Encontro busca aproximar direitos humanos da universidade

Professores dos cursos de Pedagogia, História e Relações Internacionais da Universidade da Amazônia (Unama) promovem debate com advogados e militantes de movimentos sociais

seg, 23/10/2017 - 17:47

Os atuais desafios dos direitos humanos no país, educação popular e movimentos sociais na Amazônia foram temas debatidos em duas mesas-redondas promovidas por professores dos cursos de Pedagogia, História e Relações Internacionais da Universidade da Amazônia (Unama). Os debates ocorreram na última quarta-feira (18/10), no auditório David Mufarrej, no campus Alcindo Cacela. Além de alunos e professores, estiveram presentes representantes de movimentos sociais e da Comissão Estadual de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PA). O evento fez parte da programação da semana profissionalizante.

A mesa-redonda “Os desafios atuais dos direitos humanos no Brasil, reflexões para a docência” contou com a participação da Comissão de Direitos Humanos da OAB e de especialistas em coordenação pedagógica. A mesa debateu sobre a importância da educação dos direitos humanos dentro de escolas e principalmente em meios acadêmicos.

Jose Neto, advogado e presidente da Comissão Estadual de Direitos Humanos da OAB-PA, detacou a importância de haver debates sobre direitos humanos na educação, no atual momento do país. “A importância é fundamental. A educação de Direitos Humanos tem que ser de forma contínua e reiterada. O que vivemos hoje talvez seja um momento em que a população está descrente nas instituições, isso leva por exemplo a questões como a justiça com as próprias mãos. Esse debate sobre a valorização do ideal de educação e Direitos Humanos é fundamental”, enfatizou o advogado.

Trazendo ainda mais os debates para a questão amazônica, a segunda mesa “Educação Popular e Movimentos Sociais na Amazônia: Construindo redes de promoção e defesa dos direitos humanos” contou com a presença de representantes de movimentos sociais da região, como o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa), Movimento dos Atingidos por Barragens, Comunidades Quilombolas e Coletivo Tela Firme.

A representante do Cedenpa, Maria de Fátima, explicou que o debate traz visibilidade para os grupos e movimentos sociais do Estado, e enfatizou a importância de mostrar a discussão sobre racismo para a juventude. “É fundamental para nos tirar da invisibilidade. Há um agrupamento muito forte na nossa cidade, no nosso Estado, que mal nos conhece, e nós pretendemos ser porta-vozes da população do Pará, das mulheres, dos negros”, enfatizou Maria. “Falando enquanto militante do Cedenpa e do movimento Feminismo Negro, é importante também que a juventude desperte pra essa realidade, sair da letargia e da falta de informação. Muitas pessoas que têm preconceito contra o movimento social pensam diferente quando nos conhecem, quando veem o nosso trabalho, nosso compromisso e os resultados disso”, completou.

O Coletivo Tela Firme é um projeto de audiovisual desenvolvido no bairro da Terra Firme que promove comunicação popular. Isabela Chaves, integrante do coletivo, esteve presente no debate e afirmou que é necessário que a comunidade e universidade dialoguem e quebrem muros de comunicação. “Eu acho também importante a quebra do muro. Quando se fala de universidade e comunidade, quando a gente ocupa esse espaço, a gente traz o diálogo de conversar com a comunidade e a universidade, e assim ver que medidas a gente pode tomar para mudar a realidade, tanto da comunidade quanto a universidade e fazer”, afirmou.

Por Ariela Motizuki e Erick Fonseca.

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