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Uma ferramenta desenvolvida em parceria entre uma instituição de pesquisa privada e o Ministério da Saúde mede a vulnerabilidade econômica e social das famílias que usam o Sistema Único de Saúde (SUS). A Escala de Vulnerabilidade Social foi produzida por pesquisadores do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein.

Por meio de um questionário de 14 perguntas, que pode ser aplicado pelo profissional de saúde ou respondido diretamente pelo paciente, é possível identificar o grau de vulnerabilidade das pessoas que utilizam o serviço público.

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São perguntas relativas a dimensões de renda, cuidado em saúde, família e violência. A partir das respostas, é possível classificar as famílias em graus de vulnerabilidade baixa, moderada ou alta.

“Nas unidades básicas, a gente precisa conhecer todo o território e as vulnerabilidades desse território, para pensar nas estratégias de acesso”, explica Marcio Paresque, gerente de projetos do Einstein.

“Isso é importante para que o profissional de saúde possa ter essa leitura tanto no âmbito de prevenção quanto no assistencial. Uma coisa é ter uma família sem vulnerabilidade com um hipertenso. Outra coisa é ter um hipertenso em família em alta vulnerabilidade.

A aplicação da Escala de Vulnerabilidade Social já foi iniciada em unidades municipais das regiões de Campo Limpo, Vila Andrade e Paraisópolis, na capital paulista, que têm cerca de 100 mil famílias cadastradas.

Ali, constatou-se que 12,6% das famílias atendidas apresentam vulnerabilidade moderada e 7,67% vivem em vulnerabilidade alta.

A sugestão é que a ferramenta seja usada em outras unidades do SUS em todo o Brasil. Segundo Paresque, a Prefeitura de Boa Vista, em Roraima, já anunciou a adoção da escala e o estado do Paraná sugeriu aos seus municípios que passem a adotá-la.

A escala foi desenvolvida como parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), uma parceria do Ministério da Saúde com seis hospitais sem fins lucrativos brasileiros, criada em 2009, com o propósito de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada.

Três menores foram resgatados em situação de risco em uma rodovia federal de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, após fugirem de uma casa de acolhimento no município. Eles foram encontrados por equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-232 sentido Recife, nessa quarta-feira (17).  

De acordo com a PRF, os meninos têm 11, 12 e 13 anos. Eles tinham o objetivo de chegar a pé até a capital pernambucana, mas foram encontrados durante uma ronda, em um trecho próximo à Delegacia da PRF de Caruaru. Durante a abordagem, a equipe descobriu que os três haviam fugido da instituição social. O local de onde eles fugiram abriga pessoas em situação de vulnerabilidade social. 

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Os policiais encaminharam os jovens ao Conselho Tutelar, para receberem o devido acompanhamento assistencial. Não foi informado se eles retornaram ao mesmo abrigo. 

 

O padre Julio Lancellotti, conhecido por suas ações em favor das pessoas em situação de rua, compartilhou nesta quinta-feira (16), uma imagem que mostra a Prefeitura de São Paulo recolhendo colchões, cobertores, barracas e pertences de pessoas em situação de rua.

O religioso classificou a ação como "higienismo", além de afirmar que "não há paz possível sem dignidades''. O LeiaJá pediu um posicionamento da Prefeitura de São Paulo sobre a ação, mas até esta publicação não recebeu respostas. O espaço continua aberto.

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A queda do muro do metrô em cima de Kemilly Kethelyn, de oito anos, durante uma festa de Dia das Crianças na Favela do Papelão, no bairro do Coque, área Central do Recife, evidenciou o grave risco estrutural que aflige os moradores do entorno do sistema da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). O LeiaJá percorreu os arredores de quatro estações e identificou que as condições de insegurança se repetem ao longo da extensão das barreiras que dão acesso à linha eletrificada.

Em trechos das estações Joana Bezerra, Mangueira, Santa Luzia e Cavaleiro, a falta de reparos é percebida na degradação dos muros, que vulnerabiliza até mesmo quem caminha na área. Ferragens expostas, buracos, pedaços quebrados e a instabilidade das armações expõem o perigo iminente de queda das estruturas de concreto.

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A falta de algumas placas e de arames farpados ainda facilitam a invasão ao sistema, e torna comum ver pessoas transitando próximo aos trilhos. Além do perigo à vida, a negligência quanto à manutenção incide no bolso dos usuários, já que o serviço precarizado tem uma rotina de superlotação e é, segundo a CBTU, a condição decorrente do rendimento incompatível com os gastos necessários para garantir um sistema de qualidade.

“É sabido que o orçamento de custeio da Companhia é menor do que a necessidade existente, motivo esse que se faz necessário agir sobre demandas, mas sempre prezando pela segurança e confiabilidade do sistema”, argumentou em nota enviada ao LeiaJá.

O que diz a CBTU

No comunicado, a empresa explicou que, após o acidente com a menina no Coque, realiza vistoria sobre os 71km de muros e que as demandas serão enviadas ao setor de manutenção. O levantamento ainda não foi concluído.

A companhia reforça que as placas são “constantemente perfuradas para entrada ilegal no sistema, sofrem com ação do fogo na queima do lixo por parte das comunidades, sofre com o esgoto não encanado e com construções irregulares. Onde não há ações do tipo, as placas mantêm sua estrutura em perfeito estado”.

Nos primeiros dez meses de 2021, a CBTU contabilizou 41 pedidos de manutenção em seus muros e garante que todos os locais foram vistoriados, inclusive, atendeu alguns de imediato pelo grau de urgência, enquanto os demais foram programados.

