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Um novo sequenciamento genético realizado pelo Instituto Aggeu Magalhães e disponibilizado nesta sexta-feira (15), pela Secretaria Estadual de Saúde, confirmou que de 176 amostras biológicas, 154 pacientes que testaram positivo para a Covid-19 apresentaram a variante Delta.

As coletas desses pacientes foram realizadas entre os meses de agosto e setembro deste ano. Eles são residentes dos municípios de Amaraji, Araripina, Caruaru, Cupira, Escada, Gravatá, Jataúba, Lagoa Grande, Moreno, Paudalho, Petrolina, Recife, Santa Cruz do Capibaribe, São Caetano, São Lourenço da Mata, Serra Talhada, Taquaritinga do Norte, Terra Nova, Carnaúba dos Dantas (RN), Juazeiro (BA) e São Paulo (SP).

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"Já tínhamos apresentado rodadas anteriores com a predominância da variante delta, mas o quantitativo de amostras era menor. Essa é a primeira vez que temos uma amostragem acima de 100 com a maior parte sendo da variante originária na Índia. Felizmente, não notamos um aumento de casos e uma maior procura por internação nos dois últimos meses, o que pode ser um reflexo do avanço da vacinação em nosso Estado", diz o secretário André Longo.

A capital paulista teve 629 novos casos da variante Delta da Covid-19, de acordo com dados de um estudo feito em parceria entre Prefeitura de São Paulo com os Institutos Butantan, de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP) e Adolfo Lutz, divulgados nessa quinta-feira (16). Desde julho, quando a variante foi confirmada na cidade, já foram identificados 1.921 casos. Entre as amostras em que foi possível identificar a linhagem, 91,9% são da variante Delta.

“Apesar da presença da variante na cidade, o número de casos não apresentou curva de crescimento significativo. Diante do novo cenário de predominância da variante Delta na cidade e com a população adulta elegível vacinada, o município realizará testagem de comunicantes de casos positivos de Covid-19 detectados nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para análise do perfil de transmissão do vírus”, esclareceu a prefeitura.

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De acordo com as informações os munícipes detectados com as variantes Delta e Gama passarão por um teste de antígeno para Covid-19. “O procedimento será adotado tanto para aqueles com sintomas como os assintomáticos que tiveram contato com pessoas com caso positivo. A medida é fundamental para entender o cenário atual do comportamento da Covid-19 e evitar a expansão dos casos de covid-19 na cidade de São Paulo”, disse a prefeitura.

Vacinação

Segundo os dados da prefeitura, até ontem, foram aplicadas 16.476.487 doses de vacina, sendo 10.201.105 primeiras doses, 5.903.239 segundas doses e 322.014 doses únicas. A cobertura vacinal para população acima de 18 anos está em 106,1% para primeira dose ou dose única e 67,4% para segunda dose ou dose única.

A variante delta não causa casos mais graves de Covid-19 em crianças e adolescentes em comparação com outras variantes, de acordo com os primeiros dados divulgados nesta sexta-feira (3) pelas autoridades de saúde dos Estados Unidos.

A preocupação com as consequências da variante delta entre os mais jovens tem aumentado com um número crescente de crianças hospitalizadas nas últimas semanas.

Os Centros de Prevenção de Doenças (CDC), principal agência federal americana de saúde pública, estudaram dados de pacientes internados por covid-19 em 99 condados de 14 estados, onde vive cerca de 10% da população do país.

A agência comparou o período do começo de março a meados de junho com meados de junho ao fim de julho, quando a variante delta se tornou dominante nos Estados Unidos.

Entre esses dois períodos, a taxa de hospitalização de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos se multiplicou por cinco.

Mas "a proporção de crianças e adolescentes hospitalizados por doenças graves", como aqueles internados em unidades de terapia intensiva, "foi semelhante antes e durante o período em que a delta era dominante", aponta o relatório.

Por outro lado, o estudo mostra que as vacinas protegem os adolescentes contra a variante delta.

O Estado de São Paulo registrou a primeira morte por covid-19 causada pela variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia. O óbito, divulgado na segunda-feira (30), ocorreu em Piracicaba, no interior do Estado, e se refere a uma mulher de 74 anos, com comorbidade e já vacinada com duas doses do imunizante da Coronavac.

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (31), o governador do Estado, João Doria (PSB), foi questionado sobre o assunto, mas recusou comentar. Segundo Doria, o tema será tratado na entrevista sobre o combate ao coronavírus programada para quarta-feira (1°).

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No dia 18 de agosto, em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, o governador anunciou o fim das medidas de restrição contra a covid-19 no Estado, atribuindo o feito à campanha de vacinação. De acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira, 30, pelo governo paulista, desde o início da pandemia, São Paulo registrou 4.255.324 casos e 145.558 óbitos pela doença.

A Europa poderá registrar 236.000 mortos adicionais pela pandemia de covid-19 até 1º de dezembro, indicou o diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Kluge, nesta segunda-feira, manifestando preocupação com o estancamento do ritmo de vacinação.

"Na semana passada, o número de mortos na região aumentou 11%, com uma projeção confiável que prevê 236.000 mortos na Europa até 1º de dezembro", que se somarão ao 1,3 milhão de óbitos registrados até agora no Velho Continente, declarou Kluge em entrevista coletiva.

Os países da região registraram taxas mais elevadas de infecção desde o surgimento da variante delta, mais contagiosa principalmente entre pessoas não vacinadas.

