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Enquanto espera pelo trem na estação, caminha pela rua ou relaxa em uma praia, você pode estar sendo vigiado por câmeras de segurança, que enviam imagens diretamente para um centro de controle policial. Lá, um programa de computador acessa o banco de dados com rostos de suspeitos de crimes e compara com as imagens das câmeras. O que parece roteiro de ficção científica, é realidade há um tempo em diferentes partes do país, onde sistemas de reconhecimento facial vêm sendo cada vez mais usados na segurança pública.

O caso mais recente foi a adesão de concessionárias do transporte público no Rio de Janeiro à tecnologia controlada pela Polícia Militar. Mais de 1.000 câmeras posicionadas em estações e vias estão agora disponíveis para o trabalho da corporação. 

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Enquanto autoridades defendem a medida como eficaz para o combate à criminalidade, especialistas em direitos humanos e segurança apontam os riscos de ampliação do racismo e da privação de liberdade.

Horrara Moreira é advogada e coordenadora da campanha Tire Meu Rosto da Sua Mira, que defende o “banimento total do uso das tecnologias digitais de reconhecimento facial na segurança pública no Brasil”. Ela diz que o primeiro problema a ser considerado é a ocorrência de prisões equivocadas.

“Há o problema da identificação, quando acontece algum erro nas informações biométricas do rosto e na comparação delas com o banco de dados. E existem os erros decorrentes dos trâmites do próprio sistema de justiça, como mandados de prisão que estão vencidos ou que já foram cumpridos”, alerta Horrara.

E se fosse possível melhorar as tecnologias disponíveis, a ponto de praticamente zerar o número de erros? Mesmo assim, Horrara afirma que não impediria um outro problema grave, a característica inerentemente racista do sistema.

“Muitas tecnologias de reconhecimento facial usam a inteligência artificial como regra de processamento matemático. Ela pode ser de deep learning ou de machine learning, em que você fornece previamente um banco de dados, para que ela aprenda a identificar os rostos de pessoas no geral. E você também precisa definir critérios de quem é homem, mulher, branco, negro, e ensinar a máquina a identificar esses padrões. Qualquer enviesamento nesse treinamento da máquina vai influenciar na taxa de precisão. E o treinamento não é transparente. Se eu dou mais informações para a máquina sobre pessoas negras, ela pode indicar que pessoas negras cometem mais crimes do que pessoas brancas”, avalia a advogada.

Thalita Lima coordena o Panóptico, projeto sobre reconhecimento facial do Centro de Estudo de Segurança e Cidadania (CESeC). Ela defende que a tecnologia não produz impacto significativo na redução da criminalidade e cita os exemplos de Salvador e do Rio de Janeiro para corroborar o argumento.

“O estado que mais utilizou reconhecimento facial no Brasil foi a Bahia, onde mais de 60 municípios já o adotaram como medida de segurança pública. Salvador é permeada por câmeras que usam essa tecnologia. E um estudo do Panóptico mostra que entre 2019 e 2022, os índices criminais de roubo a transeuntes e de atentados contra a vida não tiveram mudanças significativas”, diz Thalita. 

“Assim como no estudo sobre o Rio de Janeiro, de um projeto piloto que aconteceu em 2019 em Copacabana e no Maracanã, quando foi verificado que a criminalidade aumentou. Segurança pública envolve medidas que são muito mais estruturais do que simplesmente adotar câmeras de reconhecimento facial”, acrescenta Thalita.

A pesquisadora enfatiza que também é preciso estar alerta à ampliação da vigilância sobre a população. Em termos morais e políticos, quais os riscos à privacidade e ao direito de livre circulação nas cidades? 

“Temos a vigilância em escala ampliada em ambientes de grande circulação de pessoas, e precisamos analisar que outras camadas de direito vão ser flexibilizadas. Não apenas o de se locomover, o de mobilidade, o direito à cidade, aos espaços onde se possa circular e não ter o risco de ser abordado erroneamente, mas também é preciso resguardar o direito à privacidade e à livre expressão nesses espaços. No Brasil, tem aumentado cada vez mais o uso dessa tecnologia sem uma reflexão dos riscos e sem relatórios de impacto dela”, afirma.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com os governos do estado do Rio de Janeiro e da Bahia, citados na matéria, para que apresentassem mais dados e informações sobre o sistema de reconhecimento facial. Mas não obteve resposta até o momento.

A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (5), regime de urgência ao projeto de lei que proíbe a utilização de cerol ou produto semelhante em fios ou linhas de pipas ou papagaios. Com essa medida, a proposta pode ser colocada na pauta de votação do plenário a qualquer momento.

De autoria da ex-deputada Nilda Gondim, a iniciativa considera cerol "a mistura de pó de vidro ou material análogo (moído ou triturado) com a adição de cola de madeira ou outra substância glutinosa, passada na linha de 'pipa ou papagaio' para torná-la aguda e cortante".

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A medida tem por objetivo evitar acidentes, pois o material cortante "é capaz de provocar lesões, mutilações ou pior ainda, causar a morte".

De acordo com a medida, os mais vulneráveis são os motociclistas e os ciclistas.

O texto prevê penas de acordo ao determinado na legislação penal brasileira para os infratores.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (União), disse nesta quarta-feira (29) que pretende se reunir com a Amazon, empresa de tecnologia de Jeff Bezos, para "fechar parceria" e pedir explicações sobre o nome da empresa. "A Amazon usa o nome do Amazonas, da Amazônia. Quanto é que a gente ganha por isso? A gente tem que saber, esse é um dos questionamentos que a gente vai fazer lá", disse Wilson Lima em entrevista a jornalistas, mencionando a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, COP28, que começa nesta quinta-feira (30), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

"Seria impensável que o Estado do Amazonas , que tem a maior extensão e floresta contínua do planeta, não estivesse participando de um evento como esse", afirmou o governador em outro momento da entrevista. Wilson Lima disse ainda que vai apresentar na COP28 um programa de desmatamento líquido zero até 2030 e de venda de crédito de carbono.

