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A Amazon anunciou nesta segunda-feira (29) que desistiu do plano de adquirir a empresa iRobot, fabricante de aspiradores de pó robôs, após uma investigação dos órgãos de defesa da concorrência da União Europeia.

Em um comunicado conjunto, as duas empresas disseram que não haveria caminhos regulatórios para a aprovação por parte do Poder Executivo do bloco.

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A aquisição foi anunciada em 2022, e o plano era investigado desde 2023.

Com o cancelamento, a iRobot anunciou um plano de reestruturação, com uma demissão em massa de mais de 30% dos funcionários, cerca de 350. Colin Angle, CEO e um dos fundadores, deixará o cargo.

O desenvolvimento de outros produtos além dos aspiradores, como purificadores de ar, será interrompido.

Entre os motivos para o início da investigação está o fato de a Amazon vender produtos de concorrentes da iRobot em sua plataforma, levantando o risco de que essas outras empresas tivessem a visibilidade de seus anúncios reduzida.

Com a interrupção, ainda assim a Amazon deverá pagar uma taxa de US$ 94 milhões para iRobot.

Da Ansa

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, acusou nesta sexta-feira (19) Israel de ter criado e financiado o movimento palestino Hamas, que enfrenta na Faixa de Gaza.

Durante evento na Universidade de Valladolid, Espanha, o político espanhol defendeu a criação de dois Estados como solução para o conflito israelense-palestino, que ganhou força com o ataque realizado pelo Hamas em outubro passado.

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Essa opção, também defendida pelos Estados Unidos, é rejeitada pelo premier de Israel, Benjamin Netanyahu, acusado por Borrell de tê-la boicotado nos últimos 30 anos. "Acreditamos que uma solução de dois Estados deve ser imposta do exterior para trazer a paz. Embora, insisto, Israel reafirme sua rejeição", assinalou o representante diplomático da UE.

“Para impedi-la, chegaram eles mesmos a criar o Hamas, que foi financiado pelo governo de Israel para tentar enfraquecer a Autoridade Palestina do Fatah. Mas, se não interviermos fortemente, a espiral de ódio e violência continuará, geração após geração, de funeral em funeral, quando florescerem as sementes do ódio que estão sendo plantadas em Gaza hoje", acrescentou Borrell.

Em junho de 2007, o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza, após uma quase guerra civil contra o Fatah, de Mahmud Abbas, sucessor de Arafat e presidente da Autoridade Palestina, que administra parcialmente a Cisjordânia ocupada.

Nos últimos anos, o Catar enviou milhões de dólares em ajuda a Gaza, apesar do bloqueio israelense àquele território, o que gerou críticas a Netanyahu, acusado de ter favorecido o financiamento do movimento Hamas, que controla a Faixa. O primeiro-ministro nega essas acusações.

Após anos de negociações e de uma noite frenética, os eurodeputados e os representantes dos Estados-membros da União Europeia (UE) aprovaram nesta quarta-feira (20) uma ampla reforma do sistema migratório do bloco, que prevê um mecanismo de solidariedade obrigatória e controles mais severos.

"Alcançamos um acordo político nos cinco pontos do novo Pacto sobre Migração e Asilo da UE", escreveu na rede social X a presidência semestral espanhola da UE.

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A Alemanha celebrou a reforma, que chamou de "urgente e necessária", que foi negociada pelas instituições comunitárias por mais de sete anos.

A reforma prevê controles mais rigorosos na chegada de migrantes à UE, centros fechados perto das fronteiras externas para expulsar de maneira mais rápida aqueles que não têm direito a asilo, além de um mecanismo de solidariedade obrigatória entre os Estados-membros, para beneficiar os países sob maior pressão migratória.

O acordo político anunciado nesta quarta-feira ainda precisa ser aprovado formalmente pelo Conselho Europeu, ou seja, o fórum dos 27 Estados-membros, e pelo Parlamento Europeu.

O objetivo é que os textos do acordo sejam aprovados em definitivo antes das eleições europeias de junho de 2024.

A questão domina o debate em vários países europeus, incluindo a França, onde na terça-feira à noite foi aprovada uma lei migratória que provocou uma grande crise na base do governo do presidente Emmanuel Macron, devido ao apoio da extrema-direita à iniciativa.

A reforma europeia recebeu críticas das organizações de defesa dos direitos humanos.

Quase 50 ONGs, incluindo Anistia Internacional, Oxfam, Caritas e Save the Children, divulgaram na segunda-feira uma carta aberta aos negociadores para alertá-los sobre o risco de acabar com um "sistema mal elaborado, caro e cruel".

- Solidariedade obrigatória -

A reforma estabelecida em Bruxelas conserva a atual regra, com a qual o país de entrada na UE de um demandante de asilo é responsável por seu processo.

No entanto, para ajudar os países mediterrâneos, como Itália, Espanha e Grécia, onde chegam milhares de migrantes, a reforma estabelece um sistema de solidariedade obrigatória em caso de forte pressão.

Isto significa que os demais Estados-membros da UE devem contribuir para aliviar a pressão: recebendo alguns solicitantes de asilo - uma medida conhecida como recolocação - ou com o repasse de apoio financeiro.

A reforma também prevê um sistema de "filtragem" para os migrantes em sua chegada ao território da UE, assim como "um procedimento na fronteira" para aqueles que, estatisticamente, têm menos possibilidades de obter asilo. Estes serão retidos em centros, de onde poderão ser expulsos de maneira mais rápida para seus países de origem ou de trânsito.

