Congresso de Nutrição vai discutir alergias alimentares

Orientação clínico-nutricional está entre as medidas que devem ser tomadas para a prevenção de reações alérgicas e manutenção do bem-estar. Evento será realizado na Unama BR, em Belém.

qua, 30/03/2016 - 17:49

Você já passou pela situação de não poder comer algo porque tem alergia a um determinado alimento? As reações indesejáveis que ocorrem após ingestão de alimentos ou aditivos alimentares podem ser classificadas em reações tóxicas e não tóxicas. A orientação médica é fundamental para que se mantenha uma vida saudável.

De acordo com a nutricionista e professora da Universidade da Amazônia (Unama) Lorena Falcão, a alergia alimentar é uma reação imunológica, que ocorre à exposição de um dado alimento, a partir do contato com um proteína específica. A professora explica que a alergia pode acometer as crianças desde o primeiro mês de vida (prevalecendo em 7,5% dos casos), mas isso pode desaparecer por volta do 3º ao 5º ano de vida. Em adultos, o acometimento chega a 0,5 a 1,0% dos casos.

Rayanne Silva, 21 anos, tem alergia a alguns alimentos desde a infância. “Tenho restrição a alimentos como frutos do mar – crustáceos em gerais -, algumas frutas, como abacaxi e carambola, e alguns alimentos industrializados, tais como bolachas, suco de caixa e chocolate”, afirmou. Aos 7 anos de idade, Rayanne passou por tratamento para a alergia, mas abandonou devido ao custo das vacinas.

Lorena Falcão conta que as alergias mais comuns são relacionadas a proteínas do leite de vaca, ovo, oleaginosas (amendoins, castanhas e nozes), soja e mariscos. Esses alimentos podem ser substituídos por outros para suprir as proteínas e vitaminas. Para isso, a professora orienta sobre o acompanhamento clínico-nutricional. “Com uma dieta planejada em que estão contemplados vários alimentos é possível manter/ ganhar o peso de maneira saudável e evitar déficits de nutrientes. A utilização de suplementos vitamínicos vai depender de cada caso, do tipo de dieta. Já um paciente com alergia a múltiplos alimentos ao mesmo tempo, como soja e proteína do leite de vaca, por exemplo, deve ter maior atenção”, explicou.

A alergia alimentar será um dos temas a serem discutidos no I Congresso de Nutrição que ocorrerá no campus Unama BR, a partir desta quinta-feira (31). Com o tema “Manejo nutricional na Alergia Alimentares”, a mesa-redonda irá discutir sobre os tipos de alergia e como conviver com as restrições alimentares. As inscrições para o evento já estão abertas e podem ser feitas pelo site www.sereducacional.com/congressos. “Acredito que a população se beneficia sempre que há a atualização do profissional em diversos aspectos, principalmente quando as informações de tratamento e diagnóstico são aplicadas corretamente. Isso viabilizaria o acesso ao tratamento correto com muito mais rapidez, menos desgaste emocional também para o paciente, pois o diagnóstico de alergia alimentar para uns pode representar uma reclusão aos prazeres da alimentação”, afirmou Lorena.

A professora Lorena Falcão explica que o diagnóstico de alergia alimentar é fundamentado em quatro pilares. São eles: a identificação de reações gastrointestinais, cutâneas, respiratória e associação ao padrão alimentar (anamnese e exame físico); retirada do alimento que possuo a composição proteica em investigação (dieta de restrição); testes de detecção de IgE específica (exame de sangue); e reintrodução terapêutica do alimento e confirmação, ou não, das manifestações (teste de provocação oral).

Por Vanessa van Rooijen.

 

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