Pesquisa: crianças têm o próprio celular antes dos 10 anos

De acordo com a pesquisa, metade dos pais entrevistados na América Latina afirmou que os filhos possuem ao menos um perfil em mídias sociais

por Aurilene Cândida qui, 18/06/2020 - 12:57
JúlioGomes/LeiaJáImagens/Arquivo JúlioGomes/LeiaJáImagens/Arquivo

Quase metade das crianças brasileiras usam um dispositivo conectado pela primeira vez antes dos seis anos de idade e mais de 70% delas ganham seu primeiro smartphone ou tablet antes de completar 10 anos. É o que aponta uma pesquisa realizada pela empresa de cibersegurança Kaspersky, em parceria com a consultoria de pesquisa CORPA. 

Além do Brasil, o estudo foi feito em mais cinco países da América Latina; Argentina, Chile, México, Colômbia e Peru, para analisar o quanto pais e mães estão envolvidos e comprometidos com a vida digital de seus filhos. 

Ao todo, foram entrevistados 2.294 pais e mães com idade entre 25 a 60 anos, pertencentes às classes A, B ou C, usuários de dispositivos eletrônicos e cujos filhos tenham entre 0 e 18 anos. As entrevistas foram realizadas entre fevereiro e março deste ano, por meio de enquetes online.

De acordo com a pesquisa, metade dos pais entrevistados na América Latina afirmou que os filhos possuem ao menos um perfil em mídias sociais; ao mesmo tempo, 15% deles admitiram ignorar completamente as informações que as crianças compartilham na internet. O Brasil lidera este quesito, com 56% das crianças tendo alguma conta em redes como WhatsApp, Instagram, YouTube e Facebook. Em seguida aparecem os chilenos (55%), argentinos (53%) e mexicanos (48%). Completam a lista os colombianos (45%) e os peruanos (44%). 

Dos 50% dos jovens que mantém contas em redes sociais, 40% criaram e acessam diretamente sem a supervisão de seus pais. Os outros 10% tiveram seus perfis criados pelos pais, que também os gerenciam. No Brasil, o que as crianças mais compartilham publicamente são hobbies ou atividades favoritas (67%), dados pessoais de amigos e parentes (10%) e fotos da casa (16%).

O levantamento também revela que  25% dos pais na região raramente acompanham as redes sociais de seus filhos, e os que menos fazem são os mexicanos (20%). Em contrapartida, os mais preocupados são argentinos, brasileiros e chilenos, com 28%. Colombianos (24%) e peruanos (21%) completam a lista.

A pesquisa analisa que em média, 35% dos adultos não sabem a senha do perfil de seus filhos, e os brasileiros são os que menos têm essa informação, com 26%. Os que demonstram mais interesse pelas credenciais de seus filhos são os mexicanos, com 44%. Já os argentinos, chilenos, colombianos e peruanos aparecem com, respectivamente, 38%, 37%, 33% e 31%.

De acordo com Carolina Mojica, gerente comercial de varejo da Kaspersky, “as crianças de hoje crescem em um mundo rodeado pela internet”. “É impossível evitar que, mais cedo ou mais tarde, elas comecem a interagir com tudo o que é digital e, principalmente, com as redes sociais. Se as redes já fazem parte de suas vidas, é importante supervisionar o que publicam e explicar por que é responsabilidade dos pais fazer isso. Até os adolescentes podem não ter total compreensão sobre o impacto a longo prazo de suas postagens ou podem não entender que a internet nunca esquece nada. Portanto, é importante ensiná-los a ter bons hábitos online. Desde cedo, conversar com eles sobre as ameaças on-line para que aprendam a reconhecê-las e evitá-las, criando assim uma base de confiança e diálogo", explica. 

Um outro aspecto que a pesquisa revelou é que 49% das crianças brasileiras usam um dispositivo inteligente pela primeira vez antes dos 6 anos de idade  e que 73% delas ganham seu primeiro smartphone ou tablet antes de completar 10 anos de idade. Segundo os pais participantes, seus filhos usam os dispositivos principalmente para se divertir, com 69%,  maior índice em toda América Latina). Em seguida, estão  a educação com  33% e se comunicar com outras pessoas 9%.

Sobre o tempo de uso, a pesquisa mostra que 15% dos menores na região passam mais de quatro horas conectados à internet, sendo os argentinos (24%) líderes neste quesito. Em seguida aparecem os chilenos (21%) e brasileiros (18%). Por fim, estão os  colombianos (12%), peruanos (7%) e mexicanos (7%).

O que fazer?

Para ajudar as famílias na educação digita infantil de seus filhos, a Kaspersky recomenda que seja estabelecido um diálogo sobre os perigos da internet; Participe das atividades online de seus filhos desde cedo como um ‘mentor’. Pergunte sobre suas experiências online e, em particular, se teve algo o fez se sentir desconfortável ​​ou ameaçado, como assédio, sexting ou aliciamento. A empresa ainda alerta para a definição de limites, para que seja estabelecido regras simples e claras, sobre o que os filhos podem fazer na internet e explicar o motivo. 

“Configure corretamente as ferramentas de privacidade nas redes sociais de seus filhos para que as mensagens sejam visualizadas apenas por amigos e familiares; conte com uma solução de segurança de em todos os dispositivos conectados, como PCs, smartphones e tablets, e tenha ainda a função de controle parental, como o Kaspersky Safe Kids, habilitada nos dispositivos das crianças. Esta solução permite bloquear conteúdos inapropriados, mensagens de spam e ajudar a acompanhar as regras predefinidas de uso da internet”, acrescenta a Kaspersky.

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