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De acordo com o site da Amazon, o nome da empresa está relacionado ao Rio Amazonas. No início da criação de sites, a organização das buscas era por ordem alfabética, e Jeff Bezos procurou no dicionário uma palavra com a letra "a".

"Surgiu, em algum momento, dessa busca na letra 'a' no dicionário, numa referência ao Rio Amazonas, o maior do mundo e com imensa diversidade de fauna e flora. Bezos ligou uma coisa à outra: queria que sua livraria fosse a maior e com o portfólio mais extenso do mundo", diz o site da empresa.

A reportagem entrou em contato com o governo do Amazonas e aguarda resposta.

Bianca Andrade passou por um grande nos últimos dias após sofrer um acidente de carro com o seu filho, o pequeno Cris, de apenas dois anos de idade. Além dos dois, também estavam no veículo uma babá e o motorista.

Após o acidente, a empresária, que ainda está no hospital, usou as redes sociais para agradecer o carinho recebido e fazer um alerta importante sobre o uso da cadeirinha.

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"Passando aqui para agradecer por todo carinho que recebemos! Apesar de ter passado pelo pior momento da minha vida, me sinto grata por estarmos vivos! Não vejo a hora de voltar pra casa e viver coisas lindas com o meu bebê!".

E encerrou:

"Quero ressaltar aqui e que sirva de alerta MÁXIMO para os pais e mães que me acompanham: a cadeirinha salvou a vida do meu bebê. Não saiam jamais, em hipótese alguma, sem as suas crianças na cadeirinha".

[@#video#@]

O programa de incentivo às vendas de carros de passeio já consumiu mais de 60% dos recursos ofertados pelo governo em créditos tributários, pouco menos de duas semanas após o seu lançamento. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, desde 5 de junho até sábado foram consumidos R$ 300 milhões dos R$ 500 milhões destinados ao programa de crédito tributário para estimular esse segmento da indústria automotiva.

Se o ritmo for mantido, os recursos devem acabar nesta semana.

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Ao todo, nove montadoras aderiram ao programa, que permite a compra de carros novos com descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil.

Dos modelos chamados carros de entrada (os mais baratos do mercado), só o Fiat Mobi, em suas três versões, e o Renault Kwid terão o desconto máximo de R$ 8 mil em incentivos fiscais.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça de Sorocaba, no interior de São Paulo, mandou arquivar o inquérito aberto pela Polícia Civil contra a ex-detenta Elize Matsunaga por suposto uso de documento falso. O juiz acatou parecer do Ministério Público apresentado no último dia 13 por entender que a falsificação era de tal forma grosseira que seria impossível produzir o efeito de enganar alguém. Em liberdade condicional desde maio de 2022, Elize trabalha como motorista de aplicativo em Franca, também no interior.

Em fevereiro de 2023, Elize foi detida pela Polícia Civil de Sorocaba após uma denúncia de que ela havia adulterado um atestado de antecedentes para facilitar sua entrada em condomínios a trabalho.

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Quando morou na cidade, entre o final de 2022 e o início deste ano, Elize havia sido admitida em uma empresa de pintura que atuava em condomínios fechados. Alguns condomínios exigiam a apresentação de atestado de antecedentes por esses funcionários.

A investigação apurou que o documento de antecedentes criminais usado pela ex-detenta era de outra pessoa e que o nome dela de solteira, Elize Araújo Giacomini, havia sido sobreposto ao original. Um celular e um notebook da suspeita chegaram a ser apreendidos para perícia. Ouvida pela polícia, Elize negou o crime e atribuiu a suposta adulteração do atestado a outro funcionário da empresa.

Na época, com base na denúncia apresentada contra ela, o Ministério Público Estadual em Franca chegou a pedir que Elize voltasse à prisão, pois teria violado a sua condicional. Se o pedido fosse acatado, Elize voltaria a uma cela da Penitenciária Feminina de Tremembé, onde cumpriu a maior parte da pena. Uma decisão da Vara de Execuções Criminais negou o pedido por entender que a ex-detenta estava em dia com as obrigações relativas ao cumprimento da pena no regime aberto.

Já o MP de Sorocaba, após analisar o inquérito concluído pela polícia, considerou que se tratava do chamado crime impossível, pois a falsificação "era grosseira e não tinha condições de enganar ninguém". Segundo a promotoria criminal, ela usou uma cópia do documento original com péssima qualidade de impressão e erro grosseiro quanto à data de nascimento.

Na decisão, o juiz afirmou que, não havendo caracterização de conduta criminosa, não há que se falar em crime. Ao determinar o fim do processo, o magistrado fez uma ressalva de que a ação, que está em segredo de justiça, pode ser reaberta se surgir algum fato novo relevante.

O advogado de Elize, Luciano Santoro, disse que a decisão favorável a ela já era esperada, pois em nenhum momento houve prática de crime. Como o pedido de arquivamento partiu do MP, não deve haver recurso contra a decisão do juiz.

O crime

Elize Matsunaga foi presa em 2012, após matar com um tiro na cabeça e esquartejar o corpo do marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, dono da indústria de alimentos Yoki. O crime foi cometido no apartamento do casal, na Vila Leopoldina, em São Paulo. Partes do corpo da vítima foram espalhadas em áreas verdes da Região Metropolitana.

Presa, Elize confessou o crime. Ela foi condenada inicialmente a 19 anos e 11 meses de prisão, mas sua defesa entrou com recurso. Em 2019, a justiça reduziu a pena para 16 anos e 3 meses. Em maio de 2022, ela conseguiu a progressão para o regime aberto.

O ex-presidente Jair Bolsonaro não poderá usar nem vender as joias recebidas do governo da Arábia Saudita. A determinação foi feita pelo ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), que acatou um pedido do subprocurador-geral do órgão, Lucas Furtado.

Em decisão publicada na noite desta quinta-feira (9), Nardes determinou que o ex-presidente deve preservar “intacto, na qualidade de fiel depositário, até ulterior deliberação desta corte de contas, abstendo-se de usar, dispor ou alienar qualquer peça oriunda do acervo de joias objeto do processo em exame”.