Dos 53 Estados-membros da região, 33 relataram um aumento de mais de 10% na incidência de casos em duas semanas, destacou, enquanto a taxa de vacinação se desacelerou.

Além da maior transmissibilidade da variante delta, o "relaxamento excessivo" das restrições e viagens de verão determinaram parte desse aumento.

Outro fator seria a diminuição da taxa de vacinação. "Nas últimas seis semanas", esse ritmo "caiu 14%, devido à falta de acesso às vacinas em alguns países, e a uma falta de aceitação das vacinas, em outros", destacou Kluge, que pediu que se aumente a capacidade de produção dos imunizantes e sua distribuição.

Embora cerca de 75% dos profissionais de saúde na Europa como um todo estejam vacinados, em alguns países da região este percentual é de apenas 10%, de acordo com a OMS.

Nos países europeus de baixa e média renda, apenas 6% de seus habitantes estão totalmente imunizados, alertou, lembrando que a OMS recomendou 80% de cobertura para virar a página da pandemia.

Segundo dados dessa agência, em oito meses, em torno de 850 milhões de doses foram administradas na região, que se estende até a Ásia Central.

- Grandes disparidades -

Na região, pelo menos 413,26 milhões de pessoas estão totalmente vacinadas (44,2% do total), de acordo com a contagem da AFP nesta segunda-feira.

Mundialmente, 5,239 milhões de doses foram distribuídas. Pelo menos 216,3 milhões de pessoas adoeceram de covid-19 em todo o mundo e cerca de 4,5 milhões morreram desde dezembro de 2019, de acordo com este balanço elaborado a partir de fontes oficiais.

Quanto a uma terceira dose, a OMS solicitou um prazo para permitir que os países pobres se abasteçam com vacinas.

"Uma terceira dose pode ser necessária no futuro para grupos populacionais e/ou ambientes específicos. No entanto, são necessários mais dados sobre o momento e a dosagem ideais do reforço, que podem diferir dependendo da vacina", disse um porta-voz da OMS Europa.

Para Kluge “é fundamental que a população aceite ser vacinada”, até porque as medidas de saúde pública e sociais foram flexibilizadas em vários locais.

“O ceticismo em relação às vacinas e a negação à ciência impedem a estabilização dessa crise, não ajudam a ninguém”, acrescentou.

No início do ano letivo, os Estados-membros devem desenvolver uma estratégia de vacinação para manter o ensino presencial, que é considerado vital.

Deveria ser proposta "a vacina contra covid-19 a professores e funcionários de escolas no âmbito dos planos nacionais de imunização", disseram a OMS e a Unicef Europa em um comunicado nesta segunda-feira.

Na Europa, há grandes disparidades nas restrições. Na França, por exemplo, a necessidade do passaporte de saúde foi estendida nesta segunda-feira a 1,8 milhão de trabalhadores em contato com o público, seja em restaurantes, cinemas, museus ou ferrovias. Até agora era obrigatório apenas para clientes.

Pessoas infectadas pela variante delta do novo coronavírus correm o dobro de risco de serem internadas do que as infectadas pela variante alpha, conclui um estudo britânico publicado neste sábado.

"Nossa análise mostra que, se não tivéssemos vacinação, uma epidemia ligada à variante delta implicaria uma carga mais pesada para o sistema de saúde", assinalou Anne Presanis, coautora do estudo, publicado na revista "The Lancet".

É sabido que a variante delta, identificada pela primeira vez na Índia, é de 40% a 60% mais transmissível do que a alfa. Há pouca informação sobre a sua virulência, mas dados preliminares colhidos em Escócia e Singapura sugerem um risco aumentado de hospitalização e de se desenvolver a forma grave da Covid-19.

Os autores do estudo analisaram dados de mais de 43.000 casos de Covid detectados na Inglaterra entre 29 de março e 23 de maio, quando a variante delta começou a se espalhar por aquele país. A análise bruta dos dados não mostra diferença nas internações entre os infectados pela delta (2,3%) e pela alfa (2,2%), mas se outros fatores que influenciam a gravidade da Covid (idade, etnia, situação vacinal) forem levados em conta, os pesquisadores calculam que o risco de ser hospitalizado se multiplica por 2,26 no caso da delta.

No total do período, 80% dos casos corresponderam à variante alfa, e 20%, à delta, embora a segunda ganhe espaço ao longo das semanas. Do total de infectados, 74% não haviam sido vacinados, 24% haviam recebido uma dose, e 1,8% tinha o esquema completo.

Vários estudos mostraram que as vacinas mantêm uma eficácia muito elevada na prevenção das formas graves de Covid, mesmo com a variante delta, desde que o paciente esteja totalmente vacinado.

O Brasil chegou nesta terça-feira (17) a 1.051 casos confirmados da variante Delta do novo coronavírus, apontam dados reunidos pelo Ministério da Saúde. Houve alta de 84% em relação aos 570 diagnósticos positivos para a cepa divulgados em balanço de terça-feira (10) da semana passada. Ao todo, são 41 vítimas da Delta no País, número que, por sua vez, é 13% maior do que os 36 óbitos registrados até uma semana atrás. Identificada originalmente na Índia, a cepa é mais transmissível e tem colocado especialistas em alerta.

