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Em uma série de tentativas ao longo do ano passado, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentaram reescrever a história sobre a empreitada golpista do 8 de Janeiro na página do Wikipédia para relativizar os acontecimentos e desassociar do ex-chefe do Executivo os ataques de vândalos às sedes dos Três Poderes. Para isso, usaram uma tática comum: usuários não registrados faziam mudanças que relativizavam o resultado da eleição presidencial de 2022, acusavam que "esquerdistas infiltrados" teriam incitado os protestos e até que tudo o que ocorreu naquela data seria uma "manifestação da vontade popular legítima".

A Wikipédia é a mais popular enciclopédia virtual, feita de forma livre pelos próprios usuários em vários idiomas. Qualquer pessoa pode propor mudanças a um texto sobre algo na plataforma.

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A página em português tem mais de 1,1 milhão de artigos, que, juntos, dariam 5,6 milhões de páginas. Ajudam a produzir esse conteúdo 8.274 usuários ativos, 52 administradores, 704 autorrevisores, 131 revisores e 222 robôs, que ajudam a reverter possíveis alterações falsas ou ações de vandalismos em páginas. Há mais de 3 milhões de usuários no site.

O verbete foi criado às 15h20, enquanto os atos começavam a se desenvolver em Brasília. Desde então, o endereço na enciclopédia virtual foi editado mais de 500 vezes apenas em um dia e passou por controvérsias.

Pouco mais de 20 minutos depois da criação, às 15h42 daquele 8 de janeiro, um usuário trocou o termo "terroristas bolsonaristas" por manifestantes, sem dar mais explicações. Foi a primeira tentativa de aliviar a ligação de Bolsonaro e do bolsonarismo aos atos golpistas. Ele repetiu o processo outras duas vezes. O trecho foi revertido 20 minutos depois.

Esse mesmo usuário voltaria à página quase um ano depois, no dia 4 de janeiro de 2024. Ele trocou o termo "manifestações golpistas no Brasil após as eleições de 2022? para "manifestações da vontade popular legítima fruto de uma democracia instituída pela própria Constituição Federal do Brasil após as eleições de 2022".

Em mais uma sequência de edições parciais, outro usuário bolsonarista trocou um trecho que dizia que Bolsonaro não fez alegações a "fraudes eleitorais". Ele substituiu o termo para "inconsistências eleitorais". E trocou as menções a "bolsonaristas" por "vândalos". Todas essas edições foram revertidas.

O volume de edições na página era tão grande no dia 8 de janeiro que as edições foram restringidas. Apenas usuários verificados e com uma quantidade mínima predeterminada de edições anteriores podiam fazer alterações.

Manifestantes, terroristas ou bolsonaristas no 8 de Janeiro

Sem mais ataques bolsonaristas na edição do texto durante o período, usuários verificados debatiam como o texto deveria ser construído. A primeira grande conversa aconteceu nas primeiras horas. Membros questionavam se deveriam usar o termo "manifestantes", "terroristas" ou "bolsonaristas".

Às 18h31 do 8 de janeiro de 2023, um usuário propôs que o termo "terrorista" fosse usado e editou o texto usando a palavra. Uma nota publicada por representantes dos Três Poderes definiu os atos dessa forma.

Às 19h, um administrador mostrou oposição ao uso da palavra. "Talvez no futuro seja essa a caracterização majoritária, aí não vou me opor. A Wikipédia deve tomar uma posição isenta e equilibrada com aquela tomada pelas fontes", disse. "É perfeitamente válido introduzirmos o artigo com "caracterizadas como golpistas e terroristas" por X, Y e Z."

O texto atual tem 14 menções ao termo "terrorismo", geralmente atribuído a personalidades que fizeram menção à palavra ao comentar sobre o 8 de Janeiro.

Para membros, o uso do termo "terrorismo" poderia ser um reflexo do que chamam de "emoções ideológicas". Um usuário protestou sobre isso na madrugada do dia 9 de janeiro de 2023 "Há muitos editores aqui querendo imprimir suas opiniões políticas e emoções ideológicas no artigo", disse. Ele propôs que o texto seguisse o caminho que aconteceu na edição no texto da invasão do Capitólio, nos Estados Unidos.

"Sei que é um evento que está ocorrendo e suas reverberações irão continuar, mas creio que seja solução para esse impasse, e para essa introdução do artigo que está cheia de vícios ideológicos", comentou.

Segundo usuários, o texto na Wikipédia sobre a invasão no Capitólio não mencionava a invasão feita por apoiadores do ex-presidente republicano Donald Trump à sede do Legislativo americano contra a diplomação do presidente democrata Joe Biden como um ato "terrorista". "Golpista é uma qualificação bem mais estabelecida, melhor no curto prazo, até que se consolide uma caracterização legal", propôs um usuário, ainda no dia 8.

Restrição para edições cai em fevereiro

A restrição para edições na página sobre o 8 de Janeiro na Wikipédia caiu no meio de fevereiro de 2023. Desde então houve sucessivas ações de bolsonaristas na edição dos textos. O perfil é similar: são de contas que não são registradas.

Dois usuários tentaram mexer no texto para dizer que os atos foram causados por "infiltrados de esquerda". As edições foram revertidas.

Na página de discussão, alguns usuários protestaram contra as reversões. "O evento contava com pessoas pacíficas, pessoas desorientadas e pessoas infiltradas. Rotular e generalizar de forma ofensiva os envolvidos no evento é uma posição que ignora os fatos. Esse artigo é desonesto e fere a história e a discussão política do Brasil", comentou uma pessoa no dia 12 de janeiro.

Outro usuário, inconformado com as edições limitadas, reclamou com um texto todo em caixa alta, geralmente usado na internet para expressar revolta. "Mais (sic) os depoimentos já coletados comprovam que houve ação de infiltrados para imputar a culpa a um povo que ficou a (sic) frente dos quartéis por mais de 60 dias de forma ordeira e pacífica", comentou.

Ele prosseguiu, dizendo que os usuários teriam "vergonha" do que estavam escrevendo. "Tenho 66 anos, vivi no período do regime militar, e eu e minha geração sabe (sic) muito bem quem tem 'DNA' para depredar patrimônio público e privado, queimar pneus nas ruas para paralisar as vias públicas e se infiltrar em movimentos pacíficos para causar tumultos e violência".

