marcação, alugando o campo defensivo da Austrália, que foi obrigada a recuar. Quando teve paciência, a Tunísia conseguiu entrar na área aos 26 minutos e assustou em chute de Msakni, de primeira, pela esquerda, para defesa de Ryan próximo à trave direita. Aos 43, o lateral Wajdi Kechrida dominou na direita e rolou para o atacante Wahbi Khazri concluir, mas o arremate saiu baixo e na mão do goleiro.

Apesar de rondarem a área dos Socceroos, os tunisianos insistiram, principalmente, em cruzamentos pelo alto. Foram 15 ao longo da segunda etapa e somente um não foi afastado pela zaga australiana, que segurou com todas as forças o resultado que manteve a seleção viva na Copa do Catar.

O jogador tunisiano Ellyes Shikri entrou em campo pela segunda vez neste sábado (26) na Copa do Mundo usando uma máscara, o que acabou gerando dúvidas sobre por que o atleta usa o adereço. 

O motivo foi uma lesão na região da bochecha em outubro deste ano, quando estava atuando pela sua equipe, o Colônia da Alemanha. Desde então, o camisa número 17 da Seleção da Tunísia usa o item para proteger o local. 

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A Coreia do Sul também tem um atleta usando máscara, o atacante do Tottenham da Inglaterra,  Heung-Min Son, e a lesão dele no rosto aconteceu há um mês da estreia na Copa do Mundo do Catar e por pouco não o tirou da competição.

A rede não balançou pela primeira vez na Copa do Mundo do Catar. Nesta terça-feira (22), Dinamarca e Tunísia empataram sem gols no Estádio Cidade da Educação, na capital Doha.

O confronto inaugurou o Grupo D da competição, que ainda reúne França e Austrália. Os atuais campeões mundiais estreiam logo mais, às 16h (horário de Brasília) desta terça, no Estádio Al Janoub, em Al-Wakrah.

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Resultado à parte, o jogo foi especial para Cristian Eriksen. Em 12 de junho de 2021, o dinamarquês sofreu uma parada cardíaca em uma partida da Eurocopa, contra a Finlândia. O meia, que disse, à ocasião, que tinha "morrido por cinco minutos", teve de colocar um marca-passo e viu o futuro no futebol em dúvida. Ele, porém, voltou aos gramados em janeiro deste ano e retornou à seleção dois meses depois.

A Dinamarca, aliás, foi a campo vestindo uma camisa monocromática, onde o escudo da federação e o logotipo da empresa de material esportivo estão "camuflados". Trata-se de um protesto contra denúncias de violação aos direitos humanos no Catar. A seleção era, ainda, uma das que pretendia adotar a expressão "One Love" ("Um amor", na tradução do inglês) na braçadeira de capitão, alusiva à causa LGBTQIA+, mas que acabaram recuando por pressão da Federação Internacional de Futebol (Fifa). A homossexualidade é proibida no país-sede da Copa.

O próximo compromisso de tunisianos e dinamarqueses será no sábado (26), pela segunda rodada do Grupo D. Às 7h, os africanos encaram a Austrália no Al Janoub. Mais tarde, às 13h, os escandinavos pegam a França no Estádio 974, na capital Doha.

Águias dominam primeiro tempo

Empurrada pela torcida, maioria no Cidade da Educação, a Tunísia controlou o primeiro tempo, adiantando a marcação e saindo em velocidade. Aos 11 minutos, o lateral Mohamed Dräger finalizou da intermediária, a bola desviou no zagueiro Andreas Christensen e passou rente à trave direita. Na sequência, Anis Ben Slimane cobrou escanteio pela esquerda e o também atacante Youssef Msakni, de cabeça, mandou por cima da meta, com perigo.

Os tunisianos até balançaram as redes aos 23, com Issam Jebali, mas o lance foi invalidado. O atacante recebeu às costas da zaga escandinava e bateu na saída do goleiro Kasper Schmeichel, em posição de impedimento. Aos 38, mais um susto africano, agora com Aissa Laidouni. O volante ficou com a sobra de uma cobrança de escanteio e finalizou na pequena área, pela direita, acima do gol. Quatro minutos depois, Jebali foi lançado na cara de Schmeichel e tentou encobrir o arqueiro escandinavo, que salvou com a mão trocada, evitando o primeiro das Águias do Cártago.

E a Dinamarca? Pouco se viu da equipe que "passeou" nas Eliminatórias Europeias (nove vitórias em dez jogos) e até derrotou a França em setembro, por 2 a 0, pela última rodada da Liga das Nações. Sem espaço no meio, a seleção europeia tentou chegar pelos lados, sem eficácia. A oportunidade mais aguda na primeira etapa foi um chute do volante Pierre Hobjerg, da entrada da área, que o goleiro Aymen Dahmen agarrou no meio do gol, aos 33 minutos.

Dinamáquina para na trave

A Tunísia voltou para o segundo tempo iniciando a marcação no meio-campo e apostando nos contra-ataques, ainda que esbarrando na carência de qualidade técnica no último passe. Com mais espaço, a Dinamarca, enfim, conseguiu ser perigosa. Aos nove minutos, o atacante Andreas Skov Olsen pegou a sobra de um chute do lateral Joakim Maehle e mandou para as redes, mas o que seria o primeiro gol europeus foi anulado por impedimento na origem do lance, em um cruzamento do meia Mikkel Damsgaard pela direita.