O Estado com o maior número de mortes segue sendo o Paraná, com 19, mas outros sete Estados também já contabilizam vítimas para a cepa: Rio Grande do Sul (8), Rio de Janeiro (7), Goiás (1), Maranhão (1), Pernambuco (1), Minas Gerais (1) e Santa Catarina (1). Além do Distrito Federal, com duas vítimas.

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O Estado do Rio continua liderando no número de diagnósticos positivos para Delta, com 431. Segundo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), essa cepa já é responsável por 56,6% dos casos sequenciados geneticamente no Rio, o que pode resultar em alta de internações.

Um estudo da Fiocruz divulgado pelo Estadão/Broadcast nesta terça-feira revela que os indicadores de casos e mortes pela Covid-19 entre idosos estão subindo no Estado.

Além do Rio, casos da Delta também foram registrados em: Alagoas (2), Ceará (16), Distrito Federal (87), Espírito Santo (7), Goiás (14), Maranhão (7), Mato Grosso (12), Minas Gerais (20), Pará (3), Paraná (56), Pernambuco (7), Rio Grande do Sul (119), Santa Catarina (38), São Paulo (231) e Tocantins (1).

De acordo com o Ministério da Saúde, os dados são atualizados com base em notificações das secretarias estaduais de saúde e são dinâmicos. "Os números podem sofrer alterações após investigação feita pelas gestões locais", explicou a pasta.

O ministério reforçou ainda que o avanço da vacinação é "essencial para reduzir o caráter pandêmico" da Covid-19. Nesta terça-feira, o Brasil atingiu 117.699.389 pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a Covid-19, o equivalente a 55,58% da população total. Já aqueles com imunização completa são 51,5 milhões, o que representa 24,36% da população.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (MDB), usou o Twitter, nesta quarta-feira (11), para criticar o fato do Ministério da Saúde manter mais de 11 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 em estoque, enquanto a cidade precisou suspender a aplicação da primeira dose para o grupo de 24 anos por falta do número de imunizantes necessários para a população fluminense com a faixa etária.

"Recebemos nessa manhã só 37.962 doses. Para vacinar Grupo de 24 anos precisamos de 68 mil. Não vamos usar nosso estoque de 2ª dose. Com isso, suspenderemos a vacinação da primeira dose de amanhã. Só lembrando: Rio com mts caso de Delta e estoque do ministério é 11.2mi de doses", escreveu, lembrando do risco de propagação da variante Delta, com maior poder de contaminação do que o vírus original.

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Tentando solucionar a falta de vacinas, Paes aproveita o Twitter para questionar o governador de São Paulo, João Doria, sobre o repasse direto de vacinas do Butantan.

"@jdoriajr , não tem como mandar doses direto da coronavac para cá não? Sem intermediários, como vc está fazendo com a Prefeitura de São Paulo?", questionou.

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Pouco depois, João Doria também usou a mesma rede social para responder Paes e afirmou que o Governo Federal é incompetente. 

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A Flórida se tornou, nas últimas semanas, um dos focos da pandemia de Covid-19 nos Estados Unidos, com um forte aumento de infecções, inclusive entre crianças e adolescentes, motivo de preocupação alguns dias antes do início do ano letivo.

O estado do sudeste do país registrou na sexta-feira (6) seu recorde diário de casos desde o início da pandemia em março de 2020 (22.783), segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

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Como em outros estados do sul, como a Louisiana, a variante Delta - mais contagiosa - se espalhou rapidamente na Flórida entre a população não vacinada, que inclui muitos menores de idade.

A situação provocou a retomada do debate sobre a necessidade de proteger crianças e adolescentes antes da volta às aulas e gerou uma disputa política entre governadores republicanos e o presidente, o democrata Joe Biden.

Sara Medina está ciente do debate. Na quinta-feira, ela foi com seu filho de 12 anos, Jayden Noel, à FTX Arena em Miami, arenada do time local da NBA, para que ele fosse vacinado.

"Eu queria que meu filho fosse vacinado porque espero que ele volte para a escola em breve, e só quero ter certeza de que ficará bem", contou a mãe de 33 anos.

- Risco real –

Até recentemente, o impacto da covid-19 em menores de 18 anos, a população menos exposta às formas graves da doença, era pouco discutido. Mas isso está mudando.

Cerca de 72 mil crianças e adolescentes contraíram a doença nos Estados Unidos entre 22 e 29 de julho, um número cinco vezes maior do que no final de junho, informou a Academia Americana de Pediatria na terça-feira.

Quase 20 mil desses casos ocorreram na Flórida, de acordo com dados estaduais.

Apenas 1% dos menores infectados precisa de internação, diz Marcos Mestre, diretor do Hospital Infantil Nicklaus de Miami. Mas o contágio pode causar complicações para crianças e adolescentes com problemas de saúde, como diabetes ou excesso de peso, explica.

Essas complicações levaram a Flórida a liderar o número de hospitalizações pediátricas por covid-19 nos Estados Unidos, atualmente 143, à frente do Texas.

"É verdade que as crianças não adoecem como os adultos", lembra Mobeen H. Rathore, diretor do Departamento de Doenças Infecciosas e Imunologia Pediátrica da Universidade da Flórida. "Mas também adoecem, também são hospitalizadas, também entram na UTI e morrem de covid".

O especialista recomenda imunizar todas as crianças com mais de 12 anos de idade, enquanto os Estados Unidos não autorizam vacinas contra a covid-19 para menores dessa idade.