Enquanto isso, ao longo de 2023, outras pessoas voltaram a tentar favorecer Bolsonaro nas edições. Um usuário tentou alterar o texto para dizer que "riscos de fraude eleitoral" e a "falta de provas de lisura nas urnas" teriam garantido a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. A edição foi revertida quatro minutos depois.

Ainda houve outra mudança para dizer que Bolsonaro teria vencido a eleição, ação revertida 37 minutos depois. Um editor disse que os manifestantes foram rotulados de bolsonaristas apenas "pela imprensa e pela esquerda" - ato revertido 14 minutos depois. Outra pessoa afirmou que a "maior parte da manifestação foi pacífica".

Um usuário disse que não houve uma tentativa de instigar um golpe no 8 de Janeiro, mas sim uma "intervenção federal", expressão comumente usada por bolsonaristas acampados nos quartéis dias anteriores para contornar as acusações de que eles estariam pedindo que os militares dessem um golpe de Estado.

Para Célio Costa Filho, cofundador do Wiki Movimento Brasil, a Wikipédia não é um projeto baseado em opinião, mas que procura retratar os verbetes a partir das fontes disponíveis, especialmente as fontes fiáveis e independentes. "À Wikipédia interessa descrever um fato de forma enciclopédica, sempre baseado em fontes. Se as fontes trazem dados e afirmações, a Wikipédia deve incorporar esses dados e informações citando essas. O leitor da Wikipédia deveria ter o letramento científico para julgar se as fontes que a Wikipédia usa são confiáveis ou não", afirma. "(A Wikipédia) não é um projeto de opinião. É um projeto de fontes fiáveis."

Patrícia Rossini, professora de Comunicação, Mídia e Democracia na Universidade de Glasgow, na Escócia, aponta que as sucessivas alterações podem produzir riscos a pessoas que recorrem à Wikipédia como fonte de informações.

"A depender de quando essas edições são feitas e por quanto tempo essas edições distorcidas ficam online, é possível que pessoas que utilizam a Wikipédia como fonte de informação podem estar desinformadas permanentemente, porque a gente não checa a página como consome notícias ou checa o e-mail. O usuário final não pensa muito em como aquelas informações estão ali na página", afirma.

A página sobre o 8 de Janeiro no Wikipédia foi visualizada 60 mil vezes ao longo de um ano e passou por 694 edições feitas por 116 usuários - dessas 694 edições, 532 foram feitas unicamente no dia 8. 29 edições foram desfeitas por editores e moderadores. O texto tem 48,8 mil caracteres.

O premier do Paquistão ordenou nesta segunda-feira (6) o desbloqueio da enciclopédia eletrônica Wikipedia, três dias depois que o site foi bloqueado no país devido a "conteúdo blasfemo".

A blasfêmia é um tema sensível no Paquistão, país de maioria muçulmana onde gigantes da internet como Facebook e YouTube foram proibidos por terem publicado conteúdo considerado sacrilégio.

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O ministro da Informação, Marriyum Aurangzeb, informou hoje no Twitter que "o primeiro-ministro tem o prazer de ordenar que o site seja restaurado com efeito imediato".

Autoridades paquistanesas bloquearam a Wikipedia no último sábado, "por não ter respondido às nossas reiteradas mensagens para que retirasse o conteúdo blasfemo no prazo" indicado, disse no último sábado à AFP Malahat Obaid, porta-voz da Autoridade de Telecomunicações do Paquistão (PTA).

Em 2010, o Paquistão bloqueou o Facebook por duas semanas, devido a uma publicação supostamente blasfema. O YouTube ficou inacessível de 2012 a 2016, devido à divulgação de um filme amador islamofóbico que desencadeou protestos violentos em vários países.

As autoridades do Paquistão ameaçaram bloquear a Wikipédia no país caso a enciclopédia colaborativa da Internet não retirasse, nesta sexta-feira (03), o "conteúdo blasfemo" de sua página.

Os gigantes da tecnologia Facebook e YouTube já foram bloqueados anteriormente pelo mesmo motivo neste país muçulmano, onde questões relacionadas à blasfêmia são especialmente delicadas.

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A Autoridade das Telecomunicações do Paquistão (PTA) anunciou na quarta-feira (1º) o prazo até a noite de sexta-feira para a Wikipédia retirar o conteúdo, sem mais detalhes.

Enquanto isso, a enciclopédia funcionará de forma "degradada" e o acesso no país será limitado, indicou a PTA.

O Paquistão já censurou várias páginas da Wikipédia no ano passado.

A censura e o controle da Internet e meios de comunicação impostos pelos diferentes governos são criticados há muito tempo pelos defensores da liberdade de expressão.

"A proibição é desproporcional, inconstitucional e realmente ridícula", disse um ativista dos direitos digitais, Usama Khilji.

"Isso afetará estudantes, o mundo acadêmico, setor da saúde, pesquisadores e limitará a confiança dos investidores no Paquistão, devido à incerteza e arbitrariedade da censura", acrescentou Khilji.

Em 2010, o Paquistão bloqueou o Facebook por duas semanas por conta de uma publicação supostamente blasfema.

Já o Youtube ficou inacessível de 2012 a 2016 devido à divulgação de um filme amador islamofóbico, que desencadeou protestos violentos em diversos países.

A página sobre o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, na Wikipédia continua disponível mesmo após o setor de inteligência da corporação pedir a remoção "imediata" do perfil.

O ofício foi endereçado ao escritório da plataforma em São Francisco, nos Estados Unidos, há pouco mais de duas semanas. Àquela altura, a PRF já havia sido arrastada para o centro de acusações de aparelhamento para beneficiar a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição.

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A Diretoria de Inteligência da PRF disse que houve "exposição indevida" da corporação e do seu "dirigente máximo". Além do pedido para tirar a página do ar, o ofício solicita a identificação dos responsáveis pelas informações veiculadas para a "avaliação de eventuais medidas a serem adotadas".