O procedimento será aplicado aos cidadãos de países que registram taxa de reconhecimento do status de refugiado inferior a 20%, com base na média da UE.

Durante a negociação, o Conselho insistiu que este procedimento, que implica uma forma de detenção em centros localizados perto das fronteiras ou aeroportos, também deve ser aplicado às famílias com crianças de menos de 12 anos.

O Parlamento Europeu obteve, no entanto, garantias sobre um mecanismo de vigilância dos direitos fundamentais neste caso de procedimentos, sobre as condições de acolhimento das famílias com crianças pequenas e sobre o acesso dos migrantes a assessoria jurídica gratuita, informou à AFP a eurodeputada francesa Fabienne Keller, relatora do um dos textos.

A UE registra atualmente um aumento nas chegadas de migrantes sem documentos e de solicitações de asilo. Nos 11 primeiros meses de 2023, a agência Frontex relatou mais de 355.000 passagens pelas fronteiras externas do bloco, o que representa um aumento de 17% em termos anuais.

Os pedidos de asilo podem superar um milhão até o fim do ano, segundo a agência da UE para o asilo (EUAA).

Os países da União Europeia (UE) chegaram, nesta quarta-feira (4), a um acordo fundamental para avançar na reforma do Pacto de Migração e Asilo, após três anos de paralisação nas negociações sobre este tema.

O novo acordo visa prolongar a duração da detenção de imigrantes nas fronteiras externas do bloco, mas fazer com que os países menos afetados contribuam, seja recebendo migrantes ou cobrindo custos.

Reunidos em Bruxelas, os representantes permanentes dos países da UE chegaram a um acordo que superou as objeções da Alemanha e da Itália.

O acordo foi anunciado na rede X (ex-Twitter) pela presidência do Conselho da UE, que neste semestre é exercida pela Espanha.

O ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, afirmou em uma nota que o acordo representa "um enorme passo adiante em uma questão essencial para o futuro da UE".

"Estamos agora em melhores condições para chegar a um acordo sobre todo o pacto de asilo e migração com o Parlamento Europeu antes do final deste semestre", observou.

No dia 1º de janeiro, a presidência rotativa do Conselho da UE será exercida pela Bélgica.

A reforma do Pacto Migratório busca organizar uma resposta coletiva à chegada de um grande número de migrantes a um país da UE, como ocorreu durante a crise dos refugiados sírios de 2015 e 2016.

Com o acordo alcançado em Bruxelas pelos representantes permanentes dos países do bloco, a questão poderá ser apresentada na cúpula europeia marcada para sexta-feira, em Granada, na Espanha.

O texto deverá, por fim, ser negociado com os legisladores do Parlamento Europeu.

Também na rede X, a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou as "excelentes notícias do acordo político sobre a regulação da crise".

A ministra sueca das Migrações, Maria Malmer Stenergard, disse sentir-se "muito feliz" porque o que foi acordado em Bruxelas "é uma peça muito importante do quebra-cabeças do pacto de Migração e Asilo".

- Oposição de Polônia e Hungria -

Fontes diplomáticas afirmaram, nesta quarta-feira, que na reunião dos representantes permanentes em Bruxelas os delegados de Polônia e Hungria votaram contra.

Os dois países se opõem à intenção da Comissão Europeia (braço Executivo da UE) de fazer com que todos os países do bloco aceitem migrantes ou ajudem a cobrir os custos.

Em declarações à imprensa de seu país, o ministro húngaro das Relações Exteriores, Peter Szijjarto, fez um apelo para "interromper de imediato esta política migratória".

Ele pediu o "fim imediato das cotas obrigatórias de assentamento (...) convidando os migrantes e o fim do apoio ao modelo de negócio dos traficantes de pessoas".

Na semana passada, os ministros do Interior dos países da UE pareciam prestes a selar um acordo difícil para fazer a reforma avançar, mas no último minuto a oposição italiana diluiu a ilusão de um entendimento.

Há uma semana, os ministros do Interior da UE discutiram uma solução de compromisso que finalmente lhes permitiu obter o apoio da Alemanha, mas a solução não agradou a Itália e o caso voltou a permanecer sem solução.

Segundo fontes diplomáticas, as objeções da Itália dizem respeito ao papel das ONGs no resgate de migrantes em alto-mar.

Neste contexto, a Itália criticou a Alemanha por financiar algumas das ONGs que realizam resgates no mar Mediterrâneo, a ponto de usarem navios com bandeira alemã.

Em resposta, o governo italiano começou a exigir que estas ONGs desembarcassem os migrantes nos países das bandeiras dos navios.

Pressionados pela proximidade da cúpula da UE, marcada para sexta-feira em Granada, Espanha, os ministros deixaram a discussão nas mãos dos representantes permanentes para tentar alcançar um acordo antes da cúpula.

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) se encontraram nesta segunda-feira (2) na capital ucraniana para uma reunião "histórica" fora das fronteiras do bloco, destacou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.

A reunião acontece no momento em que a Ucrânia pressiona para entrar no bloco europeu, ao mesmo tempo que luta contra a invasão russa, que começou em fevereiro de 2022.

"Estamos aqui, convocados para uma reunião histórica dos ministros das Relações Exteriores na Ucrânia, país candidato e futuro membro da UE", afirmou Borrell em um comunicado divulgado nas redes sociais.

"Estamos aqui para expressar nossa solidariedade e nosso apoio ao povo ucraniano", acrescentou o chefe da diplomacia do bloco. "O futuro da Ucrânia está na UE".

Como anfitrião, o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, comemorou o encontro em Kiev.