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A emissora CNN afirmou nesta semana que Bolsonaro admitiu ter incorporado ao seu acervo pessoal uma caixa contendo um relógio de pulso, um par de abotoaduras, uma caneta, um anel e uma espécie de rosário. O ex-presidente ainda não falou publicamente sobre o caso. Além dessa caixa, existem outros itens também recebidos a título de presente do governo árabe. Trata-se de um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes. Esses seguem em posse da Receita Federal.

Relator do processo do TCU, Nardes determinou ainda investigações para verificar se a Polícia Federal e a Receita Federal atuaram de forma adequada na apuração dos fatos relatados e se esses órgãos sofreram pressão interna pela alta cúpula do governo anterior. O TCU investiga o ex-presidente por tentativa de receber ilegalmente joias com valor total estimado em cerca de três milhões de euros, equivalente a cerca de R$ 16 milhões.

“O Tribunal de Contas da União informa que, em relação ao processo que trata [...] a respeito de indícios de irregularidades afetos à tentativa de entrada no país de joias no valor total de 3 milhões de euros, adotou as medidas necessárias para o saneamento dos autos por meio de realização de diligência à Polícia Federal e à Receita Federal, assim como de oitiva dos responsáveis Jair Messias Bolsonaro e Bento Albuquerque, por meio do despacho do Relator, ministro Augusto Nardes”, informou o TCU.

Ministro Augusto Nardes

Aliado de Bolsonaro, Nardes foi escolhido para relatar o caso. O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) acionou o presidente do TCU, Bruno Dantas, para pedir a suspeição do ministro.

No fim de novembro, Nardes pediu licença do TCU por cinco dias após a divulgação de áudios de WhatsApp. Nas gravações, ele afirmou que estava “acontecendo um movimento muito forte nas casernas” e haveria um “desenlace bastante forte na Nação”, em referência às manifestações antidemocráticas nas portas de quartéis após a derrota de Bolsonaro nas urnas.

Assim que os áudios vazaram, a assessoria de Nardes divulgou uma nota na qual afirmava que o ministro repudia manifestações antidemocráticas e lamentava a interpretação do áudio dirigido a um grupo de amigos.

O Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br) preparou uma cartilha com orientações para uso seguro das redes sociais. A publicação foi disponibilizada pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), ao qual o centro está vinculado. Para acessá-la, clique aqui.

A publicação foi lançada em comemoração ao Dia da Internet Segura (7 de fevereiro), com o apoio do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e da Safernet Brasil.

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O fascículo Redes Sociais faz parte da Cartilha de Segurança para Internet do CERT.br, e está dividido em duas partes: Cuidados essenciais nas redes sociais e Cuidados com sua reputação online.

Segundo o NIC.br, a primeira parte é uma reflexão que deve ser adotada antes de se publicar um conteúdo e compartilhar de informações, apresentando algumas configurações de segurança e privacidade.

A segunda parte apresenta dicas para a proteção de um futuro profissional. Aborda questões sobre respeito à privacidade alheia e mostra exemplos de “conteúdo indevido que não deve ser ‘curtido’ ou compartilhado”.

“As redes sociais se tornaram mais do que um meio de interação e entretenimento. Ao se manifestarem nesses locais, os usuários deixam rastros digitais que ajudam a moldar sua reputação online. O que ela curte ou compartilha diz muito sobre a pessoa. Por isso, o fascículo fornece instruções sobre como evitar prejuízos e se proteger”, destaca a gerente do CERT.br, Cristine Hoepers.

Ela acrescenta que a publicação dá instruções sobre como proteger as contas em redes sociais, que são muito visadas por pessoas de má-fé. “Depois de invadi-las, eles se aproveitam da confiança entre os usuários e da velocidade com que as informações se propagam para disseminar malware [qualquer tipo de software de computador com intenção maliciosa] e aplicar golpes na rede de contatos da vítima”.

Veja algumas das orientações apresentadas no fascículo Redes Sociais da cartilha:

- Pense bem antes de postar: Nas redes sociais, as informações se propagam rapidamente e, depois que algo é divulgado, dificilmente pode ser apagado ou controlado. Lembre-se: uma vez postado, sempre postado;

- Seja seletivo ao aceitar seguidores: Quanto maior sua rede, maior a exposição de seus dados, postagens e lista de contatos. Isso aumenta o risco de abuso dessas informações. Configure sua conta como privada, quando possível, e verifique a identidade da pessoa antes de aceitá-la em sua rede;

- Proteja o acesso à sua conta: Crie senhas fortes e ative a verificação em duas etapas; ative alertas e notificações de tentativas de acesso em suas contas, redobrando a atenção com contas que dão acesso a outras; se alguma conta sua foi invadida: troque a senha e siga os procedimentos para recuperação do acesso, se necessário;

- Cuidado com aplicativos de terceiros: Apps de jogos, testes de personalidade e edição de imagens podem capturar suas informações pessoais, fotos, histórico de navegação e lista de contatos para usos diversos e abusivos. Pense bem antes de dar acessos e leia os termos de uso e privacidade;

- Ajuste as configurações de segurança e privacidade das plataformas: Elas ajudam a definir quais informações são compartilhadas sobre você e como seus dados são tratados. Configure suas redes sociais de forma que se sinta confortável, procurando o equilíbrio entre exposição, segurança e privacidade;

- Cuidado com o que curte ou compartilha: Suas interações sociais, como curtidas e compartilhamentos, dizem muito sobre você, pois demonstram seu apoio àquele conteúdo. Se o conteúdo for indevido, isso pode gerar consequências, inclusive judiciais;

- Respeite a privacidade alheia: Evite falar sobre as ações, hábitos e rotina de outras pessoas; pense como elas se sentiriam se aquilo se tornasse público. Peça também autorização antes de postar imagens em que outros apareçam ou de compartilhar postagens alheias.

Os policiais militares de Minas Gerais passarão a usar neste mês câmeras corporais acopladas às fardas. Os equipamentos foram recebidos em novembro pelo governo estadual e estarão em ações de patrulhamento da corporação em todo território mineiro ainda em dezembro.