"Saliente-se que o conteúdo tem o viés nitidamente político e a inserção de informações pejorativas sobre o dirigente da instituição ultrapassa os limites do exercício regular do direito de informar", diz um trecho do documento assinado pelo diretor de Inteligência da PRF Luís Carlos Resichak Júnior.

A Wikipédia funciona como uma enciclopédia digital colaborativa: qualquer pessoa cadastrada pode atualizar o conteúdo do site desde que aponte a fonte das informações.

Ofensiva da PRF é mencionada na página

A página não só continua disponível para acesso como passou a fazer referência ao ofício da PRF. O adendo foi incluído ao final do texto.

"Em 13 de novembro de 2022, a Diretoria de Inteligência da PRF enviou um ofício à enciclopédia livre Wikipédia pedindo a exclusão da página sobre Silvinei Vasques e a identificação dos responsáveis pela edição para 'avaliação de eventuais medidas a serem adotadas'. O documento afirma que houve 'exposição indevida' da corporação e do seu 'dirigente máximo'", diz o novo parágrafo.

O diretor-geral da PRF é descrito na página como "bolsonarista". Como mostrou o Estadão, Vasques chegou a pedir votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais na véspera do segundo turno.

O perfil também cita os processos disciplinares abertos contra Silvinei Vasques, um deles por agredir um frentista em Goiás, que foram colocados sob sigilo por 100 anos.

A página destaca ainda casos emblemáticos de violência policial na gestão do atual diretor, como a Chacina da Vila Cruzeiro, comunidade do Rio onde 23 pessoas foram mortas a tiros durante uma operação policial da qual a PRF participou em maio, e o assassinato de Genivaldo de Jesus, asfixiado em um camburão da corporação.

O texto também menciona o trabalho da PRF nas eleições e sobre os bloqueios de estradas federais por manifestantes inconformados com a derrota de Bolsonaro. A corporação abordou eleitores no dia do segundo turno, mesmo após a Justiça Eleitoral proibir operações relacionadas ao transporte de eleitores, o que levou o Ministério Público Federal (MPF) a abrir um inquérito para apurar a conduta de Vasques. A investigação também vai analisar se houve demora deliberada para desmobilizar os protestos bolsonaristas nas rodovias. O diretor-geral da PRF ainda virou réu por improbidade administrativa na semana passada.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) enviou um ofício ao Wikipédia pedindo a exclusão da página sobre o diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, e a identificação dos usuários que editaram as informações.

O Wikipédia funciona como uma enciclopédia digital colaborativa: qualquer pessoa cadastrada pode atualizar o conteúdo do site desde que aponte a fonte das informações.

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O diretor-geral da PRF é descrito na página como "bolsonarista". Como mostrou o Estadão, Vasques chegou a pedir votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais na véspera do segundo turno.

O perfil também cita os processos disciplinares abertos contra Silvinei Vasques, um deles por agredir um frentista em Goiás, que foram colocados sob sigilo por 100 anos.

A página destaca ainda casos emblemáticos de violência policial na gestão do atual diretor, como a Chacina da Vila Cruzeiro, comunidade do Rio onde 23 pessoas foram mortas a tiros durante uma operação policial da qual a PRF participou em maio, e o assassinato de Genivaldo de Jesus, asfixiado em um camburão da corporação.

O texto também menciona o trabalho da PRF nas eleições e sobre os bloqueios de estradas federais por manifestantes inconformados com a derrota de Bolsonaro. A corporação abordou eleitores no dia do segundo turno, mesmo após a Justiça Eleitoral proibir operações relacionadas ao transporte de eleitores, o que levou o Ministério Público Federal (MPF) a abrir um inquérito para apurar a conduta de Vasques. A investigação também vai analisar se houve demora deliberada para desmobilizar os protestos bolsonaristas nas rodovias.

O ofício enviado ao Wikipédia partiu da Diretoria de Inteligência da PRF. O documento afirma que houve "exposição indevida" da corporação e do seu "dirigente máximo".

"Saliente-se que o conteúdo tem o viés nitidamente político e a inserção de informações pejorativas sobre o dirigente da Instituição ultrapassa os limites do exercício regular do direito de informar. Evidentemente, o direito à informação não exclui garantias individuais, pois encontra nelas os seus limites, devendo-se atentar ao dever de resguardar direitos, vez que os dados divulgados manipulam a opinião pública", diz um trecho do documento assinado pelo diretor de Inteligência da PRF Luís Carlos Resichak Júnior.

O pedido é para tirar a página do ar e identificar os responsáveis pela edição para "avaliação de eventuais medidas a serem adotadas".

Incomodados com informações apresentadas em suas biografias na Wikipédia, deputados federais e assessores tentam, a dois meses das eleições, remover conteúdos negativos e inserir material favorável. Em alguns casos, ameaçam judicialmente a plataforma para mudar o verbete.

A Wikipédia é uma enciclopédia online de livre edição, onde qualquer pessoa pode alterar os verbetes, contanto que siga as regras de bom uso da plataforma.

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Ao menos três parlamentares - Luis Miranda (Republicanos-DF), Loester Trutis (PL-MS) e Bia Kicis (PL-DF) - receberam notificações de tentativas de mudar conteúdos. Em maio, a deputada Carla Zambelli processou o Wikimedia, empresa que gere a Wikipédia, para suprimir informações de sua página, limitar as edições das informações e identificar quem alterou indevidamente os dados.

No processo, a deputada pede à Justiça a retirada da afirmação de que ela fez parte do movimento Femen Brazil e que fez uma "vaquinha" online para pagar uma indenização por danos morais de um processo movido pelo ex-deputado Jean Wyllys. Entre junho e julho deste ano, o verbete de Carla passou por 14 alterações.

Entre às 18h21 e às 18h39 do dia 4 de julho, houve nove tentativas de alterar informações da página de Luis Miranda. As mudanças foram revertidas em menos de cinco minutos, e o perfil foi removido e notificado. A página foi trancada e apenas usuários autoconfirmados estendidos, isto é, com ao menos 30 dias de registro e 500 edições podem editar.

