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Duas feministas do grupo Femen protestaram brevemente, nesta terça-feira (12) à noite, com os seios à mostra, na Praça de São Pedro, enquanto os 115 cardeais eleitores se encontravam na Capela Sistina para eleger o novo Papa.

As jovens escreveram em seus corpos "Pope no more" (Papa nunca mais) e "Paedophilia no more" (Pedofilia nunca mais). Elas andaram em direção às barreiras metálicas de proteção antes de serem detidas pela polícia, que as encaminhou para uma delegacia nas imediações.

As duas mulheres, que dizem pertencer ao movimento feminista Femen, também acenderam um sinalizador de fumaça rosa, em referência à fumaça branca que deve sair da chaminé da Capela Sistina para anunciar a escolha de um novo Papa.

As integrantes do Femen ficaram conhecidas em 2010 por suas ações de "topless" na Rússia, na Ucrânia e em Londres. Em setembro, elas instalaram em Paris "o primeiro centro de treinamento" do "novo feminismo". Essas feministas lutam também pela democracia e contra a corrupção.

A chaminé da Capela Sistina expeliu uma fumaça preta ao término da primeira votação destinada à escolha de um novo papa. Isso significa que nenhum dos 115 cardeais presentes conseguiu os dois terços dos votos necessários para ser o próximo líder da Igreja Católica.

A fumaça preta começou a sair pela chaminé da Capela Sistina pouco depois das 19h40 locais (15h40 em Brasília). A votação encerrada há pouco foi a única desta terça-feira. Os cardeais católicos voltarão a se reunir amanhã pela manhã.

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Sopa e legumes cozidos: durante o conclave, que começou nesta terça-feira, os 115 cardeais eleitores deverão se contentar com um menu simples, possivelmente pensado para acelerar a escolha do novo Papa.

As religiosas que cozinham em Santa Marta, onde ficarão alojados os príncipes da Igreja incomunicáveis durante todo o conclave, "já estão prontas para preparar as refeições à base de sopa, espaguete, bruschettas e legumes cozidos", revelou o jornal Corriere della Sera.

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Com certeza não será pão seco e água o oferecido aos cardeais, como na Idade Média, mas "esses pratos são considerados, de forma unânime pelos cardeais, como refeições a serem esquecidas, em comparação com o que é servido nos restaurantes romanos", acrescentou o jornal.

"Pode ser que esta dieta, digna de um hospital, acelere a escolha do sucessor de Pedro", considerou o jornal.

Felizmente, os cardeais que têm reputação de apreciar a boa comida puderam aproveitar a gastronomia italiana nos últimos dias em Roma.

"Faça-me uma boa massa à carbonara, porque depois do terceiro dia do conclave, se não elegermos o Papa, eles vão nos colocar a pão e água", brincou o cardeal canadense Thomas Christopher Collins ao entrar em um restaurante perto do Vaticano, o Venerina, dois dias antes do início da eleição papal.

O cardeal francês Jean-Louis Tauran, que anunciará ao mundo o nome do novo chefe da Igreja, também marcou presença nesse restaurante. "Ele adora carne e, especialmente, as pizzas", disse o proprietário.

As portas da Capela Sistina foram fechadas nesta terça-feira (12) com solenidade para dar início ao conclave no qual 115 cardeais estão convocados a eleger o próximo Papa.

Os cardeais com direito a voto (por terem menos de 80 anos) juraram guardar silêncio sobre as deliberações que serão feitas até eleger o sucessor de Bento XVI, sob os afrescos de Michelangelo.

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O ritual de conclave começou pela manhã na Basílica de São Pedro com uma missa na qual foi feito um chamado à "unidade" dos católicos num momento crucial para a Igreja.

Milhares de fiéis provenientes dos cinco continentes assistiram à solene missa "Pro Eligendo Pontifice" na Basílica de São Pedro, presidida pelo decano do colégio cardinalício, Angelo Sodano.

O próximo Papa deverá enfrentar importantes desafios, começando pela situação inédita de viver a poucos metros do agora Papa Emérito Bento XVI, que renunciou por falta de forças.

Os 115 cardeais católicos que elegerão o próximo papa concluíram há pouco o juramento solene de silêncio e estão agora fechados na Capela Sistina para o conclave que determinará o sucessor de Bento XVI.

As pesadas portas da Capela Sistina foram fechadas pelo monsenhor Guido Marini, mestre de cerimônias litúrgicas, depois de dizer em voz alta "Extra omnes", a ordem em latim para que só permaneçam ali aqueles que participarão do conclave.

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Apenas uma votação está prevista para hoje. Caso um papa seja eleito logo na primeira votação, a chaminé da Capela Sistina expelirá uma fumaça branca. Se nenhum cardeal receber dois terços dos votos dos presentes, a chaminé expelirá uma fumaça preta e os prelados voltarão a se reunir amanhã pela manhã. As informações são da Associated Press.

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O Conclave que escolherá o novo Papa começou nesta terça-feira (12), no Vaticano. Os 115 cardeais iniciaram as atividades do dia com uma missa na Basílica de São Pedro, onde milhares de fiéis aguardaram a cerimônia presidida pelo decano do colégio cardinalício Angelo Sodano.

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A missa foi exibida ao vivo pela TV e reuniu autoridades, diplomatas e turistas dos cinco continentes. Depois de uma oração na Capela Paulina, os cardeais seguiram para a Capela Sistina, onde iniciaram a votação do novo Papa.

O cardeal italiano Angelo Scola era considerado favorito nesta terça-feira nas casas de apostas para ser eleito Papa no conclave do Vaticano, à frente de Peter Turkson, de Gana, e do brasileiro Odilo Scherer.