Aos 23, foi a vez de Eriksen testar Dahmen, que fez boa defesa em finalização da entrada da área do camisa 10, mandando para fora. Na cobrança do escanteio, Christensen escorou na pequena área e o atacante Andreas Cornelius, com o gol vazio e quase em cima da linha, parou na trave esquerda, na oportunidade mais clara da partida até então.

O confronto, aos poucos, perdeu intensidade, com erros de passe de ambos os lados e pouca criatividade. Nos acréscimos, o árbitro mexicano Cesar Ramos foi chamado ao vídeo para conferir uma suposta penalidade a favor da Dinamarca, por toque na mão na área, após cobrança de escanteio por Eriksen. O juiz viu a jogada rapidamente, mas manteve a marcação de campo. No fim, nada de gols no Cidade da Educação.

A CBF se manifestou lamentando um acontecimento na partida em que a seleção brasileira venceu a Tunísia por 5 a 1. Após o atacante Richarlison marcar o segundo gol do jogo, uma banana foi atirada da arquibancada do Parque dos Príncipes em direção ao jogador.

‘’Lamentavelmente, após a ação, uma banana foi atirada no gramado em direção a Richarlison, autor do segundo gol brasileiro. A CBF reforça a sua posição de combate ao racismo e repudia qualquer manifestação preconceituosa’’, afirmou a entidade em suas redes sociais.

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O caso aconteceu justamente na partida em que a seleção realizou um protesto contra o racismo. Os jogadores brasileiros entraram em campo sem as estrelas dos cinco títulos mundiais estampadas em seus uniformes. O ato foi para lembrar que a seleção não teria essas conquistas se não fosse pela presença dos jogadores negros.

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Um dos atletas mais jovens da Seleção Brasileira, o atacante Antony quer marcar a sua história com a amarelinha. Convocado para os amistosos contra Gana e Tunísia, o jogador do Manchester United lembrou das dificuldades que enfrentou na carreira e como isso o ajudou a conquistar títulos.

“Passei por muitas dificuldades, por muitos momentos difíceis. Eu sei que o passei. Mas eu gosto de desafio. Sempre que penso nos problemas, eu lembro de tudo que já passei. É isso que me motiva a buscar meus desafios”, disse o jogador que complementou sobre o prazer de vestir mais uma vez a camisa da Seleção.

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“Toda vez que sou convocado, eu dou 100% no treino e no jogo. Eu sempre quero estar bem, não importa se vou jogar cinco minutos no jogo ou se vou só treinar. É uma oportunidade única vestir a camisa da seleção, tanto que muitos não foram convocados. É preciso trabalhar muito para vestir essa camisa e poder fazer história”, completou.

Aos 22 anos de idade, Antony é o terceiro mais jovem do grupo de 26 convocados pelo técnico Tite. Apenas Vinicius Junior, cinco meses, e Rodrygo, 11 meses, são mais novos que o atacante revelado pelo São Paulo.

Desde que foi campeão olímpico com a Seleção Brasileira na Olimpíada de Tóquio, Antony tem sido convocado para o time principal e busca seguir os exemplos de jogadores mais experientes, como o zagueiro Thiago Silva, de 37 anos, presente nas três últimas Copas pelo Brasil.

“O Thiago é um cara que todos respeitam pela história dele, pela liderança. É um cara que sabe falar com a gente, que sabe cobrar. A gente respeita muito isso. Ele é um craque de bola, um cara que se impõe e tem o jeito de ser líder. A gente absorve tudo o que ele diz”, elogiou.

O próximo desafio de Antony e da Seleção Brasileira será contra Gana, na sexta-feira, às 15h30 (horário de Brasília), em Le Havre. Quatro dias depois, na terça-feira (27), o Brasil enfrenta Tunísia, em Paris, no último amistoso antes da convocação para a Copa do Mundo FIFA Qatar 2022.

Da assessoria da CBF

A CBF confirmou nesta sexta-feira que os dois próximos amistosos da seleção brasileira serão disputados na França. Os adversários, anunciados no mês passado, serão Tunísia e Gana. Serão os últimos testes do técnico Tite antes da definição da lista final de convocados para a Copa do Mundo do Catar, no fim do ano.

O primeiro jogo será contra a seleção de Gana. Está marcado para o dia 23 de setembro (sexta-feira) e será disputado na cidade de Le Havre, no Stade Oceane, sede de sete partidas no último Mundial Feminino, em 2019.

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Quatro dias depois (terça), os brasileiros enfrentarão os tunisianos na capital francesa, no Parque dos Príncipes, estádio do Paris Saint-Germain. As duas partidas serão realizadas no mesmo horário: 20h30 do horário local, equivalente às 15h30, pelo horário de Brasília.

De acordo com a CBF, a preparação para o primeiro jogo acontecerá na própria cidade de Le Havre, com treinos marcados para os dias 19, 20, 21 e 22. Depois do primeiro amistoso, a delegação brasileira treinará já em Paris para o segundo confronto desta Data Fifa.

ÚLTIMOS AMISTOSOS

A CBF também confirmou nesta sexta que estes amistosos serão os últimos também antes do início da Copa, no dia 20 de novembro. Nas últimas semanas, houve especulação de que o Brasil poderia fazer outro amistoso após a convocação, marcada para o dia 9, às 11 horas, na sede da entidade.

Sem conseguir agendar confrontos contra equipes europeias, a seleção brasileira enfrentará dois times africanos nos dois últimos amistosos antes da convocação para a Copa do Mundo do Catar. Nesta sexta-feira, a CBF confirmou que os adversários da Data Fifa de setembro serão Gana e Tunísia.

