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A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), divulgou nesta sexta-feira (7) que ofertará 7.012 vagas em 105 cursos presenciais de graduação dos campi Recife, Vitória e Caruaru no Processo Seletivo UFPE | Sisu 2023. 

A instituição também estabeleceu os pesos e notas mínimas para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022, que serão utilizados nessa seleção, além da manutenção dos critérios de inclusão regional para os estudantes que cursaram o Ensino Médio em escolas regulares e presenciais no Estado de Pernambuco. 

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As três resoluções que tratam dos assuntos foram aprovadas pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), no dia 27 de setembro. 

Serão oferecidas 5.522 vagas para o Campus Recife; 430 vagas para o Campus Vitória; e 1.060 vagas para o Campus Caruaru. Metade do quantitativo está reservado ao sistema de cotas. Os números constam na Resolução nº 26/2022. As provas do Enem 2022 serão utilizadas integralmente para ingresso nos cursos de graduação presenciais da UFPE em 2023. 

O candidato classificado no conjunto Engenharias CTG (Recife) ingressará no primeiro ano do ciclo básico dos cursos, devendo, no decorrer do segundo semestre letivo de vínculo institucional com a UFPE, fazer a escolha definitiva por um dos cursos. Fazem parte das Engenharias CTG (Recife): Engenharia Civil; Engenharia de Alimentos; Engenharia de Controle e Automação; Engenharia de Energia; Engenharia Eletrônica; Engenharia de Telecomunicações; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia de Materiais; Engenharia Naval; e Engenharia Química. 

Não participarão do Processo Seletivo UFPE | Sisu 2023 os cursos presenciais de Música/Canto – Bacharelado, Música/Instrumento – Bacharelado, Música/Licenciatura, Dança/Licenciatura e Letras Língua Brasileira de Sinais Libras/Licenciatura, que serão regidos por resolução específica, em consonância com o parágrafo único, art. 5º, da Portaria Normativa MEC n° 21/2012. 

PESOS E NOTAS MÍNIMAS – Conforme a Resolução nº 23/2022, que estabelece os pesos e as notas mínimas referentes ao Enem para ingresso na UFPE, a nota final do exame, para efeito de classificação, será obtida por uma média ponderada das notas das provas realizadas (provas objetivas e prova de redação), de acordo com os pesos estabelecidos pela Universidade. 

Para cada curso oferecido pela instituição, os candidatos serão classificados por ordem decrescente da nota final do Enem até o número de vagas ofertadas. Será considerado eliminado do Processo Seletivo UFPE|Sisu 2023 o candidato que obtiver, em qualquer prova, nota inferior à pontuação mínima definida pela UFPE. 

Para mais informações acesse o site oficial da UFPE.

O Ministério da Educação (MEC) planeja criar uma universidade federal digital para, segundo o ministro Milton Ribeiro, ampliar o acesso dos estudantes de todo o país à rede pública federal de ensino.

“Queremos criar a primeira universidade federal digital no país e ampliar o acesso a todos”, disse o ministro ao participar, nesta quinta-feira (16), de audiência pública na Comissão de Educação do Senado.

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Um documento preliminar do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, de maio deste ano, cita a avaliação de viabilidade da iniciativa entre as metas da Secretaria de Educação Superior (Sesu-MEC) para promover a educação à distância nas instituições federais de ensino superior por meio do programa Reuni Digital.

Hoje, no Senado, o ministro Milton Ribeiro disse que a iniciativa segue o modelo já implementado por outros países e respeita as diretrizes, metas e estratégias definidas no Plano Nacional de Educação (PNE). De acordo com o ministro, o uso das modernas tecnologias de informação podem baratear os custos do ensino de qualidade.

“É isso que temos visto em grandes países que estão desenvolvendo essa ferramenta. Vamos começar com alguns cursos e todos vão poder ter acesso, pois com 400, 500 professores, eu posso atingir a milhões de alunos no país todo, obedecendo às premissas do PNE”, disse o ministro.

O ministro lembrou que, nos últimos anos, o orçamento das universidades federais foi impactado pela crise econômica e, principalmente, pela pandemia da covid-19.

“Quando falamos em diminuição das verbas para as universidades federais, eu concordo plenamente. Vejo que, em um passado não tão distante, o orçamento do ensino federal era muito grande, muito maior do que o que temos hoje”, disse Ribeiro

“Vale dizer que vivemos tempo de guerra, de pandemia”, acrescentou o ministro, enfatizando que, na proposta orçamentária para 2022, o ministério pede ao Congresso Nacional que autorize um aumento de recursos para a pasta.

“A proposta que o Parlamento vai apreciar fala em um aumento mínimo de cerca de 17% para as universidades federais, e de 28% para os institutos federais. Por que isso? Porque temos 69 universidades federais com 281 campi. E 38 institutos, Cetecs [centros educacionais técnicos], além do Dom Pedro II. E esses, juntos, somam 670 campi. Então, além da visão política de dar mais oportunidade à [formação] de mão de obra técnica, o número de campi [do segundo grupo] é muito maior”, comentou Ribeiro.

Pesquisadores brasileiros conseguiram, pela primeira vez, detectar a presença do coronavírus em retinas. O estudo pode contribuir para compreender melhor a dinâmica do vírus e as sequelas em pacientes infectados.

A pesquisa é conduzida pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com recursos da rede financiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

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Os pesquisadores analisaram retinas de pacientes que morreram em decorrência da covid-19 e compararam com fotos dos olhos desses pacientes quando vivos para analisar as diferenças e formas de aferir a presença do vírus a partir da retina.

Segundo o professor da UFRJ e um dos coordenadores do estudo Rubens Belfort Jr, a retina é um biomarcador importante, pois faz parte do sistema nervoso, mas é mais acessível, permitindo identificar a presença do vírus em determinados locais do corpo, como nesse sistema.

Além de identificar a presença do vírus e de reservatórios dele nos corpos dos pacientes, o professor explica que os resultados do estudo podem auxiliar no processo de entendimento e enfrentamento das sequelas de pessoas que contraíram a covid-19.