As casas de apostas também aceitam apostas sobre o futuro nome que será adotado pelo novo pontífice. Os favoritos são Leão, Pedro e Gregório.

As casas de apostas britânica William Hill e irlandesa Paddy Power anunciaram que Scola lidera as especulações.

De acordo com William Hill, o segundo favorito para ser o sucessor de Bento XVI era Peter Turkson, de Gana, seguido por Scherer. Para a Paddy Power, Scherer é o segundo e Turkson o terceiro.

No que diz respeito ao nome do futuro papa, Leão é o favorito, à frente de Pedro e Gregório.

Diante da expectativa para saber quem será o próximo Papa, alguns recordarão o artigo 2413 do catecismo da Igreja Católica, segundo o qual os jogos de azar "não são em si mesmos contrários à justiça", mas "são moralmente inaceitáveis quando privam a pessoa do que lhe é necessário para atender as suas necessidades".

Os cardeais celebraram nesta terça-feira (12) a última missa antes de se isolarem no interior da Capela Sistina para o conclave que vai eleger o próximo papa, buscando superar suas divisões e chegar a um consenso sobre um único nome, que vai liderar 1,2 bilhões de católicos.

Enquanto o canto gregoriano preenchia a Basílica de São Pedro, os 115 cardeais que participação do conclave assistiam à missa rezada pelo cardeal decano Angelo Sodano, um dos homens mais influentes da igreja.

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Sodano, que como decano do Colégio de Cardeais tem liderado seus pares em conversações secretas que levarão ao conclave, foi o sacerdote responsável pela cerimônia cuidadosamente coreografada para desmentir as discórdias no interior da igreja, que vieram à tona após a renúncia de Bento XVI.

Nas últimas semanas, os cardeais vindos de todo o mundo para o conclave exibiram publicamente suas queixas sobre o governo da cúria romana, o órgão administrativo do Vaticano, assumindo uma posição contrária aos colegas que são antigos integrantes do Vaticano.

Sodano, poderoso cardeal que governou a cúria durante o papado de João Paulo II, marcou sua homilia com citações do apóstolo Paulo, convidando a igreja a "fazer todos os esforços para manter a unidade".

"Cada um de nós é convidado a cooperar com o sucessor de Pedro, a fundação visível de uma unidade eclesiástica", declarou Sodano.

Perante ele, os cardeais em suas vestes vermelhas e sentados de forma alinhada, quebraram o silêncio apenas para aplaudir Bento XVI que, embora ausente, foi descrito por Sodano como "amado e venerado".

Sodano não é considerado um candidato ao papado.

Na praça do lado de fora da Basílica, centenas de pessoas se reuniam ao redor de telões, que transmitiam a missa. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Com uma convocação de "unidade" aos católicos aconteceu nesta terça-feira o primeiro ritual do histórico conclave para eleger o sucessor de Bento XVI, o papa que renunciou em um momento crucial para a Igreja Católica.

Milhares de fiéis dos cinco continentes acompanharam a missa solene "Pro Eligendo Pontifice" na basílica de São Pedro, presidida pelo decano do colégio cardinalício Angelo Sodano, na presencia dos 115 cardeais eleitores que escolherão o 266º Sumo Pontífice.

Em sua homilia, Sodano incentivou os cardeais a "colaborar para edificar a unidade da Igreja" e a "cooperar com o sucessor de Pedro".

"Todos nós temos que colaborar para edificar a unidade da Igreja", afirmou durante a homilia.

"Estamos convocados a cooperar com o Sucessor de Pedro, fundamento visível de tal unidade eclesiástica", afirmou o influente cardeal em seu discurso, tal como correspondeu, há oito anos, ao então cardeal Joseph Ratzinger, antes de virar Bento XVI.

"Eu os exorto a se comportarem de maneira digna, com toda humildade, mansidão e paciência, suportando-se reciprocamente com amor, tentando conservar a unidade do espírito por meio do vínculo da paz", disse Sodano, em referência à carta do apóstolo Paulo aos Efésios.

"Queremos agradecer ao Pai que está nos Céus pela amorosa assistência que sempre reserva a sua Santa Igreja e, em particular, pelo luminoso pontificado que nos concedeu com a vida e as obras do 265º sucessor de Pedro, o amado e venerado pontífice Bento XVI, ao qual neste momento renovamos toda nossa gratidão", afirmou o cardeal.

"Queremos implorar ao Senhor que, através da solicitude pastoral dos pais cardeais, queira em breve conceder outro Bom Pastor a sua Santa Igreja", completou.

A menção do influente cardeal, que não participará no conclave por ter completado 80 anos, ao agora emérito Bento XVI, após a inesperada renúncia praticamente sem precedentes, gerou uma grande ovação entre os presentes.

Os cardeais entraram em procissão, vestidos com os paramentos vermelhos e mitras, no majestoso templo especialmente iluminado para a ocasião, entoando cantos gregorianos.

A cerimônia foi acompanhada por fiéis e turistas na Praça de São Pedro em quatro telões gigantes e exibida pela televisão a vários países.

A missa inaugura o ritual de um conclave estritamente pautado, mas sem nenhum favorito claro.

Vários nomes são citados, todos eles conservadores, como o italiano Angelo Scola e o brasileiro Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, considerado o candidato da cúria e que pode ser o primeiro papa nascido na América Latina.

Os cardeais seguiram no início da manhã para a Casa de Santa Marta, a residência dentro do Vaticano na qual ficarão totalmente isolados do resto do mundo antes do conclave.

Alguns deles se despediram dos seguidores na rede social Twitter.