Procurado, Miranda disse que o gabinete identificou informações falsas. "Eu sofri um ataque de desconstrução de imagem comprovado pela Justiça. As pessoas foram indiciadas criminalmente", disse.

Segundo ele, o gabinete e a Procuradoria da Câmara procuraram a Wikipédia para tentar responsabilizar a edição. Ele afirmou também que uma representação foi encaminhada ao Ministério Público para apurar se há crime em a Wikipédia em não se adaptar à legislação eleitoral.

Em abril, uma usuária com o mesmo nome de uma assessora do deputado Loester Trutis adicionou informações biográficas sobre o parlamentar, revertidas depois sob alegação de que o texto era publicitário. Quase três meses depois, a mesma usuária reinseriu o conteúdo e removeu a informação de que Trutis foi acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de forjar o próprio assassinato. As novas alterações foram revertidas seis minutos depois.

Em abril, um usuário com o mesmo nome de um assessor de Bia Kicis fez alterações "a pedido da própria deputada". Uma delas foi a mudança de "extrema-direita" para "direita" na definição do espectro político da parlamentar.

No mesmo dia, o mesmo usuário tentou inserir o trecho que dizia que Kicis teve "uma das gestões mais produtivas da história da Comissão de Constituição e Justiça" e tentou excluir informações sobre supostas divulgações de informações falsas nas redes da deputada. Todas as mudanças foram revertidas pelos editores do site.

Procurados, Carla, Trutis e Bia não responderam.

O Wikimedia não firmou memorando de entendimento com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o combate às fake news, como fizeram outras plataformas. Ao jornal O Estado de S. Paulo, a Corte informou que não houve, até o momento, contato entre o TSE e a Wikipédia para discutir estratégias de combate da desinformação sobre o processo eleitoral brasileiro.

"No caso da Wikipédia, o TSE ainda não recebeu nenhuma denúncia de prática desinformativa em circulação na página", disse o tribunal.

Regulação

Para Chico Venâncio, vice-presidente do Wiki Movimento Brasil, o processo de criação de conteúdo da Wikipédia faz com que a desinformação seja muito inferior a outras plataformas, como o Facebook e o YouTube. "É um processo com muitos voluntários e edições não construtivas são corrigidas ou retiradas relativamente rápido."

Fabrício Polido, especialista na área de Direito Digital, Inovação e Tecnologia, lembra que, na França, o Wikimedia ganhou uma batalha judicial sobre a responsabilidade de conteúdos divulgados.

A Justiça francesa concluiu que a empresa não pode ser considerada culpada e responsável pelos conteúdos, já que se trata de uma enciclopédia que armazena artigos.

O jornal O Estado de S. Paulo detectou 23 termos relativos à política brasileira sob algum tipo de restrição para a edição. Três presidenciáveis estão na lista: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Simone Tebet (MDB-MS). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma assessora do gabinete da senadora Simone Tebet (MDB-MS), pré-candidata à Presidência, tentou editar o verbete da parlamentar na Wikipédia, mas acabou bloqueada pela plataforma. As alterações diziam respeito, principalmente, a sua atuação em relação à demarcação de terras indígenas. Em nota, a assessoria da senadora disse que as informações disponíveis são "equivocadas".

O trecho que gerou o problema diz que "um dos principais projetos defendidos por Simone Tebet no Senado Federal trata da suspensão das demarcações de terras indígenas e pagamento de indenizações para fazendeiros". O texto disponível no site também diz que há conflito de interesse no caso, porque "a senadora é proprietária de uma fazenda em Caarapó, Mato Grosso do Sul".

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Além disso, o texto da Wikipédia relata que "Eduardo Rocha, marido de Simone Tebet e deputado estadual no MS, foi um dos nomes mais atuantes da Comissão Parlamentar de Inquérito aberta na Assembleia Legislativa do MS para investigar o Cimi". O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) é uma organização ligada à igreja Católica e direcionada à defesa dos povos indígenas.

Substituição

Em nota, a assessoria da senadora diz que tenta desde 2021 atualizar a página e alterar o que chamou de "informações equivocadas", que teriam sido baseadas em notícias da empresa que apresentariam "teor enviesado e negativamente tendencioso". Afirma também que a "verdade dos fatos" pode ser verificada nos documentos do Senado. A nota conclui que a senadora "enviará protesto formal à plataforma para que corrija essa injustiça".

Ao Estadão, a assessoria da senadora apresentou o texto que teria apresentado para substituir o presente hoje na Wikipédia. O novo conteúdo ameniza o tom crítico. A primeira diferença está no título da secção, suprimindo o termo "suspensão" e mantendo apenas "Demarcações de terras indígenas". Além disso, o texto apresenta uma versão mais extensa, com uma contextualização que afirma que as ações da senadora teriam como objetivo "pacificar o problema histórico devido à presença de não-índios em terras indígenas".

Há ainda a indicação de que, de fato, Simone Tebet teria apresentado uma sugestão para que a indenização aos proprietários que tivessem sua terra desapropriada fosse paga em dinheiro, e não em precatórios. Segundo a assessoria, isso seria fundamental para pequenos produtores reconstruírem sua vida em outro lugar. A proposta surgiu como emenda à PEC 71/2011, do senador Paulo Bauer (PSDB/SC). "Hoje tramita como PEC 132/2015 na Câmara dos Deputados e ainda aguarda criação de Comissão Temporária", afirma.

O texto também não nega que a senadora "chegou a apresentar projeto de lei para suspender, por período determinado, a possibilidade de estudos antropológicos em áreas conflagradas", mas acrescenta que ela retirou o projeto de tramitação e pediu seu arquivamento, ainda em 2015.

Além disso, a assessoria do gabinete da senadora afirmou que esses não são os principais projetos da senadora e que a Wikipédia não menciona, por exemplo, sua atuação na CPI da covid-19 ou como líder da bancada feminina no Senado.

Para a Wikipédia, no entanto, as alterações feitas pela equipe de Simone Tebet em seu próprio verbete configuram conflito de interesse, pois a favoreceriam. A edição dos verbetes da Wikipédia é livre, mas deve atender regras estabelecidas pela comunidade.