“A pesquisa pode ajudar a entender a existência das sequelas e como combater às sequelas, como aquelas relacionadas alterações neurológicas que alguns pacientes com covid-19 desenvolvem”, disse Rubens Belfort.

As informações obtidas pela pesquisa podem contribuir para a compreensão das causas das sequelas. “Será que desenvolve porque é alteração imunológico ou tem relação com o vírus que ficou?”, indaga, exemplificando que tipo de questões carecem de melhores explicações.

 

A Universidade Federal da Bahia (UFBA) divulga edital do processo seletivo simplificado para a contratação de professor substituto. As inscrições são feitas por meio do endereço eletrônico da unidade universitária vinculada à seleção, e seguem até 5 de julho.

Os interessados em participar da seletiva devem efetuar o pagamento de uma taxa no valor de R$ 150. A relação dos aprovados será divulgada até 13 de julho e os novos docentes receberão remuneração básica em parcela única correspondente, de acordo com os indicativos do Vencimento Básico e Retribuição por Titulação.

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O certame terá validade de um ano, contabilizado a partir da data de homologação dos aprovados no Diário Oficial da União. Confira mais detalhes.

Uma plataforma digital online poderá ser uma aliada de profissionais de saúde na identificação e diagnóstico da covid-19. A ferramenta em desenvolvimento na Petrec, graduada pela Incubadora de Empresas do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), poderá ser instalada em unidades hospitalares afastadas dos grandes centros urbanos, que enfrentam escassez de profissionais especializados.

Batizada de CovidScan, a plataforma reúne imagens sequenciais de tomografias pulmonares classificadas por tipo de patologia. O objetivo é facilitar o prognóstico médico. A comparação das imagens do pulmão do paciente com imagens previamente classificadas poderá colaborar com o médico no diagnóstico da doença e na tomada de decisão do tratamento.

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Os pesquisadores da Petrec estão configurando um software, dotado de algoritmo de Inteligência Artificial, que filtra as imagens possibilitando identificar a doença com rapidez e precisão.

A pesquisa começou em outubro passado, após a Petrec ter sido selecionada em primeiro lugar no edital Soluções inovadoras para o combate à covid-19, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O projeto foi contemplado com o valor de R$ 1.249.500,00. O edital faz parte da seleção pública do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, com recursos de subvenção econômica à inovação, concedidos por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Segundo o diretor-executivo da Petrec, Josias Silva, em junho o produto deve ser lançado no mercado. “Já temos iniciativas no Brasil e no exterior para a continuidade desse processo não só somente para covid-19 mas para outras doenças e outros órgãos como o coração. A proposta da empresa é também disponibilizar essa tecnologia para hospitais públicos”.

Como funciona a plataforma

No banco de dados da plataforma, o algoritmo processa imagens que apresentam características semelhantes às do pulmão do paciente que está sendo atendido. A comparação das imagens contribui para o médico no diagnóstico da doença pulmonar, que pode indicar covid-19 ou outra doença.

Além disso, o software disponibilizará um conjunto de imagens que tornará possível verificar e quantificar o percentual do pulmão que já foi afetado, se a doença está piorando ou melhorando. A estimativa é que o processo de avaliação seja realizado em menos de 30 minutos, a partir da inserção das imagens da tomografia do paciente no sistema.

A equipe da Petrec, que conta com um médico radiologista, está montando o banco de dados com imagens já disponíveis em sites específicos e classificadas pelo tipo de patologia. Segundo Josias, o banco contará com mais de 600 imagens segmentadas, e que, como cada uma dessas tomografias tem, em média, 300 fatias, no mínimo 180 mil informações cruzadas vão ser geradas.

Hoje instalada no Parque Tecnológico da UFRJ, a Petrec atua no setor de óleo e gás desde que foi criada, em 2003. Sua expertise é em análise de tomografia de rochas de petróleo com uso de Inteligência Artificial. As técnicas empregadas pela equipe no CovidScan foram adaptadas para serem aplicadas na área da saúde.

O projeto da plataforma conta ainda com a colaboração do professor Alexandre Evsukoff, do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia da Coppe/UFRJ.

 

O ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o desbloqueio de R$ 726 mil do orçamento da Universidade Federal de Mato Grosso. Os recursos haviam sido embargados após decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), que tinha julgado improcedente o pagamento de crédito a uma empresa de segurança, que está em recuperação judicial.

De acordo com as informações divulgadas pelo Supremo, a universidade argumentou que a decisão da Justiça matogrossense poderia desencadear em desorganização administrativa e financeira. Sendo assim, alegou-se que tal medida poderia levar a instituição acadêmica a cometer lesão de natureza grave ao interesse público e, portanto, enfatizou a importância do cumprimento do contrato firmado com a empresa. Fux reconheceu a validade da alegação e acrescentou que "é vedado ao Poder Judiciário interferir na destinação de receitas públicas, sem prévia autorização legislativa".

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A questão já havia sido apreciada pelo ministro Dias Toffoli em setembro de 2020, quando acatou o pedido cautelar a favor do desbloqueio da verba. Após isso, os autos foram encaminhados para a Procuradoria-Geral da República, que também apresentou parecer favorável ao desbloqueio da conta da universidade. Agora o ministro Fux confirmou a decisão.

Na quarta-feira da última semana, dia 26 de agosto, o vice-presidente da República, General Hamilton Mourão (PRTB), participou virtualmente de uma aula magna, e defendeu que estudantes de universidades federais que tenham boas condições financeiras paguem mensalidades para ajudar a custear programas de inserção de estudantes de baixa renda em instituições particulares de ensino superior. 

Mourão foi questionado sobre medidas de financiamento pensadas pelo Governo Federal para a inclusão de 83% da população brasileira em idade universitária no ensino superior, levando em consideração que boa parte desse percentual não dispõe de recursos para pagar pelos estudos, quando respondeu que o governo criará linhas de crédito para atender à população que não consegue ingressar no ensino superior. Em seguida, citou o pagamento de mensalidades em universidades federais como um “pensamento de longa data”. 