As Câmeras Operacionais Portáteis (COP) têm o objetivo de facilitar as investigações de abordagens policiais e reduzir a letalidade da polícia durante suas ações. Além disso, segundo a PM, os equipamentos são seguros e blindados contra manipulações.

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Ainda segundo a corporação, serão cerca de quatro mil agentes que estarão nas ruas a partir dos próximos dias, portando as "body cams", coladas ao colete, que vão acompanhar em tempo integral a ação policial, facilitando a apuração de crimes, porque aquilo que o policial vê estará registrado para que possa ser utilizado em processos criminais.

As câmeras não permitem a interrupção da filmagem nem a manipulação dos vídeos. Também não é possível baixar os vídeos fora do sistema da corporação. Ou seja, trata-se de um sistema à prova de manipulação e de fraude, que vai garantir mais segurança para o agente policial e a população, já que as abordagens policiais vão estar documentadas, ajudando efetivamente na apuração de possíveis crimes, de acordo com o que foi divulgado pela corporação mineira.

Os equipamentos poderão ser usados pela polícia ou pela Justiça. As imagens poderão ser requisitadas também por outros órgãos de segurança, mas não serão franqueadas ao público porque poderiam comprometer, desta forma, as ações de segurança que são estruturadas em processos de investigação.

Conforme a PM, num primeiro momento serão usadas 1.040 câmeras e quatro mil militares usarão o equipamento em diferentes turnos, em todas as regiões de Minas; 500 policiais foram treinados para usar as câmeras e replicar o conhecimento para colegas.

Cerca de R$ 2,4 milhões foram investidos para a compra das câmeras. Do total, R$ 1,8 milhões foram gastos pelo governo estadual, enquanto o restante é proveniente de verbas do Ministério Público (MP) estadual.

São Paulo

As câmeras corporais já estão em funcionamento na Polícia Militar de São Paulo. Um estudo divulgado nesta semana colocou em xeque uma das mais polêmicas promessas do governador eleito, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O trabalho concluiu que o programa de câmeras instaladas nos policiais militares, que Tarcísio e os bolsonaristas querem rever, provocou um aumento de 24% do número de apreensões de armas e de 102% dos registros de casos de violência doméstica, além de crescimento de 78% dos casos de porte de drogas.

Ou seja, o equipamento aumentou a efetividade da PM no combate aos agressores de mulheres, além de tornar mais difícil a vida de outros criminosos. Ocorrências que costumavam ser subnotificadas passaram a ser registradas pela polícia. É como se a corporação tivesse adotado a política de tolerância zero contra o crime. Houve ainda queda do número de policiais mortos em serviço e de 57% dos casos de pessoas mortas em decorrência da ação policial.

As conclusões do estudo potencialmente esvaziam o discurso adotado na campanha eleitoral pelo governador eleito e pelo seu futuro secretário da Segurança Pública, o deputado federal reeleito e capitão Guilherme Muraro Derrite (PL) - de que as câmeras inibiriam, diminuiriam e constrangeriam os policiais durante o trabalho. A revisão do programa enfrenta resistência na cúpula das forças de segurança do Estado. (Colaborou Marcelo Godoy)

 Documentos divulgados pela Revista Piauí nesta quarta-feira (7) provam que deputados omitiram suas identidades, através de laranjas, para receber recursos do orçamento secreto. A reportagem mostra ainda que dois ofícios assinados pelo relator do orçamento, Hugo Leal (PSD-RJ), revelam omissão de informações que deveriam ser publicadas na internet. A ação contraria a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que pediu transparência no processo e que começa a julgar hoje a possível inconstitucionalidade da emenda do relator.

Nos ofícios, dos dias 8 e 25 de novembro, Hugo Leal esconde nomes de deputados que receberam cerca de R$ 51 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS) em um conjunto de 32 indicações assinadas por 20 pessoas diferentes no Sistema de Indicação Orçamentária (Sinorc). O sistema foi criado com a finalidade de dar transparência às emendas do relator.

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Protocoladas sem nomes de parlamentares, essas indicações tiveram como autores “usuários externos”, isto é, pessoas sem mandato no Congresso, mas que podem apresentar emendas. Em seguida, elas foram aprovadas pelo relator-geral. Na prática, a ação representa um expediente criado pelo Congresso para acobertar nomes de deputados e senadores que não querem assumir seus pedidos de repasses do orçamento secreto. Dessa forma, os pedidos aparecem em nome de terceiros, driblando a determinação do STF por transparência, prevista na Constituição através do princípio da publicidade da administração pública, e na Lei de Acesso à Informação.

Questionado pelo deputado Hildo Rocha (MDB-MA), o relator-geral Hugo Leal informou que todas as 32 indicações em nome de 19 pessoas eram do senador Weverton Rocha (PDT-MA). Assim, o maranhense desobedeceu à determinação do STF de assumir as indicações de emendas e seguiu apadrinhando usuários externos. Relacionar Rocha aos usuários externos é possível porque cada pedido de repasse que entra no Sindorc recebe uma numeração, um nome de autor, um valor solicitado e um beneficiário. O que fica acessível ao público é apenas o nome do usuário externo. Depois disso, o deputado ou senador pede (por meio de ofício, por exemplo) que o relator-geral toque adiante os pedidos com as numerações que os usuários externos apresentaram.

Diante da nova alta de casos de Covid-19, o governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo decidiram nesta quinta-feira (24) retomar a obrigatoriedade de máscaras em ônibus, metrôs e trens a partir do próximo sábado (26). A medida foi tomada por recomendação do comitê de especialistas que assessora o Executivo paulista na tomada de decisões sobre a pandemia.

"Nas últimas semanas o Estado de São Paulo tem apresentado aumento expressivo na transmissão do Sars-Cov-2, que se reflete principalmente nos indicadores de internações por Covid-19 em leitos de enfermaria e UTI, que nos últimos 14 dias mostram crescimento de 156% e 97,5%, respectivamente, chegando a uma média diária de mais de 400 novas internações", diz a nota do Conselho Gestor da Secretaria Estadual de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, pasta chefiada pelo infectologista David UIP.