"É um acontecimento histórico porque, pela primeira vez, nos reunimos fora (...) das fronteiras da União Europeia, mas dentro das futuras fronteiras da UE", declarou Kuleba.

A ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, destacou que a reunião em Kiev é "um gesto diplomático excepcional e uma mensagem para a Rússia" a respeito da determinação do bloco de apoiar a Ucrânia a longo prazo.

Para Colonna, o encontro mostra que a "Ucrânia é parte da família europeia".

"Vamos permanecer aqui por muito tempo", disse à imprensa.

A chefe da diplomacia da Holanda, Hanke Bruins Slot, destacou que é "muito importante" reunir-se em Kiev "para mostrar solidariedade com a Ucrânia, com o povo ucraniano e os corajosos soldados que lutam todos os dias pela liberdade".

A Ucrânia obteve o status de país candidato a integrar a UE em junho de 2022, poucos meses após o início da invasão russa, e espera iniciar as negociações oficiais para entrar no bloco de 27 países, mas ainda não existe um cronograma.

O presidente ucraniano Volodimir Zelensky pressiona para acelerar o processo de adesão devido à invasão russa.

A nova embaixadora da UE na Ucrânia, Katarina Mathernova, declarou em uma entrevista à imprensa ucraniana na sexta-feira que a adesão do país em 2030 é um objetivo "realista".

Uma análise realizada pela Comissão Europeia em Espanha, Polônia e Eslováquia mostrou que a rede social X (antigo Twitter) tem a maior proporção de desinformação das redes sociais, disse a vice-presidente da Comissão, Vera Jourova, nesta terça-feira (26).

O estudo piloto foi realizado durante um período de três meses e mostrou que a rede X está muito abaixo dos parâmetros previstos pela União Europeia no seu código de práticas contra a desinformação, afirmou Jourova.

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O Twitter foi um dos gigantes digitais que aderiu ao código europeu contra a desinformação, mas depois de ser comprado pelo bilionário Elon Musk passou a chamar-se "X" e se retirou do acordo.

"X, anteriormente [chamado] Twitter, que não está mais sob o código, é a plataforma com a maior proporção de publicações errôneas e desinformação", observou a funcionária.

Jourova lembrou que as 44 que permanecem sob o código já apresentaram os seus primeiros relatórios completos sobre o cumprimento do código contra a desinformação.

Segundo Jourova, X não será livre para agir contra a desinformação no espaço europeu, já que a UE tem agora uma Lei sobre Serviços Digitais (LSD) que regula o funcionamento dos gigantes digitais.

"Minha mensagem para o Twitter é: tem que cumprir a lei. Estaremos observando o que estão fazendo", disse Jourova.

A Comissão Europeia busca compromissos das plataformas digitais para reduzir a desinformação antes das eleições europeias, que acontecerão em junho do ano que vem.

Segundo Jourova, entre janeiro e abril o Google cancelou mais de 400 canais do YouTube envolvidos em "operações de influência" vinculadas ao Estado russo, e removeu anúncios de 300 sites ligados a agências de propaganda russas.

O TikTok informou que analisou 832 vídeos sobre a guerra na Ucrânia e que este escrutínio levou à remoção de 211 desses vídeos, por suspeitas de desinformação.

A União Europeia (UE) anunciou nesta quarta-feira(6) que submeterá seis gigantes digitais - TikTok e as cinco da sigla GAFAM - a regras antimonopólio mais rígidas para proteger o mercado.

No total, a UE decidiu aplicar as regras da nova Lei dos Mercados Digitais a 22 produtos do TikTok e GAFAM (Google, Amazon, Facebook, Apple e Microsoft), como motores de busca, redes sociais, mensagens instantâneas e navegadores.

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Em nota, a UE refere-se às empresas responsáveis por estas plataformas, como Alphabet (conglomerado Google), Amazon, Apple, ByteDance (TikTok), Meta (Facebook) e Microsoft.

Os sistemas operacionais Android (gerenciado pelo Google), iOS (Apple) e Windows (Microsoft), e os serviços de publicidade do Google, Amazon e Meta ficaram sujeitos às novas regras.

A lista também afeta seis dos chamados serviços de intermediação (Google Maps, Google Play, Google Shopping, Amazon Marketplace, App Store e Meta Marketplace).

A Lei dos Mercados Digitais (DMA) pretende modificar a fundo o modelo de funcionamento econômico destes gigantes digitais, acusados de minar a concorrência com sua posição dominante.

Autoridades da UE esperam que o regulamento incentive a criação de startups europeias e melhorias nos serviços oferecidos aos consumidores.

A DMA determina uma rígida lista de obrigações e proibições que os gigantes digitais devem respeitar para operar no mercado europeu, caso contrário poderão ser multadas em até 20% de seu faturamento.

Entre as novas regras, a UE impõe a interoperabilidade de serviços de mensagens. Assim, plataformas como WhatsApp e Messenger, ambas de propriedade da Meta, terão que permitir que seus usuários se comuniquem com produtos concorrentes como o Signal.

- Regras antimonopólio -

Estas novas regras começarão a ser aplicadas a partir do próximo mês de março para estas empresas, designadas como "gatekeepers" pela UE devido à sua dimensão e poder sobre a concorrência - utilizadas por mais de 45 milhões de pessoas mensalmente.

Até março de 2024, as seis gigantes afetadas deverão apresentar um relatório detalhado sobre a sua adaptação às novas regulamentações.

No entanto, algumas regras entram em vigor de imediato, como a obrigação destas plataformas de informarem a Comissão Europeia de qualquer operação de aquisição, independentemente do valor e dimensão da empresa que pretendem adquirir.