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“Nós temos dentro da universidade federal, gente que poderia pagar seus custos, que está recebendo ensino gratuito de graça e, posteriormente, não devolvendo nada para o País”, disse o vice-presidente, usando como exemplo seus filhos, que segundo ele, foram alunos de universidades federais e poderiam pagar. 

“Temos que pensar, hoje, seriamente e sem preconceitos. Ver o que seria um recurso para aqueles jovens que precisam de financiamento, e pagar uma universidade privada. Seria uma compensação muito justa isso aí”, afirmou o general, completando que, em sua visão, “uns 60% dos que frequentam universidade federal têm condições de pagar". "Um pagamento que fizessem serviria para que mais alunos ingressassem no setor privado e, consequentemente, para que aumentássemos o percentual de jovens no ensino superior”, complementou Mourão.

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Perfil dos alunos das universidades federais

Apesar de ter apontado um percentual de estudantes com renda que permitiria o pagamento de mensalidades, o vice-presidente não esclareceu se sua fala era baseada em alguma estimativa oficial, nem explicou se há encaminhamentos no Governo para tentar instituir pagamento de mensalidades em universidades federais. 

A fala de Mourão contrasta com a V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) Graduandos (as) das Instituições Federais de Ensino Superior de 2018, realizada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que coletou dados de 420 mil estudantes de graduação das 63 universidades federais do Brasil, constatando que 70,2% dos alunos (294.840 estudantes) têm renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo, o que configura vulnerabilidade socioeconômica.

A primeira edição da pesquisa realizada pela Andifes data de 1996, quando o percentual de alunos em situação de vulnerabilidade era de 44,3%. “Percebe-se que, a partir de 2014, ocorre salto e os estudantes nessa faixa de renda passam a ser 66,2% do total de estudantes da graduação”, defende a Associação. A mesma pesquisa aponta que na série histórica, desde que foi iniciada a política de cotas, o número de estudantes que ingressam nas instituições por meio de ações afirmativas cresceu de 3,1% em 2005 para 48,3%, em 2018.

Diante da afirmação de Hamilton Mourão, o presidente da Andifes, Edward Madureira, afirmou ao LeiaJá que baseada em seus dados, a Associação se coloca contra a cobrança de mensalidades nas universidades federais e solicitará audiência com o vice-presidente. 

“Somos contrários à cobrança e temos estudos que demonstram isso (a impossibilidade da proposta). Vamos solicitar uma audiência com o vice-presidente para mostrar os nossos estudos e as nossas argumentações. Estudos apontam a incapacidade de as famílias brasileiras assumirem despesas com educação superior nas universidades públicas. A maior parte dos estudantes destas instituições, segundo ele, é de baixa renda. A última pesquisa da Andifes, publicada no ano passado e com dados de 2018, mostrou que 70,2% dos estudantes de universidades e institutos federais estão na faixa de renda mensal per capita de até 1,5 salário mínimo”, disse Madureira por meio de nota.

Severino Mendes Júnior, pró-reitor de Gestão Estudantil da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), afirmou ao LeiaJá que a política de cotas ajudou a mudar o perfil dos estudantes das universidades federais, inserindo pessoas de baixa renda que antes não conseguiam ter acesso ao ambiente universitário. Nesse novo cenário, ele também destacou a relevância do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), como aliado do sistema de cotas, para ajudar a garantir não apenas a entrada, mas a permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica nos seus cursos.  

“Setenta por cento dos alunos matriculados nas instituições públicas do Brasil são vulneráveis. Na UFRPE, são 80%. Temos pesquisa sobre o desempenho dos alunos que recebem políticas de assistência, e é bem melhor que os que não recebem. Existe uma retórica na academia que essas pessoas têm desempenho baixo e não conseguem acompanhar, mas os dados provam o contrário. A sociedade contemporânea não sobrevive mais sem assistência estudantil”, explicou o pró-reitor.

“O maior ataque é ao princípio de educação pública para todos”

Marcelo Carneiro Leão, reitor da UFRPE  Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens/Arquivo

Sobre a afirmação do vice-presidente da República, o professor Marcelo Carneiro Leão, reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), disse que se permite discordar e “com todo o respeito, a visão que ele [Mourão] está é uma visão de 30 anos atrás”. Para ele, “fazer justiça social com cobrança de mensalidade é uma posição equivocada”, pois deixa na mão dos governantes a decisão sobre quem paga, e quanto. 

“É muito complicado, ‘vamo cobrar mensalidade dos mais ricos’, qual é a renda familiar que a gente vai estabelecer? O governante entra diz que é R$ 2 mil, tiver uma renda familiar de mais de 2 mil você paga. Aí entra outro governante mais bonzinho e diz não, é a partir só de R$ 5 mil, um governante menos alinhado com questões sociais diz ‘a partir de R$ 500 tem que pagar’”, opina o reitor.

Para o docente, há formas mais eficientes de garantir o acesso de estudantes de baixa renda ao ambiente universitário, como realizar mudanças na matriz tributária (de impostos) do País, para que o valor arrecadado pelo poder público com a parcela mais rica da população ajude a financiar o orçamento das universidades públicas.

“Os 10% mais ricos do Brasil pagam em média algo em torno de 21% de tributação, quanto mais se ganha percentualmente se paga menos, alterar este formato, enquanto os 10% mais pobres pagam 32% (...) No lugar de ficar brigando pontualmente a cada governo, se a gente mudasse a matriz tributária, resolveria essa questão social e os mais ricos financiariam mais a universidade pública para que os mais pobres pudessem também estudar, como é agora na realidade das nossas universidades. Se a gente quer fazer justiça social na universidade, devia ser na manutenção da gratuidade e na alteração da tributação onde os mais ricos pagarão mais impostos e financiarão mais o funcionamento da universidade”, sugere o gestor da UFRPE. 

O reitor também destacou a perda histórica de orçamento que as universidades já vêm sofrendo há vários anos, que pode ser agravada pela nova proposta orçamentária apresentada pelo Governo Federal para o ano de 2021, que pode cortar recursos do Ministério da Educação (MEC) e consequentemente das universidades, em um momento no qual a pandemia de Covid-19 exigirá ainda mais investimentos e a assistência estudantil, diante da perda de renda e desemprego, se faz mais necessária que nunca para atender aos estudantes de baixa renda. 