Projetos de demarcação de terras indígenas

O Estadão conferiu as informações e a PEC 132/2015, de autoria do senador Paulo Bauer, está, de fato, aguardando criação de comissão temporária na Câmara dos Deputados. Ela versa sobre "permitir a indenização de possuidores de títulos dominiais relativos a áreas declaradas como indígenas e homologadas a partir de 5 de outubro de 2013".

Também confirmou que a PLS 494/2015, de autoria da senadora Simone Tebet, foi retirada pela autora em junho de 2018. O texto propunha proibir "a adoção de qualquer procedimento conducente à reforma agrária", como estudos para demarcação de terras, no caso de propriedades invadidas entes da realização desses mesmos estudos. A proibição duraria dois anos, ou o dobro, no caso de reincidências.

A justificativa apresentada era de "desestimular o uso da violência no campo", no que o texto chamou de "ocupações truculentas" que estariam ocorrendo "como forma de pressionar o governo a promover novas demarcações". Na época, a proposta recebeu críticas por parte de entidades de defesa de direitos humanos.

"A senadora tem vários projetos e relatórios extremamente relevantes e este em questão foi arquivado a pedido da própria senadora anos atrás e, nem de longe, era um dos principais projetos defendidos por ela, conforme está no Wikipédia. Essa desinformação está sendo difundida nas redes sociais", afirma a assessoria de Simone Tebet.

O Google concordou em pagar à Wikipedia pelo conteúdo exibido por seu mecanismo de busca, espelhando os acordos que a gigante de tecnologia dos Estados Unidos fechou com veículos de comunicação na Europa.

A Fundação Wikimedia, organização beneficente que supervisiona a enciclopédia online, disse que o Google foi o primeiro cliente a pagar sua empresa comercial Wikimedia Enterprise, lançada no ano passado.

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Enquanto isso, o serviço será oferecido gratuitamente ao Internet Archive, uma organização sem fins lucrativos que administra o Wayback Machine, que salva instantâneos de sites e é usado para consertar links da Wikipedia.

"Estamos muito satisfeitos por trabalhar com nossos parceiros de longa data", disse Lane Becker, da Wikimedia, em comunicado na terça-feira.

O texto não revelou o valor do contrato com o Google.

A Wikipedia, um dos sites mais visitados do mundo, é de uso gratuito, atualizada por voluntários e depende de doações para se manter ativa.

O novo braço comercial não mudará esse acordo para usuários individuais, disse a fundação.

A Google utiliza material do site para seu "painel de conhecimento", uma barra lateral que acompanha os principais resultados de busca e nem sempre mostra a fonte da informação, o que gerou reclamações da Wikimedia.

Google já forneceu dinheiro para a Wikipedia por meio de doações e subsídios.

"Durante muito tempo nós apoiamos a Fundação Wikimedia na busca por nossos objetivos compartilhados de expandir o conhecimento e o acesso das pessoas à informação por todos os lados", disse Tim Palmer, do Google.

Os reguladores franceses e a Google encerraram na terça-feira uma disputa de anos ao definirem um marco para que a empresa americana pague os veículos de comunicação por seus conteúdos.

O Google afirmou que já chegou a acordos com centenas de veículos de comunicação em toda a Europa, incluindo a Agence France-Presse

No próximo sábado (15) faz 21 anos do lançamento da enciclopédia colaborativa Wikipédia, concebida pelo filósofo Larry Sanger e pelo empresário Jimmy Wales. Embora ela seja vista com um certo grau de desconfiança, principalmente no meio acadêmico, é fato que o site adquiriu uma grande popularidade nos últimos anos.

Segundo o docente do curso de Redes Sociais como Ferramenta de Marketing do Senac EAD, Álvaro Mesquita Martio, a Wikipédia é um ambiente virtual que reúne informações variadas de diversos assuntos, o que pode ser uma boa opção para sanar curiosidades corriqueiras e dúvidas rápidas.

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O professor aponta que por meio da Wikipédia é possível encontrar informações que incentivem a busca por novas fontes, que geram mais conhecimentos em trabalhos. “Contudo , sugere-se não ser a única fonte de informação e sim funcionar como um resumo do que vamos estudar”, recomenda Martio.

Ao fazer uma pesquisa na Wikipédia, Martio orienta a verificar as referências disponibilizadas nas notas de rodapé. “Saber a origem da informação que foi preenchida e se possível verificar esta fonte, pois muitas vezes possuem links para fonte primária”, destaca.

Além disso, o docente lembra que é preciso se atentar às fontes duvidosas e textos incompletos, muitas vezes alertados pelo próprio site. “Estes costumam ser bons indicativos para melhorar a confiabilidade da pesquisa na Wikipédia”, afirma Martio.

Vale destacar que a Wikipédia costuma ser o primeiro resultado de uma pesquisa no Google e, segundo Martio, isso ocorre porque o site opera em um serviço muito semelhante aos buscadores, mapas e o próprio Google. “A velocidade e quantidade de conteúdo disponibilizado só é possível pelo método de construção coletiva organizado por este tipo de serviço”, explica.

Como a Wikipédia é uma enciclopédia construída com a colaboração de diversos usuários da internet, Martio lembra que é possível que existam erros, mas a correção muitas vezes acontece pelos próprios usuários. “Este é o modelo orgânico da rede mundial de computadores (www), não faria sentido uma intervenção maior por parte do Google. E além do mais, a maioria das informações da Wikipédia são confiáveis e não o contrário”, ressalta.

Para o docente, o que mais descredibiliza a Wikipédia é o fato de não existir uma curadoria de conteúdos por parte de alguma instituição acadêmica, editorial ou portal de pesquisa. “Hoje é possível colocar informações e editar sem muita dificuldade, desta forma o pesquisador não tem como ter a certeza da informação, como observamos em materiais publicados por editoras e outros sites com revisão e checagem de fontes”, pontua Martio.

 Wikipédia como ferramenta de pesquisa

Atualmente, a pesquisadora Ana Bracarense tem estudado sobre a vida do piloto de Formula 1, Ayrton Senna (1960-1994) e também sobre Pessoa com Deficiência (PcD). Com todos os devidos cuidados, utiliza a Wikipédia como uma das fontes de informação.