- Disputa pelas máscaras -

Diante da repercussão da pandemia, os CDC agora recomendam que alunos, professores e outros funcionários nas escolas usem máscaras, estejam ou não vacinados, para impedir a propagação.

Essa mensagem contrasta com a do governador da Flórida, Ron DeSantis, que assinou uma ordem executiva na semana passada para impedir que as escolas obrigassem seus alunos a usar máscaras.

O político republicano ameaçou retirar os fundos estaduais aos distritos escolares que não cumprirem sua ordem, provocando resistência de várias escolas.

Após dias de incerteza, o Departamento de Saúde da Flórida autorizou na sexta-feira as escolas a exigir o uso de máscaras em suas instalações.

Mas, na tentativa de agradar a todos, também deu permissão aos alunos para ignorarem a obrigação caso os seus pais assim desejem.

O debate transcendeu os limites da Flórida e chegou até a Casa Branca. Na terça-feira, Biden criticou DeSantis e outros governadores republicanos que se opõem às máscaras nas escolas.

"Se não vão ajudar, saiam do caminho", disse ele durante uma entrevista coletiva.

"Se mexer com os direitos na Flórida, vou ficar no caminho", respondeu DeSantis ao presidente na quarta-feira.

Alheia à disputa política, Sara Medina está contente, acima de tudo, que seu filho possa finalmente retornar a uma educação presencial após um ano "louco".

Jayden Noel concorda com sua mãe. "No ano passado, tivemos que ficar em casa o tempo todo e começava a ficar chato".

Em relação às máscaras, ele acredita que "é importante" usá-las, "para que todos fiquem seguros".

O órgão de Saúde Pública da Inglaterra afirmou, nesta sexta-feira, 6, que a taxa de infecção da variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, é semelhante entre pessoas que já foram imunizadas contra o vírus e em pessoas que não foram. "Isso pode ter implicações para a infecção das pessoas, tenham sido vacinadas ou não", declarou o órgão, segundo a Reuters.

Apesar das evidências, as autoridades pontuam que é cedo para ser taxativo e as análises vão continuar. "Mais estudos direcionados são necessários para confirmar se é esse o caso", afirmaram.

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Milhões de pessoas estavam confinadas em suas casas na China nesta segunda-feira (2), enquanto o país tenta conter o maior foco de coronavírus em meses com testes em larga escala e restrições às viagens.

A China informou nesta segunda-feira (2) 55 novos casos de coronavírus de transmissão local. O surto da variante delta, de rápida propagação, já atingiu mais de 20 cidade e mais de uma dezena de províncias.

Os governos das principais cidades, incluindo Pequim, organizaram testes para milhões de pessoas, ao mesmo tempo que isolaram áreas residenciais e colocaram em quarentena os contatos de pessoas infectadas.

A cidade de Zhuzhou (centro), na província de Hunan, ordenou nesta segunda-feira a mais de 1,2 milhão de pessoas que permaneçam em casa sob um isolamento rígido durante os próximos três dias, enquanto coloca em prática uma campanha de teste e vacinação em toda a localidade.

"A situação continua sendo sombria e complicada", afirmou o governo de Zhuzhou.

Pequim havia conseguido reduzir até agora os casos locais a praticamente zero. Mas o surto recente, vinculado a um foco em Nanjing em que nove trabalhadores do setor de limpeza de um aeroporto internacional testaram positivo em 20 de julho, provocou mais de 360 casos nas últimas duas semanas.

Em Zhangjiajie, uma cidade turística próxima de Zhuzhou, foi registrado um foco no mês passado entre os espectadores de um teatro, que depois levaram o vírus para suas casas em todo o país.

Zhangjiajie determinou o confinamento de seus 1,5 milhão de habitantes na sexta-feira.

Pequim bloqueou a entrada de turistas durante a temporada de viagens de verão (hemisfério norte, inverno no Brasil).

Após a descoberta de alguns casos entre residentes que retornaram de Zhangjiajiem, apenas "viajantes essenciais" com testes negativos serão autorizados a entrar em Pequim.

Nesta segunda-feira também foram registrados novos casos em Hainan, um popular destino turístico, assim como na província de Henan, devastada pelas inundações, informaram as autoridades de saúde do país.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou, nesta sexta-feira (30) para a crescente disseminação da variante delta da Covid-19, bem como para o fato de que em cinco das seis regiões cobertas pela entidade houve um aumento no número de casos da doença, nas últimas quatro semanas. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou durante entrevista coletiva virtual que o número de casos globais deve atingir nas próximas semanas 200 milhões, lembrando ainda que há muita subnotificação.

Tedros disse que a cepa delta do vírus já foi localizada em ao menos 132 países. Segundo ele, boa parte da alta recente nos casos está relacionada a essa variante, mais contagiosa. Mas a líder técnica da OMS na resposta à pandemia, Maria Van Kerkhove, comentou que até agora não foi visto um aumento na mortalidade da covid-19 por causa dela.

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Diretor executivo da OMS, Michael Ryan admitiu que a variante delta é um desafio, mas enfatizou que as vacinas e as medidas profiláticas, como o uso de máscaras, o distanciamento social e a lavagem de mãos, continuam a ser eficazes para conter as transmissões do vírus. Kerkhove, por sua vez, afirmou que não há registro de que a variante delta atinja especificamente as crianças, mas sim os não imunizados em geral e os que não adotam as medidas necessárias para evitar o vírus.