“A gente está anualmente com redução no Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES). Ele se mantém nominalmente no mesmo valor, mas a inflação está comendo, cada ano eu perco poder de ajuda aos nossos estudantes. A gente precisa diante desses 70% de alunos com vulnerabilidade, se a gente quiser levar educação para toda a população, principalmente classes menos favorecidas e mais pobres, a gente tem que buscar ampliar o PNAES, que é um programa que dá bolsas, auxílios, subsidia o restaurante universitário, uma série de ações para esses jovens terem acesso à universidade pública. A gente tem que aumentar o investimento. Eu não acredito que um país vá crescer e se desenvolver sem investimento em educação, para mim tem que ser o maior pilar de desenvolvimento, educação e saúde”, disse o reitor. 

Questionado sobre os riscos de uma possibilidade como a cobrança de mensalidades em universidades públicas ser levantada por uma pessoa que está em um alto cargo de comando e decisão do governo do país, o reitor Marcelo Carneiro Leão diz que há risco ao modelo de universidade pública tal qual o concebemos hoje. “Eu acho que o maior ataque é ao princípio de educação pública para todos. Quando a gente fala em diminuir orçamento e aluno pagar, a gente está indo de encontro ao que a gente prega, que é educação pública de qualidade e inclusiva, que não é gasto, é investimento. A gente tem pesquisas em todo o mundo que mostram que quanto maior a escolaridade das pessoas na sociedade, o PIB aumenta numa proporcionalidade. Se a gente quer fazer com que o país cresça, e cresça para todos, que aí é uma visão de mundo, na hora que você vai de encontro à educação pública e não ao encontro dela, vai privilegiar quem de fato pode pagar por essa educação. Se conseguiu inverter isso precisa ser mantido. O único caminho é educação e não é opinião é história da humanidade”, afirmou o professor.

“O projeto de universidade pública é um projeto de país”

Alfredo Gomes, reitor da UFPE  Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

O reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Gomes, afirmou sua posição contrária ao pagamento de mensalidades nas universidades federais e públicas de modo geral, apresentando dados sobre os estudantes. “Eu particularmente, assim como muitos outros colegas, somos contrários ao pagamento de mensalidades nas universidades públicas, federais. Temos hoje aproximadamente 1,3 milhão de matrículas nas universidades. Dessas, 900 mil são de estudantes abaixo de 1,5 salário per capita familiar. E 400 mil alunos aproximadamente são de famílias de até meio salário mínimo. Afinal de contas, de onde vem os dados para dizer que tem uma grande maioria que pode, portanto, custear a universidade?”, questionou ele. 

O reitor destaca também outro fato muito importante no contexto de pandemia de Covid-19 que o país está atravessando. “A situação demanda financiamento por parte do Estado, a gente precisa continuar defendendo o orçamento público das universidades para garantir esse projeto. A universidade pública realiza 95% da pesquisa no Brasil, são questões muito importantes quando nós pensamos em um projeto de país, em um projeto de sociedade, de desenvolvimento de ciência, tecnologia e inovação na educação que passam necessariamente pelas nossas instituições”, avalia o gestor da UFPE.

Diante dessa realidade, ele criticou a postura do vice-presidente Hamilton Mourão ao defender o pagamento de mensalidades nas universidades federais e alega que a maioria dos alunos tem condições financeiras para isso. “Estamos nesse ponto de vista de que a universidade pública, gratuita, financiada por recursos do Estado por meio dos impostos, deve permanecer. O projeto de universidade pública é um projeto de país. Desde 2013 temos a introdução do sistema de cotas na universidade. Funcionou muito bem e permitiu o ingresso em cada turno e curso de estudantes provenientes de escolas públicas. A situação demanda financiamento por parte do Estado, a gente precisa continuar defendendo o orçamento público das universidades para garantir esse projeto”, disse o professor Alfredo.

Ele continua: "Desde os anos 80 você tem defensores dessa tese e ela não ganha materialidade em termos de políticas. É uma figura que ocupa um cargo altíssimo na República, mas é necessário ter cuidado e tratar devidamente a questão com zelo, com respeito à história, à grande contribuição que as universidades públicas federais prestam a esse país”, disse o reitor da UFPE. 

“A gratuidade está na Constituição”

Iago Montalvão, presidente da UNE Foto: Reprodução/Instagram

O estudante de economia da Universidade de São Paulo (USP), Iago Montalvão, é presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e também se opõe à ideia de pagamento de mensalidades em universidades federais. Ele alega que além das questões que envolvem a necessidade de ampliação à assistência estudantil diante da mudança de perfil socioeconômico dos alunos causada pela política de cotas, a imposição de qualquer tipo de pagamento em uma instituição pública significaria uma tributação dupla para ao alunos. 

Iago justifica a afirmação explicando que tanto a construção quanto a manutenção e investimento das universidades é feita com dinheiro de impostos, já pagos pela sociedade. “Quando você paga imposto, espera um serviço público em troca. Imagina quanto dinheiro público você não investiu numa universidade pública para ela chegar a esse patamar durante os anos, as décadas?. Isso foi entregue à sociedade de forma gratuita, porque ela já pagou o serviço quando pagou o imposto”, explicou o estudante. 

Além disso, é uma preocupação do presidente da UNE a dificuldade de determinar quem deveria pagar, e quais valores, uma vez que há diferentes perfis socioeconômicos ao analisar universidades e cursos diferentes, segundo ele. A terceira e última razão de sua discordância é que segundo Iago, ideias como essa abrem espaço para um precedente que ele classifica como “perigoso”, de criação de um sistema de ensino pago nas instituições públicas. 

Iago lembra também que a gratuidade do ensino está na Constituição Federal. No Capítulo III - Da Educação, da Cultura e do Desporto - Seção I, um trecho do Art. 206 determina: “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais”. 