Sobre o caso de Kemilly, a CBTU explica que já atendeu aos pleitos da família e se comprometeu em oferecer “suporte social”. A empresa comunica que criou o Comitê de Monitoramento das Ações Necessárias para analisar as áreas de risco.

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Durante live realizada nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) debochou do Projeto de Lei (PL) que garantiria a distribuição gratuita de absorventes para estudantes de baixa renda, presidiárias e mulheres em situação de rua. Na última quinta-feira (14), o mandatário chamou o benefício de “auxílio Modess” - uma antiga marca de absorventes femininos - e disse estar “torcendo” para o Congresso derrubar seu veto.

“A gente vai se virar e vamos aí estender o ‘auxílio Modess’, é isso mesmo, ‘Auxílio Modess’, absorvente?”, disse. "Vou dar a solução no caso: é só o Parlamento derrubar o veto que daí eu sou obrigado a promulgar [o projeto] depois. E daí a gente vai arranjar recurso no próprio Ministério da Saúde ou na Educação; ou nos dois, ou tirar um pouquinho de cada lugar", continuou o presidente, ameaçando retirar investimentos básicos para viabilizar o projeto.

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Bolsonaro sancionou, no dia 7 de outubro, o PL que institui o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, mas deixou de fora a principal medida, que seria a distribuição do produto de higiene às mulheres em situação de vulnerabilidade. De acordo com o projeto de lei, os recursos estão previstos nos orçamentos da atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS), e no Fundo Penitenciário, para as das detentas.

De autoria de 35 deputados, entre eles a pernambucana Marília Arraes (PT-PE), o programa poderia beneficiar cerca de 5,6 milhões de mulheres que menstruam. A estimativa do impacto fiscal era de R$ 84,5 milhões ao ano. Em suas redes sociais, Marília disse estar se “mobilizando” pela derrubada do veto. O texto agora volta para o Congresso, onde os parlamentares darão a palavra final sobre sua aprovação.

O que diz o Congresso

Na semana passada, o presidente do Senado - que também é presidente do Congresso -, Rodrigo Pacheco, aumentou as especulações acerca da derrubada do veto do presidente. “O Congresso está pronto para contribuir com o governo nas soluções de cunho fiscal, mas considero desde já que esse veto é candidatíssimo a ser derrubado”.

“São impressionantes as histórias de proteção com papel de jornal e miolo de pão por adolescentes e mulheres carentes”, acrescentou Pacheco na publicação feita através do Twitter. O veto deve ser analisado em sessão do Congresso Nacional, quando deputados e senadores decidem se mantém ou derrubam vetos presidenciais a projetos aprovados na Casa.

Clientes, entidades de defesa do consumidor e estudiosos do mercado da saúde torcem pelo mesmo desfecho do caso Prevent Senior. Por um lado, esperam que a empresa seja punida após investigação das irregularidades denunciadas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Por outro, buscam garantir que os mais de 500 mil beneficiários não percam acesso ao plano de saúde - um dos únicos de baixo custo para idosos.

O escândalo ressalta a falta de transparência do mercado da saúde, a vulnerabilidade dos pacientes diante das condutas médicas e o frágil controle social sobre as práticas das operadoras. Muitos cidadãos, entre eles o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, perguntam por que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) demorou tanto a agir.

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Desde o início da pandemia, a distribuição de drogas sem comprovação de eficácia, o "kit covid", pela Prevent, era de conhecimento público. Na TV e em redes sociais, a operadora fazia propaganda do "tratamento precoce" e "estudos" feitos com hidroxicloroquina, azitromicina e outras substâncias - remédios também defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro.

Apesar disso, em junho de 2020, a ANS promoveu reunião virtual para destacar quatro operadoras com "experiências exitosas de coordenação do cuidado durante a pandemia". No evento da ANS, o médico Pedro Benedito Batista Júnior, diretor executivo da Prevent, menciona o protocolo terapêutico adotado pela empresa e a repercussão alcançada.

"Conseguimos trazer atenção e segurança aos nossos beneficiários neste momento de pandemia", disse ele. "Tivemos 92 visitas e intermediações com outros municípios, Estados, operadoras e governos de nove países que entraram em contato conosco para entender a logística de protocolos tanto de atendimento e atenção primária dos pacientes, quanto da questão terapêutica", afirmou.

À CPI, Batista confirmou que a operadora orientou médicos a modificar, após algumas semanas de internação, o Código Internacional de Diagnóstico (CID), atitude injustificável do ponto de vista médico. "O planejamento de enfrentamento da pandemia depende de informação fidedigna. Um hospital que frauda isso joga do lado do vírus. Se ficar impune, pode acontecer de novo", diz o senador Humberto Costa (PT-PE).

Além da ocultação e manipulação de dados sobre a causa de óbitos, práticas (como falta de informação e transparência na relação com pacientes, ausência de autonomia médica e experiências sem o devido consentimento informado de pacientes) foram denunciadas à CPI e ao Ministério Público.

Controle social

Quatro organizações da sociedade civil, entre elas o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), pedem intervenção da ANS na Prevent. "Esse tipo de intervenção não é comum, mas a gravidade dos fatos que envolvem a Prevent justifica a medida", diz o advogado Matheus Falcão, analista do programa de saúde do Idec. "Existe grande falta de transparência nesse mercado. A agência deveria averiguar e intervir mais. Ao mesmo tempo, a sociedade precisa ter mais espaço nesse controle", afirma.

"Ninguém quer que a empresa quebre, algo que prejudicaria os clientes. Por isso, pedimos intervenção técnica da ANS para resolver os problemas", diz Falcão. Em junho e julho, o Idec também enviou duas notificações extrajudiciais a outra operadora, a Hapvida, por causa da prescrição de drogas ineficazes contra a covid.

