Do livro para a escola: os 7 hábitos das pessoas eficazes

Escola recifense adotou um método que ajuda os alunos a se organizarem e alimentarem seus valores pessoais

por Lívio Angelim qui, 10/09/2015 - 14:23
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Juliana Barbosa (esq) e Marina Neres, alunas do 5º ano, participam do projeto Líder em Mim no Colégio Motivo Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Stephen Covey é um escritor estadunidense, mestre em administração pela Harvard e doutor pela Universidade Bringham Young. Quer saber o que ele tem a ver com o programa o Líder em Mim? Ele é o autor do livro – mundialmente reconhecido – “Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”, que serve de base para a implementação do projeto e alimentação dos valores. E é assim que funciona no ensino fundamental do Colégio Motivo, situado na Zona Sul do Recife, e em outras 1.700 escolas de 36 países, todas com a intenção de buscar uma mudança comportamental para alunos e educadores.

O livro de Stephen Covey mostra como melhorar o desempenho em conceitos administrativos e sociais. O sucesso da obra fez com que a empresa Franklin Covey adaptasse o case para diversos níveis práticos, como empreendedores. No Recife, o Colégio Motivo vem aplicando a metodologia desde 2014 em classes do 1º ao 7º ano. E, como esperado, os professores já começam a colher os frutos: maior organização nas atividades, menos conflitos e aumento de iniciativa.

“O Líder em Mim”, assim como o livro de Stephen Covey, é baseado em "7 Hábitos". Entretanto, o foco no ensino fundamental é diferente. Com crianças e adolescentes, o propósito é trabalhar valores e interrelações sociais. Na ordem, os hábitos reforçam os seguintes aspectos: iniciativa e disposição (1); planejamento e cumprimento de metas (2); organização e disciplina (3); relação de reciprocidade (4); percepção e compreensão (5); força coletiva (6); compreensão e preparação para etapas complexas da vida (7).

As atividades dos 7 Hábitos estão presentes não só dentro das classes, mas por toda escola, como explica Márcia Siqueira, psicopedagoga.“Não faz sentido vender um projeto na sala de aula e o aluno chegar na secretaria e não ter nada do projeto. Todo mundo tem que estar envolvido, toda escola passou por algum treinamento. A ideia é mesclar as funções de profissionais do colégio. Então, existe uma equipe de monitoramento que é formada por gente da secretaria, professores, psicopedagogos...”, conta Márcia.

Como o programa começou a ser implantado em 2014, os alunos que entraram no colégio em 2015 ainda estão se habituando. São os casos de Marina Neres e Juliana Barbosa, que estudam juntas no 5º ano. A segunda começou a participar do projeto neste ano, quando mudou de escola. Apesar da novidade, a mãe de Juliana, Alessandra Barbosa conta que já dá para notar uma melhora imediata. No vídeo a seguir, confira os depoimentos de Alessandra e da professora Silvana Vasconcelos: 

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A psicopedagoga Márcia Siqueira explica como está sendo a evolução do programa desde a implantação até este segundo ano. “A gente percebe mais compromisso dos alunos. Eles ficam mais preocupados em não receber anotação, em trazer a tarefa cumprida. Nesta fase, de idade, a gente percebe mais atrito entre eles, porque ainda estão aprendendo a conviver no social, e é onde a gente observa a diminuição de brigas entre eles”, revela.

Apesar da resposta 'imediata' nas atitudes de alunos e educadores, a principal expectativa do projeto é na construção social dos envolvidos. Então, é difícil apontar um resultado, já que o processo de maturidade humana está sempre mutação. Ainda assim, pelo que vem sendo trabalhado, e pela perceptível evolução, a certeza é que a educação está sendo feita pelo caminho certo.

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