A afirmação de Hamilton Mourão, na opinião do presidente da UNE, não tem base na realidade das universidades e nem seria uma ideia de nova medida do governo, mas algo pensado no momento do evento pelo próprio vice-presidente. “Minha tese é que o que ele está dizendo veio da cabeça dele, não veio de um aprofundamento, de um debate. A maior prova disso é que na reforma tributária [do governo Bolsonaro] uma das coisas que eles fazem é deixar de isentar universidades comunitárias filantrópicas, não lucrativas, para que elas deixem de oferecer determinadas bolsas para os estudantes. Ele fala, mas na prática está fazendo outra coisa. Mesmo no ponto de vista do projeto privatista, eles estão em conflito com todo mundo”, afirmou o estudante.

Apontando a falta de projeto de qualquer tipo para a área da educação no governo Bolsonaro, Iago afirma que, em sua opinião, o que o governo tenta fazer de forma planejada é promover o descrédito das universidades públicas perante a sociedade. “O que eles querem é criar uma polêmica em torno da universidade pública, do papel da universidade pública. Aí sim eu concordo que há um projeto conjunto de desmoralização da universidade pública. Vai usar vários artifícios para chegar a esse objetivo, vai dizer que só planta maconha, que só tem gente rica que está lá e poderia pagar, há uma tentativa muito incisiva de tentativa de desmoralização da universidade pública, porque é um ambiente onde não se encaixa o tipo de pensamento que eles representam no governo”, afirmou ele. 

Questionado sobre possíveis impactos da hipotética implementação de uma medida como a que o vice-presidente da República sugeriu, o presidente da UNE aponta o aumento da desigualdade social e consequências que viriam em decorrência dele.  “Aquele jovem que nunca teria perspectiva de ter uma profissão melhor remunerada, ao entrar na universidade, cria essa perspectiva. Não ter uma universidade pública com acesso gratuito para que essa juventude de baixa renda possa ter acesso, prejudicaria muito a redução de desigualdades e uma série de outros fatores vem em decorrência disso. Índice de criminalidade, violência, tudo isso seria fruto de uma medida como essa”, afirmou o presidente da UNE. 

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) anunciou, nessa segunda-feira (27), que não terá lista de espera na segunda edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), edição 2020. Como argumento, a instituição de ensino informou que, diante do “novo normal” ocasionado pela pandemia do novo coronavírus, não recomendável promover a entrada de novos estudantes.

A pró-reitora de graduação da UFPB, a professora Ariane Sá, endossou a explicação para a não aceitação da relação de espera do Sisu: “A UFPB, quando fez adesão ao Sisu 2020.2, optou por uma única chamada, a chamada regular. A instituição tem tido o cuidado de avaliar o cenário que se estabelecerá no “novo normal”, quando forem retomadas as atividades na modalidade presencial. Estamos ofertando períodos de forma remota. Ingressar novos estudantes neste momento não é uma opção razoável”. As informações são da assessoria de imprensa da Universidade.

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No total, a UFPB ofereceu, no âmbito do Sisu 2020.2, 478 vagas distribuídas em mais de 70 cursos. Segundo a instituição de ensino, 138 candidatos foram aprovados na chamada regular, enquanto as vagas remanescentes apenas serão ofertadas na edição 2021 do Sisu.

“Os períodos letivos de 2020 na UFPB ainda não têm data para começar, devido à pandemia da Covid-19. As  atividades presenciais na UFPB foram suspensas em 17 de março. Outros detalhes sobre o Sisu 2020.2 podem ser conferidos na página da Pró-reitoria de Graduação (PRG)”, acrescentou a UFPB.

O ministro Abraham Weintraub afirmou que o Ministério da Educação criou uma plataforma para mapear as ações das Universidades federais e Instituto federais no combate ao Coronavírus. A plataforma apresentada nesta segunda-feira (20) ainda traz informações sobre quais instituições já retomaram as atividades. 

"Vocês sabem que há muito tempo eu defendo que nos institutos e nas universidades federais tem muito joio, mas também tem muito trigo. E o MEC já disponibilizou um mapa de todas as ações das 110 universidades e institutos federais que estão atuando durante esse período do coronavírus", afirmou. 

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A plataforma mostra todas as ações diretamente ligadas ao combate do Covid-19 feito pelas instituições de ensino. Ações como produção de máscaras, de álcool e até aconselhamento são mapeados. Para acessar basta clicar aqui.

Outra situação possível de se checar na plataforma são quais universidades retomaram as atividades. O ministro durante sua fala mostrou que pretende reabrir todas em duas semanas e disse ir ‘atrás’ das instituições que não reabrirem. Weintraub ainda falou sobre profissionais de saúde que anteciparam a sua formatura. O número também está presente no portal. 

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A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) divulgou, nesta terça-feira (14), o cancelamento da prova presencial prevista para os dias 4, 5 e 6 de julho devido à pandemia do novo coronavírus. Esta decisão foi tomada pela comunidade escolar e o pessoal envolvido na realização do Vestibular 2020.2.

A instituição decidiu, também, que o processo seletivo para a oferta das 60 vagas para o curso de medicina do Campus de Araranguá e das vagas remanescentes do Vestibular 2020, em diversos cursos de graduação, será por meio da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) das edições de 2017, 2018 ou 2019. Os interessados devem ficar atentos ao calendário do processo seletivo, bem como o regramento do certame, que será publicado no site da Coperve após o retorno das atividades de ensino presencial.

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A Universidade Federal de Roraima (UFRR) já disponibilizou o resultado do vestibular 2020. Os selecionados devem efetuar a matrícula presencialmente no Departamento de Registro Acadêmico (DERCA) da instituição. O cadastro será recebido nos dias 20 e 21 de fevereiro. Confira aqui a lista de aprovados no vestibular 2020 da UFRR.

Os candidatos que selecionaram a segunda chamada terão resultado divulgado no dia 28 do mesmo mês. Para ficar do início das aulas, resultados de seleção, dias letivos, datas gerais da graduação e entre outros assuntos acesse o calendário universitário da UFRR.

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O vestibular da universidade ofereceu 806 vagas para 28 cursos. Os candidatos responderam questões objetivas sobre biologia, física, geografia, história, língua portuguesa e estrangeira, matemática e química. Para mais informações acesse o site da UFRR ou consulte o edital de abertura do vestibular.

