Negócios: 14,5% das startups são chefiadas por mulheres

Uma das startups que se destacam é a 'Mete a Colher'. Conheça o projeto

por Francine Nascimento dom, 07/04/2019 - 09:00
Pixabay/Creative Commons Mulheres buscam empreender por meio das startups Pixabay/Creative Commons

Há alguns anos, quando se falava em “negócios”, “empreendedorismo” e “tecnologia”, geralmente remetia-se a ideia de homens na liderança, criando ideias e fazendo escolhas. Hoje, as mulheres estão cada vez mais envolvidas no mundo empreendedor, ocupando cargos de chefia e formando empresas com outras mulheres.

As startups são empresas criadas e pensadas em modelos de negócio que ajudam na inovação, muitas vezes com base na tecnologia. Renata Albertim, Jade Jofilsan, Mayara Magalhães e Isabel Cavalcanti estão à frente da Startup Mete a Colher: empreendimento voltado para mulheres que sofrem de violência doméstica.

A ideia da “Mete a Colher” surgiu quando as quatro meninas participaram do Startup Weenkend Women, evento que busca conectar mulheres com interesse em empreender na área da tecnologia.

“A gente desenvolveu um aplicativo que funciona como uma rede de apoio para mulheres que sofrem com a violência doméstica. Nós conectamos essas mulheres pelo aplicativo para que elas possam se ajudar mutualmente, compartilhando informações e principalmente fazer com que a mulher que está passando por isso não se sinta sozinha”, explica Renata Albertim (foto).

O aplicativo tem o mesmo nome da startup e se coloca como sendo uma rede de empatia e sororidade entre as mulheres. Para Renata Albertim, uma das desenvolvedoras do projeto, o mundo da tecnologia ainda é bastante masculino, o que dificulta na inserção das mulheres no empreendimento tecnológico. Por outro lado, Renata se diz feliz em ver mulheres que estão insistindo no caminho das startups. “Muito bom ver mulheres acreditando e criando serviços, seja de mídias sociais, seja oferecendo serviço de designe ou inventando outras plataformas na tecnologia”, complementa Renata.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Startups – Abstartups, as equipes ainda são majoritariamente masculinas. Apenas 15,66% atingiram a igualdade de gênero dentro dos grupos de trabalho. E quando se fala em cargos de chefia, as mulheres representam 12,73%. No total, 85,48% das startups no Brasil são formadas ou chefiadas por homens, enquanto as mulheres representam 14,52%.

Laís Xavier é CEO da startup 'Mídias Educativas' que media processos de educação através da tecnologia. A empresa cria softwares de comunicação, gestão de avaliação, usos de dispositivos móveis em sala de aula, entre outros.

Laís conta que hoje enxerga muito mais a participação de mulheres na área da tecnologia do que há dez anos, quando ela começou. “Eu ia para ambientes que não tinha nenhuma outra mulher, apenas eu, não havia incentivo. Hoje eu vejo uma abertura com o ecossistema todo se aprontando para receber essa mulher empreendedora”, comenta.

 

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