Além disso, o Google será proibido de qualquer favoritismo em relação aos seus próprios serviços nos resultados dos seus motores de busca, como foi acusado de fazer com o seu site de vendas online Google Shopping.

A nova lei também impedirá a gigante do comércio eletrônico Amazon de usar dados gerados em seus sites por clientes corporativos para melhor competir com eles.

Em relação à Apple, a DMA obrigará a empresa a autorizar lojas de aplicativos diferentes da Apple Store em produtos como iPhone ou iPad.

A lista de "gatekeepers" será revista periodicamente para ter em conta a evolução do mercado.

Momentos depois de a designação UE ser conhecida, a Apple manifestou "preocupação" com os efeitos da regulamentação.

"Continuamos muito preocupados com os riscos para a privacidade e segurança de dados que a DMA traz para os nossos usuários", afirmou a gigante da tecnologia em comunicado.

A União Europeia passa à ofensiva nesta sexta-feira (23) contra os abusos dos gigantes da Internet com sua ambiciosa Lei de Serviços Digitais (LSD) que obrigará as grandes plataformas, como Google, Facebook, X (ex-Twitter), ou TikTok, a melhorar suas ferramentas da luta contra os conteúdos ilícitos, sob pena de fortes sanções.

O princípio do novo regulamento soa como um slogan: o que é ilegal off-line também deve ser ilegal on-line. Para os especialistas, isso não é tão simples.

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Para eles, deve-se encontrar um equilíbrio entre a liberdade de expressão e a luta contra os abusos que ameaçam os direitos fundamentais ou a democracia (interferência nas eleições, desinformação, proteção de menores, etc...).

Como conseguir isso? Uma série de obrigações será imposta, a partir de sexta-feira, às 19 principais redes sociais, sites de comércio e buscadores.

As plataformas não são legalmente responsáveis pelos conteúdos que alojam, nem são obrigadas a alterá-los previamente. Mas a UE espera obrigá-las a instalar um sistema de controle eficaz.

Deverão, por exemplo, oferecer aos usuários da Internet uma ferramenta para sinalizar facilmente conteúdos "ilegais" (definidos pela legislação nacional, ou por outros textos europeus) e depois removê-los rapidamente.

Os sites comerciais terão de seguir o rastro dos vendedores para reduzir fraudes.

Seus algoritmos estarão sob vigilância e terão de explicar o funcionamento de seus sistemas de recomendação e propor alternativas sem personalização.

Em relação à publicidade, a lei proíbe o direcionamento para menores e os anúncios baseados em dados sensíveis (religião, orientação sexual, etc.).

O cumprimento das regras será controlado por auditorias independentes, sob supervisão da União Europeia. Qualquer violação pode levar à aplicação de multas de até 6% do faturamento mundial. E, como ameaça final, sites reincidentes podem ser proibidos de funcionar.

- Não cair em excessos -

"A mecânica de alerta e o recurso de alertas confiáveis mudam a situação, assim como as auditorias controladas pela União Europeia”, diz Eric Le Quellenec, advogado de Simmons e Simmons.

Este controle é supervisionado por um órgão colegiado dos 27 membros da UE, "para evitar que países apliquem uma definição muito ampla de conteúdos ilegais, como Polônia e Hungria", acrescenta.

"Isso fará retroceder parcialmente o anonimato on-line: você vai seguir o rastro dos vendedores e daqueles postadores em massa de conteúdo ilegal".

"Será a LSD eficaz? É um sistema inovador, pois estabelece um diálogo permanente entre atores, reguladores e usuários. E terá efeitos para além da UE", afirma Marc Mossé, advogado do escritório August Debouzy.

A Comissão Europeia terá, no entanto, de fornecer os meios adequados, dada a magnitude dos serviços jurídicos dos gigantes digitais GAFAM, afirma a economista Joëlle Toledano.

- Velar as liberdades fundamentais -

Mas também exigirá a garantia das liberdades fundamentais.

Os especialistas destacaram, por exemplo, as declarações do comissário europeu Thierry Breton que, no início de julho, após a onda de tumultos na França, afirmou que essa lei facilitaria a suspensão de uma rede social, se não suprimisse "imediatamente" as "convocações à rebelião".

Três semanas depois, após uma carta aberta de 65 organizações de defesa da liberdade de expressão, Breton corrigiu sua declaração e afirmou que apenas um juiz poderia tomar uma medida desse tipo.

"É preciso corrigir os excessos, mas sem cair em excessos contrários", disse Marc Mossé.

Nas últimas semanas, a maioria das grandes plataformas afirmou que farão esforços para cumprir as regras.

Meta (Facebook) disse que contratou 1.000 pessoas para isso e considera que a LSD é "algo importante para todas as empresas de tecnologia que operam na UE e terá um impacto significativo na experiência dos europeus".

O TikTok publicou as medidas adotadas, a Apple anunciou que está em processo de aplicá-las, e Elon Musk prometeu que X respeitará a LSD.

A Amazon apresentou um recurso contra sua presença na lista (assim como o site de comércio Zalando), mas disse que investirá em matéria de sinalização de conteúdo ilegal e aceitará as regras, caso seu recurso não seja aceito.

"A LSD significa o fim da era em que as plataformas decidiam elas mesmas o que era melhor para nós e eram tão grandes que não se importavam com seus efeitos na sociedade", concluiu uma autoridade da UE.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta segunda-feira (17) em Bruxelas que o país está interessando em discutir com a União Europeia (UE) temas como o clima e a transição para energias renováveis.

