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A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira (3), por ampla maioria, a adoção de uma posição mais firme de Washington contra o tratamento dado pela China à minoria uigure, e pediu ao presidente Donald Trump que aplique sanções a altos funcionários chineses.

O texto condena as "flagrantes violações dos direitos humanos" da China vinculadas a sua política na região ocidental de Xinjiang, no noroeste do país, uma zona predominantemente muçulmana onde ao menos um milhão de uigures e integrantes de outras minorias estão em campos de detenção.

A medida, aprovada por 407 votos a 1, pede a Trump que adote sanções contra altos funcionários do governo chinês e é uma versão mais dura de outra, adotada pelo Senado em setembro.

Os dois textos devem ser harmonizados para seu envio à Casa Branca.

"Estamos enviando uma mensagem a Pequim", disse a presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi. "Os Estados Unidos estão observando e não ficarão em silêncio".

A China reagiu qualificando de "calúnia" a decisão da Câmara de promover sanções contra funcionários chineses.

"É uma calúnia de maneira arbitrária contra os esforços da China de combate à radicalização e ao terrorismo" na região de Xinjiang, durante muito tempo palco de atentados mortíferos, disse Hua Chunying, porta-voz do ministério das Relações Exteriores.

Pequim qualifica os campos de detenção de "centros de educação e formação profissional" para combater o islamismo, o separatismo e o terrorismo em Xinjiang, palco de ataques atribuídos aos uigures no passado.

Onze pessoas morreram em um ataque a uma delegacia em Xinjiang, no noroeste da China, informou o governo local neste domingo. Trata-se do mais recente de uma série de episódios de violência na região onde dissidentes uigures têm atacado alvos do governo nos últimos anos.

O ataque à delegacia ocorreu na tarde de ontem em Serikbuya, perto da cidade histórica de Kashgar, segundo informações do governo de Xinjiang. Dois auxiliares da polícia e nove agressores morreram no incidente, prosseguiu a nota.

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Além dos 11 mortos, dois policiais ficaram feridos. Fonte: Associated Press.

A China sentenciou 20 pessoas a até 15 anos de cadeia por defenderem a violência e o separatismo na região de Xinjiang, oeste do país, onde o governo central tem reprimido dissidentes e restringido práticas religiosas.

O diário estatal Xinjiang Daily disse nesta quinta-feira que tribunais em Aksu, Kashgar e Urumqi julgaram cinco casos envolvendo os 20 acusados e determinaram que eles usaram a internet e dispositivos de armazenamento móveis para organizar, liderar e participar de grupos terroristas.

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Segundo os tribunais, quatro deles fabricaram explosivos ilegais, diz o Xinjiang Daily, embora a matéria não cite explosões de bombas ou qualquer ato violento de responsabilidade dos réus. O jornal divulgou os nomes de apenas cinco pessoas, todas uigures.

Xinjiang abriga uma grande população da minoria uigur, mas é governada pela etnia majoritária chinesa Han. Episódios de violência têm sido registrados nos últimos anos, dentre eles os confrontos étnicos em Urumqi em 2009, que deixaram quase 200 mortos.

Dilxat Raxit, porta-voz do Congresso Mundial Uigur, grupo que atua no exílio, disse em comunicado que os acusados usaram a internet para obter informações controladas pelo governo e expressar opiniões políticas diferentes. Segundo ele, as acusações de terrorismo e os veredictos tiveram motivação política.

Um boletim informativo do governo sobre a vila de Zonglang, em Xinjiang, destaca que integrantes do Partido Comunista, funcionários do governo e estudantes estão proibidos de participar de atividades religiosas, como a celebração do mês muçulmano sagrado do Ramadã. O artigo diz que o chefe do partido na cidade está arregimentando apoio de idosos e de militares reformados para promover a política partidária.

No condado de Onsu, o escritório de educação proíbe estudantes e professores de deixar as cidades sem permissão durante as férias de verão. Além disso, pede que os professores verifiquem as mesquitas para assegurar que nenhum estudante ou professor participe de qualquer atividade religiosa durante as férias de verão, principalmente durante o Ramadã.

No condado de Wushen, o governo pede a militares reformados que informem se jovens estão deixando a barba crescer ou se mulheres estão usando véu. As informações são da Associated Press.

 

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