Tedros enviou há alguns dias uma mensagem para a Olimpíada de Tóquio e foi questionado sobre o evento, em momento de alta na mortalidade. Ryan quis responder e comentou que há um monitoramento forte em vigor da covid-19 no evento, com a adoção de medidas abrangentes.

O Brasil já registrou pelo menos 247 casos e quatro mortes pela variante Delta do novo coronavírus. Mais transmissível, essa cepa foi identificada originalmente na Índia e tem freado planos de reabertura de atividades econômicas na Europa e nos Estados Unidos. Dez Estados e o Distrito Federal já reportaram infectados pela variante, mas especialistas acreditam que o número possa ser bem mais alto, diante das dificuldades de vigilância genômica do País.

O balanço de casos é do Ministério da Saúde até quinta-feira, 29. O Rio é o Estado com mais contaminados pela cepa (99), seguido de Distrito Federal (51) e Paraná (29). Há ainda São Paulo (25), Rio Grande do Sul (14), Maranhão (7), Santa Catarina (7), Goiás (4), Ceará (4), Minas (4) e Pernambuco (3).

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Os primeiros casos da mutação foram identificados no Maranhão, em maio, na tripulação de um navio vindo do exterior. O episódio fez o governo federal enviar doses extras da vacina ao Estado e reforçar a imunização de funcionários do transporte aéreo e terrestre.

Agora, a estratégia da gestão Jair Bolsonaro tem sido enviar lotes extra de vacina aos Estados da fronteira, com o objetivo de criar uma espécie de "cordão epidemiológico" contra as variantes do vírus. Dos óbitos até agora, a maioria foi no Paraná (14), seguido de Distrito Federal (4), Rio (4) e Maranhão (1). A primeira morte com a Delta foi de uma grávida de 42, em Apucarana (PR).

O Ministério da Saúde disse, em nota, que os "respectivos contatos (dos infectados) são monitorados pelas equipes de Vigilância Epidemiológica e Centro de Informações Estratégicas em Vigilância e Saúde locais, conforme orientação do Guia Epidemiológico da covid-19".

A pasta ainda disse ter "reforçado a orientação para Estados e municípios, quanto ao sequenciamento genético, notificação imediata, rastreamento e isolamento dos casos e contatos, além de outras ações de prevenção".

Estudos mostram que a Delta é mais transmissível que as demais cepas, mas não necessariamente mais agressiva. Cientistas ressaltam que a variante se espalhou em países onde boa parte da população já está vacinada.

Isso poderia explicar o baixo número de internações e mortes. Já se sabe também que apenas a primeira dose de um imunizante pode não ser suficiente para barrar a infecção - duas injeções têm eficácia contra a nova cepa.

Balanço divulgado hoje (26) pelo Ministério da Saúde informou que o número de casos da variante Delta do novo coronavírus subiu para 169. Na atualização divulgada na sexta-feira (23), o número estava em 143. Deste total, 13 pacientes tiveram quadro grave e morreram em decorrência da covid-19.

O local com mais registros até o momento foi o Rio de Janeiro, com 88 casos mapeados. O Distrito Federal teve um salto e assumiu o segundo lugar, com 30 casos, contra seis na sexta-feira.

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Em seguida vêm São Paulo com 15, Paraná com 13, Maranhão com sete, Santa Catarina com cinco, Goiás com quatro, Rio Grande do Sul e Pernambuco com três cada e Minas Gerais com um.

O Ministério reafirmou em comunicado que orienta estados e municípios a ampliar o sequenciamento genômico (procedimento que permite encontrar as variantes do novo coronavírus entre os infectados).

Além disso, são recomendações a notificação imediata dos casos, o isolamento dos infectados e a adoção de medidas de prevenção em áreas onde foram encontrados pacientes com a variante.

A cidade de São Paulo confirmou ao menos oito casos da variante Delta, cepa mais transmissível do coronavírus, registrados até o momento. O número foi informado pelo secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, nesta terça-feira, 20.

Entre os novos casos, quatro casos foram notificados na zona leste da capital paulista, nas regiões da Mooca, Belenzinho e Aricanduva, segundo a Prefeitura. Mais dois diagnósticos foram constatados na Vila Guilherme, na zona norte. Já o outro paciente teve a amostra recolhida no Hospital Albert Einstein.

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O primeiro caso da variante Delta na cidade de São Paulo, a de um homem de 45 anos, havia sido confirmado no dia 5. A propagação dessa cepa, considerada de preocupação global, tem forçado diferentes países a adotar novas medidas restritivas.

A Rússia bateu, neste domingo (4), um novo recorde de contaminações por Covid-19 desde janeiro, enquanto a preocupação aumenta no mundo com a variante Delta, que pode levar a uma nova onda da pandemia.

A pandemia se acelerou esta semana em todas as regiões do mundo, exceto na América Latina. Na Ásia, restrições foram impostas na Indonésia, onde os hospitais estão à beira do colapso, e em Bangladesh.

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A Covid-19 já matou pelo menos 3,974 milhões de pessoas desde seu aparecimento no final de 2019, de acordo com um balanço estabelecido neste domingo pela AFP.

A Rússia, que continua a ser duramente atingida por uma nova onda provocada pela variante Delta, anunciou neste domingo que identificou 25.142 novos casos nas últimas 24 horas, um recorde desde 2 de janeiro.