"Último tuíte antes do conclave: que nosso Pai ouça e responda com amor e misericórdia a todas as orações e sacrifício para um resultado frutífero. Deus nos abençoe!", escreveu o cardeal sul-africano Wilfried Napier.

Durante a tarde, às 16H15, os cardeais se reunirão para uma oração e depois devem seguir para a Capela Sistina, onde entoarão o hino "Veni Creator Spiritus", que invoca o Espírito Santo para que guie a decisão.

A clausura total começará após o grito de "Extra omnes" (Todos fora!), momento em que as pessoas alheias ao conclave deixarão o local e as portas da capela serão fechadas, deixando apenas os cardeais.

Os religiosos prestam juramento de silêncio sobre tudo o que será falado durante o conclave.

A partir deste momento, a única indicação que o resto do mundo terá sobre o que acontece no conclave será a fumaça que sairá da chaminé situada à direita da Basílica de São Pedro.

Os cardeais votarão quatro vezes por dia a partir de quarta-feira, mas podem decidir organizar uma primeira votação na tarde desta terça-feira, como aconteceu no último conclave, há quase oito anos.

Neste caso, a fumaça será negra. Mas quando um candidato alcançar os 77 votos necessários para ser eleito e aceitar assumir a responsabilidade, a fumaça será branca e estará acompanhada pelo som dos sinos de São Pedro, seguido pelo restante das igrejas de Roma.

O novo pontífice escolherá então o nome com o qual deseja governar e vestirá pela primeira vez a sotaina branca para ser apresentado a Roma e ao mundo. Ele pronunciará sua primeira mensagem "urbi et orbi" na sacada do Palácio Apostólico.

Oito anos após os cardeais do mundo inteiro terem se fechado na Capela Sistina para escolher um novo papa que pudesse continuar a tendência tradicionalista de seu antecessor, a escolha para suceder o Papa Bento XVI não parece clara. Os 115 cardeais que começarão a votar nesta terça-feira o farão com uma corrente de prioridades, considerações geográficas e posições doutrinárias em suas mentes. Ao escolher o novo papa, esses cardeais estarão em busca de um candidato que possa se mostrar sensível aos muçulmanos, que tenha habilidade de comunicação, e capacidade para governar pelos interesses do catolicismo na Europa e América do Norte.

A pergunta que predomina é como a igreja governa, particularmente a Cúria romana, assuntos importantes da agenda após meses de turbulências, incluindo o vazamento embaraçoso do escândalo que expôs o desperdício e as lutas internas dentro do Vaticano.

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"Existe um divisor entre os cardeais que trabalham fora de Roma e os que trabalham na Cúria", revelou na segunda-feira o reverendo Thomas Reese, analista de assuntos católicos. "É preciso haver uma administração geral da Igreja para colocar as coisas em ordem", reiterou o cardeal aposentado Edward Egan, em entrevista recente. Ele salientou que durante os últimos 50 anos, a organização central do Vaticano se ampliou muito, ficou ineficiente e perdeu o foco sobre o que acontecia nas paróquias locais.

Os desafios enfrentados pelos 1,2 bilhão de membros da Igreja, entretanto, estão bem além de Roma. Durante os últimos 50 anos, nove papas negligenciaram a evolução da igreja além da segura posição na Europa e América do Norte para aumentar sua representação na África e na América Latina.

Analistas, incluindo o padre Reese, disseram que isso levou ao estabelecimento de vários grupos entre os cardeais que nem sempre ficaram apenas entre as fronteiras geográficas. Cardeais da América Latina, por exemplo, estão unidos em torno do sentimento de que são mal representados em Roma, mas continuam discordando de muitos outros assuntos. Os 11 cardeais da América do Norte, por outro lado, formam um grupo relativamente coeso, enquanto os 28 italianos estão divididos entre facções. As informações são da Dow Jones.

Os cardeais foram incentivados nesta terça-feira a "colaborar para edificar a unidade da Igreja" e a "cooperar com o sucessor de Pedro" durante a missa solene celebrada na basílica de São Pedro antes do conclave para a eleição do sucessor de Bento XVI.

A convocação foi feita pelo cardeal Angelo Sodano, decano do Colégio Cardinalício, durante a missa "Pro Eligendo Pontifice", durante a qual ele recordou "o luminoso pontificado" de Bento XVI, o que gerou muitos aplausos na basílica.

"Todos nós temos que colaborar para edificar a unidade da Igreja", afirmou durante a homilia.

"Estamos convocados a cooperar com o Sucessor de Pedro, fundamento visível de tal unidade eclesiástica", afirmou o influente cardeal em seu discurso, tal como correspondeu, há oito anos, ao então cardeal Joseph Ratzinger, antes de virar Bento XVI.

"Eu os exorto a comportar-se de maneira digna, com toda humildade, mansidão e paciência, suportando-se reciprocamente com amor, tentando conservar a unidade do espírito por meio do vínculo da paz", disse Sodano, em referência à carta do apóstolo Paulo aos Efésios.

"Queremos agradecer ao Pai que está nos Céus a amorosa assistência que sempre reserva a sua Santa Igreja e, em particular, pelo luminoso pontificado que nos concedeu com a vida e as obras do 265º sucessor de Pedro, o amado e venerado pontífice Bento XVI, ao qual neste momento renovamos toda nossa gratidão", afirmou o cardeal.

"Queremos implorar ao Senhor que, através da solicitude pastoral dos pais cardeais, queira em breve conceder outro Bom Pastor a sua Santa Igreja", completou.

A missa é o primeiro ato de uma eleição que está sendo acompanhada por vários meios de comunicado diretamente da basílica.