Para a advogada Renata Vilhena Silva, fundadora de um dos maiores escritórios especializados em direito à saúde, a pandemia mostra não existir mágica na saúde suplementar. "Quando chegam aos 59 anos e encaram o aumento de mensalidade em outras operadoras, os clientes querem migrar para a Prevent Senior para pagar menos", diz. "É preferível fazer downgrade para o padrão enfermaria na operadora em que estão, mas continuar a contar com pelo menos um grande hospital onde os clientes possam se sentir seguros, em caso de internação."

Em nota, a Prevent nega "acusações mentirosas levadas anonimamente à CPI da Covid e à imprensa" e diz ter notificado rigorosamente todos os casos e mortes decorrentes da doença. "A empresa sempre respeitou a autonomia dos médicos, nunca demitindo profissionais por suas convicções técnicas", declara. A Hapvida informa que, no passado, houve adesão relevante de sua rede à hidroxicloroquina, mas ela foi reduzida de modo acentuado nos últimos meses. "Hoje a instituição não sugere o uso desse medicamento, por não haver comprovação científica de sua efetividade".

Procurada pelo Estadão, a ANS não respondeu. Em nota à imprensa na sexta-feira, afirmou monitorar os planos de várias formas, principalmente pela "análise de dados recebidos periodicamente das operadoras e reclamações" de consumidores e prestadores de serviços de saúde nos canais de atendimento. Disse tomar "todas as providências possíveis" de apuração, mas destacou não ter "competência para regular a atividade de profissionais e estabelecimentos de saúde". Ainda conforme a agência, a Prevent é obrigada a manter assistência aos seus clientes.

Sob o argumento de que a Prevent não é uma associada, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) não falaram.

Modelo de negócios

O caso Prevent Senior desperta discussões sobre o modelo de negócios da empresa, baseado na verticalização. Por esse sistema, uma operadora de plano de saúde tem sua própria rede hospitalar e de outros serviços. Por isso, consegue estabelecer protocolos de tratamento (escolha prévia de remédios que podem ser prescritos pelos médicos), negociar preços mais baixos com fornecedores de remédios e insumos e alcançar resultados de saúde mais previsíveis e satisfatórios para pacientes.

Segundo a teoria ensinada nos melhores cursos de gestão e a prática adotada por outras operadoras, a verticalização é vista como uma boa estratégia. O fundamental, na difícil relação entre operadoras e seus beneficiários, é garantir que os protocolos das empresas não tragam só redução de custos para os planos, mas reais benefícios à saúde dos clientes.

"Os acontecimentos que envolvem a Prevent Senior precisam ser separados em duas esferas: a criminal e a do modelo de negócios", diz o médico sanitarista Walter Cintra Ferreira Junior, professor de Gestão em Saúde da FGV-SP.

A empresa resolveu trabalhar de forma que nenhuma outra queria: oferecer plano individual (cujos reajustes são regulados pela ANS) para idosos (justamente os que necessitam de mais recursos e, com isso, eleva a sinistralidade do convênio).

"O caso não deve abalar o conceito de verticalização. Esse será o modelo hegemônico no mercado. As empresas de saúde que não tiverem escala não vão sobreviver", afirma Ferreira Junior. "A Prevent pode sofrer do ponto de vista criminal e de imagem, dependendo da conclusão das apurações", diz.

Antes da pandemia, algumas iniciativas da empresa para evitar o agravamento das condições de saúde dos pacientes eram consideradas exemplares. Entre elas, o centro cirúrgico que funciona 24 horas, todos os dias, para operar rapidamente os idosos que sofrem fraturas. Na velhice, o índice de complicações e letalidade aumenta rapidamente quando há demora na correção de fraturas.

"A empresa meteu os pés pelas mãos durante a pandemia, mas quebrá-la seria burrice", afirma ele. "É natural que os pacientes estejam inseguros, mas penso que não é o caso de procurar outro plano agora." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que cria o Programa Renda Básica Brasileira, destinado a ações de transferências pecuniárias da União. O objetivo é tornar permanente o auxílio de R$ 600 mensais criado para mitigar os efeitos da pandemia de coronavírus (Lei 13.982/20). 

Conforme o texto, serão unificados quatro programas, o de Erradicação do Trabalho Infantil (Lei 8.742/93), o Seguro Defeso (Lei 10.779/03), o Bolsa Família (Lei 10.836/04) e o Bolsa Verde (Lei 12.512/11). O valor do benefício mensal será corrigido conforme a variação da inflação anual (INPC).

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“É a possibilidade de que o povo tenha condições de atender às suas necessidades básicas de sobrevivência quando não estiver empregado”, afirmou o autor da proposta, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE). Conforme o projeto, os atuais beneficiários dos programas unificados serão automaticamente incorporados na nova ação governamental.

Regras gerais

Para ter direito ao benefício, será exigido do requerente: pelo menos 18 anos, salvo se mãe adolescente; não ser titular de outro benefício (previdenciário, assistencial, de transferência de renda ou seguro-desemprego); renda familiar mensal per capita de até 1/2 salário mínimo, ou mensal total de até três mínimos; e não ter recebido no ano anterior acima do limite de isenção do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF).

A pessoa não poderá ter emprego formal (CLT, Decreto-Lei 5.452/43) ou vínculo como agente público. O texto prevê exceções nos casos de microempreendedor individual (MEI); contribuinte individual ou facultativo do Regime Geral de Previdência Social (Lei 8.212/91); trabalhador informal (empregado, autônomo ou desempregado, inclusive intermitente inativo) inscrito no CadÚnico; e pescador artesanal.