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O governo estadual diz recomendar que a medida seja adotada em todos os municípios. Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a obrigatoriedade do uso da proteção facial em aviões e aeroportos.

Desde o início do mês, o País observa uma alta de casos alavancada por subvariantes da Ômicron, a BQ.1 e a BE.9, que aparentam ter perfil mais transmissível. Em boletim divulgado na quarta (23) a Fiocruz alertou que 15 Estados brasileiros enfrentam recrudescimento de infecções. São Paulo, Rio de Janeiro e Paraíba observam o crescimento com maior intensidade.

A elevação no número de infecções se deu em todas regiões do País e dados de exames laboratoriais por idade mostram predominância principalmente na população adulta, acima de 60 anos, conforme o boletim da fundação.

Atendimentos a casos suspeitos de covid-19 aumentaram em oito em cada dez hospitais privados de São Paulo nos últimos dias, mas a maioria dos pacientes não precisou ser internada, segundo levantamento do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp). Entre os hospitais, a maioria (39%) relatou alta de 21% a 30% nos atendimentos a pacientes com esse perfil.

Frente ao aumento de casos, profissionais da saúde já orientavam a retomada do uso de máscara em locais fechados e/ou com aglomeração, principalmente àqueles mais vulneráveis à doença, como idosos, imunossuprimidos e quem está com a vacinação incompleta. Algumas universidades do Estado voltaram a recomendar o uso da proteção facial ainda na primeira quinzena do mês. A Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por exemplo, voltaram a obrigar o uso de máscara em ambientes fechados, incluindo as salas de aulas.

Atualizar o esquema vacinal também era pedido dos especialistas. Os baixos níveis de vacinação de reforço preocupam, visto que, com o tempo, a imunidade cai e a pessoa fica menos protegida contra hospitalização e morte pela doença. Só o Estado de São Paulo acumulava 9 milhões de faltosos só para a terceira dose no início de novembro.

No dia 11, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, antecipou, em entrevista à Rádio Eldorado, que o uso de máscara em locais fechados poderia voltar a ser obrigatório no Estado, se o boletim epidemiológico demonstrasse que as internações, especialmente nas UTIs, estão aumentando progressivamente. "Nós estamos monitorando a situação e se ela se tornar mais grave, podemos voltar a decretar a obrigatoriedade das máscaras", falou.

A partir da última quarta-feira (16), o uso de máscara em ambientes fechados da Universidade de São Paulo (USP) voltou a ser obrigatório. A medida foi uma decisão da Comissão Assessora de Saúde da Reitoria e é reflexo do aumento de infecções pelo coronavírus na comunidade acadêmica.

De acordo com o comunicado, “recomenda-se a não realização de eventos festivos, confraternizações, coffee breaks ou qualquer outro evento similar que estimule os participantes a retirar a máscara para ingestão de alimentos e, consequentemente, aumente a possibilidade de transmissão do vírus”.

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Além disso, a comissão orienta que sejam utilizadas máscaras cirúrgicas ou as do tipo N95, e que os usuários da instituição lavem as mãos com frequência ou as higienizem com álcool 70%. A USP também salienta que esquema vacinal completo contra a covid-19 é obrigatório para professores, servidores e estudantes.

O uso de máscaras no transporte público voltou a ser recomendado no Grande ABC, que engloba os municípios de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, por decisão do Consórcio Intermunicipal em assembleia. A medida passa a valer a partir desta quinta-feira (17), por conta do aumento de casos de Covid-19 no Estado.

A única parte que não participou da reunião foi São Bernardo do Campo, com isso, a recomendação não se aplica à cidade. Além do transporte público, o Grupo de Trabalho Saúde do Consórcio ABC deve se reunir, na próxima semana, com o grupo técnico do governo do Estado para alinhar outras possíveis medidas com base no monitoramento epidemiológico.

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Os municípios também reforçarão sobre a importância de completar o esquema vacinal com as doses de reforço contra a Covid-19, consideradas essenciais para imunização completa contra a doença. De acordo com o último Boletim Vacinômetro da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, 84,4% dos adultos com mais de 18 anos tomaram a 3ª dose e 57,7% - considerando o público alvo, de mais de 35 anos - a 4ª.

Já o boletim epidemiológico mais recente apontou que estão ocupados 49% dos leitos de UTI destinados à doença na rede pública, e 58% de enfermaria. Hospitais privados, como o Albert Einstein e o Sírio Libanês. também notificaram aumento de internações.

Instituições de ensino, como a USP e a Unicamp, também voltaram a recomendar o uso de máscaras em locais fechados. Nesta quarta-feira, passou a valer a recomendação nas instalações do Museu do Ipiranga, localizado na zona sul da capital paulista.

O corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, determinou nesta sexta-feira, 23, a remoção de vídeos de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilhados nas redes sociais com trechos do discurso realizado por ele na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York. A retirada dos conteúdos das redes sociais deve ser realizada em até 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

O pronunciamento de Bolsonaro no encontro com os líderes mundiais foi considerado por adversários como propaganda irregular negativa por conter ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Embora não tenha citado diretamente o petista, Bolsonaro não deixou dúvidas sobre quem estava falando. Candidato à reeleição e atrás de Lula nas pesquisas de intenção de voto, ele mencionou condenações de integrantes do PT na Justiça e disse que seu governo extirpou a "corrupção sistêmica".

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O presidente tem acumulado derrotas no TSE. Somente neste mês, a Corte proibiu sua campanha de fazer propaganda com as imagens de Bolsonaro no funeral da rainha Elizabeth II, em Londres, e nas comemorações do Bicentenário da Independência, no último 7 de Setembro.

Agora, o corregedor-geral do TSE também proibiu que a coligação de apoio a Bolsonaro utilize nas peças da propaganda eleitoral quaisquer imagens captadas na ONU que reproduzam trechos do discurso do presidente. Segundo Benedito Gonçalves, as medidas são necessárias diante do risco de ferir "a isonomia entre os candidatos, especialmente por sua descontextualização direcionada à obtenção de dividendos eleitorais".