Os dois amistosos serão disputados na Europa, mas os locais ainda não foram divulgados. Os jogos acontecerão nos dias 23 e 27 do próximo mês. A convocação do técnico Tite está marcada para o próximo dia 9.

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Os dois amistosos no continente europeu foram confirmados na mesma semana em que a CBF aceitou um acordo com a Fifa e a Associação de Futebol Argentino (AFA) para cancelar a realização do clássico sul-americano, suspenso no ano passado e que era válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

Inicialmente, a partida seria disputada em São Paulo no próximo mês, o que obrigaria a seleção a agendar um amistoso em solo nacional para não perder a janela de jogos da Fifa. A comissão técnica era contrária à ideia. A partida contra a Argentina havia sido interrompida por funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nos primeiros minutos, na Neo Química Arena, em São Paulo.

As duas equipes africanas escolhidas para os amistosos também estão classificadas para a Copa. Gana estará no Grupo G, ao lado de Portugal, Uruguai e Coreia do Sul. A Tunísia, por sua vez, terá pela frente a França, a Dinamarca e a Austrália no Grupo D do Mundial.

Na segunda-feira (25) os tunisianos estão convocados para votar em referendo sobre uma nova Constituição, conjecturando uma nova virada política na crise desta jovem democracia que ainda corre o risco de cair em derivas autoritárias.

Com 12 milhões de habitantes, o país atravessa um ano de profunda crise política depois que o presidente Kais Saied, eleito por maioria ampla em 2019, se atribuiu plenos poderes com a justificativa de uma situação instável.

"Um golpe de Estado", denuncia a oposição, e uma "concentração excessiva de poder", de acordo com as organizações de defesa dos direitos humanos.

A oposição, em especial o partido de inspiração islâmica Ennahdha, pediu um boicote ao referendo devido à falta de acordo e por considerá-lo um "processo ilegal".

O principal sindicato UGTT não deu voto.

"A grande incógnita é se a participação será baixa ou muito baixa, já que muitas pessoas não sabem nem por que estão votando", explicou o pesquisador Youssef Cherif à AFP, assim como a maioria dos analistas convencido da vitória do "sim".

"Poucas pessoas na Tunísia acompanham a política atualmente", acrescenta Cherif.

Cerca de nove milhões de eleitores estão inscritos para a votação, mas nada garante que todos irão para as urnas na segunda, dia de feriado.

Apesar disso, os centros de votação abrem às 2h00 e fecham às 18h00, no horário de Brasília.

Os defensores do "sim" votarão "porque gostam do presidente ou porque odeiam os que governaram desde (a Revolução de) 2011", Ennahdha e seus aliados, "mas não são mais que algumas centenas de milhares", segundo Cherif.

Esse desinteresse na política vem, segundo o cientista político Hamadi Redissi, de que "ao contrário da Constituição de 2014, aqui não houve debate ou deliberação pública do projeto", e segundo esse pesquisador foi feito "às pressas".

A última versão do texto, escrita pessoalmente por Kais Saied, está "a anos luz do projeto laico e democrático" proposto pela comissão encarregada de sua elaboração, explica Redissi.

O jurista responsável pela comissão, Sadok Belaid, distanciou-se do texto final por ser suscetível "de abrir um caminho para um regime ditatorial".

A oposição e os analistas estão preocupados com o previsto retorno de um regime ultrapresidencialista. Isso romperia com o sistema parlamentarista criado com a queda do ditador Ben Alí, em 2011, que fez a Tunísia a única democracia nascida das revoltas da Primavera Árabe.

Para Redissi, "há uma deriva autoritária: todo o poder estaria nas mãos do presidente, que nomeia o governo. O Executivo não precisaria ter a confiança do Parlamento".

E o chefe do Estado não poderá ser revogado neste caso.

A polícia antiterrorista da Tunísia convocou a principal figura da oposição do país para interrogatório nesta sexta-feira, 1º, enquanto uma crise política se aprofunda após a decisão do presidente Kais Saied de dissolver o Parlamento e impor o regime de um homem só.

Rached Ghannouchi, chefe do partido islâmico Ennahda e presidente do Parlamento dissolvido, foi intimado e compareceu à sede da polícia nesta sexta-feira, disse seu gabinete, depois que investigações foram abertas sobre outros membros da Câmara que desafiaram Saied.

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O presidente exigiu que as investigações fossem abertas depois que os membros do Parlamento realizaram uma sessão online na quarta-feira, 30, e votaram pela revogação de todas as medidas de emergência que ele impôs - apesar de seu decreto, no ano passado, de suspender a Câmara.

Saied acusou aqueles que participaram da sessão, juntamente com Ghannouchi, cujo gabinete havia anunciado a medida, de conspirar contra a segurança do Estado e ordenou que o Departamento de Justiça abrisse um processo legal contra eles.

No mês passado, Saied assumiu o controle do Judiciário, substituindo um conselho superior cuja função era garantir a independência do poder, por juízes que ele mesmo selecionou.

Os movimentos de Saied aumentam a perspectiva de uma repressão à oposição, à medida que os principais atores da Tunísia se tornam mais ativos no esforço de tentar barrar suas tentativas de refazer o sistema político no que eles chamam de golpe. "É um ponto de virada para atingir seus oponentes", disse a vice-presidente do Parlamento, Samira Chouachi.