A quantidade de beneficiários da renda básica em uma mesma família será limitada a dois membros, e a mulher provedora de família monoparental receberá duas cotas (R$ 1.200). As condições de renda familiar mensal per capita e total serão verificadas por meio do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e por meio de autodeclaração em plataforma digital para os não inscritos.

A proposta insere no Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40) o crime de recebimento irregular de benefício de programa governamental, com pena de prisão (de 2 a 5 anos) e multa. Constatada a irregularidade, inclusive por meio dos órgãos de fiscalização e controle, o responsável ficará inabilitado por cinco anos para iniciativas governamentais.

Financiamento

O PL 3023/20 determina ainda diferentes fontes para o financiamento do Programa Renda Básica Brasileira. Aumenta a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras de 20% para 25%. Estabelece também a cobrança de Imposto de Renda sobre lucros e dividendos, e eleva de 15% para 20% a alíquota desse mesmo tributo sobre juros do capital próprio.

O texto cria uma nova contribuição com a mudança da destinação do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), mantendo as atuais alíquotas – esse fundo setorial acumula atualmente quase R$ 2,1 bilhões em saldo retido no Tesouro Nacional. Além disso, prevê que o governo utilize no programa o superávit financeiro do Tesouro apurado em balanço dos exercícios anteriores.

“O Programa Renda Básica Brasileira será uma grande oportunidade de patrocinarmos um grande avanço social, propiciará as condições de fortalecer o mercado interno por meio do consumo das famílias e estimulará o progresso econômico”, disse Eduardo da Fonte. Outra proposta dele prorroga o auxílio de R$ 600 até dezembro (PL 2550/20).

Outras iniciativas

O auxílio emergencial de R$ 600 é a principal medida, em volume financeiro, para mitigar os efeitos econômicos da pandemia de coronavírus. Foram liberados R$ 152,6 bilhões. Quase 80 iniciativas parlamentares na Câmara dos Deputados buscam ampliar o rol de potenciais beneficiários ou estender o prazo dos pagamentos (hoje, três parcelas).

Eduardo da Fonte lembrou ainda que a Lei Suplicy (Lei 10.835/04) instituiu a renda básica de cidadania, mas “infelizmente nunca [foi] totalmente implantada”. Essa norma prevê que brasileiros residentes e estrangeiros há pelo menos cinco anos no País receberão do governo um benefício monetário anual, não importando a situação socioeconômica.

*Da Agência Câmara de Notícias

Nos últimos 15 dias, os números de casos e óbitos por Covid-19 na Região Metropolitana do Recife (RMR) cresceram em maior quantidade nos bairros de alta vulnerabilidade social, aponta mapeamento da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Segundo a Fundaj, os Informes Epidemiológicos das secretarias de Saúde dos municípios mostram o avanço da pandemia em locais socialmente vulneráveis. 

"O coronavírus tem características urbanas e territoriais com rápida velocidade de disseminação por meio da nossa rede de cidades. A doença se vale das nossas fragilidades, não apenas biológicas, mas também sociais. Nossas desigualdades intra urbanas e regionais potencializam sua dispersão e seus impactos", afirmou o pesquisador e coordenador do Centro Integrado de Estudos Georreferenciados para a Pesquisa Social (Cieg) da Fundaj, Neison Freire.

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Dos 15 municípios que compõem a RMR, a pesquisa selecionou os quatro mais conurbados e que apresentam as maiores populações, ou seja, o núcleo urbano central da aglomeração da capital pernambucana. São eles: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista. As quatro cidades reúnem 75,4% da população total da RMR.

Os bairros do Recife que apresentaram as maiores variações de casos confirmados nos últimos 15 dias comparados aos demais da cidade são Jordão, Ibura, Cohab, na Zona Sul da cidade; e Água Fria, Vasco da Gama, Nova Descoberta e Dois Unidos, na Zona Norte. Pina, Imbiribeira, Várzea, Iputinga, Torrões, Macaxeira e Torre são outros bairros com valores que variam entre médias e altas vulnerabilidade e número de casos confirmados.

A Fundaj destaca que os bairros que mais variaram em número de óbitos também foram os mais socialmente vulneráveis: na Zona Sul, Jordão, Ibura e Cohab; na Zona Leste, Barro, Curado e Estância; e na Zona Norte, Brejo da Guabiraba, Dois Unidos, Nova Descoberta, Vasco da Gama, Alto José Bonifácio e Água Fria.

A pesquisa avaliou a variação de casos confirmados e óbitos, mapeando a relação desses indicadores com o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS), criado pelo Cieg da Fundaj. O índice foi calculado com base em variáveis do Censo 2010 do IBGE: proporção de domicílios com renda de meio salário mínimo per capita, proporção de domicílios sem abastecimento de água e coleta de lixo, e inadequação de esgotamento sanitário dos domicílios.

Mesmo Boa Viagem apresentando a maior variação de casos do novo coronavírus entre os 94 bairros do Recife, indo de 351 no dia 10 de maio para 531 no dia 25, um aumento de 51%, o bairro tem baixo índice de vulnerabilidade social (0,03). O Ibura, que é vizinho, apresentava 96 casos no dia 10 e passou para 182 no dia 25, um aumento de 90%, com índice de vulnerabilidade social de 0,33. 

Segundo a Fundaj, utilizando os mesmos bairros como exemplo para óbitos, é possível observar a nítida relação entre pandemia e vulnerabilidade social na cidade. Em Boa Viagem, os óbitos variaram 112% (de 24 no dia 10 de maio para 51 no dia 25), enquanto no Ibura variaram 256% (de 9 para 32).