Todos os cardeais presentes em Roma, eleitores ou não, participam na cerimônia, uma das mais intensas dos últimos anos.

O Vaticano negou-se a credenciar para o conclave o jornalista italiano Gianluigi Nuzzi, autor de um livro sobre as intrigas e os antagonismos do caso Vatileaks, indicou Nuzzi em sua conta no Twitter.

"Uma decisão marcada pela escuridão, muito longe da transparência e da liberdade de imprensa", denunciou em sua mensagem o autor de "Sua Santitá" ("Sua Santidade").

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O livro, escrito a partir de dezenas de faxes e cartas ultrassecretas dirigidas ao papa Bento XVI, contribuiu para alimentar o escândalo Vatileaks, que levou à condenação por roubo do mordomo do Papa, Paolo Gabriele.

Nuzzi pediu seu credenciamento on-line na semana passada na internet para cobrir o conclave que elegerá o sucessor de Bento XVI para a rede de televisão privada italiana La7. Mas nesta segunda-feira recebeu uma resposta negativa, sem especificar os motivos.

Um documentário realizado pelo jornalista, chamado de "La scelta del papa" ("A escolha do papa"), será transmitido pela televisão no dia 23 de março.

Em dezembro, Bento XVI indultou o mordomo, que foi libertado após 117 dias de prisão.

O pontífice renunciou ao seu cargo no dia 28 de fevereiro, alegando falta de forças para seguir à frente da Igreja católica.

Cerca de 5.600 jornalistas estão credenciados para cobrir o conclave, que começará na terça-feira à tarde na Capela Sistina.

Os cardeais se reuniram nesta segunda-feira pela última vez antes de se isolarem, amanhã, na Capela Sistina, para iniciar o conclave que elegerá o sucessor de Bento XVI, em meio aos rumores e prognósticos sobre quem será o próximo Papa. Nesta última "congregação geral", os cardeais abordaram o delicado tema das finanças do Vaticano, indicou o porta-voz da Santa Sé, o padre Federico Lombardi.

O carmelengo Tarcisio Bertone (encarregado de dirigir a Igreja até a eleição do novo Papa) apresentou um breve relatório sobre o banco do Vaticano - o Instituto para as Obras Religiosas, IOR - e sobre sua integração no sistema internacional Moneyval de luta contra a lavagem de dinheiro, explicou o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi.

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O IOR, com um patrimônio estimado em 5 bilhões de euros, se comprometeu a cumprir as normas europeias de luta contra a lavagem, embora sem obter até agora a autorização da comissão europeia de supervisão. Mas estas questões não representarão "o principal critério para eleger o Papa", disse Lombardi.

De fato, o pontífice que surgir do conclave assumirá as rédeas de uma igreja com problemas urgentes, como a secularização crescente do Ocidente e os escândalos de corrupção ou de acobertamento de abusos sexuais de menores.

Embora não existam favoritos claros, alguns nomes ganharam força nas últimas horas para ocupar o trono de Pedro, entre eles o do cardeal brasileiro Odilo Scherer, de 63 anos, que no domingo celebrou uma missa muito midiática na pequena igreja romana de Santo André do Quirinal.

Também estão na boca de vaticanistas e especialistas os nomes do italiano Angelo Scola, arcebispo de Milão, de 72 anos, o do americano Timothy Dollan, arcebispo de Nova York, ou do canadense Marc Ouellet, ex-arcebispo de Quebec, de 67 anos, um grande conhecedor da América Latina.

Seja quem for, o eleito deverá ser ao mesmo tempo um administrador, um poliglota, um homem carismático e um pastor, também capaz de responder às acusações de corrupção da cúria (o governo da igreja) após os escândalos do Vatileaks, de vazamento de documentos secretos.

Além disso, pela primeira vez na história moderna deverá conviver com um Papa emérito, após a renúncia de Bento XVI por "falta de forças" após oito anos de pontificado. O Vaticano indicou, por sua vez, que Georg Ganswein, seu secretário particular, participará da cerimônia de entrada no conclave em sua qualidade de prefeito da Casa Pontifícia.

O futuro da Igreja católica está agora nas mãos dos 115 "príncipes da Igreja" com direito a voto (por terem menos de 80 anos), majoritariamente conservadores, dos quais 60 são europeus (28 italianos), 19 latino-americanos, 14 norte-americanos, 11 africanos, 10 asiáticos e um australiano.

Os cardeais se dirigirão na terça-feira, a partir das 07h00 locais (03h00 de Brasília), à Casa de Santa Marta, sua residência durante o conclave. Às 10h00 irá ocorrer a missa "Pro eligendo Romano Pontifice", presidida por Angelo Sodano.

Às 15h45 os cardeais, vestidos de vermelho, se dirigirão à Capela Paulina e dali, em procissão, irão à Capela Sistina. Às 16h45 em ponto pronunciarão o juramento solene de segredo, seguido pelo "Extra Omnes" ("Fora todos"), as palavras com as quais o mestre de cerimônias ordena que todas as pessoas alheias ao ritual deixem o local.

Depois de ouvir a meditação do cardeal Prosper Grech, os cardeais realizarão a primeira e única votação do primeiro dia de conclave.

Assim como os cardeais, os funcionários auxiliares do conclave (cerca de 90 pessoas, entre elas médicos, sacristões, enfermeiras e um motorista de ônibus) jurarão solenemente nesta segunda-feira guardar segredo sobre tudo o que virem durante as deliberações.

A partir do segundo dia, os cardeais votarão duas vezes pela manhã e duas vezes pela tarde. Se não for alcançada uma maioria, os papéis serão queimados em uma estufa instalada na mesma capela e a chaminé soltará uma fumaça preta.