"(...) Identifiquei como maior risco à quebra de isonomia a alteração de contexto do discurso, para gerar a falsa percepção de que o vídeo demonstra apoio internacional à reeleição do atual Presidente da República", destacou o ministro. "O uso das imagens e gravações em material de campanha (...) deve ser inibido, tendo em vista o risco que representa à isonomia entre os candidatos, especialmente por sua descontextualizarão direcionada à obtenção de dividendos eleitorais."

Para Gonçalves, "há indícios robustos de condutas com potencial abusivo". A decisão foi dada em ação apresentada pela Coligação Brasil da Esperança, que apoia Lula. A campanha petista acusou Bolsonaro de ter feito uso indevido dos meios de comunicação e incorrido em práticas de abuso de poder político e econômico, além de ter desviado a finalidade institucional da ida à ONU.

"Não satisfeito em sequestrar o ato típico de representante diplomático brasileiro para fazer sua campanha, o candidato Jair Messias Bolsonaro ainda cuidou de auferir vantagem na programação dos veículos de comunicação que cobriam a pauta", argumentaram os advogados de Lula.

Além de solicitar a proibição do uso do discurso nos materiais de campanha, os aliados do PT solicitaram a remoção da íntegra do discurso do canal da TV Brasil no YouTube, sob o argumento de que o presidente fez uso da televisão estatal para se promover eleitoralmente. Gonçalves, porém, negou este último pedido por considerar que a programação não foi alterada para privilegiar Bolsonaro.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) anunciou, nesta segunda-feira (12), que o uso de máscara nas áreas internas nos campi passa a ser facultativo. No entanto, a instituição salienta que a medida não deve ser válida para pessoas com sintomas gripais, durante a utilização do transporte institucional e em espaços institucionais com atendimento em saúde (hospital, clínicas-escola e núcleos de apoio a estudantes e servidores).

Além disso, a universidade aponta para a recomendação da utilização do item para indivíduos com comorbidade e em locais fechados com grande aglomeração. A assessoria da UFPE reforça que a flexibilização do uso de máscara "pode ser reavaliada a qualquer momento de agravamento nos critérios epidemiológicos para convívio seguro, viabilizando a melhor tomada de decisão no enfrentamento de todo e qualquer desafio emergencial em saúde".

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A liberação do equipamento de proteção individual contra o Novo Coronavírus foi discutida pelo Grupo de Trabalho de enfrentamento à Covid-19 da UFPE no dia 2 de setembro e considerou a redução de casos e óbitos, "redução da proporção de positividade nos testes de covid-19; e avanço da taxa de vacinação contra a doença."

Na frente das câmeras, eles fizeram discursos contundentes contra o "fundão" eleitoral de R$ 5 bilhões, mas, longe dos holofotes, aceitaram usar o dinheiro que condenaram. Dos 167 deputados e senadores que se posicionaram contra a reserva bilionária em votação e nas redes sociais, justificando ser uma "excrescência", uma "vergonha", uma "aberração", 124 estão usando o dinheiro para financiar suas campanhas neste ano.

Os candidatos podem abrir mão de receber os recursos e utilizar apenas doações de pessoas físicas. Nesses casos, o partido pode destinar o dinheiro para outros postulantes ou, até mesmo, devolver aos cofres públicos.

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O deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), ex-líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara, o senador Rodrigo Cunha (União-AL), aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progresistas-AL), e Bia Kicis (PL-DF), da tropa de choque do Palácio do Planalto no Congresso, foram os críticos do fundão que mais pegaram dinheiro dessa verba. Vitor Hugo e Cunha têm em comum candidaturas a governos de Estado.

Conforme levantamento do Estadão, 117 deputados e sete senadores que votaram contra o fundão de R$ 5 bilhões aceitaram receber R$ 188 milhões para gastar na eleição. A lista é reforçada por estrelas de um campo e outro da política, como os deputados Carla Zambelli (PL-SP), André Janones (Avante-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Candidatos a um novo mandato na Câmara, eles recorreram a valores menos expressivos.

Na época da votação que definiu o fundão de R$ 5 bilhões, Vitor Hugo classificou a verba como "exagero". Hoje candidato ao governo de Goiás, é o parlamentar do "grupo dos contra" que mais usou o dinheiro na campanha, um total de R$ 7 milhões, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Procurado, ele não respondeu à reportagem.

Mudança

"É uma vergonha. Incompatível com a realidade do Brasil e um desrespeito aos brasileiros. Sou totalmente contra", escreveu Rodrigo Cunha no Facebook em dezembro de 2021. Não passaram nove meses para o senador mudar o discurso. Agora candidato ao governo de Alagoas, ele já aceitou receber R$ 6 milhões do "fundão vergonha". Ao Estadão, disse que "quem determina os valores repassados são os partidos" e que foi contra o aumento do valor do fundo, não o mecanismo de financiamento. Pelas regras, o senador poderia simplesmente recusar receber o valor.

André Janones também votou contra o fundão de R$ 5 bilhões. Para seus 318 mil seguidores no Twitter, disse que o valor era uma "desconexão" com a realidade do Brasil. "Não é justo, não é certo, não é moral", postou em julho do ano passado. Agora candidato à reeleição, o deputado recebeu meio milhão para bancar sua campanha. "Eu votei contra o aumento, e não pelo fim do fundo. Usei em 2016, usei em 2018, usei este ano e vou continuar usando enquanto o fundo existir", afirmou ao Estadão, ressaltando que, se não utilizasse, o valor iria para outros candidatos de seu partido.

A votação no Congresso não colocava em discussão a existência do fundão, mas o valor para a campanha deste ano. O parlamentar que foi contra e agora usa o dinheiro, na prática, concordou em ser beneficiado com a cifra que condenou.

Excrescência

Tradicionalmente, os presidentes de partido privilegiam candidatos à reeleição na divisão dos recursos. Bia Kicis, por exemplo, recebeu R$ 2 milhões do fundão para bancar sua tentativa de renovar o mandato. Foi a sexta candidata do PL que mais ganhou dinheiro dessa fonte entre todos seus colegas.