Em Olinda, o bairro mais vulnerável e com maior variação de casos confirmados foi Águas Compridas, seguido de Sapucaia, Peixinhos, Fragoso e Jardim Atlântico. Já Alto da Sé, Carmo, Amparo e São Benedito foram os bairros com baixa vulnerabilidade social e menor variação de casos confirmados registrados no período estudado. Quanto à variação de óbitos, novamente Águas Compridas e os bairros Alto da Bondade e Caixa D'Água tiveram maior variação e alta vulnerabilidade. Situação oposta foram os bairros de Casa Caiada e Bairro Novo, com pouca variação de óbitos e menor vulnerabilidade social.

Em Jaboatão dos Guararapes, o bairro onde houve maior variação de casos e com maior vulnerabilidade foi Guararapes, seguido pelos bairros de Cavaleiro, Zumbi do Pacheco e Prazeres. Já os bairros de Vista Alegre e Comportas apresentaram menor variação de casos confirmados e têm baixa vulnerabilidade social. Os bairros de Santana, Muribequinha, Bulhões, Vargem Fria e Manassi são bairros que, apesar de terem alta vulnerabilidade social, não apresentaram grandes variações positivas de casos confirmados no período pesquisado. Nesse município, os óbitos também cresceram mais nos bairros mais pobres: Santo Aleixo, Cavaleiro e Prazeres.

Já em Paulista, o bairro com maior vulnerabilidade social e que apresentou maior variação de casos confirmados foi Jardim Paulista Baixo, seguido, em menor intensidade, pelos bairros de Paratibe, Janga e Pau Amarelo. No sentido oposto, os bairros de Jardim Paulista, Jaguaribe e Poti apresentaram menores variações e vulnerabilidade social.

"As análises desses quatro maiores municípios da região metropolitana mostram que os bairros com menor renda e precariedade no abastecimento de água, coleta de lixo domiciliar e esgotamento sanitário são aqueles que têm apresentado maior variação percentual de casos confirmados e óbitos no período pesquisado", salientou Neison Freire.

A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco realizará o pagamento da terceira parcela do Cartão Alimentação Escolar no valor de R$ 50, com o objetivo de fornecer as refeições que os estudantes costumavam fazer nas escolas, que se encontram fechadas devido à Covid-19. O pagamento será feito na sexta-feira (22).

Ao todo, 322 mil famílias em situação de vulnerabilidade inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal devem ser atendidas pela medida, que exigiu um investimento de cerca de R$ 16 milhões. As famílias que já receberam o cartão não precisam se dirigir à escola para buscar outro, pois o valor da nova parcela será creditado e ficará disponível para utilização.

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“Cada cartão receberá o crédito de acordo com o número de estudantes daquela família matriculados na rede. Se o beneficiado por responsável por apenas um estudante, será creditado o valor de R$ 50, se for responsável por 2 ou 3 estudantes, será creditado o valor equivalente, ou seja, R$ 100 ou R$ 150 reais”, explicou o secretário de Educação e Esportes do Governo de Pernambuco, Fred Amâncio.

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A Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude e Direitos Humanos do Recife, por meio de parceria com o Governo do Estado e a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), adquiriu 19 estações portáteis de higienização de mãos. Os materiais foram entregues nesta terça-feira (19) e serão instalados, até o fim da próxima semana, em 12 pontos da cidade com maior concentração de pessoas em situação de rua. O objetivo é viabilizar a lavagem de mãos para essa população e reforçar a atitude como importante aliada para conter o avanço do contágio da covid-19.

Através da campanha Pernambuco Solidário, o Governo do Estado vai instalar 12 equipamentos. Outras sete pias foram doadas pela ONG Adventista, por meio da campanha SOS Covid-19, já realizada em cidades como Caruaru e Natal (RN). Duas estações já estão instaladas na Rua do Peixoto, próxima ao Restaurante Popular Josué de Castro, no bairro de São José. As estações educativas de higienização de mãos contam com pia, reservatório para abastecimento regular de água, recipiente para sabão e para toalhas de papel. Os equipamentos são portáteis e, por isso, podem ser realocados posteriormente, caso necessário.

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"Graças a parcerias importantes, pudemos atender mais uma demanda urgente da população mais vulnerável. Além de garantir um equipamento funcional, a iniciativa ainda estimula a consciência de higienizar as mãos para conter a contaminação da covid-19", disse Ana Rita Suassuna, secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Recife. 

As demais pias serão instaladas até o fim da próxima semana e ficarão na Rua da Aurora (próximo à pista de skate), no bairro de Santo Amaro; na Praça do Hipódromo; na Praça do Derby; na Praça de Boa Viagem e no 3º Jardim; no Terminal Rodoviário do Recife (TIP), na Várzea; no Largo da Paz, em Afogados; no entorno do Mercado de Casa Amarela; nas proximidades do viaduto da Avenida Caxangá; na Praça de Jardim São Paulo e na Praça do Aeroporto.

*Da assessoria

 

Desde o início da pandemia, muitos insistem que os "idosos são mais frágeis diante da Covid-19", uma ideia respaldada pelas estatísticas, mas que deve ser acompanhada de outros fatores.

Risco aumenta com a idade

"O risco de a doença se agravar aumenta com a idade, a partir dos 40 anos", destaca a Organização Mundial da Saúde (OMS), que estabelece que qualquer pessoa com "mais de 60 anos" entra no grupo de risco (junto com pacientes com doenças crônicas).

Os dados publicados desde o surgimento da epidemia mostram um "risco aumentado" significativo a partir dos 60 anos.

Segundo um estudo publicado em 31 de março na The Lancet, a taxa de mortalidade de pacientes chineses com entre 60 e 69 anos de idade seria de 4%, superior à de 1,4% de todos os pacientes.