Saied defendeu a tomada dos poderes no ano passado como necessário para salvar a Tunísia de uma elite corrupta e egoísta que ele descreve como responsável por anos de paralisia política e estagnação econômica.

Sem eleições

Ele também prometeu defender os direitos e liberdades conquistados em uma revolução de 2011 que trouxe a democracia -- o país é considerado o berço das revoltas populares no mundo muçulmano que ficaram conhecidas como Primavera Árabe -- , e até agora houve poucas prisões ou tentativas de silenciar os críticos.

No entanto, na noite de quinta-feira, 31, Saied disse que ainda não convocaria novas eleições parlamentares, apesar de dissolver a Câmara, e protestou contra aqueles que participaram na sessão de quarta-feira.

"Não haverá diálogo com aqueles que tentaram um golpe e buscam dividir os tunisianos", disse ele, sugerindo que aqueles que se opõem a seus movimentos podem não ser autorizados a concorrer em eleições futuras.

Oposição

O Ennahda e o Partido Constitucional Livre, que lidera as pesquisas de opinião, disseram que se oporão aos planos de Saied de um referendo sobre uma nova Constituição que ele planeja apresentar.

Os partidos são inimigos ideológicos declarados e, embora não haja sinais de que possam trabalhar juntos contra Saied, a oposição mais ativa às suas medidas sugere que a crise está se intensificando. "Saied, que usurpou o poder, deve acabar imediatamente com as medidas excepcionais", disse o líder do Partido Constitucional Livre, Abir Moussi.

A oposição mais forte a Saied desde o meio do ano passado veio do Ennahda, que tem sido um ator principal em sucessivos governos desde a revolução.

Moussi e seu Partido Constitucional Livre criticam o passado islâmico do Ennahda e elogiam o regime autocrático do ex-ditador Zine El Abidine Ben Ali, que foi deposto em 2011 e morreu em 2019.

Os Estados Unidos, um importante doador para a Tunísia desde a revolução, expressaram preocupação com a dissolução do Parlamento por Saied e ameaças de investigar os legisladores, e pediram "um rápido retorno ao governo constitucional".

A economia da Tunísia enfrenta uma série de problemas, incluindo rebaixamento das classificações de crédito do país e aumento dos preços dos alimentos. Tunis tem buscado assistência do Fundo Monetário Internacional (FMI) para evitar o calote em sua dívida, mas a instabilidade política prejudicou os esforços de reforma econômica.

Mas com praticamente todos os poderes em suas mãos, Saied enfrentará uma pressão adicional para melhorar a crise econômica que se aprofunda, segundo o analista político tunisiano Selim Kharrat. "O único fator que pode ameaçar o apoio popular a Saied é a condição social e econômica dos tunisianos", disse Kharrat.

Saied está buscando financiamento internacional para evitar uma crise nas finanças públicas em meio à crescente dor econômica para os tunisianos após anos de disputas políticas.

O poderoso sindicato trabalhista UGTT, o órgão político mais poderoso do país, com mais de um milhão de membros, está considerando uma greve geral para exigir um diálogo sobre reformas políticas e econômicas. Anteriormente, havia instado Saied a dissolver o Parlamento, mas também a realizar eleições logo em seguida. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O Brasil estreou com vitória no torneio masculino de vôlei dos Jogos de tóquio sobre a Tunísia por 3 sets a 0, parciais de parciais 25/22, 25/20 e 25/15, na Arena Ariake.

O time do técnico Renan Dal Zotto, que retornou ao cargo após uma longa recuperação da Covid-19, começou a partida cometendo muitos erros diante de um adversário muito mais fraco. Mas a equipe brasileira se reeencontrou em quadra e garantiu três pontos no Grupo B da competição, que além da Tunísia tem Argentina, Rússia, Estados Unidos e França.

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Os brasileiros voltam a jogar na segunda-feira, contra os argentinos, a partir das 9h45 (horário de Brasília), na Arena Ariake.

A situação sanitária pela Covid-19 é "catastrófica" na Tunísia, onde nas últimas semanas foi registrado um recorde de casos, anunciou nesta quinta-feira (8) a porta-voz do Ministério da Saúde, referindo-se a um sistema de saúde "em colapso".

"A situação sanitária atual é catastrófica (...), a taxa de contágios aumentou enormemente. O sistema de saúde infelizmente está em colapso", declarou Nissaf Ben Alya em uma entrevista a uma rádio tunisiana.

De acordo com Ben Alya, agora é difícil encontrar leitos ou oxígênio nos hospitais de todo o país. "Se não nos unirmos em nossos esforços, o desastre (sanitário) se agravará", alertou.

Os hospitais tunisianos registram há duas semanas um grande fluxo de pacientes nesta nova onda de casos por Covid-19, que alcança níveis sem precedentes.

Na terça-feira, a Tunísia registrou 9.823 casos e 134 mortes. No total, foram contabilizados 464.914 casos e 15.735 mortes, sobre uma população de cerca de 12 milhões de habitantes. Nas redes sociais, circulam imagens que mostram pacientes no chão de hospitais lotados em todo o país.

Os hospitais de campanha que foram improvisados nos últimos meses não dão conta: 92% dos leitos de cuidados intensivos (UTI) estão ocupados, de acordo com dados do ministério da Saúde publicados no Facebook. Seis províncias declararam um confinamento rígido para evitar mais contágios.