"Queremos aprofundar com a UE a discussão sobre a questão climática", declarou Lula durante um encontro com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Lula afirmou que apresentará em agosto um programa de desenvolvimento para o país, um plano que incluirá um "pacote sobre a transição energética".

O Brasil, garantiu Lula, "vai cumprir com sua parte na questão climática. Temos um compromisso de desmatamento zero até 2030 na Amazônia. É compromisso assumido, compromisso de fé".

O brasileiro, no entanto, pediu a Von der Leyen, que "a UE compreenda que na Amazônia sul-americana vivem 50 milhões de pessoas que precisam ter condiciones de sobrevivência digna e decente".

A presidente da Comissão Europeia disse que a visita de Lula tem "uma dimensão histórica".

"Enfrentamos o desafio geracional da mudança climática. Por isto precisamos que nossos amigos próximos estejam do nosso lado em tempos de incerteza", afirmou.

"Eu saúdo o retorno do Brasil ao cenário internacional (...) É muito oportuno, e inclusive já deu um impulso positivo à associação estratégica entre nossas duas regiões", acrescentou.

Lula participará nesta segunda-feira e na terça-feira na III Cúpula de líderes da UE e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), o primeiro encontro entre os blocos desde 2015.

A questão dos compromissos contra o desmatamento e os temas ambientais viraram obstáculos nas demoradas negociações sobre um acordo comercial entre UE e Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai).

Em seu discurso, Von der Leyen disse que tem a ambição de "resolver as questões pendentes o mais rápido possível, para concluir o acordo".

O Google anunciou nesta quinta-feira (13) o lançamento do Bard, concorrente do grupo para o ChatGPT, em mais 50 países, incluindo o Brasil e as nações da União Europeia, que a empresa havia evitado até o momento por questões regulatórias.

"O Bard está disponível na maioria dos países do mundo e nos idiomas mais falados", afirma um comunicado divulgado no blog da empresa americana, que apresentou em fevereiro sua própria ferramenta de Inteligência Artificial (IA) em resposta ao ChatGPT, o software desenvolvido pela OpenAI e financiado em grande parte pela Microsoft.

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"Como parte de nossa abordagem ousada e responsável com a IA, nós colaboramos de maneira proativa com especialistas, formuladores de políticas e reguladores de privacidade nesta expansão", afirmou o Google.

O adiamento do lançamento do Bard na UE havia sido interpretado como uma precaução do Google diante do desejo do bloco de regulamentar os algoritmos de IA, que provocam temores em termos de respeito à vida privada, à propriedade intelectual ou diante da desinformação.

A Alphabet (empresa matriz do Google) iniciou há alguns meses uma campanha de comunicação no Brasil contra um projeto de lei que pretende responsabilizar as empresas que não adotam medidas para combater a desinformação.

O Bard era uma ferramenta trilíngue (inglês, japonês e coreano) e a partir de agora poderá se expressar em quase 40 idiomas, como português, árabe, alemão, chinês, espanhol, francês e hindi, segundo o Google.

Também poderá comunicar suas respostas oralmente, adaptar o estilo das respostas para a linguagem informal ou profissional ou extrair informações a partir de uma imagem.

O Bard consegue retomar uma conversa suspensa temporariamente, recurso já disponível no ChatGPT.

Os chatbots são apresentados como uma alternativa às pesquisas online tradicionais e, desde novembro de 2022, registram um grande sucesso graças ao lançamento do ChatGPT.

Este aplicativo já está incorporado ao portal de buscas Bing e a outras ferramentas do grupo americano Microsoft.

Sete Big Techs globais serão alvos de vigilância do poder Executivo da União Europeia com base em novas regras antitruste estabelecidas pela Lei de Serviços Digitais.

A medida será imposta às americanas Google, Apple, Meta, Amazon e Microsoft, à chinesa ByteDance (dona do TikTok) e à sul-coreana Samsung.

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O anúncio foi feito pelo comissário de Indústria da União Europeia, Thierry Breton. Segundo ele, essas empresas "têm dimensões que incidem sobre o mercado interno" e, por isso, são classificadas como "gatekeepers", ou seja, têm o potencial de criar eventuais distorções na economia digital.

Até o dia 6 de setembro, será divulgada uma nova lista de empresas com maior poder de mercado, e a partir dessa data as companhias terão um prazo de seis meses para comprovar a adequação à Lei de Serviços Digitais. O cumprimento das medidas será uma condição obrigatória para que as multinacionais permaneçam no mercado europeu.

A UE também lançou novos protocolos para garantir "uma aplicação mais rigorosa" do regulamento europeu acerca de privacidade. Segundo a Comissão Europeia, um dos objetivos será o de cooperar internacionalmente pela proteção de dados, especialmente em casos relacionados às Big Techs que envolvam mais de um país.

"A proposta vai contribuir para diminuir disputas e facilitar o consenso entre as autoridades desde as fases iniciais de investigações", afirmou o comissário europeu de Justiça, Didier Reynders. 

Da Ansa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou hoje (5), na Argentina, que está disposto a assinar um acordo entre União Europeia e Mercosul, mas que rejeita imposições com uma "espada".

    "Não queremos imposições para cima de nós.É um acordo de parceiros estratégicos, então nada de um parceiro estratégico colocar a espada na cabeça do outro. Vamos sentar, tirar nossas diferenças e ver o que é bom para os europeus, o que é bom para o Mercosul e o que é bom para o Brasil", afirmou Lula em sua live semanal, desta vez na cidade argentina de Puerto Iguazù, onde assume como presidente do Mercosul pelo próximo semestre.