Neste sentido, Ana verifica se as informações estão de acordo com o que é dito em outros veículos de comunicação. “Se for confirmado, eu já coloco nas minhas matérias, nas minhas redes e sei que essa informação é segura”, descreve. “Caso contrário, eu preciso pesquisar mais a fundo ou verificar a informação com pessoas que saibam me falar do que eu necessito. Nesse caso, eu dispenso as informações do Wikipédia”, complementa.

A pesquisadora comenta que durante sua pesquisa conseguiu encontrar novas informações e detalhamentos sobre PcD. “Porque, como, onde, desde quando ‘aquela’ classe passou a ser considerada PcD. Tudo que envolva o assunto e que seja atualizado e importante”, define Ana.

"Wikipedia é o maior bem público digital que a Internet nos deu". A enciclopédia online gratuita, um dos últimos "dinossauros" da internet libertária e participativa, completa 20 anos com vários desafios pela frente.

A Wikipedia é "um pequeno milagre" em um momento em que triunfam as grandes empresas de tecnologia digital e a Internet comercial, diz o historiador Rémi Mathis, ex-presidente da associação Wikimedia França.

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Criada, sem fins lucrativos, em 15 de janeiro de 2001 pelo americano Jimmy Wales, a ambição da Wikipedia é reunir na mesma plataforma online o conhecimento do planeta graças a milhões de colaboradores voluntários.

Seu sucesso foi imediato. Primeiro, um site em inglês foi criado, mas outros idiomas logo o seguiram, como espanhol, alemão, francês ou russo.

Nos próximos anos, Wales espera que a Wikipedia se espalhe para os países em desenvolvimento.

"É muito importante que o próximo bilhão de pessoas que acessem a Internet queira contribuir". O fundador, entrevistado pela AFP, sonha com uma "instituição que durará tanto (...) quanto a Universidade de Oxford".

A Wikipedia, o sétimo site mais visitado do mundo, tem mais de 55 milhões de artigos publicados em 309 idiomas. O conteúdo de cada site é autônomo: não há traduções, mas contribuições originais, às vezes completadas por robôs a partir de dados públicos.

- Falta de diversidade -

Ao contrário das enciclopédias tradicionais, escritas por especialistas renomados, esta coleção de conhecimento compilado por amadores, muitas vezes anônimos, atraiu inúmeras críticas e hostilidade de certos círculos acadêmicos.

"Quando sabemos mais sobre como a Wikipedia é controlada, como os artigos são escritos e como a comunidade se comunica, podemos considerar que há um nível geral de confiabilidade que é importante", defende Lionel Barbe, professor da Universidade de Paris-Nanterre.

Mas há um problema de diversidade nas fontes e nos tópicos cobertos, porque a maioria dos colaboradores é de países ocidentais.

"Os contribuintes geralmente são moradores de cidades com diplomas", diz Rémi Mathis, autor do livro "Wikipédia: Dans les coulisses de la plus grande encyclopédie du monde" ("Wikipedia: Nos bastidores da maior enciclopédia do mundo", em tradução livre).

"80% ou mais dos artigos da Wikipedia são escritos por homens brancos", aponta Marie-Noëlle Doutreix, professora da Universidade de Lyon 2.

- Um refúgio? -

Apesar de tudo, em um período de domínio das Gafam (Google, Amazon, Facebook, Apple e Microsoft), a enciclopédia online é uma das poucas sobreviventes da utopia colaborativa da internet libertária, concebida como "uma rede descentralizada de compartilhamento de conhecimento", diz Lionel Barbe.

Para Barbe, "a Wikipedia é o maior bem público digital que a Internet nos deu".

"Não nos desviamos de nossa missão para obter mais receita, então não enfrentamos esses problemas que vemos hoje, essa questão dos algoritmos", ressalta Jimmy Wales.

"Por razões comerciais da Internet, é bom que a Wikipedia continue", diz Marie-Noëlle Doutreix. "O Google promoveu a visibilidade da Wikipedia, mas em troca usa seus artigos em seu mecanismo de busca e obtém muito tráfego graças a esta enciclopédia".

Alguns também gostariam de se inspirar em seu modelo original de moderação comunitária em face da circulação massiva de informações falsas nas redes sociais.

"Também não devemos acreditar que a Wikipedia nos salvará de nossos próprios demônios. Ainda é uma ferramenta. Se você gosta da conspiração, duvido que a Wikipedia o mantenha longe dela", tempera Lionel Barbe.

Nos próximos anos, a Wikipedia enfrentará dois grandes desafios: continuar a encorajar mais e mais "enciclopedistas" e continuar a moderar seu próprio conteúdo e discussões internas.

Crítica fervorosa do governo Bolsonaro, a jornalista Vera Magalhães teve sua biografia no Wikipedia modificada nesta segunda-feira (2). A atualização classifica a comunicadora como sendo “de esquerda”. De acordo com o perfil Brasil WikiEdits, que diz ter rastreado o IPI do computador responsável pela modificação, o aparelho integra a rede do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), um órgão do governo.

Ao visualizar a mudança, a jornalista expôs a situação em suas redes sociais: “E aqui está a alteração que havia sido feita”, escreveu, postando também a captura de tela da mudança em sua biografia. Em outra publicação, Magalhães acrescenta que a alteração foi revertida por falta de confirmação.

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Vera Magalhães foi a jornalista responsável por divulgar que o presidente Jair Bolsonaro enviou, a partir de seu celular pessoal, vídeos de convocação de manifestações contra o congresso e o Supremo Tribunal Federal. Enquanto parlamentares e ministros repudiaram a atitude de Bolsonaro, a Ordem dos Advogados do Brasil publicou nota em apoio à comunicadora.

O Ministério da Educação (MEC) solicitou na última quinta-feira (27) à enciclopédia colaborativa Wikipédia que o verbete sobre o ministro da pasta, Abraham Weintraub, fosse excluído. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o MEC alegou que a página conteria "informações não confirmadas" que poderiam levar a "interpretações dúbias".

A mensagem enviada pelo MEC, à qual a reportagem teve acesso, justifica o pedido de exclusão pela "impossibilidade de edição" do conteúdo por parte do ministério. Segundo a pasta, com a restrição de edição, a "pessoa física/jurídica fica incapacitada de declarar ampla defesa e o contraditório".