Milhares de manifestantes saíram às ruas neste sábado (15) em várias cidades da Europa e na Tunísia em apoio aos palestinos nos confrontos em curso com Israel.

Na França, manifestações foram realizadas em várias cidades, incluindo Paris, onde as mobilizações foram proibidas pelas autoridades em razão de um precedente de 2014, quando uma marcha pró-palestina degenerou em violência urbana.

A polícia na capital francesa instruiu "dispersão sistemática e imediata" assim que os manifestantes tentaram se reagrupar, usando canhões de água e gás lacrimogêneo.

Segundo jornalistas, confrontos entre manifestantes e policiais ocorreram à tarde no bairro de Barbès, na zona norte da capital.

"A Palestina vive. A Palestina vencerá", gritavam os manifestantes. Boulevard Barbès, um grupo de cem pessoas cantava "Israel assassino", enquanto bandeiras palestinas foram hasteadas ou usadas como capas.

"A França é o único país democrático a proibir essas manifestações", protestaram os advogados da Associação de Palestinos em Ile-de-France.

Em Londres, milhares de pessoas protestaram no centro em apoio ao povo palestino e para pedir ao governo britânico que intervenha para impedir a operação militar israelense.

Os manifestantes se reuniram ao meio-dia em Marble Arch, próximo ao Hyde Park, de onde caminharam em direção à embaixada israelense, atravessando o parque, agitando bandeiras palestinas e cartazes pedindo a "libertação" dos territórios palestinos.

"É essencial que o governo britânico tome medidas imediatas", disseram os organizadores, entre eles a coalizão Stop the War, a associação muçulmana do Reino Unido, a organização Palestine Solidarity Campaign e a Campanha pelo Desarmamento Nuclear.

"O governo britânico é cúmplice desses atos, uma vez que oferece apoio militar, diplomático e financeiro a Israel", disseram os organizadores.

Em Madri, cerca de 2.500 pessoas protestaram no centro em apoio à causa palestina. "O silêncio de uns é o sofrimento de outros", "Jerusalém, a capital eterna da Palestina", diziam as faixas e cartazes dos manifestantes, entre os quais um grande número de mulheres jovens.

"Não é uma guerra, é um genocídio!", gritavam, subindo da estação Atocha à praça do Sol. Muitos jovens estavam envolvidos em bandeiras palestinas.

"Eles estão nos massacrando. Estamos em uma situação em que a Naqba (a 'catástrofe' em árabe) continua em pleno século XXI", denunciou Amira Cheikh-Ali, de 37 anos, filha de refugiados palestinos, usando o termo para se referir ao êxodo dos palestinos após a criação do Estado de Israel em maio de 1948.

Na Alemanha, milhares de pessoas se manifestaram em Berlim e em várias cidades respondendo ao apelo de coletivos pró-palestinos.

Na capital foram autorizadas três manifestações, incluindo duas no bairro de Neukölln, na zona sul da cidade.

Com o lema "Marcha do povo palestino pela libertação e o retorno", milhares de pessoas se reuniram em Hermannplatz, a praça central, agitando bandeiras turcas e palestinas, além de cartazes pedindo "boicote a Israel".

Os manifestantes gritaram "Libertem Gaza!", "Palestina live matter" ou "Salve Sheikh Jarrah", bairro em Jerusalém Oriental onde famílias palestinas são ameaçadas de despejo por colonos israelenses.

Em Varsóvia, cerca de trezentas pessoas, a maioria palestinos estabelecidos na Polônia, manifestaram-se em frente à embaixada israelense. Com bandeiras palestinas nas mãos, exibiram cartazes "Pare o Holocausto dos Palestinos" ou "Jerusalém, a capital da Palestina", e gritaram slogans em favor da "Palestina Livre".

Na Tunísia, manifestações ocorreram em várias cidades. Centenas de manifestantes com bandeiras palestinas se reuniram no centro de Túnis, antes de marchar na avenida Habib Bourguiba, vigiados pela polícia.

Entre as palavras de ordem dos manifestantes, que desafiaram o confinamento em vigor até domingo: "Tunisinos e tunisianas apoiem a Palestina!" ou "O povo quer criminalizar a normalização com Israel!".

"Quando se trata dos massacres contra os palestinos, as potências internacionais permanecem silenciosas e indiferentes diante dos crimes sionistas", denunciou Dalila Borji, uma estudante de 23 anos.

Para sua mãe Nahla, "esta injustiça alimenta cada vez mais o ódio das pessoas contra Israel e os países que o apoiam".

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Pelo menos 39 migrantes clandestinos morreram nesta terça-feira (9) em dois naufrágios na costa da Tunísia e mais de 160 outros, de diferentes países africanos, foram resgatados.

Esses candidatos ao exílio haviam partido durante a noite para tentar chegar ilegalmente à Europa. Foram avistados pela guarda costeira na costa de Sfax, no leste da Tunísia.

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A Guarda Nacional Marítima da Tunísia resgatou 165 migrantes e recuperou 39 corpos, de acordo com o último relatório divulgado pelo Ministério da Defesa.

Pelo menos nove mulheres, quatro crianças e um homem morreram, informou à AFP o porta-voz da Guarda Nacional, Houcem Eddine Jebabli, acrescentando que as buscas "ainda estão em andamento para encontrar outros sobreviventes e corpos".

O último ano foi marcado por um aumento de partidas desse tipo no Mediterrâneo central, a rota migratória mais mortal do mundo para candidatos ao exílio na Europa.

