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Os motoristas de vans escolares de São Paulo marcaram uma paralisação para esta segunda-feira, 28, e vão fazer um ato na avenida Paulista no início da manhã. Eles também reivindicam a redução do preço dos combustíveis.

Segundo o condutor Edmilson Andrade, um dos organizadores do ato, a previsão é de que cerca de mil carros compareçam ao protesto. "Avisamos as famílias das crianças que não temos condição de trabalhar porque não temos combustível para circular o dia todo. Mas não vamos cruzar os braços, quem tiver combustível suficiente vai para o protesto e vai levar outros motoristas", diz.

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Ele afirma que cerca de 200 mil crianças devem ficar sem o transporte escolar nesta segunda.

"A reivindicação dos caminhoneiros é a nossa também. Não temos mais como sustentar esse preço. Eu tenho três carros para o transporte escolar, há um ano eu gastava R$ 1,5 mil a cada quinze dias só com combustível. Hoje, eu gasto o dobro", diz.

Ele ainda explica que, como os contratos são feitos com validade de um ano, o aumento do preço do produto não é repassado imediatamente para as famílias. "Se o preço vai subindo, somos nós que ficamos com o prejuízo. Só posso mudar o valor do contrato no ano que vem. Não tem como sustentar dessa forma, estamos pagando pra trabalhar".

Condutores de vans escolares promovem carreatas em ruas de São Paulo, nesta terça-feira (11), para cobrar pendências da Prefeitura. Dezenas de veículos partiram por volta das 6h30 da manhã da Radial Leste, na zona leste, e da Marginal do Rio Pinheiros, na zona sul. Os dois grupos transitam em velocidade reduzida, a cerca de 10km/h, e seguem em direção à região do Pacaembu durante a manhã. Eles também prometem se concentrar em outros cinco pontos da cidade e ir até a Prefeitura, no centro da capital.

"Enquanto o prefeito João Doria e o secretário de Educação Alexandre Schneider não derem o respaldo de que precisamos e conversarem conosco, vamos protestar", disse Magaly Sarteschi, uma das representantes da categoria.

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Os motoristas que prestam serviços à rede municipal de Educação cobram repasses atrasados e contestam cortes que reduziram o número de alunos transportados neste ano. Conforme nota divulgada pelos trabalhadores, as mudanças da gestão do prefeito João Doria vêm provocando a desistência de vários prestadores de serviços.

Eles tiveram as remunerações reduzidas, pois recebem conforme o número de crianças transportadas. Eles afirmam que o pagamento do último mês está atrasado, situação que vem se repetindo há alguns meses.

As escolas da rede municipal de São Paulo deram início ao ano letivo na quinta-feira (11) sem o serviço de Transporte Escolar Gratuito (TEG). Os cerca de 75 mil alunos que precisam do serviço no Município, entres eles estudantes com necessidades especiais, ficarão sem atendimento pelo menos até a semana que vem. A interrupção aconteceu por causa de atrasos e problemas na mudança do modelo de contratação dos transportadores.

Familiares reclamam que não foram comunicados da falha com o serviço, chamado Vai e Volta. "Fui pega de surpresa, descobri na quarta-feira que não teríamos o transporte", disse Dulciene Matos de Almeida, de 32 anos, mãe de Julia, de 7, que estuda no Centro de Educação Unificado (CEU) Azul da Cor do Mar, em Itaquera, zona leste. A menina, portadora de síndrome de Down, depende do transporte e não foi à aula. "Não tenho condições de levá-la. Tem de atravessar uma rodovia", disse a mãe.

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A filha do motorista Gilson Vieira, de 42 anos, estuda na mesma escola e, também com síndrome de Down, depende do TEG. "Minha mulher teve de sair mais cedo do trabalho para conseguir buscar a Ana Clara. É uma caminhada de três quilômetros", diz. "Não entendo por que a Prefeitura deixa para resolver isso só depois do começo das aulas. Ninguém avisou."

Até o ano passado, a Prefeitura contratava os veículos e distribuía a demanda de alunos. A partir deste ano, um novo modelo prevê que os transportadores se cadastrem e os pais escolham quem fará o transporte a partir de listas fixadas nas escolas.

