Kroton prevê setor de educação impulsionado pelo Fies
O setor privado de educação no Brasil deve seguir impulsionado nos próximos anos pela adesão de estudantes às bolsas concedidas pelo governo dentro do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), segundo o presidente da Kroton, Rodrigo Galindo. "Daqui a 15 ou 20 anos, quando a taxa de penetração de alunos no ensino superior for atingida, poderemos questionar se o Fies faz sentido. Mas isto ainda está longe de acontecer", afirmou Galindo a jornalistas, após participar da cerimônia de migração das ações da empresa ao Novo Mercado da BM&FBovespa.
O executivo destacou que os últimos dados de penetração encontram-se em 14,6%, enquanto a meta do governo federal é atingir 33%. "Estamos falando, praticamente, de uma nova geração de estudantes", disse. Galindo pontuou que o desenvolvimento do ensino superior no Brasil está abaixo de outros países da América Latina, com economias de menor porte. "A estratégia do Governo para reverter isso é por meio do financiamento subsidiado. Não vejo risco de mudança nessas políticas", disse.
Em razão das taxas de penetração serem menores, especialmente, nas regiões Norte e Nordeste, é que a Kroton busca aquisições de instituições estudantis nessas áreas. "Priorizamos essas regiões (para aquisições), mas não descartamos outras, desde que seja um ativo adequado, sólido e com marca consistente, para que possamos elevar o nível de rentabilidade", explicou. Ele não descarta, por exemplo, compras em São Paulo, mas busca oportunidades de instituições "de grande porte". "Temos que entrar em São Paulo pela porta da frente."
Segundo Galindo, a Kroton conta com cerca de 43% de sua base de alunos financiada pelo Fies, com potencial de atingir 65%. Até o final de 2013, a expectativa da empresa é de que o patamar de alunos matriculados com crédito do Fies atinja pouco mais de 50%. "Temos cerca de 98% dos nossos cursos elegíveis ao Fies. Por isso, estamos concentrando esforços na divulgação do fundo entre os alunos", afirmou.
Questionado sobre os níveis de inadimplência, ele ressaltou que são maiores entre os alunos matriculados, porém a instituição de ensino fica responsável por cerca de 15% deste risco, o restante por fica por conta do fundo. "Provisionamos futuras perdas, mas somos responsáveis por apenas uma parte da perda", ressaltou.