Pescadores da lagoa do Jequiá da Praia, em Alagoas, encontraram 18 cágados mortos boiando. Os animais foram recolhidos pelo Instituto Biota e pela Polícia Federal. Entre as incertezas do que o óleo que atinge o Nordeste pode causar, ainda não se pode afirmar se essas manchas foram as responsáveis pelas mortes dos cágados. 

A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Jequiá da Praia (Semmarh) informou que essa mortandade dos animais é incomum. De acordo com o UOL, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) está fazendo análise da água do local. 

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O ministro da Educação, Abraham Weintraub, vai estimular as universidades federais a contratarem professores e técnicos pelo regime CLT (de carteira assinada), destaca o jornal O Estado de S. Paulo. Hoje, eles passam por concurso público e têm direito à estabilidade. A contratação via CLT será exigência para a entrada das universidades no Future-se, novo programa do MEC que vai captar recursos junto à iniciativa privada. Segundo a pasta, boa parte dos novos investimentos no ensino superior federal será pelo programa.

No Future-se, cuja adesão das universidades é facultativa, contratos de novos docentes e técnicos serão intermediados por Organizações Sociais (OSs), entidades privadas que prestam serviços públicos e não precisam seguir a Lei de Licitações e Concursos. Embora Weintraub afirme que os funcionários seguiriam com estabilidade, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em 2018, que empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista regidos pela CLT não fazem jus à estabilidade prevista na Constituição. No novo modelo das federais, ainda não detalhado, a ideia é o servidor ter a permanência atrelada ao desempenho.

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Um dos ministros mais próximos ao presidente Jair Bolsonaro, Weintraub argumenta que é preciso cortar o gasto na folha de pagamento, que chama de "bomba-relógio". Estudos do MEC mostram que 85% da verba nas federais é gasta com pessoal.

O MEC anunciou que conseguiu R$ 600 milhões para descongelar 3.182 bolsas de pós-graduação. De onde vem o dinheiro?

O que acontece é que o teto (federal de gastos) estrangulou a gente. O pessoal aprovou esse teto pensando que ia passar a (reforma da) Previdência e diminuir despesas. Só que não passou no governo (Michel) Temer. Agora, a gente passou a Previdência (na Câmara) e vai diminuir despesa. Mas a gente vai ser estrangulado no ano que vem. A forma de conseguir mais espaço no orçamento é achando nas despesas obrigatórias coisas não tão obrigatórias assim.

Como o governo conseguiu abrir espaço no teto (de gastos)?

Quem mostrará de onde saiu é o Ministério da Economia. Conseguimos trabalhar de forma mais assertiva e eficiente.

O recurso para bolsas da Capes (órgão de fomento à pesquisa do MEC) atende à demanda?

A demanda é infinita. Todo mundo quer uma bolsinha. No Brasil, todo mundo acha que o dinheiro cai do céu. Na verdade, vem do pagador de imposto. O Brasil quebrou e agora temos que respeitar o limite orçamentário.

O sr. pretende abrir espaço para aumentar os recursos para outras áreas do MEC?

Vou encontrar mais (espaço). Temos dito que é contingenciamento. E disseram: "é corte, vai parar tudo!". Mentira.

Sua declaração ao Estado de que havia "balbúrdia" nas universidades causou desconforto.

É para causar. É dinheiro do pagador de imposto, que poderíamos fazer creches. Disse que íamos contingenciar e que, se tudo desse certo, a partir de setembro começava a descontingenciar. É o que está acontecendo.

O sr. disse que universidade com "balbúrdia" não teria verba.

As universidades são caras e têm muito desperdício com coisas que não têm nada a ver com produção científica e educação. Têm a ver com politicagem, ideologização e balbúrdia. Vamos dar uma volta em alguns câmpus por aí? Tem cracolândia. Estamos em situação fiscal difícil e onde tiver balbúrdia vamos pra cima.

Conseguiu administrar a falta de recursos em universidades?

Me diz um caso? Não faltou (verba). Todo dia busco solução na crise dessa dimensão.

E o que vai priorizar em 2020?

Dificilmente terá contingenciamento. Eles poderão estimar. Mas presta atenção porque a folha de pagamento de todas as universidades cresce 8% ao ano, acima da inflação. Uma bomba-relógio. O Future-se é um caminho. Hoje, no governo federal, tem 600 mil funcionários públicos na ativa, e, desses, 300 mil no MEC. Dos 300 mil, 100 mil foram nos últimos anos do PT.

Como será resolvido o problema da folha de pagamento?

O Future-se tem várias características. Uma delas é o modelo da Ebserh (empresa pública vinculada ao MEC que gere hospitais universitários federais), que são novas contratações via CLT. Com isso, pode preservar contratos atuais e ir gradualmente trocando, o que se tem na FGV (Fundação Getúlio Vargas).

O sr. falou em ir "gradualmente trocando" as contratações atuais pelo regime CLT...

É como a Ebserh... Quem é concursado, e eu sou (é professor da Universidade Federal de São Paulo), já passei na estabilidade, sou funcionário público concursado pelo resto da vida. Somos contra ruptura, a favor de respeitar leis e contratos. Vamos conduzir tudo dentro da lei, dos contratos, respeitando a Constituição.

Mas a ideia seria fazer transição aos poucos ao regime CLT?

As novas vagas (seriam) CLT, como é na Ebserh. A pessoa vai ter estabilidade, vai ter tudo. O objetivo não é ser uma universidade privada, é pública. Na Ebserh, você não tem uma rotatividade tão grande.

Então, com o tempo, as vagas por CLT seriam priorizadas?

Não seriam priorizadas, seriam a norma. As faculdades e universidades que aderirem ao Future-se vão ter de passar a contratar via CLT e não mais via concurso público, um funcionário público com regime jurídico único.

O MEC vai tirar dinheiro das universidades?