Atraso

A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) decidiu mudar o sistema de contratação do TEG porque o serviço operava com contrato emergencial havia cerca de dez anos, mas não houve tempo suficiente para efetivar a reorganização antes do começo das aulas. O edital para credenciamento foi publicado em novembro de 2015, mas acabou suspenso pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) em 21 de janeiro. A autorização só saiu no dia 3.

A relação de credenciados, por sua vez, só foi publicada no Diário Oficial na quinta-feira passada. Os condutores ainda deveriam firmar um termo de adesão com a Diretoria Regional de Educação (DRE).

Além dos prazos, a alteração do modelo não agradou aos motoristas de vans, que chegaram a fazer uma manifestação no mês passado na frente da Prefeitura. Para a categoria, o novo modelo reduz os ganhos e as regras tendem a diminuir a demanda. Com a mudança, a remuneração passou a ser por criança. Antes, os pagamentos contabilizavam outros fatores, como quilômetro rodado.

Segundo o presidente do Sindicato de Transporte Escolar do Estado de São Paulo, Donay Neto, as alterações, "na prática", trazem muitos problemas. "Estamos falando de gente que, muitas vezes, tem dificuldade de acesso à informação, famílias que não têm a menor condição de fazer essas contratações", diz. "E a Prefeitura fica sem responsabilidade com o sistema. Se a família da criança não contratou, o transportador tem de se virar para ir atrás."

Listas

Na Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos Anne Sullivan, na zona sul, os cerca de 250 alunos dependem do TEG. Ficaram todos sem aulas. Ontem, os pais participaram de reunião para escolher os condutores a partir de uma lista. "Não tem prazo para acertar tudo", disse uma funcionária que pediu anonimato.

Na Escola José Mario Pires Azanha, em São Miguel, zona leste, as mães ficaram sem informação. "Não sabiam de nada. Eu confio na diretora da escola, acho que ela vai resolver, mas falaram para esperar", disse Ester Lopes Dias, de 30 anos, mãe de Yasmin, de 8. A menina depende do TEG porque é portadora de síndrome de Down. Como faz atendimento no contraturno em escola especial, ela precisa do veículo também para o transporte entre as duas unidades.

A Prefeitura informou que deve normalizar o serviço na próxima semana. Segundo nota do governo municipal, há escolas que já receberam a lista de condutores e estão fazendo o contato com esses profissionais. Outras, como o CEU Azul da Cor do Mar e a Escola José Mario Pires Azanha, "aguardam apresentação dos condutores". A previsão é de que 2.391 condutores atuem no transporte escolar - no ano passado, eram 2.135. Segundo a gestão, os condutores, cuja data-base é maio, terão o pagamento pelo serviço reajustado com base na inflação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de 100 condutores do transporte escolar de Sorocaba, no interior de São Paulo, fizeram uma carreata pelas ruas da cidade, nesta terça-feira (14), contra a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que modifica a regra da cadeirinha nos veículos para crianças até sete anos. A cidade tem 650 veículos cadastrados que transportam 50 mil passageiros por dia. Na prática, a resolução obriga à substituição das atuais vans por micro-ônibus.

De acordo com Willian Martins, porta-voz dos condutores, a medida resulta de uma articulação dos fabricantes desses veículos para a padronização da frota escolar.

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A carreata percorreu a região central da cidade e se dirigiu à Câmara Municipal. O movimento foi apoiado pela maioria dos vereadores. Uma moção de repúdio à resolução será colocada em votação na próxima sessão pelo presidente do Legislativo, Gervino Gonçalves (PR).

De acordo com Martins, as vans atuais não têm condições de serem adaptadas para o modelo de cadeirinha exigido pelo Contran. O veículo compatível com a exigência custa R$ 280 mil. As vans atuais têm o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e são vistoriadas a cada seis meses.

A resolução 533 do Contran, publicada em 17 de junho, obriga veículos de transporte escolar a ter cadeirinha para crianças de até 7 anos e meio. Os assentos de elevação, que utilizam cinto de segurança na altura do pescoço do passageiro, devem ser usados para crianças de 4 a 7 anos.

O Contran informou que a resolução estabelece "condições mínimas de segurança" para o transporte de crianças e que as transportadoras têm até 1º de fevereiro de 2016 para cumprirem a resolução.

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