A taxa dos septuagenários seria de 8,6% e a de 80 anos ou mais, de 13,4%.

A proporção de pacientes que necessitam de hospitalização também aumenta com a idade: 4,3% para aqueles com entre 40 e 49 anos; 11,8% para a faixa dos sessenta e 18,4% para os octogenários.

Não é apenas a idade que conta

No entanto, "a idade não pode ser limitada apenas ao número de anos", destaca a Academia Nacional de Medicina da França, que ressalta que esses "dados estatísticos incontestáveis" são, acima de tudo, um "reflexo" do estado de dependência e dos problemas de saúde, mais frequentes à medida que a idade avança.

Por outro lado, as incógnitas em torno da Covid-19 complicam a identificação precisa das pessoas em risco.

"Nós sabemos como fazer uma avaliação padronizada da vulnerabilidade de um paciente mais velho" com base em comorbidades (doença crônica ou pulmonar, diabetes, obesidade ...), mas também com base em seu estado psicológico, nutricional e cognitivo, disse à AFP Olivier Guérin, presidente da Sociedade Francesa de Geriatria e Gerontologia (SFGG).

"No entanto, atualmente não temos dados suficientes para dizer, dentro dessa síndrome de fragilidade, quais elementos" influenciam mais "a alteração da resposta ao vírus".

Confinamento também apresenta riscos

O isolamento, imposto para minimizar o perigo associado ao coronavírus, também implica uma série de riscos para os idosos.

Vários médicos alertaram que o confinamento pode gerar, em pessoas muito vulneráveis, um alto grau de sofrimento psicológico que pode ser muito prejudicial.

Em outros casos, o desafio está em preservar sua autonomia, pois a deterioração muscular causada pela falta de atividade física ou má alimentação pode aumentar a vulnerabilidade do idoso.

Além disso, por medo de serem infectados, muitos pacientes param de consultar o médico, de modo que os serviços de emergência estão recebendo "idosos com doenças crônicas mais descompensadas que o habitual", como insuficiência cardíaca, enfatiza Guérin.

"Também devemos desconfinar essa população, em parte. Se não, eles vão morrer, mas de outra coisa", insiste.

Devido ao isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus, muitas pessoas se encontram em situação de vulnerabilidade. Diante disso, o Grupo de Trabalho em Prevenção Posithivo (GTP+) está recebendo doações para compra de cesta básicas, materiais de limpeza e higiene, para auxiliar à população sempre assistida pela ONG, além da manutenção das atividades da organização.

“Precisamos da sua ajuda para fazer ainda mais por quem precisa e está passando necessidades. Doe! Sua doação pode salvar vidas”, ressalta o GTP+. Para quem deseja contribuir com esta causa, as doações podem ser feitas através de depósito bancário. Seguem os dados:

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Banco Itaú 341

Ag. 3175, C/C 05336-6

CNPJ: 05.087.086/000155. 

Para doações presenciais, o público deve entrar em contato com o telefone (81) 98882-8276.

O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) instaurou inquérito sobre uma possível vulnerabilidade de dados do Cadastro Positivo causada pelo birô de crédito do Boa Vista. Segundo a investigação, dados como nome, sobrenome, CPF e nome da mãe dos clientes podem ter sido expostos.

Ainda não é possível saber quantas pessoas foram afetadas, mas o MP acredita que os dados não foram acessados por terceiros - é por isso que trata o caso como vulnerabilidade de dados, e não vazamento.

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A investigação começou após denúncia de um cliente que acessou o site do Boa Vista. A empresa diz ter sido notificada: "As investigações internas até o momento não constataram nenhuma vulnerabilidade em relação à base de dados do Cadastro Positivo."

Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens

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Na Rua da Santa Cruz, no centro do Recife, há um gorro de Papai Noel. Adereço usado por Mariana Willka Marques. Assim, ela fica menos invisível quando estende a mão pedindo ajuda. Ao seu lado, também sentado em um velho colchão de espuma, está Josué Santos Cabral, marido de Mariana há nove anos. 

 A pergunta ‘o que você deseja para o seu Natal?’ é tola aos ouvidos do casal. O vídeo abaixo mostra a honestidade com a qual Mariana e Josué respondem esse tipo de questionamento. Ela deseja um galeto. São 30 anos na rua, ela diz, e já passou o tempo de sonhar com uma casa, com um carro. "Não tenho mais tempo para estar sonhando", conta.

Josué trava quando perguntado sobre o que ele deseja para 2020. São segundos de silêncio que dizem muito. O esforço para pensar em uma resposta e ela não vir diz muito. Os anos dormindo na rua parecem sugar a esperança dessas pessoas. 

 Para Josué, a época de Natal é a pior do ano. O espírito de confraternização faz ele lembrar de sua antiga casa no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, quando ceiava com a família. Mariana lembra de quando foi expulsa de casa por ser usuária de maconha. Recorda também dos anos que passou na prisão, vivência que Josué também tem. 

 O casal vai tentar aproveitar o período de maior solidariedade para conseguir um Natal mais farto. Com ou sem galeto, Mariana vai passar a data em seu colchão. De gorro.

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A unificação de programas sociais pode potencializar duas vezes mais o enfrentamento à desigualdade e à pobreza no Brasil. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com a fusão de quatro iniciativas de âmbito federal, o sistema passaria a incluir 17 milhões de crianças em situação de vulnerabilidade que, atualmente, não recebem benefício do governo federal. Desse total, metade encontra-se, hoje, na parcela dos 30% mais pobres da população brasileira.