Não vou tirar. A gente vai manter o que está mandando, como estamos fazendo para o ano que vem. E aí vou trabalhar para conseguir mais recursos para viabilizar outras coisas, outras áreas, projetos novos. Dá para fazer muita coisa com pouco dinheiro.

O governo vai mudar a forma de distribuir recursos às universidades (em agosto, o MEC disse que estuda indicadores como governança e empregabilidade para dar verba às federais)?

Pela primeira vez buscamos eficiência. Antigamente, falava: "tem de mandar mais recursos para educação". Hoje não. O objetivo é melhorar indicadores de educação. O que aconteceu com as universidades? Mandou-se rios de dinheiro, bilhões e bilhões, e não melhoramos os índices. As nossas universidades não estão bem ranqueadas.

Com depoimento polêmico e que gerou críticas nas redes sociais, o deputado Nelson Marquezelli (PTB) foi o personagem principal de um vídeo divulgado pela União Nacional dos Estudantes (UNE). No entanto, o próprio deputado, durante sua vida acadêmica, usufruiu o direito de cursar uma graduação em instituição de ensino pública, sem pagar nada.

No vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais, Marquezellii opinou sobre o ingresso dos brasileiros nas universidades. “Quem pode pagar vai ter que pagar. Meus filhos vão pagar. Quem não tem não faz universidade. Quem não tem dinheiro não faz. Vai estudar na USP porque é de graça”. 

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De acordo com o site do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getulio Vargas, Marquezelli cursou direito na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Segundo o CODOC, o ingresso na graduação foi em 1964 e a conclusão ocorreu em 1968. No perfil do deputado publicado pela Câmara dos Deputados, também há o informe de que sua formação é em direito pela UFU. Confira uma imagem do CPDOC:

Já na página oficial de Marquezelli no Facebook, existem inúmeras informações sobre a carreira política do deputado e acerca das experiências profissionais no ramo empresarial. Mas, assim como nos registros do CPDOC e da Câmara dos Deputados, a página também informa que ele é formado em direito pela UFU, no período de 1963 a 1968.

A polêmica declaração do deputado ocorreu quando ele foi questionado sobre possíveis cortes financeiros na educação. Ele votou favorável a PEC 241, que estabelece teto de gastos para o setor público. Em resposta à declaração feita no vídeo, inúmeros internautas criticaram veemente a posição do deputado federal. “Por que não cortam benefícios próprios como auxílio moradia, carro e combustível custeados por nós, auxílio paletó, verba de gabinete, os altos salários?”, questionou um dos internautas.

Nessa terça-feira (11), Nelson Marquezelli emitiu uma nota, por meio da sua conta oficial no Facebook, explicando seu apoio à PEC 241, que define o teto dos gastos públicos. O deputado usou como argumento que o “Estado não pode gastar mais do que arrecada”. Mas diferente do depoimento dado no vídeo divulgado pela UNE, o parlamentar procurou defender a educação gratuita para a população pobre.

“Defendo a gratuidade para a população de baixa renda em instituições públicas, mas subsidiar quem tem condições de pagar a universidade sou totalmente contra. O ajuste da PEC não retira nenhum centavo da educação e saúde, mas por outro lado, a aprovação da matéria possibilita um freio em orçamentos inflados, aumentos irreais e expectativas financeiras que destruirá a previdência pública”, informou a nota. Veja o vídeo com a polêmica declaração:

 

As 63 universidades federais do País já oferecem mais vagas para cursos de graduação por sistema de cotas e ações afirmativas do que pelo formato de concorrência comum. Este foi o primeiro ano em que a reserva para estudantes de escolas públicas superou o porcentual aberto à ampla disputa, dominado historicamente por alunos oriundos de unidades particulares de ensino.

O aumento foi impulsionado pela Lei 12.711, a chamada lei de cotas. Sancionado e regulamentado em 2012, o texto previa que gradualmente as universidades passassem a destinar vagas para cotas até que, ao fim de quatro anos, o porcentual atingisse 50% com base em critérios sociais e raciais (mais informações no quadro ao lado). No primeiro semestre de 2016, foram ofertadas 114,5 mil vagas reservadas (51,7%), ante 113 mil de disputa livre (48,3%). Em 2013, a proporção destinada a cotas estava em 33,4%.

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O cumprimento da meta dos 50%, no entanto, ainda não significa que metade dos alunos atualmente matriculados nas universidades tenha vindo da escola pública. Relatório da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) mostrou que as federais tinham, em 2014, 939 mil estudantes, dos quais 305 mil, ou 32,55%, haviam entrado por meio de cota.

A expectativa é de que a reserva para cotas continue aumentando nos próximos anos. Em 2022, está prevista uma revisão do texto, que nasceu com argumento de política provisória. Especialistas em Educação elogiaram o cumprimento da meta e ressaltaram o papel da inclusão para a representatividade, mas pediram atenção às formas de apoio e assistência a alunos que usam a reserva, dos quais metade é de baixa renda.

"As universidades federais são onde se forma a elite intelectual, empresarial e política do País. Então, uma universidade mais com a cara do Brasil, representada por negros e pessoas de baixa renda, ajuda a formar uma elite mais consciente", disse o professor da Universidade Estadual do Rio (Uerj) André Lázaro. "De outra forma, um conjunto de questões relevantes para a nação acaba se perdendo por esse público não dispor de uma inteligência formada na linguagem do ensino superior."

Lázaro pede que um formato de avaliação seja instituído mais claramente para que em 2022 possa ser feita uma avaliação dos efeitos da lei. Hoje, diferentes pesquisadores conduzem análises sobre a medida. Um deles é o coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, Naercio Menezes Filho, que analisou notas do Enem de beneficiados por cotas.

O estudo mostra que a reserva de vagas não provocou queda relevante na nota mínima nem média de entrada nas instituições de ensino. "Há muita gente de escola pública na disputa. Então, os aprovados acabam entre os 10% com melhor desempenho. As cotas parecem muito boas, porque aumentam a representatividade sem diminuir muito a nota."