As embarcações continuam zarpando todos os dias, apesar das difíceis condições climáticas.

Entre 1º de janeiro e 21 de fevereiro, 3.800 migrantes chegaram ilegalmente à Itália por mar, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), incluindo quase mil via Tunísia e 2.500 via Líbia.

Em 2021, "continua o aumento das partidas" a partir da Tunísia, ressalta Romdhane Ben Amor, do Fórum Tunisino de Direitos Econômicos e Sociais.

Esta ONG tunisina contabilizou 94 barcos interceptados desde o início deste ano e 1.736 pessoas detidas antes de embarcarem, aproximadamente o dobro em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Como costuma acontecer no inverno, quando a travessia é mais perigosa e um pouco mais barata, a proporção de migrantes estrangeiros é relativamente alta.

Em janeiro e fevereiro, 54,9% das pessoas detidas vinham da África Subsaariana, de acordo com a ONG.

- "Pandemia" -

Os tunisianos são, no entanto, a primeira nacionalidade a chegar ilegalmente à Itália, com 12.000 deles tendo desembarcado em 2020, de acordo com o ACNUR.

Mas a proporção de estrangeiros que saem da Tunísia aumentou nos últimos dois anos, de acordo com o FTDES. A ONG aponta que 30% das 13.000 pessoas detidas em 2020 por imigração irregular eram da África Subsaariana, contra 8 a 11% entre 2011 e 2016.

A maioria dos sobreviventes desta terça são desta parte da África.

Vinte e dois migrantes de diferentes países africanos que partiram Sidi Mansour (leste), não muito longe de Sfax, foram dados como desaparecidos em fevereiro e outros 25 foram resgatados pela Marinha tunisiana cerca de cem quilômetros a noroeste da ilha italiana de Lampedusa.

Em janeiro, a mesma Marinha interceptou cinquenta migrantes na costa tunisiana, incluindo quatro tunisianos, os outros vindos da África Subsaariana, também de Sidi Mansour.

"Parece que esse aumento está ligado à deterioração da situação social, em particular com a pandemia" do coronavírus, estima Ben Amor.

As restrições de saúde têm sido devastadoras para empregos precários, enfraquecendo os migrantes estabelecidos na Tunísia, e a crise política deixa poucas perspectivas de melhorias sociais no curto prazo.

Mais de 1.200 migrantes morreram em 2020 no Mediterrâneo, a grande maioria deles nesta rota central, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações.

Engenheiros tunisianos desenvolveram uma mão biônica capaz de fornecer soluções inovadoras para as necessidades dos deficientes, graças a seus dedos de plástico movidos pelos músculos do braço, peças impressas em 3D fáceis de substituir e com uma bateria movida a energia solar.

Mohamed Dhaouafi, de 28 anos, concebeu seu primeiro protótipo de projeto universitário enquanto estudava na Escola Nacional de Engenharia de Susa, no leste deste país do Magreb.

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"Tínhamos planejado criar uma plataforma de distribuição de produtos farmacêuticos", lembra o engenheiro, explicando que "um membro da equipe tinha uma prima que nasceu sem uma das mãos, e os pais não tinham condições de comprar uma prótese para ela, até porque ela estava crescendo. Então decidimos projetar uma mão".

Depois de terminar a universidade, Dhaouafi criou sua startup Cure Bionics, em 2017, em seu quarto na casa de seus pais, enquanto muitos de seus colegas preferiam emigrar e procurar trabalho no exterior.

"Queria não apenas mostrar a mim mesmo que podia fazer isso, mas fazer algo importante e mudar a vida das pessoas", diz este jovem, que hoje trabalha em um escritório ao lado da universidade que reúne várias pequenas empresas inovadoras.

- Inteligência Artificial -

Dhaouafi conseguiu contratar quatro funcionários, graças ao dinheiro arrecadado em concursos e ao investimento de dezenas de milhares de dólares feito por uma empresa americana.

Sua mão biônica funciona por meio de sensores que detectam movimentos musculares. Um programa então os interpreta e transmite as indicações para a mão artificial, composta por um pulso e por quatro dedos com impulsos musculares. O polegar, com junta mecânica, deve ser manipulado manualmente.

A Inteligência Artificial permite reconhecer os impulsos musculares de movimentos complexos e, assim, facilitar o uso da prótese.

A Cure Bionics espera lançar sua invenção dentro de quatro meses. Começará pela Tunísia e, depois, espera exportá-la para outros países da África, onde mais de 75% das pessoas com deficiência que precisam de assistência técnica não lhe têm acesso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"O objetivo é que seja acessível financeiramente, mas também geograficamente", explica o engenheiro, que faz parte da lista de empreendedores inovadores com menos de 35 anos distinguida em 2019 pela MIT Technology Review.

Sua invenção custará entre US$ 2.000 e US$ 3.000 por unidade, um preço alto, mas inferior ao de outras próteses biônicas importadas da Europa.

- Impressão em 3D: futuro das próteses? -

A Cure Bionics pretende fabricar seu produto o mais próximo possível de seus consumidores, contando com a presença de técnicos locais que permitam adaptar a mão às necessidades de seu usuário, imprimindo suas peças em 3D para se adaptarem à morfologia de cada um.

"Uma prótese importada representa hoje várias semanas, ou até meses, de espera após a compra e também a cada reparo", alega Dhaouafi.