Se o resultado for positivo, a chaminé liberará uma fumaça branca, o que anunciará a eleição de um novo Papa. Neste momento, os sinos da Basílica de São Pedro e de toda a cidade de Roma começarão a bater.

O Vaticano indicou nesta segunda-feira que a missa de entronização do próximo Papa não tem razão para ser realizada no domingo.

Do aparecimento da chamada fumaça branca ao anúncio da eleição por parte do cardeal protodiácono (atualmente o francês Jean-Louis Tauran) da sacada do Palácio Apostólico, transcorrerá cerca de uma hora, o tempo para o eleito assumir o cargo e se vestir com a batina branca.

O Vaticano indicou que há 5.600 jornalistas de todo o mundo credenciados para seguir o conclave e que haverá permanentemente uma câmera focando a chaminé para que milhares de pessoas de todo o mundo possam acompanhar ao vivo o anúncio da eleição.

O cardeal camerlengo, o italiano Tarcisio Bertone, será, após o fim do papado de Bento XVI, uma espécie de "Papa interino", encarregado de gerenciar a Igreja até que o novo pontífice seja eleito. Seus poderes, no entanto, são reduzidos.

Todos os mais altos cargos do governo da Igreja, isto é, a Cúria Romana, devem se demitir de suas funções quando o Papa morre, segundo a Constituição Apostólica promulgada em 1996 por João Paulo II.

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A regra também vale em caso de demissão. Somente o cardeal camerlengo continua a postos para administrar o que acontece na Igreja.

"Na morte do pontífice, todos os chefes dos dicastérios da Cúria Romana, o cardeal secretário de Estado, os cardeais prefeitos, os bispos presidentes, assim como os membros desses ministérios, deixam seus cargos. As únicas exceções são o Camerlengo da Santa Igreja e o Grande Penitenciador, que continuam resolvendo o que acontece diariamente", indica o artigo 14 da Constituição.

A palavra "camerlengo" é derivada do italiano "camera", que significa câmara, quarto. Ela equivale, em português, à expressão "adido à câmara". O camerlengo é uma função puramente administrativa, que só ganha importância na morte ou, no caso, na demissão de um Papa.

Ele é encarregado de gerenciar o Vaticano e, com a ajuda dos cardeais presentes, reunidos em congregação geral, ele marca a data do funeral, no caso da morte do Papa, e convoca o Conclave.

Mas o camerlengo e os cardeais não podem tomar nenhuma decisão que exceda a duração do período de vacância do trono de São Pedro, onde imperam prerrogativas exclusivas do Papa, como por exemplo a nomeação de novos cardeais.

É o camerlengo que é encarregado de constatar e notificar a morte do Papa. Até Pio XII, morto em 1958, o camerlengo constatava o óbito do chefe da Igreja batendo com um pequeno martelo de prata em sua testa, para garantir que o pontífice estava, de fato, morto.

Monsenhor Bertone deverá simbolicamente tomar posse das funções papais, o Palácio Apostólico do Vaticano, os palácios do Latrão, sedes da diocese de Roma, onde o Papa é por tradição o bispo, e de Castel Gandolfo, residência de verão dos papas.

Esta última será, contudo, ocupada do Joseph Ratzinger, situação inédita na história recente da igreja.

Número dois do Vaticano, Bertone, 78 anos, foi nomeado camerlengo em abril de 2007.

Originário de Romano Canavese, uma pequena região italiana do Piemonte, o salesiano Tarcisio Bertone colaborou durante sete anos (1995-2002) com Ratzinger quando ele foi prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, antes de ser nomeado em 2006 Secretário de Estado do Vaticano, espécie de "chefe do governo" da Santa Sé.

O conclave que se reunirá no dia 12 de março no Vaticano é uma assembleia de cardeais regida por regras muito rígidas, durante a qual os cardeais se isolam do mundo exterior para evitar pressões até terem escolhido um novo Papa.

A palavra "conclave" vem do latim, "cum clavis", e significa precisamente "fechado à chave".

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O sistema de fechar os cardeais teve início no Concílio Lyon II (1274).

A partir de terça-feira, 115 cardeais com menos de 80 anos dos 117 que compõem o corpo eleitoral (um indonésio e um britânico não participarão) se fecharão no recinto da cidade do Vaticano, declarado zona de Conclave.

Antes, todo o Colégio Cardinalício, incluindo os maiores de 80 anos, terão realizado as chamadas congregações ou assembleias para debater o estado da Igreja e definir o perfil do sucessor de Bento XVI, após sua histórica renúncia no dia 28 de fevereiro.

O novo Papa será eleito em uma das votações que serão realizadas na Capela Sistina.

Durante a duração do Conclave, os cardeais serão proibidos de utilizar qualquer tipo de comunicação com o exterior, sem telefone ou computadores. Não poderão enviar mensagens eletrônicas ou alimentar suas contas nas redes sociais.

O Vaticano ordenou inclusive uma limpeza eletrônica para detectar qualquer possível mecanismo transmissor ou receptor camuflado no âmbito da clausura e colocou um aparelho que restringe os sinais de rádio dentro da Capela Sistina e nas áreas próximas a ela.

No início do conclave, os cardeais farão um juramento de silêncio. Além dos cardeais, todos os funcionários do serviço que têm acesso a eles também deverão jurar que manterão segredo sobre tudo o que tiver relação com as reuniões, sob pena de excomunhão.

