O que fazer quando bandidos levam o celular desbloqueado?

De janeiro a maio deste ano, Pernambuco registrou 11.680 roubos de celulares. O LeiaJá traz dicas de como fazer para manter a segurança de seu aparelho e não perder dinheiro

por Jameson Ramos qui, 16/06/2022 - 13:00
Pixabay Aparelho celular sendo manuseado Pixabay

Usar o celular enquanto caminha, dentro do coletivo ou carro privado com a janela aberta é algo comum para os brasileiros, mas que pode facilitar a vida dos criminosos que furtam o aparelho desbloqueado para conseguir fazer transações bancárias. 

Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), de janeiro a maio deste ano, Pernambuco registrou 11.680 roubos de celulares. Com o dispositivo sem o bloqueio de segurança, os bandidos conseguem acessar os e-mails, aplicativos de compras e os aplicativos dos bancos. 

O advogado especialista em recuperação de crédito e fraudes digitais, Afonso Morais, aponta que a prevenção é a melhor solução para as pessoas que costumam usar o celular em público e não mantém certos cuidados na hora do manuseio. Com as facilidades proporcionadas pelo PIX, atualmente esse tipo de transação acaba sendo o "preferido" pelos criminosos. 

Por isso, o especialista aconselha que os usuários limitem o saque até R$ 500 durante o dia e até R$ 300 pela noite. Para as pessoas que têm compromissos mensais de pagamentos, Afonso sugere que os e-mails das pessoas que irão receber altos valores sejam cadastrados nas contas de forma antecipada. 

“Eu garanto que se ele fizer esse primeiro procedimento, diminuindo o valor que pode ser feito a transação, vai desmotivar muito (o criminoso), porque não vai dar muito ‘lucro’ pra ele e ele pode acabar sendo rastreado", diz.

A segunda e não menos importante coisa que as pessoas devem fazer é não manter nenhum código de acesso aos aplicativos no celular. "Se optar pelo reconhecimento facial, é ótimo porque fica mais difícil de ser quebrado. Procurem ao máximo não ter nenhuma informação guardada", salienta o advogado Afonso.

Os pernambucanos também contam, desde 2019, com o programa Alerta Celular. Com o cadastro, o proprietário do aparelho permite que, em caso de ser vítima de roubo ou furto, as polícias possam encontrar o item roubado. 

Como funciona?

Durante as abordagens policiais, os agentes verificam se o IMEI dos celulares encontrados corresponde a algum aparelho cadastrado no sistema e se há queixa de furto ou roubo. Por isso, também é necessário registrar o boletim de ocorrência na Delegacia pela Internet ou em qualquer delegacia física da Polícia Civil.

Como cadastrar?

O usuário deve acessar o site do programa disponibilizado pela SDS, fazer o cadastro e depois clicar no ícone Alerta Celular. No formulário, é preciso informar o IMEI (Identificador Internacional de Dispositivo Móvel), que é uma série de códigos numéricos que todo aparelho possui, com registro na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Esse número se obtém com uma consulta à nota fiscal ou à caixa do aparelho. Além disso, é facilmente encontrado usando o teclado do próprio celular: basta digitar *#06#, que o código aparecerá na tela (uma série de 15 dígitos).

E se as prevenções não derem certo?

As pessoas que tiverem o aparelho celular roubado e suas contas invadidas pelos criminosos devem, na mesma hora, ligar para as instituições financeiras e relatar que foi vítima. O advogado Afonso Morais assevera que, assim que comunicados do ocorrido, os bancos devem tomar as providências necessárias, bloqueando as transações feitas pelos bandidos e devolver os valores para as vítimas.

"Tem que ter o comprovante das transações, fazer um boletim de ocorrência, nem que seja digital, mais a reclamação junto ao banco", aponta o especialista. Ele detalha que é sempre importante gravar todas as conversas com os bancos para que - caso o problema não seja solucionado - processar as instituições financeiras por danos material e moral. 

Banco Central na cola dos bancos nas fraudes do PIX

No início deste mês, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a autoridade monetária vai iniciar um processo de responsabilização de bancos nos casos de fraudes envolvendo o PIX.

"Então estamos apertando os bancos o máximo possível para que eles não tenham capacidade de ser hospedeiros de contas laranjas ou intermediárias. Inclusive, vamos começar o processo de responsabilizar os bancos se for feito uma fraude Pix, e eles tiverem uma conta laranja", disse Campos Neto durante audiência na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados.

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