Por esse motivo, ele desenhou uma mão com múltiplas peças montadas que podem ser obtidas com impressoras 3D, permitindo que sejam facilmente trocadas em caso de quebra, ou na adaptação de crianças em crescimento.

Já usada desde 2010 na fabricação de mãos mecânicas rudimentares, a impressão 3D está-se tornando cada vez mais comum na fabricação de próteses.

"A tecnologia ainda está em desenvolvimento, mas uma grande mudança está começando", celebra Jerry Evans, chefe da empresa canadense Nia Technologies, especializada em impressão em 3D de próteses inferiores.

"Os países menos desenvolvidos provavelmente passarão de técnicas arcaicas para esse tipo de tecnologia, que é muito mais barata" e permite poupar tempo, acrescenta.

Evans adverte, no entanto, que a impressão em 3D não é uma solução mágica, já que a fabricação de próteses realmente úteis exige notáveis conhecimentos médicos.

Um membro da Guarda Nacional foi morto neste domingo (6) em uma cidade turística do leste da Tunísia em um ataque "terrorista" e três agressores foram abatidos, informou à AFP o porta-voz da Guarda Nacional.

"Uma patrulha de dois agentes da Guarda Nacional foi vítima de um ataque com faca no centro de Susa. Um deles morreu como mártir e o outro, ferido, está hospitalizado", disse o porta-voz Hucem Eddin Khebali.

Após o ataque, as forças de segurança perseguiram os agressores, que roubaram a viatura e as armas das vítimas, segundo a mesma fonte.

"Em uma troca de tiros, três terroristas foram mortos", disse Khebabli. O ataque e a perseguição ocorreram em Akuda, na região turística de El Kantaui. A polícia isolou a área, constatou um fotógrafo da AFP.

Em comunicado publicado em seu site oficial, o ministério do Interior declarou que os três agressores "atingiram" os dois agentes da Guarda Nacional com seu carro, mas sem mencionar que haviam sido esfaqueados.

O ministério confirmou as mortes dos três agressores numa troca de tiros com as forças de segurança, sem dar mais detalhes.

O presidente Kais Saied, que apareceu no local do ataque, afirmou que os agressores colidiram com os gendarmes e os esfaquearam.

"A polícia deve ser capaz de (identificar) quem está por trás dessas pessoas (os agressores) e saber se eles realizaram essa operação individualmente ou em nome de uma organização", apontou Saied.

Cada novo ataque traz à tona a memória dos atentados suicidas após a revolução de 2011. A cidade de Susa já havia sido palco de um atentado jihadista em 2015.

O último ataque desse tipo data de 6 de março. Um policial foi morto e cinco outros feridos, além de um civil, em um duplo ataque suicida contra as forças de segurança que protegiam a embaixada dos Estados Unidos em Tunes.

Após a queda da ditadura em 2011, a Tunísia enfrentou um boom do movimento jihadista, responsável pela morte de dezenas de soldados e policiais, mas também de muitos civis e 59 turistas estrangeiros, incluindo cerca de 40 em Susa em 2015.

Em setembro de 2012, a embaixada dos Estados Unidos já havia sido atacada por manifestantes, em sua maioria do movimento salafista, protestando contra um filme islamofóbico feito nos Estados Unidos.

Quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em confrontos violentos entre a polícia e manifestantes.

A segurança melhorou consideravelmente nos últimos três anos, mas ataques esporádicos ainda são realizados contra as forças de ordem, especialmente nas montanhas que fazem fronteira com a Argélia.

Em junho de 2019, o duplo atentado suicida reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) teve como alvo policiais no centro de Tunes e na frente de um quartel e matou um policial.

Além do EI, a Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQIM) realizou vários ataques mortais na última década.

Em fevereiro, AQIM confirmou a morte de um de seus líderes, Abu Iyadh, fundador do principal grupo jihadista tunisiano, o Ansar al Sharia, acusado em particular de ter orquestrado a violência contra a embaixada dos EUA em 2012.

O ministro do Interior da Tunísia, Hichem Mechichi, foi designado na noite de sábado (25) para formar o próximo governo, em meio a tensões políticas entre os principais partidos deste país do norte da África.

O advogado de 46 anos sucede a Elyes Fakhfakh, que renunciou ao cargo de primeiro-ministro no início deste mês, mas seu nome não foi proposto pelos partidos da situação ao presidente Kais Saied.

Em um comunicado após o anúncio de sábado, Mechichi disse que "trabalhará para formar um governo que atenda às expectativas de todos os tunisianos".

A Tunísia foi elogiada como um exemplo de transição democrática após as revoltas da chamada "Primavera Árabe".

O contexto político é tenso, porém, e a economia já frágil foi atingida pelo fechamento das fronteiras do país, devido à pandemia do novo coronavírus.

A doença deixou cerca de 50 mortos e infectou mais de 1.400 pessoas na Tunísia.

Além de ministro do Interior no governo em final de mandato, Mechichi foi conselheiro do presidente Saied em questões jurídicas. Antes disso, foi chefe de gabinete do Ministério dos Transportes e também trabalhou na pasta de Assuntos Sociais.

Ele tem um mês para formar um governo e a difícil tarefa de reunir uma maioria em um Parlamento profundamente fragmentado.

Ao menos 26 pessoas morreram em um acidente de ônibus neste domingo na Tunísia, em uma região montanhosa popular entre os turistas locais.

Em um balanço provisório fornecido à AFP, o ministério da Saúde informou 26 mortos e 17 feridos, todos de nacionalidade tunisiana.