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Procurado, o MEC confirmou ter pedido a remoção do artigo e também reconheceu o conteúdo do e-mail, mas não comentou a solicitação nem esclareceu quais trechos do artigo sobre Weintraub motivaram o contato. A solicitação do ministério foi feita por um mecanismo automático da plataforma, no qual é possível enviar um e-mail ao usuário responsável pela última edição.

O verbete sobre Weintraub na Wikipédia foi criado em 8 de abril, pouco mais de três horas depois de o presidente Jair Bolsonaro anunciar pelo Twitter que ele sucederia Ricardo Vélez Rodriguez no comando do ministério.

A solicitação do MEC para que o verbete fosse excluído mobilizou um fórum de editores da Wikipédia - que assinam com pseudônimos. O editor Chronus, que foi contatado pela assessoria do MEC, compartilhou a mensagem recebida e pediu aos colegas conselhos. "Caberia alguma resposta formal da comunidade quanto à solicitação do MEC?", escreveu no fórum do site na última segunda-feira.

Os editores então sugeriram que ele pedisse mais clareza ao MEC sobre os pontos problemáticos e respondesse explicando que é impossível que um editor sozinho consiga eliminar um artigo.

O editor contatado pelo MEC não havia alterado conteúdo, mas restringiu a possibilidade de que usuários sem boa reputação na plataforma pudessem editar o texto.

Na discussão do fórum, o Chronus disse que não pretendia responder ao e-mail do MEC. Argumentou que a comunicação deveria ter sido feita à Fundação Wikimedia, com sede na Califórnia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O co-fundador da Wikipédia, Larry Sanger, está convidando usuários do mundo todo para dar uma pausa nas redes sociais nos dias 4 e 5 de julho. O movimento, que já circula em algumas plataformas com a hashtag #SocialMediaStrike, está aparecendo timidamente em algumas discussões na internet.

Em março deste ano, o filósofo já havia dado declarações que queria entrar em guerra contra as grandes corporações e que as pessoas estavam insatisfeitas como a forma que os algoritmos funcionavam, mas precisavam de um “empurrãozinho” para protestar. 

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Para isso acontecer Larry fez uma postagem no Reddit e em seu blog pessoal, em que incentiva os usuários a não utilizarem nenhuma plataforma social como Facebook, Twitter e Instagram. O hiato aconteceria durante os dois dias de julho, com exceção para postagens dizendo que os usuários estariam participando da greve. Sanger acredita que os dados fornecidos na internet pertencem aos usuários e que as empresas de tecnologia não deveriam ser detentoras dessas informações. 

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O protesto pega o gancho dos inúmeros escândalos de privacidade envolvendo gigantes como Facebook e Google. Sanger está chamando o ato de Declaração da Independência Digital, em que ele acredita que a ação é fundamental para a mudança na atitude das empresas em relação à propriedade dos dados.

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A enciclopédia digital Wikipedia, que já estava bloqueada em mandarim, está agora inacessível na China continental em todas os idiomas, com a aproximação de datas sensíveis como o 30º aniversário da repressão da Praça da Paz Celestial.

Nesta quarta-feira (15), as versões em francês, inglês e alemão não podiam ser consultadas em Pequim, constatou a AFP.

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Assim, a Wikipedia junta-se ao Google, a várias redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram, YouTube) e numerosos veículos estrangeiros bloqueados pela "grande muralha informática" levantada pelos censores do regime.

De acordo com a associação especializada em detecção de censura do Open Observatory of Network Interference (OONI, Observatório Aberto de Interferências na Rede), a China começou em abril a impedir o acesso à Wikipédia em diferentes idiomas.

Antes, podia ser consultada na maioria das edições, exceto em mandarim, desde 2015, de acordo com o OONI.

"O que realmente conta é o conteúdo em chinês", disse um co-fundador do site Greatfire.org, que acompanha a censura chinesa na internet.

"Impedir o acesso à Wikipédia em todos os idiomas é simbólico", estimou, vendo nesta decisão uma prova de que "as autoridades têm medo da verdade".

O Partido Comunista reforça o controle da internet como o 30º aniversário da repressão sangrenta de manifestações em favor da democracia na Praça da Paz Celestial, em Pequim, em 1989.

A Venezuela bloqueou o acesso à enciclopédia online gratuita Wikipédia, afirmou um órgão de vigilância da internet no domingo (13). De acordo com a NetBlocks, um grupo de direitos digitais, a maior provedora de telecomunicações do país, a CANTV, tem impedido o acesso à Wikipedia em todos os idiomas desde o dia 12 de janeiro.

Cerca de 16 milhões de pessoas têm acesso à internet na Venezuela, sendo que a Wikipédia recebe em média 60 milhões de visualizações do país todos os meses. Segundo a NetBlocks, a proibição provavelmente foi imposta depois que um artigo da Wikipédia listou o recém-nomeado presidente da Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, Juan Guaidó, como presidente número 51, destituindo Nicolás Maduro de seu status presidencial.

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Em maio, Maduro declarou vitória após uma eleição que seus oponentes políticos e muitos países estrangeiros consideram ilegítima, em parte porque opositores populares foram proibidos de concorrer e os maiores partidos anti-governo boicotaram a disputa.

O regime de Maduro agora se junta ao do presidente Recep Tayip Erdogan, da Turquia, como o segundo a banir a Wikipédia em sua totalidade. A Turquia, relatou o site Haaretz, bloqueou a Wikipédia em abril de 2017 por causa de artigos relacionados ao envolvimento da capital Ancara com o Estado Islâmico (EI) na Síria.

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A Wikipédia bloqueou os leitores de suas páginas nesta semana na Itália, Espanha e Polônia, em protesto contra a nova legislação de direitos autorais online europeia. Críticos dizem que as regras, que devem ser votadas nesta semana, podem acabar com os memes e os remixes, e exigir que as plataformas paguem por links para notícias.

Ao tentar acessar as páginas da enciclopédia, os visitantes da Wikipédia nos três países são recebidos com uma declaração sobre a próxima votação. "A própria Wikipédia está em risco de fechar", diz o alerta.