    O mandatário fazia referência ao documento adicional sobre meio ambiente apresentado pela UE como requisito para finalizar o acordo e lembrou que discutiu esse impasse nas negociações com autoridades europeias.

    "Para todos eles, eu disse que a carta é inaceitável do jeito que foi escrita. Ela era e é inaceitável. Você não pode imaginar que um parceiro comercial pode te impor condições. Acontece que os países ricos não cumprem nenhum dos acordos, eles não cumpriram o Protocolo de Kyoto, as decisões de Copenhague e o Acordo de Paris", acrescentou.

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*Da Ansa

Os presidentes da Argentina, do Brasil, Paraguai e Uruguai se reúnem nesta terça-feira (4), em Puerto Iguazú, na Argentina, para a 62ª Cúpula do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e Países Associados. O evento marcará também a transferência da presidência pro-tempore do bloco da Argentina para o Brasil, pelos próximos seis meses.

Na semana passada, em entrevista coletiva, em Brasília, o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Maurício Carvalho Lyrio, explicou que o governo brasileiro está terminando a avaliação de pontos do acordo Mercosul-União Europeia para apresentar aos parceiros do bloco e depois levar ao grupo econômico europeu.

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"O governo está traduzindo as instruções do presidente Lula para um documento que será apresentado primeiro aos parceiros do Mercosul, e depois à União Europeia. É um processo que não é tão rápido porque os acordos são muito delicados e têm exigido trabalho de coordenação interna muito intenso", relatou.

Negociado por mais de 20 anos, o acordo UE-Mercosul teve um anúncio de conclusão geral em 2019, mas ainda há um longo caminho para sua efetiva entrada em vigor. Isso porque o tratado precisa ser ratificado e internalizado por cada um dos Estados integrantes dos dois blocos econômicos. Na prática, significa que o acordo terá que ser aprovado pelos parlamentos e governos nacionais dos 31 países envolvidos, uma tramitação que levará anos e poderá enfrentar resistências.

Além do acordo, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Alberto Fernández (Argentina), Luís Lacalle Pou (Uruguai) e Mario Abdo Benítez (Paraguai) vão debater um possível tratado com a Associação Europeia de Comércio Livre (AECL), grupo de países do continente que não participam do principal bloco europeu. A AECL é formada pela Noruega, Suíça, Islândia e o Liechtenstein. Outro acordo com Singapura também estará em pauta.

A secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Maria Padovan, afirmou que que o Mercosul mantém diálogos com a República Dominicana e El Salvador, e está em processo de implementação com o Chile e a Colômbia. A Bolívia está em fase de adesão ao bloco.

O evento também é considerado momento importante de retomada das relações diplomáticas e parcerias com seus vizinhos mais próximos, definida como prioridade da política externa do governo brasileiro. Segundo o Itamaraty, na presidência temporária do Mercosul até o fim do ano, o Brasil vai organizar o fórum social, o fórum empresarial e a próxima cúpula do bloco no país, em cidade a ser definida.

"Essa cúpula é particularmente relevante para nós porque, em primeiro lugar, o Brasil assume a presidência pro tempore num contexto de retomada de prioridade da integração, então não é uma presidência rotineira, é a prioridade concedida pelo governo aos processos de integração, começando pela volta à Celac [Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos], a realização da cúpula sul-americana e agora o Mercosul, fundamental para o desenvolvimento dos nossos países", disse a embaixadora.

Fundado em 1991, o Mercosul reúne países que, juntos, correspondem a 67% do território da América do Sul, o equivalente a 11,9 milhões de quilômetros quadrados. Os 270 milhões de habitantes dos países do bloco equivalem a 62% da população sul-americana. Os países do Mercosul somaram 67% do Produto Interno Bruto [PIB, soma de bens e serviços] da América do Sul em 2021.

O volume de negócios dentro do bloco, em 2021, foi de cerca de US$ 35 bilhões. Em 2022, o número alcançou US$ 40,7 bilhões. Nos cinco primeiros meses de 2023, o volume de transações comerciais chegou a US$ 17,7 bilhões, um aumento de 12,3% em relação ao mesmo período do ano passado. A maior parte das exportações brasileiras para o grupo de países vizinhos é de produtos industrializados, como veículos e autopeças.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de ameaça as exigências feitas pela União Europeia (UE) para a finalização de um acordo com o Mercosul. Ao discursar na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, em Paris, Lula cobrou que os acordos comerciais passem a ser mais justos. 

“Estou doido para fazer um acordo com a União Europeia, mas não é possível. A carta adicional que foi feita pela UE não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta e vamos mandar a resposta. Mas é preciso que a gente comece a discutir.” 

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“Não é possível que tenhamos uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo ameaça a um parceiro estratégico. Como é que a gente vai resolver isso?”, questionou Lula, sentado ao lado do anfitrião do evento, o presidente francês Emmanuel Macron.  

Em seu discurso, Lula se referiu à construção da UE como patrimônio democrático da humanidade. “Depois de duas guerras mundiais, vocês conseguirem construir a União Europeia, conseguirem fazer um Parlamento, conseguirem viver com divergência, mas discutindo as coisas democraticamente. É uma coisa que eu quero para a América do Sul”. 

“Queremos criar novos blocos para negociar com a UE. E aí, me desculpem Banco Mundial e FMI [Fundo Monetário Internacional], precisamos rever o funcionamento. É preciso ter mais dinheiro, é preciso ter novas direções, mais gente participando da direção. Não podem ser os mesmos.” 