O país já havia registrado esta semana recordes de mortes pelo coronavírus por cinco dias consecutivos, com 697 óbitos anunciados no sábado. O número de mortos nas últimas 24 horas foi de 663 neste domingo.

O vizinho Cazaquistão anunciou hoje 3.003 novos casos em 24 horas, um recorde para o país da Ásia Central.

Diante da progressão da variante Delta, cresce o debate na Europa sobre a vacinação dos profissionais da saúde. Na Itália, trezentos deles entraram com ações judiciais para obter o levantamento da obrigação de o pessoal médico e sanitário ser vacinado contra a Covid-19, de acordo com a imprensa.

Na França, por outro lado, uma centena de médicos pediu ao governo que tornasse obrigatória a vacinação para os funcionários de hospitais e asilos "antes do início de setembro" para "evitar uma quarta onda".

Diante de uma campanha de vacinação que perde fôlego no país, o responsável pela campanha no governo francês, Alain Fischer, alertou que quem espera "está cometendo um erro".

"Enorme pressão" em Bangladesh

Na Ásia, a Indonésia impôs no sábado confinamento parcial na capital Jacarta, na ilha de Java e em Bali, em face de uma onda sem precedentes de infecções por Covid-19.

Mesquitas, restaurantes e shopping centers foram fechados.

Milhares de soldados e policiais estão nas ruas para fazer cumprir as novas medidas, em vigor até 20 de julho, e centenas de postos de controle foram montados.

O país registrou novo recorde de casos diários - 27.913 - no sábado, e seu sistema de saúde está à beira da asfixia.

Em Bangladesh, que desde quinta-feira impôs confinamento diante de um aumento "preocupante e perigoso" do número de casos, os hospitais não conseguem mais fazer frente ao ritmo de contágios na cidade de Khulna (sudoeste), que se tornou o epicentro da nova onda.

"Estamos enfrentando uma enorme pressão em termos de admissões", admitiu Niaz Muhammad, médico-chefe do governo para a região de Khulna.

Testemunhas descreveram a morte de parentes que não puderam receber oxigênio.

Nesta cidade perto do estado indiano de Bengala Ocidental, os cemitérios não conseguem lidar com o fluxo repentino de mortes em cidades próximas, como Satkhira.

Manifestações no Brasil

No Brasil, o segundo país com mais mortes depois dos Estados Unidos (520.000), dezenas de milhares de pessoas se manifestaram no sábado contra o presidente Jair Bolsonaro, que é alvo de uma investigação preliminar, por suspeita de não ter relatado uma tentativa de corrupção na compra de vacinas.

"Bolsonaro Genocida", "Isso não é negação, é corrupção" ou "Sim às vacinas", diziam os cartazes em um protesto em São Paulo.

Nos Estados Unidos, o país mais afetado tanto em termos de número de mortes quanto de casos (605.493 mortes para 33.713.912 casos registrados), Joe Biden está aproveitando o feriado nacional, apesar das preocupações relacionadas à variante Delta, muito contagiosa.

O presidente americano convidou mil trabalhadores da saúde, funcionários expostos, soldados e seus familiares, para comemorar com ele na Casa Branca o Dia da Independência, num momento em que o país se tornou um modelo de recuperação, mesmo que a meta de uma primeira dose administrada a 70% da população adulta ainda não tenha sido atingida.

O pequeno estado americano de Vermont, na fronteira com o Canadá, tem a maior taxa de vacinação, agora com 82% dos maiores de 12 anos com pelo menos uma dose, muito à frente da média nacional de 64%.

Um estudo liderado pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, com a participação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontou que a variante Delta pode aumentar os riscos de reinfecção pelo novo coronavírus. Detectada inicialmente na Índia, a cepa já está presente em 92 países, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e, até o momento, é responsável por duas mortes no Brasil.

A pesquisa, publicada pela revista científica Cell em junho, aponta que o soro de pessoas previamente infectadas por outras variantes é menos potente contra a Delta (B.1.617). Os piores resultados foram encontrados em pacientes expostos à Gama (P.1), identificada originalmente em Manaus e dominante no Brasil, e à Beta (B.1.351), registrada pela primeira vez na África do Sul. Nestes casos, a capacidade dos anticorpos neutralizarem a Delta é 11 vezes menor.

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O estudo revela ainda que as vacinas de RNA mensageiro e vetor viral, como a Pfizer/BioNTech e a Oxford/AstraZeneca, continuam eficazes contra a infecção pela cepa. A eficácia, porém, apresenta redução; é 4,3 vezes menor para o imunizante da AstraZeneca e 2,5 vezes menor para o da Pfizer. Os pesquisadores ressaltam que os resultados são semelhantes aos verificados com as variantes Gama e Alfa (B.1.1.7), originária do Reino Unido.

A redução da eficácia é causada por uma mutação sofrida pelo vírus na proteína spike, a coroa que se liga à célula humana. Segundo os cientistas, na Delta há uma maior afinidade com os receptores celulares do que em outras linhagens que circularam no início da pandemia. Por outro lado, a afinidade da Delta é inferior à verificada em outras variantes de preocupação. Atualmente, a OMS engloba quatro cepas nesta classificação: Alfa, Beta, Gama e Delta.