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"Se a proposta for aprovada, pode ser impossível compartilhar um artigo de jornal em redes sociais ou encontrá-lo em um mecanismo de busca", continua.

Em outros países da Europa, incluindo o Reino Unido, a Wikipédia exibe um banner no topo do seu site pedindo às pessoas que se oponham às reformas.

A revisão da lei europeia de direitos autorais está dividida em várias seções, uma das quais é a reforma criticada pela Wikipédia. Outra mudança forçaria plataformas online como Google e Facebook a pagar por links para conteúdo de notícias.

A Wikipédia é um dos sites mais visitados na internet, atualmente em 5º lugar no ranking mundial de classificação de tráfego Alexa.

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O YouTube irá adicionar informações adicionais da Wikipédia em vídeos de teoria da conspiração, um esforço para enfrentar a disseminação de informações falsas em sua plataforma. O recurso, que será lançado nos próximos meses, vai aparecer em vídeos que trazem especulações bem conhecidas, como as que sugerem que o homem nunca pisou na lua.

"Estamos sempre explorando novas maneiras de combater informações erradas no YouTube", disse uma porta-voz do YouTube, ressaltando que a Wikipédia será apenas uma das fontes terceirizadas apresentadas aos usuários.

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No primeiro momento, apenas os vídeos que contém os assuntos mais procurados na plataforma terão a funcionalidade. Segundo o YouTube, os espectadores poderão conferir um pequeno bloco de texto com um link para a Wikipédia para mais informações.

No entanto, a Wikimedia - que hospeda o site da Wikipédia - divulgou uma declaração dizendo que não recebeu nenhum aviso prévio sobre a nova ferramenta do YouTube. "Nem a Wikipédia nem a Wikimedia Foundation fazem parte de uma parceria formal com o YouTube", afirmou.

O YouTube disse à CNN que o anúncio não era uma parceria com a Wikipédia e que é parte de um esforço mais amplo para enfrentar a desinformação. "Estamos sempre felizes em ver pessoas, empresas e organizações reconhecer o valor da Wikipédia como um repositório de conhecimento gratuito", disse a empresa.

A Wikimedia Foundation decidiu encerrar o programa que oferecia acesso grátis, mesmo se o usuário não tivesse um pacote de dados ativo, à enciclopédia virtual em países em desenvolvimento. A iniciativa terminará neste ano em 72 países da África, Ásia, Europa e América Latina. O Brasil não participava da medida.

Criado em 2012, o programa chamado Wikipédia Zero permite, por meio de contratos com operadoras de telefonia móvel, acesso a artigos sem cobrança de internet. A fundação informa que ao longo dos seis anos, mais de 800 milhões de pessoas puderam participar da iniciativa.

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A Wikimedia Foundation apontou a queda de interesse das operadoras por parcerias de acesso gratuito, bem como a diminuição de preços de pacotes de internet móvel e a falta de conhecimento sobre o site por parte do público. O acesso aos conteúdos da Wikipédia continua a ser grátis.

"Desde 2016, vimos uma queda significativa na adoção e interesse no programa. Isso pode ser devido, em parte, ao crescimento rápido da indústria móvel, bem como às mudanças nos custos de dados móveis. Ao mesmo tempo, realizamos extensas pesquisas para entender melhor o espectro completo de barreiras para acessar e participar da Wikipédia", informou a organização, em comunicado.

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A China planeja lançar no próximo ano uma enciclopédia on-line apresentada como "uma Grande Muralha cultural", diante da influência estrangeira, em geral, e à Wikipedia, em particular.

A China deve publicar sua própria enciclopédia com o objetivo de guiar a opinião pública, explicou o principal promotor do projeto, Yang Muzhi, em um artigo publicado no mês passado no site da Academia Chinesa das Ciências.

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Diferentemente da Wikipedia ou seu equivalente chinês Baidu Baike, que recorrem aos serviços de voluntários e cujos conteúdos on-line são revisados permanentemente, o novo projeto estará inteiramente redigido por profissionais. Mais de 20.000 universitários já foram recrutados para participar do projeto, que terá mais de 300.000 entradas em seu lançamento no próximo ano, segundo o mesmo artigo.

Em outro artigo publicado no ano passado, Yang Muzhi apresentou a futura enciclopédia como uma rival da Wikipedia e da enciclopédia Britannica.

O projeto, sob a supervisão do Grupo de Edição Chinês, uma empresa estatal, "terá características chinesas", explicou.

A enciclopédia "será um símbolo do desenvolvimento cultural e tecnológico do país", que aumenta sua influência internacional.

Embora a Wikipedia esteja autorizada na China, o regime comunista bloqueia outras fontes de informação, como Google, assim como redes sociais, entre elas Facebook e Twitter. Além disso, a internet chinesa está limpa de qualquer conteúdo politicamente sensível.

A China conta com mais de 700 milhões de internautas, mas segundo o centro de reflexão americano Freedom House, em 2015 a política de Pequim era a mais restritiva sobre os conteúdos on-line dos 65 países estudados, entre eles Irã e Síria.

A Turquia aprovou dois novos decretos neste sábado. Um deles determina a demissão de mais de 4 mil funcionários públicos e o outro proíbe programas de namoro na televisão. O Diário Oficial do país publicou os decretos durante a noite (horário local), ordenando a demissão de cerca de 500 acadêmicos e de mais de mil militares turcos. O decreto também restabelece o emprego de 236 pessoas.

O estado de emergência que continua a vigorar no país veio após a tentativa de golpe contra o governo do presidente Recep Tayyip Erdogan. Desde então, mais de 47 mil pessoas foram presas e 100 mil estão sendo investigadas por supostas conexões com organizações terroristas.

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Também neste sábado, o acesso à enciclopédia online Wikipedia foi bloqueado no país, por conteúdo que apresenta o país como apoio ao terrorismo. A agência de notícias estatal do país, a Anadolu, disse que o site foi bloqueado por "se tornar uma fonte de informações agindo com grupos realizando uma campanha de difamação contra a Turquia na arena internacional". Fonte: Associated Press.

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