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Um primeiro balanço do ministério do Interior havia informado a morte de 22 pessoas e 21 feridos.

As circunstâncias exatas do acidente não são conhecidas, mas as primeiras imagens do acidente e o elevado número de mortos provocaram medo e críticas ao governo.

O presidente Kais Saied e o primeiro-ministro Youssef Chahed foram ao local do acidente.

Vindo de Túnis e com destino a Ain Draham, o ônibus pertence a uma agência de viagem local e saiu da estrada na região de Ain Snoussi, segundo o ministério do Interior.

As vítimas têm entre 20 e 30 anos, de acordo com os ministérios da Saúde e do Turismo.

Um total de 43 pessoas estavam a bordo deste veículo, que "caiu em um barranco depois de atravessar uma barreira de ferro", explicou em comunicado o ministério do Interior.

Todos os feridos foram levados para hospitais da região e de Túnis, segundo a mesma fonte.

As imagens do acidente foram amplamente compartilhadas nas redes sociais.

Eles mostram cadáveres no chão e um ônibus totalmente destruído.

Uma equipe da AFP no local viu poltronas espalhadas, vestígios de sangue, tênis e outros objetos no leito de um pequeno rio, localizado abaixo.

Em declaração a uma rádio local, o ministro do Turismo René Trabelsi apresentou suas condolências às famílias das vítimas, evocando um "infeliz acidente em uma área difícil". Segundo o ministro, o ônibus saiu da estrada e caiu "numa curva".

A região montanhosa de Ain Draham, perto da fronteira com a Argélia, é um destino popular entre os tunisinos.

No entanto, muitas infraestruturas são deficientes, incluindo as estradas. A mortalidade nas estradas na Tunísia, país de 11 milhões de habitantes, é alta.

No final de abril, 12 pessoas, incluindo sete mulheres transportadas na traseira de uma caminhonete, morreram em um acidente em Sabala, na região de Sidi (centro). As vítimas tinham entre 18 e 30 anos.

Os poderosos ritmos graves chegam até o rebanho de camelos vizinho, lasers varrem as dunas do Saara tunisiano e VIPs saborearam a vodka no que foi uma das barracas de Tatooine, o conhecido planeta do universo de Star Wars.

O festival "As Dunas Eletrônicas", relançado neste final de semana em Ong Jmal após três anos de ausência, atraiu dezenas de DJs locais e internacionais e milhares de foliões do deserto, símbolo de um renascimento do turismo nessa região do oeste da Tunísia.

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"Já tínhamos visitado Tunes, mas viemos para o festival", disse Leopold Poignant, 22 anos, que veio de Paris para dançar em Ong Jmal e depois visitar a cidade vizinha de Tozeur.

"Há alguns grandes nomes como Adam Port e Konstantin Sibold, mas também vale pela experiência. A decoração é de Star Wars e festejar nas dunas é realmente especial", explicou o estudante de Ciência Política.

As estruturas metálicas e cabanas onde as bebidas são vendidas não prejudicaram a decoração de evaporadores - dispositivo imaginário de captação de água - e casas arredondadas construídas para "Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma".

Ong Jmal é o mais conhecido de muitos pontos turísticos tunisinos, onde George Lucas filmou cenas da juventude dos Skywalker, em 1976 e no final dos anos 90. Os vestígios do fictício vilarejo de Mos Espa atraem dezenas de milhares de turistas todo ano.

Durante o festival, shows de luzes e a multidão reviveram o statioport onde Anakin Skywalker trabalhou antes de se tornar um Jedi.

"Paramos para visitar"

Aqueles que não dançavam abrigaram-se do frio e do vento em tendas berberes ou ao redor de uma fogueira. A música continuou ininterrupta até domingo à noite.

O exército e a polícia tomaram conta da área, a menos de 40 km da fronteira com a Argélia.

Entre os mais de 5.000 participantes do festival, uma grande maioria de tunisianos.

Anis El Wafi veio do sul com um grupo de pessoas observando o deserto. "Desta vez, também paramos para visitar a região", disse o cabeleireiro de Nabeul acompanhado de amigos italianos e franceses.

A revolução de 2011 e uma série de ataques mortais que mataram dezenas de turistas em 2015 foram um duro golpe para o setor do turismo.

Desde então, as estadas no sul tendem a se limitar a viagens de um dia ao deserto, desde os grandes resorts da costa, para o desespero dos comerciantes de Tozeur.

"Os mais numerosos agora são os russos e eles só compram água", lamentou Nagga Ramzi, um comerciante que viu sua renda despencar. "É difícil, porque aqui só tem tâmaras, para quem as possui, e turismo".

Mas, graças a uma melhoria na segurança que permitiu um retorno maciço de turistas nos últimos dois anos, a região recebe cada vez mais eventos.

Uma maratona saariana, Ultra Mirage El Djerid, o Festival Internacional de Cinema de Tozeur e um festival de música sufi, Rouhaniyet, foram lançados.

Os hotéis estão cada vez mais completos e os turistas prolongam suas estadias.

Em 30 de outubro, o número de turistas aumentou 27% em um ano e o número de dormidas em 29%.

Hotéis estão reabrindo, as pousadas estão se multiplicando e o grupo de luxo tailandês Anantara abre no final de dezembro um palácio cinco estrelas.

Resta a esperança de que "esses turistas fiquem mais tempo" para passear, visitar o oásis e a medina, disse Salah Akkoun, que luta para ganhar a vida com sua carruagem.

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