Segundo documento divulgado nesta segunda-feira (2) pelo Ipea, a revisão prevê a integração entre o Bolsa Família, o salário-família, o abono salarial e a dedução por dependente no Imposto de Renda Pessoa Física "em uma única política coerente". Os autores do estudo afirmam que, mesmo ampliando a abrangência da proteção social, a reestruturação não demandaria mais recursos públicas, ou seja, não feriria o princípio da responsabilidade fiscal.

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Na prática, isso quer dizer que o montante destinado às políticas públicas de proteção à infância e aos vulneráveis à pobreza, de cerca de R$ 52,8 bilhões, seria mantido – e, conforme enfatizam os pesquisadores, "também não poderia ser reduzido". A soma equivale a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país).

Disparidades

Para os pesquisadores do Ipea, um dos fatores que justificam a reformulação do sistema de programas sociais é a discrepância entre valores de benefícios concedidos pelo governo. A avaliação é que pessoas que enfrentam os mesmos riscos sociais acabam recebendo quantias diferentes.

Como exemplo, é citada a disparidade entre o seguro-desemprego e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), dois tipos de garantia de renda para quem perde o emprego que, segundo os técnicos do Ipea, "não conversam entre si". "Para pessoas com deficiência, benefícios assistenciais, previdenciários e tributários têm definições diferentes de deficiência, pagam valores muito diferentes em função do mesmo fato gerador e frequentemente estão em contradição com outras políticas para este mesmo público."

Os especialistas propõem um conjunto de medidas para que essas correções possam ser feitas. Um dos pontos seria a adoção do uso do Cadastro Único como mecanismo de identificação das pessoas que se encontram em situação de pobreza e definir essa condição a partir da renda familiar per capita.

Segundo os pesquisadores, para que a mudança no sistema de programas sociais vingue, a base deve ser composta por um benefício universal para todas as crianças e adolescentes e dois benefícios focalizados. Estes dois últimos contemplariam crianças pobres e famílias em extrema pobreza.

De acordo com Sergei Soares, um dos pesquisadores do Ipea que assinam o estudo, o Brasil, reserva verbas significativas para a proteção social, "mas obtém relativamente poucos resultados". Ele diz que a "fragmentação" dos programas sociais é um dos aspectos que geram esse quadro e explica como o modelo proposto na pesquisa seria capaz de dobrar o impacto sobre a desigualdade social e a pobreza no país.

"Como a gente consegue dobrar: primeiro, eliminando sobreposições. Existem pessoas que ganham [benefícios] duas vezes, sem precisar. Focalizando o que não é universal, porque coloca [o processo de concessão de benefícios] orientado pelo critério de renda familiar per capita e os benefícios vão para os mais pobres", explica Soares, que é técnico de planejamento e pesquisa na Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Dinte), do Ipea.

Outro ponto é relativo à dedução por dependente no Imposto de Renda Pessoa Física, que, para os pesquisadores, representa "um benefício extremamente regressivo focado quase exclusivamente nos mais ricos" e que poderia, portanto, estar a serviço dos mais pobres, no modelo proposto por eles. "E, finalmente, colocando num arcabouço único, que funcione de modo articulado. Hoje, o Brasil tem programas fragmentados. Ao articular, consegue-se um impacto muito maior", acrescenta o pesquisador.

Bolsa Família

Para Soares, o Bolsa Família é "o que há de melhor", em termos de políticas voltadas à proteção da infância e de pessoas vulneráveis à pobreza. "[O programa] vem sendo muito aprimorado, ao longo dos últimos 15 anos. Quando foi feito, fundamentou-se na estrutura do Bolsa Escola Federal, algo que também foi sendo aprimorado. Ele [Bolsa Família] é perfeito? Não, tem como melhorar. Mas é o que tem de mais iluminador, tanto que nossa proposta o segue de perto."

Dados do governo federal, mencionados no estudo, demonstram que, em 2017, o Bolsa Família alcançou 43,3 milhões de beneficiários, com orçamento de R$ 29,05 bilhões. "Embora seja relativamente modesto em termos orçamentários, com 0,44% do PIB, [o programa] é grande em termos de alcance, chegando a 20% das famílias no Brasil".

 

Pesquisadores da empresa de segurança Zimperium fizeram um alerta preocupante sobre as populares frotas de patinetes elétricas que prometem desafogar o trânsito de grandes centros urbanos. É que o popular modelo M365, da fabricante chinesa Xiaomi, tem uma falha que pode permitir que um hacker consiga comandar o equipamento remotamente, controlando comandos essenciais como aceleração e frenagem.

O diretor de pesquisa de software da Zimperium, Rani Idan, diz que descobriu e conseguiu explorar a falha horas depois de avaliar a segurança do modelo M365. O problema está no módulo Bluetooth que permite aos usuários se comunicarem com sua scooter por meio de um aplicativo de smartphone.

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Idan rapidamente descobriu que ele poderia se conectar à scooter via Bluetooth sem ser solicitado a digitar uma senha ou autenticar o processo. A partir daí, o pesquisador conseguiu instalar um firmware na patinete sem que o sistema verificasse se esse novo software era uma atualização oficial e confiável da Xiaomi.

Isso significa que um invasor pode facilmente colocar um malware em uma scooter, dando a si mesmo controle total sobre o equipamento. "Um invasor pode frear de repente, ou acelerar uma pessoa no trânsito, ou qualquer que seja o pior cenário que você possa imaginar", disse o pesquisador.

A Zimperium informou que entrou em contato com a Xiaomi para divulgar os bugs, mas a fabricante disse que já está ciente do problema e não tem a capacidade de consertá-lo por conta própria neste momento. As patinetes da Xiaomi são utilizadas por empresas de compartilhamento de caronas, como a Lyft.