O conclave terá início com uma missa votiva "Pro elegendo papa", após a qual os cardeais se dirigirão em procissão até a Capela Sistina, local da eleição, cantando o "Veni Crator" para invocar a ajuda do Espírito Santo, segundo a Constituição Apostólica.

Além disso, o mestre de cerimônias pronuncia o "Extra omnes!" ("Fora todos!", ordenando que aqueles que não tenham a ver com a eleição saiam do recinto).

As portas se fecham e ficam sob a proteção da Guarda Suíça.

Para ser eleito, um cardeal precisará de uma maioria de dois terços, ou seja, 77 votos. O voto é secreto. Os cardeais não têm direito de se abster nem de votar em si mesmos.

Na Capela Sistina serão realizadas duas votações matutinas e duas vespertinas. Duas vezes ao dia, uma depois de cada rodada, os papéis são queimados. A cor da fumaça que sairá da chaminé anuncia ao mundo o resultado: preta, se ainda não houver uma decisão, e branca, se um novo Papa tiver sido eleito.

Nos três últimos conclaves (dois em 1978 e outro em 2005), para desespero dos jornalistas, o sistema não funcionou corretamente e a fumaça que deveria ser branca apareceu como cinza. Na última destas ocasiões foi incorporada uma estufa auxiliar com o objetivo de queimar produtos químicos que tingissem claramente a fumaça da cor correta, embora tampouco tenha funcionado.

Um repique de sinos de São Pedro se somará ao anúncio do evento, e assim tudo será mais claro para a imprensa e para os milhares de católicos que seguirão o evento.

Se depois do terceiro dia nenhum candidato alcançar o mínimo exigido, a Constituição estabelece uma pausa de 24 horas, que será dedicada "à oração, ao colóquio (...) e a uma breve exortação espiritual".

Se ocorrerem outras sete votações inúteis, será feita outra pausa de um dia.

O último ato do conclave é a pergunta que três cardeais fazem ao eleito: "Aceita sua eleição como Sumo Pontífice?". Após a resposta afirmativa, segue outra pergunta, "Quo nomine vis vocari?" ("Como quer ser chamado?").

Depois de ser parabenizado pelos cardeais, o sucessor do Papa alemão, que poderá escolher livremente seu nome, se dirigirá a uma pequena sala contígua onde o esperam três hábitos papais (de tamanhos pequeno, médio e grande) para se vestir. Costuma ser chamada de "Sala das Lágrimas", já que parece que todos os eleitos, sem exceção, choram ali em relativa intimidade diante da magnitude da responsabilidade que acabam de assumir.

Em seguida, o novo Papa vai à sacada da basílica de São Pedro depois que o protodiácono, neste caso o cardeal francês Jean Louis Tauran, anunciar aos fiéis: "Habemus papam!" para ser apresentado à multidão reunida na gigantesca praça de São Pedro no Vaticano.

Os cardeais que estão em Roma para a eleição do novo papa se reúnem nesta segunda-feira para o último dia de conversações antes do conclave, em meio a debates sobre se a igreja católica precisa mais de um papa administrador, para pôr em ordem o Vaticano, ou um papa pastoral, que possa inspirar a fé num período de crise.

Vários cardeais se inscreveram para falar na reunião a portas fechadas desta manhã, uma indicação de que os prelados ainda têm muito o que discutir antes de se isolarem, na tarde de terça-feira, no interior da Capela Sistina para a primeira rodada de votação.

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O cardeal Thomas Collins, de Toronto, Canadá, reconheceu a importância da tarefa que tem em mãos, dizendo aos jornalistas, ao chegar para as discussões desta segunda-feira que "sim, amanhã é um dia muito importante na história da igreja".

Não há um favorito claro para o posto que a maioria dos cardeais diz não querer, mas uma série de nomes circula como principais candidatos para liderar a igreja, que conta com 1,2 bilhão de fiéis, num período crítico de sua história.

O cardeal Angelo Scola tem boas credenciais gerenciais. Ele dirige a arquidiocese de Milão, a maior e mais importante da Itália e, antes disso, foi responsável pela diocese de Veneza. As duas arquidioceses já foram origem de vários papas no passado.

Ele é afável e italiano, mas não faz parte da burocracia ítalo-cêntrica do Vaticano. Isso o torna atraente, talvez, para os que buscam reformas no centro da igreja católica, que teve sua corrupção e disputas internas expostas com o vazamento de documentos no ano passado.

O cardeal brasileiro Odilo Scherer parece ser o favorito da cúria. Scherer tem forte participação nas finanças do Vaticano, já que faz parte da comissão administrativa do banco do Vaticano, assim como do principal comitê orçamentário da Santa Sé.

O campo pastoral parece se concentrar em dois norte-americanos: o cardeal Timothy Dolan, de Nova York, e Sean O'Malley, de Boston. Nenhum deles tem experiência no Vaticano, embora Dolan tenha sido, na década de 1990, reitor do Pontifício Colégio Norte-americano, um seminário para cidadãos dos Estados Unidos em Roma.

Ele admite que o italiano não é seu forte, provavelmente uma desvantagem para um posto no qual a língua do dia a dia é a italiana.

Se os principais nomes não conseguirem os 77 votos exigidos para uma vitória nas primeira rodadas, qualquer nome pode surgir como alternativa. As informações são da Associated Press.

Além dos 265 pontífices que se sentaram no trono de Pedro ao longo de 2.000 anos de história do catolicismo, existem outros 36 "antipapas" reconhecidos pela Igreja.

Embora estes "antipapas" (ou seja, que exigiram de maneira ilegítima o trono) não tenham alcançado a dignidade pontifícia, a Igreja considera oportuno conservá-los na memória, porque em torno deles ocorreram momentos e movimentos que marcaram o caminho desta instituição milenar.