No ano passado, Bia Kicis foi contra o fundão de R$ 5 bilhões e postou vídeo para seu 1,4 milhão de seguidores no Instagram associando os recursos à corrupção: "Somos os deputados que combatem a corrupção e somos contra o fundão". Pouco mais de um ano depois, ela mudou o discurso.

"Enquanto nossos adversários dispõem de verba para concorrer, não posso entrar na disputa sem as mesmas armas", afirmou Bia agora. Além do fundão, porém, os candidatos também podem financiar suas campanhas com dinheiro próprio, doações individuais e financiamento coletivo.

Também candidato à reeleição, Eduardo Bolsonaro recebeu R$ 500 mil do fundo eleitoral. No ano passado, o filho do presidente da República classificou o fundão de R$ 5 bilhões como "excrescência" em vídeo divulgado para seus quatro milhões de seguidores no Instagram. Procurado, o deputado não justificou os motivos de agora aceitar ser beneficiado pelo valor que criticou.

Da mesma forma, Carla Zambelli votou contra e condenou o fundão de R$ 5 bilhões, segundo ela "uma aberração", "um escárnio", algo "inaceitável". No Facebook, dizia para seus 2,8 milhões de seguidores que "sempre foi contra dinheiro público em campanha". Como candidata, aceitou receber R$ 1 milhão para financiar sua reeleição. Ao Estadão, a deputada disse que fez uma enquete com seus eleitores que consentiram o uso.

O único partido que rejeitou o fundão de R$ 5 bilhões em votações no Congresso e nas redes sociais e manteve essa posição na campanha foi o Novo. A sigla, de atuação voltada a setores do empresariado, abriu mão de R$ 87,7 milhões para financiar a eleição de seus 479 candidatos a deputados federal e estadual, senador, governador e presidente. Nesse caso, como a decisão de não receber é do partido, os recursos voltam aos cofres públicos.

Dinheiro na conta

O governo federal já repassou aos partidos políticos os R$ 5 bilhões do fundão eleitoral. No total, 31 agremiações receberam os recursos. E R$ 3,3 bilhões já entraram na conta das campanhas.

Líder nas pesquisas de intenção de voto para presidente, o petista Luiz Inácio Lula da Silva recebeu R$ 85,9 milhões até agora. É o maior valor do fundão repassado a um candidato. O PT tem direito a distribuir R$ 500 milhões por ter eleito uma bancada de 54 deputados federais em 2018.

Os petistas votaram a favor do fundão de R$ 5 bilhões no ano passado, o que beneficiou a sigla com o segundo maior volume de recursos públicos. O primeiro é o União Brasil, uma junção do PSL (que elegeu Bolsonaro em 2018) com o DEM. A sigla lançou para a Presidência a senadora Soraya Thronicke (MS). A campanha dela encabeça os repasses do fundo eleitoral da legenda, com R$ 15,5 milhões. Assim como seu partido, Soraya votou a favor do fundão bilionário.

O PL de Bolsonaro tem R$ 268 milhões, dos quais apenas R$ 90 mil foram para a campanha do presidente à reeleição. A maior parte dos recursos utilizados por ele até agora saiu do Fundo Partidário, R$ 10 milhões, formado ainda por verba pública. A sigla, que ao lado do Progressistas e do Republicanos forma o Centrão, também foi a favor do fundão.

Candidata do MDB ao Planalto, a senadora Simone Tebet (MS) recebeu R$ 19,8 milhões do fundo eleitoral para sua campanha. É o maior valor destinado pelo partido a um candidato. Simone Tebet não participou da votação que aumentou o fundão, mas seu partido orientou o voto a favor. Ciro Gomes (PDT) tem R$ 16 milhões do fundão para gastar. Sua sigla também foi a favor.

Destino

O fundão foi criado em 2017 como resposta do Congresso à Operação Lava Jato, que revelou empresários pagando propina a políticos travestida de doação de campanha. As pessoas jurídicas foram proibidas de doar, e o financiamento das eleições passou a ser quase 100% público. Além de fechar a torneira da corrupção, acreditava-se que as eleições ficariam mais baratas. Desde que o fundão foi criado, porém, o Congresso já triplicou seu valor.

O dinheiro pode financiar toda a despesa de campanha, desde gráfica até gastos com marqueteiro e jatinho. A prestação de contas pode ser conferida no site do TSE.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, voltou a criticar a troca de ataques de teor religioso entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha eleitoral.

O pedetista chamou de "forma muito grave de corrupção" o que classificou de invasão da "religiosidade do povo". "Aonde se misturou política corrupta com religião deu em genocídio. Se proteja, meu irmão. Você tem o direito de adorar a Deus da forma como você deseja adorar, e o papel presidente da República é respeitar todas as formas de adorar a Deus e até proteger aqueles que não tem condições de ter fé", afirmou Ciro em entrevista ao SBT Brasil na noite desta quarta-feira (17).

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Mais cedo, o candidato usou as redes sociais para dizer que os adversários estão "se tornando iguais" por usarem o nome de Deus "em vão".

O primeiro dia oficial de campanha nesta terça-feira (16) foi marcado pela disputa entre Bolsonaro e Lula em torno de temas religiosos. Em Juiz de Fora (MG), o candidato à reeleição voltou a chamar a corrida presidencial de "luta do bem contra o mal" e também criticou o que chamou de "fechamento de igrejas" na pandemia de covid-19, reforçando a pauta religiosa da sua campanha.

Já Lula, fez o primeiro ato de campanha em São Bernardo do Campo (SP), seu berço político, onde acusou Bolsonaro de tentar manipular a boa-fé de evangélicos e afirmou que o presidente é "possuído pelo demônio". Hoje, a presidente nacional do PT voltou a colocar a religião em pauta na campanha. Em uma publicação nas redes sociais, a petista afirmou que "Bolsonaro usa Deus, Deus usa Lula!".