“Querido companheiro Macron, obrigado por essa reunião. E se prepare porque estou com mais vontade de brigar nesses próximos três anos em que vou presidir o Brasil. Obrigado e boa sorte”, finalizou. 

A União Europeia alertou nesta quinta-feira (22) o dono do Twitter, Elon Musk, que a plataforma tem até 25 de agosto para cumprir a lei europeia sobre conteúdo digital e moderar as mensagens perigosas.

"Se a tecnologia não estiver pronta, eles devem dispor de recursos suficientes para cobrir a lacuna. Falei sobre este assunto especificamente com Elon Musk", disse o comissário europeu Thierry Breton após uma reunião na sede do Twitter, da qual participou a nova diretora executiva da plataforma, Lina Yaccarino.

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Breton disse que comunicou à equipe do Twitter - Musk participou por videoconferência - que "existem algumas áreas que serão imediatamente críticas quando o regulamento for aplicado". Trata-se, "especificamente, de tudo o que for relacionado a abuso infantil, que é um tema importante para nós na Europa, e também à desinformação nas eleições", destacou.

A visita de dois dias a San Francisco do principal comissário europeu de tecnologia ocorre semanas após a Lei de Serviços Digitais (DSA, sigla em inglês) do bloco europeu recair sobre as grandes plataformas, como Facebook, Instagram, TikTok e Twitter. Todas as atenções estão voltadas para Musk, que, desde que assumiu o controle do Twitter, mudou abruptamente várias regras sobre a linguagem permitida na plataforma, mesmo que seja considerada ofensiva ou que implique ódio ou desinformação, o que vai de encontro à nova legislação europeia.

O Parlamento da União Europeia aprovou nesta quarta-feira (14), por ampla maioria, um texto-base para uma futura lei sobre o uso de inteligência artificial nos Estados-membros do bloco.

O texto recebeu 499 votos a favor e 28 contrários, além de 93 abstenções, e veta a utilização de tecnologias de reconhecimento biométrico em tempo real em lugares públicos.

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O objetivo da proposta é garantir que novas tecnologias ligadas à inteligência artificial, como o ChatGPT, respeitem as leis e os valores da UE.

As regras também miram combater a discriminação digital, a desinformação e o uso de "deepfakes", ou seja, a criação de vídeos e áudios falsos por meio de IA.

As normas estabelecem obrigações de acordo com o nível de risco representado pela plataforma. Sistemas que utilizem "pontuações sociais", ou seja, que classifiquem as pessoas com base em seu comportamento e características, serão proibidos.

Também serão vetados instrumentos de policiamento preditivo e sistemas de reconhecimento de emoções pelas forças de ordem, na gestão de fronteiras e em locais de trabalho.

Já as plataformas de IA generativa, como o ChatGPT, precisarão declarar que o conteúdo é criado por computador, ajudando a distinguir "deepfakes" de imagens reais.

A votação no Europarlamento abre caminho para as negociações com a Comissão Europeia, poder Executivo do bloco, e os Estados-membros, previstas para começar já nesta quarta.

Se o regulamento final for aprovado, a UE terá a primeira legislação no mundo para controlar o uso de inteligência artificial.

Da Ansa

A União Europeia (UE) anunciou, nesta segunda-feira (8), o cancelamento da recepção diplomática prevista para terça-feira (9) em Tel Aviv, por ocasião do Dia da Europa, após a decisão do governo israelense de enviar como representante o ministro de ultradireita Itamar Ben Gvir.

"Infelizmente, este ano decidimos anular a recepção diplomática, porque não queremos oferecer palanque para alguém, cujas posições contradizem os valores defendidos pela União Europeia", informou a delegação do bloco em Israel por meio de um comunicado.

A nota acrescenta que "o evento cultural para o público israelense" permanece programado.

"O Estado de Israel será o único a determinar quem são seus representantes", respondeu o ministro israelense da Segurança Nacional, Ben Gvir, em um comunicado divulgado por sua assessoria, no qual lamentou esse gesto "pouco diplomático" por parte da UE.

Líder do partido de extrema direita Poder Judeu, Ben Gvir havia sido designado pelo governo como o representante israelense na recepção, confirmaram fontes oficiais nesta segunda.

No domingo (7), a imprensa israelense havia antecipado que a escolha pelo representante havia causado mal-estar no lado europeu.

Conhecido por sua linguagem virulenta contra os palestinos, Itamar Ben Gvir foi acusado mais de 50 vezes durante sua juventude de incitação à violência, ou por discursos de ódio, e condenado em 2007 por seu apoio a um grupo "terrorista" e incitação ao racismo.

Ferrenho partidário da instalação de assentamentos judeus na Cisjordânia — uma política regularmente condenada pela UE —, o ministro propôs, em várias ocasiões, a anexação desse território palestino, ocupado por Israel desde 1967.

Todos os anos, o Dia da Europa homenageia a Declaração Schuman de 9 de maio de 1950, proposta formulada naquele dia pelo então ministro francês das Relações Exteriores, Robert Schuman, de uma nova forma de cooperação política que tornou impossível outra guerra entre nações europeias.

A iniciativa é considerada a semente da atual União Europeia, composta por 27 países.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, desembarcou nesta quinta-feira em Bruxelas para participar em uma reunião de cúpula de líderes da União Europeia (UE) e deve insistir em seu pedido urgente de caças para enfrentar a Rússia.

Com um enorme dispositivo de segurança na capital da Bélgica, a agenda de Zelensky inclui um discurso no Parlamento Europeu antes da reunião com os governantes da UE.