Foi o caso da eleição, no dia 20 de setembro de 1.378, do antipapa Clemente VII contra Urbano VI, que deu origem ao Grande Cisma do Ocidente de 1378 a 1417.

O fenômeno dos antipapas começou a tomar forma a partir do ano 200 e esteve muito presente até o ano 1.000. Depois teve início seu declínio gradual até meados de 1.400.

Vários deles foram inclusive eleitos legitimamente Papas e outro chegou a ser proclamado santo, como no caso de Hipólito, um sacerdote romano, antipapa entre 217 e 235, o primeiro da história eleito contra o papa legítimo Calixto por motivos doutrinários.

O último antipapa foi um expoente da Casa de Sabóia, Felix V, eleito no Concílio da Basileia contra Eugênio IV no dia 24 de julho de 1.440. Depois, foi deposto neste mesmo Concílio. Submeteu-se ao Papa Nicolau V, de quem recebeu a Púrpura Cardinalícia.

Além da lista de 36 antipapas "autênticos", existiram outros sete antipapas duvidosos e nove "antipapas assim chamados de forma indevida". E há dois que nem sequer estão reconhecidos como tais.

A hierarquia da Igreja católica iniciará na terça-feira o Conclave que elegerá o sucessor de Bento XVI, o primeiro Papa em sete séculos que renuncia ao seu posto, consciente do desafio histórico que o novo pontífice deverá encarar diante da grave crise atravessada pela milenar instituição.

À frente de uma Igreja atingida por escândalos e pela perda de credibilidade na sociedade moderna, 115 cardeais eleitores deverão escolher em um prazo relativamente curto o pontífice número 266 da história, enquanto seu antecessor de 85 anos ainda vive, alheio aos ruídos mundanos na residência papal de Castelgandolfo.

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O solene rito da eleição será realizado na imponente Capela Sistina, um dos monumentos artísticos mais visitados do mundo, de onde sairá a famosa fumaça branca que anuncia ao mundo a eleição do Papa.

Os conclaves do último século duraram no máximo quatro dias, já que o ritmo de quatro votações por dia acelera o processo para identificar o favorito, explicou o porta-voz do Vaticano, o jesuíta Federico Lombardi.

Desafios da Igreja católica

Para iniciar uma nova era para a Igreja, marcada pela inédita renúncia de Bento XVI, que alegou falta de forças, mais de 150 cardeais abordaram por quase uma semana no Vaticano os temas mais espinhosos que afetam a entidade, de modo a poder definir o perfil do líder de 1,2 bilhão de católicos.

O novo Papa deverá combinar capacidades administrativas e organizacionais, manter as tradições e também ser poliglota, carismático, além de se comprometer a reformar a fundo a Cúria Romana, alvo de duras críticas após os escândalos do Vatileaks, que apresentou uma trama de abusos de poder, tráfico de influências e até sexo.

A Igreja também enfrenta uma onda de críticas internas que pedem reformas: mais democracia interna, modificar as regras do celibato dos sacerdotes e da ordenação de mulheres e que os divorciados que tenham voltado a se casar possam comungar.

A pressão da opinião pública e dos familiares das vítimas de abusos sexuais cometidos por padres obrigou inclusive o cardeal britânico Keith O'Brien a desistir de participar do conclave, depois de ter reconhecido que teve um comportamento sexual impróprio na década de 1980. Cerca de 12 cardeais, inclusive alguns da América Latina, foram acusados de terem acobertado tais crimes durante anos.

O casamento homossexual, a bioética, o aborto ou a eutanásia são valores considerados inegociáveis para a Igreja e é muito provável que o próximo Papa adote a tradicional linha de condenação.

Os papabilis

Sem um favorito claro, a lista de papabilis inclui europeus, italianos, sul-americanos, africanos e um filipino. Dos 115 "príncipes da Igreja" com direito a voto por terem menos de 80 anos, 60 são europeus (28 italianos), 19 latino-americanos, 14 norte-americanos, 11 africanos, 10 asiáticos e um australiano.

A lista de favoritos inclui o brasileiro Odilo Scherer, de 63 anos, arcebispo de São Paulo, a maior diocese da América Latina, considerado um conservador moderado com muito carisma, o que contaria com o apoio da Cúria Romana.

Também conta com o italiano Angelo Scola, arcebispo de Milão de 72 anos, ex-patriarca de Veneza, teólogo reconhecido, disposto a varrer todos os males e intrigas que atingem o governo central.

Outro papabile é o canadense Marc Ouellet, ex-arcebispo de Quebec de 67 anos, conhecido por seu rigor ao liderar uma das dioceses mais laicas de seu país, que preside a Pontifícia Comissão para a América Latina e é apreciado pelos países do sul, sobretudo pelos latino-americanos, onde residiu e conhece bem o idioma.

Desenvolvimento do conclave

Os 115 cardeais eleitores, provenientes de 51 países, se fecharão na Capela Sistina para eleger em segredo o novo pontífice, que deverá obter 77 votos.

A terça-feira começará com a grande missa "Pro eligendo Romano Pontifice" na basílica de São Pedro. Durante a tarde, os cardeais eleitores desfilarão da Capela Paulina à Capela Sistina cantando e orando para que o Espírito Santo os ilumine.

Já na Capela Sistina, sob os magníficos afrescos de Michelangelo e depois de terem jurado manter silêncio sob pena de excomunhão, o mestre de cerimônias pronunciará o "Extra omnes!" ("Fora todos"), ordenando que aqueles que não tiverem ligação com a eleição saiam da sala.