"Parece provável, a partir desses resultados, que as vacinas atuais de RNA e vetor viral fornecerão proteção contra a linhagem B.1.617 (que possui três sublinhagens, incluindo a variante Delta), embora um aumento nas infecções possa ocorrer como resultado da capacidade de neutralização reduzida dos soros", afirmam os pesquisadores.

A vacina contra a Covid-19 da farmacêutica Moderna produziu resposta imunológica contra a variante delta do coronavírus em testes laboratoriais, segundo informou a companhia nesta terça-feira (29). Além desta cepa, identificada pela primeira vez na Índia e que tem preocupado governos por sua capacidade de transmissão, a pesquisa mostrou que o imunizante da Moderna foi eficaz contra outras cinco variantes.

A metodologia utilizada para a pesquisa foi a mesma de testes clínicos anteriores para conferir a eficácia da vacina da Moderna contra as cepas britânica e sul-africana, disse a farmacêutica norte-americana, que também afirmou estar buscando uma "estratégia de desenvolvimento clínico" para que sua vacina siga eficaz contra a Covid-19, à medida que novas cepas surgem.

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"Enquanto buscamos derrotar a pandemia, é fundamental que sejamos proativos à medida que o vírus evolui. Continuamos comprometidos em estudar as variantes emergentes, gerando dados e compartilhando-os assim que estiverem disponíveis", afirmou o CEO da Moderna, Stéphane Bancel, no comunicado divulgado pela empresa.

A cidade russa de São Petersburgo registrou um número recorde de mortes por covid-19 nesta segunda-feira (28), enquanto se prepara para receber uma partida das quartas de final da Eurocopa, apesar da disseminação da variante Delta do coronavírus, que causa um aumento global de infecções.

Embora os países ricos tenham começado a reduzir as infecções por meio de rápidas campanhas de vacinação, os surtos continuam a se espalhar de Bangladesh à América do Sul com a disseminação da variante Delta, que foi detectada pela primeira vez na Índia.

Essa cepa, que já é encontrada em 85 países, é a mais contagiosa de todas as variantes do coronavírus identificadas até o momento, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A sua propagação causou alarme com o campeonato europeu de futebol, que é celebrado em muitos locais do continente.

Um alto funcionário da Comissão Europeia expressou nesta segunda-feira "dúvidas" sobre a possibilidade de o Reino Unido, infectado pelo vírus, sediar as semifinais e a final da Eurocopa em Wembley, instando a Uefa a "analisar" a escolha da sede.

O Reino Unido está lutando contra um aumento acentuado da variante Delta, que causa uma taxa de infecção quatro vezes maior que a da União Europeia.

Mas o governo rejeitou qualquer sugestão de que as partidas finais sejam disputadas em outro lugar.

Margaritis Schinas, vice-presidente da Comissão Europeia, disse que não via sentido na disputa das semifinais, em 6 e 7 de julho, e da final da Eurocopa, marcada para 11 de julho, em Londres para um grande público.

Apesar das preocupações, o novo ministro da Saúde britânico disse que o governo pretendia suspender todas as restrições ao vírus na Inglaterra em 19 de julho, conforme planejado.

"Nenhuma data que escolhemos traz risco zero para covid. Porque sabemos que não podemos simplesmente eliminá-la, temos que aprender a conviver com ela", disse Sajid Javid no Parlamento.

"Também sabemos que as pessoas e as empresas precisam de segurança, por isso quero que cada passo seja irreversível. As restrições à nossa liberdade devem acabar."

O Reino Unido foi um dos países mais afetados pela pandemia, registrando cerca de 128.000 mortes.

- Preocupação pelos Jogos Olímpicos -

Em Moscou, o epicentro do surto russo, as empresas foram obrigadas a enviar alguns de seus trabalhadores não vacinados para casa e o prefeito pediu aos moradores que se vacinassem.

A Rússia está experimentando uma explosão de novos casos relacionados à variante Delta, e Moscou e São Petersburgo registraram recordes de mortes nesta segunda-feira.

São Petersburgo sediou seis jogos da Eurocopa apesar do aumento de casos, mas os organizadores do torneio na Rússia disseram que a partida das quartas de final de sexta-feira "ocorrerá como planejado".

O número de espectadores foi limitado à metade, mas o evento continua atraindo mais de 26.000 pessoas.

Outro grande evento foi interrompido, com a transferência da Copa do Mundo de Críquete Twenty20 da Índia para os Emirados Árabes Unidos devido à pandemia.

E o presidente do comitê olímpico japonês, Yasuhiro Yamashita, alertou nesta segunda-feira que "não há como" garantir que não haja casos do vírus entre os atletas presentes nos Jogos de Tóquio, depois que dois integrantes da equipe de Uganda testaram positivo na semana após a chegada.

- "Como pagamos o aluguel?" -

Com o aumento dos casos de uma pandemia que já matou mais de 3,9 milhões de pessoas em todo o mundo, as autoridades estão correndo para vacinar suas populações.

O vírus continua a se espalhar por toda a região da Ásia-Pacífico, com milhares de pessoas em confinamento na capital de Bangladesh antes de uma nova paralisação generalizada.

O país do sul da Ásia está fechando em etapas até quinta-feira, uma decisão que provocou a saída de dezenas de milhares de trabalhadores migrantes das cidades.

"Não tivemos escolha a não ser partir (da capital, Daca)", disse Fatema Begum, 60, à AFP enquanto esperava por uma balsa.

