Projetores da cidade, arquitetos têm espaço no mercado

O Brasil conta com 106.038 profissionais ativos no país

por Camilla de Assis qui, 24/01/2019 - 14:30
Freepik No curso, estudantes aprendem a projetar e pensar na cidade Freepik

Quem nunca entrou no jogo The Sims para montar sua própria casa, construindo e decorando todos os espaços? Neste momento do entretenimento também pode nascer o desejo de ser um arquiteto e urbanista. Muito além de decorar ambientes, o arquiteto é o profissional responsável por montar espaços internos e externos, pensar no conjunto do edifício ou casa, posição solar, inclinação para o vento, entre outros fatores que afetam a qualidade de vida de seus habitantes.

Segundo o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU-BR), existem 106.038 profissionais ativos no país. O levantamento ainda aponta que 58.607 vivem na região Sudeste na nação. Já a região Sul é detentora de 22.089 arquitetos. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, por sua vez, abrigam 3.665, 13.149 e 8.528, profissionais, respectivamente.

Segundo o Censo da Educação Superior de 2017, 168.369 estudantes realizaram matrículas nas 459 instituições de ensino superior que oferecem a graduação. O mesmo levantamento aponta para a oferta de 94.302 novas vagas em arquitetura naquele ano.

O curso de graduação em arquitetura e urbanismo possui, geralmente, dez períodos, realizados em torno de cinco anos. Neles, os estudantes aprendem a realizar desenhos gráficos de projetos dos mais diversos tipos de abrigos que vão de um ponto de ônibus até mesmo a uma grande residência. Entretanto, embora seja necessário desenhar, não é preciso ter esse tipo de habilidade, segundo professores.

Aluna do sétimo período de arquitetura e urbanismo da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, Dayenne Gomes, 23, se apaixonou pelo curso após realizar uma qualificação em edificações. “Eu fiz esse curso para saber se eu gostava mais de engenharia civil ou arquitetura e aí eu percebi que o que eu queria mesmo era projetar, então escolhi arquitetura”, contou a jovem.

A estudante ainda salienta que seu desejo ao sair da graduação é seguir no ramo  de arquitetura social. “As pessoas acham que arquitetura é para quem tem dinheiro para pagar, e não é bem assim. Todo mundo tem direito à moradia, então todo mundo tem direito à moradia de qualidade. E é esse meu foco, trazer a arquitetura para um meio que hoje em dia não é muito acessível”, explica.

O professor Genésio Leão aponta a profissão como versátil, com muitas áreas de atuação. “O arquiteto pode trabalhar com urbanismo, no poder público; com academicismo, lecionando arquitetura; ou então trabalhar em áreas de planejamento, dentro das construtoras, fazendo observações dos projetos”, salienta o docente. Agora, novas áreas estão em vigor dentro da arquitetura, como projetos digitais, trabalho com jogos, maquetes eletrônicas, fabricação digital e impressão 3D.

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Arquitetura e urbanismo x design de interiores x engenharia civil

Com atividades comumente associadas a de um designer de interiores ou um engenheiro civil, o arquiteto possui atribuições complementares a essas funções. O professor Genésio Leão alerta para as diferenças entre cada um dos cursos de graduação. “O designer vê das paredes para dentro, já o arquiteto vê o conjunto de tudo”, explica o docente.

Entretanto, as atividades se tocam. “Nós, do curso de arquitetura e urbanismo, também estudamos os interiores. Morar em uma casa qualificada, bem ventilada, iluminada, que tenha uma correta posição em relação ao sol, por exemplo, melhora - e muito - a qualidade de vida das pessoas”, explica o professor Genésio Leão.

Já em relação ao curso de engenharia civil, Leão ressalta que o profissional está voltado para a gestão. “O engenheiro civil está voltado para conferir valores, execução, entre outras coisas. O arquiteto pode construir, está permitido dentro da resolução do Conselho [Nacional de Arquitetura e Urbanismo], mas ele está mais voltado para o projeto, enquanto o engenheiro está focado na obra”, argumenta.

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