Os "príncipes da Igreja" não poderão se comunicar com o exterior, sem telefone ou computadores, e também não poderão enviar mensagens eletrônicas ou alimentar suas contas nas redes sociais.

O último ato do conclave é a pergunta que três cardeais fazem ao eleito: "Aceita sua eleição como Sumo Pontífice?". Após a resposta afirmativa, segue outra pergunta, "Quo nomine vis vocari?" ("Como quer ser chamado?").

Depois de ser parabenizado pelos cardeais, o sucessor do Papa alemão, que poderá escolher livremente seu nome, se dirigirá a uma pequena sala contígua onde o esperam três hábitos papais (de tamanhos pequeno, médio e grande) para se vestir. Costuma ser chamada de "Sala das Lágrimas", já que parece que todos os eleitos, sem exceção, choram ali em relativa intimidade diante da magnitude da responsabilidade que acabam de assumir.

Em seguida, o novo Papa vai à sacada da basílica de São Pedro depois que o protodiácono pronunciar o famoso "Habemus papam!" e é apresentado à multidão reunida na praça de São Pedro e ao mundo através das câmeras de televisão de diversos países que seguem ao vivo o evento.

No segundo domingo sem a presença do papa, a Praça São Pedro, no Vaticano, está vazia e em silêncio. Não há missa na Basília de São Pedro, nem Hora do Angelus (quando são feitas orações recordando o momento em que o anjo Gabriel anunciou a Maria que estava grávida do Cristo). Tradicionalmente, o papa participa da Hora do Angelus e envia mensagens para os fiéis em vários idiomas.

Poucos turistas estão no local, a maioria deles interessada em fotografar verdadeiros cartões postais de Roma, como a Basília de São Pedro, a própria praça e o Coliseu, que fica bem próximo. O Vaticano não marcou para este domingo (10) reuniões preparatórias do conclave, deixando o próximo e último encontro para esta segunda-feira (11). O conclave (reunião, a portas fechadas, para eleição do papa) será terça-feira (12).

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O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, informou que os cardeais que participaram nos últimos dias das reuniões estavam liberados hoje para celebrar missas. As igrejas ao redor do Vaticano e as dos bairros de Roma celebraram missas ressaltando o período da Quaresma e a necessidade de lembrar os ensinamentos bíblicos.

Em dois dias, começa o conclave. Apesar de a votação ser apenas na tarde de terça-feira, os 115 cardeais com direito a voto – todos os que têm menos de 80 anos – estarão preparados desde cedo. Cinco deles são brasileiros. No dia, haverá missa, momento de juramento (quando todos se comprometem com o sigilo) e o ritual de deixar o alojamento em direção à basílica.

Às vésperas do conclave, Roma parece ter recebido mais turistas que o habitual, e os preços de alguns serviços foram reajustados. Os estrangeiros que optaram pelo táxi como meio de transporte têm de se preparar para gastar, em média, 20 euros (pouco menos de R$ 30) entre o Vaticano e áreas próximas a ele. A garrafa de água sai por 2,50 euros (cerca de R$ 7) e a diária de um hotel três estrela vai de 100 a 200 euros (cerca de R$ 600) .

Nas ruas, os turistas, na sua maioria, são alemães, franceses e norte-americanos. Apesar de a América Latina ter um elevado número de católicos, eles estão mais presentes entre os religiosos – freiras e padres – que circulam em grande quantidade pelas ruas de Roma e do Vaticano.

Os trabalhos para adaptar a imponente Capela Sistina se aceleraram neste sábado (9), com a instalação da chaminé de onde sairá a célebre fumaça branca ao fim do conclave para eleger o novo Papa, que começa na próxima terça-feira.

Três dias antes de os 115 cardeais com direito a voto se fecharem na capela do Renascimento, jornalistas foram autorizados a visitá-la. Decorada con magníficos afrescos de Michelangelo, a capela, admirada por milhões de turistas anualmente, é, desde 1513, o local sagrado onde se escolhem os Papas.

Um pavimento de madeira protege o piso e elimina o desnível entre dois setores, enquanto toalhas de cor grená cobrem as mesas que serão usadas pelos cardeais eleitores. O que mais chama a atenção é o tubo de cobre que une os dois fornos à chaminé. Por ele passará a fumaça preta ou branca, que anunciará votação em andamento ou Papa escolhido, respectivamente.

Um dos fornos existe desde 1939, quando Pio XII foi eleito. Tem gravadas as datas dos conclaves em que foi usado, entre eles os de João XXIII, em 1958, e Paulo VI, em 1963. O outro é um forno auxiliar, eletrônico, para favorecer a emissão da fumaça, mas, na primeira vez em que foi usado, em 2005, o resultado não foi muito bom, gerando confusão.

Desde o último dia 5, restauradores, operários, eletricistas, técnicos, carpinteiros, costureiras, montadores e outros profissionais tomaram o lugar de centenas de turistas que visitam a capela diariamente. Outras salas do Museu do Vaticano, como a coleção de arte religiosa, continuam abertas ao público.

Próximo ao altar foram instaladas 115 cadeiras de madeira, cada uma com o nome gravado do cardeal que irá ocupá-la, e 12 mesas de madeira cobertas com panos bege e grená, para que os cardeais preparem a cédula de votação.

Todos votarão "diante do célebre afresco de Michelangelo, pintado na parede do altar", citou o Vaticano. A chaminé será testada com fumaça amarela, para não confundir os turistas que estiverem na Praça de São Pedro. Os funcionários da "manutenção", bem como os cardeais de todo o mundo, terão que jurar manter silêncio sobre o conclave, que elegerá o 266º pontífice da História.

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