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O Festival Internacional Brasília Photo Show realizará sua quarta edição de 2018 de 15 a 18 de novembro. Todas as atividades do festival são gratuitas e para participar, é necessário se inscrever através do site do Brasília Photo Show.

O evento anunciou a montagem da ”Cidade da Fotografia Brasília Photo Expo”, um conjunto de exposições, espaço gourmet, palestras, workshops, shows, tour fotográfico, leilão social, museu de fotografia, feira de tecnologia de imagem e festa de premiação.

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“Serão quatro dias de muitas atividades, não apenas para quem curte fotografar, mas para quem adora contemplar belas imagens e interagir com fotógrafos. Além disso, o festival dará a oportunidade para que fotógrafos amadores se especializem. A ideia é democratizar a arte da fotografia”, comentou o curador e organizador do festival, Edu Vergara.

A inclusão social é o tema principal do festival, que tem por objetivo integrar fotógrafos de todos os tipos, atentando para a diversidade através da inserção de fotógrafos com deficiência auditiva, visual, física e também com Síndrome de Down.

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Os aplicativos que permitem que você compartilhe sua localização e atividade com alguém podem deixar seus dados e informações pessoais expostos, de acordo com uma descoberta recente do Fraunhofer Institute for Secure Information Technology, com sede em Darmstadt, na Alemanha.

Conforme relatado pela revista Forbes, o estudo descobriu que aplicativos de rastreamento feitos para famílias e casais para monitorar seus entes queridos podem ser facilmente ser interceptados e permitir que hackers espionem o usuário do telefone.

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O relatório analisou 19 aplicativos de rastreamento para Android que foram baixados por milhões de usuários da Google Play. Um deles é o coreano Couple Vow, que permite que os casais compartilhem sua localização, seu histórico de chamadas e mensagens de texto.

Os pesquisadores descobriram que, com um método simples, os hackers podem ler dados não criptografados sem qualquer autenticação. Eles conseguiram levantar 1,7 milhão de senhas do Couple Vow e obter fotos de usuários. Em alguns casos, imagens com nudez.

Os desenvolvedores do Couple Vow não responderam a várias solicitações de comentários feitas pela Forbes. Outros aplicativos rastreadores com milhões de usuários também foram investigados e a maioria deles, inclusive o Couple Vow, segue disponível para download. O Google também não se posicionou sobre o caso.

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Hackers estão explorando uma vulnerabilidade nos roteadores da marca D-Link para enviar pessoas a um site bancário falso que tenta roubar suas credenciais de login, disse um pesquisador de segurança. O ataque afeta principalmente usuários brasileiros do Banco do Brasil e Itaú.

A vulnerabilidade funciona contra os modelos D-Link DSL-2740R, DSL-2640B, DSL-2780B, DSL-2730B e DSL-526B, que não receberam atualizações nos últimos dois anos. Segundo os pesquisadores, a falha permite que invasores alterem remotamente o servidor DNS que os computadores conectados usam para converter nomes de domínio em endereços IP.

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De acordo com um comunicado publicado pela empresa de segurança Radware, os hackers vêm explorando a vulnerabilidade em dispositivos de usuários que tentam visitar dois sites de bancos brasileiros - www.bb.com.br e www.itau.com.br.

"Um usuário pode usar qualquer navegador e seus atalhos comuns. Ele pode digitar o URL manualmente ou até mesmo usá-lo em dispositivos móveis como iPhone, iPad, telefones Android ou tablets. Ele ainda será enviado para o site malicioso em vez de para o site solicitado", explica o pesquisador da Radware, Pascal Geenens.

A companhia de segurança ressalta que os bancos em questão não foram diretamente atacados por hackers, mas aponta que os clientes podem ter sofrido prejuízos financeiros por meio destas investidas. A melhor defesa contra esse problema é garantir que os roteadores estejam executando o firmware mais atualizado e sejam protegidos por uma senha forte.

"Uma boa defesa é também configurar cada dispositivo que se conecta para usar um servidor DNS confiável, como o 1.1.1.1 do Cloudflare ou o 8.8.8.8 do Google. Essas configurações, feitas no sistema operacional do dispositivo de conexão, anularão as configurações feitas no roteador", ressalta o pesquisador.

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O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou dois inquéritos civis para investigar a existência de crianças em situação de rua e trabalho infantil no centro do capital. Os locais apurados são a Praça do Derby e o semáforo em frente ao Clube Internacional do Recife.

De acordo com o MPPE, crianças estão trabalhando na Praça do Derby em frente ao Comando da Polícia Militar. Um relatório do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) que identifica as crianças e suas famílias já foi enviado aos conselhos tutelares.

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Através da abertura do inquérito civil, o MPPE pretende identificar se houve atuação dos conselhos tutelares e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) nos casos. O objetivo é corrigir as irregularidades preferencialmente de forma extrajudicial. No prazo de 30 dias, o CREAS deverá fazer nova visita ao local para saber se a situação persiste.

No caso do semáforo em frente ao Clube Internacional, é dado um prazo de dez dias para que o CREAS entregue o resultado das abordagens realizadas no local, com a identificação das crianças. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado por meio da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD) com dados de 2015, revelou que 2,7 milhões de pessoas entre 5 e 17 anos foram submetidas a atividades de trabalho e, desse número, quase 16% eram de crianças entre 5 e 13 anos de idade. O Norte e Nordeste são as regiões que apresentaram os piores percentuais, com a porcentagem subindo para 27,5% e 22,4%, respectivamente. O Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil em Pernambuco (Fepetipe), com base na PNAD 2013, aponta que mais de 140 mil crianças foram identificadas em situação de trabalho infantil no Estado.

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