Se ostentar o sobrenome do marido já foi um símbolo de status, manter o nome de solteira é, hoje, uma forma de reafirmar a individualidade feminina. A mudança cultural foi captada pelos Cartórios de Registro Civil. Segundo levantamento divulgado na semana passada, houve, nos últimos 20 anos, uma redução de mais de 24% no número de mulheres que adotam o sobrenome do marido depois do casamento.

Em 2002, 59,2% das mulheres faziam essa opção. A partir daí, no entanto, os cartórios começaram a registrar uma queda paulatina. Em 2010, este porcentual já era de 52,5%. Atualmente, equivale a 45% dos matrimônios - índice ainda considerado alto. Do ponto de vista prático, trocar o sobrenome envolve grande burocracia. Historicamente, é um atestado da submissão feminina.

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"No dia a dia, às vezes não damos muita importância ao sobrenome das pessoas, mas especificamente no momento do casamento é um dos elementos mais importantes, que tem uma carga emocional grande e um simbolismo de posse bem importante", afirma o presidente da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), Gustavo Fiscarelli. "É um dado central decidir que nome assinar a partir do casamento."

Mais do que um símbolo de posse, explica a historiadora Mary Del Priore, o nome do marido pode indicar que a mulher é incapaz de gerir sua própria vida.

"Nós herdamos isso do direito romano; mais do que posse, indica a noção de incapacidade, de que a mulher era uma incapaz. Ela tem o nome do homem porque ela é como uma criança", explica a historiadora, autora de Sobreviventes e Guerreiras: Uma Breve História da Mulher no Brasil de 1500 a 2000 (Ed. Planeta). "O Concílio de Trento (1545 -1563) amarra essa ideia quando organiza a família patriarcal e dá direito de vida e morte da mulher e dos filhos ao homem."

Facultativo

Até 1977, quando o divórcio foi aprovado no País, adotar o sobrenome do marido era a regra do casamento. Após a aprovação da lei, no entanto, tornou-se facultativo. A Constituição de 1988 igualou os direitos de homens e mulheres. Finalmente, o Código Civil de 2002 permitiu que o homem adotasse o sobrenome da mulher.

A principal opção hoje (de 47% dos casais) é por manter os sobrenomes de família, um aumento de 31% desde 2002. Naquele ano, esta era a escolha para apenas 35,7% dos casais. Dados preliminares deste ano indicam que os números seguem em elevação. Nos primeiros cinco meses de 2022, foi a opção de quase 50% dos casais.

Novidade introduzida pelo Código Civil, a possibilidade de adoção do sobrenome da mulher pelo homem ainda é bem incomum no País. Em 2021, apenas 0,7% fez essa escolha no momento do casamento. A opção teve seu ápice em 2005, quando chegou a 2%. A mudança dos sobrenomes por ambos os cônjuges, opção comum em vários países da Europa, também não é muito popular no Brasil. No ano passado, foi a escolha de apenas 7,7% dos noivos - bem menos do que em 2014, quando foi a opção em 13,8% das cerimônias.

Mudança nos documentos

A escolha dos sobrenomes do futuro casal deve ser comunicada ao Cartório de Registro Civil no ato da habilitação do casamento, quando são apresentados os documentos pessoais previstos em lei. A pessoa que altera um nome deve providenciar a alteração de todos os documentos pessoais. Uma alternativa é apresentar também a certidão de casamento toda vez que tiver que mostrar um documento de identificação.

"Até alguns anos atrás, ao entrar no cartório, a primeira coisa que a mulher perguntava era: ‘Vou ter que adotar o nome do meu marido?’. Porque essa sempre foi a praxe, porque a mãe fez, a avó fez, muitos maridos exigiam", afirma Fiscarelli. "De alguns anos para cá, isso vem mudando, as mulheres entendem que têm a possibilidade de dizer não, refletindo a evolução da sociedade."

Segundo Mary Del Priore, sempre prevaleceu o conceito de "a mulher de alguém". Ao adotar o próprio nome, explica a historiadora, rompe-se com essa ideia. "Hoje, ela não precisa ser mulher de ninguém para ser mulher", conclui a historiadora.

Aos 69 anos de idade, Eliane Giardini afirma estar passando longe de uma crise existencial. Em ótima forma, a atriz revelou em entrevista à revista Veja que completará 70 anos de idade em outubro muito bem.

"É tão surreal esse número. Não me identifico com os 70, mas estou chegando a eles muito bem".

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A artista está em cartaz em São Paulo na peça Intimidade indecente. Ela sobe no palco ao lado do amigo Marcos Caruso para interpretar um casal na faixa dos 60 anos de idade, que tenta redescobrir o mundo após a separação, mas acabam reconectados devido a forte afinidade. Solteira desde o término de seu casamento de 20 com o também ator Paulo Betti, com quem tem duas filhas, ao ser questionada Eliane disse não estar procurando um pretendente.

"Não, mas permaneço atenta".

De qualquer forma, ela ressaltou que existem outras eficientes maneiras de se exercer o sexo o tempo todo.

"Vibradores, por exemplo, sabendo usar, não vai faltar bem-estar".

Foi publicada nesta terça-feira (24) no Diário Oficial da União a portaria que dispensa o uso de máscara de proteção facial nas unidades do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A portaria determina, também, que as unidades do INSS deverão ter afixados em suas instalações informativos nos quais constem “orientações sobre a higiene adequada das mãos, o cuidado coletivo da saúde e a utilização dos ambientes compartilhados”.

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Peritos

E desde ontem (23), após 52 dias de greve, os peritos do instituto voltaram ao trabalho. Nas negociações com o governo federal, os médicos peritos se comprometeram a repor os dias parados e reduzir o estoque de perícias não realizadas durante o período de greve.

Para reduzir a fila de exames periciais agendados, foi definida a realização de até 12 atendimentos diários por profissional. No entanto, de acordo com lei de 2019 os médicos que ultrapassarem essa quantidade de atendimentos vão receber R$ 61,72 por perícia extraordinária.

Os servidores terão 8 meses para compensar os dias não trabalhados de modo presencial ou remoto.

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