"Bem-vindo a sua casa, bem-vindo à UE", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

O presidente ucraniano, que chegou a Bruxelas procedente de Paris, visitou na quarta-feira o Reino Unido e a França, em sua segunda viagem ao exterior desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.

Na quarta-feira à noite ele se reuniu com o presidente francês Emmanuel Macron e com o chefe de Governo alemão, Olaf Scholz.

Antes da rápida viagem pela Europa, Zelensky fez em dezembro uma visita relâmpago a Washington, onde se reuniu com o presidente americano, Joe Biden, na Casa Branca.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, considerou a visita do chefe de Estado ucraniano "um dia histórico para a Europa".

No rascunho da declaração final da reunião de cúpula, os líderes destacam que "o apoio da UE à independência, soberania e à integridade do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas (...) continua sendo inabalável".

A versão do documento, consultada pela AFP, reitera a "enérgica condenação da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, que constitui uma violação manifesta da Carta da ONU".

Diante da ofensiva russa, a Ucrânia solicitou a adesão à UE de forma expressa, mas vários líderes do bloco recordaram que o processo é extraordinariamente complexo e normalmente demora vários anos, em alguns casos mais de uma década.

No rascunho da declaração, a UE "reconhece" os esforços da Ucrânia para a adesão e estimula o país "a continuar neste caminho e a cumprir as condições" estabelecidas pela Comissão Europeia (o braço Executivo da UE).

Os principais líderes da União Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) prometeram, nesta terça-feira (10), fortalecer o apoio à Ucrânia e aprofundar sua cooperação.

Há anos, ambas têm como objetivo aprofundar sua relação, apesar dos temores de que um papel europeu reforçado na defesa possa minar a aliança militar liderada pelos Estados Unidos.

"Devemos continuar reforçando nossa parceria entre a Otan e a UE. E devemos fortalecer ainda mais nosso apoio à Ucrânia", disse o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, em entrevista coletiva conjunta.

A presidente da Comissão Europeia (braço executivo da UE), Ursula von der Leyen, expressou sua convicção de que "a Ucrânia deve obter todo equipamento militar que possa administrar para defender a pátria".

“Isso significa, claro, sistemas avançados de defesa aérea, mas também outros tipos de equipamentos militares avançados, desde que seja necessário para defender a Ucrânia”, completou.

Desde o início da ofensiva da Rússia contra a Ucrânia, os países da UE e da Otan enviaram bilhões de dólares em equipamentos e armas para as Forças Armadas ucranianas, o que lhes permitiu enfrentar a guerra.

Estados Unidos, Alemanha e França anunciaram sua disposição de também fornecer veículos blindados, mas o governo ucraniano agora pede tanques pesados modernos.

Nesse sentido, Stoltenberg antecipou que representantes do bloco terão uma reunião com o ministro ucraniano da Defesa, Oleksiy Reznikov, na próxima semana, para discutir "exatamente quais tipos de armas são necessários e de que forma os aliados podem fornecê-las".

Stoltenberg acrescentou, porém, que "não se trata apenas de agregar mais sistemas, mais plataformas, mais armas, mas também de garantir que as plataformas e armas que já fornecemos funcionem como deveriam".

A guerra na Ucrânia levou UE e Otan a impulsionarem uma maior cooperação entre as duas instituições. Como consequência desse conflito, outros dois países do bloco europeu - Suécia e Finlândia - iniciaram o processo de adesão à aliança transatlântica.

Hoje, 21 dos 27 países da UE também são membros da Aliança Atlântica.

Em uma declaração conjunta, as duas organizações ressaltaram que a Otan continua sendo o pilar central da segurança europeia, deixando de lado as tentativas da UE de aumentar sua autonomia em matéria de defesa.

"Nossa declaração deixa claro que a Otan continua sendo a base da defesa coletiva e continua sendo essencial para a segurança euro-atlântica", completou Stoltenberg.

O comissário europeu para o Mercado Interno, o francês Thierry Breton, alertou o Twitter nesta sexta-feira (28) que, para operar no espaço da União Europeia (UE), deve seguir as regras que regem as grandes plataformas digitais do bloco.

O novo proprietário do Twitter, Elon Musk, tuitou que "o pássaro está livre", referindo-se ao símbolo do Twitter, mas Breton respondeu que "na Europa, o pássaro voará de acordo com nossas regras [da UE]".

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Em seu tuíte, Breton também incluiu uma menção à "DSA", sigla em inglês para Digital Services Act, um dos dois projetos de lei com os quais a UE busca regular o funcionamento das principais plataformas da Internet.

O texto completo da Lei dos Serviços Digitais foi publicado na quinta-feira no Diário Oficial da UE e entrará formalmente em vigor no início de 2024.

A Lei dos Serviços Digitais é complementada pela Lei dos Mercados Digitais, e com estas duas ferramentas a UE procura pôr fim aos abusos de poder dos gigantes do setor e impõe a eles um quadro rigoroso de obrigações.

Esta lei sobre serviços digitais incide em aspetos como a defesa dos direitos humanos, a liberdade, a democracia, a igualdade e o Estado de Direito, com a intenção de ser uma ferramenta para acabar com a desinformação.

Para isso, contempla mecanismos de remoção imediata de conteúdos ilegais e obriga as plataformas digitais a suspenderem os usuários que "frequentemente" desrespeitam os regulamentos.

Musk - já dono de empresas como Tesla e SpaceX - assumiu o controle do Twitter na quinta-feira após concluir a compra por cerca de 44 bilhões de dólares.

Uma vez no comando do Twitter, Musk demitiu imediatamente o CEO da empresa, o diretor financeiro e a chefe da divisão de assuntos jurídicos.

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