"No confinamento não há trabalho. E se não trabalharmos, como vamos pagar o aluguel?"

A Tailândia também impôs restrições a restaurantes, construções e reuniões na capital Bangkok e seus arredores desde segunda-feira, devido a um aumento nas infecções.

- A batalha ainda não foi vencida -

Nos Estados Unidos, os dados mostraram que, após um rápido declínio em dois meses, a taxa de infecções se estabilizou desde meados de junho devido a picos localizados em regiões com menores taxas de vacinação do país.

No entanto, a situação melhorou dramaticamente em algumas localidades que foram epicentros da pandemia, graças às rápidas campanhas de vacinação.

Toda a Itália se tornou uma nação livre de máscara e de "baixo risco" nesta segunda-feira, uma mudança drástica desde o início do ano passado, quando foi um símbolo global da crise do coronavírus.

No entanto, o ministro da Saúde, Roberto Speranza, apelou aos italianos para permanecerem vigilantes. "A batalha ainda não foi vencida", disse ele.

A Rússia anunciou, nesta segunda-feira (28), novas restrições para conter o avanço do coronavírus, que provocou recordes de mortes nas duas maiores cidades do país, muito afetadas pela variante Delta, que está em propagação pelo mundo e é responsável pela suspensão na abertura de atividades em países impacientes por retornar à normalidade.

Moscou, que registrou 124 mortes nas últimas 24 horas, e São Petersburgo, com 110, superaram nesta segunda os recordes diários de óbitos por Covid que haviam contabilizado durante o fim de semana (114 e 107, respectivamente).

Impactada pela chegada da variante Delta, a Rússia sofre com a aceleração da pandemia há algumas semanas. Com quase 134.000 mortes e mais de 5,4 milhões de casos, segundo o balanço oficial, é o país europeu mais afetado pela pandemia. A agência de estatísticas Rosstat contabiliza 270.000 vítimas fatais até o fim de abril.

A capital é o epicentro da nova onda: 2.000 pessoas em média são hospitalizadas diariamente por Covid-19 e quase 75% dos leitos disponíveis já estão ocupados, afirmou o prefeito Serguei Sobianin.

Tudo isso acontece apesar da aplicação progressiva de medidas restritivas, como o retorno ao teletrabalho de parte da população, a vacinação obrigatória para trabalhadores do setor de serviços e a criação de um certificado de saúde para entrar em restaurantes a partir desta segunda-feira.

Mas um confinamento geral, como o que foi aplicado no início de 2020, não é contemplado atualmente nesta cidade de 12 milhões de habitantes.

A onda de contágios na Rússia coincide com a celebração da Eurocopa, que tem São Petersburgo como uma de suas sedes. Na sexta-feira, uma partida das quartas de final do torneio será disputada na cidade, como estava previsto, segundo a organização do torneio.

Novas estratégias

A variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, é mais contagiosa e está presente em pelo menos 85 países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o que provoca temores de novas ondas pandêmicas, apesar das campanhas de vacinação.

A variante obrigou alguns países a revisar suas estratégias, com medidas reforçadas ou o adiamento da suspensão das restrições.

Na África do Sul, o presidente Cyril Ramaphosa anunciou no domingo novas medidas no país, o mais afetado da África, que registra 1,9 milhão de casos e 59.500 mortes.

"Enfrentamos uma onda devastadora e tudo indica que será pior que as anteriores", alertou o presidente, ao anunciar a proibição de todas as reuniões, tanto em locais fechados como ao ar livre, com exceção de enterros, que terão um limite de 50 participantes.

A venda de bebidas alcoólicas também foi proibida, o toque de recolher foi ampliado em uma hora e as escolas permanecerão fechadas até sexta-feira.

Na Austrália, que tem cinco milhões de pessoas confinadas em Sydney, as restrições também foram reforçadas em cidades como Darwin, Brisbane ou Perth.

Bangladesh interrompeu praticamente todos os transportes públicos antes de impor um confinamento rígido a partir de quinta-feira. Apenas os serviços essenciais e as fábricas que trabalham para a exportação estão autorizadas a prosseguir com as atividades.

 Itália, país de "baixo risco"

No outro lado da moeda, a Itália suspendeu nesta segunda-feira a obrigatoriedade o uso de máscara ao ar livre, um marco para o país que foi o primeiro na Europa a sofrer uma onda de contágios de Covid-19, no primeiro trimestre de 2020.

O ministério da Saúde classificou pela primeira vez as 20 regiões da península como "brancas", ou seja, de baixo risco. O toque de recolher chega ao fim nesta segunda-feira à noite em Vale de Aosta, última região italiana que prosseguia com a medida.

"Mas a batalha não foi vencida", admitiu na sexta-feira o ministro italiano da Saúde, Roberto Speranza, em uma referência às variantes mais contagiosas do vírus, em particular a Delta. A Itália acumula mais de 4,25 milhões de contágios e 127.418 mortes.

A pandemia provocou mais de 3,92 milhões de mortes no mundo desde dezembro de 2019, de acordo com um balanço da AFP com base nos dados oficiais divulgados pelos países.

Estados Unidos seguem como o país com o maior número de mortes (603.967) e contágios (33.625.039), mas nas últimas 24 horas as nações com mais óbitos foram Índia (979), Brasil (739) e Colômbia (664).

O país com a maior taxa de mortalidade é o Peru, com 582 falecimentos para cada 100.000 habitantes.

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