Plural. O estudante Hasani dos Santos, de 22 anos, está no último ano de Ciências Sociais na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). É o primeiro da família a entrar em uma universidade. "Minha visão de ascensão sempre foi com o trabalho, nunca tive perspectiva de fazer universidade." Para ele, cotistas favorecem a pluralidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estão abertos três concursos públicos para o preenchimento de 69 vagas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em funções técnico-administrativas. Os cargos são para profissionais com todos os níveis de formação escolar.

O primeiro edital traz os cargos de auxiliar de saúde (1), assistente de laboratório (2), operador de caldeira (1), operador de estação de tratamento de água e esgoto (1), para profissionais com nível fundamental. Técnico de laboratório - química (2), técnico em contabilidade (2), técnico em eletricidade (1), técnico em eletrônica (1), técnico em higiene dental - higiene bucal (3), técnico em mecânica (1) são para candidatos com nível médio/técnico. As funções para nível superior são para administrador (4), bibliotecário - documentalista (3), diretor de artes cênicas (1), engenheiro de materiais (1), farmacêutico (1), fonoaudiólogo (1), médicos das áreas de cardiologia (1), clínica médica (1), medicina do trabalho (2), ortopedia e traumatologia (1), medicina física e reabilitação (1), oceanólogo (1), odontólogo (1) e técnico em assuntos educacionais (3). 

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O segundo edital oferece vagas de revisor texto Braille (1) e técnico em restauração (1), com médio completo e especialização, enquanto o terceiro selecionará assistentes em administração (30), também com o médio completo com profissionalizante. 

Os salários descritos nos editais variam entre R$ 1.834,69 e R$ 3.868,21. As inscrições devem ser feitas no site da UFRGS até o dia 5 de setembro de 2016. O pagamento das taxas fica entre R$ 70 e R$ 120. As provas objetivas têm previsão de serem realizadas em 16 ou 23 de outubro. Candidatos a alguns cargos terão testes práticos posteriores. 

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O Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) inicia, a partir da próxima semana, uma série de eventos comemorativos pelos 40 anos do centro. Em 1974, foi criado o Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação da UFPE, considerado marco inicial do CIn.

Na próxima segunda-feira (24), será realizada a 200ª defesa de tese de doutorado do centro, dando início às comemorações. No mesmo dia, às 17h, será realizada uma solenidade no anfiteatro do Centro de Informática com a presença do diretor do CIn, André Santos, e do professor Sílvio Meira, que ministrará a palestra 40 anos de Pós no CIn – o que mudou em quase meio século?

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O CIn fica no Campus Recife da UFPE. O endereço é Avenida Professor Moraes Rego, 1235, no bairro da Cidade Universitária, na Zona Oeste da capital pernambucana.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Facilidade. Essa palavra define bem a prova de português 1 do Vestibular 2013.2 da Universidade federal de Pernambuco (UFPE), segundo o professor do BJ Colégio e Curso, Rogério Costa. O exame foi realizado na manhã deste domingo (25), para ingresso no grupo de Engenharias CTG (Recife) e no curso de engenharia civil, em Caruaru.

“A primeira questão, de caráter metalinguístico, convidava o candidato a discutir a antiga, mas pertinente, questão sobre a presença de estrangeirismos na língua. Já a segunda questão se limitou a avaliar, de forma elementar,  o conhecimento do aluno sobre vozes verbais. Provavelmente os feras devem ter se lembrado dos exercícios repetitivos dos velhos livros de gramática”, avaliou Costa. De acordo com o professor, o estrangeirismo precisou ser levado em consideração para as respostas dos “feras”.

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Segundo o educador, o estudante teve que definir a ideia de que o estrangeirismo é um fenômeno de contexto linguístico. “Ele é presente em qualquer língua, principalmente em um contexto de globalização, de imperialismo econômico e de avanços tecnológicos, e não uma ameaça à sobrevivência do idioma, visto que, em muitos casos, o uso de algumas palavras estrangeiras não passa de modismos passageiros ou de empréstimo linguístico decorrente da falta de expressão que designe uma nova ação ou objeto”, comentou o professor.

Sobre a segunda questão, Costa traçou uma relação. “O modo como as pessoas têm acesso à informação escrita foi modificado pelas invenções tecnológicas que apareceram mais recentemente”, finalizou. Além da disciplina do português 1, o vestibular teve questões de matemática, neste domingo. Nesta segunda-feira (26), segundo e último dia do processo seletivo, os estudantes têm provas de química e física.

A Comissão de Processos Seletivos e Treinamentos (Covest) divulgou, na tarde deste domingo (25), as provas e gabaritos do primeiro dia do Vestibular 2013.2 da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Confira a prova de português 1 e seu gabarito, bem como o exame de matemática e seu gabarito.

 

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O vestibular selecionará candidatos para o grupo de Engenharia CTG (Recife) e para o curso de engenharia civil, em Caruaru. Esta é a segunda etapa da seleção, que termina nesta segunda-feira (26), quando os “feras” respondem provas de física e química.

 

 

Nesta quarta-feira (3), a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou, de forma conclusiva, o projeto de lei que cria a Universidade Federal do Cariri (UFCA), sediada na cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará. De acordo com a Agência Câmara de Notícias, agora, a proposta será analisada pelo Senado.

A nova instituição de ensino será composta pelos campi já existentes de Juazeiro do Norte, Barbalha e Crato, que serão desmembrados da Universidade Federal do Ceará (UFC). Também serão criados novos campi, nos municípios de Icó e Brejo Santo. Segundo a Agência, inicialmente, serão oferecidos 27 cursos de graduação, com previsão de que 6.490 estudantes sejam atendidos.

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Com a criação da universidade, a proposta visa a contratação de 197 professores, 212 funcionários de nível superior e 318 profissionais de nível intermediário. Além disso, haverá a criação de 482 funções de direção e cargos gratificados.

Investimento

De acordo com a Agência, o Governo Federal prevê um montante de R$ 9,95 milhões para a criação dos cargos de direção e das funções gratificadas, já para este ano. No que diz respeito aos cargos efetivos que serão criados, o investimento será de maneira gradativa, a partir do provimento desses, com um valor estimado de R$ 13 milhões para 2013, R$ 19 milhões para 2014 e R$ 10 milhões para 2015.

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